Risos, ing�nuos de quem n�o experimentou a vida nas ruas
Diz, " N�o creio em mais nada"
Risos, de quem n�o teve tempo de encarar,
os fantasmas que passeiam pelas esquinas
Diz - " voc� de nada sabe "
e por isso esse orgulho morto
de quem n�o ganhou trof�u nenhum nem nunca teve uma m�o sincera que lhes amparasse porque ganhar qualquer pr�mio? de que vale ganhar algum m�rito se a lama � fresca, e sempre que a chuva deita h� mil homens encharcados de l�grimas e dil�vios internos que nunca mais param
Hoje sonhei que voc� n�o viria
e a pedidos de seu pai cantaremos uma can��o de gl�rias porque nos faltou f�, e nos sobrou sofrer mais agora que o p�o est� escasso e o homens lutam entre si para se valerem em qualquer tipo de situa��o usam de artimanhas apenas para acusarem uns aos outros, logo aqui, onde todos naufragam! parece que n�o h� de haver um simples aperto de m�o sem que nada possa ser ganho em troca.
a honestidade � uma quimera que de nada nos vale
uma quimera n�o, uma besta de olhos infantis uma besta n�o, um flagelo, uma imprud�ncia da vida quem precisa de palavras verdadeiras quando o mar � incendiado pela mentira o voto secreto, o lamacento palco de falsas promessas quem precisa de verdades, quando o sangue de mulheres inocentes � expelido sem pena enquanto elas dan�am quem precisa de verdades, quem precisa de rem�dios?
h� um crime real que cometemos a usar do artif�cio da culpa
e o criminoso, � aquele que n�o pode se colocar no lugar do outro porque sempre queremos o pr�prio bem, e nao o bem comum ( que tamb�m n�o existe ) disso j� estamos cansados de ouvir. N�o acredito nos jornais, n�o creio em cartas de tar� eu vejo o c�u arrodeados de nuvens p�lidas na manh� faminta crian�as enjauladas em suas iscas infrut�feras e sedentas de m�quinas eu vejo um futuro que j� est� ao meu lado onde tudo ser� o inverso de que vivi antes trocaremos os p�s pelas m�os os dedos pelos cabelos trocaremos o afeto pela rejei��o trocaremos o olhar pela dist�ncia trocaremos sem receio de qualquer c�u ou inferno o s�culo come�a com o Sol dos miser�veis sangrando os poderosos comer�o de nossas tripas em n�picias e aqueles que tamb�m querem um pouco de sangue comer�o seus pr�prios filhos na manh� noturna a �ltima trombeta dos massacrados de todo dia a �tima palavra dita , at� que a morte os separe