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CDU 301.183.2 INTERATIVIDADE NA COMUNICAGAO: a histéria do futuro CINTIA MATTE RUSCHEL’ RESUMO: Este trabalho descreve a pistéria da Int : erativid ai bay a ae ee (analisando pepe . pela situagao atual (s gd esen yo d extremamente Ee ate mens Ineet, Re ide Vatual, Hipertexto/Hipermidia/Multimidia ¢ cD- BOM) neger aun jevantamento das hipéteses para © futuro (eal Superes da Informagio). uma tentativade se definir q iferentes maneiras em diferentes contextos) © d0° vema er este processo e o que ele represent comunicago) no futuro. reeset pare secede PS PALAVRAS-CHAVE: _Interatividade Novas Tecnologias Superestrada da Informagao "ABSTRACT: This work aims at describi A th ving the histor of inter communication ‘From its beginning, where the fexsonsofits peearance areaaly Feerpe present development linked rotechno}Ones Inere ca Realty Hypertext and CD- Ms- "about the future, idealized in the Inf Soperighway. Itisanatemptto identify ind eames s it to identify indifferent ways and Suet process rally is and whatit will represent to re future society. KEY WORDS: _ Interactivity New Technologies Information SuperHighway _ *publicitariaformada pela FABICO/UFRGS. Tumail: MRUSCHEL@vortex.ufrgs. or sndéncia que observamos crescer dia rmoreenda as mltiplas forms assumidas ne definigées do terme. em diferentes, de suas primeiras ‘manifestagbes) acdo atual ¢ Jevantar pipoteses sobre © licidade) € da vida em sociedade trada da Informasao) nando mais importante © medida que as as esti0 Mdescobrindo e desejandonov® mange de acaoeintecelagio-F = tem Prgo proporcionado cada Vet Tnais pelo desenvolvimento ide formas eletrOnicas d® fomunicagao. Vemoss Nets uma ver, t2enclOi# S adaptar © satisfazer 2S tecessidades 428 PESSO8S, ; “Embora muitos ainda nao tenham se dado conta, mals edo ou mais tarde, & res eusuarios de avangadas tecnologias, fateratividade G4 que ase todas as reas esto real communi parece estar Qhimeando foraramente wma multidisciplinar. 2. DEFINIGAO DE ‘TERMOS para chegarmos 8 compreensi do que se entende hoje POF jnteratividade ccomunicasio ¢ importante Stpermos analisar cada um JOS teementos que compo wa tes de nos CONCERTS relacoes entre eles € i ‘os (como aS 0 rmomotogias, por exemple) & interessante onsistiv. até vm determin ‘comunicagéo, comuni publicidad e marketing Tnyeragdo: Agao reczprocts IS @, etabelecimento 4° rla50e® smiétuas smerinftuéncias, uma cadela G& smreresimtos © Fesposts: jnteragdo const pponio-chave para uma sacepyfo dindrica das T1860 socials. c i 4 vem basicamente de CO" sociais (diretos ou indi ‘Nao s6 0s individuos eA interagdo se Process e™™ res também os BrUPOS NLETABET. influenciando~ porto Alegre, 7142-162 jander. 1996 Interatividade na comuntcagio. por CM Ruschel estreitamente relacionados em todas as agSes ¢ rages: 0 dos sentidos, o das emogbes 0 das idéias. ‘Suas principais conseqiéncias sdo a socializagio, aformago da personalidade e ‘as modificagdes do comportamento dos que dela participam, Comunicagao: Nosso elo de ligagio com o resto da humanidade. Permeia tudo que somos ¢ fazemos. Isso porque tudo que se faz ou diz tem valor potencial de mensagem e causa algum efeito. Comunicagio envolve pessoas que enviam e recebem mensagens as vezes e, de preferéncia, simultaneamente, Em outras pelavras, “communication depends on shared meaning” (Gamble; Gamble, 1989, p. 5). Além disso, existe uma grande variedade de canais sensoriais (sons, simbolos, cheiro, gosto, toque) uns mais efetivos do que outros, cuja natureza afetaré a maneira pela qual a mensagem serd processada, Outro elemento da comunicagao, 0 ruido, & tudo que interfere na habilidade de enviar ou receber mensagens. Enquanto isso, ofeedbacké o retorno de uma informagio ‘a0 emissor da mensagem. Podendo este retorno ser positivo ou negativo, intemo ou externo, imediato ou demorado, livre ou limitado, Por fim, toda a comunicagio ocorre em um contexto que nos fornece normas de interagio. Em nossa sociedade, participamos diariamente de comunicagées pessoais (um para um), grupais (um para alguns) e piblicas (um para muitos), sem esquecer de sua outra dimensio, rica em midia de massa (capaz de nos influenciar direta ou indiretamente, aberta ou discretamente). Comunicagdo de Massas: sao instrumentos de comunicagao (artficios téenicos) que permitem a organizacdes formais gravar e tansmitirinformagSes e experiéncias (ainda que para sso uilze-se de vérios intermedidcios, gatekeepers, capazes de controlé- las e manipuld-las) aberta e rapidamente para grandes, dispersas, heterogéneas ¢ an6nimas audiéncias. Assim como eles expander nossa habilidade de conversar entre si, ajudando-nos a ultrapassar os limites de tempo e espago. Embora a nogo de tempo em relagdo ao feedback (mais demorado na midia de massa) tenha sido alterada. ‘A midia de massa nos informa, ajudando-nes a manter uma visio sobre o mundo. Programa o que pensaremos ao decidir a que histria seré dada cobertura. Nos ajuda na socializaglo ao nos conectar com varios grupos 1a sociedade. Além disso ela entretém «, através da persuasio, oferece plataformas para a defesa de idéias e produtos. Publicidade “Ea apresentagio de idéias, bens eservigos, por patrocinadores identificados, de forma paga (recursos com os quais scbrevivem os meios de comunicagao), 1ndo pessoal (nio acontece frente a frente, é direcionada a um grande grupo) € normalmente persuasiva (tenta convencer as pessoas de alguma coisa), através de varias midias”, (Gamble; Gamble, 1989, p. 315.) us ‘RBibllotecon. & Comun,, Porto Alogre, 1: 142-162 jan les, 1996, Interatividade na comunleapto... or CM Ruschel ‘A.audiéneia, o anunciante, a midia usada e o que se espera do antincio também podem ser formas de classificagio das propagandas. Além disso, a importincia de tomar as decisdes certas na publicidade faz. com que os anunciantes se utilizem de pesquisas para identificar a que técnicas, apelos e midias um publico-alvo particular ind responder. ‘Devemos considerar também a caracteristica que € a condigio de existéncia da publicidade dentro da comunicago de massa. A sua fungio como parte integrante de tum planejamento de marketing maior. ‘Marketing: Fo esforgo consciente para se atingirem resultados de troca desejados com mercados visados. A fungGo do especialista em marketing reside em regular 0 afvel, a determinagao do tempo e o carter de uma demanda por um produto, servigo ouidéia. Diferentes filosofias podem guiar as organizages na realizagdo de suas atividades de troca, Mas na minha opinio, o conceito societal de marketing (que diz que atarefa primordial da empresa é gerar a satisfagao do cliente eo bem-estar do consumidor e do piblico a longo prazo, como a solugio para satisfazer aos objetivos e as responsabilidades da empresa) € o mais adequado & nossa realidade. Na medida em ‘que amplia a atuagio de cada érea, em diregdo as preocupagdes gerais de toda a sociedade, favorecendo ainda mais o inter-relacionamento entre las. ercebemos entio que 0s conceitos de interagio, comunicagao, comunicagao de massa, publicidade e marketing, aqui apresentados de forma basica e estanque, esto antes intimamente ligados. E da interrelagio destes aspectos e da permanente. reformulagao sofrida por cada um deles (sempre que 0s objetivos e interesses das pessoas mudam ou desenvolvem-se novas tecnologias) que tem sido criado um novo campo de ago ¢ interrelagao, a interatividade na comunicagio. 3 HISTORIA E DEFINICAO DA INTERATIVIDADE NA:COMUNICACAO_ © que entendemos por interatividade na comunicagio estd, a meu ver, constantemente sendo alterado, cada vez que um dos elementos que a constituem se ‘modifica ou novas tecnologias entram em cena. Procuro entio constituir uma teoria a respeito de como poderfamos explicar 0 termo de maneira geral e por que razdes vemos a questio da interagdio emergir dante de nds hoje em dia, 341 Primeiras manifestagées A visio mercadol6gica, embora no seja a tinica, é uma maneira interessante de R.BIbilotecon. & Comun., Porto Alegre, 7:142-162 jan /dez. 1996 Interatividade na comunteagio... por C.MRuschel se explicar o surgimento ¢ desenvolvimento do processo interativo, porque Vincula interatividade a criagfo e evolugto da vida em sociedade, sustentada principalmente por diferentes relagSes econémicas. essa forma, a interatividade se explicaria por uma influéncia reciproca entre consumidor e produtor. Dentro da comunicagéo poderiamos distinguir, nesta influéncig recfproca, um tipo de interagao na ditegdo procutor-consumidor, através da publicidade cou, de forma mais abrangente, o marketing; ¢ outro na diego consumidor-produtor, através da capacidade do consumidor de selecionar 0 que, quando e quanto da informagdo quer consumir. A origem desta interacio est4, a meu ver, na estrutura de sociedades primitivas, onde a troca direta de produtos proporcionava um grau elevado de interagao entre consumidor e produtor. Com a industrializagao ¢ a crescente complexidade das sociedades modemas, estabeleceu-se um desequilforio neste tipo de relacionamento, ‘onde ndo mais se tem uma influéncia direta de um sobre o outro. Esta busca por interagio que temos observado ultimamente s¢explica, entio, como uma tentativa de acabar com o desequilibrio gerado na sociedade, depois de uma situago estivel inicial ‘A Revolugdo Industrial, iniciada hé 200anos, estruturou as empresas que temos hoje. Mas as megatendéncias de marketing nfo so mais as mesmas. Definidas atualmente por uma economia global com agio local e pela revolugao da velocidade (mediatismo e obsoletismo planejado) elas tém favorecido cada vez mais a infidelidade dos consumidores, que hoje dispdem de intimeras altemativas. Esté criado o desequilibrio. A condigdo de estruturagao das empresas deve entio ser alterada, diante das novas megatendéncias de marketing. Assim, os esforgos antes direcionados & qualidade dos produtos passaram a se concentrar na disponibilidade dos mesmos. Enquanto a preocupagdo com a distribuigtio dos produtos transferiu-se para o melhor atendimento. Além disso, com o mesmo objetivo tem-se observado também uma grande segmentagdo dos mercados. Estas seriam formas de amenizar 0

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