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Universidade Federal do ABC - UFABC

Beatriz Freires Miranda


Caique Possarle Peixoto
Fernanda Wassano Daher
João Yamashita
João Pedro Setúbal

QUALIDADE EM SISTEMAS

São Bernardo do Campo


- 1ºQ.2019 -
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

CONCEITO DE FMEA 4

Etapas para elaboração da FMEA 6

CASE: “CAFÉ NO COADOR” 7

Descrição das etapas do processo 7

DADOS COLETADOS 8

FMEA 10

CONCLUSÃO 13

REFERÊNCIAS Error! Bookmark not defined.


Failure Mode and Effects Analysis
(Análise dos Modos e Efeitos de Falha)

1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de gestão da qualidade (SGQ) tem o objetivo de verificar todos
os processos da empresa e como esses processos podem melhorar a qualidade
dos produtos e serviços frente aos clientes.
Nesse sistema, existem princípios e diretrizes da qualidade, que são
aplicados em cada processo que envolve o dia a dia da instituição. Através desses,
é possível fazer a tomada de decisões de forma segura, pois, através das
ferramentas utilizadas, o gestor poderá verificar os indicadores de desempenho da
empresa.
As empresas, cada vez mais, consolidam um sistema de qualidade devido a
sua importância na redução de custos e aumento de produtividade, mas é uma
tarefa árdua: na maioria das vezes é fundamental rever todos os processos, mapeá-
los e investir para a mudança.
Além disso, com algumas ferramentas da qualidade, as empresas
conseguem sentir as reais dores dos clientes, atuar em cima disso e proporcionar
uma melhor experiência. Como por exemplo o caso do Uber, no qual se mostrou
aberto a receber críticas e sugestões dos seus clientes visando a segurança dos
mesmos e a partir disso começou a colocar mais informações do motorista e do
carro.
A seguir são mostrados alguns fatores cruciais para implementação de um
sistema de qualidade eficiente:
2. CONCEITO DE FMEA
É uma metodologia sistemática para identificação de possíveis modelos de
falha de produtos ou processos antes de ocorrerem problemas, avaliação os riscos
associados a esses modos de falhas, além de identificar e aplicar medidas que
minimizem as consequências dos modos de falha, antes que eles cheguem ao
usuário final.
Este método, conduzido por uma equipe multidisciplinar, analisa falhas
quanto à seus efeitos, gravidade, frequência de ocorrência e a facilidade de
detecção. A priorização dos modos de falha é feita de acordo com o RPN (risk
priority number), que é o produto da frequência de ocorrência, severidade e
detecção.
Abaixo segue uma tabela, no qual é qualificado o nível de risco a partir do
valor de RPN. No qual abaixo de 14 é um risco baixo e acima de 49 é um risco
intolerável que necessita de uma correção rápida.

A análise FMEA pode ser aplicada para a diminuição da probabilidade de


ocorrência de falhas em projetos de novos produtos/processos; de falhas potenciais
ou aumento de confiabilidade em processos/produtos já em operação; ou para a
redução de riscos de erros em procedimentos administrativos.
2.1. Etapas para elaboração da FMEA
Uma análise de riscos (AR) segundo o FMEA segue um conjunto de
procedimentos pré-definidos, que tipicamente consistem em:
➔ Objeto: identificar o objeto a ser estudado
➔ Função: identificar as funções que o objeto tem de desempenhar
➔ Falhas: identificar as potenciais falhas que podem diminuir a
capacidade do objeto desempenhar suas funções corretamente.
➔ Efeitos das falhas: identificar os potenciais defeitos que podem
decorrer de cada falha.
➔ Causas de falha: identificar as causas de cada falha.
➔ Mecanismos de controle: examinar e colocar em prática os
mecanismos de controle para mitigar a probabilidade de ocorrência
de eventuais falhas.
➔ Ações recomendadas: identificar as ações corretivas necessárias
para mitigar o risco associado a cada modo de falha.
➔ Estabelecer prioridades: estabelecer prioridades para as ações
corretivas,l de acordo com um conjunto de critérios consistentes. O
método mais comum é o RPN (Número de prioridade de risco).

Em um demonstrativo, percebe-se que a partir da função de determinado


componente de um produto ou até uma especificação de uma parte de um
processo, a empresa consegue, a partir de uma visão ampla, avaliar falhas, causas
e efeitos.
3. CASE: “CAFÉ NO COADOR”
O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo. Na primeira
refeição do dia, durante o horário de trabalho ou até com eventos especiais nos fins
de semana, o produto faz parte da rotina e da história de milhares de brasileiros.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o consumo
médio anual por pessoa é de seis kg de café cru e 4,8 kg de café torrado e moído.
De acordo com dados mais atualizados da Abic, a produção nacional chegou
a 21 milhões de sacas em 2018 (considerado o período entre novembro de 2017 e
outubro de 2018) e isso tem um forte impacto na economia do país.
Visto isso, as empresas estão se preocupando com a qualidade do café e
do processo de fazer o mesmo, seja filtrando a partir de um filtro descartável ou em
cafeteiras elétricas que, cada vez mais, estão se automatizando e sendo
otimizadas.

3.1. Descrição das etapas do processo


a) Ferva a água. Encha uma chaleira com 300 ml (ou 300 g) de água e leve ao
fogo até ferver bem. A água pode ser tanto do filtro quanto da torneira.Tire a
chaleira do fogo e deixe a água esfriar por 30 segundos antes de passar o
café. A água deve ficar em torno de 95 °C.
b) Coloque o filtro no coador. Use um filtro apropriado para o seu porta-filtro.
Caso ele tenha o formato de um cone, você vai precisar dobrá-lo nas
costuras do fundo e das laterais. Encaixe o filtro no coador e coloque-o sobre
a garrafa térmica.
c) Faça uma pré infusão (jogar água quente) sobre o pó e espere 15 segundos
antes de adicionar o restante de água, para liberar os aromas do café.
d) Com uma balança digital, meça três colheres de sopa (cerca de 30 g) de
café em pó com moagem média ou em grãos e coloque no coador.
e) Ajuste um timer e vire uma quantidade generosa de água dentro do filtro.
Use um timer digital para controlar o tempo que o café deve ficar de molho.
É interessante o café ficar de molho na água entre 45 a 60 segundos para
evitar que fique aguado ou muito forte. Vire a água quente sobre o pó,
fazendo movimentos circulares e lentos com a chaleira.
f) Tire o coador da garrafa e sirva o café. Quando o café terminar de passar,
remova o porta-filtro e o filtro da garrafa.

Segundo os dados coletados de diferentes receitas, a baristas, o mais


apropriado é 100ml de água para cada 10g de pó de café, e a temperatura
da água em média 95° para a infusão. A pré infusão também é importante
para o aroma do café.

4. DADOS COLETADOS
Para a análise de dados, foi feito um questionário de respostas são
dissertativas, para saber quais problemas existem com o produto final, neste
o café pronto. Foram coletadas 104 respostas que foram analisadas e
posicionadas em grupos que descreviam o que a resposta pretendia apontar.
Por exemplo, respostas como “café frio”, “muito gelado”, “esperava mais
quente”, foram agrupadas na categoria Café Frio.
As categorias com mais respostas, foram definidas como: Café
Aguado, Café Frio, Café Amargo, Café Fervendo, Pouco Café, Sobrou Pó
no Filtro, e outros.
Como mostrado na tabela a seguir, temos a quantidade de respostas,
sua porcentagem total, e a acumulada. Em seguida foi montado o diagrama
de Pareto, para indicar quais causas representam a maior parte dos
problemas indicados. E a partir daí, focar nos dados obtidos para a
realização do FMEA.

DADO Qnt. % do Total % Acumulada

Café Aguado 35 33,65 33,65

Café Frio 27 25,96 59,62

Café Amargo 19 18,27 77,88

Café Fervendo 9 8,65 86,54

Pouco Café 7 6,73 93,27

Sobrou Pó no Filtro 4 3,85 97,12

Outros 3 2,88 100,00

TOTAL 104 1
5. FMEA

Para a elaboração do FMEA, as etapas foram feitas primeiramente com


brainstorming: a fim de identificar os modos de falha relacionados às etapas
descritas. Em seguida, identificar os efeitos, e as causas associadas ao efeitos dos
modos de falha.
Feito a análise dos dados, é possível realizarmos o FMEA, no qual
identificamos as principais dores dos clientes em relação ao processo de coar o
café.
O FMEA contém duas partes primeiramente relativo aos componentes do
processo necessários para o preparo do café, e em seguida relativo os processos
descritos anteriormente.

Abaixo segue o FMEA feito:

FUNÇÃO/REQUISIT
DENOMINAÇÃO MODO DE FALHA EFEITO DE FALHA
O
COMPONENT Filtro Filtro mal Filtragem não
Filtrar
ES: colocado homogênea
MATERIAIS E Coador Fazer o café Obstrução Vazar, lentidão
INGREDIENT
ES Suporte Manter estrutura Não encaixar Vazamento
corretamente

Leiteira Aquecer a água Más condições Mudar o gosto do café

Café Escolher tipo de café Moagem ruim Má dissolução em água

Temperatura Mudar os sabores


Água Dissolver o café
errada presentes no grão

Manter o café Perde a temperatura e


Recipiente Com avaria
aquecido muda o sabor
ETAPAS DO
FUNÇÃO REQUISITO MODO DE FALHA EFEITO DE FALHA
PROCESSO
Pouca água Café amargo

Ferver a Muita água Café Fraco


Fervimento da quantidade Quantidade/Temperat
água de água ura Temperatura
Café Frio
necessária baixa

Temperatura alta Café Fervendo


Filtro mal Filtragem não
Preparar o colocado homogênea
Manuseio do recipiente Filtro sujo Filtragem mais lenta
Quantidade/modelo
filtro para o
processo Filtragem mais lenta ou
Filtro obstruído
inexistente
Molhar o
Filtro molhado
filtro e Filtragem não
apenas em uma
aguardar 15 homogênea
parte
segundos
Pré infusão para que o Quantidade/Tempo
contato com
Não houve Filtragem não
o pó de café
infusão homogênea
seja mais
homogêneo

Colocar a Pouca quantidade Café fraco


Medição da
quantidade
quantidade de Quantidade
correta e
café Muita quantidade Café forte
proporcional

Fazer com Muito tempo Café forte


Tempo de
que a água Tempo
molho do café Pouco tempo Café fraco
seja coada
Retiragem do Finalizar o Pouco tempo de
Modelo Café desperdiçado
coador processo filtragem
SEVERIDA OCORRÊN CONTROLES
CAUSA DE FALHA DET
DE CIA ATUAIS
9 Modelo errado ou mal encaixado 6 Testes 4
9 Higienização inadequada 2 Testes 2
3 Montagem errada 4 Testes 2
8 Higienização inadequada 1 Testes 6
10 Equipamento e/ou grão errado 6 Testes 9
10 Deixar muito quente ou muito fria 9 Testes 7
7 Usar recipiente com problemas 7 Testes 3
SEVERIDA OCORRÊN CONTROLES
CAUSA DE FALHA DET
DE CIA ATUAIS
Medidores e
8 Menos que 100ml por 10g de pó de café 6 4
balança
Medidores e
9 Mais que 100ml por 10g de pó de café 6 4
balança
Tempo e
10 Água não foi aquecida até 95°C 7 5
Termômetro
Água aquecida até 95° e não houve Tempo e
10 7 5
espera após o preparo Termômetro
Observação e
8 Modelo errado ou mal encaixado 5 2
precisão
3 Higienização inadequada 4 Observação 1
Higienização inadequada ou mal Observação e
9 4 1
encaixado precisão

Observação e
3 Infusão feita de forma incorreta 9 4
orientação

Observação e
3 Infusão não feita 9 4
orientação

Menos que 3 colheres de café (30g) (para


9 7 Balança 3
300ml)
Mais que 3 colheres de café (30g) (para
9 7 Balança 3
300ml)
Timer/Cronômetr
9 Não ficar de molho o tempo correto 6 2
o
Timer/Cronômetr
9 Não ficar de molho o tempo correto 6 2
o
Observação e
6 Pressa em retirar o filtro 8 2
precisão

RPN AÇÕES RECOMENDADAS


216 Troca de modelo de filtro
36 Limpar o coador
24 Encaixar corretamente
48 Limpar a leiteira
72 Troca do Produto
630 Ajustar a temperatura
432 Troca do Produto
RPN AÇÕES RECOMENDADAS
192 Utilizar 100ml de água para 10g de pó de café
216 Utilizar 100ml de água para 10g de pó de café
350 Aquecer até a água ferver
350 Esperar o tempo após a infusão
80 Utilizar o filtro correto, com as devidas orientações
12 Higienizar o filtro corretamente
36 Higienizar o filtro, e seguir as orientações

Fazer o processo de infusão por todo o filtro e


108
aguardar 15s.

Fazer o processo de infusão por todo o filtro e


108
aguardar 15s.

Ter uma balança ou estipular a medida correta


189
com a colher
Ter uma balança ou estipular a medida correta
189
com a colher
Café ficar de molho na água entre 45 a 60
108
segundos
Café ficar de molho na água entre 45 a 60
108
segundos
Café ficar de molho na água entre 45 a 60
96
segundos

CONCLUSÃO
O FMEA é uma ferramenta muito utilizada com o foco de encontrar as causas e os
impactos de falhas em processos e produtos. É uma ferramenta que demanda um tempo
de análise, principalmente pelo fato de ser feito uma pesquisa, para ver a ocorrência,
severidade e a detecção. Além do tempo, demanda investimentos das empresas. Hoje em
dia, a preocupação com a qualidade já não é considerado um gasto de dinheiro e sim um
investimento em melhoria de processos, redução de custos e aumento de lucro.
Ao fazermos o FMEA do processo de fazer café, uma atividade do cotidiano do
brasileiro, percebemos uma grande preocupação na temperatura do café, primordial para
melhorar a experiência da pessoa que consome o mesmo.
A partir disso, consegue-se pensar em diversas ações que podem ser feitas e
aplicadas para que o processo tenha poucas falhas ou nenhuma mesmo.

REFERÊNCIAS
-SLACK, Chambers. Johnston . Administração da Produção. Disponível em
<http://www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/FMEAv
2.html> Acesso em 12 de Abril de 2019.
-DESTAK. Jornal.Bebida mais popular para o brasileiro. O dia mundial do café.
Disponível em <https://www.destakjornal.com.br/seu-valor/mercado/detalhe/dia-
mundial-do-cafe-a-bebida-mais-popular-para-o-brasileiro> Acesso em 13 de Abril
de 2019
Como fazer café no coador de pano. Disponível em
<https://conversadecafe.cafeorfeu.com.br/como-fazer-cafe-no-coador-de-pano/>
Acesso em 10 de abril de 2019.

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