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eee eerea try [SEMINARIO CULTURA E POLITICA NA PRIMEIRA REPUBLICA: |PI=EIEU} CAMPANHA CIVILISTA NA BAHIA] BREVE HISTORICO DO ENSINO MEDIO NO BRASIL Rulian Rocha dos Santos’ Resumo: O presente artigo configura-se como parte de um trabalho monogréfico para a conclusdo do curso de licenciatura em histéria. Neste, so destacadas as reformas feducacionais que tiveram influéncia na estruturagao do ensino médio no ps desde 0 periodo imperial a “Republica Nova’. Além disso, o trabalho também se propée a destacar a educagao como um instrumento utiizado pelas elites de nosso pais ao longo de sua historia. Para isso, se fez necessério uma contextualizagdo do campo econdmico, social € politico de cada periodo, Palavras-chave: Educagao, reformas educacionais, ensino médio. 1. Introdugao ‘Ao longo da histéria da humanidade, a educagao, compreendida como toda comunicagao organizada para provocar formagao que implica ao menos duas pessoas (ou mais) ¢ um processo de transferéncia de uma pessoa para outra, exerce um papel protagor conjunto social. Este trabalho se insere no campo da historia da educagao que ainda possui uma diversidade de objetos de estudo que podem sofrer andlises fa na construgéo e reconstrugéo de um interpretativas capazes de contribuir para o desenvolvimento das discussées acerca do processo educacional. Em paises como o Brasil, os estudos com enfoque na historia da educacéo podem denunciar nao sé a estrutura da educagao brasileira como também os cenarios politico e econémico da sociedade de nosso pais ao longo de sua histéria enquanto nagdo. Sem duivida a educagao & um dos principais requisitos, se nao for o principal, para o * Graduando do curso de historia pela UESC eee eerea try [SEMINARIO CULTURA E POLITICA NA PRIMEIRA REPUBLICA: |PI=EIEU} CAMPANHA CIVILISTA NA BAHIA] desenvolvimento de uma nagao. As discussées acerca da educagao e de sua respectiva fungao social se apresentam constantemente ativas nos debates sobre a melhoria das condigées de vida da populagéo em geral. Para estudiosos de todas as areas do conhecimento, a educagéo se mostra como um poderoso elemento de transformagao da sociedade. Os investimentos educacionais tm como alterar a trajet6ria de um povo para um caminho com melhores condigées de ser trilhado. O principal fator de distingdo entre o homem e os demais animais 6 a cultura, que nada mais é que 0 conjunto das idéias e realizagées (materiais ¢ ndo- materiais) do ser humano. A partir deste ponto de vista, a educacao assume grande importancia, pois 6 a responsavel pela transmisséo, de geragéo em geracéo, através da linguagem, da cultura de um determinado povo, de uma civilizacao. A historia, enquanto uma ciéncia humana, e, portanto, com toda a sua carga de complexidade, tem a fungdo de construir, a partir do presente do historiador, uma visdo sobre o passado que nada mais é que uma investigacao interpretativa, e concomitante a esta podem surgir outras interpretaces de diversos angulos e com diferentes abordagens. © movimento iniciado por Marc Bloch e Lucien Febvre em 1929, na Franga, a Escola dos Annales, representou um marco de constituigéo de uma nova histéria. Antes deste movimento, predominava como foco principal dos estudos historiograficos as ideias e decisdes de grandes homens, as batalhas e estratégias diplométicas. A historiografia assumia um carater factualista. As propostas decorrentes dos Annales permitiram a aproximagao da histéria com outras areas do conhecimento, propiciando, assim, a interdisciplinaridade. Com isso, o campo de atuacao da histéria se expande, bem como suas fontes. A “histéria social” passa a ter a acep¢do de uma pratica historiografica que afirmava a prioridade dos fenémenos coletivos sobre os individuais, ou sej que propunha a histéria como ciéncia social O interesse pelo tema analisado partiu do fato de exercer 0 magistério hd quase dez anos no municipio de Una e de ter cursado o ensino médio na eee eerea try [SEMINARIO CULTURA E POLITICA NA PRIMEIRA REPUBLICA: |PI=EIEU} CAMPANHA CIVILISTA NA BAHIA] mesma. Como aponta Jacques Legof no texto “A operagao historiografica’, 0 historiador fala a partir de um lugar social, econdmico, politico, entre outros, que o influencia, direta ou indiretamente, em suas investigagdes, em sua visdo sobre 0 objeto pesquisado. 2. Histéria da educagao no Brasil Nos prim 1s tempos da histéria do Brasil a educagao assumia um carater de distintivo social, capaz de dar status. Apenas os descendentes das familias aristocréticas gozavam desse privilégio. Portanto, a educagao foi um instrumento utilizado pelos grupos dominantes. Os jesuitas ofertavam o nivel secundario com a denominagao de curso de Letras e 0 curso de Filosofia e Ciéncias. A educagéo nunca é neutra nem apolitica, pois envolve interesses que extrapolam 0 mbito escolar. (GONGALVES, 2005, p.13). No inicio do século XIX praticamente nao existia educagao formal no Brasil. Varios estabelecimentos de ensino secundario (0 equivalente hoje ao ensino médio) foram fechados com a expulsao dos jesuitas. Cabe ressaltar que esses estabelecimentos néo chegavam a vinte nesse periodo. O fechamento desses acabou atingindo aos filhos das classes dominantes. Um fato que modificou consideravelmente esse cenario foi a chegada em 1808 da familia real portuguesa ao Brasil apés sua fuga das tropas napoleénicas. A partir dai surgiu a preocupagao com a formacao das elites dirigentes do territério que passaria a condigao de reino unido. Posteriormente & independéncia do Brasil, }4 no perfodo regencial, mais especificamente no ano de 1834, foi criado um Ato Adicional que dava as provincias 0 direito de regular sobre instrugéo publica e estabelecimentos proprios a promové-las. Com isso, surgiram os liceus que tinham como

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