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BUSINESS INTELLIGENCE COMO SOLUÇÃO PARA OTIMIZAÇÃO DE


DADOS

Paulo Henrique Nunes Caixeta


8º período do Curso de Sistemas de Informação do
Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
paulohncaixeta@unipam.edu.br

Prof Me José Corrêa Viana


Professor do Curso de Sistemas de Informação do
Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
jcorrea@unipam.edu.br

Resumo: O presente trabalho trata da aplicação de Business Intelligence, que é um tema bastante
abrangente que envolve fontes de dados, mineração de dados e software de análises, em um ambiente
empresarial. Neste sentido, a pesquisa tomou como ponto de partida a necessidade de uma empresa em
gestão de agronegócio oferecer serviços de Business Intelligence. Foi investigado o custo/benefício de
um software específico chamado PowerBI e concluiu-se que o mesmo é viável em sua aplicabilidade e
a referida empresa conseguiu validar positivamente sua nova projeção de serviço junto aos seus clientes.

Palavras-chave: Business Intelligence. PowerBI. Data Warehouse. Custo. Benefício.

Abstract: The present work deals with the application of Business Intelligence, which is a very broad
topic that involves data sources, data mining and analysis software, in a business environment. In this
sense, the research took as a starting point the need for a company in agribusiness management to offer
Business Intelligence services. It was investigated the cost / benefit of a specific software called PowerBI
and it was concluded that the same is feasible in its applicability and said company was able to positively
validate its new service projection with its customers.

Key-words: Business Intelligence. PowerBI. Data Warehouse. Cost. Benefít.

1 INTRODUÇÃO

Conhecer bem o seu negócio é uma premissa para o sucesso, ou seja, aquele que
almeja destacar-se no mercado em que está inserido deve ter em mãos o máximo de informações
que ele puder coletar sobre seu produto, sua praça e seu público. Para que as informações sejam
disponibilizadas com eficiência e prontidão, deve-se observar critérios para armazenamento dos
dados bem como técnicas para extração destes dados.
Neste cenário existem os bancos de dados, ferramentas essenciais para
armazenamento e consulta de dados. Os bancos de dados, por sua vez, tendem a ficar muito
extensos e complexos, gerando consultas muito elaboradas e difíceis. Para lidar com o grande
volume de informações de forma otimizada surgiu o Business Intelligence, que se refere ao
processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações
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que oferecem suporte a gestão de negócios, ou seja, o conjunto de teorias, metodologias,


processos, estruturas e tecnologias que transformam uma grande quantidade de dados brutos
em informação útil para tomadas de decisões estratégicas.

De forma geral, um projeto de Business Intelligence envolve a seguinte estrutura:

1. Fonte de dados, que pode estar alocada em um banco de dados na própria


máquina, em servidor ou remotamente. A fonte de dados também pode ser o
Microsoft Excel ou outro software que permite a organização das informações
de gestão da empresa.
2. Software de Análise, são as ferramentas citadas logo abaixo no texto, a
escolha deste software deve considerar a demanda/custo frente as necessidades
operacionais.
3. Serviço de nuvem, apesar de não ser um critério obrigatório para empresas
com pequenas bases de dados, deve se considerar a necessidade de se manter
os dados em algum serviço remoto, seu custo também deve ser considerado.

Com os fundamentos do Business Intelligence é possível para estruturar a coleta,


organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte
à gestão de negócios de tal forma que converta toda a informação bruta de dados em relatórios
e gráficos que facilitam a tomada de decisão.
É neste cenário que o presente trabalho está focado, ou seja, como objetivo geral
pretende aplicar os fundamentos de Business Intelligence no cenário da empresa e demonstrar
como as informações podem ser melhor utilizadas em práticas comerciais, bem como, também
atestar a viabilidade financeira da utilização do sistema. E como objetivos específicos pretende:

• Facilitar a realização e consulta de informações da empresa;


• Auxiliar a tomada de decisão na empresa;
• Gerar relatórios para análise;
• Gerenciar os dados e informações de uma empresa;
• Identificar problemas e ajudar a descobrir oportunidades.
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Isso se justifica por que, com bancos de dados cada vez mais complexos e a
evolução das práticas de mercado, faz-se necessário a criação de sistemas robustos capazes de
coletar as informações destes bancos de dados e disponibilizá-la afim de prever crises e
programar estratégias eficientes para gerir negócios.
O principal benefício do Business Intelligence para a empresa é a sua capacidade
de fornecer informações precisas quando necessárias, incluindo uma visão em tempo real do
desempenho corporativo geral ou de suas partes individuais
Não somente as grandes empresas, mas também as corporações de pequeno e médio
portes necessitam de Business Intelligence para auxiliá-las nas mais diferentes situações para a
tomada de decisão, otimizar o trabalho da organização, reduzir custos, eliminar a duplicação de
tarefas, permitir previsões de crescimento da empresa como um todo e contribuir para a
elaboração de estratégias.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção apresenta a fundamentação teórica utilizada para construção do trabalho,


apresentando os conceitos de Business Intelligence bem com, tópicos e assuntos relacionados
ao tema.

2.1 Business Intelligence

Business Intelligence tal como é sugestivo o nome, propõe formas de inteligentes


de tratar os negócios. O conceito é moderno, porém sua base está na milenar busca por melhorar
os processos e a execução de qualquer tarefa.
Com o advento do computador, tornou-se mais claro a importância de se cruzar
informações e apurar detalhes a partir destes cruzamentos “O conceito de BI – Business
Intelligence, de forma mais ampla, pode ser entendido como a utilização de variadas formas de
informação para se definir estratégias de competitividade nos negócios da empresa”
(BARBIERI, 2001, p. 34).
Segue uma lista exemplificando as principais ferramentas de Business Intelligence
do mercado (INQUEST,2015) 1 : Quick Sense, Quick View, Tableau, Yellowfin, Pentaho.

1
Disponível em: < http://www.inquesti.com.br/blog/conheca-as-principais-ferramentas-de-business-
intelligence> Acessado em 26 fevereiro 2018.
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PowerBI: Distribuído pela Microsoft, é um conjunto de ferramentas de análise de


negócios, que tem como principal objetivo auxiliar na análise e compartilhamento de ideias.
(DOCS-MICROSOFT, 2018)2.
Para que se entenda melhor, é importante salientar que os sistemas de Business
Intelligence estão associados a três tecnologias: Data Warehouses, On-Line Analytical
Processing e Data Mining.
O Data Warehouse é um repositório integrado que permite o armazenamento de
informação que seja de fato importante para a tomada de decisão. É “uma cópia dos dados de
transações, estruturada especificamente para consultas e analises.” (KIMBALL 1998, p.310).
Segundo Barbieri (2011, p. 95), o Data Warehouse tem por objetivo o tratamento
relacional e dimensional de informações o que possibilita o cruzamento de dados de acordo
com os campos necessários. O Data Warehouse também é chamado de Armazém de Dados,
uma estrutura capaz de reunir e disponibilizar informações de áreas diversas como vendas,
estoque. Estas informações específicas são denominadas Data Marts onde Almeida (2015) os
definem como sendo uma base de dados departamental que enfatiza o fácil acesso a uma
informação relevante em determinada área dentro da organização. Os Data Marts também são
chamados de Fatos.
O On-Line Analytical Processing (OLAP) e ferramentas de Data Mining são
ferramentas para se analisar estes repositórios. Sistemas OLAP são uma tecnologia de software
que permite a analistas, gerentes e executivos a obterem os dados de uma forma rápida,
consistente e com acesso interativo para uma grande variedade de possíveis visões da
informação na empresa. Hokama et al, (2004 p.13) afirmam que os sistemas OLAP “fornecem
uma visão multidimensional dos dados não importando como estes dados estão fisicamente
armazenados. Os dados são percebidos pelo usuário como um cubo multidimensional onde cada
célula contém um valor ou medida”.
Hokama et al (2004) ainda definem o Cubo como sendo uma estrutura
multidimensional de dados que expressa a forma na qual os tipos de informações se relacionam
entre si. Genericamente ele armazena todas as informações relacionadas a um determinado
assunto, de maneira a permitir que sejam montadas várias combinações entre elas, resultando
na extração de várias visões sobre o negócio modelado.
Data Minings são constituídos de algoritmos de exploração dos dados que
identificam padrões, relacionamentos, modelos, etc., ocultos na grande quantidade de dados

2
Disponível em: < https://powerbi.microsoft.com/pt-br/what-is-power-bi/> Acessado em 26 fevereiro 2018
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armazenados. Silva (2004, p.8) afirma que: “Desta forma, percebe-se claramente que a
mineração de dados possui grande relevância, contribuição e abrangência no que diz respeito a
aplicações”
O Data Mining pode ser definido como sendo um processo de extração de
conhecimento implícito, previamente desconhecido e potencialmente útil como grandes bases
de dados.

2.2 Computação em Nuvem

A computação em nuvem constitui um campo da tecnologia da informação cuja


engenharia encontra-se totalmente on-line e é acessada através de plataformas que
disponibilizam inúmeros serviços ao usuário. Walczak (2014) ainda afirma que essas empresas
vendem ferramentas de nuvem como serviço para outras organizações que não possuem
condições de manter esse tipo de infraestrutura.
O National Institute of Standards and Technology (NIST), 2009, conceitua
computação em nuvem como sendo um modelo que possibilita acesso, de modo conveniente e
sob demanda, a um conjunto de recursos computacionais configuráveis (por exemplo, redes,
servidores, armazenamento, aplicações e serviços) que podem ser rapidamente adquiridos e
liberados com mínimo esforço gerencial ou interação com o provedor de serviços.

Através desse conceito, é dispensada a instalação de aplicativos nos


computadores ou dispositivos móveis, pois é possível acessar diferentes
serviços online para fazer o que precisa, já que os dados não se encontram em
um computador específico, mas sim em uma rede. (SANTANA, 2017, p.7)

Outro fator importante a ser considerado acerca da computação em nuvem é que


este setor da tecnologia da informação está em franco crescimento e constitui uma das
principais tendências futuras em tráfico de dados. A internet revolucionou a troca de
mensagens e a computação em nuvem, está revolucionando o acesso a estas mensagens. O site
Convergência digital divulgou um estudo apontando que o mercado de computação em nuvem
teve expansão de 47,4% em 20163. Grandes seguimentos mundiais estão migrando para as
nuvens, grandes empresas, outrora referência em hardware (como é o caso da IBM) agora

3
Disponível em: <http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate
=site&UserActiveTemplate=mobile%252Csite&infoid=45964&sid=97> Acessado em 01 março 2018
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estão disponibilizando plataformas em nuvem contendo inúmeros serviços como alugueis de


servidores, criação de máquinas virtuais, sistemas ERP, Machine Learning. A Microsoft
disponibiliza o Azure, sua plataforma nuvem onde é possível acessar inúmeros serviços e
dentre eles o SQLSERVER on-line.

2.3 PowerBI

Santana (2017, p. 8) conceitua que “A ferramenta Microsoft PowerBI é um serviço


de análise de negócios baseados em nuvem, projetado para atender a demanda de informações
por parte de usuários coorporativos.” Dessa forma, os usuários contam recursos que permitem
a eles manter o controle de seus negócios por meio de painéis de indicadores operacionais em
tempo real através da web ou do aplicativo móvel Microsoft PowerBI.

Além desses indicadores, os usuários desta ferramenta contam com relatórios


visuais interativos, os quais podem ser expandidos através da conexão com
fontes de dados adicionais. O Microsoft PowerBI também conta com uma
ferramenta de criação de relatórios que pode ser explorada livremente pelos
usuários. (SANTANA2017, p. 8)

2.4 Custos

A questão dos custos constitui outro fator que precisa sempre ser considerado
quando se pretende implementar nossos recursos ou contratar serviços, antes de mais nada é
necessário analisar de forma criteriosa o custo x benefício. Verificar se de fato o novo serviço
vai no mínimo manter os custos atuais e reduzir tempo de resolução dos processos.
O site SECNET4, afirma que com o passar do tempo, uma estrutura de TI pode
ficar muito dispendiosa para ser mantida ou se realizar upgrades, afirma ainda que uma solução
seria contratar soluções terceirizadas como os serviços de Cloud, sendo possível a redução de
10% a 40% dos custos anuais com o TI.

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Disponível em :<https://www.secnet.com.br/blog/reducao-custos-em-ti> Acesso em: 05/03/2018
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3 METODOLOGIA

O presente estudo tratou de uma pesquisa explicativa e pretendeu quantificar os


resultados da aplicação direta de uma ferramenta de Business Intelligence chamada PowerBI.
Esta ferramenta foi aplicada dentro da Obers Ltda, empresa especializada em desenvolver
soluções tecnológicas voltadas para o agronegócio onde foi selecionado um cliente e
referenciada no presente trabalho como “Empresa Cliente”, cujo nome permanece anônimo,
que consistia no menor cenário possível para se realizar os testes de viabilidade e acesso na
apuração da Taxa de Inovação x Custos.
O tempo de pesquisa foi suficiente para verificar a efetividade da aplicação. Para a
implantação do projeto foram testadas conexões do PowerBi com banco de dados ORACLE
em diversos ambientes (Conexão Local, Rede, Wi-fi e Cloud) com o objetivo de garantir a
disponibilidade, confiabilidade e confidencialidade da informação.
Foi realizado um estudo sobre as práticas de tratamento de dados e consulta nos
bancos com o objetivo de permitir a criação de um Data Warehouse capaz de apresentar as
informações de forma satisfatória. O projeto também previu a criação de documentação capaz
de orientar de forma satisfatória projetos de BI futuros. Foram utilizados fundamentos de
Banco de Dados, Business Intelligence, Big Data, Manipulação e análise de Dados, Estatística.

3.1 Ferramentas Utilizadas

No Quadro 1 são listadas as ferramentas que foram utilizadas no desenvolvimento


do projeto.

Quadro 1 - Ferramentas Utilizadas no Desenvolvimento do Projeto


Nome Descrição
SQL ORACLE Sistema de Banco de dados
Visual Studio Plataforma de desenvolvimento
Azure Plataforma de Nuvem da Microsoft
PowerBI Ferramenta de Business Intelligence
Fonte: Elaborado pelo autor.
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4 DESENVOLVIMENTO

O projeto seguiu dentro do cotidiano da empresa e esteve, portanto, sujeito às


variabilidades e imprevisibilidades dentro do ambiente de trabalho. Muitas situações surgiram
ao logo do tempo de pesquisa, por exemplo, queda de servidor, perda de acesso à banco ou
auxilio em outros projetos. Havia uma grande dúvida sobre como proceder, afinal, um sistema
de Business Intelligence era ainda um escopo pouco explorado pela empresa, sendo assim o
trabalho seguiu algumas fases correlacionadas afim de se estabelecer uma linha de
aprofundamento que permitisse também a criação de documentação. A metodologia Kanban,
antes prevista na metodologia, mostrou-se pouco eficiente neste projeto pois não havia uma
visão clara dos processos e por isso não foi utilizada.
Foi necessário compreender como a empresa se relaciona com seus clientes e
como os dados estariam disponibilizados. Apurou-se que os bancos de dados estão alocados
no ambiente dos clientes e a Obers Ltda acessa estes bancos através de conexão remota que
segue a regra desenvolvimento/produção. Outro ponto importante foi compreender a natureza
dos dados, ou seja, como as informações estão organizadas dentro dos bancos. Observou-se
que as tabelas nos bancos são extremamente complexas pois tratam de informações gerenciais
com indicadores quantitativos sobre faturamento, produção, clientes e contabilidade.
À medida que as questões sobre a natureza dos dados e o acesso a eles foram sendo
esclarecidas, pôde-se focar na criação do sistema em si. A primeira fase precisava responder
as seguintes questões:
• Como criar os Dashboard no PowerBI?
Definiu-se que, criação de Dashboards precisa ser feita a partir da conexão com
tabelas e bancos que podem estar alocados localmente ou remotamente através da
versão on-line, porém a opção remota mostrou-se inviável para a realidade da
empresa como será posteriormente explicado.
• Como publicar os Dashboards?
Definiu-se que os Dashboards podem ser utilizados no próprio programa em sua
versão desktop ou publicados para a versão on-line para em seguida serem
disponibilizado de muitas formas diferentes.
• Quanto custa?
Definiu-se que depende de como a contratante tem necessidade dos relatórios. De
forma geral, quanto mais serviços, maior o custo.
Definiu-se também que O PowerBI pode ser utilizado em três níveis:
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1. PowerBI Desktop: para a conexão com as bases de dados, manipulação de


tabelas e criação de Dashboards.
2. PowerBI Pro: esta é a versão on-line e com ela é possível compartilhar e/ou
imprimir os relatórios.
3. PowerBI Embedded: quando existe a necessidade de um grande volume de
acessos simultâneos aos relatórios.
Com os dados inseridos, deu-se início à criação do primeiro Dashboard conforme
apresentado na Figura 1 e a partir de então, foi possível fechar o ciclo de criação a partir do
Desktop, ou seja, publicar. Este ciclo prevê a validação dos Dashboards e sugere que a revisão,
caso os resultados não sejam satisfatórios, poderá ocorrer em três fases distintas no ciclo,
conforme a Figura 2 aponta. A publicação do relatório consiste em exportá-lo para o PowerBI
Pro. Vale ressaltar que o nome da Empresa cuja base foi definida para testes permaneceu
oculta assim como os números apresentados foram alterados pois tratam se de informações de
cunho estratégico e devem permanecer ocultos. Ela é referida no presente projeto como
“Empresa Cliente”.
Definido a questão da criação do Dashboard, foi possível apurar as formas de
publicação das informações. Esta publicação se deu a partir do PowerBi desktop e, conforme
citado anteriormente, foi carregado na versão on-line do programa onde foram testadas as
possibilidades de publicação. Definiu-se que é possível imprimir os relatórios ou mesmo salvá-
los em PDF, também é possível compartilhar através de API pública (o que não é recomendado
por se tratar de dados sigilosos). Foram testadas as opções de compartilhamento com regras
de acesso onde um determinado usuário deveria visualizar um relatório específico. Outro teste
realizado foi através da publicação no smartphone. O PowerBI possui um aplicativo que pode
ser baixado gratuitamente na PlayStore e através dele pôde-se visualizar os relatórios que
foram compartilhados.
O último teste realizado na questão da publicação também explorou a fronteira dos
custos onde apurou-se que o custo está diretamente relacionado ao tipo de acesso e tipo de
publicação. Muitas dúvidas surgiram e foi necessário abrir um chamado junto à Microsoft
onde um Engenheiro Consultor orientou sobre as melhores práticas de uso da ferramenta.
Esclareceu que em relação ao tipo de acesso, seria inviável a Obers realizar consultas em
bancos de dados dos clientes no ambiente dos clientes utilizando o PowerBI Pro, uma vez que
o mesmo não oferece uma forma de conexão remota direta a dados e ainda haviam barreiras
como Firewall e/ou empresas gestoras de segurança de banco de dados quem alguns clientes
contratam.
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Figura 1 – Primeiro Dashboard

Fonte: Elaborado pelo autor

O mesmo Engenheiro orientou que, em acessos superiores a 300 chamados/hora


de uma forma não pública, esta publicação precisaria ser feita através do PowerBI Embedded
e este por sua vez, é contratado no Azure, o portal de serviços Cloud da Microsoft
Uma possibilidade seria através do uso de Gateways, mas logo concluiu-se que,
não seria possível configurá-los dinamicamente no PowerBI pois para isso cada cliente teria
que ter instalado o próprio gateway, o que os obrigavam a adquirir uma licença do PowerBi
Pro de forma que Obers pudesse acessar os dados.

Figura 2:Ciclo de criação

Fonte: Elaborado pelo autor


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Com a definição e compreensão dos caminhos profissionais e fechando o ciclo de


criação dos relatórios pôde-se apurar que a empresa Obers Ltda pode agora oferecer um
serviço de Business Intelligence junto aos seus clientes de duas formas:

1. Ofertar relatórios e análises de Business Intelligence aos clientes.


Para que houvesse sucesso nesta frente, o acesso aos dados é essencial. Estes dados
precisam estar consistentes e atualizados então, sob recomendação da empresa, resolveu-se
buscar formas de conectar o PowerBI ao ambiente dos clientes.
Conclui-se que solução seria a criação de um Data Warehouse centralizado que
fosse capaz de reunir as informações em DataMarts de diversos clientes para em seguida serem
consumidos no PowerBi. A estrutura recomendada seria através da criação bancos de dados
dimensionais (cubo de dados) e abastecidos com DataMarts porém, logo percebeu-se que a
Obers Ltda não possui uma prática de criação de Cubo de Dados. Neste caso, a melhor solução
seria alimentar o Data Warehouse com DataMarts gerados através de Views construídas no
ambiente da Empresa Clientes e sincronizados no ambiente da Obers através de Store
Procedure capaz de manter a consistência dos dados nos dois ambientes. Isso foi necessário ser
feito por uma questão de tempo, pois a implantação de Cubo de Dados iria extrapolar o tempo
de pesquisa deste projeto e inviabilizaria esta entrega final, porém ficou estabelecido um ponto
a ser explorado em projetos futuros.
2. Ofertar consultoria de Business Intelligence no ambiente dos clientes.
Esta solução também consiste em uma fronteira viável pois a empresa Obers pode
gerar receita através de contratos, consultoria e treinamento. Para tanto, utilizando como ponto
de partida a Empresa Cliente, foram preparados dois Dashboards capazes de fornecer um
mapeamento de faturamento e de quantidade vendida. A Figura 3 apresenta os Dashboards de
faturamento com a aplicação de dois filtros de profundidade. No primeiro quadro, estão as
informações gerais com nome dos vendedores, produtos vendidos e quem comprou, em
seguida, é aplicado um filtro selecionando o ano de 2017, 3º trimestre/agosto e finalmente, no
terceiro quadro é selecionado o dia 20 do referido trimestre/mês e como resultado, pôde-se
demonstrar neste dia específico, o quanto cada vendedor faturou, quais os produtos que foram
vendidos e quem comprou.
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Figura3 – Conjunto detalhamento de faturamento/compradores

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 4 apresenta o Dashboard com o mapeamento de volume de vendas por


cidade e para tanto, o primeiro quadro apresenta uma visão geral contendo quais as cidades em
que houve algum tipo de venda, contém a lista destas cidades em um gráfico de Pizza top 20
melhores e também, aponta quais produtos foram vendidos. Em seguida, foi aplicado o filtro
de estado para demonstrar quais as cidades que compraram no referido estado e finalmente foi
aplicado um filtro sobre o produto em si para que fosse possível apurar qual o volume de vendas
daquele determinado produto em cada cidade apontada pelo filtro de estado.
Finalmente, foi marcada uma reunião com o diretor comercial da empresa cliente
para a apresentação do que foi desenvolvido. A solução foi positivamente recebida e fechou-
se um acordo de serviço entre a Obers e a Empresa Cliente. Foi estabelecido a elaboração de
novos Dashboards contendo informações mais significativas no universo de decisões
estratégias como faturamento, preço médio de vendas e custo apurado por setores. Os novos
Dashboards foram preparados e permanecem ativos auxiliando a otimização das informações
e a tomada de decisões.
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Figura 4 – Conjunto detalhamento volume de Vendas/cidade

Fonte: Elaborado pelo autor

Preparou-se também uma documentação contendo orientações sobre a respeito da


implantação do serviço de Business Intelligence utilizando o PowerBI, a documentação está
referenciada no presente trabalho sobre o nome de Apêndice A –Implementação do PowerBi
em ambiente empresarial.

5 CONCLUSÕES

De acordo com os objetivos específicos da pesquisa apresentados no presente


documento pôde-se chegar nas seguintes conclusões:
• Facilitar a realização e consulta de informações da empresa: O projeto
atendeu bem esta, pois antes as informações otimizadas precisavam ser consultadas diretamente
nos bancos de dados ou em tabelas dinâmicas, requerendo a utilização frequente de mão de obra
qualificada e lentidão nas consultas. Tornou as consultas mais rápidas para os diretores
comerciais que agora têm acesso direto às movimentações inseridas nos referidos bancos.
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• Auxiliar a tomada de decisão na empresa: Com os Dashboards gerados o


acesso a informação passou a ser rápido e dinâmico e por conta disso, tornou-se mais fácil
identificar situações delicadas e prevenir perdas de rentabilidade e estoque.
• Gerar relatórios para análise: Com os filtros inteligentes do PowerBI
aplicados tornou-se possível gerar relatórios específicos sobre qualquer ponto a ser tratado ou
demonstrado dentro das informações levantadas.
• Gerenciar os dados e informações de uma empresa: A visualização das
informações em Dashboards permitiu identificar erros de lançamento e dados omissos no
universo contábil da empresa atendendo assim a tese de que Business Intelligence é capaz de
otimizar dados armazenados.
• Custo: O PowerBI se apresenta como uma solução viável para pequenas e
grandes empresa pois ele está capitalizado de acordo com demanda, ou seja, para universos
menores existe a versão desktop gratuita e para universos de grandes corporações existe a opção
de contração por capacidade que segue de acordo com necessidade acessos simultâneos aos
relatórios.
O PowerBI também demostrou ser versátil em promover o relacionamento entre
informações de diversas origens, ou seja, em um mesmo Dashboard podem ser carregados
dados provindos de tabelas do Microsoft Excel, Consultas em Oracle e SqlServer alocado em
cloud Azure. E, no contexto da presente pesquise foram utilizadas tabelas criadas no próprio
programa, relatórios carregados a partir de Views de Banco de dados e relatórios carregados
com consultas simples.
Sendo assim, o uso comercial do Microsoft PowerBI consiste em uma opção
poderosa capaz tornar o acesso às informações mais rápido e, portanto, atua na compreensão
do universo aplicado em cada contexto bem como identificar anomalias presentes e facilitar a
capacidade de tomada de decisões.
Para trabalhos futuros recomenda-se à Obers melhorar as práticas de acesso aos
bancos com a elaboração de Cubo de Dados afim de otimizar a construção dos Dashboards no
PowerBI. Recomenda-se realizar testes de inserção dos Dashboards em aplicações on-line web
ou mobile. Recomenda-se incluir nos acordos comerciais opção de escolha sobre utilização do
Business Intelligence por parte dos Clientes através Dashboards, com treinamentos e
consultoria ou criação dos referidos Dashboards no ambiente dos mesmos.
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REFERÊNCIAS

BARBIERI, Carlos. BI – Business Intelligence: modelagem e qualidade. Rio de Janeiro:


Editora Elsevier, 2011

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Universidade Presbiteriana Mackenzie Faculdade de Computação e Informática São Paulo
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