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O EXPERIMENTO DA BRAQUISTOCRONA E DA TAUTOCRONA:

METODOLOGIA EXPERIMENTAL

Queda em curvas de menor tempo e tempo independente da altura sob a ação


exclusiva do campo gravitacional são chamadas de Braquistócrona e Tautocrona
respectivamente e segundo Vieira, Rosa e Freitas (2016, p.03) essas características
foram propostas inicialmente por Jean Bernoulli, em 1696, porém Isaac Newton,
Gottfried W. Leibniz, G.F.A. L’Hospital e Jackob Bernoulli são os percussores no
estudo dessas características. A curva que têm essas características é chamada de
Cicloide.
Ao estudar as características da curva Cicloide nas aulas do Mestrado
Profissional em Ensino de Astronomia da Universidade Estadual de Feira de Santana-
UEFS na Bahia, assim, decidimos provar através de um experimento que a Cicloide é
Braquistócrona e Tautocrona. Para isso, nós criamos um projeto que tem uma reta, uma
hipérbole e cicloide, isso para gente conseguir comparar os tempos em função da altura,
e chegar a nossa conclusão a partir de liberações de esferas, o projeto ficou assim:
Figura 01 – Projeto da Braquistócrona

Fonte : Autor

O tamanho do equipamento do experimento é de 100 cm x 60 cm, um tamanha


mediano e bom para fazer as devidas observações. O equipamento será todo metálico e
para isso vamos utilizar os seguintes materiais:
 Cantoneira 1/8 - 2m
 Metalon – 3 m
 Cilindro metálico 3cm de diâmetro
 3 esferas de 2,5 cm de diâmetro - gudes
 Tinta do tipo spray azul

A cantoneira foi utilizada foi utilizada para moldar as curvas e reta, pois esse
metal é como se fosse um trilho, onde as esferas podem descer livremente. O metal é
assim:

Figura 02: Cantoneira

Fonte: Autor

Tivemos também os cilindros metálicos que foram usados como uma espécie de
lançadores das esferas (gudes), é uma dispensa, ou seja, o local onde as esferas deverão
ser abandonadas. No final da trajetória foi colocada uma barreira que serviu também
como dispensas das esferas quando essas atingirem o final da trajetória. Após fazer o
desenho das curvas em um papel metro (cartolina), levamos ele para um soldador que
montou o experimento todo, ficando desse jeito:

Figura 03: Experimento completo

Fonte: Autor
Antes de desenhar na cartolina as curvas e a reta, tivemos que determinar as
equações das curvas e da reta também. Assim:

 A Hipérbole ficou com equação igual a : 𝐱𝟐 𝐲𝟐


- =1
400 400

 A reta ficou com equação igual a : y=


−𝟓𝒙
+50
𝟔

 Pela complexidade de determinar uma equação para a cicloide,


decidimos criar uma a partir de um circulo com diâmetro de 45cm.
Depois que o equipamento ficou pronto, tivemos que fazer um sessão de testes,
para isso utilizamos as esferas de 2,5 cm de diâmetro(gudes), como as da foto abaixo:
Figura 04: Gudes utilizadas no experimento

Fonte: Autor

As esferas ficaram cada uma no local de abandono das esferas, como é mostrado
na figura 03, assim, acionamos o compartimento que libera as esferas no mesmo
instante, fizemos isso três, usamos um cronômetro de celular, e medimos o tempo de
descida, e realmente a esfera na cicloide chega no ponto mais baixo da trajetória
primeiro do que na hipérbole e na reta. De maneira simples conseguirmos provar e não
muito precisa conseguimos provar que a cicloide é braquistócrona, mas falta provar que
ela é tautocrona também, portanto, realizamos o experimento de forma mais regular e
correta no laboratório de física da UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana
para provar que a cicloide é braquistócrona e tautocrona.
Para fazer o experimento sob as condições mais ideias que estavam ao nosso
alcance naquele momento, utilizamos um cronometro digital, como o da imagem
abaixo:
Figura 05: cronometro digital

Fonte: Autor
Antes de prosseguir com as medidas, precisamos calcular o tempo teórico, que é
calculado pela seguinte formula:

𝑹
𝑇 = 𝝅√
𝒈

Dessa forma, o tempo para que um objeto sobre a trajetória da cicloide e sob a
ação de uma campo gravitacional uniforme é calculado como: π multiplicado a raiz
quadrada do raio sobre a o aceleração da gravidade, onde R é o raio da cicloide do
usada no experimento. O tempo teórico do nosso experimento é: 0,471s
aproximadamente, portanto, precisamos ao fim do experimento chegar a um tempo
próximo ou igual a esse, mas esse tempo precisamente não vamos encontrar, pois as
condições ideais para esse experimento acontecer é que ele esteja apenas sob ação de
um campo gravitacional uniforme e sem atrito, fato que não podemos considerar nesse
experimento.
Para chegarmos aos objetivos desse experimento tivemos que calcular o tempo
de descida até o ponto mais baixo das curvas em questão e da reta também, mas para
sermos mais precisos com os cálculos tivemos que repeti-los mais de uma vez, assim,
fixamos as media de 10 liberações para as alturas das curvas e da reta. Demarcamos
sobre elas 08 ( oito) alturas, sendo que a maior foi de 45 cm e a menor 1,5 cm. É
importante salientar que a altura de 45 cm é comum as duas curvas e a reta também.
Assim fixamos as oito alturas, estão representadas com uma marca branca:
Figura 06: Alturas marcadas

Fonte: Autor

Assim, para cada altura dessas liberas 10 vezes as esferas e anotamos o tempo
até elas atingirem o ponto mais baixo da trajetória de cada curva e da reta também. No
fim tabulamos os dados, eles estão nas tabelas abaixo:

Tabela 01: Alturas e tempos calculas - Hipérbole

Altura (cm) x
45 35 25 15 10 4,5
Tempo(s) 2,0

T1 0,352 0,356 0.334 0.336 0.369 0.380 0.353

T2 0,352 0,354 0.332 0.344 0.351 0.396 0.342

T3 0,363 0,360 0.334 0.338 0.357 0.371 0.358

T4 0,366 0,364 0.330 0.332 0.349 0.377 0.340

T5 0,367 0,360 0.333 0.347 0.358 0.364 0.344

T6 0,366 0,366 0.336 0.346 0.365 0.375 0.345


T7 0,367s 0.354 0.345 0.339 0.349 0.372 0.349

Fonte: Autor

Tabela 02: Alturas e tempos calculas - Cicloide

Altura (cm) x
45 34,5 24,5 16 9,5 1,5
Tempo(s) 4,5

T1 0.348 0.354 0.359 0.357 0.353 0.374 0.310

T2 0.355 0.355 0.356 0.359 0.355 0.374 0.304

T3 0.357 0.352 0.356 0.361 0.354 0.377 0.300

T4 0.349 0.356 0.358 0.364 0.356 0.376 0.300

T5 0.352 0.358 0.357 0.360 0.358 0.384 0.300

T6 0.356 0.357 0.356 0.362 0.359 0.370 0.300

T7 0.351 0.352 0.355 0.359 0.356 0.373 0.300

Fonte: Autor

Tabela 03: Alturas e tempos calculas - Reta

Altura (cm) x
45cm 39 cm 33cm 27cm 21 cm 7,0
Tempo(s) 15 cm
cm

T1 0,534 0,472 0,434 0,399 0,324 0,266 0,198

T2 0,542 0,471 0,434 0,389 0,333 0,268 0,191

T3 0,534 0,472 0,438 0,392 0,321 0,271 0,192

T4 0,542 0,471 0,431 0,403 0,323 0,283 0,191

T5 0,543 0,472 0,432 0,395 0,321 0,278 0,193

T6 0,533 0,475 0,443 0,402 0,333 0,275 0,193


T7 0,531 0,471 0,431 0,399 0,321 0,287 0,194

Fonte: Autor
A partir dessa organização na forma de tabela, ou seja, tabulação, traçamos os
gráficos das altura em função dos tempos para discutimos e analisamos através de
médias, desvio padrão e erro padrão se a cicloide é braquistócrona e tautocrona, bem
como comparamos os tempos da cicloide com os da hipérbole e da reta também. Isso
tudo com intuito de chegar ao a objetivo do experimento.

REFRÊNCIAS:

VIEIRA, Clovis Guerim.ROSA, Junior Gonçaves.DAMACENO, Freitas, Wellington


Damaceno de. O Problema da Braquistócrona: uma proposta para o ensino. In: Abakós,
Belo Horizonte,v. 4, n. 2, p. 94-104, maio 2016 - ISSN: 2316-9451.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ASTRONOMIA
MESTRADO PROFISSIONAL

O EXPERIMENTO DA BRAQUISTOCRONA E DA TAUTOCRONA:


METODOLOGIA EXPERIMENTAL

ANDERSON ARAÚJO MATOS

FEIRA DE SANTANA – BA

FEVEREIRO 2019

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