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‘A misica de nossoe dias deve: rocesso de P ‘cons ve ‘constitu o Unico agpectoInalteravel de nossa existénca. HL J. Koottreutter Mais um tno de valor a EDHTORA MOVIMENTO DE UMA NOVA ESTETICA DA MUSICA fA LLKOELLREUTIER_TERMINOLOGIA DE UMA NOVA ESTETICA Dre vcveuss eva “cusridon do Picosco evisto ‘chile Moro 1990 Direitos desta edigdo resorvados & Edita Movimenta Fue Banco Ingle, 252 ~ To. (512) 9.76.45 Morro Sena Toros 90240 Porto Alegre ~FS ~ Bras PREFACIO Este 6-um trabalho incompleto. € sempre seré incom- pleto, Pois, em cansequéncia da aceleragdo cientitica, isto 6, 68 rapidez com que evoluem as ciéncias e a tecnologia fem nosso tempo, palavrase termas tecnicos tornam-se capi omante desgastados © inaproveitaves. ’A nova imagem do mundo, resultante de descobertas na ea de fisioa ea reviravola radical do pensamento huma fo, obrigam constantemente & revise profunda o pormeno- fizada da estética da arte e, principalmente, da teminclogia dd queestase serve, Acontece que, tanto alinguagom comum, ‘quanto a terminologia especializaéa tradicional, ose torn: fam Inexatas om relag20 908 novas concellos, ou sé mostram fotelmente inadequadas para a descrigéo da nova realidade attistiea e para a precisa0 com que dover ser analisadas ® avaliadas as obras musicals do passado e do presente, para tus interpretagso » aun apreciacho estética Diante de tal situagdo, inimeros texmos téenicos no servem a0 novo campo de pesquisa @ ivestigardo cientitica, ois tanto as realidades cletificas quanto 8s artisticas ce nosso tempo {ranscenden a légica tradicional. Alm disso, lim consideravel nimero de conceites e termos tecnicos de ciéncias continantes ("Grenzwiesenschatten”), ousoja,clén- fas sem as quale @ arte musical nBo pode ser estudda a fundo, torna-se, cada vaz mais, indlspensével para o estudo lobalizante, ov sea, integral a estética eda leoriamusical Em conseauaeta disso @ de um intenso e continuo inter cetimbio do experiénciae © idélas no mundo intoiro, estética 6 teorla musical requerem, hoje mals que nunca, detinigbes Glaras inequivocas @ sem ambiguidade.€ por isso que estéti= € leoria musical procuram abstrai a linguagem, delim! tando 0 significado dos termos © uniticendo sua estrutura {de acordo com 08 prncipios da logica do pensamento moder fo. O mais consequente pracess0 de abstracdo leva & obra ‘musical propriamente dita, em que a ida € codificaéa por imbolos © em que operagoes,relacionando esses simbolos, sto detinidas rigorosamente ‘Surge uma estética musical nova, a negaySo de qusse todos os conceit eetéticostradicionals. Deseparece, grads tivanente, dualism, constitute fundamental da mdsica cildssica e romantica, ou soja, a opesigéo das contréios, as ‘sim como consoriincia e dlssondncia, tempo forte e {raco, {nica e dominante, melodia e acorde, por exemplo. A explo: ‘apdo do mundo subatémico em nosso tempo esté revelando lima realidade que, treqdentemente, transcend linguagem @ raclocini, levando & uniticagéo de conceitos, que até ent pareciam apostos ¢ Ireconcillavels. Por outre lado, surge um novo rapeettin da signos mus= cals que compresnde ruldos © mesclas, natural e atificial mente procuzides. Revela-se un novo conceito de temp, {que nega 0 conceito de tempo absolut, ito é de un fluxo Constante, invarival e Inaxorével que flu! desde 0 pessaco intinito 20 futuro infinite. © tempo dolxa do sor fator de ordem fisica para tornar-se uma forma de percepe8o. Assim, desaparecem a barra de compass, 0s valores de duracéo fina pulsagto perceptive! e métrica.€ amisica, arte tom= poral por exceléncia, esté em vias de delxar de basear-se incfplos "subjtivo" e “objetivo”, tornando-se “onl- Melodia ¢ harmonia desaparecom. Unidades estruturals, 1s chamadas “gestalten’, ocupam seu lugar. Desaparecem ‘yozese partes 6, com elas, o pentagrema ea direcionalidade de gratia e loltura. A partitura mostra, cada vez mals, 05 ‘chamados "campos sonoros", produtes do uma estética relax tivista cuj0e conceitee fundamentals so 0 Impreciso @ 0 paradoxal, valores complementares de una estrutura musical fetinida @ indetinida a0 mesmo tempo, onde os elementos ocorréncas musicals, analagamente,s80 perceptivelseim- perceptvels, continuos e descontinues. 'A misica atual parece aproximar-se do um todo sonoro Interconectado em que nechuma das partes ¢ mals funde~ ‘mental do que qualquer outra, @ em que as caracteristleas ide cada parte sio doterminadas pelas de todas as outras. Os sons deixam do ser “objotos" distintos, pols sBo ligados estreitamante aoe fenémenas sonoros que of cltcundam. ‘Surge @ concelto do silnclo diferente do da pausatradi= clonal. © espaco "vazio", repleto do sons imperceptvels, 6 tho relevante para a composigéo musical como esse espago 0 6parao quacroea pintura. Sa conscientizapSo do séncto © a 6a vivéncia possbilitam a conexdo da arte musical com ‘mundo dodia a dia. ara a estética relatvista do Impreciso © do paradoxal, a misica se manifesta como proceso do Intorcdmbio © intoragdo entre som e siléncio. De acordo com a nova estética, o som 6 nada mals do {que um felxe de energia,escolhiso e selecionaco pela mente humana naquela parte do universo sonora, acessvel ao ou vi. Na misiea do nosso tempo, aqullo que, para nbs, repre sonta passado, prasente futuro, 6 dado "en bloc. Oouvinte descobre, durante sua avdigSo, novos elementos © novas 2corréncias musicals que, aparentemente, se sucecem uns ‘08 outros, mas em reelidade fazem parte ce um campomulti=

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