Segundo a Lei 10.639/03, torna-se obrigatório o estudo de História e Cultura Africana e
Afro-Brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, sendo assim este trabalho propõem reflexões a cerca da re-significação dos quilombos, tendo em vista os estudos da história da população africana e afro-brasileira. Hoje as comunidades quilombolas representam símbolos de luta e identidade das populações remanescentes dos negros escravizados no Brasil. Re-significar os quilombos é trazer a luz do conhecimento o que realmente significou a organização dessas comunidades ao longo da história, pois por muito tempo, propagou- se a ideia de que quilombo era lugar de negros fugidos do trabalho e lugar de malandragem. A história tradicional apresentou um quilombo estereotipado e estigmatizado, como um espaço isolado, composto somente de negros e sem a menor organização. Porém hoje sabemos, através de várias pesquisas que os quilombos foram espaços de autonomia, de debates e organizações econômicas, políticas, sociais e culturais, ancorados no principio da coletividade e da diversidade, já que nos quilombos não viviam exclusivamente negros, mas também indígenas e pessoas pobres excluídas socialmente. Houve quilombos nas matas e florestas, nos sertões, nos centros urbanos e nas fronteiras, marcando território e afrontaram o sistema escravista. Hoje as comunidades de remanescentes quilombolas são reconhecidas pela Constituição Federal de 1988, porém apesar do reconhecimento legal, a luta é permanente para que sejam efetivados os direitos de reparação histórica, sociocultural e territorial. Cabe a nós educadores fazer valer efetivamente a Lei 10639/03, para que a sociedade possa conhecer o outro lado da história. Levando ao conhecimento de nossos alunos a história e a contribuição da população negra para formação do país. Re-significando os quilombos como símbolos de identidade e resistência.
Palavras-Chave: quilombos, re-significar, Lei 10.639/03.