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Licenciatura em Gestão

Matemática Financeira e
Instrumentos de Gestão

[2]

2007/2008

Noções Fundamentais

Rendimento = Consumo + Poupança [Aforro]

Aforro = Entesouramento + Investimento Financeiro

Entesouramento = A poupança diz-se entesourada quando é


mantida sob a forma de moeda [Liquidez; Disponibilidade
Imediata].

Investimento Financeiro = Aplicação em Activos que não gozam


de disponibilidade imediata [ou, pelo menos, essa disponibilidade
está sujeita a certas restrições ou custos], com vista à produção
de um novo rendimento.
2

1
Noções Fundamentais

Capital

CREDOR DEVEDOR

Capital + Juro

Noções Fundamentais

Credor
– o que cede o capital durante um determinado período de
tempo ficando impossibilitado de o utilizar, devendo como
tal ser recompensado através do juro que lhe é devido.

Devedor
– o que beneficia do uso desse capital, durante esse período
de tempo, e, como tal, devendo compensar quem lho cedeu
através do pagamento de um juro.

2
Noções Fundamentais

Prazo de aplicação do capital

– Período de tempo que decorre entre a cedência do capital e


o seu reembolso, acrescido do respectivo juro.

Juro

– Diferença entre o valor entregue ao credor para saldar a


dívida e o capital por este cedido.

Noções Fundamentais

Taxa de juro

Não é usual definir um valor monetário para o juro devido. O


habitual é acordar um valor fixo e referente a um determinado
período, a taxa de juro, que nos permite calcular o valor do juro.
Assim, é normal falar-se em taxas de juro do tipo:
– 4% ao ano,
– 0,9% ao trimestre.

A taxa de juro exige a indicação do período a que se refere. O


juro, em cada período de capitalização, é igual ao capital no início
do período, multiplicado pela taxa de juro aplicável a esse período
(que pode ou não coincidir com o período de referência da taxa).

3
Regimes de Capitalização

• Regime de capitalização simples


Juros são pagos periodicamente.
Não há juros de juros (Juro Total = Juro Simples)

• Regime de capitalização dito simples


Acumulação de juros ao capital mas não há juros de juros

• Regime de capitalização composta


Juros acumulam ao capital.
Há juros de juros (Juro Total = Juro Simples + Juro de Juro)

Regime de Capitalização Simples

Capital inicial é C0 Taxa de juro no período t é i

Momento Juro - Jt,t-1 Capital - Ct


0 C0
1 C0×i C0
2 C0×i C0
3 C0×i C0
..... .....
n C0×i C0

n
Juro Total → JT = ∑ Jt ,t −1 = n × C 0 × i
Pago periodicamente t =1 8

4
Regime de Capitalização Simples - Exemplo

Capital inicial é 100 Taxa de juro no período t é 10%

Momento Juro - Jt,t-1 Capital - Ct


0 100
1 10 100
2 10 100
3 10 100
4 10 100

4
Juro Total → JT = ∑ Jt ,t −1 = 4 × 100 ×10%
t =1
Pago periodicamente 9

Regime de Capitalização Dito Simples

Capital inicial é C0 Taxa de juro no período t é i

Momento Juro - Jt,t-1 Capital - Ct


0 C0
1 C0×i C0 + J1,0 = C0 + C0×i
2 C0×i C1 + J2,1 = C0 + C0×i + C0×i = C0 +2× C0×i
3 C0×i C2 + J3,2 = C0 +2× C0×i + C0×i = C0 +3× C0×i
..... ..... .....
n C0×i Cn-1 + Jn,n-1 = C0 +(n-1)× C0×i + C0×i = C0 +n× C0×i

n
Juro Total → JT = ∑ Jt ,t −1 = n × C 0 × i
Pago em n t =1 10

5
Regime de Capitalização Dito Simples - Exemplo

Capital inicial é 100 Taxa de juro no período t é 10%

Momento Juro - Jt,t-1 Capital - Ct


0 100
1 10 100 + 10 = 100+ 100×10%
2 10 110 +10 =100+ 100×10%+100×10% = 100+2×100×10%
3 10 120 +10=100+2×100×10%+100×10%= 100+3×100×10%
4 10 130 +10 = 100 +(4-1)×100×10%+100×10% = 100 +4×100×10%

4
Juro Total → JT = ∑ Jt ,t −1 = 4 × 100 × 10%
t =1
Pago em 4 11

Regime de Capitalização Composta

Capital inicial é C0 Taxa de juro no período t é i

Momento Jt,t-1 Capital - Ct


0 C0
1 C0×i C0 + J1,0 = C0 + C0×i = C0 (1+i)
2 C1×i = C0 (1+i) ×i C1 + J2,1 = C0 (1+i) + C0 (1+i) ×i = C0 (1+i)2
3 C2×i = C0 (1+i)2 ×i C2 + J3,2 = C0 (1+i)2 + C0 (1+i)2 ×i = C0 (1+i)3
..... ..... .....
n Cn-1×i = C0 (1+i)n-1 ×i Cn-1 + Jn,n-1 = C0 (1+i)n-1 + C0 (1+i)n-1 ×i = C0 (1+i)n

Juro Total → [ ]
n
JT = ∑ J t ,t −1 = C 0 × (1 + i) n − 1
Pago em n t =1
12

6
Regime de Capitalização Composta - Exemplo

Capital inicial é 100 Taxa de juro no período t é 10%

Momento Jt,t-1 Capital - Ct

0 100

1 100 ×10% 100 + 10 = 100 + 100×10% = 100(1+10%)

2 110×10% = 110 + 11 = 100(1+10%) + 100(1+10%) ×10%


100(1+10%) ×10% = 100 (1+10%)2
3 121×10% = 100 121 + 12,1 = 100(1+10%)2 + 100(1+10%)2 ×10%
(1+10%)2 ×10% = 100(1+10%)3

Juro Total → [ ]
3
JT = ∑ J t ,t −1 = 100 × (1 + 10 %) 3 − 1
Pago em 3 t =1 13

Regime de Capitalização Composta

Juro de Juro
t 1 2 3
Ct-1 100 110 121,0
Jt,t-1 10 11 12,1
JTt 10 21 33,1
JJt,t-1 - 1 2,1
Ct 110 121 133,1

10 × 10% =1 21 × 10% = 2,1

i = 10% 14

7
Regime de Capitalização Composta

JJt,t-1 = i × JTt-1

E como

t-1
JTt-1 = Co x (1+i) t-1 - C0

Então

t-1
JJt,t-
t,t-1 = i x [ C o x (1+i) - C0 ]
15

Regime de capitalização composta

Capital inicial é C0 Taxa de juro no período t é i

Momento Capital - Ct C0, C1, C2, ... , Cn representam o valor do mesmo


0 C0 capital em momentos diferentes

1 C1 = C0 (1+i) Cn é o valor futuro de C0 (e de C1, C2, etc),


2 C2 = C0 (1+i)2 capitalizado à taxa i

3 C3 = C0 (1+i)3 C0 é o valor actual de Cn (e de C1, C2, etc),


..... ... descontado à taxa i
n Cn = C0 (1+i)n
Ck= Cl (1+i)k-l
Doravante será sempre assumido o regime composto, salvo indicação em contrário.
16

8
Exercício

• O Sr. Esteves efectuou, há dois anos, um depósito a prazo de 10


000 Euros o qual capitalizava semestralmente. Na altura, a taxa de
juro semestral em vigor era de 2%. Hoje, passados dois anos, a taxa
de juro semestral diminuiu para 1, 5%. Considerando que não se
prevê que a taxa vá sofrer alterações, quanto dinheiro deverá
receber o Sr. Esteves, se levantar o seu depósito daqui a 2 anos?

Resposta - 11 488,54 €

17

Exercício

t Ct it,t-1 (1+it,t-1) Ct+1


0 10.000,00 2,00% 1,0200 10.200,00
1 10.200,00 2,00% 1,0200 10.404,00
2 10.404,00 2,00% 1,0200 10.612,08
3 10.612,08 2,00% 1,0200 10.824,32
4 10.824,32 1,50% 1,0150 10.986,69
5 10.986,69 1,50% 1,0150 11.151,49
6 11.151,49 1,50% 1,0150 11.318,76
7 11.318,76 1,50% 1,0150 11.488,54
8 11.488,54

18

9
Exercício:
Exemplo de Tabelas Financeiras

19

Exercício
Extracto de Tabelas financeiras, i=2,0%, i=1,5%

10000 x 1,08243 x 1,06136 = 11.488,48


20

10
Regra de Equivalência
entre Valor Actual e Valor Futuro

Sempre que se opera com capitais respeitantes a diferentes


momentos no tempo, temos obrigatoriamente de os referenciar ao
mesmo momento:

Ck Ck×(1+i)t-k

k t Duas taxas dizem-se


Ct×(1+i)k-t Ct equivalentes se a sua
aplicação ao mesmo
valor inicial, para o
mesmo período de
tempo, resulta no
21
mesmo valor final.

Taxas Efectiva e Nominal

• Taxa nominal – i(z)


sendo z o factor de z Período de capitalização
conversão da taxa nominal 1 anual
(regra geral anual) para
obter a taxa efectiva, isto é, 2 semestral
aquela que se aplica para 4 trimestral
calcular os juros: 12 mensal

i(z)
i per. de cap. = Taxa efectiva
z no período de
capitalização
22

11
Efeito da Frequência da Capitalização

Taxa
Taxa Valor Valor anual
Frequência # proporcional inicial final efectiva
Anual 1 10,00% 100.000 110.000 10,000%
Semestral 2 5,00% 100.000 110.250 10,250%
Trimestral 4 2,50% 100.000 110.381 10,381%
Mensal 12 0,83% 100.000 110.471 10,471%
Semanal 52 0,19% 100.000 110.506 10,506%
Diária 365 0,03% 100.000 110.516 10,516%
Contínua 100.000 110.517 10,517%

23

Efeito da Frequência da Capitalização

(i) Capitalização Discreta

⎛ R⎞
mk

x = x ⎜1 + ⎟
⎝ m⎠
t+k t

∂ Xt+k
>0
∂m

R = taxa de juro nominal;


m = número de subperíodos [Ex (período = ano): Sem =2; Trim = 4; Mês = 12];
k = número de períodos de capitalização .

12
Efeito da Frequência da Capitalização

R = taxa de juro nominal;


(ii) Crescimento Contínuo k = número de períodos de capitalização .
Se m ∞ e = 2,7182818 [Nº de Neper]

x =xe
t +k t
Rk

Ex1:
100.000e10% = 110.517,092
Donde: x
e = Rk t+k R = ln(110.517,092)- ln(100.000) =
10%/ano.
x t
Ex2:
Logaritmizando obtém-se: 100.000e2,5%x4 = 110.517,092
ln(x ) − ln(x ) R = [ln(110.517,092)- ln(100.000)]/4 =
R= t +k t
2,5%/Trim.
k

Efeito da Frequência da Capitalização

(iii) Relação entre taxas de juro equivalentes nos casos discreto e contínuo
Por um lado:

x = x (1 + r )
t +1 t t +1 , t
Ex1:
100.000e10% = 110.517,092
R = taxa de crescimento contínuo (ou instantânea) rt+1,t=e10%-1=10,517092%.
rt+1,t = taxa de crescimento discreto

Por outro lado: Donde:


100.000(1+10,517092%) = 110.517,092.
x =xe
t +1 t
R
Ex2:
100.000(1+10%) = 110.00,00.
Donde:
R = ln(1+10%) = 9,53101798%.
e = 1+ r
R

t +1 , t
Donde:
R = ln (1 + r t +1 , t
) e e −1 = r
R
t +1 , t 100.000e9,53101798% = 110.00,00.

13
Taxas de Juro Nominais e Reais

i: Taxa de juro a preços correntes (dita nominal)


g: Taxa de inflação
ir: Taxa de juro real (a preços constantes)
Preços correntes
C0 C0×(1+i)

k t

C0 C0×(1+i) / (1+g) Preços constantes

(1 + i)
ir = - 1
(1 + g )
27

Rendas

Situação, num regime de capitalização composta,


em que há lugar a várias transferências de
capital (termos/prestações) realizadas de forma
regular, no mesmo sentido e em momentos
equidistantes no tempo.

28

14
Rendas - classificação

• Valor dos termos • Finalidade


– Constantes – Acumulação
– Variáveis – Amortização
• Número de termos – Remuneração
– Temporária • Momento de início
– Perpétua (Perpetuidade) – Imediata
• Período – Diferida
– Renda Anual (Anuidade) • Localização
– Renda Semestral (Semestralidade) – Antecipada
– Renda Mensal (Mensalidade) – Posticipada

29

Valor Futuro de uma Renda


Postcipada de Termos e Taxa
Constantes
Para efeito de constituição de uma poupança são efectuados
periodicamente, com início no momento 1, n depósitos de igual
montante, P, os quais são remunerados à taxa efectiva i (o período
da renda coincide com o período de capitalização).
Pretende-se calcular o valor acumulado até ao momento n (Cn).

0 1 2 3 4 5 ... n

P P P P P P

(1 + i)n − 1
Cn = P ⋅
i
Juros totais: JTn = Cn – n × P Demonstração: Soma dos termos de uma progressão geométrica.
30

15
Valor Futuro de uma Renda
Antecipada de Termos e Taxa
Constantes
Suponha uma situação semelhante à anterior mas com
uma única diferença: o primeiro depósito é feito no
momento 0

0 1 2 3 4 5 ... n -1 n

P P P P P P

(1 + i)n − 1
Cn = P × (1 + i) ×
i
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Exercício

O Sr. A vem fazendo depósitos trimestrais de 400 euros desde há 5 anos atrás
numa instituição financeira, que remunera os depósitos da seguinte forma:
- Saldos até 5.000 euros 3% por trimestre
- Saldos iguais ou superiores a 5.000 euros 1,25% por mês.

a) Calcule o saldo da conta do Sr. A após o 11º depósito.


b) Calcule o saldo hoje, logo após o 21º depósito.
c) Calcule o total de juros recebidos pelo Sr. A até hoje.
d) Hoje o Sr. B pediu um financiamento ao Sr. A de 4.000 euros o qual seria pago
através de 16 prestações bimensais, iguais e postcipadas calculadas à taxa de juro
3% por trimestre. Calcule o valor de cada uma dessas prestações.
e) Sabendo que a partir de hoje os únicos movimentos efectuados na conta do Sr. A
serão os depósitos correspondentes aos recebimentos de B, calcule o saldo da sua
conta bancária daqui por 4 anos.

32

16
Valor Actual de uma Renda
Postcipada de Termos e Taxa
Constantes

Suponha que é contraída uma dívida no momento 0 (C0) a qual


deverá ser totalmente amortizada através de n prestações de igual
montante, P, sendo a primeira entregue no momento 1. A taxa
efectiva em vigor é i (o período da renda coincide com o período de
capitalização).

0 1 2 3 4 …… n
..

P P P P P

−n
1 − (1 + i)
C0 = P ⋅ Juros totais: JTn = n × P – C0
i
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Demonstração: Soma dos termos de uma progressão geométrica.

Valor Actual de uma


Renda Postcipada Perpétua

Lim 1 − (1 + i) − n P
C0 = P⋅ =
n→∞ i i

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17
Valor futuro / Actual de uma Renda
Postcipada a Taxa Variável

EXERCÍCIO:

O prémio de um concurso consistiu em cinco pagamentos de 10000 euros cada


um, a intervalos de um ano. O vencedor investiu sempre prontamente cada um
desses pagamentos numa conta que foi remunerada às seguintes taxas:

1º ano: 2%; 2 ano: 3%; 3º ano: 3,5%; 4º e 5º anos: 4%.

a) Qual será o saldo da conta ao completar-se o 5º ano?

b) Se o prémio consistisse num só pagamento, de quanto teria que ser para que
o valor final da conta fosse o calculado em a)?

35

Valor Actual com Crescimento dos


Termos da Renda a Taxa Constante

(i) Valor Actual de Uma Perpetuidade com Crescimento

P
C0 = Obs:
i−g
1) Numerador reporta-se à
data 1 e não à data zero;
2) g<i.

(ii) Valor Actual de Uma Anuidade com Crescimento

P ⎡ ⎛1+ g ⎞ ⎤
N

C0 = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥
i − g ⎣⎢ ⎝ 1 + i ⎠ ⎦⎥

18
Valor Futuro/Actual de uma Renda Postcipada de
Termos Crescentes a Taxa de Crescimento
Constante

EXERCÍCIO:

A fim de constituir uma poupança para a sua reforma, um indivíduo decidiu


investir todos os anos 5% do seu rendimento anual, com início dentro de um
ano, terminando 14 anos depois dessa data de início.

O seu rendimento anual é actualmente de 50 000 € e estima-se que crescerá


2% ao ano. Assumindo que a taxa de rendimento do fundo gerado pelo
investimento é de 4% ao ano, calcule:

a) O valor actual do investimento.

b) O valor acumulado ao fim de 15 anos.

37

Determinação de N

Resolução em Ordem a N:
[Número de Períodos Necessários Para Atingir CN, Partindo de
C0.]

(i) Com Um Único Cash Flow

⎛C ⎞
ln⎜⎜ N ⎟⎟
N= ⎝ 0 ⎠
C
ln (1 + i )
(ii) Com Anuidades

⎛ P ⎞
ln⎜ ⎟
⎝ P − C0 * i ⎠
N=
ln (1 + i )

19
Determinação de i

Resolução em Ordem a i [Yield ou TIR]

(i) Com Um Único Cash Flow [PV e FVN]

1
⎛ C ⎞N
i = ⎜⎜ N ⎟⎟ − 1
⎝ C0 ⎠

(ii) Múltiplos Cash Flows

Processo Iterativo.

Taxa Interna de Rentabilidade

TIR: a taxa à qual o valor actual de uma série de cash-flows é 0.

Exercício:
Um carro cujo preço de venda (a pronto) é de 18000 € é vendido
por 36 prestações mensais de 400 €. O comprador deve ainda
pagar uma entrada de 5000 € e comissões de 100 € no início de
cada um dos 3 anos de prestações. Calcule a TIR.

i = TIR (taxa efectiva mensal) = 0,69%

40

20
TAEG - Decreto-Lei nº 359/91, de 21 de Setembro
Artigo 4.º
Taxa anual de encargos efectiva global

1- A taxa que torna equivalentes, numa base anual, os valores actualizados do conjunto dos empréstimos
realizados ou a realizar pelo credor, por um lado, e dos reembolsos e encargos realizados ou a realizar
pelo consumidor, por outro, designa-se taxa anual de encargos efectiva global, abreviadamente TAEG, e
é calculada de acordo com a expressão matemática constante no anexo n.º 1 ao presente diploma, que
dele faz parte integrante.
5- No cálculo da TAEG não são incluídas as seguintes despesas:
c) As despesas de transferência de fundos, bem como os encargos relativos à manutenção de uma conta
destinada a receber os montantes debitados a título de reembolso do crédito, de pagamento dos juros e
dos outros encargos, excepto se, não dispondo o consumidor de liberdade de escolha para o efeito, tais
despesas forem anormalmente elevadas, sem prejuízo do disposto na alínea a) do número seguinte;
6- Incluem-se igualmente no cálculo da TAEG:
a) As despesas de cobrança dos reembolsos e pagamentos referidos na alínea c) do número anterior;
b) As despesas de seguro ou de garantia que se destinem a assegurar ao credor, em caso de morte,
invalidez, doença ou desemprego do consumidor, o reembolso de uma quantia igual ou inferior ao
montante total do crédito, incluindo os juros e outras despesas, e que sejam exigidas pelo credor como
condição para a concessão do crédito.

Anexo I
d) Os resultados do cálculo serão expressos com uma precisão de, pelo menos, uma casa decimal. 41

TAEG - Decreto-Lei nº 359/91, de 21 de Setembro

Exercício:
Um carro cujo preço de venda (a pronto) é de 18000 € é vendido
em 36 prestações mensais de 400 €. O comprador deve ainda
pagar uma entrada de 5000 € e comissões de 100 € no início de
cada um dos 3 anos de prestações. Calcule a TIR.

i = TIR (taxa efectiva mensal) = 0,69%

TAEG = 8,54%

PV (400;36;0,56%) = 13000
Tx. Anual equivalente a 0,56% mensal = 6,98%
42

21
Determinação de P

Resolução em Ordem a P [Anuidade, Semestralidade, ...]

(i) A Partir de CN

CN
P=
⎡ (1 + i )N − 1⎤
⎢ ⎥
⎣ i ⎦

(ii) A Partir de C0
C0
P=
⎡1 − (1 + i )− N ⎤
⎢ ⎥
⎣ i ⎦

Sistemas de Amortização de Empréstimos

Reembolso de Uma Só Vez

Juro Pago Período a Período


Sinking Fund
Juro Acumulado ao Capital

Sistemas de Amortização Periódica

Sistemas de Pagamentos Constantes (“Sistema Francês”)

Sistema de Reembolsos Constantes

44

22
Reembolso de Uma Só Vez
com Sinking Fund

Sinking fund: quando se constitui um processo de capitalização


paralelo com o objectivo de reembolsar uma dívida (num outro
processo de capitalização).

Exemplo: Os termos de um empréstimo obrigacionista com reembolso de uma só


vez prevêem pagamentos regulares para um sinking fund, administrado por um
trustee. O pagamento pode ser na forma de cash ou então o emitente pode optar
por comprar obrigações no mercado e entregá-las ao fundo. No primeiro caso o
trustee sorteia obrigações e reembolsa-as ao valor nominal.

45

Amortização de Empréstimo a Taxa Fixa e com Prazo Fixo


Através de Pagamentos Constantes

• Decomposição da prestação constante em duas parcelas:


• Juro do período (Jt,t-1)
• Quota do capital (Mt)

0 1 2 3 4 5

P P P P P

C0 = 10 000 2637,975 2637,975 2637,975 2637,975 2637,975

i=10%
46

23
Amortização de Empréstimo a Taxa Fixa e Com Prazo Fixo
Através de Pagamentos Constantes
Prestação = Quota do capital + juro

C0 = 10 000 C1 = 8362,025 C2 = 6560,253 C3 = 4578,303 C4 = 2398,158 C5 = 0

0 1 2 3 4 5

J1,0 J2,1 J3,2 J4,3 J5,4

2637,975 2637,975 2637,975 2637,975 2637,975

1000 836,203 656,025 457,83 239,816

M1 = 1637,975 M2 = 1801,772 M3 = 1981,95 M4 = 2180,145 M5 = 2398,158

5
Mt = Mt-1 ×(1+i) ∑M
t =1
t = C0
47

Amortização de Empréstimo a Taxa Fixa e com Prazo Fixo


Através de Reembolsos Constantes

Prestação = Reembolso constante + juro

C0 = 10 000 C1 = 8000 C2 = 6000 C3 = 4000 C4 = 2000 C5 = 0

0 1 2 3 4 5

J1,0 J2,1 J3,2 J4,3 J5,4

3000 2800 2400


2600 2200

1000 800 600 400 200

M1 = 2000 M2 = 2000 M3 = 2000 M4 = 2000 M5 = 2000

5
Mt = Mt-1 ∑M
t =1
t = C0
48

24
Bibliografia

Chaves, C., Maciel, E., Guimarães, P. e Ribeiro, J. (1999), Instrumentos Estatísticos


de Apoio à Economia: Conceitos Básicos; McGraw-Hill. [Capítulo 4]

Cadilhe, M., Matemática Financeira Aplicada (1994), Edições Asa, 3ª Edição.

Caderno de Exercícios nº2.

49

Licenciatura em Gestão

Matemática Financeira
e Instrumentos de Gestão

[2]

FIM

25

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