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Cesta, isboe f Brado(aros) "Kelrosss Souris! Goes Rauseahcer Conceito(s) de «exclusdo social: ‘No final do percursa, a nogao de excluido estéa cami- inho de softer 0 destino da maior parte dos termos ue foram consagrados, nos nosss dios, pela mediocridade dos modos inelectuais ¢ universitirios. std satwrada de semtidos, de néo-tentdes ede contra sentidos »* preciso que evitemos que isso venta a acontecer ‘A expresso wexclusio social» entto no discus polit ‘0 nacional hé cerca de cinco anos, ou menos E hoje uma expresso de uso generalizado, embora no esteja seguro de que todos quantos a usiizam tenham ideia clara do que significa Actesce que, mesmo ents 0s specialists, nao existe unanimidade quanto o sentido Gt expressio,IpOe-se, pois, que agu! indigue, mesmo que em tcrmos sucinos, 0 significado que Ihe sibuo neste contexto. ‘A nogio de sexclusto social» portence 2 perspectiva icon de wai tances ne andise de pessoas e grupos ‘esfavorecidos, Em temossimplifiadas, Robert Castel ~ uma das principais referencias nesta mati ‘exclusio social» como a fase extems do proesso de smarginlizagion, entendido este como um pereutso sdescendente», a9 longo do qual se verifcam sueessvas ‘apturas na relagdo do individvo com a secidade Um Ponto relevant dessepercuso coresponde & supa em ‘elagio ao mereado de tablho, a qual se wad em desemprego (sobretudo desomprego prolongadc) ot ‘mesmo nuan edesligamenta»inevesivel fae ese mer. cao. A fase extrema ~a da exclusio soci» —€ carac~ ‘erzads no 6 pela rupruta com o meceado de taba, ‘as por nupras familiares, aectvas ede amizale™ [Neste entendimento, pode haver pobreza sem exelusto ‘sal, como avontecia aes pobies do ancten régime, em, ‘que 05 servos eram pobres. mas encontravamy-se inte sos numa rede de relagdes de grupo ou comunidade Algo de semethante pode passr-se hoje com os pobres slo meio rural, Pobrezae exclusio social sio, portant, ‘mi perspectiva exposta, reaidades distintas ¢ que nem sempre coexstem Em principios dos anos noventa, a Comissio Eucopeta, or sazdescientticasdiscutiveise 1a2despoliteas com pretnsiveis,inttoduziv a expresso wexclusao socialy no slseuso comunitéro europe, designadamente em tex ‘es formalmente submetidas ap Consetho Europeu, para 'sprovagio ou adopelo Porém,dauhe um sentido dife- rente do original, em dos sentidos. Em primeizo luge bretendou que a expresso substiaise 0 terme a nogdo e «pobreza» (0 que, como Vimos, no era a intensio iniciaty; em segundo lugar, designou por eexclusio social» ni apenas a fase eerminal» de um provesso, ‘mas 0 pr6psi procssso de «marginlizagaor Nao tadou que sugissem interrogaedes fundamentis, 4e natureza conceptual. espeto da expressio. Em que consist, ent, no essencal a wexchusao socials? Em qué seria esse conceit dstnto do de «pobiezas? Seria, ciemiicamenteaceitavel qu a expresso viesse a subs- situ o termo epobreza»? Com o intuito de debater estas outuas questoes conexas, teve lugar, em 1990, em Alghero (Ili), un seminéio euopeu,organizado pela CComissio, © no qual prtciparam espeialstas das ¥&- tias uadigées euopelas de citncias sociais” Em meu ‘entender, 0 seminiio pouca lu langou sobre a questio Entrtano, vio a coasolida-se a wilzagio da expres- ‘lo cexclusi social» em documentos oficias da Com nidade (agora Unis) Europeia Ui vez colocada no plano europeu, a nocéo de ex clusdo social» passou a constitu um tema cietitico a nivel europe Sabiase qual era o sentido original da ‘expresséo ma tradi cientficefiancesa, mas tal no Iimplieava que todas as restanesescolas de pensamen- to cutopeiastivessem de adoptat # mesma definigéo Assim, 0 tema entiow no dmmbito das preccupagces Cientfcas da Unigo e, mais tarde, foi coloeado no plane mundial, auavés de tabalhos ralizados ox pro- ‘movidos pelo’ Instituto Internacional de. Estudos de Desenvolvimento, da OIT* 0 ebjectivo destes waba- thos era ode veifear se, em que medida, o conesito de exclusdo social, que acabava de ser edoptado na Europa, podetia tet utldade no estudo de situayses que se verificam em paises em vias de desenvolvimen- to Para 0 efeito,realizaramse seflexdes teéricas © andlises empiricas da situapio em dez paises exp os pelo mundo, uns em vias de desenvolvimento & outros das chamadas weconomias em transigao» Presentemente, 0 tema esti em pleno debate elonge de gualguer consenso Creo que Graham Room tsz um conubuto postive 20 debate, quando afm que o que distngve a stadiion britinice da wescola» frances no estudo da sitmaso dos Individvos e grupos destaveeecdos & que a primeira se ‘cpa sobreido de aspectosdhcibuivoy (pobreza), 10 asso que a frances se interes mais pelos aspects rela ‘ions (exclusto social) Esta diting parece ter algum fundamento,e tem a ver com os concitos de sociedade subjacenes @ cada uma daquelas tradigdes. No caso britinico, a evisio iberal de sociedade, segundo «qual a sociedad ea vst, pela elites inelectuis e politica e- Jevantes, como uma massa de individues stomizador, cenvalvidos na competiséo no mbito do mercado», a0 asso que no caso fran, «A sociedade & vista, plas elites imelecwas e polticas, como uma hirarguis de ‘statu ou como um nmero de colectividades, gages per conjustos de dieitose obrigagtes mituos que estio enrazados nalguma ocdem moral mais amp» * Penso que a verdadeitadiferenga ent as duas ata sigges> deve ser entendida mais como uma difetence de {nfase do que uma atengio exclusiva a um 04 outro ddagucles aspectos. Sota ineortecto cancluir que a esco- Ja britinica tvesse ignorado a dimensio relacional do problema, ou que a tadige frances tvesse omitido as ‘questes distributivas. A meu ver, a substiuigto do termo «pobsezas pela ex- pressto

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