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O género é uma categoria flexional do nome.

Logo, qualquer nome da língua

portuguesa tem um determinado género. Segundo Villalva (2007), existem três valores

de género no português: feminino, masculino e subespecíficado1. A escolha de um

destes géneros é determinada pelo léxico ou pelas regras de concordância estabelecidas

pela sintaxe.

Tendo alguns dos compostos também a categoria de nome, eles flexionam-se em

género, mas a sua determinação obedece a critérios diferentes. Um dos elementos que

formam o composto, o radical ou a palavra, é responsável pela transmissão de traços de

género e número ao composto. Vários autores são unânimes em defender que o

elemento com essa função, a de transmitir propriedades de género e número na estrutura

do composto, é denominado núcleo. Segundo os mesmos, é importante saber qual é o

núcleo do composto para se identificar o seu género. Mas, no que diz respeito aos

compostos VN, este mecanismo de identificação do género na maioria dos compostos

do português, apresenta suas particularidades.

Tendo em conta o exposto neste trabalho analisamos o género dos Compostos VN do

Português Moçambicano, pois estes compostos apresentam as suas particularidades na

identificação do género. Assim, neste estudo procuraremos responder à questão: quais

são os mecanismos linguísticos aplicados na determinação do género em compostos VN

do Português Moçambicano?

Neste trabalho, saber qual o elemento responsável pela atribuição do género em

compostos VN enriquece o acervo bibliográfico sobre os estudos que descrevem a

morfologia do português de Moçambique, que será muito útil no ensino desta língua

como L2.

1
Villalva (2007), “caracteriza os radicais nominais cujo valor de género não é lexicalmente determinado
e a que habitualmente se dá o nome de comuns-de-dois.

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