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1) Ângulo (2000)

A composição dos RCD é gerada durante novas construções,reformas/manutenção e


demolições. Considera-se que, em razão da natureza da atividade, a composição dos
resíduos de reformas/manutenção deve se assemelhar a de resíduos de demolição, porém
não há informações a respeito.O percentual de participação das diferentes origens na
geração dos RCD é variável em diversos países. Nas previsões para o ano 2000 da Europa
Ocidental percebe-se um aumento da participação dos resíduos de demolição no total de
RCD, com queda da atividade de construção e aumento de atividade de
manutenção,reabilitação e demolição. Países como o Brasil, em que as atividades de
construção são mais intensas, essa relação pode chegar a 1:1 em comparação com os
resíduos de demolição (PINTO, 1999). Conclusões que podem ser observadas na Tabela
1.3.

2) Ângulo (2000)

A variabilidade dos RCD pode ocorrer em novas construções, na manutenção e


decorrer de diferentes tecnologias construtivas. Em novas construções essas variações
ocorrem em função do cronograma de execução de serviços, fazendo com que, em cada
período, os materiais e índices de perdas dos mesmos sejam bem diferentes. Na
manutenção, apesar de serem atividades que envolvem menos tempo de execução, a
composição também é variável, uma vez que as áreas reparadas são variáveis,
diversificando materiais em função do tipo de reforma.

3) Ângulo (2000)

Nas atividades de construção, os resíduos de novas construções são originados das


perdas físicas oriundas de canteiros de obra. Há também uma parcela das perdas que
permanece incorporada na forma de espessuras, além das perdas usuais. Para PINTO
(1995), o entulho produzido na obra representa 50% da massa total de material
desperdiçado. SOUZA et al. (1999) falam em valores de 20 a 30%.

4) Ângulo (2000)

Os resíduos de demolição são caracterizados por concretos e tijolos, com menores


quantidades de aço, plástico e madeira (WOOLLEY, 1994). Possuem uma larga extensão
de materiais, mas incluem substâncias tóxicas em sua composição, tais como fenóis,
sulfatos, metais pesados, que não devem passar, no entanto, de 1% da massa
(TRANKLER et al., 1995; WAHLSTROM et al., 1996; MULDER, 1997).

5) Ângulo (2000)

Atualmente, há técnicas de demolição seletiva, que organizam os processos de


demolição para a retirada de certos materiais indesejáveis ou reaproveitamento de outros.
Esta técnica pode ser empregada para a obtenção de agregados reciclados de resíduos de
demolição de melhor qualidade, retirando possíveis contaminantes, como o gesso. O
tempo gasto com tal processo é maior que em demolições tradicionais (WAHLSLTROM
et al., 1996; RUCH et al., 1997; SCHULTMANN et al., 1997).

6) Lovato (2007)

Os resíduos gerados nas construções são provenientes das perdas físicas nos canteiros
de obras (ANGULO, 2000). Os resíduos de demolição são constituídos principalmente
por concretos e tijolos, e em menores quantidades, por aço, plástico e madeira. Esses
resíduos podem incluir diversas substâncias tóxicas em sua composição, como fenóis,
sulfatos e metais pesados, constituindo em torno de 1% da massa de resíduo.

7) Lovato (2007)

Os RCD podem ser constituídos por diferentes materiais, como solos, rochas naturais,
concreto, argamassas (de assentamento e revestimento), cerâmica vermelha (tijolos e
telhas), cerâmicas para revestimento, cimento-amianto, gesso, vidro, aço, chapas de aço
galvanizado, madeira, plásticos, materiais betuminosos, tintas, papel de embalagem e
restos de vegetais. A composição desses resíduos depende da fonte que o originou, do
momento em que a amostra foi coletada e do tipo de obra em construção.

8) Lovato (2007)

De acordo com Zordan (2000), o resíduo de construção e demolição possivelmente seja


o mais heterogêneo dos resíduos industriais. Uma edificação é composta por diversos
componentes, resultando nessa heterogeneidade dos resíduos quando ocorre sua
demolição. Além disso, nem mesmo um resíduo de concreto ou argamassa é igual, quando
se comparam materiais de duas edificações. Oliveira e Assis (1999), afirmam que o
resíduo de concreto pode ser proveniente de diversas fontes, como concretos que foram
dosados, fabricados e aplicados com controle tecnológico; e concretos produzidos sem
controle de qualidade. O nível de resistência do concreto vai influenciar na porosidade
final do resíduo.

9) Pinto (1999)

A composição dos RCD originados em cada uma dessas atividades é diferente em cada país,
em função da diversidade de tecnologias construtivas utilizadas. A madeira é muito presente na
construção americana e japonesa, tendo 16 presença menos significativa na construção
européia e na brasileira; o gesso é fartamente encontrado na construção americana e européia
e só recentemente vem sendo utilizado de forma mais significativa nos maiores centros urbanos
brasileiros. Da mesma forma acontece com as obras de infra-estrutura viária, havendo
preponderância do uso de pavimentos rígidos em concreto nas regiões de clima frio.

10) Pinto (1999)


Essa afirmativa é referendada, ainda, pelos dados disponíveis para a Comunidade Européia,
que estima para os diversos países uma presença média de 45% de componentes de alvenaria e
vedação, 40% de concreto, 8% de madeira, 4% de metal e 3% de papel, plásticos e outros
materiais (ITEC, 1995a), com o predomínio dos resíduos de procedência mineral na maioria dos
países (PERA, 1996). Exemplo disso são os resíduos gerados na Holanda, onde 80% têm origem
em serviços envolvendo concreto ou alvenaria, com o predomínio desta (2/3) sobre o concreto
(CUR, sd). São significativos, ainda, os dados disponíveis para a Espanha, indicando que os
resíduos de origem mineral (concreto, artefatos e outros) são 95% do peso de edifícios com 60
anos de antigüidade e 98% do peso total de edifícios residenciais contemporâneos, executados
em estrutura de concreto e vedações de artefatos (ITEC, 1995a).

11) Leite (2001)

Analisando-se os resultados da Tabela 2, pode-se notar que o índice de perdas de materiais


é bastante diferente quando se compara países diferentes e até mesmo cidades e épocas
distintas dentro do mesmo país. De acordo com CARNEIRO et al. (2000), a composição e a
quantidade de resíduo de construção e demolição gerada depende muito dos tipos de
matéria-prima disponíveis, das técnicas e metodologias utilizadas no processo de
construção, do estagio de desenvolvimento local da construção civil, como, por exemplo, a
qualificação da mão de obra envolvida, ou as técnicas construtivas utilizadas.

12) Leite (2001)

De acordo com PINTO(1986), que analisou a composição do resíduo de construção


proveniente de canteiros de obras da cidade de São Carlos/SP, para a qual foram coletadas
33 amostras de diferentes pontos, cerca de 64 % da composição do resíduo é de argamassas,
30 % de componentes cerâmicos e o restante de outros materiais. A composição do resíduo
estudado por este pesquisador está apresentada na Figura 2.

13) Leite (2001)

CARNEIRO et al. (2000) determinaram a composição do resíduo de construção e demolição


da cidade de Salvador/Ba, cujo resultado pode ser observado no gráfico da Figura 4. Como
se pode verificar, o concreto e argamassa constituem a maior porção do resíduo avaliado
(53 %) e junto com os materiais cerâmicos e as rochas naturais perfazem cerca de 72 % de
toda amostra, o que significa dizer que 72 % do resíduo pode dar origem a agregados com
alto potencial de reciclabilidade.

14) Leite (2001)

Como pode ser observado através dos gráficos das figuras, a quantidade de concreto nos resíduos de
demolição é muito maior, pois trata-se da demolição das estruturas, enquanto nos resíduos de
construção esse percentual é muito menor, pois é proveniente apenas de sobras existentes, ou da
eventual demolição de alguns pontos de passagem de condutores, entre outros. Diferente da madeira,
que está muito mais presente na fase de construção, devido à utilização de fôrmas para execução das
estruturas de concreto, por exemplo. Mas como foi mencionado anteriormente, tais índices estão muito
atrelados ao tipo de construção, técnicas e insumos construtivos utilizados no setor.

15) Leite (2001)

No Brasil o número de demolições ainda é muito pequeno, e assim a predominância é por


resíduos de construção. Este fato está indicado na reduzida quantidade de concreto e
alvenaria observada nas composições do resíduo. É possível observar que os insumos com
maior índice de perdas apresentados na Tabela 2 correspondem aos materiais com maior
percentual na composição dos resíduos apresentados na Figura 2 e na Figura 3, o que denota
uma íntima relação da composição dos resíduos com as perdas de materiais.

16) Almeida (2015)

A composição dos resíduos sólidos é muito variável e complexa, principalmente


em função dos hábitos culturais, sociais e da situação econômica de cada grupo
populacional. Pode-se classificar sua composição de forma qualitativa e
quantitativa e essa divisão pode contribuir muito para o estudo do
aproveitamento ou biodegradabilidade de alguns de seus componentes
(SCHALCH, 1984).

17) Carneiro (2005)

A composição dos RCD está estritamente ligada às diversas características de sua fonte
geradora e do momento de coleta da amostra. Dessa forma, há uma gama muito grande de
aspectos que interferem na quantidade, composição e características desse resíduo. Entre
esses
aspectos, destacam-se:
o nível de desenvolvimento da indústria da construção local:
- qualidade e treinamento da mão-de-obra disponível;
- técnicas de construção e demolição empregadas;
- adoção de programas de qualidade e de redução de perdas;
- adoção de processos de reciclagem e reutilização no canteiro;
os tipos de materiais predominantes e/ou disponíveis na região;
o desenvolvimento de obras especiais na região (metrô, esgotamento sanitário,
restauração de centros históricos, entre outros);
o desenvolvimento econômico da região;
a demanda por novas construções.

18) Carneiro (2005)

Essa variabilidade na sua composição faz com que os RCD tenham características
diferentes
para cada país, estado, cidade e, em alguns casos específicos, até para bairros de uma
mesma
cidade, o que justifica seu caráter extremamente heterogêneo. De acordo com ZORDAN
(2000), é importante ressaltar que o resíduo de construção e demolição talvez seja o mais
heterogêneo de todos os resíduos industriais e, ainda, que a sua composição química está
relacionada com a composição dos materiais que o compõe.
19) Carneiro (2005)

Na construção de edifícios por exemplo, nos países desenvolvidos, geram-se altos percentuais
de papel e plástico, provenientes das embalagens dos materiais. No mesmo tipo de obra, nos
países em desenvolvimento, gera-se grande quantidade de resíduos de concreto, argamassa,
blocos, entre outros, devido às altas perdas do processo (EDUFBA, 2001).

20) Carneiro (2005)

Muitas pesquisas têm estudado a composição dos RCD em diferentes cidades brasileiras e
também em outros países, comprovando através destas sua alta variabilidade. A Tabela 3
apresenta os resultados encontrados por diversas pesquisas para algumas cidades brasileiras.
Em todas as cidades pesquisadas verificou-se que os materiais cimentícios (concreto e
argamassa) foram os que apresentaram maior participação na composição dos RCD,
chegando a representar na cidade de São Carlos/SP, por exemplo, aproximadamente 70% do
RCD gerado na região.

21) Carneiro (2005)

Os dados disponíveis a cerca da composição média dos RCD em outros países, demonstra
que a realidade encontrada varia bastante. No caso de Toronto, por exemplo, segundo
SWANA (1993) citado por PINTO (1999), cerca de 35% dos resíduos de construção e/ou
demolição gerados são de madeira, o que pode ser explicado pela tradição construtiva da
região. Já na Bélgica, resíduos de concreto e alvenaria juntos são responsáveis por
aproximadamente 83% do total de RCD gerado, sendo a madeira responsável apenas por 2%.

22) Carneiro (2005)

Em países já desenvolvidos, onde as atividades de renovação de edificações, infra-estrutura


e
espaços urbanos são mais intensas, os resíduos provenientes de demolições são muito mais
freqüentes. A Tabela 4, citada por ÂNGULO (2000), apresenta dados da participação das
atividades de construção e de demolição na geração de resíduos para diversos países.

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