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‘ovowzor7 ‘A lécrica na Psicoterapia Existorcial argo [Marco Porta A técnica na Psicoterapia Existencial — artigo Publicado em 3 de maio de 2015 Este artigo foi produzido a partir de reflexes sobre as questdes técnicas na Psicoterapia Existencial e a forma como temos encarado o tema. Foi apresentado no I Congresso Internacional de Psicologia Existencial e publicado no caderno de conferéncias. Na ocasiao fiz no blog um comentario sobre o Congresso. Segue um pequeno trecho: “Creio ter sido este o fator novo que surgiu no Congresso, seu maior legado, a tentativa de pensar a questao da técnica isento de pré-conceitos. Afinal jé foi muito explorado, discutido e elaborado nas tiltimas décadas as questées acerca da fundamentacdo filoséfica e epistemolégica, bem como a questiio da relagao. Esta mais que claro a primazia da relagaio na Psicoterapia Existencial. Porém o tema da técnica foi deixado de lado, seja por preconceito, por medo ou por ideologia. Finalmente parece que chegou © momento de falar abertamente sobre o tema.” Publicado no blog em 01/10/2013 Procurei fazer uma sistematizagio das téenicas na abordagem existencial e as dividi em dois grupos: as técnicas relacionais e as direcionais, sendo que 0 grupo mais polémico é das técnicas relacionais pois sfio manejos que esto na fronteira entre técnica e relagdo e permitem ao terapeuta ser ele mesmo, auténtico, pessoa. Comentei e refleti sobre o tema em um artigo posterior j4 publicado no blog em 26/01/2015, denominado “Acolhimento: estratégia ou funcao?”. © artigo que segue na {integra tem como objetivo contribuir para esta reflexdo fundamental, principalmente nos dias de hoje, para o desenvolvimento da Psicoterapia Existencial, que ultimamente tenho gostado de denominar Psicoterapia Dinamica Existencial. ARTIGO A técnica na Psicoterapia Existencial Marco Portela “A metodologia padece sempre de um atraso cultural. Nosso problema consiste em ampliar nossa visdo para que abarque uma maior experiéncia humana, em desenvolver e liberar nossos _métodos a fim de que, na medida do possfvel, justifiquem a riqueza evastidio da experiéneia humana.” Rollo May. Introdugao hipssimarcoapersla wordpress, com/201515/0te-tecrica-na-pscolerapie-exstenca-artiga! wna ovoucot7 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para Um dos pontos mais frageis e mais criticados da ou das Psicoterapias Existenciais é a questiio da técnica. Arrisco dizer que esta questo se configura em um dos pontos cegos da praxis clinica em psicologia. A praxis se compde de um tripé que consiste em uma teoria, uma técnica e a prdtica propriamente dita. Este tripé esta fundamentado em um solo epistemol6gico ¢ antropolégico que determina uma visio de mundo e de homem. Varios sio os fundamentos epistemolégicos na psicologia, dentre eles os principais sao o positivismo, a fenomenologia, a dialética (Minayo, 1994) e a psicandlise. Mas estes nfo esgotam a lista, deve-se acrescentar aqui as ciéncias da linguagem e da informagio dentre outras e considerar também as fronteiras que a psicologia faz com muitos outros saberes e disciplinas em todas as reas da ciéncia, como a biologia, sociologia, antropologia, servico social, na area da satide a medicina, terapia ocupacional, na educacao com a pedagogia, enfim esta lista é longa. Temos a conviego que nfo hé saber que dé conta da complexidade do sujeito pés-moderno (Guiddens, 2002; Hall, 2002; 1996; Lipovetsky, 1983) e para evoluir as ciéncias esto tendo que abrir suas fronteiras, incorporar em seu saber conceitos vindos de outros campos, outras disciplinas (Lyotard, 1986). © campo da psicologia clinica, bem como o da psicoterapia também esta passando por requestionamentos e tendo que ampliar sua viso do ser humano. Hoje estamos, nao sé assistindo de camarote, mas participando ativamente da construgéio de um novo paradigma. © paradigma classico esta falido, j4 demonstrou sua ineficacia na construgio justa, igualitéria de uma sociedade que respeite os principios humanistas. E o paradigma emergente ainda est em construgao, mas suas raizes jé foram plantadas (Santos, 1987; Botf, 1996), e conceitos como ecologia, dialogia, bioética, intersubjetividade, sintese fazem parte da construcio de outro olhar para o homem e para o mundo, no sentido de consideré-lo em todas as suas dimensdes, sem segmenté-lo mas vé-lo de forma integral, holistica, em unidade consigo, com 0 outro e com a natureza. ste movimento também se observa no campo da psicologia clinica e da psicoterapia, ou seja, a crise de paradigmas afetou também a psicologia clinica (Portela, 2008). Na medida que nao ha técnica que dé conta de lidar com todas as facetas do sujeito pés-moderno, a psicologia clinica se debruca sobre a questo buscando técnicas cada vez mais eficazes. Este tecnicismo é criticado com muita propriedade pelos adeptos da abordagem existencial, porém, alguns exageram e radicalizam. Aprendemos a tempos que nestes casos nao pode haver radicalismo nem de um lado, nem do outro. Yalom também fala da crise em nosso setor, e aponta um outro fator crucial que leva a psicoterapia ¢ os psicoterapeutas a um tecni srhado a fim de tornd-la mais eficaz e atender 0 mercado da satide, “oferecer orientacéio e inspirago para a proxima geracio de psicoterapeutas é extremamente problemético, hoje, porque o nosso ‘campo se encontra numa grande crise. Um sistema de assisténcia médica impulsionado pela economia exige uma modificacio radical no tratamento psicoldgico, e a psicoterapia agora é obrigada a ser dgil — isto é acima de tudo, econdmica e, forcosamente, breve, superficial e inconsistente” (Yalom, 2006, pag. 14). De forma que a técnica em psicologia sempre foi um dos pontos mais frageis, em todas as abordagens, a ponto de correntes mais recentes como a Psicologia transpessoal ¢ holistica langar mio de técnicas ligadas 4 Area mistica, como a meditagio por exemplo. Se nés psicdlogos hipssimarcoaporsla wordpress, com/201515/0e-tecrica-na-psicolerapie-exstencl -artgay ze oveao17 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para descobrissemos uma técnica que fosse aplicada com a maior eficdcia a todos os sintomas psicol6gicos humanos, quem a descobrisse sem diivida seria um candidato ao prémio Nobel Em muitos casos se pretendeu dar a técnica o estatus de “pulo do gato”, ou seja, sempre que uma técnica era criada, surgia como o apandgio para todos os desvios de comportamentos e sintomas psiquicos. Por outro lado, uma técnica nova, para se firmar tinha que invalidar as demais em uso, 0 caso mais classico foi da hipnose que Freud invalidou e a partir daf todos os pés-freudianos ao longo das décadas seguintes fizeram 0 mesmo sem conhecimento de causa. Foi preciso surgir, nos anos 50, um psiquiatra de coragem para resgatar a hipnose do limbo ao qual foi lancada e descobrir que parte do que Freud disse sobre a ela estava errado (Erickson, 1994; Zeig, 1985; Haley, 1966). Me refiro a Milton Erickson que estudou e sistematizou a técnica hoje reconhecida e aceita pelos conselhos de psicologia e medicina de todo o mundo. Apesar de a técnica se constituir numa questo importante para a psicologia clinica como um todo, neste artigo no vou tratar da técnica na psicoterapia de forma geral, mas sim das psicoterapias denominadas existenciais. Todas as demais abordagens em psicoterapia, de uma forma ou de outra desenvolveram suas téenicas, de acordo com o olhar que construiram sobre o humano, até mesmo a humanista rogeriana com 0 método no-diretivo. A psicoterapia existencial, dado seus modelos tedricos e suas origens, desenvolveram uma visio da psicoterapia que colocou a técnica em um segundo plano (May, 1967; 1961). Em fungao de seus postulados, a teoria existencial sempre priorizou a relacao terapéutica em detrimento da técnica. Isto é histérico! “A técnica segue a compreensio. A tarefa substancial e a responsabilidade do terapeuta consistem em compreender o paciente como um ser-no-mundo. Todos os problemas técnicos esto subordinados a essa compreensio; sem ela, os recursos técnicos so impertinentes no melhor dos casos, e no pior um procedimento para sistematizar a neurose” (May, 1967, pag. 105). representantes da corrente existencial 1967). Por outro lado, May afirma que “muitos psiquiatras técni am grande coisa por matéri ” (May, 1967, pag. 105), e cita tencial 6 exi Kuhn que, quando perguntado sobre a técnica que usava responde que a anilis ma disciplina relativamente nova que ainda nao teve tempo de desenvolver suas técnicas terapéuticas (ibdem, 1967). Frankl também critica a téenica ao falar sobre a psicandlise, “quanto cinismo se esconde detras de semelhante interpretagio da psicoterapia como técnica, como psicotécnica” (Frankl, 1955, pag. 10). Para boa parte dos autores existenciais, uma importancia exagerada na técnica se constituiria em um obstaculo para uma relacio auténtica e para uma compreensio existencial-fenomenologica do ser, pois leva a uma coisificagao do sujeito, a uma rotulagao, a considerar o homem um objeto que se deve calcular manejar e analisar. Ou como diria Castillo, leva a ver 0 sujeito como um problema ou uma doenga a ser tratada (Castillo, 1966). Para May (1967) no ocidente existe a tendéncia a crer que a compreensio segue a técnica. Mas como dito anteriormente na andlise existencial é o contrario. Esta visio da técnica persiste até os dias de hoje. A grande maioria dos textos e livros recentes acerca da psicoterapia existencial nfo entra no tema da técnica, se limitando 4 fundamentacio filos6fica, epistemolégica e tedrica da abordagem. Quando citam a técnica o fazem de forma hiipssimarcoaperisla wordpress, com/2015105086-tecrics- psicoerapie-xistencil-artiga! ane oveao17 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para pejorativa ou para criticar as demais abordagens que a utilizam e, diga-se de passagem, de forma genuina e auténtica. Muitos se baseiam nas criticas dos pioneiros j4 citados, outros na critica Heideggeriana ao tecnicismo da era moderna. Ora, a téeni constitui num dos pontos mais criticados das psicoterapias de cunho existencial{i], e assume um carter extremamente obscuro na medida em que os préprios tedricos da abordagem se negam a falar ou quando falam é mais para criticar sem trazer nenhuma luz sobre o tema. Fazem uma articulagéo muito consistente, falam dos objetivos do terapeuta ou analista existencial, mas nao apontam como este deve proceder para levar seu cliente a atingi-los. Usam uma linguagem muito distante do que se vive dentro do setting terapéutico, se perdendo nos meandros tedricos e filoséficos, caindo numa linguagem vaga, baseada numa terminologia filos6fica e que no remete ao fazer mais concreto do psicélogo. Esta postura leva a criticas pesadas A psicoterapia existencial. Duas que jé estdo disseminadas e volta e meia ouvimos por af: “quando o terapeuta nao tem uma linha de trabalho diz que é existencialista”; “o terapeuta existencial atua intuitivamente”. Agora vejamos uma critica mais embasada, “A primeira (critica) se refere, j4 temos visto, A cegueira que a doutrina impée frente a natureza do ser humano, A oclusio definitiva do caminho biolégico para aproximar-se dele. A segunda surge do irracionalismo imposto pelo método e do bloqueio a toda tentativa de Sem ordenagio ir conhecimentos nao se stematizagdo e generalizagdo que determina racional e sem possibilidades de generaliz ” (Seguin, 1960, pag. 111) pode construir nenhuma ciénei Bucher faz uma critica mais pesada, 6 esta a concepgio que a fenomenologia e a Dasein-anilise desenvolveram sobre o amor e a co-existéncia — concepgio idealista ou mesmo um pouco mfstica, colocando a nogo do ‘amor puro’, de disponibilidade total para com o outro, acima de qualquer influéncia impura de intengSes, vontades ou desejos, sejam eles conscientes ou inconscientes” (Bucher, 1989, pag. 35). Mais na frente o mesmo Bucher denomina a visio fenomenolégica de idealista ou es| (ibdem, 1989, pag. 35). Trata-se o primeiro (Seguin) de uma critica de dentro da propria abordagem, enquanto o segundo fala com um olhar externo. Estas criticas encontram ecos em muitos outros autores. Porém, se ouvirmos alguns expoentes da abordagem existencial em seus primérdios, veremos que eles, apesar das criticas que fizeram, nao desconsideraram a importancia da técnica. Vejamos o que fala May, “a técnica existencialista deve ter flexibilidade e elasticidade para poder variar de um paciente a outro e de uma fase a outra no tratamento de um mesmo paciente” (May, 1967, pag. 107); afirma ainda, “nao devemos cair no critério sentimental, demasiado simplificado, segundo 0 qual na psicoterapia a mera benevoléncia resulta suficiente” (May, 1965, pag. 179). Binswanger também em um de seus escritos diz que “a andlise existencial nao pode prescindir durante periodos prolongados, dos métodos terapéuticos tradicionais” (Binswanger, 1965, pag. 42). hiip:simarcceparela,wordress,com/201S16/03e-ecrica-na-psicoterapa-exstencal-ertiga an oveao17 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para Podemos pensar que, se somente a relacio fosse suficiente para levar & cura ou elaboracdo dos traumas e conflitos, entdo nao precisaria de psicoterapia ou psicoterapeutas, um amigo ou parente seria suficiente. Na verdade, em muitos casos so suficientes, mas em muitos outros casos em que a problematica se tornou crénica, em que jé se desenvolveram sintomas importantes, um amigo ou parente j4 nao se mostra suficiente para levar a um alivio definitivo do sofrimento. Como diz Bucher, “© psicoterapeuta, enquanto ser humano coexiste com seu paciente ou cliente ao mesmo nivel do Dasein, mas nfo se limita a este intercdmbio ‘puro’, comunicativo-existencial. Algo de diferente, algo de novo se acrescenta A sua ago sobre outrem, para lhe conferir uma eficdcia especificamente terapéutica. Este novo elemento, ou melhor, esta nova dimensio no pode provir da esfera da coexisténcia, do mero ser-junto-dos-outros; ela deve proceder de uma esfera diferente, a saber, aquela da disponibilidade terapéutica para outrem, da colos \¢do-ao-servigo do outro, com todos os conhecimentos médi gi sua experién s e/ou psicolé os que o terapeuta assimilou no decorrer da sua formagdo e da ” (Bucher, 1989, pag. 36) Portanto, em muitos casos € preciso algo a mais que uma relagio de confianga e auténtica. E aqui entra a psicoterapia ou o psicoterapeuta que, com a construcio de uma relacao sélida, de confianga, aliada a técnicas eficazes pode levar 0 sujeito & elaborac&o e superagio de seus traumas Por outro lado 6 um engodo o psicoterapeuta ou analista pensar que vai construir com seu cliente uma relagao completamente autentica, espontinea e de confianga, Pra comecar, a priori, a relacao sera sempre mediada pelos papéis, ha um terapeuta oferecendo um servico e um cliente buscando fruir deste servigo. Este enquadramento determina nao s6 papéis, mas lugares ¢ atitudes que devem ser observados desde o principio do processo. Isto por si sé j4 seria um fator dificultador para uma relacdo completamente espontinea. Espera-se do cliente que este fale de si e seus problemas, ao passo que espera-se do terapeuta acdes que levem o cliente a uma melhora de seu sofrimento, sua dor ou seu sintoma. Isto esta implicito e nao precisa ser dito. Quanto as técnicas psicoterépicas propriamente ditas, Moffatt (1982) divide todas as abordagens em trés bésicas que ele denominou de terapias repressivas; adaptativas e elaborativas. Nas primeiras “(Eletrochoques, hospicios)... se consegue que o paciente abandone o sintoma”, nas segundas “o psicoterapeuta normatiza a partir do sistema vigente e as terapias elaborativas, pelas quais se ajuda o paciente a escolher-se ¢ chegar a ser ele mesmo” (Moffatt, 1982, pag. 19). Wolberg, distingui também “trés tipos de psicoterapia (reconstrutivas, reeducativas e de apoio) e uma série de ‘relagées de ajuda’ (healing aids) que chama ‘extraterapeuticas’ ou ainda nao especificas” (apud Bucher, 1989). J4 Fiorini (2004) tenta construir uma teoria da técnica na qual “opera-se um salto teérico importante no nivel das técnicas quando se passa, das comunicages categorizadas de acordo com a teoria de cada escola, a tentativa de descrever as intervengdes coneretas do terapeuta por meio de uma linguagem nao comprometida com aquelas s s” (Fiorini, 2004, pag. 2) hiipssimarcoaperisla wordpress, com/2015105086-tecrics- psicoerapie-xistencil-artiga! 512 ovoucot7 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para Cita trés enfoques tedricos que ele julga complementares no estudo da técnica, o psicodinamico, 0 comunicacional e o de aprendizagem e cita ainda as técnicas de apoio, de esclarecimento e de interpretacdo transferencial (Fiorini, 2004). Neste ponto cabe uma leitura da relagdo entre técni stavam coladas, porém, podemos dizer que nas tiltimas décadas houve um descolamento das técnicas e das teorias. O mandamento bisico da psicandlise de “pensar alto”, ou seja, a livre associagio com seu corolério, a interpretagao, j4 nao é mais um apandgio da psicandlise mas o mandamento basico de todas as psicoterapias que tem por base a fala e a escuta. Outra s ligadas 4s terapia grupalistas, por exemplo, que em sua origem tinham uma fundamentacao fenomenolégica, como 0 psicodrama, foram apropriadas pela psicandlise e outras correntes. A propria hipnose hoje é uma técnica adotada por psicélogos da teoria sistémica, psicanalitica, humanista e outras, com as devidas adaptagdes logicamente. Algumas abordagens nao conseguiram fazer este descolamento, como exemplo tem a comportamental cujo comprometimento com as ciéncias positivas Ihe confere um cardter mais rigido no que tange as questdes técnicas (Bucher, 1989). Neste trabalho vou abordar especificamente as técnicas nas psicoterapias existenciais. A teoria encial tem uma grande vantagem sobre a comportamental, a psicandlise e outras teorias em psicologia por ser uma abordagem inclusiva, ou seja, sempre aberta para incorporar novos conceitos na medida que o saber avanga. Por outro lado, é preciso deixar claro que nas terapias existenciais a relacdo é considerada o fator mais importante. E a relacdo que cura (Yalom, 2006; May, 1965). Uma relagdo de confianga, de seguranga, auténtica — dentro de certo limite imposto pelo proprio contexto — é a base da “cura”, é o que sustenta todo o processo terapéutico. Portanto, vamos falar de técnica deixando claro que a relacao estar sempre na frente da técnica. Como diz Yalom “a terapia nao deve ser impulsionada pela teoria, mas sim pelo relacionamento” (Yalom, 2006, pag. 17). Ao falar de relagéo 6 preciso explicar melhor 0 tipo de relacdo, pois, de qualquer forma, © setting terapéutico se configura em iiltima anélise em algum tipo de relacao. Bucher (1989) elenca em seu trabalho varios tipos de relagdes possiveis entre terapeuta e cliente, a saber: a relacdo cientifica, a de conserto, a de manutengio, de consulta e pericia, de ajuda, a relacio pedaggica, a sugestiva, a de apoio e a interpessoal subjetiva. Dentro de nossa abordagem algumas estao definitivamente descartadas como a cientifica ou de pericia, outras podem ser adotadas de acordo com 0 contexto, necessidades e demandas do sujeito. Porém, quando nos referimos A relag&io, estamos nos referindo a uma relago que Moreno denomina telematica (Weill 1967), Buber (1960) de relagdo eu/tu, ou seja, auténtica, de pessoa a pessoa, no caso do Bucher a que se aproxima mais seria a interpessoal subjetiva. Seguin (1963) denomina esta relagao de “eros terapéutico”. Podemos dizer que, uma vez construida uma relagio telematica, sélida, de confianca, ou seja, um eros terapéutico, a técnica que iremos usar poderd diferir segundo muitas variaveis como o contetido ou problemitica do cliente, o momento que se encontra na terapia, sua estrutura de personalidade, et Considerando ser a existencial uma teoria aberta, considerando também este descolamento da teoria e da técnica como bem diz Fiorini (2004), podemos dizer de inicio que a existencial vai usar e trata de uma terapia repré adaptativa ou elaborativa somente (Moffatt, 1982), nem de apoio, de esclarecimento e de interpretagao transferencial (Fiorini, 2004). Estas estratégias estio todas 4 disposicao do terapeuta e este deverd utiliz4-las de acordo com 0 cliente e suas questdes, bem como de acordo com suas cireunstancias atuais de vida e o momento em que se encontra no processo terapéutico. Apesar de trabalhar assumidamente dentro de um referencial existencial Yalom também aconselha: “advirto os estudantes contra sectarismos e sugiro um pluralismo terapéutico no qual as hipssimarcoaporsla wordpress, com/201515/0e-tecrica-na-psicolerapie-exstencl artigo! ene ovoucot7 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para intervenges efetivas so extraidas de varias abordagens terapéuticas diferentes” (Yalom, 2006, pag 15). Yalom é um dos poucos existencialistas que falam abertamente da técnica, talvez pela influéncia do pragmatismo americano. Em seus textos expoe sua forma de trabalhar e apresenta ou explicita estratégias e técnicas importantes, muitas das quais utilizadas por psicoterapeutas de forma intuitiva ou subliminar, ou seja, inconscientemente e sem sistematizacao. No entanto, Yalom exatamente por “dar sua cara a tapa”, é um dos terapeutas existenciais mais criticados por uma corrente mais ortodoxa de existencialistas. Portanto o terapeuta existencial dever4 ter um arsenal de técnicas a disposig&o para utilizar de acordo com as necessidades e demandas de cada cliente. Isto 6 que é respeitar a singularidade de cada um. Utilizar a mesma técnica com todos, da mesma maneira, independente do momento, questo ou estrutura do sujeito é anular a sua singularidade, destitui-lo do papel de sujeito. Temos que ter conhecimento das técnicas e a flexibilidade para mudar de acordo com cada um em cada momento de seu proceso. As técnicas O que vou apresentar agora é uma primeira tentativa de sistematizacio de algumas técnicas dentro da aborde stencial. Nao tenho a pretensio de esgotar neste momento o tema, m: incitar a discussao, deixada de lado por tanto tempo. hora de encaré-la de frente. Os primeiros psiquiatras existencialistas, por terem uma base eminentemente psicanalitica adotavam basicamente a técnica da associacao livre e da interpretac&o. Boss (1958) assume esta posicao e se utiliza inclusive do diva, assim com May (1967). Porém, em sua maioria, como dito anteriormente, os existencialistas falam da teoria, da fundamentagio filoséfica e epistemolégica, dos objetivos do terapeuta, enfim, mas nao explicitam seus métodos e técnicas. Vou entao tentar sistematizar estes métodos e técnicas e pensar como se encaixariam dentro da linha existencial. Deixo claro que vou beber de varias fontes ou abordagens. Antes de tudo divido as técnicas em do grandes grup o primeiro denomino téenicas relacionais e 0 segundo téenicas direcionais. As relacionais recebem este nome devido e serem implicitas 4 relacio, trata-se de manejos que fazem parte do didlogo e sao imperceptiveis ao cliente. Este nfo percebe em func&o do préprio dinamismo da relago, so atitudes do terapeuta que regula seu comportamento de acordo com o contetido trago pelo cliente, com o nivel de angiistia que circula no setting, com o momento do processo terapéutico, dentre outros. Quanto as téenicas direcionais, antes de qualquer coisa é preciso esclarecer este termo. Utilizo a palavra direcional para diferenciar do termo diretivo, pois, ndo se trata de dar uma direcdo ou sugestio ou dirigir o processo do cliente. O termo diretivo é antagonico ao termo néo-diretivo, método eriado por Rogers (1966) em sua Terapia Centrada na Pessoa. Dentro do nosso contexto, ser diretivo ou nao-diretivo é mais uma escolha do terapeuta que serd regulada pelas circunstancias do processo terapéutico. Portanto as técnicas direcionais nao so diretivas, pois nio sugerem contetidos ou caminhos para o cliente, mas sim, produzem insights que levam o proprio sujeito a construir suas respostas, Recebe 0 nome de dizecionais porque so dinémicas e dependem em ‘iltima instncia do terapeuta para guiar o sujeito pelos caminhos de seu préprio pensamento ou psiquismo. Técnicas Relacion: Como dito, este termo se refere a técnicas ou manejos fundamentais para que o terapeuta possa levar a termo com sucesso a terapia. Estas estio embutidas na relagio e so em grande medida imperceptiveis ao cliente. Muitas inclusive so utilizadas por psicoterapeutas de forma intuitiva ou inconsciente. Sem mais delongas vamos a clas, lembrando que néo tenho a intengéio de esgoti-las. Trata-se apenas de uma contribuicao inicial que espero possa instigar outros terapeutas a 7 ma hipssimarcoaporsla wordpress, com/201515/0e-tecrica-na-psicolerapie-exstencl ‘ovowzor7 ‘A lécrica na Psicoterapia Existorcial argo [Marco Porta pesquisar e enriquecer a discussdo. Técnicas diretivas, de apoio, esclarecimento, sugestivas, adaptativas enfim, se enquadram no rol das relacionais. Por outro lado, a técnica basica psicanalitica da livre associacio e interpretagdo hoje é o mandamento basico de praticamente todas as psicoterapias que tem por base a fala e a escuta. O que vai diferir um pouco é a interpretagio que ser sempre dentro do referencial tedrico de cada terapeuta. A livre associagio pode se enquadrar tanto nas técnicas relacionais como nas direcionais, dadas as caracteristicas do contexto de uma sesso de terapia em que os papéis por si 86 ja impée determinadas atitudes esperadas por ambos os atores. Fiorini (2004) cita algumas atitudes do terapeuta e algumas formas de intervencio que se enquadram dentro das ténicas relacionais, vejamos primeiro as atitudes: contato empatico manifesto, acolhimento, espontaneidade, iniciativa, clareza do método expositivo, exposicio aberta de seu método de pensamento, inclusio do terapeuta como pessoa real[2]; quanto as formas de intervengao cita: interrogar, proporcionar informagées, confirmar ou retificar, elucidar, recapitular, assinalar, interpretar, sugerir, dar um enquadre, meta-intervencio, “outras intervengées (cumprimentar, anunciar interrupgGes, variagdes ocasionais de horarios ete)” (Fiorini, 2004, pag 160)[3]. Outras téenicas que se enquadram dentro da categoria das relacionais ja so bem conhecidas ¢ consagradas como 0 jé citado método nao-diretivo de Rogers (1966). Dentre as técnicas relacionais, além das jé citadas, vou acrescentar trés. Nao ha espaco neste artigo para uma explicago muito exaustiva de cada uma, mas vou cité-las e dar uma breve explicago. + Fung&o continente (Zimerman, 2000): 6 sabido que pouca angitstia torna a terapia improdutiva, mas por outro lado, um nivel elevado de angiistia estanca a palavra e também torna o processo improdutivo. A funcao continente é uma das mais importantes dentro do processo terapéutico, é fundamental para o terapeuta, pois através dela é que este ird regular o nivel de angustia que circula em uma sessio de psicoterapia. Quanto mais angistia, mais continente devemos ser, quanto menos, mais podemos deixar nosso cliente fazer suas associagGes livremente. Destaco novamente Fiorini (2004) que fala de uma associagio livre e uma associagao guiada. « Transferéncia e transparéneia (Yalom 2006): o terapeuta deve regular com muito cuidado até que ponto ele se oculta e se mostra ou expée. Ocultar informagées sobre nés, assumir uma atitude de tela em branco ou “suposto saber” vai possibilitar a transferéncia, fendmeno muito importante para o processo terapéutico. Porém, a transferéncia é uma relacio velha, repetitiva e estereotipada. Ser um pouco transparente vai possibilitar a construgdo de uma relagio telematica, nova, em que o cliente pode ser mais espontaneo, em suma, ser ele mesmo. £ um engodo pensar que se mostramos ou expomos algo de nés, isto ira impedir a transferéncia, a pratica clinica j4 mostrou o contrario. Temos que regular e manejar com cada cliente até que ponto me mostro ou me oculto. Me ocultar possibilita a transferéncia ou relagdo transferencial, me mostrar com espontaneidade possibilita a construgdo de uma relagao telematica. A clinica é soberana. * Ativacio do aqui-agora (Yalom, 2006): em todo o processo terapéutico hd momentos retrospectivos, em que se fala do passado, de sua histéria vital (Binswanger, 1967). Por outro lado, a terapia existencial também da importdncia ao futuro, aos planos e projetos, é para o futuro que olhamos o tempo todo, portanto tem um cardter também prospectivo. Mas a prioridade é do aqui-agora, nas palavras de Yalom “o aqui-agora é a principal fonte de poder terapéutico... 0 melhor amigo do terapeuta... refere-se aos eventos imediatos da hora terapéutica, ao que acontece aqui (neste consultério, neste hipssimarcoaporsla wordpress, com/201515/0e-tecrica-na-psicolerapie-exstencl -artgay ane veut? Atéericana PicclorapiaExstancial~ artigo | Marco Portela relacionamento, na intermedialidade — 0 espaco entre mim e vocé) © agora, nesta hora imediata. & basicamente uma abordagem nio- e tira a énfase (mas néo nega a importancia) do passado ou de eventos historicos da vida exterior do paciente” (Yalom, 2006, pag 54)L4] historic: ‘As técnicas relacionais so de suma importancia para a construcio de uma relagio de confianga, auténtica, para o advento do eros terapéutico, exigi presenca do terapeuta e uma percepgao apurada acerca de seu cliente. Sua estrutura de personalidade, suas queixas, 0 momento no processo terapéutico, o nivel de angustia que circula entre ambos e muitas outras varidveis devem ser consideradas a fim de avaliar a melhor estratégia ou manejo técnico. O momento de ser mais ou menos continente, de dar uma orientacio, um esclarecimento, ou fazer uma pontuagio e interpretacio. Até que ponto me mostro ou me oculto. S40 manejos fundamentais para o sucesso da terapia. Técnicas direcionais Quanto as téenicas direcionais, estas recebem este nome por serem técnicas dinamicas e que dependem de uma direcao do terapeuta. Em sua maioria se utilizam, além da fala, também 0 corpo ou corporalidade. Exigem um manejo mais cuidadoso do terapeuta. Nao sio diretivas no sentido de se dar respostas prontas ou sugestées ao cliente, O contetido vem do cliente e o manejo destas téenicas vai possibilitar insights e abertura de novos caminhos no proceso terapéutico. Sao técnicas j4 consagradas pela pratica clinica, seja individual ou grupal. E devidamente adaptadas ao setting e ao contexto. Técnicas da Gestalterapia, do Psicodrama, da Sistémica, até mesmo da cognitiva ou comportamental podem ser usadas com as devidas adaptagdes. Até mesmo téenicas de auto-ajuda que se incluem dentro da chamada Psicologia Positiva. Vou citar algumas, as mais usadas ou conhecidas, sem a pretensio de esgoté-las. Lembrando que aqui cabem as mais i advindas das mais variadas abordager técnica muito usada na Gestalterapia; + Técnicas psicodramiticas: hoje ja se utiliza também na terapia individual, denominado psicodrama bi-pessoal; * Técnicas de relaxamento e hipnose: que levam a uma dissociagao interna em que a dimensio consciente fica em suspensio e 0 subconsciente fica mais livre para “trabalhar”. Hoje ha inclusive uma corrente de psicanalistas que a utilizam na andlise, trata-se da Hipnoanilise (Malomar). * Técnicas como desenhos ¢ escrita; + Para casa: em muitas ocasides pode periodo entre as sessdes er ditil a indi erem realizadas no cdo de atividades para Essas téenicas sio muito eficazes em varios momentos do processo terapéutico, prineipalmente aqueles em que as resisténcias esto mais evidentes ou exacerbadas. Trabalham as resisténcias ou no nivel corporal e vivencial ou no nivel subconsciente, facilitando a emergéncia do material reprimido, levando a uma conscientizagao mais rapida ¢ eficaz pelo cliente de seus padrées comportamentos rigidos e caleificados e de suas defesas sintomiticas. Se bem conduzidas pelo terapeuta, podem acelerar muito o processo psicoterapéutico. Afetos reprimidos que, com as técnicas ortodoxas, tradicionais levariam meses ou anos para vir a tona, com uma técnica psicodramatica, gestaltista ou a hipnose podem emergir em uma ou poucas sessdes hiipssimarcoaperisla wordpress, com/2015105086-tecrics- psicoerapie-xistencil-artiga! ane ovoucot7 ‘A léerca ra PactorapaExstecial artigo | Morea Para Nao se trata em se transformar em um hipnoterapeuta ou psicodramatista, mas sim, de ter conhecimento dessas técnicas para poder aplicé-las em momentos estratégicos do processo terapéutico. Ter a percepcdo e sensibilidade para saber 0 momento de usar as técnicas e a flexibilidade para passar de uma abordagem mais classica ou tradicional baseada na linguagem, para uma mais dinamica e vice-versa. Por outro lado, as técnicas relacionais so intrinsecas 4 relacdo, estas deverao estar sempre presentes numa medida ou outra e ocupam o maior tempo do processo terapéutico. Importante saber também a hora de usar as técnicas relacionais e os momentos mais indicados para usar as técnicas direcionais. Ambas se complementam Conclusio Deixei de lado algumas técnicas muito importante e também polémicas, uma dela é a de se focar 0 sintoma ou sua causa, ou seja, usar uma técnica adaptativa ou claborativa/interpretativa? Nao ha diivida que no que tange a psicologia clinica temos que focar a causa, sem no entanto perder da vista o sintoma, pois é a expressio de algum conflito. A existencial procura focar as causas mas sem deixar de trabalhar ou negligenciar o sintoma. Cabe novamente ao terapéuta saber a hora de desviar da causa e se voltar para o sintoma, e por outro lado retornar ao trabalho de base, mai fundamental que é essa compreenso do Existente ou da Existén: Outra questo nao menos importante e ligada A questio do foco é a do dignéstico, Castillo aborda este tema: “em primeira instancia, temos examinado nossos enfermos com os métodos classicos da medicina, da psicopatologia e da psicanélise. Temos formulado o diagnéstico ¢ o prognéstico ¢ indicado a terapia de acordo com os c&nones aprendidos na universidade e na pratica profissional. Em outros termos, temos comegado tratando nossos enfermos como se fossem um problema, de maneira abstrata; temos olhado a enfermidade nao o enfermo... em segunda instancia temos meditado, refletido ¢ intuido, em uma palavra, temos recolhido, como diz Marcel, chegando ao cabo de muito tempo, as vezes bruscamente, por espécie de pura iluminacdo a decifrar as modalidades existenciais que iremos expor na continuacdo... tratando em segunda instancia aos enfermos como um mistério, o ‘Dasein’ que é o psicoterapeuta pode aclarar o ‘Dasein’ que é 0 enfermo” (Castillo, 1966, pag 15). Neste trecho Castillo expde seu método de trabalho, o que inclui o diagnéstico. & um engodo pensar que um diagnéstico possa carimbar pra sempre o sujeito impossibilitando a cura, a mudanga, 0 crescimento ou mesmo um posicionamento do cliente em relagio ao mesmo. O diagnéstico é um momento importante do processo e cabe sim ao psicélogo fazé-lo. Este servira como um guia para sabermos como conduzir a terapia. O erro ou risco é o de ver o cliente nfo mais como uma pessoa, mas como uma class conhecimento teérico-técnico, colocar a relagdo e a compreensio na frente da técnica, discussao de casos clinicos com colegas psicélogos e/ou a equipe de satide e uma atitude sempre vigilante em relagdo aos sentimentos que surgem em si, diante do que o cliente lhe traz. ficacdo psiquidtrica. Sao trés os antidotos para isto: fim da terapia é outra questo importante e vai depender do foco, dos seus objetivos e outras varidveis. Ao questionarmos a existencial e suas técnicas, podemos dizer que, dentro de um certo tps tmercoaporeaxworress,com/201SiSRe ecrice-nepslocterapieexsterciab-rigo! san ‘ovowzor7 ‘A lécrica na Psicoterapia Existorcial argo [Marco Porta ponto de vista, colocar a relagio na frente da técnica ndo deixa também de ser uma técnica ou uma forma de manejo. Hoje, a formacao do terapeuta deve ser, e é muito mais ampla e complexa. O instrumento principal do terapeuta 6, em suma, ele mesmo. Quanto maior a experiéncia de vida ou seu repertério experiencial, quanto maior a bagagem teérica e técnica, e temos que acrsentar quanto mais “terapizado”, mais condigdes tem o terapéuta de lidar com as angtistias de seus clientes, de se colocar no lugar do outro no entanto sem sair do seu, construindo uma relagéo auténtica, telematica, um eros terapeutico, onde no s6 o paciente mas ambos crescem como pessoa, € 0 terapéuta também como profiss Bibliografia _ Binswanger L. “Andlisis Existencial y Psicoterapia” in Ruitenbeek H. M. (org.) “Psicoandlisis y filosofia existencial” Buenos Aires: Editorial Paidos, 1965. “La locura como fenomeno biogréfico y como enfermidad mental: el caso Tise” in May R., Angel E., Ellenberger H. F. (orgs.) “Existencia” Madrid: Editorial Gredos, 1967. _Boff L. “Ecologia: grito da terra, grito dos pobres” 2.4 ed. 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Bucher (1989) faz uma critica a Fiorini: “trata-se essencialmente de um trabalho sobre psicoterapia breve, com algumas considera amplas. se desenvolvem segundo um enfoque que procura constituir ‘uma teoria das técnicas de psicoterapia em que esteja incluida uma consideragao critica de alguma de suas bases ideolégicas’ — projeto bem concebido pelas suas intengdes, mas cuja execucdo nao faz justica 4 pretensdo anunciada” (Bucher, 1989, pag 58) [2] Os parénteses sio do proprio autor. [4] Os destaques em italico e os parénteses so do préprio autor. hipssimarcoapersla wordpress, com/201515/0te-tecrica-na-pscolerapie-exstenca-artiga! vane

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