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Filosofia

Perante o tribunal de Atenas, Sócrates é acusado de corromper a juventude ateniense ao


descrer nos deuses do Estado (crime de ateísmo), introduzir novas divindades e de ensinar
argumentos falaciosos criados com a intenção de enganar (sofismo). Tais acusações vinham de
políticos, poetas e artesões. Apesar de serem apenas calúnias advindas de inveja, Sócrates
tinha seu compromisso com a verdade, sendo assim não corrompeu-se em nenhum momento
de seu julgamento. Sócrates refutou cada uma dessas acusações e mostrou que seus
acusadores não sabiam o que estavam falando (modelo Socrático).

Após consultar o oráculo de Delfos, a sacerdotisa afirma que Sócrates é o homem mais sábio
de toda a Grécia, isso incomodou-o profundamente, portanto, decide ir de encontro aqueles
que diziam-se ser sábios. Primeiro, foi de encontro aos políticos, entretanto percebeu que
todos sabiam somente sobre seu oficio e não reconheciam sua ignorância. Segundo, aos
poetas, Sócrates percebeu que diziam somente coisas belas, mas, de nada entediam. Por fim,
ao analisar os artesões, Sócrates concluiu que estes assim como os políticos e poetas, sabiam
apenas de seu oficio . Reconhecendo que aqueles que julgavam-se sábios de nada sabiam.
Isso causou inimizades, calúnias e a reputação de sábio à Sócrates. Apesar de tal reputação,
Sócrates acreditava que tão somente os deuses tinham toda a sabedoria e que de nada lhe
serviam a tola sabedoria humana, acreditava também que sábio é aquele na qual compreende
que sua sabedoria é de tamanho desprezível.

Haviam formas de livrar-se de sua condenação, inclusive, Sócrates apresentou algumas dessas
formas diante do tribunal. A primeira era calar-se, no entanto, Sócrates acreditava que a
filosofia era um dom dos deuses, sendo assim, seu único dever a cumprir até seu último
segundo no mundo dos vivos. A segunda possibilidade era o exílio, mas, Sócrates já tinha uma
idade avançada para tornar-se um nômade, uma vez que terras estrangeiras jamais o
aceitariam. A terceira possibilidade era o pagamento de uma multa ao Estado, no entanto,
Sócrates não cobrava de seus ensinamentos e sendo assim não tinha dinheiro suficiente para
pagar tal multa. A quarta e última possibilidade era clamar por misericórdia de sua família,
contudo, Sócrates acreditava que a razão era mais importante que a misericórdia.

Os representantes de Atenas, sendo uma cidade democrática, levou à morte seu filho mais
ilustre por fazer justamente aquilo que a democracia mais defende: liberdade de expressão.

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