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Ipê-amarelo-da-serra

O ipê-amarelo-da-serra (Tabebuia alba (Cham.) Sandwith) é uma árvore brasileira,

heliófita, secundária inicial, nativa da Mata Atlântica (floresta ombrófila densa e floresta estacional

semidecidual), considerada a árvore símbolo do Brasil, descrita inicialmente em 1832 por Chamiso

como Tecoma alba. O nomealba se deve à coloração branca das folhas e ramos novos, devida aos pelos

que as recobrem.

Está na lista da flora ameaçada do estado de São Paulo.[1]

Outros nomes populares: ipê-ouro, ipê-amarelo, ipê-da-serra, ipê, aipê, ipê-branco, ipê-mamono, ipê-

mandioca, ipê-pardo, ipê-vacariano, ipê-tabaco, ipê-do-cerrado, ipê-dourado, ipezeiro, pau-d’arco-

amarelo, taipoca.[2]

Características

Altura: cerca de 30 metros.

Tronco reto ou levemente tortuoso, casca externa grossa, cinza-rosa, com fissuras longitudinais esparsas

e profundas.

Com ramos grossos, tortuosos e compridos, o ipê-amarelo-da-serra possui copa alongada e alargada na

base. As raízes de sustentação e absorção são vigorosas e profundas.

As folhas, decíduas, são opostas, compostas digitadas, de face superior verde-escura e face inferior

acinzentada, ambas tomentosas na folha jovem, a superior glabra na adulta. Os pecíolos das folhas

medem de 2,5 a 10 cm de comprimento. Os folíolos em número de 5 a 7, possuindo de 7 a 18 cm de

comprimento por 2 a 6 cm de largura. O ápice destes é pontiagudo, com base arredondada e margem

serrada.

Árvore florida.

Inflorescência em panícula terminal, com flores grandes e lanceoladas, são de coloração amarelo-ouro.

Possuem em média 8 x 15 cm.

Os frutos são cápsulas bivalvares cilíndrica, secos e deiscentes. Do tipo síliqua, lembram uma vagem.

Medem de 15 a 30 cm de comprimento por 1,5 a 2,5 cm de largura. As valvas são finamente tomentosas

com pêlos ramificados. Possuem grande quantidade de sementes.


As sementes são membranáceas brilhantes e esbranquiçadas, de coloração marrom. Possuem de 2 a

3 cm de comprimento por 7 a 9 mm de largura e são aladas.

[editar]Reprodução

A espécie é caducifólia (decídua) e a queda das folhas coincide com o período de floração. A floração

inicia-se no final de julho e vai até setembro, podendo ocorrer alguma variação devido a fenômenos

climáticos. Como a espécie floresce no final do inverno é influenciada pela intensidade do mesmo. Quanto

mais frio e seco for o inverno, maior será a intensidade da florada do ipê-amarelo.

A planta é hermafrodita, e frutifica nos meses de outubro e novembro. Em cultivo, a espécie inicia o

processo reprodutivo após o terceiro ano.

As flores por sua exuberância, atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são

importantes agentes polinizadores. Segundo CARVALHO (2003), a espécie possui como vetor de

polinização a abelha mamangava (Bombus morio).

As sementes são dispersas pelo vento (anemocoria).

[editar]Ocorrência

Ocorre naturalmente na floresta estacional semidecidual, Floresta de Araucária e no cerrado brasileiros,

nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,

Goiás[carece  de fontes] e Serras do Espírito Santo.

Nativa também em parte da Argentina e Paraguai.[3]

Tolerante a geadas, ocorre em locais cuja temperatura média anual varia de 14,4°C como mínimo e

22,4°C como máximo.

Prefere solos úmidos, com drenagem lenta e geralmente não muito ondulados (LONGHI, 1995), terras de

boa a média fertilidade, em solos profundos ou rasos, nas matas e raramente cerradões(NOGUEIRA,

1977).

[editar]Usos

A madeira é usada na construção civil, na forma de tacos e assoalhos, e em marcenaria e carpintaria.

É usada no paisagismo urbano.

[editar]Produção de mudas

Os frutos devem ser coletados antes da dispersão, para evitar a perda de sementes. Após a coleta as

sementes são postas em ambiente ventilado e a extração é feita manualmente.

Produzem grande quantidade de sementes aladas com pequenas reservas, que perdem a viabilidade em

poucos dias após a sua coleta. A sua conservação vem sendo estudada em termos de determinação da

condição ideal de armazenamento, e tem demonstrado a importância de se conhecer o comportamento

da espécie quando armazenada com diferentes teores de umidade inicial, e a umidade de equilíbrio crítica

para a espécie (KANO; MÁRQUEZ & KAGEYAMA, 1978).


As sementes não têm dormência. Podem apenas ser expostas ao sol por cerca de 6 horas, devem ser

semeadas diretamente nos saquinhos. A germinação ocorre após trinta dias e é de 80%. As sementes

são ortodoxas e há aproximadamente 87000 sementes em cada quilo.

[editar]Pragas e Doenças

De acordo com CARVALHO (2003), possui como praga a espécie de coleópteros Cydianerus

bohemani da família Curculionoideae e um outro coleóptero da família Chrysomellidae. Apesar da

constatação de elevados índices populacionais do primeiro, os danos ocasionados até o momento são

leves. Nas praças e ruas de Curitiba - PR, 31% das árvores foram atacadas pela cochonilhaCeroplastes

grandis.

ZIDKO (2002), ao estudar no município de Piracicaba a associação de coleópteros em espécies arbóreas,

verificou a presença de insetos adultos da espécie Sitophilus linearis da família de

coleópteros, Curculionidae, em estruturas reprodutivas. Os insetos adultos da espécie emergiram das

vagens do ipê, danificando as sementes desta espécie nativa.

ANDRADE (1928) assinalou diversas espécies de Cerambycidae atacando essências florestais vivas,

como ingazeiro, cinamomo, cedro, caixeta, jacarandá, araribá, jatobá, entre outras como o ipê-amarelo.

[editar]Árvore símbolo

Embora o Ipê seja considerado árvore símbolo do Brasil, pela Lei nº 6.607 de 7 de Dezembro de

1978 o pau-brasil foi declarado Árvore Nacional.[4] Pelos projetos de lei PL-2293/1974 e PL-882/1975,

tentou-se instituir o Ipê como flor nacional do Brasil. Ambos os projetos foram arquivados na Câmara dos

Deputados. O projeto de lei PL-3380/1961 visava declarar o pau-brasil e o ipê-amarelo, respectivamente,

Árvore e Flor Nacionais, mas este projeto não foi aprovado.[5]

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