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As bases de 2017

Caros tricolores,
Chegamos a 2017 e, para pensar nas possibilidades do Fluminense para essa
temporada, devemos levar em consideração diversos aspectos que influenciam no
desempenho do nosso time. Dentre eles, o legado do ano anterior, a nova diretoria, o atual
elenco, as contratações e os reforços, a estrutura do clube e o investimento a ser feito no
futebol. Vou apresentar a seguir comentários sobre todos esses pontos e espero
comentários com ideias contrárias para debatermos as possibilidades.
 O legado: Poderíamos falar apenas de 2016, porém o legado que se apresenta ao
Fluminense é parecido com o que o antigo presidente deixou para si mesmo. Em
2013, Peter Siemsen, que pegou o clube campeão brasileiro deixou para si
mesmo um clube salvo, pelo maior rival, de um rebaixamento humilhante, um
ano após ser campeão brasileiro. Estruturas e construções do centro de
treinamento à parte, os últimos três anos do Fluminense foram abaixo da
mediocridade. Este é um ponto que gera preocupação à boa parte da torcida pois
o candidato eleito foi indicação do antigo presidente. O escolhido, então, recebeu
um clube com pedido de suplementação orçamentária, sem patrocínio, com
obrigação de rescindir o contrato de material esportivo bancado por seu
antecessor, dívidas do centro de treinamento e um elenco inchado para trabalhar;
 A nova diretoria: Restou então, para Pedro Abad, o dever de levar o Fluminense
a patamares aceitáveis nos próximos três anos. Os nomes fortes do futebol do
Tricolor são, aos meus olhos, apostas. Torres tem passado com a camisa tricolor
e, aparentemente, gosta do clube, entretanto, era olheiro e está iniciando uma
nova função no Fluminense. As promessas em campanha foram de um
Fluminense sóbrio e, ao mesmo tempo, vibrante. Esperamos que os próximos
anos sejam promissores como disse, em campanha, Pedro Abad e Cacá Cardozo;
 O atual elenco: Para termos anos promissores, a diretoria acredita que diversos
nomes de destaque na folha salarial do clube devem deixar o elenco. Cícero é
um símbolo disso. Um jogador que era referência técnica e nome certo entre os
onze titulares, foi liberado sem nenhuma compensação financeira. A questão dos
salários ainda é confusa. Nomes como Osvaldo, H. Dourado, Gum, Giovanni,
entre outros, provavelmente não fazem parte dos planos do Tricolor e é bem
provável que, mesmo assim, não sejam transferidos. Temos, então, um grupo
limitado tecnicamente, mas que pode surpreender ao longo do ano, dependendo
de novas peças e das escolhas táticas do nosso treinador;
 Contratações e reforços: Me recuso a achar que contratações e reforços sejam a
mesma coisa. Para mim, contratação foi a de Lucas, é uma incógnita e pode
voltar a bons tempos ou continuar na má fase, atestada por ele mesmo em
entrevista coletiva. Reforços são os nomes de Sornoza e Orejuela, além de Abel
Braga, um acerto da diretoria. Abel esteve mal no Fluminense desde o título
contra o Palmeiras em 2012. Nos últimos jogos deste campeonato e nos da
temporada seguinte, o clima de soberba era comum, fazendo com que resultados
ruins fossem naturalizados pela comissão técnica, algo absurdo se tratando de
Fluminense. Desde o meio de 2013 até aqui, Abel treinou Internacional e foi para
o Oriente Médio, ficou um ano sem trabalhar e, de acordo com ele, estudou
bastante nesse período. Espero que sim. Suas entrevistas estão animando pois
ele parece o cara certo para demonstrar o que é o Fluzão para os jogadores, e que
quem não se adequar, que saia. Os equatorianos trouxeram muitas expectativas,
com participações em sua seleção, não há um crítico de futebol que apresente
más notícias em relação aos reforços do Flu. Acredito que novos nomes devem
aparecer ao longo do primeiro semestre. Barcos seria ótimo para nós;
 A estrutura do clube: Diferentemente de outros anos, fizemos em casa a nossa
pré-temporada. Nos dois últimos anos, fomos aos EUA passear na Disney e
voltamos com fotos, derrotas na Florida Cup e pouco condicionamento físico e
passamos sufoco no campeonato carioca. Esse ano o Flu usará o novo centro de
treinamento, moderno, amplo e bem equipado. As fotos e demais imagens são
espetaculares, espero passar por perto logo para ver a bandeira, mesmo que de
longe. Mesmo assim, ainda temos muito o que fazer, a sala de imprensa, que
homenageará Paulo Julio Clement, vítima do acidente da LaMia, ainda precisa
ser terminada, além de diversos outros pontos que serão finalizados ao longo
dessa gestão, de acordo com o presidente. A estrutura do centro de treinamento
do Fluminense é uma das bases de 2017 que animam o tricolor, diferentemente
do estádio no qual mandaremos nossos jogos. Com o Maracanã em péssimas
condições e o acidente no Giulite Coutinho, estamos novamente desabrigados;
 O investimento do futebol: Talvez o investimento no futebol do Fluminense seja
o ponto mais crítico desse início de temporada. Como mencionado, o Clube hoje
não conta com patrocínio máster e está processando a Dry World pelo atraso nos
repasses de verba e deficiência na entrega de materiais. O Fluminense joga a
Copa São Paulo com roupas Adidas. O papo da diretoria é de conversas
avançadas, tanto por patrocínio quanto por fornecedor de material esportivo.
Janeiro está chegando à sua metade, as competições começarão em dez dias e
não sabemos com que roupa nós vamos. Esperamos que as definições sejam
breves. Entendemos que a discrição nessas negociações é importante, entretanto,
a falta de informações é péssima para a torcida, que se importa com o Clube.

Discutidas diferentes bases que farão diferença no ano do Fluminense, podemos


concluir que há muito com o que se preocupar, desde os jogadores que envergarão nosso
manto até o lugar no qual farão isso. Independentemente de quaisquer coisas, queremos
o de sempre, honra à camisa e história tricolor. Sempre que o time agiu dessa forma, a
arquibancada retribuiu e carregou o time. Mesmo com muitos receios, a saudade de ver o
Fluzão em campo já é grande.

Abraços,

Karel Leal

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