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OPINIÃO
Pedro Sánchez recebe no Palácio da Moncloa o líder da aliança Unidas Podemos, Pablo Iglesias. SAMUEL SANCHEZ
Entrada nos 40, a idade da maturidade, a democracia espanhola não para de enfrentar
novos fenômenos. Se em 2016 foi a primeira investidura frustrada e em 2018 a primeira
moção de censura triunfante, agora chega a primeira sessão parlamentar para eleger
presidente de Governo [primeiro-ministro] que começa sem a certeza de seu resultado
final. Nesta altura, a aposta mais confiável aponta que Pedro Sánchez, do socialista
PSOE, deixará a Câmara dos Deputados na próxima quinta-feira novamente no cargo.
Mas por ora é só isso, uma aposta, um jogo de adivinhação.
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22/07/2019 A incerta sessão para a escolha do presidente do Governo espanhol | Opinião | EL PAÍS Brasil
Repetiu-se mil vezes que uma das chaves da gestão política reside em administrar bem
os tempos. O caso atual está batendo recordes nesse sentido. Transcorreu quase um
trimestre desde as eleições gerais, e as primeiras negociações de verdade começaram a
apenas 48 horas da sessão de investidura. Tudo indica que continuarão ao mesmo
tempo em que os líderes políticos se medem na arena parlamentar. É verdade que
nestes meses houve outra convocação às urnas, e que as campanhas despertam tantas
paixões que não são o melhor período para buscar acordos. Mas se passaram oito
semanas desde as eleições locais e europeias. E nada aconteceu nesse período que
possa parecer longinquamente com um verdadeiro diálogo político.
Socialistas se
impõem nas eleições Essas novas vicissitudes que a democracia espanhola enfrenta
espanholas, mas a costumam ser interpretadas como resultado da fragmentação dos
direita se fortalece
partidos. Além disso, se soma também uma nova forma de ação
em Madri
política em que parece que sentar-se a uma mesa, apresentar
documentos e discutir programas se tornou algo arcaico. O que mais
se ouve nos dias de hoje são palavras como xadrez e relato, dois dos
mantras dos assessores de comunicação. A política entendida como
um jogo nu e cru de forças cujo único propósito é construir um
discurso de sucesso para o consumo da audiência.
Como a vitória dos
socialistas nas urnas
muda o cenário A batalha não é mais jogada em longas reuniões de gente armada de
político espanhol planos e estatísticas. O xadrez político do século XXI se dirime nas
redes e nos estúdios de televisão. Um caso exemplar aparece nas
versões dadas pelos protagonistas de uma das últimas conversas
telefônicas entre Sánchez e Iglesias. Se for para acreditar em ambos
–e nenhum desmentiu a versão do outro–, nem Iglesias teria dito a
Sánchez que se dispunha a convocar uma consulta de suas bases
nem Sánchez teria comentado com Iglesias que estava preparando
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22/07/2019 A incerta sessão para a escolha do presidente do Governo espanhol | Opinião | EL PAÍS Brasil
Pedro Sánchez: “Há definitiva não será antes de quinta-feira. Ainda faltam muitos tuítes e
um risco real de que muitas tertúlias televisivas para preencher. Muito relato por
a direita se some à
construir.
extrema direita” na
Espanha
Adere a
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