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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

FINANÇAS

Profª. Kelmara Mendes Vieira


Finanças

Mercado Finanças
Finanças
Financeiro Corporativas
Corporativas
Mercado
Financeiro
 Agência de classificação de risco de crédito (do inglês credit
rating agency) é uma empresa que, por conta de um ou
vários clientes, qualifica determinados produtos financeiros
ou ativos (tanto de empresas, como de governos ou países),
 As Agências avaliam, atribuem notas e classificam países
ou empresas, segundo o grau de risco de que não paguem
suas dívidas no prazo fixado.
 Quando esse risco de inadimplência se refere a operações
de crédito concedido a um Estados soberano ou ao seu
Banco Central, é chamado risco soberano. Quando o risco
se refere contratos de crédito firmados com a totalidade dos
agentes (públicos ou privados) de um país, utiliza-se a
expressão risco país.
 A classificação de risco soberano é a nota dada por
instituições especializadas em análise de crédito, chamadas
agências classificadoras de risco, a um país emissor de
dívida. Tais agências avaliam a capacidade e a disposição
de um país em honrar, pontual e integralmente, os
pagamentos de sua dívida.

 Oficialmente, o Brasil possui contrato para classificação de


seu risco de crédito com as seguintes agências:
 Standard & Poor´s (S&P)
 Fitch Ratings (Fitch)
 Moody´s Investor Service.
As escalas usadas pelas agências podem ser
representadas por letras, números e sinais matemáticos (+
ou -) e normalmente vão de 'D' (nota mais baixa) a 'AAA'
(nota mais alta). Tais notas são classificadas, pelos
participantes do mercado, em dois grupos:

Grau Especulativo - (D até BB+)


 Grau de Investimento - (BBB- até AAA).

O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências


internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela
primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação
pela Moody’s.
Os ratings podem afetar fortemente :
a flexibilidade fiscal do governo;
custos de financiamento do setor privado no mercado;
Preços das linhas de crédito;

 Serve de guia para investidores institucionais


regulados, tendo em vista a alocação de recursos no país;

Serve como referência comum para investidores


estrangeiros e sua disponibilidade de investimento no
país;

 É um componente importante da formação das


percepções externas sobre o risco e suas tendências.
 Para realizar uma classificação de risco de crédito, as
agências de rating recorrem tanto a técnicas
quantitativas, como análise de balanço qualitativos.

 Exemplos:
Ambiente Externo

Análises de elementos
e percepções sobre o
Questões Jurídicas emissor e seus
processos

Fluxo de Caixa
Projeções Estatísticas
ÚLTIMO REBAIXAMENTO FITCH RATINGS – 16/12/2015
Comunicado FITCH RATINGS

Segundo a Fitch, o rebaixamento do Brasil reflete uma


recessão mais profunda da economia do que previamente
antecipado, além de desdobramentos adversos do cenário
fiscal e o aumento das incertezas que podem subtrair a
capacidade do governo de implementar medidas fiscais que
estabilizem o peso do aumento da dívida.

A Fitch aponta que essas constantes mudanças na meta


de superávit primário (a economia do governo para pagar os
juros da dívida) minaram a credibilidade da política fiscal.

O rebaixamento ocorreu um dia depois que o


governo propôs a redução da meta de superávit primário de
2016, de 0,7% para 0,5% do PIB.
ÚLTIMO REBAIXAMENTO MOODY’S – 24/02/2016
Comunicado MOODY’S

A Moody's afirma que o corte da nota foi influenciado pela


maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um
ambiente de baixo crescimento, com expectativa de que a
dívida do governo ultrapasse 80% do Produto Interno Bruto
(PIB) nos próximos três anos.

A agência também aponta que a "dinâmica política


desafiadora" vai continuar a complicar os esforços de
consolidação fiscal e atrasar as reformas estruturais.
REBAIXAMENTO STANDARD & POOR’S – 17/02/2016
Comunicado STANDARD & POOR’S

A S&P mencionou o conturbado ambiente político, que


mantém a presidente Dilma Rousseff à beira de um
julgamento no Congresso visando sua destituição, e que, de
acordo com a agência, "complica a aprovação de medidas de
ajuste fiscal para reativar a maltratada economia nacional".

Lembrou ainda dos escândalos de corrupção como um


ingrediente mais que mantém o clima de incerteza no país.
CONSEQUÊNCIAS DO REBAIXAMENTO

O rebaixamento pode ter efeitos sobre a cotação do dólar,


a dívida do país e o financiamento das empresas.

 A queda do volume de investimentos estrangeiros em


ações, renda fixa e títulos públicos, como também do
montante de investimentos estrangeiros diretos, que
recuaram 22,5% em 2015.

Com menos investidores "interessados" no Brasil, o país


perde dólares, incentivando a alta na cotação da moeda.
Para o governo e as empresas, fica mais caro conseguir
crédito, já que eles passam a ser vistos como "maus
pagadores".
CONSEQUÊNCIAS DO REBAIXAMENTO

Com a perda do selo de bom pagador nas três agências, a


perspectiva para uma reconquista do grau de investimento
fica ainda mais distante. Historicamente, países costumam
levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o título.

“Uma melhora da nota do país fica só para depois de 2018,


quando tivermos uma situação mais clara sobre o
crescimento econômico”.

Alex Agostini, economista da Austin Rating


“ Órgão executivo central do sistema financeiro, cabendo-lhe
a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições
que regulam o SFN e as normas expedidas pelo CMN”.
PRINCIPAIS FUNÇÕES:
Formulação, execução e acompanhamento das políticas
monetária e cambial;
Controle das operações de crédito;
Organização, disciplinamento e fiscalização do SFN;
Emissão de papel-moeda e de moeda metálica e execução dos
serviços do meio circulante;
Efetuar operações de compra e venda de títulos públicos
federais. Kelmara Mendes Vieira
 Política Cambial e de Relações com o Exterior:
 taxa de câmbio;
 reservas internacionais;
 relacionamento com organismos internacionais;
 negociação da Dívida Externa.

 Política Monetária:
 operações de mercado aberto;
 reservas compulsórias;
 assistência financeira de liquidez.
Kelmara Mendes Vieira
GOVERNO

Títulos do Tesouro

BACEN

Mercado Interbancário
Banco 1 Banco 2 Banco 3
CDI CDI

CDB C/C Fundos Poup. R$


PÚBLICO
Kelmara Mendes Vieira
Operações de mercado aberto: O controle da liquidez através de
operações do mercado aberto consiste na compra ou venda de títulos do
Tesouro Nacional, da carteira do BC, ou de emissão própria, como os
Bônus do Banco Central. Na execução da política monetária, a venda de
títulos pelo Banco Central ao sistema bancário provoca a redução das
reservas bancárias e o contrário ocorre no caso de compra de títulos.

Reservas compulsórias: a autoridade monetária exige que algumas


instituições financeiras especificamente bancos comerciais, bancos
múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas sejam obrigadas a
manter uma parcela de seus recursos à vista no Banco Central,
constituindo as reservas bancárias compulsórias.

Assistência financeira de liquidez: concessão de assistência financeira


a instituições do Sistema Financeiro Nacional na forma de empréstimos
de liquidez destinados a atender a eventuais problemas de liquidez
experimentados pelas instituições, de natureza circunstancial e de caráter
breve. Trata-se de um instrumento clássico de política monetária, que se
relaciona com uma das funções básicas do Banco Central, que é a de
servir como emprestador de última instância. Kelmara Mendes Vieira
Dos instrumentos disponíveis para a execução da política
monetária, o mais intensamente utilizado refere-se às operações
de mercado aberto, por sua maior versatilidade em acomodar as
variações diárias da liquidez. O segundo instrumento, mediante
alterações das exigências de reservas compulsórias sobre
depósitos, é aplicado de modo a influenciar a disponibilidade das
reservas bancárias e controlar a expansão dos agregados
monetários, atuando sobre a sua multiplicação. E, finalmente, a
taxa cobrada na assistência financeira de liquidez determina o
custo do não-cumprimento dessas exigibilidades compulsórias,
influenciando a atuação dos agentes financeiros.

Na operacionalização desses instrumentos, o Banco Central age


sobre a disponibilidade e o custo das reservas bancárias,
determinando, em última instância, as condições monetárias e
creditícias prevalecentes na economia e administração.
Kelmara Mendes Vieira
CADERNETA DE POUPANÇA: 20%
DEPÓSITOS À VISTA: 44%
DEPÓSITO A PRAZO 20%

Kelmara Mendes Vieira


Lucro
35%

Impostos
29%

20% Despesas Administrativas

16% Risco de Calote


Kelmara Mendes Vieira
Presidente, Diretores e alguns Chefes de
Departamento do BACEN
Comitê de Política Monetária - Atribuições e
Competências:
Estabelecer as diretrizes da política monetária;
Definir a meta da taxa SELIC e seu eventual viés;
Analisar o Relatório de Inflação.

SELIC META
SELIC OVER
Kelmara Mendes Vieira
 O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em
parceria com a BMF&F Bovespa para venda de títulos públicos federais
para pessoas físicas, por meio da internet.
 Os títulos públicos são resgatados em data predeterminada por um valor
específico, atualizado ou não por indicadores de mercado, como, por
exemplo, índices de preços.
 Operações a partir de 10% do título, desde que respeitado o limite mínimo
de R$ 30,00.
 Venda dos títulos todos os dias (ganho/perda depende do mercado.
 Valor máximo: R$ 1.000.000,00 por mês.
Tributação:
0,3% ao ano taxa de custódia CBLC
Imposto de Renda, com cobrança regressiva
Taxa do Agente de Custódia
Balanço do Tesouro Direto (Março / 2015)
Link para acesso:
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/408034/Balan%C3%A7o_TD_mar%C3%
A7o15.pdf/9ad82a90-3a2b-4208-ab4c-cbc397557e2b
Título Rendimento Remuneração do Título
Prefixados
Tesouro Prefixado (LTN) Taxa Contratada Somente no vencimento

Tesouro Prefixado com Taxa Contratada Semestral e no


juros Semestrais (NTN-F) vencimento

Pós-fixados indexados à Inflação


Tesouro IPCA+ (NTN-B IPCA + Taxa de
Somente no vencimento
Principal) Contratada
Tesouro IPCA+ com juros
IPCA + Taxa de Semestral e no
semestrais (NTN-B)
Contratada vencimento

Pós-Fixados Indexados à Taxa Selic


Selic + Taxa de
Tesouro Selic (LFT) Somente no vencimento
Contratada
Prazo -dias Imposto

Até 180 22,5%

181 a 360 20,0%

361 a 720 17,5%

Acima de 720 15,0%

Válida para fundos de investimentos e demais


aplicações de renda fixa
Imposto de Renda para Renda Variável é 15%.
Mercado
Financeiro
Mercado
Capitais
Controle Acionário

Petrobrás S.A.

Nome Ordinárias % Preferenciais % Total % Controlador


(Mil) (Mil) (Mil)
UNIÃO FEDERAL 353.315 55,71 0 0,00 353.315 32,22 SIM
AÇÕES EM TESOURARIA 0 0,00 0 0,00 0 0,00 NÃO
OUTROS 280.853 44,29 462.370 100,00 743.223 67,78 NÃO
TOTAL 634.168 100,00 462.370 100,00 1.096.538 100,00 NÃO
Gestão Estrutura

CP Capital

Finanças
Corporativas

Política de
Investimentos
Dividendos
+ +
Ativo Circulante Passivo Circulante

Passivo Não
Liquidez

Ativo Não Circulante


*Exigível a Longo Prazo
Circulante
*Patrimônio Líquido
*Realizável a Longo Prazo
*Investimentos Capital Social
*Imobilizado Reservas de Capital
Diferido (extinto pela MP Reservas de Lucros
- 449/08) -
Ativo ou usos Passivo ou fontes

Aplicação de recursos Captação de recursos


• Investimentos, • Financiamento
• Alocação de recursos
Decisões operacionais ou de Capital de Giro

Passivo Circulante
Ativo Circulante
Gestão de Curto Prazo

Ativo Circulante: Passivo Circulante:


•Caixa •Fornecedores
•Clientes •Contas a Pagar
•Estoques •Financ. CP
Ativo Passivo Circulante

Estrutura de Capital
Circulante

Ativo Não Passivo Não


Circulante Circulante
*Exigível a Longo Prazo
*Realizável a Longo Prazo *Patrimônio Líquido
*Investimentos Capital Social
*Imobilizado Reservas de Capital
Reservas de Lucros
Captação de recursos:
Ativo Circulante •CP X LP
•Terceiros X Próprio
• Forma captação

Aplicação de recursos Lucro:


•Autofinanciamento
Orçamento de Capital
•Decisões de
dividendos
Ativo Passivo Circulante
Circulante
Passivo Não
Circulante
Aplicação de recursos:
*Exigível a Longo Prazo
•Técnicas de Análise *Patrimônio Líquido
•Análise de Sensibilidade
Capital Social
Reservas de Capital
Reservas de Lucros
Análise Financeira ou Análise de
Balanço
• Avaliação da situação econômica, financeira,
operacional e de rentabilidade de uma organização.
• É realizada a partir dos números publicados nas
demonstrações financeiras.
• Principais demonstrações: balanço patrimonial;
demonstração do resultado do exercício;
demonstração do fluxo de caixa; demonstração da
origem e aplicação de recursos e demonstrações
das mutações do patrimônio líquido.
Processo de Acumulação das
Informações nas Contas Contábeis
• As empresas são organizadas em
departamentos que congregam as atividades
necessárias para os processos empresariais;
Ex: o departamento financeiro normalmente contem as atividades
do fluxo de caixa, planejamento financeiro.

• Todas as atividades envolvem aspectos:


operacional, econômico e financeiro que
alteram o patrimônio da organização.
Fluxo
Patrimonial
Fluxo
Caixa
Financeiro
Contas a
Desembolsos
Fluxo Receber
Econômico
Recebimentos Estoques
Custos/Estoques
Ativos Fixos
Mensuração Saldo de Caixa
Receitas Contas a
Pagar
Fluxo
Resultado
Operacional Patrimônio
Operacional
(Físico) Líquido
Resultado Final
Recursos Financeiro
Fluxo operacional,
Produção Resultado Final
econômico, financeiro e
patrimonial das
Produtos e Serviços atividades
Evento Econômico e Demonstrações
Financeiras
• Eventos econômicos são representativos das
atividades necessárias para a gestão do sistema
da empresa. São semelhantes aos fatos
administrativos ou fatos contábeis.
Ex: evento econômico compra
• Transação é a base para o lançamento contábil.
• Lançamento contábil é um procedimento
sistematizado que identifica as transações que
alteram o patrimônio da organização.
Departamento
Evento /Divisão
Econômico

Elemento
Transação Atividade Patrimonial Empresa

Lançamento Conta Grupo de Demonstrações


Contábil Contábil Contas Contábeis
Contábeis

Evento Econômico e Acumulação Contábil


Quanto maior o lucro obtido em cada transação,
maior será o resultado das atividades que a
executam e, consequentemente, maior será o
resultado geral da empresa.

Otimiza o
resultado de cada Otimiza o Otimiza o Alcança a eficácia
transação (evento resultado de cada resultado da empresarial
econômico) atividade empresa

Evento econômico e o processo de


otimização das atividades empresariais.
Modelos básicos de análise das
demonstrações financeiras a partir de
eventos econômicos

Análise Solvência
econômico-
financeira
Eventos
Patrimônio
econômicos

Rentabilidade
Evento econômico 1 –
Captação de Recursos
Um empresário pretende abrir um
empreendimento e estima um investimento de
$200.000. Ele possui $120.000 de recursos
próprios e para completar o montante faz um
financiamento bancário de $80.000, com taxa de
juros de 10% ao ano, sendo de longo prazo (2
anos de atividade da empresa).
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $

Circulante Não Circulante


Caixa/Bancos 200.000 (Capital de Terceiros) 80.000

Total 200.000 Patrimônio Líquido


(Capital Próprio) 120.000

Total 200.000
Três indicadores de análise financeira podem ser extraídos a partir
deste evento de captação de recursos: 1) Participação do Capital de
Terceiros no Passivo Total; 2) Participação do Capital Próprio no
Passivo Total e 3) Grau de Endividamento.
Participação do Capital de = Capital de Terceiros
Terceiros no Passivo Total Passivo Total

Exemplo:
Capital de Terceiros = $ 80.000 = 40%
Passivo Total $ 200.000
Participação do Capital de = Capital de Próprio
Próprio no Passivo Total Passivo Total

Exemplo:
Capital Próprio = $ 120.000 = 60%
Passivo Total $ 200.000

Essa análise de participação dos tipos de capitais que estão sendo


utilizados para financiar a empresa é denominada de estrutura de
capital.
Não há estrutura de capital ideal, isso depende da capacidade da
empresa de assumir riscos financeiros. Em nosso país, em linhas
gerais, é vista como aceitável uma participação de até 50% para
cada tipo de capital.
Grau de Endividamento = Capital de Terceiros
Capital Próprio

Exemplo:
Capital de Terceiros = $ 80.000 = 0,666
Capital Próprio $ 120.000 ou 66,66%

Este indicador é considerado uma garantia para o capital de


terceiros. Significa que, para cada % 0,66 de financiamento, a
empresa tem $ 1,00 de capital próprio.
*Quando o indicador ultrapassa $ 1,00 significa que parte do
capital de terceiros não está tendo garantia, por isso as empresas
que possuem grau de endividamento menor que $ 1,00 são
consideradas mais seguras.
Evento econômico 2 –
Aquisição de
Imobilizados

Para o início das operações da empresa é preciso


montar uma estrutura operacional. De modo
geral, a estrutura operacional começa pelo
instalação da empresa em um imóvel. Partindo
dessa premissa serão adquiridos imobilizados, no
total de $90.000, que serão comprados à vista.
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $

Circulante Não Circulante


Caixa/Bancos 110.000 Financiamentos 80.000

Ativo Permanente Patrimônio Líquido


Imobilizados 90.000 (Capital Próprio) 120.000

Total 200.000 Total 200.000

Este evento permite apresentar um indicador tradicional


denominado estrutura do ativo, ou grau de imobilização, mostrando
a participação dos ativos permanentes no ativo total.
Grau de Imobilização = Ativo Fixo
Ativo Total

Exemplo:
Ativo Fixo = $ 90.000 = 45%
Ativo Total $ 200.000

Percebe-se através do grau de imobilização que a empresa tornou


fixos, ou imobilizou, 45% dos recursos destinados aos
investimentos.
Regra Geral: recomenda-se que o nível de imobilização seja o
mínimo possível.
Com este indicador consegue-se identificar a estrutura do ativo, ou
seja, o percentual de capital de giro (caixa, bancos, estoques) e o
percentual de ativo fixo (imobilizado).
Evento econômico 3 –
Compra de Mercadoria
para Revenda

A operação clássica é comprar para formar


estoque de mercadorias, que será renovado à
medida que as vendas forem sendo realizadas. Em
nosso exemplo, consideraremos que parte das
mercadorias compradas será paga à vista, $
50.000, e parte será a prazo ($ 50.000), para
pagamento em 30 dias.
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $
Circulante Circulante
Caixa/Bancos 60.000 Fornecedores 50.000
Estoques 100.000 Não Circulante
Não Circulante (Ativo Fixo) Financiamentos 80.000
Imobilizados 90.000 Patrimônio Líquido
Total 250.000 (Capital Próprio) 120.000
Total 250.000
As relações do ativo circulante e do passivo circulante originam os
indicadores de liquidez ou de solvência. É recomendável indicadores
de liquidez maiores que $ 1,00, representando a capacidade de
pagamento.
Liquidez Corrente ou = Ativo Circulante
de Curto Prazo Passivo Circulante

Exemplo:
Ativo Circulante = $ 160.000 = $ 3,20
Passivo Circulante $ 50.000

O índice de $ 3,20 é considerado muito bom, pois para cada $


1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa tem $ 3,20 de
valores a receber no mesmo período.
• A análise de liquidez tem algumas variantes, entre elas a
liquidez imediata. Este índice considera apenas os
elementos do ativo disponíveis imediatamente. Em nosso
exemplo, temos $ 60.000 em disponibilidade financeira.
Liquidez Imediata = Disponibilidades
Passivo Circulante

Exemplo:
Disponibilidades = $ 60.000 = $ 1,20
Passivo Circulante $ 50.000

Apesar de esse indicador ser bastante inferior ao de liquidez


corrente, ainda é considerado excelente para os padrões de
mercado.

*Elementos disponíveis imediatamente: caixa, bancos e


aplicações financeiras de curto prazo.
Evento econômico 4 –
Venda a Prazo de 60%
das Mercadorias
Compradas
Evento básico de geração de lucro. No exemplo, a
empresa está vendendo 60% das mercadorias.
Como comprou $100.000, o custo das que estão
sendo vendidas é de $60.000. O total obtido nas
vendas é de $125.000, gerando um lucro de
$65.000. Os estoques remanescentes continuam
na respectiva conta, pelo valor de $40.000.
• O lucro é demonstrado na DRE.
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $
Circulante Circulante
Caixa/Bancos 60.000 Fornecedores 50.000
Clientes 125.000 Não Circulante
Estoques 40.000 Financiamentos 80.000
225.000
Patrimônio Líquido
Não Circulante (Ativo Fixo) (Capital Próprio) 120.000
Imobilizados 90.000 Lucro do período 65.000
Total 315.000 Total 315.000
Demonstração do Resultado do Período:
Vendas 125.000
Custo das Vendas (60.000)
Lucro Bruto 65.000
Este evento permite desenvolver dois indicadores fundamentais para análise
de balanço e rentabilidade:
Margem Bruta Percentual: mostra a capacidade de geração de lucros,
através das vendas.
Produtividade do Ativo: capacidade que a empresa tem de gerar vendas
com o valor total investido do ativo. Também denominado Giro do Ativo.

Margem Bruta = Lucro Bruto


Vendas (líquida dos impostos)

Exemplo:
Lucro Bruto = $ 65.000 = 52%
Vendas $ 125.000

Em média, para cada $1,00 de vendas, a empresa tem condições de obter


$0,52 de lucro bruto.
Quanto maior, melhor!
Giro do Ativo = Vendas (Líquida dos Impostos)
Ativo Total

Exemplo:
Vendas = $ 125.000 = 0,39
Ativo Total $ 315.000

De cada $ 1,00 de investimento, a empresa conseguiu


produzir $ 0,39 de vendas.

Quanto maior, melhor!


Evento econômico 5 –
Despesas Operacionais

Atividades para comercializar os produtos. No


exemplo, consideramos $14.500 de despesas
comerciais e $12.500 de despesas administrativas,
totalizando $27.000 e sendo pagas à vista. Esses
gastos diminuem o lucro bruto e fazem surgir a
margem ou lucro operacional. Outro indicador
resultante deste evento é a rentabilidade
operacional.
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $

Circulante Circulante
Caixa/Bancos 33.000 Fornecedores 50.000
Clientes 125.000 Não Circulante
Estoques 40.000 Financiamentos 80.000
198.000 Patrimônio Líquido
Não Circulante (Ativo Fixo) (Capital Próprio) 120.000
Imobilizados 90.000 Lucro do período 38.000
Total 288.000 Total 288.000
Demonstração do Resultado do Período:
Vendas 125.000
Custo das Vendas (60.000)
Lucro Bruto 65.000
Despesas Comerciais (14.500)
Despesas Administrativas (12.500)
Lucro Operacional 38.000
Margem Operacional = Lucro Operacional
Vendas (Líquidas dos Impostos)

Exemplo:
Lucro Operacional = $ 38.000 = 30,4%
Vendas $ 125.000

Significa que em média, de cada $1,00 de venda de produto


ou serviço, a empresa consegue obter uma margem
operacional de $0,304 de lucro operacional.

Quanto maior, melhor!


Rentabilidade Operacional = Lucro Operacional
Ativo Total (ou Ativo Operacional)

Exemplo:
Lucro Operacional = $ 38.000 = 13,19%
Ativo Total $ 288.000

Representa o quanto a operação gerou de lucro nos atos de comprar,


produzir e vender. Alguns analistas entendem que as dívidas de curto
prazo NÃO devem fazer parte do passivo. Além disso, alguns entendem
que o lucro do exercício NÃO deve ser considerado no denominador. Com
isso, o ativo total do exemplo ficaria em $200.000 (288.000 - 50.000 -
38.000)
Lucro Operacional = $ 38.000 = 19%
Ativo Total $ 200.000
• O dado anterior significa que no período a
empresa teve um rendimento operacional
bruto de 19% do valor investido. Esse
indicador é denominado rentabilidade bruta,
uma vez que não está descontado dos
impostos sobre o lucro.
• Um parâmetro básico (em nosso país) é o
rendimento da caderneta de poupança, que é
de 6,06%. Portanto, toda rentabilidade de
investimento deve ser superior a esse
rendimento, que é o menor do país.
Rentabilidade X Lucratividade (ou Margem)
Lucratividade ou Margem: Busca medir, em cada
venda, o quanto se obtém, em média, de lucro. As
três principais medidas de lucratividade ou
margem são:
1. Margem Bruta: decorre da dedução dos custos de
aquisição ou produção de mercadorias.
2. Margem Operacional: decorre da dedução da margem
bruta, dos custos e das despesas comerciais e
administrativas.
3. Margem Líquida: decorre da dedução da margem
operacional, dos custos financeiros e dos impostos sobre o
lucro.
Rentabilidade: é uma relação do valor do lucro
obtido com o valor do investimento realizado.
Busca mensurar qual o retorno obtido após os
valores investidos em um negócio ou aplicação.
“A rentabilidade é a análise conclusiva do
sucesso ou não do empreendimento ou
investimento.”
Quanto maior a margem
líquida obtida, maior a
possibilidade de alcançar
a rentabilidade desejada.
Evento econômico 6 –
Despesas Financeiras

Como a empresa buscou financiamentos para


começar o negócio, periodicamente, deve
contabilizar os encargos financeiros deste
financiamento. Conforme o exemplo, a empresa
deve pagar $ 8.000 de despesas financeiras, pagas
à vista.
A partir deste evento é possível conhecer o
indicador de custo médio de capital de terceiros.
Custo Médio de = Desp. Financeiras com Financiamentos
Capital de Terceiros Passivos de Financiam. (curto e longo)

Exemplo:
Despesas Financeiras = $ 8.000 = 10%
Financiamentos $ 80.000

Esse indicador mostra o custo de capital médio pago para


terceiros (no exemplo, 10%). Custos mais inferiores
permitem que a empresa possa dar uma rentabilidade
maior aos donos do capital próprio.

Quanto menor, melhor!


Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $

Circulante Circulante
Caixa/Bancos 25.000 Fornecedores 50.000
Clientes 125.000 Não Circulante
Estoques 40.000 Financiamentos 80.000
190.000 Patrimônio Líquido
Não Circulante (Ativo Fixo) (Capital Próprio) 120.000
Imobilizados 90.000 Lucro do período 30.000
Total 280.000 Total 280.000
Demonstração do Resultado do Período:
Vendas 125.000
Custo das Vendas (60.000)
Lucro Bruto 65.000
Despesas Comerciais (14.500)
Despesas Administrativas (12.500)
Lucro Operacional 38.000
Despesas Financeiras (8.000)
Lucro Líquido antes dos Impostos 30.000
Evento econômico 7 –
Impostos sobre o Lucro
Após a apuração do lucro do exercício, há que se
fazer a apuração e o recolhimento dos impostos
sobre o lucro: Imposto de Renda (IR) e
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
No exemplo, considera-se $ 12.000 de impostos
sobre o lucro, pagos à vista. Com este evento
podemos mensurar a rentabilidade do capital
próprio, através do retorno sobre o patrimônio
líquido.
Rentabilidade do = Lucro Líquido do Período (Exercício)
Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido Inicial

Exemplo:
Lucro Líquido do Período = $ 18.000 = 15%
Patrimônio Líquido $ 120.000
Significa que após um período de atividades, os empresários
que investiram seus recursos nessa empresa tiveram um
retorno de 15% do investimento.
Essa análise é considerada conclusiva porque torna possível
comparar a rentabilidade de qualquer empresa em qualquer
parte do mundo.
Taxas entre 12% e 18% ao ano são consideradas normais.
Balanço Patrimonial após o evento
ATIVO $ PASSIVO $

Circulante Circulante
Caixa/Bancos 13.000 Fornecedores 50.000
Clientes 125.000 Não Circulante
Estoques 40.000 Financiamentos 80.000
178.000 Patrimônio Líquido
Não Circulante (Ativo Fixo) (Capital Próprio) 120.000
Imobilizados 90.000 Lucro do período 18.000
Total 268.000 Total 268.000
Demonstração do Resultado do Período:
Vendas 125.000
Custo das Vendas (60.000)
Lucro Bruto 65.000
Despesas Comerciais (14.500)
Despesas Administrativas (12.500)
Lucro Operacional 38.000
Despesas Financeiras (8.000)
Lucro Líquido antes dos Impostos 30.000
Impostos sobre o Lucro (12.000)
Lucro Líquido do Exercício 18.000

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