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‘ANAIS 00 XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, SALVADOR, BAHIA, 1902, V.3 BAUXITA DE PORTO TROMBETAS Caiste Maria de Oliveira Heenatstoans MINERAGAO RIO DO NORTE S/A — Oviximing — PA. ABSTRACT ‘he main object of this paper is to give a general picture of the local geology and a description of the bauxite deposits of Porto Trombetas, Municipality of Oriximin, Para. ‘The ore reserves are estimated at 596 million tonnes of bauxite (washed and dried) of which 208 is nodular bauxite, ‘The average grade of the ore reserves is 49.5% available alumina and 5.08 reactive silica. ‘The deposit consists of a bauxite layer of average thickness 5.0m, which occurs on top of plateaux strongly dissected by erosion. A lithological profile shows a sequence of yellow clay, nodular bauxite, laterite, bauxite of varying textures, mottled clay which grades into unconsolidated sediments consisting of clayey sand and/or sandy clay with intercalations of silt, sand and sandstone lenses. Drilling into the Trombetas River bed has indicated a layer of siltstone with fissures filled with calcite with intercalations of arkose sandstone. Many authors consider this lithological sequence as the Barreiras Series, of Tertiary origin. anrRopucfo Em 1950, a KAISER ALUMINIUM COMPANY descobriu as jazidas de bauxita de Almeirin e Ju- ruti. Em 1963, a ALCAN descobriu as ocorréncias do Lago de Faro e na area de Jucuti-Parintins. Im 1966, a ALCAN através de fotografias aéreas localizou o grande niimero de platés que controlam a drenagem dos sistemas Tronbetas e Nhamunda. Neste mesmo ano a ALCAN iniciou o reconhecimento de campo desses platés, encontrando bauxita, potencialmente econémica. A construgéo de Projeto Trombetas iniciou em 1976, prevendo uma produg3o inicial de 3,35 _milhoes/ton/ano de minério lavado e seco e com expansio prevista para 6,5/8,0 milhdes de ton/ano, visando principalnente o mercado internacional. 9 primeiro enbarque de minério, foi efetuado em agosto/1979, para a ALCAN/CANADA. Existem alguns trabalhos publicades sobre a jazida de Porto Trombetas, onde sao fei tas correlagdes com outros depésitos do Baixo Amazonas, Planicie Costaira das Guia~ nas e Australia. GEOLOGIA REGIONAL A bacia do baixo Amazonas, situada entre os escudos das Guianas e Brasileiro, é form- da por rochas sedimentares Paleozéica (Canbro-Siluriano ao Carbonifero Superior) . Os sedimentos mais recentes, Plioceno e Quaterndrio, transgride sobre a série Paleo- zoica, Na diregéio leste, os sedimentos Terciario so cobertos por sedimento Quaternario, e reaparecem numa estreita faixa a0 longo do Atlntico (Fig. OL). Nas Guianas e Anazonas, o principal horizonte de bauxita & confinado ao intervalo es- tratigrafico Terciario-Quatemnario (Fig. 02). No Amazonas, os depisitos de bauxita sao associados a Série Barreiras. Consiste de va rios platés isolados, os quais se estendem ao longo do lado NE do rio Amazonas, desde as vizinhangas de Oriximina até Jarilindia (Rio Jari). Os depdsitos de bauxita, formam uma camada fina, praticamente horizontal, residual, so bre os platés, fortemente dissecados pela erosso, remanescentes do peneplano terciarlo. Betes plate tim os topos plans, achatados, a altitude varia de 70m a 210m e inclina cao lateral é em toro de 309. 1100 SERIE BARREIRAS A S&rie Barreiras & constituida de sedimentos de origen continental (fluviatil, la custre e possivelmente estuariana). Hartt (1874) Bischoff (1957) Klammer (1971) e Dennen e Norton (1977) _ estabeleceram que indepentente de anamalias locais, a Série Barreiras compreenie uma zona _ basal de arenito grosseiro, localmente conglameratico, a qual na direz3o do topo grada_pa ra arenito de granulagao mais fina, sendo que 05 50 - 100m superiores s80 constitur dbs de argila caulinitica, siltosa. (Fig. 03) A laterizagGo afetou fortemente os primeiros 10 - 20m a partir da superficie expos, ta, e o perfil geral consiste de 0 ~ 15m de argila siltosa caulinitica, anarelala fre quentenente identificada cano o Membro Superior da Série Barreiras (Argila Belterra) Sucedida en profundidade para uma zona de laterita aluminosa e ferruginosa, a qual Yepousa solsre rochas sedimentares cauliniticas, relativamente inalteradas. © perfil geral a seguir, pode ser extrapolado para as regides de Faro, Oriximina, Nhamunda e Rio Jatapu. (Wolf, 1972) a) ~ Argila Amarela Pldstica 1. Espessura 0,00 a 8,00m (14m - Oriximin&) b) ~ Zona de 5 2. Concregdes esferoidais de gibbsita e dxido de ferro (pisSlitos) am estrutu pisdlitica e vermicular em matriz argilosa. Espessura 0,00 a 1,50n (2,50m - Porto Trambetas) 3. Concregdes esferoidais e disformes de Gxido de ferro, pareceniio estar cimen tadas por gibbsita, en matriz argilosa. Espessura 0,00 a 1,500. 4. ConcregSes e blocos ferruginosos vemmelhos, consistentes, quartzosos, an triz argilosa. Miitas vezes evoluindo para una laterita ferruginosa ou sando para 0 horizonte abaixo. Espessura 0,00 a 1,50n. ©) ~ Zona de Lixiviacao 5. Gibbsita cristalizada, résea, vermelha, podenio ser pouco a muito ferrugino sa apresentando-se as vezes em forma de blocos consistentes, com estrutura cavernosa, en matriz variando de pouco a mito argilosa. Espessura 0,00 a 4,00n (7,00m - Porto ‘Trambetas) 6. Zona de transi¢ao que consiste de blocos e nddulos de bauxita, alterano-se om caulinita, an matriz argilosa, algo variegada. Espessura 0,00 a 1,00. a) - Argila mosqueada résea, vermelha e branca. Ba MINERALOGIA DA SERIE BARREIRAS Meneralogicaente, a Série Barreiras consiste essencialmente de caulim, quartz, &xi dos de ferro hidrataio e gibbsita. Minerais argilosos tipo caulim, sao daminantes @ podem ocorrer em finas canadas de alta pureza. Os minerals pesados mais freqllentes so: barita, zirco e tumalina e menores quan tidades de estaurolita, rutilo, granada e anatasio. (Amaral, 1954). A distribuigSo dos principais minerais da zona laterizada & apresentaia na tabela a seguix (Wolf, 1972) DISTRIBUICAO DOS PRINCIPAIS MINERAIS NA ZONA DE LATERITA, DA SPRIE BARRETRAS (WOLF, 1972) 7 APROREROR atl Roc cavum OxTDO DE. -Gtpasrta FERRO 0- 8,0 Argila plastica, amarela cauliniti ca, gibbsitica. 55,0 5,0 40,0 0-1,5 Bauxita nodular, gibbsitica en ma 10,0 5,0 85,0 triz argilosa. ~ 0 - 3,0 Coneregdes de laterita ferruginosa, massiga, amorfa. 10,0 45,0 45,0 1101 7 PORTA ESPESSURA roa cauLIM —OKIDO DE. GIBRSTTA ‘uy PERRO Gibbsita frequentemente cristali na. 5,0 5,0 90,0 0- 2,0 zona de transicae Substrato Agila caulinitica variesada ver melha, branca. 95,0 5,0 ° JAZIDA DE PORTO TROMBETAS ‘LocaLizaghio: © distrito de Porto Trombetas est4 localizado 50km a W da confluéncia do Rio Trombe ‘tas com o Amazonas, 450kn a E de Manaus e a 850km a W de Belén. A Grea industrial est localizada nas margens do rio Trombetas, ao norte da jazida, a qual 6 ligada por 30km de rojoferrovia. © porto pode receber navios de até 50.000 ton. de capacidaie. © aeroporto ten 1.200 de comprimento. ‘TOPOGRAFIA: © planalto dissecado Rio Trombetas apresenta formas de relevo takulares, cujos topos foram aplainados pelo pediplanarae plic-pleistocénica. A rede de drenagem, de modo geral, mostra padréo dendritico cam capturas fluviais. Os principais rios da unidade de relevo sao o Nhamunda, Urubu, Uatuma, Jatapu e Preto da Eva. (Projeto Radam,1976) Nos platGs as elevagdes raranente varian a mais de 10m, enquanto que a altitude va. via de 150 - 210n. Cada platé & limitado por uma escarpa vertical de 5 a 10m de altu ra, abaixo da qual um declive mais gradual se estertie até o nivel 120 - 100m, o qual representa um nivel de erosao intermediario (Greig, 1979). CLIMA_E _veGETAgKO: © clima & do tipo sazonal, a estagio de chiva campreende o perfodo de dezembro a majo. A temperatura média € de 25,59C. A vegetaglo & tipico da floresta Amazénica, com Arvores varianio até 30m de altura. Nos topos dos platés existen poucos arbustos, contrastando com os niveis mais baixos, onde ha grande incidéncia, tornando a penetragSo dificil. Ocorrem savanas naturais, en Greas restritas, normalmente jazidas de areia, proximas aos lagos e planicies de inurdagao. GEOLOGIA LOCAL: © horizonte principal de bauxita & confinado ao intervalo estratigrffico Tercifrio - Quaternfrio, Série Barreiras ou Formagao Alter-do-Chao, a qual foi correlacionada cam a Formacao Pebas, no Acre (Oliveira e Leonardos, 1943 Fochas PC, do escudo das Gifanas, ocorren 70km ao N da jazida. sé cobertas discomian temente por uma fina sucesso de sedimentos Paleozdico (Siluriano, Devoniano e Carbo nifero) gon mergulko de 2° - 49 Sul, que fonnan o flanco W da Bacia anazOnica. (Bis hoff, 1957) ~ Localmente a Série Barreixas, de acordo com sondagens efetuadas no leito do rio Trom betas € constituida de siltito cinzento om fissuras preenchidas por material calcA reo. n02

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