Você está na página 1de 7

Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

Escoamento de Fluidos em Meios Porosos, Perda de Pressão


1 – OBJETIVO

O objetivo dessa prática é estudar o comportamento de um fluido, em fase líquida,


escoando através de um meio poroso com porosidade fixa.

2 – INTRODUÇÃO

Nas operações industriais, muitas ezes um fluído escoa através de uma fase sólida
particulada, as possíveis razões que podem forçar o fluído a escoar através de um leito
estacionário poroso pode ser, por exemplo, filtração, transferência de calor nos regeneradores
e nos calefatores, reações químicas em catalisadores sólidos, entres outros.
Devido a toda essa importância industrial, houve a necessidade de caracterizações para
escoamentos em meios porosos, através de parâmetros relacionados com o meio e o fluído em
escoamento. Ergun correlacionou dados experimentais e determinou valores de constantes
provenientes do tratamento físico-matemático, obtendo a seguinte equação:

P 150 * v *  * 1   
2
1.75 *  * v 2 1  
  * 3 (eq.1)
gc *  s * Dp *  3 gc *  s * Dp 
2 2
L

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 – MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais utilizados para a realização da prática estão listados abaixo:


 Reservatório do fluido ;
 Bomba peristáltica;
 Sistema de acionamento e variação de velocidade da bomba;
 Manômetro de Mercúrio;
 Balança digital;
 Becker;
 Tubos de acrílico de diferentes diâmetros;
 Cronômetro;
 Termômetro;
 Mangueiras de borracha;
 Esferas de vidro de diferentes diâmetros;
 Reservatório de água;
 Tubulações de ferro;
 Suporte.

1
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

3.2– METODOLOGIA EXPERIMENTAL

O sistema experimental utilizado para a realização da prática consiste em vários tubos


de diferentes diâmetro e mesmo comprimento colocados em posição vertical, lado a lado,
sobre um suporte. Esses tubos são mantidos nessa posição , através de tubulações de ferro que
passam por todos eles. Na base inferior desses tubos existem rolhas que tampam os orifícios
presentes para os encaixes no suporte.
Quando utilizado, é interligado a base inferior desses tubos uma mangueira de borracha
proveniente da bomba peristáltica para o preenchimento de água, que vem do reservatório
através, do seu escoamento forçado da base ao topo. Neste topo também está interligado uma
mangueira para o depósito de água no reservatório.
A tubulação de ferro que segura os tubos, suspende o manômetro mantendo-o em
equilíbrio. Este é interligado ao tubo, através de suas mangueiras, em um ponto próximo ao
topo e outro da base, medindo a queda de pressão entre eles. A distância que os separam,
consiste no comprimento do leito ( L ) 2/3 do comprimento total do tubo (LT), onde as esferas
de vidro estão presentes ( meio poroso ). As esferas presentes em cada tubo são de diferentes
diâmetros.
Para um bom desempenho da prática tomou-se os devidos cuidados:
 Esperou-se a estabilização das alturas nas colunas de mercúrio do manômetro para
leitura da diferença entre elas ( h );
 O becker para a coleta de água estava limpo e previamente tarado para a
quantificação da massa;
 As mangueiras provenientes da bomba e do manômetro foram bem conectadas ao
tubo evitando vazamento do líquido;

3.3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Para a realização da prática seguiu-se o seguinte roteiro:


 Conectou-se a mangueira proveniente da bomba à parte inferior e ao topo do tubo de
diâmetro especificado, para a circulação da água do reservatório;
 Conectou-se o manômetro ao tubo, nos pontos que delimitam o comprimento do
recheio ( onde as esferas estão contidas) ;
 Ligou-se a bomba peristáltica através de uma chave ( sistema de acionamento
acoplado ), para o preenchimento do líquido em todo tubo;
 Com uma velocidade do rotor controlada por um sistema ligado à bomba, mediu-se a
altura h ( a diferença das alturas das colunas de mercúrio );
 Coletou-se uma certa quantidade de água que sai pelo tubo pela parte superior,
cronometrando o tempo de escoamento;
 Quantificou-se a massa de líquido escoada;
 através de um becker que sai pelo tubo pela parte superior, cronometrando o tempo
de escoamento;
 Mediu-se a temperatura da água com um termômetro.

2
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

4 – TRATAMENTO DOS DADOS

4.1 – DADOS EXPERIMENTAIS

Tabela 1: Dados recolhidos experimentalmente


Medid Massa P Tempo (s) T (ºC)
a (g) (cmHg)
1 823.0 9.4 25 24
2 792.0 8.4 25 24
3 678.4 6.6 25 24
4 615.9 5.5 25 24
5 511.8 4.4 25 24
6 688.5 3.5 40 24
7 552.9 2.5 40 24
8 402.3 1.6 40 24
9 261.0 0.9 40 24
10 104.8 0.2 40 24

Tabela 2: Dados para cálculo de perda de pressão

Substância Densidade (g/cm3)


Água 1.00
Mercúrio 13.6

Para a equação de Ergun, utilizamos ainda os seguintes dados:


 (viscosidade da água): 0.001 kg/m*s;
s (esfericidade da partícula): 1;
Dp (diâmetro da partícula esférica): 4.38 mm;

4.2 – TRATAMENTO DOS DADOS EXPERIMENTAIS

Tabela 3: Dados obtidos experimentalmente

vexper (cm/s) vteórica (cm/s) P (Pa) Erro (%)


4.6572 3.7015 11607.12 20.5200
4.4818 3.4694 13372.32 22.5800
3.8390 3.0147 8149.68 21.4717
3.4853 2.7065 6791.40 22.3453
2.8962 2.3668 5433.12 18.2791
2.4351 2.0574 4321.80 15.5148
1.9555 1.6652 3087.00 14.8453
5 1.4226 1.2438 Vel. Teórico
1987.68 12.5685
0.9231 0.8349 Vel. Experimental
1111.32 9.5548
4 0.3707 0.2556 246.96 31.0494

3
Velocidades

1
3
0

0 2 4 6 8 10
Medidas
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

Figura 1: Gráfico comparativo entre velocidades experimentais e teóricas

5 – Discussão dos Resultados

Analisando a tabela 1, notamos que conforme a vazão é diminuída, há uma queda de


pressão e também uma queda na massa.
Verificando a tabela 3, notamos que para as medidas de 1 a 4, o erro permanece
aproximadamente constante, e nas medidas de 5 a 9, há uma decrescência no erro até chegar
em um valor aceitável (medida 9), e já na medida 10, apresenta um erro muito alto para nossos
padrões aceitáveis.
O gráfico 1, no mostra a tendência de nossas velocidades se encontrarem conforme as
vazões vão diminuindo, com exceção da medida 10, que pode ter sido causado por dificuldade
de leitura do aparelho.

6 – Conclusão

Como podemos notar, os erros foram diminuindo, conforme chegamos em uma queda
de pressão aceitável para o uso da equação de Ergun.
Concluímos então que a equação de Ergun se torna satisfatória de acordo com um
intervalo de queda de pressão que vai de aproximadamente 3000Pa até 1000Pa. Para valores
acima ou abaixo destes citados, recomenda-se usar equações adequadas para a queda de
pressão, verificadas de acordo com a figura 2 do roteiro de aula.

7 – Simbologia

 P – perda de pressão no leito;


 vteorica – velocidade teórica do fluído;
4
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

 vexp – velocidade experimental do fluído;


  - viscosidade do fluído;
  - densidade do fluído;
 Hg – densidade do mercúrio;
 gc – fator de proporcionalidade da Lei de Newton;
 g – aceleração da gravidade;
  - esfericidade das partículas que constituem o leito;
 Dp – diâmetro da partícula esférica;
 L – altura total dp recheio;
  - porosidade;
 m - vazão mássica;
 Q – vazão volumétrica.

8- Bibliografia

PERRY, J.H.; CHILTON, C.H.; “Chemical Engineers Handbook”, editora McGraw-Hill,


New York, USA, 1963.

Anexo

Cálculo da velocidade experimental:

5
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

m 823g
 
m   32.92 g / s
t 25s

m
 32.92 g / s
Q   32.92cm3 / s
 1g / cm 3

Q 32.92cm3 / s
v   4.6572cm / s
A 7.0686cm 2

Cálculo da velocidade teórica:

Cálculo da porosidade

mesfy  1733g
 esf  2.5 g / cm 3

mesf 1733g
V    693.2cm 3
 esf 2.5 g / cm 3

mas 693.2 cm3 é relativo ao comprimento do tubo inteiro (1500cm), e o enchimento de esferas
é relativo a 1000cm, então:

1500cm 693cm3
1000cm x = 462.13cm3

 * D2 3.1415 * 32
Vleito  * Lleito  * 1000  706
vazio 4 vazio 4

Vleito  Vesf
706.8583  462.13
  vazio
  0.3462
Vleito 706.8583
vazio

Cálculo da queda de pressão:

P  (  Hg   ) * g * h
P  (13600  1000) * 9.8 * 9.4 * 10  2  11607.12 Pa

Utilização da eq.1 para o cálculo da velocidade teórica:


6
Escoamento em Meios Porosos, Perda de Pressão - LEQ 1

P 150 * v *  * 1    1.75 *  * v 2 1  
2

  * 3
L gc *  s * Dp *  3
2 2
gc *  s * Dp 
11607.12 150 * v * 10 3 * (1  0.3462) 2 1.75 * 1000 * v 2 1  0.3462
  *
1 1 * 1 * (4.38 * 10 3 ) 2 * 0.34623 1 * 1 * 4.38 * 10 3 0.3462 3
vteórico  3.7015cm / s

Cálculo do erro:

vexp  vteórica
erro  * 100%  20.52%
vexp

Você também pode gostar