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LICENCIAMENTO AMBIENTAL – Por atividade RESOLUÇÃO CONAMA nº 404 de 2008

RESOLUÇÃO CONAMA no 404, de 11 de novembro de 2008


Publicada no DOU nº 220, de 12 de novembro de 2008, Seção 1, página 93

Correlações:
·  Revoga a Resolução CONAMA no 308/02

Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento


ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de
resíduos sólidos urbanos.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das atribuições


que lhe são conferidas pelo art. 8o, inciso I, da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e tendo
em vista o disposto em seu Regimento Interno, e
Considerando que a disposição inadequada de resíduos sólidos constitui ameaça à
saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das
populações;
Considerando as dificuldades que os municípios de pequeno porte enfrentam na
implantação e operação de aterro sanitário de resíduos sólidos, para atendimento às
exigências do processo de licenciamento ambiental;
Considerando que a implantação de aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos deve
ser precedida de Licenciamento Ambiental por órgão ambiental competente, nos termos
da legislação vigente;
Considerando o disposto no artigo 12 da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro
de 1997, que possibilita a adoção de procedimentos simplificados, observadas a natureza,
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento, resolve:

Art. 1o Estabelecer que os procedimentos de licenciamento ambiental de aterros


sanitários de pequeno porte sejam realizados de forma simplificada de acordo com os
critérios e diretrizes definidos nesta Resolução.
§ 1o Para efeito desta Resolução são considerados aterros sanitários de pequeno porte
aqueles com disposição diária de até 20 t (vinte toneladas) de resíduos sólidos urbanos.
§ 2o Nas localidades onde exista um incremento significativo na geração de resíduos
pela população flutuante ou sazonal, esta situação deve ser prevista no projeto, o qual
deverá contemplar as medidas de controle adicionais para a operação do aterro.
§ 3o O disposto no caput limita-se a uma única unidade por sede municipal ou
distrital.

Art. 2o Para os aterros tratados nesta resolução será dispensada a apresentação de


EIA/RIMA.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que o aterro proposto é
potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, exigirá o EIA/RIMA.

Art. 3o Nos aterros sanitários de pequeno porte abrangidos por esta Resolução é admitida
a disposição final de resíduos sólidos domiciliares, de resíduos de serviços de limpeza
urbana, de resíduos de serviços de saúde, bem como de resíduos sólidos provenientes de
pequenos estabelecimentos comerciais, industriais e de prestação de serviços.
§ 1o O disposto no caput somente será aplicado aos resíduos que não sejam perigosos,
conforme definido em legislação especifica, e que tenham características similares aos
gerados em domicílios, bem como aos resíduos de serviços de saúde que não requerem
tratamento prévio à disposição final e aqueles que pela sua classificação de risco necessitam
de tratamento prévio à disposição final, de acordo com a regulamentação técnica dos
órgãos de saúde e de meio ambiente, conforme RDC Anvisa 306/2004 e Resolução Conama
no 358/2005.
§ 2o A critério do órgão ambiental competente, poderá ser admitida a disposição de
lodos secos não perigosos, oriundos de sistemas de tratamento de água e esgoto sanitário,

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desde que a viabilidade desta disposição seja comprovada em análise técnica específica,
respeitadas as normas ambientais, de segurança e sanitárias pertinentes.
§ 3o Não podem ser dispostos nos aterros sanitários de que trata esta resolução os
resíduos perigosos que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e
perfurocortantes, apresentem risco à saúde pública e ao meio ambiente, bem como os
resíduos da construção civil, os provenientes de atividades agrosilvopastoris, dos serviços
de transportes, de mineração de serviço de saúde classificados na RDC Anvisa 306/2004 e
Resolução CONAMA no 385/05 com exigência de destinação especial.

Art. 4o No licenciamento ambiental dos aterros sanitários de pequeno porte


contemplados nesta Resolução deverão ser exigidas, no mínimo, as seguintes condições,
critérios e diretrizes:
I - vias de acesso ao local com boas condições de tráfego ao longo de todo o ano, mesmo
no período de chuvas intensas;
II - respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação ambiental e normas
técnicas;
III - respeito às distâncias mínimas estabelecidas na legislação ambiental relativas
a áreas de preservação permanente, Unidades de Conservação, ecossistemas frágeis e
recursos hídricos subterrâneos e superficiais;
IV - uso de áreas com características hidrogeológicas, geográficas e geotécnicas
adequadas ao uso pretendido, comprovadas por meio de estudos específicos;
V - uso de áreas que atendam a legislação municipal de Uso e Ocupação do Solo, desde
que atendido o disposto no art. 5o e 10 da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro
de 1997, com preferência daquelas antropizadas e com potencial mínimo de incorporação
à zona urbana da sede, distritos ou povoados e de baixa valorização imobiliária;
VI - uso de áreas que garantam a implantação de empreendimentos com vida útil
superior a 15 anos.
VII – impossibilidade de utilização de áreas consideradas de risco, como as suscetíveis a
erosões, salvo após a realização de intervenções técnicas capazes de garantir a estabilidade
do terreno.
VIII - impossibilidade de uso de áreas ambientalmente sensíveis e de vulnerabilidade
ambiental, como as sujeitas a inundações.
IX - descrição da população beneficiada e caracterização qualitativa e quantitativa dos
resíduos a serem dispostos no aterro;

Licenciamento Ambiental
X - capacidade operacional proposta para o empreendimento
XI - caracterização do local:
XII - métodos para a prevenção e minimização dos impactos ambientais;
XIII - plano de operação, acompanhamento e controle;
XIV - apresentação dos estudos ambientais, incluindo projeto do aterro proposto,
acompanhados de anotação de responsabilidade técnica;
XV - apresentação de programa de educação ambiental participativo, que priorize a
não geração de resíduos e estimule a coleta seletiva, baseado nos princípios da redução,
reutilização e reciclagem de resíduos sólidos urbanos, a ser executado concomitantemente
à implantação do aterro;
XVI - apresentação de projeto de encerramento, recuperação e monitoramento da
área degradada pelo(s) antigo(s) lixão(ões) e proposição de uso futuro da área, com seu
respectivo cronograma de execução;
XVII - plano de encerramento, recuperação, monitoramento e uso futuro previsto para
a área do aterro sanitário a ser licenciado;
XVIII - Apresentação de plano de gestão integrada municipal ou regional de resíduos
sólidos urbanos ou de saneamento básico, quando existente, ou compromisso de
elaboração nos termos da Lei Federal no 11.445/2007;
Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá a qualquer tempo, considerando
as características locais, incluir novas exigências.

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Art. 5o O órgão ambiental competente poderá definir os procedimentos complementares


para o licenciamento ambiental, de que trata esta resolução, que deverão ser aprovados
pelo respectivo Conselho de Meio Ambiente.

Art. 6o Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7o Revoga-se a Resolução nº 308, de 21 de março de 2002.

CARLOS MINC - Presidente do CONAMA

Este texto não substitui o publicado no DOU, de 12 de novembro de 2008

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