Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FORTALEZA – CEARÁ
2018
AUGUSTO CÉSAR PRACIANO SAMPAIO
FORTALEZA – CEARÁ
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Sistema de Bibliotecas
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Dr. Frederico de Holanda Bastos (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
___________________________________________________________
. Dr. Abner Monteiro Nunes Cordeiro (Coorientador)
Universidade Estadual do Ceará - UECE
___________________________________________________________
Prof. Dr. Davis Pereira de Paula
Universidade Estadual do Ceará – UECE
__________________________________________________________
Prof. Dr. Marcus Vinícius Chagas da Silva
Universidade Federal do Ceará - UFC
A conclusão dessa pesquisa devo em muito aos
meus pais, Augusto e Cleide. Nada parece mais
justo que dedicar esse esforço a eles; a quem
tanto amo e sou eternamente grato!
AGRADECIMENTOS
Aqui vai meu agradecimento a Deus e às pessoas que compartilharam comigo os desafios de se
elaborar uma dissertação. Muitíssimo obrigado por comprarem os meus objetivos como se
fossem os de vocês também!
Agradeço a Deus por me sustentar debaixo de sua graça.
Aos meus amados pais, Augusto e Cleide, a quem devo tudo em minha vida; por me
proporcionarem um refúgio seguro para todas as horas, e por me encorajarem a sempre buscar
melhorar. Aos meus irmãos, Rodrigo e Gustavo, que me tiram do sério na maior parte do tempo.
Vocês são uma motivação para mim. Estendo essa parte do agradecimento a minha gigantesca
família que ora e torce por mim. Por motivos óbvios não citarei os nomes aqui, mas quero que
saibam da minha eterna gratidão.
Ao meu orientador Frederico de Holanda Bastos e ao meu coorientador Abner Monteiro. Muito
obrigado por acreditarem em mim e dedicarem tempo em me ajudar.
Aos membros da minha banca de defesa, os professores Daniel Dantas, Davis de Paula e
Marcus Vinícius. Muito obrigado por aceitarem me ajudar, e contribuírem para melhorar este
trabalho.
A minha amiga Ana Alves, que é “ninja”. Sempre quis ter uma amiga ninja! E a minha amiga
Danielle Lopes, que até tenta me fazer uma pessoa mais organizada. Obrigado pela paciência
comigo nos momentos de desespero, e por compartilharem comigo ótimos momentos de
descontração.
Encerro os meus agradecimentos lembrando de todos os amigos e colegas que convivi pelo
caminho. Não considerem isso um esquecimento, por favor! Pensei em cada um de vocês.
“Atravessam os córregos que levam suas águas
ao rio das garças, e avistam longe no horizonte
uma alta serrania. Expira o dia; nuvem negra
voa das bandas do mar: são os urubus que
pastam nas praias a carniça que o oceano arroja,
e com a noite tornam ao ninho. Os viajantes
dormem em Uruburetama. Quando o Sol
voltou, chegaram às margens do rio, que nasce
da quebrada da serra e desce a planície
enroscando-se como uma cobra. Suas voltas
contínuas enganam a cada passo o peregrino,
que vai seguindo o tortuoso curso; por isso foi
chamado Mundaú.”
(José de Alencar)
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 19
2.1 EQUILÍBRIO DINÂMICO E ESTADO DE ESTABILIDADE .............................. 20
2.2 BACIAS HIDROGRÁFICAS SEMIÁRIDAS.......................................................... 26
2.3 ESCOAMENTO SUPERFICIAL ............................................................................. 27
2.4 MODELAGEM HIDROLÓGICA EM BACIAS HIDROGRÁFICAS .................... 29
2.4.1 Análise de Multicritério .......................................................................................... 30
2.4.1.1 Conjuntos Booleanos e Conjuntos Fuzzy .................................................................. 32
2.4.1.2 Analytic Hierarchy Process (AHP) ........................................................................... 36
2.4.1.3 Combinação Linear Ponderada .................................................................................. 38
2.4.1.4 Média Ponderada Ordenada....................................................................................... 39
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 43
3.1 REDE DE DRENAGEM E BACIA HIDROGRÁFICA ........................................... 46
3.2 MAPA GEOLÓGICO ............................................................................................... 47
3.3 MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO ......................................................... 48
3.4 MAPA DE TIPO HIDROLÓGICO DOS SOLOS .................................................... 49
3.5 MAPA DE DECLIVIDADE ..................................................................................... 50
3.6 MAPA PLUVIOMÉTRICO ...................................................................................... 51
3.7 REESCALONAMENTO FUZZY E RESTRIÇÃO BOOLEANA ........................... 54
3.8 ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP) ........................................................ 56
3.9 COMBINAÇÃO LINEAR PONDERADA (CLP) E MÉDIA PONDERADA
ORDENADA (MPO) ............................................................................................... 58
4 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOAMBIENTAL .................................................... 60
4.2 ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS ...................................................................... 69
4.3 CONTEXTO PEDOLÓGICO ................................................................................... 83
4.4 ASPECTOS HIDROCLIMÁTICOS ......................................................................... 87
4.5 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO .............................................................................. 91
5 POTENCIAL DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL ........................................... 95
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 102
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 104
15
1 INTRODUÇÃO
A gestão dos recursos naturais depara-se com alguns problemas de decisão, que
podem ser resolvidos com subsídios da pesquisa científica, através da geração de
conhecimentos para guiar a tomada de decisões estratégicas. Entretanto, o processo decisório
apresenta uma complexidade inerente às alternativas de escolha, que acompanha a
subjetividade de quem toma a decisão. Esta incerteza poderá ser minimizada caso a ponderação
dos fatores de interesse seja otimizada através de processos cognitivos mais robustos,
diminuindo possíveis subjetividades que envolvem a capacidade decisória.
Como sugerem alguns estudos realizados nessa perspectiva, a elaboração de
modelos baseados na ponderação de múltiplos critérios, considerando os fatores condicionantes
mais relevantes, constitui uma ferramenta de auxílio para projetos ligados à construção de obras
de engenharia, prevenção de enchentes e contenção de eventos erosivos desencadeados pelo
deslocamento dos fluxos superficiais, como a erosão laminar e linear provocadas pelo fluxo em
folha (sheet-wash) e concentrado, respectivamente (BARRETO-NETO; SOUZA FILHO,
2007; BRITO; WEBER; SILVA FILHO, 2017; MAIA, 2016; SIQUEIRA, 2012;
VETTORAZZI, 2006; ZAMBON et al., 2005).
As formas das bacias hidrográficas estão intrinsecamente relacionadas com o
balanço entre os processos de escoamento superficial e infiltração, uma vez que estes
influenciam diretamente na dissecação, aplanamento ou manutenção do relevo, revelando a
relação existente entre a rede de drenagem e a sua área de contribuição. Assim, a rede
hidrográfica expressa o equilíbrio entre erosão e deposição, no jogo de forças entre energia e
resistência (CHRISTOFOLETTI, 1980; TOY, 1988).
Essas características sistêmicas da bacia hidrográfica estão relacionadas ao
paradigma dos sistemas complexos em Geomorfologia, que tem a bacia como uma unidade
fundamental, uma vez que esta pode ser entendida pelo ajustamento contínuo entre as formas,
materiais e processos. Segundo Mattos e Perez Filho (2004), essa unidade, entendida como um
sistema geomorfológico, representa a que mais tem-se aplicado conceitos como equilíbrio e
estabilidade.
Essa concepção abre possibilidades de investigação, uma das quais é verificar se as
formas atuais estão em harmonia com os processos morfogenéticos em atividade, e se os níveis
de degradação estão ajustados em toda a extensão dos sistemas considerados equilibrados
(CHRISTOFOLETTI, 1980).
16
parte com o aporte hídrico do açude Mundaú, à montante da cidade de Uruburetama, e, como
um todo, deságua para o açude Gameleira, entre os municípios de Itapipoca e Trairi.
A bacia do rio Mundaú, assim como outras bacias semiáridas, tem o escoamento
superficial como principal agente morfogenético, ao lado da desagregação mecânica (SOUZA,
2000). Soma-se a isso o intenso processo indiscriminado de ocupação do solo, que suprimiu a
maior parte da vegetação subúmida original de suas cabeceiras de drenagem, em benefício da
atividade agrícola (SOUZA; OLIVEIRA, 2006).
Essa configuração proporciona a intensificação de processos erosivos e a ocorrência
de movimentos de massa pela perda de estabilidade dos agregados dos solos das encostas e pelo
aumento da produção de escoamento em superfície, uma vez que a capacidade protetora da
vegetação é reduzida e não se observam aplicações de técnicas de manejo adequadas, que visem
a conservação dos solos da bacia.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Questões associadas aos sistemas complexos não lineares têm levantado inúmeras
possibilidades de investigação no campo da Geomorfologia, dentre as quais, uma das mais
promissoras é averiguar a falta de harmonia entre as formas e os processos morfodinâmicos
atuais, evidenciando estados de instabilidade nas paisagens, assim como identificar os
principais critérios condicionantes do referido desequilíbrio.
Segundo Phillips (1992a), apesar de amplamente empregado em Geomorfologia, o
conceito de equilíbrio ainda não era bem definido. Nesse sentido, Howard (1988) alerta para a
controvérsia que o envolve, sugerindo uma reflexão mais cuidadosa sobre a definição
operacional e os critérios envolvidos na determinação da sua condição, afirmando que há uma
predisposição forçada, consciente ou inconsciente, para se chegar a um equilíbrio na
operacionalização desse conceito.
Uma das teorias mais utilizadas na perspectiva sistêmica em Geomorfologia, a
teoria do equilíbrio dinâmico, foi primeiramente ensaiada por Gilbert (1877), a quem é atribuída
a primeira referência ao termo rio equilibrado em geomorfologia fluvial (CHRISTOFOLETTI,
1980). Todavia, essa teoria só foi estabelecida e aprimorada mais tarde por Hack (1960), e tem
sido muito discutida por diversos outros autores posteriormente, levando-a a um
amadurecimento epistemológico. Dentre os autores que utilizaram essa teoria em seus estudos,
podemos destacar Christofoletti (1980), Howard (1973) e Tricart (1977).
De acordo com Hack (1960), as paisagens são interpretadas a partir do princípio do
equilíbrio dinâmico, onde todas as partes do relevo estariam sendo erodidas na mesma taxa,
constituindo um estado de estabilidade que, portanto, seria independe do tempo, uma vez que
as formas se manteriam constantes, sendo assim, a evolução de diferentes formas do relevo teria
explicação puramente estrutural.
A proposta de Hack (1960) para o equilíbrio dinâmico fundamenta-se no preceito
de que a paisagem está sempre evoluindo em direção a um ajustamento entre matéria e energia,
cuja finalidade é um estado de equilíbrio e estabilidade que independe do tempo, ao qual
denominou de steady state (estado estável). Nessa perspectiva, o equilíbrio poderia ser
alcançado sob vários panoramas topográficos e não tenderia necessariamente ao aplainamento,
como era preconizado pelo ciclo geográfico de Davis (1899).
Hack (1960) enfatiza que para a aplicação do princípio de equilíbrio dinâmico é
necessário considerar a paisagem como um sistema aberto, onde todas as formas estariam
ajustadas em si pela condição balanceada de energia no sistema. Dessa forma, as feições que
21
Outro aspecto que não foi considerado previamente pela concepção de Hack (1960)
consiste nas mudanças das formas de relevo, mesmo sem o emprego instantâneo de energia
adicional ao sistema, resultantes da exumação em superfície de estruturas antigas formadas pela
deformação em crosta profunda. Segundo Howard (1965), as mudanças do substrato geológico
ao longo da erosão e denudação são responsáveis por romper a estabilidade do sistema, exigindo
ajustes da declividade e da rede de drenagem, caracterizando estados de transição ou de não-
equilíbrio. Todavia, o equilíbrio geral da paisagem pode ser mantido, tendo em vista que essas
mudanças estruturais na topografia são acompanhadas e retrabalhadas pela erosão desde a sua
exumação.
Definição mais precisa foi atribuída por Howard (1973), para quem o equilíbrio
dinâmico corresponde ao ajustamento interno do sistema geomorfológico em função das
condições externas, até que se equilibrem as forças antagônicas na evolução do relevo. Desse
modo, as formas consideradas equilibradas estariam completamente ajustadas aos processos
atuantes no presente.
Renwick (1992), por outro lado, afirma que uma forma equilibrada não é
necessariamente estática ou completamente estável, mas possui uma predisposição à
manutenção ou à recuperação de sua organização pelo princípio do menor esforço. Para o autor,
em uma mesma paisagem podem coexistir diferentes estágios em relação ao equilíbrio,
caracterizando estados de transição denominados de não-equilíbrio.
Cabe ressaltar que o conceito de equilíbrio adquiriu um status diferente de sua
concepção inicial. Não se trata, portanto, de uma condição a ser alcançada, mas de uma
propriedade do sistema geomorfológico que direciona a sua evolução. Segundo Howard (1965),
mesmo que na prática não seja constatado um equilíbrio completo, os sistemas tendem a
alcançar uma aproximação máxima em relação ao equilíbrio dentro de um período finito.
Portanto, a atuação de um estado de equilíbrio teórico direciona o movimento do sistema em
resposta a qualquer alteração nas condições externas, mesmo que as formas não estejam
ajustadas aos processos. Nesse sentido, cabe diferenciar o equilíbrio dinâmico do estado de
estabilidade.
Para Christofoletti (1980, p. 7), “O conceito de equilíbrio em Geomorfologia
significa que materiais, processos e a geometria do modelado, compõem um conjunto
autorregulador, sendo que toda forma é o produto do ajustamento entre matérias e processos”.
Conforme Mattos e Perez Filho (2004), a estabilidade, por sua vez, consiste na capacidade do
sistema em absorver determinadas perturbações sem que sua organização seja perdida,
mantendo-se o mesmo estado em relação ao equilíbrio ou evoluindo para um outro.
23
a concepção de equilíbrio dinâmico, esse perfil pode estar ajustado em diferentes configurações
topográficas, desde que seja confirmado um controle litológico que justifique tais variações.
Segundo Phillips (1992b), os sistemas geomorfológicos são caracterizados como
complexos devido a duas propriedades fundamentais: a não linearidade e os mecanismos de
retroalimentação. Dessa forma, as características principais dos sistemas complexos é a sua
habilidade de auto-organização e a ausência de uma resposta única em relação ao equilíbrio.
Para Christofoletti (1999, 1980), a estabilidade de um sistema geomorfológico,
como sistema aberto, é definida pela capacidade de autorregulação entre seus componentes,
mantidos por mecanismos de retroalimentação (feedback). Esses mecanismos podem levar a
uma reafirmação das condições iniciais de mudança (retroalimentação positiva), ou
desencadear meios de refrear os efeitos das perturbações iniciais (retroalimentação negativa).
A partir da propriedade dos sistemas geomorfológicos de manterem sua
estabilidade em determinado intervalo de tempo, controlada por um limiar de mudança,
diferenciam-se duas maneiras pelas quais pode-se manter a estabilidade nesses sistemas: através
da resistência, em que se mantém o estado original, apesar da perturbação; ou da resiliência,
que se refere a capacidade de retornar ao estado original, mesmo após a perda de estabilidade
momentânea, provocada por uma perturbação. Acrescenta-se que essas propriedades dos
sistemas não são absolutas, oscilando de acordo com a amplitude da variação energética
(CHRISTOFOLETTI, 1999).
A propriedade inercial, caracterizada pela resistência das variáveis do sistema às
mudanças das condições externas é fundamental para o estudo da dinâmica evolutiva das
formas de relevo (CHORLEY, 1962; LANGBEIN; LEOPOLD, 1964). Dessa forma, segundo
Christofoletti (1980), podem acontecer mudanças de energia, que são prontamente absorvidas
pela própria estrutura do sistema, não ultrapassando os limites da sua capacidade de manter-se
equilibrado, portanto, não acarretando em mudança estrutural.
Nesse sentido, uma possibilidade de investigação é apontada pelo desacordo ou pela
falta de harmonia entre as formas relíquias (em estado de não-equilíbrio) e os processos atuais.
Esse aspecto do equilíbrio dinâmico possibilita o esclarecimento de questões relevantes que
envolvem as pesquisas quantitativas em Geomorfologia, uma das quais é verificar as variações
de intensidades de degradação dentro de segmentos de paisagens considerados equilibrados
(CHRISTOFOLETTI, 1980).
Entretanto, uma limitação é posta em questão, uma vez que a informação contida
nas formas históricas, sobre os seus eventos de formação, é perdida quanto mais remota fica no
passado, de modo que algumas formas guardam apenas evidências de mudanças muito recentes,
25
(2014) acrescenta que os eventos de precipitações excepcionais, mesmo sem gerar vazões com
grande aporte hidráulico, são responsáveis por profundas modificações na morfologia dos
canais. Nesse sentido, a densidade de drenagem tende a ser maior nesses ambientes, devido à
predominância do escoamento superficial, que desencadeia mais facilmente os processos que
dão origem a novos canais.
Média Ponderada Ordenada (MPO) e Combinação Linear Ponderada (CLP) como as mais
amplamente empregadas.
0 ------------------------ 1
Fonte: Elaborado pelo autor
(z − 𝐿𝑖 )
𝐹𝑝(𝑧) = [ ] . 255 [2]
𝐿𝑠 − 𝐿𝑖
Figura 6 - Gráficos das funções de pertinência fuzzy e pertinência booleana (Em que: Li,
é o limite inferior; Ls é o limite superior; Pc é o ponto de crossover)
ambas, uma vez que a função booleana possui quebras abruptas entre os limiares de pertinência
e não pertinência ao conjunto (A), recebendo apenas os valores extremos de 0 e 255. Por outro
lado, as funções fuzzy se caracterizam por apresentar uma região de transição entre a pertinência
e a não pertinência ao conjunto (A), recebendo valores ajustados que vão de 0 a 255.
𝐴𝑤 = 𝜆𝑚𝑎𝑥 . 𝑤 [4]
𝜆𝑚𝑎𝑥 −𝑛
𝐼𝐶 = [5]
n−1
IC
𝑅𝐶 = [6]
IR
38
A CLP é dada pela soma dos produtos dos pesos de cada classe pelo respectivo peso
do seu plano de informação, dividido pela soma dos pesos de cada plano de informação
(EASTMAN, 2009), conforme indicado pela Equação 7. Onde: (Wij) é o peso das classes (i)
pertencente ao plano de informação (j); (yj) é o peso do plano de informação (j).
∑𝑛
𝑖=1 𝑤𝑖𝑗 .𝑦𝑗
𝐶𝐿𝑃 = ∑𝑛
[7]
𝑖=1 𝑦𝑗
Para Moreira et al. (2001), o método de atribuir pesos a parâmetros que constituem
uma sequência de eventos lógicos, fazendo uso de operações aritméticas para determinar a
tomada de decisão, é conhecida na área de inteligência artificial como equação neuronal de
Rosenblat. Na qual, a definição dos pesos pode ser aplicada com base em relações heurísticas,
pautadas no conhecimento e na experiência dos tomadores de decisão, ou utilizando técnicas
da lógica fuzzy, onde são definidos limiares de confiança.
A aplicação dessas técnicas, em mapeamentos integrados com o uso dos SIGs,
segue princípios semelhantes. A CLP, apesar de absorver toda a variabilidade dos dados de
entrada, permite com que os fatores se compensem mutuamente, constituindo um modelo
cognitivo ajustado para reter os valores médios, em detrimento dos extremos.
Segundo Eastman (1998), na CLP, um escore baixo para determinado critério pode
ser prontamente compensado por um escore alto para outro critério, e vice-versa. A forma como
ocorre essa compensação, entretanto, é determinada pelos pesos de prioridade de cada critério.
Dessa forma, a CLP admite a compensação máxima entre os fatores, assumindo um risco médio
de que a decisão indicada não seja a ideal, ou seja, situa-se exatamente no centro dos operadores
booleanos AND (mínimo), aversão extrema ao risco, e OR (máximo), aceitação plena do risco.
O resultado da CLP é um mapa que tolera o risco médio e se fundamenta na média
aritmética ponderada dos critérios de análise. Segundo Malczewski (2000), esses mapas se
caracterizam pela compensação total entre os fatores. Indicando soluções nem muito arriscadas,
nem muito conservadoras em relação ao risco.
1
𝑅𝑖𝑠𝑐𝑜 = ∗ ∑𝑖 [(𝑛 − 𝑖) ∗ 𝑂𝑖] [8]
n−1
1
𝑛 ∑𝑖(𝑂𝑖− )²
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑒𝑛𝑠𝑎çã𝑜 = 1 − √ 𝑛
[9]
𝑛−1
Os pesos de ordenação podem tender tanto para o risco mínimo, de aversão ao risco;
como para o máximo, de aceitação ao risco. Quando os pesos são distribuídos igualmente para
todos os critérios, assume-se um risco médio com a máxima compensação entre os fatores
(EASTMAN, 1998). A Figura 6 mostra o espaço de decisão estratégica, com ajustamento em
relação ao risco e à compensação. A posição mais à esquerda, à direita ou ao centro definirá o
nível de risco assumido pelo modelo no processo de tomada de decisão.
3 METODOLOGIA
utilizado é o Determinístico de Oito Direções (D8), proposto por O’Callaghan e Mark (1984),
segundo o qual a orientação do fluxo é definida conforme oito possíveis direções. A escolha do
direcionamento se fundamenta na declividade relativa das oito células vizinhas no MDE.
A rede de drenagem foi extraída de forma automática pelo método D8, a partir do
MDE/SRTM hidrologicamente consistente, com o preenchimento das depressões internas
(sinks). Nesse caso, foram geradas as direções de fluxo e o acúmulo de fluxo. Para este último
foi definido o limiar de 450.000 m², equivalente a 500 pixels de resolução espacial de 30 metros,
para a iniciação das linhas de fluxo, ou seja, é necessária uma área de contribuição de fluxos
igual ou superior a esse limiar para que o fluxo seja concentrado e canalizado.
A extração automática dos canais de fluxo acumulado através de Modelos Digitais
de Elevação, como o SRTM, tem demostrado correspondência quase total com a rede de
drenagem vetorizada manualmente a partir de imagens óticas de média a alta resolução
(JENSON; DOMINGUES, 1988).
A rede de drenagem da bacia do alto e médio Mundaú, extraída automaticamente
através do MDE/SRTM, foi validada pela correspondência com a base de dados vetoriais da
Secretaria de Recursos Hídricos (SRH, 2017). Os canais principais, que apresentam maior
sinuosidade e requerem um nível de detalhamento maior, foram vetorizados manualmente a
partir de imagens de satélite, disponibilizadas gratuitamente pelo Google Earth.
A delimitação da bacia hidrográfica foi realizada com base na rede de drenagem e
nas curvas de nível geradas automaticamente a partir do MDE/SRTM. De posse desses dois
produtos, foi realizada a vetorização dos limites da bacia, seguindo os limiares dos divisores de
drenagem.
O mapa de tipo hidrológico dos solos foi elaborado a partir do mapa de solos do
Zoneamento Agrícola do Estado do Ceará de 1988, elaborado pela então Secretaria de
Agricultura e Reforma Agrária (SEARA), em parceria com o Instituto do Desenvolvimento
Agrário do Ceará (IDACE), na escala de 1:200.000, como base no Levantamento Exploratório
Reconhecimento do Solos do Estado do Ceará, realizado pela Sudene em parceria com o
Ministério da Agricultura, na escala 1:600.000 (BRASIL, 1973).
A nomenclatura dos solos foi atualizada para o Sistema Brasileiro de Classificação
dos Solos (EMBRAPA, 2006). As classes de solo foram reclassificadas quanto ao seu tipo
hidrológico com base na proposta de Lombardi Neto et al. (1989) e Sartori (2004), adaptada
para os solos do Brasil, com amostras para o estado de São Paulo, que se baseiam na
classificação do Soil Conservation System (SCS, 1972).
De acordo com Sartori, Lombardi Neto e Genovez (2005), diante da falta de
recursos em pesquisas aplicadas para identificação da taxa de infiltração dos solos, a
classificação hidrológica dos solos é uma alternativa viável para estimativas de escoamento
50
1
∑𝑛
𝑖=1(𝑑² . 𝑥𝑖 )
𝑖
𝑋𝑝 = 𝑛 1
[10]
∑𝑖=1( )
𝑑²𝑖
Média: 943
Mediana: 922
Assimetria: -0,09
𝑛 𝑛
√∑𝑛𝑖=1(𝑥𝑖 − 𝑥0 )2
𝑀𝑄𝐸 = [12]
𝑛
54
O critério declividade foi realocado usando uma função senoidal crescente, com
pontos de inflexão mínimo de 0° e máximo de 45°. Assim, os valores acima de 45°, receberam
o valor de 255, enquanto o intervalo definido pelos pontos de inflexão foi ajustado pela função
de pertinência. O critério pluviosidade foi realocado por uma função de pertinência linear
56
crescente, com pontos mínimo de 826mm e máximo de 1059 mm. Esse intervalo corresponde
à variação das médias pluviométricas da bacia e foi completamente ajustado pela função de
pertinência.
Por outro lado, as classes dos critérios uso e cobertura do solo e grupo hidrológico
do solo foram realocadas, atribuindo-se valores específico na escala fuzzy, definidos com base
no coeficiente de escoamento superficial médio de cada classe, definido por McCuem (1998).
O método Analytic Hierarchy Process (AHP) foi aplicado para definir os pesos de
prioridades relativas entre os critérios selecionados, através da construção de uma matriz de
comparação pareada. A vantagem desse método é dividir o julgamento de prioridade entre os
critérios em comparações em pares, para depois agregar esses valores em um peso único para
cada critério. A Figura13 mostra a divisão do problema de decisão da pesquisa pelo método
AHP.
4 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOAMBIENTAL
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
base, em alguns casos (CPRM, 2003). O Mapa 2 espacializa os domínios geológicos da bacia
do alto e médio curso do rio Mundaú.
Foram observadas concreções lateríticas no topo da superfície tabular
correspondente à unidade sedimentar Formação Barreiras no setor norte da bacia, não
contemplados pelas escalas de mapeamentos pré-existentes (Figura 14). King (1956) relatou a
ocorrência de concreções resistentes à meteorização na Formação Barreiras, pela cimentação
por sílica, constituindo carapaças que sustentam elevações e escarpas.
MAPA GEOLÓGICO
Mapa 2 – Geologico da
bacia do Alto e Médio
Mundaú
65
encontra-se flanqueado por uma zona de cisalhamento contracional a leste e uma zona de
cisalhamento transcorrente dextral a oeste (CPRM, 2003).
De acordo com Souza Filho (1999), o legado da deformação brasiliana se manifesta,
na área de estudo, como uma extensa faixa de dobramentos entre zonas de cisalhamento
compressional denominada de falhas de empurrão, caracterizando um regime tectônico
compressional com movimento de massa dirigido preferencialmente de norte para sul,
identificado pelas zonas de cisalhamento de baixo ângulo, representadas na morfologia por
lineamentos estruturais retilíneos ou ligeiramente curvilíneos.
No domínio das rochas plutônicas brasilianas, fortemente correlacionadas ao
Maciço de Uruburetama na área de estudo, predomina um regime de caráter rúptil, com padrões
de faturamento formando pares conjugados de orientações E-W, N-S e NE-SW/NW-SE
(SOUZA FILHO, 1999). Por outro lado, o domínio de rochas metaplutônicas pré-brasilianas de
alto grau metamórfico apresentam padrão estrutural muito complexo, com traços e foliação
muito irregulares.
As orientações dos padrões de fraturamento condizem, em parte, com a orientação
das zonas de cisalhamento brasilianas, mas, em outra parte, correspondentes às orientações N-
S e NW-SE, mostram-se mais difíceis de serem explicadas. De acordo com Vauches et al.
(1995), a configuração atual da Província Borborema exibe um mosaico de domínios
justapostos ao longo de zonas de cisalhamento, de direção predominante NE-SW e E-W,
formados durante a Orogênese Brasiliana.
Após o evento de deformação brasiliana, a Província Borborema foi submetida a
um período de estabilidade tectônica que durou até o Mesozoico (ALMEIDA, 1967; BRITO
NEVES, 1999). Desde então, os processos de dispersão do supercontinente Pangea, juntamente
com a abertura do oceano Atlântico, foram responsáveis pela formação da margem continental
passiva transformante do Nordeste brasileiro, caracterizado pela abertura de uma série de rifts,
e por reativações de antigas zonas de cisalhamento (PEULVAST; CLAUDINO SALES, 2007).
As zonas de cisalhamento de direção NE-SW e E-W, decorrentes da deformação
dúctil/rúptil durante a Orogênese Brasiliana, foram reativadas no Cretáceo, durante a separação
da América do Sul e da África. Dessa forma, enquanto a abertura do Atlântico Sul se alastrava
para o norte, essa região foi submetida à esforços distensivos de direção SE-NW (sudeste –
noroeste), mudando o direcionamento para E-W, ao final do Barremiano, em função de um
afastamento, a partir de então, anti-horário da América do Sul em relação à África (MATOS,
1992, 2000).
69
Além das cristas alongadas de topo aguçado, ocorrem formas de topo convexo nas
áreas mais úmidas, com vertentes curtas e íngremes. De acordo com Beaudet e Coque (1994),
essas colinas de topo convexo e base côncava recobertas por colúvios, conhecidas como meias
laranjas, são comuns em áreas úmidas e são características da tropicalidade. Todavia, as
ocorrências de relevos do tipo meias laranjas, comuns no platô do Maciço de Uruburetama
(Figura 18), não apresentam atualmente a mata úmida característica, provavelmente suprimida
pelas atividades socioeconômicas, como, por exemplo, a bananicultura.
73
Figura 20 - Leito rochoso com matacões no alto curso do rio Mundaú, Uruburetama, CE
DECLIVIDADE
Mapa 3 - Declividade da bacia do
Alto e Médio Mundaú
78
Souza (2000) denomina essa superfície de Sertões de Centro Norte, sobre a qual
desenvolve-se um relevo moderadamente dissecado em colinas rasas e interflúvios tabulares.
Essa superfície erosiva rebaixada só é interrompida pelos tabuleiros sedimentares pré-litorâneos
que margeiam as porções leste e norte da bacia. As planícies fluviais ou aluviais ocorrem de
forma descontínua nas áreas aplainadas ao longo das bordas dos principais cursos fluviais,
assim como as planícies flúvio-lacustres e lacustres.
De acordo com Peulvast e Bétard (2015), várias cristas residuais e inselbergs
flanqueiam o maciço de Uruburetama, principalmente nas porções sul e oeste, onde as
condições semiáridas atuais são mais severas, proporcionando a remoção do regolito e o
isolamento das formas mais resistentes à intemperização e à erosão. Embora em menor número,
essas formas também podem ser identificadas na porção oriental do maciço, na área pediplanada
à jusante das cabeceiras da bacia do rio Mundaú.
Na área de estudo, a ocorrência de cristas residuais em regiões interfluviais,
próximas ao maciço de Uruburetama, ao longo dos principais vales (Figura 24), indica que a
sua manutenção em relevo positivo se deve muito mais à posição intermediária em relação ao
encaixe da rede de drenagem do que propriamente a uma resistência excepcional à erosão.
Por outro lado, os inselbergs (Figura 25) truncam a superfície pediplanada bastante
arrasada pela erosão, independentemente de sua proximidade em relação ao maciço ou posição
em relação à rede de drenagem pré-estabelecida, demonstrando serem formas essencialmente
de resistência diferenciada. Twidale (1968) define inselbergs como relevos residuais isolados
que se projetam a partir de um nível de base geral, definido pela planície circundante,
característicos de regiões tropicais. Entretanto, mais tarde o próprio autor renega a restrição
dessas formas aos ambientes tropicais (TWIDALE, 1982).
As planícies fluviais, também chamadas de aluviais (Figura 28), são as formas mais
características de acumulação fluvial. Essas planícies acompanham longitudinalmente os
principais coletores de drenagem, alargando-se em direção à jusante, devido ao aumento do
aporte de sedimentos em decorrência da diminuição do gradiente fluvial (SOUZA, 1988).
Na bacia em estudo, verifica-se que com a suavização do perfil longitudinal sobre
a área aplainada, a partir da ruptura topográfica com o Maciço de Uruburetama, as planícies
fluviais passam a ocorrer de forma descontínua ao longo das áreas inundáveis, próximas aos
leitos fluviais, tanto do rio Mundaú como de seus afluentes, como é o caso do riacho do Ipú
(Figura 28).
83
A caracterização dos solos da bacia do alto e médio curso do rio Mundaú foi de
fundamental importância na classificação do seu potencial hidrológico natural e
susceptibilidade à erosão, uma vez que permitiu classificar cada classe de solo quanto ao seu
grupo hidrológico de acordo com suas características fisiográficas naturais, atribuídas a partir
do mapeamento pedológico (SEARA, 1988).
Os solos da bacia matêm estreita relação com os componentes topográficos e
geomorfológicos da área. No domínio das cabeceiras de drenagem, sobre as encostas mais
internas do Maciço de Uruburetama, predominam os Argissolos Vermelho Amarelo (PVA), de
textura arenosa a argilosa, com argila de baixa atividade e variações abrúptico, plíntico;
geralmente bem drenados, apresentando profundidade média a alta. Os Argissolos Vermelho
Amarelo também ocorrem na baixa encosta, no sopé do maciço de Uruburetama. Estes se
caracterizam pela textura média argilosa e cascalhenta (BRANDÃO, 2003; SEARA, 1988).
84
De acordo com Sartori, Lombardi Neto e Genovez (2005), os Argissolos não são
hidromórficos e apresentam horizontes bem definidos, representados pela sequência A, E
(podendo estar ausente), Bt (textural) e C. Entretanto, quando ocorre mudança textural abrupta,
a baixa condutividade hidráulica no topo do horizonte Bt pode provocar a hidromorfia
temporária durante o período chuvoso, levando a altas taxas de escoamento superficial.
Nas encostas externas mais íngremes do maciço de Uruburetama e nas cristas
residuais da bacia ocorrem os Neossolos Litólicos (RL), de textura arenosa a média cascalhenta
e fase pedregosa, associados a afloramentos de rocha. São solos rasos, pouco desenvolvidos,
não hidromórficos e bem drenados. Esses solos se caracterizam por apresentar horizonte A em
contato direto com a rocha parental ou sobre um horizonte C pouco espesso (SEARA, 1988;
BRANDÃO, 2003). Segundo Sartori, Lombardi Neto e Genovez (2005), os Neossolos Litólicos
são muito favoráveis ao escoamento superficial em decorrência da baixa capacidade de
infiltração, refletindo em maior susceptibilidade aos processos erosivos. O Mapa 4 representa
a distribuição da cobertura pedológica na bacia do alto e medio curso do rio Mundaú.
85
MAPA DE SOLOS
Mapa 4 – Pedológico da bacia do Alto e Médio Mundaú
86
No domínio das superfícies erosivas rebaixadas que se estende ao sopé das vertentes
norte do maciço de Uruburetama, verificam-se os Neossolos Regolíticos (RR). Segundo
Marques et al. (2014), esses solos se caracterizam pela pequena diferenciação de seus
horizontes A, C e R ou A, C, profundidade baixa e textura arenosa a média, com baixa
capacidade de retenção de água e elevado potencial de escoamento superficial. São solos típicos
do regime climático semiárido do Nordeste brasileiro.
As áreas pediplanadas mais afastadas do maciço de Uruburetama são cobertas por
Planossolos Háplicos (SX), especificamente ao norte da bacia. No entorno do açude Gameleira,
ocorre uma associação de Planossolos Háplicos e Nátricos (SX + SN), ambos de textura arenosa
a média (SEARA, 1988). Segundo Brandão (2003), esses solos foram desenvolvidos sobre o
complexo litológico gnáissico-migmatítico e apresentam-se moderadamente rasos, composto
de horizontes A e Bt (textural), caracterizando-se pela baixa permeabilidade e argila de alta
atividade, ficando encharcados no período de chuva e se fendilhando no período seco, devido
a sua elevada expansividade. Os Planossolos, em decorrência de sua deficiência de
condutividade hidráulica, favorecem a altas taxas de escoamento superficial (BRANDÃO,
2003; SARTORI; LOMBARDI NETO; GENOVEZ, 2005).
Ao nordeste da bacia, ocorre uma faixa estreita correspondente à margem esquerda
do rio Mundaú, pertencente ao domínio dos tabuleiros costeiros. Essa unidade é recoberta por
Latossolos Amarelos (LA) de textura arenosa a média (SEARA, 1988). Os Latossolos
Amarelos ocorrem também em associação com Argissolos Vermelho Amarelo em um pequeno
sobressalto topográfico ao norte da bacia, mantido por capeamento laterítico. O Quadro 10
resume as classes de solo, seus respectivos tipos hidrológicos e potencial de escoamento
superficial de acordo com Sartori (2004).
Quadro 10 - Tipo hidrológico dos solos da bacia do alto e médio curso do rio Mundaú
Grupo Potencial para o
Classificação dos Solos SiBCS (2006) Hidrológico Escoamento
(SCS) Superficial
Argissolos Vermelho Amarelo (PVA) C Alto
Neossolos Litólico (RL) D Muito Alto
Neossolos Regolítico (RR) D Muito Alto
Latossolos Amarelo (LA) B Moderado
Latossolos Amarelos + Argissolos Vermelho Amarelo (LA + PVA) B Moderado
Planossolos Háplico (SX) D Muito Alto
Planossolos Háplico + Planossolos Nátrico (SX + SN) D Muito Alto
Fonte: Elaborado pelo autor / Dados: SEARA, 1988/ Classificação: Sartori, 2004
87
A área de estudo pode ser enquadrada, na classificação proposta por Nimer (1989),
sob o domínio de regime climático tropical semiárido quente, com período de seis a oito meses
de seca. Segundo Souza e Oliveira (2006), uma exceção é encontrada na área sob influência de
mesoclima de altitude no maciço residual de Uruburetama, onde as condições se aproximam do
tropical subúmido (Aw) da classificação de Köppen (1936).
As chuvas na região são controladas por diversos sistemas atmosféricos, dentre os
quais destacam-se as Frentes Frias do Atlântico Sul, a Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), os Vórtices Ciclônicos de Ar Superior (VCAS) e as ondas de leste (NOBRE, 1994).
Entretanto, a entrada e intensidade de ação dos sistemas de instabilidade são determinadas pela
semi-estacionariedade do anticiclone subtropical do Atlântico Sul, que permanece a maior parte
do ano dissipando as correntes perturbadoras, à medida que se aproximam da região Nordeste
do Brasil (NIMER, 1989).
Segundo Brandão et al. (2003), em decorrência do aumento da altitude, as áreas
sobre o maciço de Uruburetama apresentam um aumento da pluviometria anual, ditada pela
precipitação orográfica. De acordo com o autor, a pluviosidade também varia positivamente
com a proximidade ao litoral em direção ao norte da área. Constatou, ainda, que as temperaturas
médias anuais também são influenciadas pela altitude, em que, sob o domínio serrano, foi
verificada uma média de 25°C, enquanto que nas outras regiões esse valor aumenta para 28ºC.
Para a análise da precipitação pluviométrica, na bacia em estudo, foram analisados
dados disponibilizados pela Fundação Cearense de Meteorologia (FUNCEME, 2017) para uma
série histórica de 30 anos, coletados para os municípios de Uruburetama, Itapipoca, Itapagé e
Tururu. A Figura 30 representa a variação média mensal de precipitação para os postos
selecionados. Observa-se que a precipitação se concentra nos primeiros meses do ano, de
janeiro a maio, com máximas de outono, entre os meses de março e abril. Os postos com maior
média de precipitação, são respectivamente: Itapipoca, Uruburetama, Itapagé e Tururu. Esse
padrão se explica, em parte, pela proximidade ao litoral, em parte pela posição a barlavento do
maciço de Uruburetama.
88
MAPA DE PLUVIOSIDADE
Mapa 5 – Pluviométrico da bacia
do alto e médio Mundaú
90
Figura 32 - (A) Leito rochoso com ocorrência de queda d’água no alto curso do rio
Mundaú (B) leito aluvial com diques marginais no médio curso do rio Mundaú
Fonte: SAMPAIO, A. C. P
91
Os tipos de uso e a cobertura do solo da bacia do rio Mundaú estão muito associados
com os seus aspectos edáficos, climáticos e hidrológicos. Nesse sentido, a bananicultura, como
principal atividade agrícola, é estabelecida preferencialmente nos fundos de vales ou
concavidades (hollows) das vertentes, para o aproveitamento das melhores condições de
umidade dos solos nessas regiões, para onde convergem os fluxos subsuperficiais,
permanecendo úmido por muito mais tempo após o período da quadra chuvosa.
Além da bananicultura, foram constatadas em campo culturas de subsistência, a
exemplo do milho e feijão, que se caracterizam pela utilização de técnicas rudimentares de
manejo do solo. A atividade agrícola suprimiu a maior parte da cobertura vegetal nativa sobre
as vertentes orientais do maciço de Uruburetama. Quando em encostas íngremes, essas
atividades socioeconômicas podem acarretar na perda de estabilidade das encostas, pelo
aumento da produção de escoamento superficial e subsuperficial, aliado à perda de capacidade
protetora da vegetação contra os processos erosivos. A Figura 33 evidencia a ocupação da
atividade agrícola de bananicultura no maciço de Uruburetama.
Quanto à vegetação, a caatinga arbórea e arbustiva ocupa a maior parte do espaço
deixado pelas áreas cultivadas. Segundo Souza (1988), a caatinga chega a colonizar o maciço
até aproximadamente a cota de 700 metros de altitude. Para Gorayeb et al. (2005), a vegetação
do maciço de Uruburetama varia conforme a sua altitude, onde nas cotas mais elevadas
dominam a caatinga arbórea e a mata seca, e nas cotas mais baixas predominam a caatinga
arbustiva.
92
Fonte: SAMPAIO, A. C. P.
Fonte: BASTOS, F. H.
MAPA DO POTÊNCIAL DE
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Mapa 7 – Potencial de Escoamento Superficial da
Bacia do Alto e Médio Mundaú
97
com o grupo hidrológico do solo e a pluviosidade na bacia. Nesse modelo, as áreas com maior
aptidão ao escoamento em superfície foram definidas nas vertentes e nas áreas pediplanadas ao
sopé da porção nordeste do maciço de Uruburetama, nas cercanias do município de Itapipoca,
alterando bruscamente para baixo potencial de escoamento na porção sudeste da bacia, como
pode ser verificado na Figura 35 (B).
Esses dois mapas (risco mínimo e máximo) demostraram que o fator declividade é
o mais seguro na definição do potencial de escoamento superficial no modelo proposto para a
bacia hidrográfica do Alto e Médio Mundaú. Isso se deve, em parte, ao fato dos maiores declives
estarem diretamente relacionados com outros fatores que reafirmam a geração de fluxos
superficiais, como a precipitação elevada e a presença de solos rasos, evidenciando um mecanismo
de retroalimentação (feedback) positiva.
Esse resultado condiz com alguns estudos que apontam a declividade como critério
mais relevante na determinação da susceptibilidade à erosão dos solos, cujo escoamento
superficial e subsuperficial são reconhecidamente os principais agentes erosivos (ABELLA;
99
VAN WESTEN, 2007; AYALEW; YAMAGISHI; UGAWA, 2004; BRITO; WEBER; SILVA
FILHO, 2017).
Por outro lado, os fatores pluviosidade e grupo hidrológico dos solos se mostraram
com uma incerteza maior na definição das áreas mais susceptíveis ao escoamento superficial,
não sendo recomendado de serem usados sozinhos na definição do potencial de escoamento. A
compensação entre os fatores foi a mesma em ambos os mapas gerados pela MPO (87%).
Essa metodologia permite a elaboração de quantos mapas forem possíveis,
ajustando-se o nível de risco na tomada de decisão e a compensação entre os fatores. Portanto,
conforme afirma Malczewski (1999), nem sempre a solução de menor risco é a mais adequada.
O mapa de acúmulo de fluxo, ponderado pelo raster de potencial de escoamento
superficial gerado pelo método da CLP, permitiu visualizar os trechos da rede de drenagem
onde ocorrem as maiores concentrações do fluxo superficial, de acordo com as características
físicas da bacia. A Figura 36 mostra a distribuição do fluxo acumulado na rede de drenagem.
A análise desses dados permitiu reconhecer que o fluxo tende a se concentrar mais
rapidamente, ou seja, com menor distância dos divisores de água, no domínio das cabeceiras
do rio Mundaú, nas vertentes situadas a leste do Maciço de Uruburetama. Todavia, como é
intuitivo, as maiores concentrações de fluxo se dão ao longo do médio curso do rio Mundaú,
atingindo o máximo na interseção com o açude Gameleira.
Segundo Coelho Netto (1995), a geometria dos canais e das vertentes são de
fundamental importância para a compreensão da dinâmica hidrológica e erosiva de uma bacia
hidrográfica. Dessa forma, a análise topográfica pode subsidiar o entendimento do potencial
hidrológico de uma bacia.
A análise do perfil longitudinal do alto e médio curso do rio Mundaú (Figura 37),
demostra que este apresenta um perfil de equilíbrio aproximado da maturidade. Entretanto, em
seu alto curso, apresenta muitos desníveis topográficos (knickpoints), que podem estar
associados às descontinuidades estruturais ou tectônicas.
700
600
Altitude (m)
500
400
300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60
Distância (Km)
600
500
400
300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60
Distância (Km)
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A modelagem espacial das médias pluviométricas da bacia teve que ser ajustada,
em virtude da falta de dados na parte norte da bacia. Os dados dos postos pluviométricos
existentes foram interpolados pelo método da krigagem ordinária, resultando em um modelo
muito impreciso, principalmente nas áreas com ausência de dados, onde houve apenas uma
extrapolação matemática. Para melhorar a precisão da interpolação, foi necessário primeiro
modelar postos pluviométricos aleatórios ao norte da bacia, usando o método do Inverso do
Quadrado da Distância (IDW), para então interpolar os dados originais junto com os inferidos
matematicamente, resultando em um modelo mais adequado.
O modelo do potencial de escoamento superficial desenvolvido na referida pesquisa
fornece material de suporte para o ordenamento do uso do solo e implementações de medidas
conservacionistas na bacia do alto e médio Mundaú. Por outro lado, a proposta metodológica
apresenta potencialidade de aplicação em outras bacias semiáridas com característica
geoambientais semelhantes.
Os resultados reforçam a importância do fator declividade na determinação das
taxas de escoamento superficial, já preconizada pela literatura especializada, corroborando com
outros estudos que apontam esse fator como o mais importante na caracterização da
susceptibilidade à erosão dos solos (ABELLA; VAN WESTEN, 2007; AYALEW;
YAMAGISHI; UGAWA, 2004).
No entanto, a compensação entre os demais fatores permitiu uma representação
mais verdadeira, possibilitando que áreas de declividade acentuada fossem compensadas por
outros fatores menos propensos ao escoamento superficial, como a ocorrência de solos
profundo e de cobertura vegetal. Em contrapartida, a combinação de fatores propícios ao
escoamento em superfície reforçou ainda mais as áreas de maior potencial, ressaltando os locais
que necessitam de atenção especial.
104
REFERÊNCIAS
ABELLA, E. A. C.; VAN WESTEN, C. J. Generation of a landslide risk index map for Cuba
using spatial multi-criteria evaluation. Landslides, v. 4, n. 4, p. 311-325, jul./set. 2007.
ARTHAUD, M. H.; CABY, R.; FUCK, R. A.; DANTAS, E. L.; PARENTE, C. V. Geology
of the northern Borborema Province, NE Brazil and its correlation with Nigeria, NW Africa.
In: PANKHURST, R. J.; TROUW, R. A. J.; BRITO NEVES, B. B.; DE WIT, M. J. (Eds.).
West Gondwana: Pre- Cenozoic Correlations Across the South Atlantic Region. London:
The Geological Society of London, 2008. p. 49-67.
AYALEW, L.; YAMAGISHI, H.; UGAWA, N. Landslide susceptibility mapping using GIS-
based weighted linear combination, the case in Tsugawa area of Agano River, Niigata
Prefecture, Japan. Landslides, v. 1, n. 1, p.73-81, fev. 2004.
BARSI, J. A.; LEE, K.; KVARAN, G.; MARKHAM, B. L.; PEDELTY, J. A. The Spectral
Response of the Landsat-8 Operational Land Imager. Remote Sensing, v. 6, n. 10, p. 10232-
10251, out. 2014.
BEAUDET, G.; COQUE, R. Reliefs et modelés des régions tropicales humides: mythes, faits
et hypothèses. Annales de Géographie, n. 577, p. 227-254, 1994.
105
BRITO NEVES, B. B. de. América do Sul: quatro fusões, quatro fissões e o processo
acrecionário andino. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS TECTÔNICOS, 7., 1999,
Lençois, BA. Anais ... Lençois BA: SBG-BA, 1999. p.11-13.
CABY, R.; ARTHAUD, M. H. Major Precambrian nappes of the Brazilian belt, Ceará,
northeast Brazil. Geology, v. 14, n. 10, p. 871-874, out. 1986.
Rio Jaguaribe: relatório final. Recife, DNPM/CPRM, 1976. 306 p. Disponível em:
<http://rigeo.cprm.gov.br/xmlui/handle/doc/9327>. Acesso em: 13 jun. 2017.
CEREDA JUNIOR, A.; RÖHM, S. A.; LOLLO, J. A. Mapeamento com uso de análise
multicritério e lógica fuzzy como subsídio ao planejamento urbano e Regional. In:
ENCUENTRO DE GEÓGRAFOS DE AMERICA LATINA, 12., 2009, Montevideo. Anais...
Montevideo: 2009. p. 1-2.
______. Carta Geológica Irauçuba SA.24Y-D-V. [s.l.]: CPRM, 1999. Escala 1:100.000.
CROSBY, B. T.; WHIPPLE, K. X. The role of knickpoints in the Waipaoa River: basin-wide
communicator of base level fall or consequence of an erosional threshold?. Geological
Society of America, v. 36, n. 5, p. 305, 2004.
DENT, B. D.; TORGUSON, J.; HODLER, T. Cartography: Thematic Map Design. 6. ed.
Georgia: McGraw-Hill, 2009. 368p.
______. IDRISI kilimanjaro: guide to GIS and image processing. Worcester: Clark
University, 2003. 306 p.
______. IDRISI 32 release 2: Guide to GIS and image processing. Worcester: Clark
University, 2001. 140p.
______. IDRISI for Windows Version 2: tutorial exercises. Worcester: Clark University,
1997.
108
FAIRFIELD, J.; LEYMARIE, P. Drainage networks from grid digital elevation models.
Water Resources Research, v. 27, n. 5, p.709-717, maio. 1991.
FARR, T. G.; ROSEN, P. A.; CARO, E.; CRIPPEN, R.; DUREN, R.; HENSLEY, S.;
KOBRICK, M.; PALLER, M.; RODRIGUEZ, E.; ROTH, L.; SEAL, D.; SHAFFER, S.;
SHIMADA, J.; UMLAND, J.; WERNER, M.; OSKIN, M.; BURBANK, D.; ALSDORF, D.
The Shuttle Radar Topography Mission. Review of Geophysics, v. 45, n. 2, p. 1-33, maio.
2007.
FERREIRA, V. P.; SIAL, A. N.; JARDIM DE SÁ, E. F. Geochemical and isotopic signatures
of Proterozoic granitoids in terranes of the Borborema structural province, northeastern
Brazil. Journal of South American Earth Sciences, Oxford, v. 11, n. 5, p. 439-455, 1998.
GRAF, W. L. Fluvial Process in Dryland Rivers. Caldwell: The Blackburn Press, 1988.
GRANDZOL, J. R. Improving the Faculty Selection Process in Higher Education: A Case for
the Analytic Hierarchy Process. Bloomsburg University of Pennsylvania. Institutional
Research Applications, v. 6, p. 1-13, ago. 2005.
GUERRA, A. J. T.; BOTELHO, R. G. M. Erosão dos solos. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A.
J. T (Orgs.). Geomorfologia do Brasil. 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. p. 181-
227.
HOOK, J.; MANT, J. Morpho-dynamics of Ephemeral Streams. In: BULL, L. J.; KIRKBY,
M. J. (Ed.). Dryland Rivers: hydrology and geomorphology of semi-arid channels. England:
John Wiley & Sons, 2002, p. 173-204.
KERRY, R.; OLIVER, M. A. Comparing Sampling Needs for Variograms of Soil Properties
Computed by the Method of Moments and Residual Maximum Likelihood. Geoderma, v.
140, n. 4, p. 383-396, 2007.
KIRKBY, M. J. Modelling some influences of soil erosion, landslides and valley gradient on
drainage density and hollow development. In: AHNERT, Frank (Ed.) Geomorphological
models: theoretical and empirical aspects. Cremlingen: Catena Verlag, 1987. p. 1-14.
KOPPEN, W. Das Geographische System der Klimate. In: KOPPEN, W.; GEIGER, G (Eds.).
Handbuch der Klimatologie. Berlin: Gebrüder Bornträger, 1936. p. 1 – 44.
111
LOMBARDI NETO, F.; BELLINAZZI JÚNIOR, R.; GALETI, P. A.; BERTOLINI, D.;
LEPSCH, I. F.; OLIVEIRA, J. B. Nova abordagem para cálculo de espaçamento entre
terraços. In: SIMPÓSIO SOBRE TERRACEAMENTO AGRÍCOLA, 1., 1988, Campinas.
Anais... Campinas: Fundação Cargill, 1989. p. 99-124.
______. On the use of Weighted Linear Combination method in GIS: Common and best
practice approaches. Transactions in GIS, Oxford, v. 4, n.1, p. 5-22, 2000.
______. GIS and multicriteria decision analysis. New York: John Wiley, 1999. 362p.
MATOS, R. M. D. Tectonic evolution of the Equatorial South Atlantic. In: MOHRIAK, W.;
TALWANI, M. (Ed.). Atlantic Rift in Continental Marins. Natal: E&P-RNCE, 2000.
p.331-354.
______. The northeast Brazilian rift system. Tectonics, v. 11, n. 4, p. 766–791, ago. 1992.
112
MCCUEN, R. H. Hydrologic analysis and design. New Jersey: Prentice-hall, 1998, 814p.
SAATY, T. L. How to make a decision: The Analytic Hierarchy Process. European journal
of operational research, v. 48, n. 1, p. 9-26, 1990.
______. The analytic hierarchy process. New York: McGraw-Hill, 1980. 287p.
114
SCHUMM, S. A. Evolution of drainage systems and slopes in badlands at Perth Amboy, New
Jersey. Geological society of America bulletin, v. 67, n. 5, p. 597-646, 1956.
SOUZA, L. D. P.; SIRTOLI, A.; LIMA, M.; DONHA, A. Estudo do meio físico na avaliação
de bacias hidrográficas utilizadas como mananciais de abastecimento. In: ANDREOLI, C. V.;
CARNEIRO, C. Gestão Integrada de Mananciais de Abastecimento Eutrofizados.
Curitiba: SANEPAR – FINEP, 2005. p. 123 – 158.
URBANSKI, J. Integration of Geobia with GIS for semi-automatic land cover mapping
from Landsat 8 Imagery. Poland: GIS Centre, University of Gdansk, 2010. Disponível em:
<http://ocean.ug.edu.pl/~oceju/CentrumGIS/index.html>. Acesso em: 22 set. 2017.
VAUCHES, A.; NEVES, S. P.; CABY, R.; CORSINI, M.; EGYDIO-SILVA, M.;
ARTHAUD, M. H.; AMARO, V. E. The Borborema shear zone system, NE Brazil. Journal
of South American Earth Sciences, v. 8, n. 3/4, p. 247-266, 1995.
WILSON, J. P.; AGGETT, G.; DENG, Y.; LAM, C. S. Water in the Landscape: a review of
contemporary flow routing algorithms. In: ZHOU, Q.; LEES, B.; TANG, G. Advances in
Digital Terrain Analysis. [s.l.]: Springer, 2008. cap. 3, p.213-236.