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Microprocessador

O microprocessador, geralmente chamado apenas de processador, é um circuito integrado que realiza as


funções de cálculo e tomada de decisão de um computador. Todos os computadores e equipamentos
eletrônicos baseiam-se nele para executar suas funções, podemos dizer que o processador é o cérebro do
computador por realizar todas estas funções.
Um microprocessador incorpora as funções de uma unidade central de computação (UCP) em um único circuito
integrado, ou no máximo alguns circuitos integrados. É um dispositivo multifuncional programável que aceita
dados digitais como entrada, processa de acordo com as instruções armazenadas em sua memória, e fornece
resultados como saída. Microprocessadores operam com números e símbolos representados no sistema
binário.

Arquitetura interna de um microprocessador dedicado para processamento de imagens de ressonância magnética, a


fotografia foi aumentada 600 vezes, sob luz ultravioleta para se enxergar os detalhes

Vista inferior de um Athlon XP 1800+ núcleo Palomino, um microprocessador moderno.

O microprocessador é um circuito integrado formado por uma camada chamada de mesa epitaxial de silício,
trabalhada de modo a formar um cristal de extrema pureza, laminada até uma espessura mínima com grande
precisão, depois cuidadosamente mascarada por um processo fotográfico e dopada pela exposição a altas
temperaturas em fornos que contêm misturas gasosas de impurezas. Este processo é repetido tantas vezes
quanto necessário à formação da microarquitetura do componente.
Responsável pela execução das instruções num sistema, o microprocessador, escolhido entre os disponíveis
no mercado, determina, em certa medida a capacidade de processamento do computador e também o conjunto
primário de instruções que ele compreende. O sistema operativo é construído sobre este conjunto.
O próprio microprocessador subdivide-se em várias unidades, trabalhando em altas freqüências.
A ULA (Unidade Lógica e Aritmética), unidade responsável pelos cálculos aritméticos e lógicos e
os registradores são parte integrante do microprocessador na família x86, por exemplo.
Embora seja a essência do computador, o microprocessador diferente do microcontrolador, está longe de ser
um computador completo. Para que possa interagir com o utilizador precisa de: memória, dispositivos
de entrada/saída, um clock, controladores e conversores de sinais, entre outros. Cada um desses circuitos de
apoio interage de modo peculiar com os programas e, dessa forma, ajuda a moldar o funcionamento do
computador.
Índice

 1História
 2Componentes
o 2.1Unidade lógica e aritmética
o 2.2Unidade de controle
o 2.3Registradores
o 2.4Unidade de Gerenciamento de Memória
o 2.5Unidade de ponto flutuante
 3Frequência de operação
 4Arquitetura
 5Modelos de computação
 6Exemplos de microprocessadores
 7Propósito geral e dedicado
 8Processadores multinucleares
 9Sistemas multiprocessados
 10Capacidade de processamento
 11Referências
 12Ver também
 13Ligações externas

História[editar | editar código-fonte]

Intel 8008, um dos primeiros microprocessadores comerciais.

O primeiro microprocessador comercial foi projetado pela Intel em 1971 para atender uma empresa japonesa
que precisava de um circuito integrado especial para as suas atividades.[1] A Intel projectou o 4004, que era um
circuito integrado programável que trabalhava com registradores de 4 bits, 46 instruções, clock de 740 kHz e
possuía cerca de 2300 transistores. Percebendo a utilidade desse invento a Intel prosseguiu com o
desenvolvimento de novos microprocessadores: 8008 (o primeiro de 8 bits) e a seguir o 8080 e o
microprocessador 8085. O 8080 foi um grande sucesso e tornou-se a base para os primeiros
microcomputadores pessoais na década de 1970 graças ao sistema operacional CP/M. Da Intel saíram alguns
funcionários que fundaram a Zilog, que viria a lançar o microprocessador Z80, com instruções compatíveis com
o 8080 (embora muito mais poderoso que este) e também de grande sucesso. A Motorola possuía o 68000 e a
MOS Technology o 6502. A Motorola ganhou destaque quando implantou o MC68000P12, de 12 MHz com
arquitetura de 32 bits (embora seu barramento de dados fosse de 24 bits e o de endereços de 16 bits), no Neo-
Geo, um poderoso Arcade da SNK que posteriormente ganharia a versão AES (console casero) e CD (versão
CD), todos eles com o mesmo hardware inicial.
Todos os microprocessadores de 8 bits foram usados em muitos computadores pessoais (Sinclair, Apple
Inc., TRS, Commodore, etc).
Em 1981 a IBM decidiu lançar-se no mercado de computadores pessoais e no seu IBM-PC utilizou um dos
primeiros microprocessadores de 16 bits, o 8088 (derivado do seu irmão 8086 lançado em 1978) que viria a ser
o avô dos computadores atuais. A Apple nos seus computadores Macintosh utilizava os processadores da
Motorola, a família 68000 (de 32 bits).
Outros fabricantes também tinham os seus microprocessadores de 16 bits, a Zilog tinha o Z8000, a Texas
Instruments o TMS9900, a National Semiconductor tinha o 16032,mas nenhum fabricante teve tanto sucesso
como a Intel, que sucessivamente foi lançando melhoramentos na sua linha 80X86, tendo surgido assim (por
ordem cronológica) o 8086, 8088, 80186, 80188, 80286, 80386, 80486, Pentium, Pentium Pro, Pentium
MMX, Pentium II, Pentium III, Pentium IV, Pentium M, Pentium D, Pentium Dual Core, Core 2 Duo, Core 2
Quad, Core i3, Core i5 e Core i7. Para o IBM-AT foi utilizado o 80286, depois um grande salto com o 80386 que
podia trabalhar com memória virtual e multitarefa, o 80486 com coprocessador matemático embutido e
finalmente a linha Pentium, com pipeline de processamento.
Como grande concorrente da Intel, a AMD aparece inicialmente como fabricante de microprocessadores da
linha x86 alternativa mas a partir de um certo momento deixou de correr atrás da Intel e partiu para o
desenvolvimento de sua própria linha de microprocessadores: K6, Athlon, Duron, Turion, Sempron, Phenom.
Paralelamente à disputa entre Intel e AMD, a IBM possuía a linha PowerPC utilizada principalmente pelos
microcomputadores da Apple.
A evolução tecnológica envolvida é surpreendentemente grande, de microprocessadores que trabalhavam
com clock de dezenas de KHz e que podiam processar alguns milhares de instruções por segundo, atingiu-se
clocks na casa dos 7 GHz e poder de processamento de dezenas de bilhões de instruções por segundo. A
complexidade também cresceu: de alguns milhares de transístores para centenas de milhões de transístores
numa mesma pastilha.
O CPU tem como função principal unificar todo o sistema, controlar as funções realizadas por cada unidade
funcional, e é também responsável pela execução de todos os programas do sistema, que deverão estar
armazenados na memória principal.

Componentes[editar | editar código-fonte]


O processador é composto por alguns componentes, cada um tendo uma função específica no processamento
dos programas.
Unidade lógica e aritmética[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Unidade lógica e aritmética
A Unidade lógica e aritmética (ULA) é a responsável por executar efetivamente as instruções dos programas,
como instruções lógicas, matemáticas, desvio, etc.
Unidade de controle[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Unidade de controle
A Unidade de controle (UC) é responsável pela tarefa de controle das ações a serem realizadas pelo
computador, comandando todos os outros componentes.
Registradores[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Registrador (informática)
Os registradores são pequenas memórias velozes que armazenam comandos ou valores que são utilizados no
controle e processamento de cada instrução.
Os registradores mais importantes são:

 Apontador de Instruções (PC) – Guarda o endereço da próxima instrução a ser executada;


 Registrador de Instrução (RI) – Armazena a instrução que está sendo executada;
 Apontador de Pilha (SP) – Guarda o endereço da pilha de execução do programa.
Unidade de Gerenciamento de Memória[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Unidade de Gerenciamento de Memória
A MMU (em inglês: Memory Management Unit) é um dispositivo de hardware que transforma endereços virtuais
em endereços físicos e dá suporte para o sistema operacional administrar a alocação da memória principal do
computador entre os diversos programas em execução no computador.
Unidade de ponto flutuante[editar | editar código-fonte]
Nos processadores atuais são implementadas unidades de cálculo de números reais. Tais unidades são mais
complexas que ULAs e trabalham com operandos reais, também chamados de ponto flutuante, com tamanhos
típicos variando entre 32, 64 e 128 bits.

Frequência de operação[editar | editar código-fonte]


O relógio do sistema (Clock) é um circuito oscilador a cristal (efeito piezoelétrico) que tem a função de
sincronizar e ditar a medida de tempo de transferência de dados no computador. Esta freqüência é medida em
ciclos por segundo, ou Hertz.
A capacidade de processamento do processador não está relacionada exclusivamente à frequência do relógio,
mas também a outros fatores como: largura dos barramentos, quantidade de memória cache, arquitetura do
processador, tecnologia de co-processamento, tecnologia de previsão de saltos (branch prediction), tecnologia
de pipeline, conjunto de instruções, etc.
O aumento da frequência de operação nominal do processador é denominado overclocking.

Arquitetura[editar | editar código-fonte]


Existem duas principais arquiteturas usadas em processadores:

 A arquitetura de Von Neumann. Esta arquitetura caracteriza-se por apresentar um barramento externo
compartilhado entre memória de dados e memória de programa. Embora apresente baixo custo, esta
arquitetura apresenta desempenho limitado pelo gargalo do barramento.
 A arquitetura de Harvard. Nesta arquitetura existem dois barramentos externos independentes (e
normalmente também memórias independentes) para dados e instruções. Isto reduz de forma sensível o
gargalo de barramento, que é uma das principais barreiras de desempenho, em detrimento do
encarecimento do sistema como um todo.

Modelos de computação[editar | editar código-fonte]


Existem dois modelos de computação usados em processadores:

 CISC (em inglês: Complex Instruction Set Computing, Computador com um Conjunto Complexo de
Instruções), usada em processadores Intel e AMD; possui um grande conjunto de instruções (tipicamente
centenas) que são armazenadas em uma pequena memória não-volátil interna ao processador. Cada
posição desta memória contém as microinstruções, ou seja, os passos a serem realizados para a execução
de cada instrução. Quanto mais complexa a instrução, mais microinstruções ela possuirá e mais tempo
levará para ser executada. Ao conjunto de todas as microinstruções contidas no processador
denominamos microcódigo. Esta técnica de computação baseada em microcódigo é
denominada microprogramação.
 RISC (em inglês: Reduced Instruction Set Computing, Computador com um Conjunto Reduzido de
Instruções) usada em processadores PowerPC (da Apple, Motorola e IBM) e SPARC (SUN); possui um
conjunto pequeno de instruções (tipicamente algumas dezenas) implementadas diretamente em hardware.
Nesta técnica não é necessário realizar a leitura em uma memória e, por isso, a execução das instruções é
muito rápida (normalmente um ciclo de clock por instrução). Por outro lado, as instruções são muito simples
e para a realização de certas tarefas são necessárias mais instruções que no modelo CISC.

Exemplos de microprocessadores[editar | editar código-fonte]

Uma microcontroladora, um exemplo de microprocessador.


Uma GPU.

 Microprocessadores — São utilizados nos computadores pessoais, onde são chamadas de Unidade Central
de Processamento (CPU), workstations e mainframes. Podem ser programados para executar as mais
variadas tarefas.
 Processadores Digitais de Sinal (DSP do inglês Digital Signal Processor) — são microprocessadores
especializados em processamento digital de sinal usados para processar sinais de áudio, vídeo, etc., quer
em tempo real quer em off-line. Estão presentes, por exemplo, em aparelhos de CD, DVD e televisores
digitais. Em geral, realizam sempre uma mesma tarefas simples.
 Microcontroladores — Processadores relativamente flexíveis, de relativo baixo custo, que podem ser
utilizados em projetos de pequeno tamanho. Podem trazer facilidades como conversores A/D[desambiguação
necessária]
embutidos, ou um conjunto de instruções próprias para comunicação digital através de algum
protocolo específico.
 GPU — (ou Unidade de Processamento Gráfico), é um microprocessador especializado em processar
gráficos. São utilizadas em placas de vídeo para fazer computação gráfica.

Propósito geral e dedicado[editar | editar código-fonte]


Durante o processo de desenvolvimento do design de um processador, uma das características que se leva em
conta é o uso que ele se destina. Processadores gráficos e controladoras por exemplo não tem o mesmo fim
que um processador central.
Processadores de propósito geral podem executar qualquer tipo de software, embora sua execução seja mais
lenta que o mesmo sendo executado em um processador especializado.
Processadores dedicados são fabricados para executarem tarefas específicas, como criptografia,
processamento vetorial e gráfico, sendo nesse caso bem mais rápidos do que processadores de propósito geral
em tarefas equivalentes.
No caso do processamento gráfico, existem as GPUs, que são microprocessadores geralmente com memória
dedicada e especialmente desenvolvidos para cálculos gráficos.
Nem sempre os processadores seguem definidamente esses dois modelos, sendo o motivo disso que muitos
processadores modernos incorporam processadores especializados (co-processador), para cálculos de
criptografia, processamento de vetores, etc.

Processadores multinucleares[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: multinúcleo
Até poucos anos atrás usou-se microprocessadores para atividades domésticas ou de negócios com simples
núcleo. Atualmente estão sendo utilizados microprocessadores de múltiplos núcleos para melhorar a
capacidade de processamento. Espera-se que no futuro os Sistemas Operacionais domésticos
sejam compilados para trabalhar com processadores de múltiplos núcleos corretamente, realizando assim
inúmeras tarefas ao mesmo tempo (como já acontece com os supercomputadores).

Sistemas multiprocessados[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Multiprocessamento
Em muitos sistemas o uso de um só processador é insuficiente. A solução nesses casos é usar dois ou mais
processadores em multi processamento, aumentando assim a quantidade de processadores disponíveis ao
sistema operacional.
Sistemas multiprocessados podem ser de basicamente dois tipos:

 Multiprocessamento simétrico (SMP): os processadores compartilham a mesma memória, embora possam


ter caches separadas. O sistema operacional deve estar preparado para trabalhar com coerência de caches
e, principalmente, evitar condições de corrida na memória principal.
 Acesso não uniforme à memória (NUMA): a cada processador é associado um banco de memória. Nesse
caso, o sistema operacional trata cada banco separadamente, pois cada banco tem um custo de acesso
diferente, dependendo de qual o processador a que está associado e onde está sendo executado o
processo que tenta acessar a memória.

Capacidade de processamento[editar | editar código-fonte]


A capacidade de processamento de um microprocessador é de certa forma difícil de medir, uma vez que esse
desempenho pode se referir a quantidade máxima teórica de instruções que podem ser executadas por
segundo, que tipos de instruções são essas, em Flops (instruções de ponto flutuante por segundo), podendo
essa ser de precisão simples, dupla, quádrupla, dependendo do contexto, e em MIPS (milhões de instruções
por segundo), sendo essas operações com números inteiros.
Somente a capacidade máxima teórica de um microprocessador não define seu desempenho, somente dá uma
noção da sua capacidade, uma vez que sua arquitetura, barramento com a memória, entre outros, também
influenciam no seu desempenho final. Sendo assim, sua capacidade de processamento é medida comparando-
se a velocidade de execução de aplicativos reais, podendo-se assim, testar seu desempenho em atividades
comuns.

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