SESSÃO 1

GASES DOS PROCESSOS INDUSTRIAS

 GASES

• Os gases são fluidos que não possuem forma, nem volume próprio, ou seja, a forma e
o volume dos gases dependem diretamente do recipiente no qual estão inseridos.

• Isso ocorre porque as moléculas dos gases, diferente dos sólidos, estão separadas
umas das outras.
 TIPOS DE GASES

• Para que possamos estudar os gases, é necessário antes de qualquer coisa definir três tipos de
gases: O gás real, o gás ideal e o gás perfeito.
• Gás Real é aquele que encontramos na natureza, ou seja, os gases comuns aos quais podemos a
qualquer momento nos deparar com uma amostra real;
• Gás Perfeito é aquele que tem suas características próximas à do gás ideal, porem tal fato se dá
através de processos não naturais, sendo assim o mais próximo possível em contemplar a teoria
cinética dos gases;
• Gás Ideal é aquele que possui propriedades inexistentes nos gases naturais, sempre confirmadores
da teoria cinética dos gases. É um modelo teórico em que muitas partículas diminutas se movem
de maneira aleatória com diferentes velocidades, sofrendo somente colisões perfeitamente
elásticas entre si.Além disso, não existe nenhum gás ideal, sendo esses gases irreais ou não
existentes na natureza;
• O conceito de gás ideal é essencial para o estudo dos gases, já que muitos dos gases reais se
comportam como gases ideais quando submetidos a baixas pressões e altas temperaturas. Também
auxilia na compreensão das transformações gasosas, da lei geral dos gases, equação de Clapeyron,
etc.
 VARIÁVEIS DE ESTADO DOS GASES

• As variáveis de estado de um gás natural são 3:

• Pressão do gás (p): depende das colisões das partículas contra o recipiente. Para
calculá-la usamos a fórmula p = F/A (sendo F = força e A = área). No sistema
Internacional (SI), a pressão é medida em Newton/m², que nada mais é do que a
unidade pascal (Pa). Se quiser saber em ATM, basta fazer a conversão com a seguinte
fórmula 1 ATM = 10⁵Pa
• Volume do gás (V): tanto volume quanto forma dependem do recipiente. No Sistema
Internacional, usamos o metro cúbico (m³) para mensurar o volume, mas usa-se muito
o litro (L), então basta fazer a conversão: 1 L = 10⁻³ m³, ou 1 cm³ = 10 ⁻⁶ m³
• Temperatura do gás (T): é importante ficar ligado de que, nesta matéria, a
temperatura é sempre calculada em Kelvin (K). Ela está relacionada à agitação
térmica das moléculas.
 EQUAÇÃO DE ESTADO DO GÁS

• A equação de estado do gás ou equação de Clapeyron é uma das mais importantes

para o estudo do gás ideal, e é dada por p.V = n.R.T, onde n é a massa de mol do gás.
O mol é calculado por n = m/M, onde m é a massa e M é a massa molar (lembre-se
das aulas de Química). Já R é a constante universal dos gases, que é R = 0,082
atm.L/mol.K, quando usar ATM, ou R = 8,31 J/mol.K, quando usar Joule, que nada
mais é do que J = N.m. Este último é mais usado pelo SI.

• Como n e R são constantes, sabemos que, quanto maior a temperatura, maior é o

produto da pressão e do volume, e quanto menor a temperatura, menor o produto da
p.V.
 A EQUAÇÃO GERAL DOS GASES PERFEITOS

• Como foi descrito acima o número de mols n e R são constantes.

• Conclui-se então que
• Isto é, se variarmos a pressão, o volume e a temperatura do gás commassa constante, a
relação acima sempre dará o mesmo resultado. Para entender melhor o que isso signifi
ca, observe a fi gura abaixo:

• Temos o gás ideal em três estados diferentes, mas se estabelecermos a relação de

pressão, volume e temperatura descritos na primeira equação, chega-se aos seguintes
resultados:
 A EQUAÇÃO GERAL DOS GASES PERFEITOS

• Observe que as três equações dão o mesmo resultado, o que significa que elas são
iguais. Então, podemos obter a seguinte equação final:

• Essa relação é conhecida como a equação geral dos gases perfeitos.

GASES DOS PROCESSOS INDUSTRIAS
 GASES TÉCNICOS (OU INDUSTRIAIS)

• Gases técnicos (ou industriais) são gases ou misturas de gases produzidos para uso em
processos industriais e de fabricação.

• Os gases industriais são usados em uma ampla gama de indústrias: química, científica e
de pesquisa, alimentos, construção, processamento de borracha e plástico e muitas
outras – onde quer que seja necessário soldagem, congelamento, propulsão,
aquecimento, limpeza industrial, ventilação ou teste, etc.
 CLASSIFICAÇÃO E PRODUÇÃO DE
GASES TÉCNICOS

• Todos os gases técnicos, dependendo dos setores econômicos em que são utilizados, são
divididos nas seguintes categorias: Gases de qualidade alimentar, Gases comprimidos,
Gases liquefeitos e Gases inflamáveis.
• Os gases para uso industrial são obtidos do ar por meio de separação criogênica. A próxima
etapa sempre envolve a separação dos componentes do ar liquefeito por meio de destilação.
• Os gases individuais são então separados por meio de membranas e absorção seletiva em
peneiras moleculares (método de separação de oxigênio, nitrogênio, argônio e hélio).
Dependendo de sua finalidade, os gases técnicos produzidos têm diferentes graus de
pureza. Eles contêm de alguns a um milésimo de um por cento de misturas.
• Os gases utilizados no laboratório, por exemplo, para análises por cromatografia gasosa
(utilizados principalmente: hélio, nitrogênio, hidrogênio, argônio), são da mais alta pureza
possível. Por esta razão, eles são frequentemente chamados de gases especiais. Quando não
é necessária alta pureza, são usados gases com aditivos de menor pureza.
 OS GASES TÉCNICOS MAIS
IMPORTANTES
• Os gases técnicos mais importantes e mais utilizados são os seguintes:
• Hélio, He:
• O hélio é um gás nobre não tóxico, o primeiro do grupo de gases nobres. É praticamente inexistente na atmosfera
terrestre e, portanto, toda a demanda desse gás é atendida a partir de fontes de gás natural contendo hélio. Em sua
forma líquida, o hélio é um componente importante da indústria de baixa temperatura. É um gás importante na
cromatografia gasosa, onde atua como gás de arraste. No entanto, existem muitos outros usos para ele, desde
lavagem e pressurização até o uso como gás de elevação.

• Oxigênio, O2 :
• A reatividade é a razão para o uso industrial do oxigênio como gás técnico. Existem apenas alguns elementos
naturais com os quais o oxigênio não se combina. Os processos de oxidação e combustão são muito mais rápidos
em uma atmosfera oxigenada do que no ar. Devido a esta propriedade, o oxigênio é indispensável em uma série de
indústrias. Também desempenha um papel fundamental no metabolismo dos organismos, razão pela qual é usado
para muitas aplicações em tratamento de água e engenharia ambiental.
 OS GASES TÉCNICOS MAIS
IMPORTANTES
• Os gases técnicos mais importantes e mais utilizados são os seguintes:
• Cloro, Cl2 :
• É obtido por eletrólise do cloreto de sódio. O cloro tem um odor pungente e sufocante, perceptível mesmo em
baixas concentrações. A densidade do cloro é 2,5 vezes maior que a densidade do ar. Não é inflamável, mas pode
reagir explosivamente com muitas substâncias comuns, como acetileno, éter e terebintina. Dissolve-se facilmente
em água. É usado para desinfetar água e é particularmente popular para desinfetar água de piscinas, para processos
de branqueamento e para a síntese industrial de compostos orgânicos e inorgânicos.

• Dióxido de carbono, CO2 :

• As características mais importantes do dióxido de carbono são que ele não é inflamável, incolor e inodoro. É
altamente solúvel em água. O dióxido de carbono dá às bebidas um sabor fresco, ajuda no tratamento da água
potável e é uma alternativa aos ácidos agressivos na neutralização das águas residuais. Na forma criogênica, o CO
2 torna-se gelo seco, que é adequado como meio de refrigeração ou limpador de gelo seco. O dióxido de carbono
também é usado para: moagem, dosagem, embalagem de alimentos, fins de extração, isolamento ou remoção de
sabores de substâncias naturais e também na produção de gelo seco e grânulos.
 OS GASES TÉCNICOS MAIS
IMPORTANTES
• Os gases técnicos mais importantes e mais utilizados são os seguintes:
• Hidrogênio, H2 :
• Durante muito tempo, o hidrogênio foi tratado como um gás para fins especiais: um gás protetor no tratamento
térmico ou como gás de resfriamento. O hidrogênio é um dos gases mais utilizados na indústria e serve a diversos
propósitos: auxilia na soldagem do aço, é fundamental para indústrias como alimentícia e eletrônica e é essencial
para a produção de metanol e amônia , dois produtos químicos comuns usado em muitas indústrias. O hidrogênio
derivado de fontes de energia renovável é chamado de hidrogênio verde e agora é considerado um importante fator
de descarbonização.
PERIGOSIDADE DOS GASES
INDUSTRIAIS
 REGRAS DE SEGURANÇA PARA
TRABALHAR COM GASES TÉCNICOS

• Trabalhar com gases técnicos é extremamente perigoso. O manuseio inadequado

dessas substâncias pode trazer sérias consequências, ameaçando a saúde e a vida.
Dependendo do tipo de gás envolvido, existem as seguintes categorias de perigo:

• Perigos tóxicos,
• Os riscos de incêndio,
• Perigos explosivos.
 REGRAS DE SEGURANÇA PARA
TRABALHAR COM GASES TÉCNICOS
• O trabalho seguro com gases deve começar sempre com a criação de uma infraestrutura adequada, como
instalações de gás internas e externas, estações de expansão de gás de uma e duas faces e automáticas, instalações
de alta estanqueidade em tubos de cobre ou aço, bem como equipamentos (válvulas redutoras de pressão, válvulas
de corte). As salas nas quais uma atmosfera explosiva pode ser criada devem primeiro ser equipadas com sistemas
ativos de segurança e ventilação. Os laboratórios ou galpões de produção devem estar equipados com sistemas de
detecção adequados ao tipo de gás e sistemas de exaustão eficientes para gases de reação. Além disso, deve ser
assegurada a ventilação eficiente das salas, armários de gás e armazéns. Cilindros com gases comprimidos devem
ser protegidos contra capotamento, superaquecimento e danos.

• Depois de terminar o trabalho, os cilindros de gás devem ser removidos e recolocados em um local onde não
representem perigo. Lembre-se de que existe um alto risco de explosão em caso de incêndio ou transporte
inadequado (carrinhos especiais devem ser usados para o transporte). Além disso, você não deve limpar os
cilindros por conta própria. Também é proibido armazenar gases inflamáveis com substâncias incompatíveis, por
exemplo, gases oxidantes com gases inflamáveis ou agressivos. O conhecimento das regras e regulamentos
básicos é a chave para um trabalho seguro com gases. Vale a pena conhecer as regras e regulamentos e educar
uns aos outros sobre segurança.
LEI DOS GASES
 LEI DOS GASES

• As Leis dos Gases foram criadas por físico-químicos entre os séculos XVII e XIX. As três leis dos gases são:

• Lei de Boyle-Mariotte (transformação isotérmica - temperatura constante);

• Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica - pressão constante).
• Lei de Charles (transformação isovolumétrica, isométrica ou isocórica- volume
constante);
 LEI DOS GASES
• A Lei de Boyle-Mariotte foi proposta pelo químico e físico irlandês Robert Boyle (1627-1691) e pelo francês Edme
Mariotte (1620-1684).
• Ela apresenta a transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que a temperatura permanece constante, enquanto a
pressão e o volume do gás são inversamente proporcionais.
• Esta lei afirma que para uma quantidade fixa de gás a uma temperatura constante, o produto da pressão e do volume é
sempre constante. Ou seja,
• Onde,
• p: pressão (N/m2)
• V: volume (m3)
• k: um valor constante
Se k é constante, então é igual em dois momentos da transformação, isto ee k 1=k2 Assim, vale que:
P1 . V1 = P2 . V2
 LEI DOS GASES
• A Lei de Gay-Lussac (transformação isobárica) foi proposta pelo físico e químico francês, Joseph Louis Gay-Lussac
(1778-1850).

• A lei de Gay-Lussac descreve o comportamento de um gás quando a sua pressão é mantida constante e variam-se as
outras duas grandezas: temperatura e volume.
• A lei de Gay-Lussac diz que em uma transformação isobárica (pressão constante), temperatura e volume são grandezas
diretamente proporcionais. Essa lei é expressa matematicamente da seguinte forma:

• V: volume do gás
• T: temperatura
• k: constante da pressão (isobárica) que depende da pressão, da massa e da natureza do gás.
• Como k1=k2 para momentos 1 e 2 da transformação, é válido que:
 LEI DOS GASES
• A Lei de Charles (transformação isométrica) foi proposta pelo físico e químico francês Jacques Alexandre Cesar
Charles (1746-1823).
• A lei de Charles descreve que em uma transformação isométrica (volume constante), a pressão e a temperatura serão
grandezas diretamente proporcionais. Matematicamente, a lei de Charles é expressa da seguinte forma:

• Onde k é uma constante que depende do volume, da massa e da natureza do gás.

• Como k1=k2 para momentos 1 e 2 da transformação, é válido que:
TRANSFORMAÇÕES FISICAS DOS GASES
 TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA
• Transformação isobárica é quando a pressão se mantém constante entre o estado 1 e o estado 2 (ou mais
estados) de um gás. Se a pressão fica uma constante, então, na equação de Clapeyron, apenas volume e
temperatura mudam.
• Neste caso, volume e temperatura serão diretamente proporcionais. Isolando o volume na fórmula,
tem-se V = n.R.T / p. Como n.R/p formam uma constante, pode-se classificá-los como a constante K, e a
fórmula fica V = K.T. Veja como ficam os gráficos:
 TRANSFORMAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA
• Transformação isovolumétrica, isométrica ou isocórica é quando o volume se mantém constante entre o
estado 1 e o estado 2 (ou mais estados) de um gás. Se o volume fica uma constante, então, na equação de
Clapeyron, apenas pressão e temperatura mudam.

• Neste caso, pressão e temperatura serão diretamente proporcionais. Isolando a pressão na fórmula, tem-se
p = n.R.T / V. Como n.R/V formam uma constante, pode-se classificá-los como a constante K, e a fórmula
fica p = K.T. Veja como ficam os gráficos:
 TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
• Transformação isotérmica é quando a temperatura se mantém constante entre o estado 1 e o estado 2 (ou
mais estados) de um gás. Se a temperatura fica uma constante, então, na equação de Clapeyron, apenas
pressão e volume mudam.

• Neste caso, pressão e volume serão inversamente proporcionais. Isolando a pressão na fórmula, tem-se
p = n.R.T / V. Como n.R.T formam uma constante, pode-se classificá-los como a constante K, e a fórmula
fica p = K/V. Além disso, p₁.V₁ = p₂.V₂. Veja como fica o gráfico: