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Firsio Robre, no fung , Dt en Pee es um templo de arte). Estamos, museus, criti . Crganizadores de ae a eee m eee as ee saul 1cOs de arte, todos ines internacionais, diretores de » Prolixos, POntificand com receio de perder a ltima das novida- Corrente nesse setor, Que 2 ane lingua-espuma, idioma internacionalmente Na arte, a novidad Pobreza de imaginacao, que vazio! nao é suficiente ahs Si nfo é qualificagio para o que é criativo, tancial externo que nao een Permanecer apenas um aspecto circuns- que a propria distinggo ee, es Posto de lado o fato de que fora criativo. Ao coun igo relativa, em cada obra persiste 0 minado momento histérico. ae ee eee da Tealidade em um deter- © momento expressivo, ane ae press 2 contetidos vividos e define ferivel e & definitiva, nao podend. iguragao do momento, ela é intrans- cis dae Podendo ser superada por qualquer outra forma, ia, esse sim, poderd ser seguido por outros mo- ae ne ae) haverdo de requerer novas formas. Mas a forma, E ente configurada, ela existe em si, precisa, com- pleta. Em sua estrutura se concretiza uma significacdo. Ela, forma ple- namente inter-relacionada e ordenada em miiltiplos niveis, seletiva na én- fase e nos meios de expressiio, obra de arte, com o decorrer dos anos continua com suas qualificagdes intactas. Cada vez que a vemos € a re- vivemos, ela se renova em nés e ndés nos renovamos nela. Ela nfo se esgota nem se repete na renovagéo, porque nds ndo nos repetimos em Nossos momentos de vida. Nao fosse assim, como ouvir, comovidos, al- guma sonata pela décima vez? Por que olhar 0 mesmo quadro, j4 fami- liar, reler um livro, rever uma pega de teatro? Por que arte? A novidade passou ao primeiro encontro com ela. Nao sdo esses, ainda, os conceitos de genialidade e de inovagio, os inicos que equivocadamente hoje se identificam com valores criativos quando j4 nao os substituem. Formulou-se 0 mito da criagao juvenil, uma verdadeira aura que se projeta em torno do fazer adolescente. Cria- tivo é 0 que é jovem, e vice-versa. £ yerdade que em nossa civilizagdo essa atitude se revela desde o inicio ambigua e cheia de contradi¢oes. A juventude € dado o carater de ima adolescéncia bastante prolongada, protegida pelo adulto e dele de- Pendente, isentando o jovem de responsabilidades correspondentes ao seu imento e A sua posigdo na sociedade ¢ oferecendo-lhe uma li- qual liberdade aparente, dentro de uma nao-maturidade artificial. tempo, porém, que se ignoram as suas potencialidades ¢ a sua io, exige-se dela, juventude, através de apelos e de pres- em no cerne de sua necessidade de afirmagao, uma Tea- AG? dade ¢ mesmo de invengao (por inyencao entendemos novidade)- jal, original ¢ jnovador como qualidades que carac- foram legados pelo Renascimento. Adquiriram esse do, na época, a individualidade procurava sobre- ous proprios méritos & rigida estratificagéio medie~ de classe ou de profissio determinava a posiciio HA de se ver 0 quanto essa situagdo se modificou em ‘Ao passo que no Renascimento se avaliavam as qualidades © um trabalho realizado, sempre no dominio de uma técnica plenamente adequada ao que se almejava obter © a altura dos jdeais da sociedade, hoje essas nogoes seryem de programacao de curri- guilo: ‘seja criativo’, ‘seja genial’, ‘seja original’. Propde-se a genialidade maneira de ser, como se o ser criativo fosse manipuldvel € redutivel a comportamentos volitivos, & nao fosse o proprio viver. O fato G que 0 excepcional ¢ valorizado indiscriminadamente sob as mais diversas formas sociais (ou associais). Ao mesmo tempo, a excepcionalidade é ysada como um parémetro para aferir 0 desempenho criativo dos indivi- duos, Num quadro cultural como 0 nosso, de condicionamentos massifi- antes, 86 € criativo quem consegue ser ‘genial’ — niio alguém que fosse auténtico, imaginativo, sensivel; tampouco se concebe que 0 ‘como uma espontaneo, potencial criador do homem possa desdobrar-se no trabalho ou em funcfio fa maturidade alcancada, na visio generosa da convivéneia humana, pois @ propria criatividade € considerada como algo inteiramente & margem do fazer natural. ‘A genialidade como proposta é um parmetro esmagador para qual- quer processo normal de desenvolvimento e de maturagao. £ ainda um parametro cujo valor é arbitrério quando nao artificial. Quem seria 0 genio e qual seria o tipo de genialidade que serviria de referéncia para as atividades criativas do homem? Tarzan? Super-homem? Ou entao, numa colocacio mais nobre mas nem por isso menos injusta: ou alguém se in ou é reduzido a zero? Presenciamos em todos os setores mana a instituigéo de padrdes de exceléncia irreais em relagéo a0 ensino e A educagao existente, inatingiveis e incompreensiveis pela grande maioria.7 Ao mesmo tempo se desconsidera a criatividade possibilidade de cada pessoa tentar encontrar nos variados do seu fazer a sua propria medida de capacidades dentro de torna um Einste! da atividade hu 7 em contrapartida, nivel dos chamados mass-media, os meios de comuni- 4, de masse, tlevisto, rédio, cinema, revitas, geralmente nfo fica longe da cartggade mental. “A massa assim o exige", dizem-nos 133

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