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Bol. Soc, Paran. Mat. (25) ve 17 1/2 (1997): 91-11 ©¥brrowa pA UPPR ESTRUTURAS EM CIENCIA D. KRAUSE, JY. BISAIAU 6 O, BUENO ABSTRACT: A ge str for the examinatic sented. ‘The objectives of th wwe both to spread the problematic (and part of the bibliographic references) among scientists in general, including applied scien and to provide the grounds for Uhe general reader to keep aw sis cannot be developed outside of an interdisciplins of the releva of the mathe pap nice of the e¢ cept of (mathematical) tical basis of scientific theories is pre- that such an analy- programe, which encompasses mathematics, philosophy and the special sciences to be considered in each particular case, as for instance, physics ContrEtipo 1 Introdugao 92 2. A relevancia do método axiomatico em ciéncia 3 Algumas questées ger 3.1 agdo Matem: Aspectos histéricos : 9 Definigao da nogiio de estrutura. so... ss i ov 3.2 Légicae Estrutura . i en 98 4 Aplicagdes e pertinéncia da nogio de estrutu 98 4.1 Estruturas e Ciéncia 98 4.2 Estruturasem Fisica . . . Be Saco 100 4.3 Significagio filoséfica do conceito de estrutura 100 4.3.1 § abordagem semantic 101 43.2. O problema ontolé loz 44 fa aplicada 104 5 Um programa de pesquisa 104 6 Agradecimento 104 7 Addendum 1991 Mathematies Subject Classification: Primary: 03B22, 03052 ary: 03B30, 03090, 03:70, ypeset by BYR,style Soc. Paran. Mat ol Krause, Béziau & BUENO 1. Iwrropugao The role of theory is not to adjust fudge factors to data but, like geometry, to draw much from little. Herein lies its economy, its beauty, and, ultimately, its use. C. Truesdell, Sir lectures on modern natural philosophy, Berlin-Heidelberg, Springer-Verlag, 1966, p. 93. a moderna O conceito de estrutura & uma das nogdes centrais da matennti ©, por extensio, de toda a ciencia. De certo modo, 0 método axioméatico, que constilui a propria essencia da matemvitica atual, assenta-se sobre ele, resultando acterizada, segundo uma posigio em que, sob cerla dtiva, essa diseiplina pode ser aN. Bourbaki Fh 41, como sendo o estudo geral dos sistemas 8) conjuntistas, médulo uma certa légica 7) que remon conceibuais (estrul sib Nao obstante a preeisio que se adquire com uma tal caracterizagio, ela neces de constante reavaliagio, 8. MacLane, por exemplo, comenta que certos setores da matemitica apresentam questoes que seri te “hardly structural”, como muito das equagées diferenciais parciais, das fumgées analiticas ou mesmo escritas em termos de ‘es presenteme rerea de 1 eros, as quais “no podem ser d 9] No entanto, 0 proprio Bourbaki ja Hturas fundamentais da matematica, as quais alicergam a sua visio ‘estrul questées a antecipara que as ural” truturas’ axiomatizadas” iplina (que ele classificou em algébricas, de ordem e topoldgicas -ver & dessa di frente), nao sho imu poderiam, disse ele, exigir uma ampliagio dese micleo basico (proposto hi. mais de 40 anos ©"), Em outras palavras, nio se pode inferir que os setores referidos por MacLane nao sejam passiveis de tratamento axiomético. Aliés, quando o analista aborda assuntos como a teoria das equagées diferenciais parciais, em geral faz uso , 08 quais esto intrinsicamente ic veis, uma vex que desenvolvimentos ulteriores da matema de tépicos como miimeros reais, ou da prépria andl ruturas axiomatizadas’ (ver {69)) vinculados a ‘e De qualquer modo, o que se bu que abarque ‘toda’ a matemiatica contemporanea e1 seja impossivel, tendo em vista o dit mio dessa reconhecer, como salienta 0 préprio MacLane, que sa compreensao” [ibid.]. Como veremos, tal abordagem essencial para uma compreensio da ciéncia presente, mesmo das ciencias empiricas, ¢ nao somente da matematica, Porém, tal servigo nao se limita a ‘esclarecer daquilo 1 indissociavel vinculo com abalho até mesmo par can ‘io é propriamente aleangar um procedimento um dado momento, o que talvez a le fato esclarecem no que ja € conhecido’, constuindo-se inclusive, face ao se o método axiomatico, em importante ferramenta de ti cientista aplicado A RELEVANCIA DO METODO AXIOMATICO EM CIENCIA ‘imento de varios ‘Truesdell, que contribuiu significativamente para o estabele sob patamares matematicos sdlidos, comenta que dominios da fisi “PRUTURAS EM CIBNCIA on Eu nao penso que seja possivel escrever a historia de umaciencia até que essa ciéncia tenha sido bem compreendida gra © decente explicitag: cas ama clara, explicita ura ldgica. (in [M4 » viily to de sua ¢ nas dé Nas till ‘das, gragas ao trabalho de pessoas como o proprio ‘Truesdell, Walter Noll ¢ outros, a relevancia do método axiomatico tem sido apontada nao: ape para a matematica, mas também para as ciencias reais, como a fisica ea biologia, ¢ mesmo para as ciencias humanas, Uma defesa do mélodo axiomatico em fisica é apresentado por A.S. Wightman em 29) (veja-se também 25), P. Suppes, un dos ci cio de tal método itistas que prestaram relevantes contribuicées 2 aplic em ciéncia, aponta var AS raZOes para o seu uso em tais disciplinas, principalmente no sentido de de proporcionar “um tipo de claridade © precisio intelectuais que 3 varias ciencias solos sempre perseguem com respeito aos fundamentos ¢ 1.1 Seguindo N.C. A. da Costa,? podemos dizer que o método axiomitico apresenta, resumidamente, as seguintes caracteristicas: (1) propicia condigoes para uma andlise critica das teorias, no sentido de sua estruturagio precisa; (2) permite a demonstragio de resultados metamatematicos sobre as mesmas, além de (3) cons- tituir instrumento de trabalho propriamente dito para o cientista, mum sentido que esclareceremos a frente. Dada uma determinada teoria 1’, a axiomatizag axiomatico Sp, do qual T’ é uma das possiveis ‘realizagé palavras, hd uma espécie de ‘dissociagio’ entre as dimensdes sintatica ¢ semantica de 7, vindo dai a constatagiio de que Sip pode ter uma variedade de significados, 98 quais passam a ser descritos por intermédio de ‘estruturas’ construidas (via de tegra) no escopo da teoria dos conjuntos, Por exemplo, chamemos de ‘I’ a teoria (intuitiva) que trata das operagdes comuns com vetores na geometria analitiea ustials pode-se obter um sistema Sp que cons| Obviamente T’ é um ‘modelo’ Pp Sr, ma de espagos vetoriais com produto interno podem s\ deles constituindo determinadas ‘estruturas’ erigidas na teoria de conjuntos. devidas adaptagées, o mesmo se da para as disciplinas das ciencias empiricas, come argumenta Suppes [105], Portanto, afigura-se que, para tal abordagem, uma andlise do conceito de estr tura é crucial. No entanto, ha outras questées mais relevantes; por exemplo, ome salienta Suppes, 6 de grande interesse provar certos ‘teoremas de represgnlagne {295:p. 26265), [105] (no sentido do teorema de Cayley para o caso de grupos)! para certas teorias di ‘Tais teoremas tem, dito de modo breve, @ a ‘ao de 7’ determina um sistema os? 85, 22, Em oubras tua um espago vetorial com produto intern nao 6 tinico, posto que outros model facilmente exibidos, cada um Com ciencias empiticas. cira nite abrangs hateu para convencer “filésofos? na citagao de Suppes deve ser entendida dem nplo, como veremos adiante, foi um dos que mais se iene ‘essidade de se estabelecer tal nivel de precision cm viirias disciplinass A palaw sdell, por ex entistas dan : im ( icagao pessoal aos autores, Ver poréim i. * Defesa de tal método em fisica é apresentado também por M. Bunge em (25) ¢ por Supp em vatios dos artigos contidos em [97), a que todo grupo é isomorfo a um ‘grupo de tr caso, o resultado afi ages! 3). 4 Krause, Béziau & Bu ENO significagiio seguinte. Mediante axiomati pebras, pode-se dar sentido preciso a assergGes quantitativas das ciéncias empirieas, como ‘esta cio de determinadas 4 vara é mais longa do que aquela’, ‘o prato esquerdo da balanga esta mais alto do que 0 direito’, ete., como mostrado por Suppes ¢ colaboradores.* Os ‘leoremas de represientacao” proveriam, entao, um modo de se identificar estruturas ‘qualitati vas’ a outras ‘numérica ", podendo-se dese modo atribuir assertivas quantitativas Aquelas puramente qualitativas, face ao isomorfismo estabelecido entre 6 ‘modelo qualitative’ e © ‘quantitative’ (ou numérico). Falando sem muito rigor, Lrata-se de tribuir une nin ro AS coisas’ ou, dito de outra forma, em atribuir um sentido pre- ciso, por exemplo, a0 ato de medir. Desenvolver ais ‘Leorias da mensuragio’, como as denomina Suppes, constitui segundo ele uma das tarefas mais dilfceis envolvidas (103, cap. 12] na axiommatizagio de teorias das ciencias empiricas © problema, portanto, nao se resume tio somente na tentativa de se exibir a contraparte estiratay dew tifica, como tem sido enfatizado pelo monta (pelo menos) ao célebre Sexto 4 disciplina cic ito de Le programa de Proble estrutur xiomati orias, quer de Hilbert, ¢ que consiste, falando por alto, em se exibir as (espécies de) mbén se ss matemilicas rclacionada a Leoria em questao 025, Bl O que t evidencia & que algumas disciplinas das ciencias reais parecem sugerir a necessidade isto 6, da considers de conjuntos de objetos, de propriedades e de relagdes entre estes objetos, mas também de estruturas: parciais e intensionais, dentre outras (ver abaixo), Bssa Jinha de agio, que encontra-se intimamente relacionada com a visio semantica das teorias cientificas, muito em voga hoje em dia, e da qual falaremos brevemente no igir o desenvolvimento de novos arcabougos matemsiticos (¢.g.. ‘novas teorias de conjuntos’), como também comentaremos na seqiienci O método axiomatico atingiu, neste século, notadamente apds os trabalhos de Hilbert ¢ de Bourbaki, notavel nivel de precisio, tendo-se alcangado inclusive uma clara nogio de seus findamentais limites de aplicabilidade, como atestam, por exem- plo, os eélebres teoremas de incompletude de Gédel. Para Bourbaki, axiomat da extension do conceito clissico de estrutura (40 nao somente que se segue, parece c uma teoria consiste em definir uma espécie de estruturas 2. ar: 4, Segundo sua concepgao original, mediante adequadas combinagées de estruturas algébricas, de se (pelo menos essa 6 a idéia de Bou s de estruturas de interesse para 0 matematico, como as (espécies de) es- ordem ¢ topoldgicas, pode. aki) obter as espe truturas de corpo, de espago topolégico, de ancl, de geometria euclidiana, dentre outras. Por exemplo, 05 miimeros reais sio caracterizados por uma estrutura de corpo ordenado completo’, que resulta numa espécie de fuséo de uma estrutura algébrica (corpo), uma de ordem ¢ uma topolégica (essencialmente, que prove a completude). Na década de 80, da Costa e C estruturas de aqui relacionaram o conceito de espécies ho sentido de Bourbaki com o trabalho de P. Suppes (ver 5) para. a idéia geral), denominando de predicado de Suppes a formula (da linguagem da nada teoria das ciencias empiricas teoria de conjuntos) que axiomatiza uma determi (41 (ver ambe * Tals exemplos sio de Suppes (loc. cit] ESTRUTURAS BM CIENCIA 95 3. avan cente as di: século p realidade’ 08 siio importantes; com efeito, a percepgio da ‘estrutura’ subja- iplinas 1 atematicas foi uma das grandes conquistas fundacionist ado. Em geral, as axiomaticas se aplicavam, por a como ocorre, ¥.g., com a geometria enelidiana; not turas multivalentes’ foi, no ver de T da matemativa ‘moderna’ do. im dizer, a Suma sé que havia ‘estrt Sourbaki, preponderante para o estabelecimento le des théories multivalentes est le tr gue la mathém: (Ver também [2 ‘ait le plus frappant qui distin. ique moderne de la mathématique classique. [% p. 55) P20) ) Observamos que ‘multivalente” é 0 termo usado por Bourbaki para designar uma teoria nfo categérica (ou seja, que admite modelos nio isomorfos) xiomations das disciplinas das ciéncias reais, no en mito, situam-se ainda, de certo modo, no mmesino patamar em que estavam as disciplinas matematicas daquela época. A abordagem semantica pode contribui » dentre outras coisas, para deixar claras a5 -outras’ signific ses que uma teoria possa ter mediante a explicitiagio de sua classe de modelos. Ha ainda uma e de questdes para as quais um estudo ¢ esclarec nosio de estrutura é essencial. Com efeito, como sugerido acima, disciplinas como a Mecinica quantica aparentemente apresentam fortes razdes para se supor qUC seve conceitos basilares exigem que se considerem estruturas mais gerais do ¥¢ aailas proprias da matemitica (exten: sssidade de se Considerar contextos intensionais (91, [53), [44] ea iste pot um trabalho de pertinent A busca de ‘estruturas fund facetas das teorias economicas, mento da al, em especial pela nece Detalhar essa ques! mapeamento dos diferentes esforgos ja real yadlos, afiguras® jamentais’ que possam ervir para representar certs » como as acerca dos fundamentos da economia de troca Arrow-Debreu, também ja tém motivado algumas investigagdes 641, 24) - biologia, poder-se-ia mencionar os trabalhos pioneiros de Wodget do método axiomatico nessa cia 129), 189) (ver @ ‘trabalho de M. B. Williams no senti natural [127] no sentido do # . Cap HY @ (0), assim come io da teoria da selec? Um estudo sistematico das estruturas ¢ . a eristicas dessas disciplinas poder suserir, dentre outras coisas, um: a reformulagio de alguns dos conceitos nucleates, moo de verdade. Com efeito, da Costa e French tém argumentado, em uma sé 1s dee trabalhos, que o conceito de ‘verdade pragmitica’ é mais afeito as ciencias ie U6 © de verdade como correspondencia M1, (11. Do mesmo modo, Dalla ¢ hin e Toraldo di Francia 64) des ‘estrutura fisica’ Petia conta de interpreta possiveis para as linguagens formais da fisica, em especial os snicrofisica, Ponto de interesse reside em seu conceito de ‘verdade fisica pane eee smostrado por da Costa e Doria 41, fundamenta-se em uma l6gica z copuatend sy 1550 atesta a necessidade de se atentar nao s6 para tais conceitos em si, mas tan ~* istucdos similares aos de Dalla Chiara e Toraldo di Fran temente por R. Wojeicki (ver 28), envolveram 0 conceito de ‘e foram desenvolvidos independe™ SAIAU E BUBNO 96 as estruluras adequacas para defini-los convenientemente, além de se poder pau proceder a uma anal Algumas dentre as varias questées que se poderia tentar desenvolver nese con texto sio apontadas na secio seguinte, Observa gestiio de trabalhos de naturesa diversa, envolv é filosdficas, passando obviamente por andlises téenicas, em particular por for sistematica e critica dessas varias concepgoes. se que ha, em tais Wpicos, st do desde questées histéricas ¢ es matematicas, ALGUMAS QUESTORS GERAIS ACBRCA DO CONCEITO DE Hs tRUTURA Salientamos a seguir alguns pontos que uma anélise pormenorizada do tema ar a amplidio ¢ complexidade do em aprego deveria estender, como fito de most ficagio Matematica. JA. Aspeetos histéricos. Seria interessante t 16rico do conceito de estrilura desde sua origem pré-bourbakista, a partir do nascimento da algebr: universal, dos (rabalhos de Grassmann, Hilbert, Dedekind, Carnap, Tarski, Russell, (28) far} acar um | cbastifio ¢ Silva e outros nese contexto M4, U5), 18), eo) [9] fay, 1], (5), (67), 8], 9], (oa) (+5), (109) Dao), "aq" (225) Um trabalho interessante nese sentido foi iniciado recentemente por G. B. Grim- » para o fato do século XIX, com a explicitagio fo entre a matematica e a berg em S. Paulo, que chamaa atengfi do con filosofia [9 Por exemplo, sabe-se perfeitamente da importancia da abordagem de Bourbaki, que se lornou bastante conhecida, Menos difundido entre os matematicos 6, no entanto, um modo alternatico e equivalente de se introduzir o conceito de estrutura. por meios nao ‘conjuntistas’, mas via légicas de ordem superior. Isso foi realizado especialmente por Russell [2] ¢ Carnap | I. Um estudo da equivalencia de: abordagens se afiguraria relevante. [} sabido que a abordagem de Bourbaki é essencialmente sintatica; para esse »P- 262], nao havendo preocupagio 8, para Bourbak ito de estrutura, ter caracterizado a desvinculac as autor, uma espécie de estruturas 6 um Lexto | com a contraparte semantica, Em outras palavra de estruturas é uma teoria formal, restrita a um nivel puramente sintatico. Deste modo, a matematir combi de simbolos seguindo certas regras previamente estabelecidade de modo rigoroso (dadas por Bourbaki no seu livro 2), Da Costa e Chuaqui, no tr cionado, estenderam o conceito bourbakista de sorte a poder semanticos (no sentido de ‘Tarski) na teoria da de estruturas BY, A re Jevancia dessa nova abordagem ainda esta por ser devidamente apreciada no escopo dos fundamentos da ciéncia, nio obstante algumas aplicagées ja terem sido realiza- das (40), (a1) uma espécie lorna-se algo como um jogo de xadrés, uma mi balho ja men- considerar aspectos espécie T Este ponto sutil, que muitas vezes pode implicar numa mudanga do aparato matemstice sub jac tras em questao (¢.g., a Leoria de conjuntos), sera diseu vadamente a frente, Esrrururas BM Cie oT Nesse contexto, pode se ainda mencionar o trabalho de José Sebastiaio ¢ Silva que, independentemente de Bourbaki, desenvolveu 0 conceito de strutura ma tematica de um modo muito geral, também nao ainda apreciado e explorado con- venientemente 4], (5) (yejase O21) 3.1.2. Definigéo da nogdo de estrutura. Uma das questors dasicas seria tentar de- linear, de modo bastante geral, o significado do conceito de estrutura, de sorte a se delimitar as suas caracteristicas ¢ senciais, por exemplo levando em consideragio a existéncia de congruencias, morfismos, as questées da extensionalidade ¢ da inten- sionalidade, por exemplo, de sorte a se sabe dentre outras coisas, se ha conceitos comuns a todas as estruturas Outra questo fundamental, que apenas registraremos, reside na possibilidade de que a nogao de estrutura seja tomada como primitiva.® I via teoria das categorias 41, (70, Cap. 8] de se saber se os axioms pode ser realizado Poréin, de imediato, destaca-se a questo, da. teoria das categorias podem caracterizar a nogio de estrutura de modo conveniente, posto que, dentre outras coisas, ha o problema da consideragdo da ‘categoria de todas as categorias’. Ademais, como salicntou Bell, a teoria das categorias envolve problemas no que diz fundamentagao da matematica; afinal, uma de objetos espeilo ao seu USO COMO ategoria & ainda uma certa ‘colegio? Para detalhes, ver Fle também [6 {6picos, no entanto, é sem diivida relevant O delineamento preciso desses 3.2. Logi ¢ Estrutura. Questao interessante do ponto de vista légico ¢ 0 de se saber se ha algum tipo de unidade entre a grande multiplicidade de sistemas légicos que cada vez mais se apresentam A literatura. A resposta a « Possui relevancia nao apenas filoséfica, mas também eminentemente pratica, pois pod eriam ser esclarecidas muitas das quest6es centrais acerea dos conceitos-chave dos sistemas légicos em geral a questo, Tal andlise justifica o estudo ¢ 0 desenvolviny nto da chamada Légica Universal , claborada de tal modo a se suplantar certas lacunas de nature ica e fi losofica existente em algumas tentativas de unificagio crigidas com base em técnicas Particulares, como 0 caleulo de seqiientes, os métodos algébricos ou a semantica A logica universal 6, por outro lado, elaborada com inspiragio na concepgio da matematica devida a Bourbaki e, pode-se dizer, trata do estudo geral de uma classe fundamental de estruturas: (14) pire as estruturas ldgicas [4, f Varios conceitos bisicos como ‘verdade’, ‘axiomatizagio’,‘eategoricidade’, “com pletude’, ‘decidibilidade’, ‘definibilidade’, entre outros, est tudo da andlise légica da nogio de estrutura, como ja a considerag 10 imbrincados com o es. se sugeriu, assim como toda 10 acerca do tipo de linguagem empregada: primeira ordem ou ordem superior. Por outro lado, questées relacior 8 teorias de conjuntos devem ser igualmente ventiladas, tais como o problema da cardinalidade do dominio da estru- tura, a questao dos Urelemente, assim como a possibilidade da consideragio de teo~ rias de conjuntos alternativas (como o sistema NF de Quine-Rosser ver 7% Cap. 7] a oriunda da ‘matemética de Solovay’ (ver [6 PP: 36555]) ya elabora ® Por as » do conceit anto, contrastande com o que se fax usualmente na teoria de co a> on Krause, BEziAU BE BUENO masiado téenicas, de estrutura e de sua significagio. ‘Tais questies, no entanto, nao serio aqui abordadas 4. APLICAGOES B PERTINENCIA DA NOGAO DE RSTRUTURA A essencia da axiomatizagio de teorias via predica ruturas) reside na idéia de que uma teoria pode ser 4.1, Estruturas © Ci dos de §\ considerada em termos da caracterizag ppes (ow 10 de seus modelos, on seja, de determinadas cstruturas conjuntistas que, por assim dizer, ‘modelam’ os dominios de aplicagio da ‘acterizam’ 68 gru- teoria em questao "4, Por excmplo, os axiomas de grupos *« envditicas, os modelos dessa axiomatica, que qu chamam de ‘grupos’. Desse modo, levando-se tais idéias para as ciencias reais, as uracterizam certas estrutar ma pos on, mais precisamente, teoria de conjuntos, is os matematicos sito erigidas na {écnieas da légica matensitica, em especial da teoria dos modelos, podem ser utili- zakas, pelo menos ci principio, para os estudo das teorias em geral, ¢ nao somente das Worias mateméticas. Recentemente, no entanto, tem-se evidenciado a importancia da considera de estruturas pragmiticas em ciencia (I, (7, Cap 3), (88), (5), 49) 41) Palando ‘io das relages entre teoria ¢ realidade Alo, por alto, tais estruturas possibilitan: uma vi mais consoante com a ‘parcialidade’ ¢ ‘incompletude’ das informagées com as quais a lida, representada pelo conceito de ‘verdade parcial’, ou quase-verdade , #9, FI Na base de tais desenvolvimentos, encontra-se a nogio de ‘verdade 88] B91. De acordo com a caracterizagaio originada com ‘Tarski, uma sentenga é verdadeira ou falsa somente com relagio a uma deter- ininada estrutura.” A teoria da verdade pragmatica possibilita formular o conceite de uma sentenga ‘pragmaticamente verdadeira’, necessitando-se para tanto lidar com as chamadas ‘estruturas parciais’, que nada mais sio do que estruturas con- a ciene pragmatica’, desenvolvida em juntistas mais gerais do que as empregadas usualmente. Estudar as relagdes entre tais estruturas pragmaticas ¢ ‘estruturas intensionais’ (ver abaixo), que tem sido evidenciadas como relevantes em fisica, constitui tema interessante nesse contexto. 4.2, Estruturas em Fisica. A nogio de verdade como correspondencia essen- cialmente vincula linguagem ¢ realidade, substituindo esta dltima por estruturas das na teoria dos conjuntos. elabora O estado geral de certas dessas estruturas, mormente aquelas nas quais se inter- pretamn as linguagens de primeira ordem, além das relagdes entre esas estruturas © as teorias de primeira ordem, constitu o micleo da Teoria dos Modelos, uma das Hass mais dest reas da logica atual. ‘Tas estruturas so, como ja se sugeriu acima, constructs conjuntistas, erigidas nas teorias de conjuntos padrao. Em outras pa lav (da matemtica, por exemplo) sa buseadas no escopo das teorias usiais de conjuntos , as semanticas para as linguagens usuais A bafase a ps © conceito de verdade qu ginal de ‘Tarski nio vincula ais um Javea ‘originada’ se deve ao fato de que o trabalhs cle caracteriza com o de estrutura, No entanto, este ponto é wolvide. A traducio inglesa do artigo ‘Der Wahrheitsbegriff esutil para ser aqui dese que é bastant (1936) acha-se em [ET in den formalisierten Sprache Estruvuras em Clincia 99 No entanto, a verdade das sentengas de uma linguagem depende essencialmente da interpretagio que se da cabougo mater ‘essa linguagem e, portanto, em grande parte, do ar- Atico no qual de « efelivada, Nas ciencias quando da elaborai Igem as esbruluras nas quais a interpretac reais, devido em parte cio das teorias (6). 120), semantica intuitiva que se tem, pode ocorrer que se certas variagies relativamente ao conceito de verdade util por exemplo, com o coneeito de *verdade fisien’ cionado anteriormente, Do mesmo modo, as estruturas adequadas A interpr das linguagens da fisica podem demandar a ina de como no caso da mecanic tendo em vj jam necessarias. ado 84, definida eny 68. Car no Ocorre, 4) ja men saga finigdo espeeifica que incorpore, quautica, a consideragio de estruturas mtensionais ta que uma abordagem pu amente extensional A microfisica parece inapropriada sob varios pontos de vista, como apontade em 4, 4) (yer também a frente). Estruturas convenientes para a interpret agio das Hinguagens da fisiea, « de propiciar a definigio de um conceito de verdad como © mencionado acima, foram apresentad Pasticular das mecaniea quanti o ti Apazes le que se_adeque a tais leor as em &N, Gl 41 14) 6, no caso p de contextos intensionais, em [°l O desenvolvimento de uma ‘teoria das espécies de estruturas’, no entanto, que leve em conta as ‘estruturas fisicas’ no sentido dos autores acima, ainda esta por ser aleang zo) as, ae da consider: G3 as da, Afim de dar uma idéia do que se prete nde dizer com isso, ¢ também para es clarecer melhor alguns pontos jd aludidos acima situagao na qual aparentemente estruta possivelmente exigindo que se . usaremos um intensionai am erigidas nao nas teorias standard de conjuntos como ZF (Zermelo-Fraenkel) ou KM (Kelley-Morse) inais gerais, como nas teori cmplo de uma IS ESL 8K lo requisitadas, + mas em teorias alternativas e s de quase-conjuntos As teorias de quase-conjuntos 64, (45) [57], certo sentido, permitinde que vi Possam ser nelas formalizadas. [4] Iente se denomina Principio de Br (of (5: >. 4001, yop HH], [50]), hipdtese de que o valot , B fo ‘semi-extensionais’ em as das questoes rel ativas a intensdes em fisica Por exemplo, ha indicios de que o que usual. ‘ege no pode ser mantido em mecanica quanticn Por tal principio entende-se aqui, dito por alto, a verdade (extensio, no sentido de Frege) de uma senteng como Pla), na qual P denota um predicado undrio ¢ a é uma constante individual, depende tanto da extensiio de P (um subconjunto A do dominio da estrutura na qual a linguagem considerada esta interpretada) quanto do referente de a, ou seja, do objeto d do dominio do qual a@ 6 um nome, Bntao, Pla) s¢ estrutura considerada se ¢ somente verdadeira na © objeto d pertencer ao conjunto A No entanto, na fisica quantic: . A questo da indistingilibilidade de particulas ele mentares ocasiona inconvenientes relativamente a ess plo, um predicado como tem uma extens ‘a hipdtese, ja que, por exem- ‘ ‘ 5 Atomo de sédio” nac r € um elétron do nivel 2p de um atomo de sédio” nao ades nao podem se fo bem determinada, uma vex que tais entidades nao podem ser homeadas sem ambigiiidade; em outros termos, a ex ensao do predicado nio seria i é acima mencionados um ‘conjunto’ no sentido usual, assim como um elétron dos acima mencionado; stituir intere ‘abo esse que pode ce ante programa de pesquisa. 100 Krause, BEZIAU E BUENO nao teria um ‘nome’ bem definido, Devido a esse fato (dentre outros), tem sido conjecturado que uma anélise semantica adequada para as teorias da microfisica nao pode ser realizada no escopo das teorias usuais de conjuntos, sendo preciso crigir areabougos matensiticos inais gerais, que envolvam o conceit de conjunto no sentido usual apenas como um caso particular, Al 68 Problemas de Hilbert, organizado pela American Mathematical Society em 1974, trabalhos na linha dese encontrar axiomas pi se delinear o comportamento de tais is, durante 0 Congreso sobre colegoes, que nao poderiam ser traladas con ‘conjuntos’ estrito senso (as quais vimios chamando de ‘quase-conjuntos’ esse ponto ja havia sido apontado, indepen- dentemente, en ©) foram apontados por Yu. [. Manin como sendo de grande relevaneia para os moderns estudos acerca dos fundamentos da matematica 7, adkas a questOes como As teorias de quase-conjuntos len sido desenvolvidas e apl a de predicados (c ver B], inclusive a-semantica das linguagens da mierofisica, a questao da existene de objetos em certo sentido precise) vagos em fis fe vquantica, ete. com referencias adicionais. Ver também Por outro lado, como ja se disse, ‘estruturas pragmaticas’ tem sido aponta- reais, sendo mais das como de grande importancia para as demandas das cien adequadas do que as estruturas con muitos propdsitos, como juntistas comuns par: por exemplo para se definir 0 conceito de ‘verdade pragmatica’ 091, 1, BAL ps. tudar as relagées entre esas tiltimas estruturas © aquelas proprias das disciplinas matemiticas, assim como com as ‘estruturas fisicas’ no sentido de Dalla Chia ¢ Toraldo di Francia, ou aquelas erigidas nas teorias de quase-conjuntos, & tema interessante que demanda investigagio 4.3. Significagao filoséfica do conceito de estrutura. mente, a abordagem semantica tove duas 4.3.1 A abordagem seméntica. Historic obre a mesma. No es: na prépria ciencia e nas rellexdes filosdfic interior da ciencia, na década de 30, os trabalhos de J. von Neumann e G. Birkholt 09) assim como o de HL. Weyl "251, relacionados & axiomatizacio da mecanica quantica, bem como os de K. Beth (ef. 1, ()), adotando nogées: baseadas em grandes motivag tuciais e 840 mais conhecicos. espagos dle estados, revelaran as ri Numa perspectiva filosdtic es da abordagem semantica remontam ao programa elaborado por Patrick Suppes na decada de 50 para a axiomatizgio de teo- 1s] [106] (108 : as O85], (194), ("1 motivacdo de tal programa, com efeito, encontra- rias cienbifi se resuimida em sua nvixima (insistentemente lembrada por van Fraassen) de que a filosofia da ciencia deve retornar & propria matematica, e nio & metamatemiatica, para encontrar seus instrumentos mais adequados. Isto é, trata-se de empregar técnicas elaboradas no interior das préprias teorias matematieas (como alias preco- nizado também por ‘Truesdell fop. cit.]) para a reconstrugao de teorias cientifica: (no sen caso, com base em resultados obtidos nas teorias clissicas de conjuntos), em detrimento de recursos da ‘metatnatematica’ contemporanea (tais como am plamente cmpregados por alguns defensores das abordagens sintitiens tradicionais, como, por exemplo, no interior do empirismo Wigico, que sustenta que uma teoria deve ser edifieada a partir do ealeulo de predicados de prime vusual (7 a orde EsTRUTURAS EM CriNeta, 101 Mais recentemente, em torno do final da década de 60 ¢ inicio van I © F. Suppe salientaram a importancia dessas proposta compreensaio de certos aspectos da ciencia. O primeiro enfatizou esse ponto no contexto da meeanica quantica (estendendo a abordagem inicial de Beth) (17, (ra), 119}, 029), 0201, 0241, o segundo apresentou suas propostas em lermos de sistemas relacionais G1, WD, yoja-se ainda Ul, (51 Nesse contexto, grande parte da reflexiio proposta por van Br objetivo de elaborar sua de 70, Bas para uma Assen, COMO concepgao de ciencia, encontra-se sitiada nos seguintes niveis: (i) o da construgio de teorias cientificas (con especial enfase no exame do problema de se determinar a estrutura das teorias cientificas), ¢ (ii) 0 da avaliacio critica das mesmas (salientando. alguns aspectos envolvidds na detert relagdes existentes ent, re certa teoria ¢ a evidencia aduzida yp ~ou desconfirmacio) ago das A sua confirm j isto 6, trata-se do célebre problema do teste de teorias Os exemplos de van Praassen, assim como as aplicagbes © extensoes de stias Propostas a esse respeito, encontr m-se basicamente restritos ao dominio da fisien em geral, © da mecanica quantica em particular, Semelhante restrigio, contudo, de modo algum se faz necesséria, Com efeito, sugestivas ¢ frutiferas aplicagoes da abordagem semantica no interior, por exemplo, da biologia, foram desenvolvidass recentemente (3), (112) [3] Além disso, convém insistir, recente ¢ importante desdobramento dessa abor- dagem articulou-se a partir da introdugao de estruturas pareiais ¢ dav! pragmitica (4), acima. Dive dade §5], F1] no contexto da concepgio semantica, como ja aludido »s problemas foram entao considerados sob nova dtica; por excmplo, questées ac das interpretagdes do caleulo de probabilidade [9 da légica indus tiva ©, © do emprego de certos tipos de modelos em ciencia (1, Outros detalhes podem ser ainda encontrados em @7, [6 el Ha ainda, evidentemente, os desdobramentos provenientes do assim chamado Programa estruturalista (veja-se ©), (9), (4, 71). Embora muitos nao considerem tais propostas como constituinde parte da abordagem semantica (ef. por exem= plo, Hoe, p. 20) nao resta diivida de que tal programa proporcionou importantes aplicagses do conceit de estrutura em teoria da ciencia. Conseqiientemente, em qualquer das diversas acepgdes que se considere a abor- dagem semantica, pereebe-se que tal proposta vale-se preponderantemente do con- ceito de estrutura, uma vez que, insistindo uma vez mais segundo essa linha una teoria pode ser identificada (grosso modo) com a classe de seus modelos, que nada mais sao que estruturas conjuntistas como as di i tenta, por exemplo, Suppes. Em outras palavras, para este autor, a nogio de modelo usado nas ciéncias espec [104] matematica tradicional, como sus- 5 nao difere essencialmente daquele utilizado em légiea 4.3.2. O problema ontolégico. No coutexto da questao ontoldgica relacionada em especial as teorias fisicas, pode-se destacar a questo abstrata da naturesa dos ob- Jetos ¢ das conside se consider struturas sortais’, elabora- das no ambito de uma ‘matematica sortal’, ou de uma ‘teoria sortal de conjuntos’, ra adas relacdes entre objetos. Por exemplo, pode possibilidade de se erigir o que se poderia chamar de * loz Krause, BEziau E BUENO na qual considerar-se-iam dominios nao de objetos individuais, mas de classes de 10 & visio cantoriana de conjunto ‘abjetos similares” #41, 15), em nitida contraposig (83) Mais especificamente, pelo menos segundo a linha de Strawson [19. Parte 1), individuos dividuos de um certo tipo’ (ou sort). A visao cantor io existem como individuos tout court, mas tao somente como ‘in una de conjunto, porém, trata fais entidades como colegses de bare particulars aos quais somente a posterior as jas (ver M5), A idéia intuitiva da predicagao sortal, tal como mencionada, no entanto, parece mais afeita A consideragio em fisiea quantic qualidades Ihes sio atribuic de particulas clementares como objctos nomoldgicos, dados por leis ©], ou seja, a sit ‘a deserever mas, contra 4 cao en que “nao Lemos (de inicio) 6 objeto” pa riamente, 0 objeto 6, de certo modo, caracterizado ab ovo pela teoria que temos e de Binstein (comentada por W, Heisen leo que podemos observar” MP 71 Assim, embora mine (as leis. fisi ber a-consideragio de Wgica i: lizada, Sobre uma tal ‘nova perspective. ontoldgie ver [7, Cap. 5) ). Lembrando a f {EB} a teoria que dee ss sorkais no contexto da fisica de particulas ja tenha sido. eo G4, uma andlise mais deta {ainda por ser rea hada dessa questo ¢ sugerida pela fisica quantica Cabe mencionar que a questao ‘ontolégica’ relacionada As teorias fisicas Len despertado interesse recentemente, como atesta por exemplo o workshop “Phe On tology of Particles and Fields’ realizado no Boston Colloquium for the Philosophy of Science de 1996 7], Sobre este ponto em especial, ha aportes relevantes em E © no artigo de Hooker em (4); também pode-s 4.4. A ciéi qiiencia, do conceito de estrutura, nio deveria pass ever (4 ia aplicada. A importancia do método axiomatico ¢, por conse- 1 desapercebido mesmo pelo cientista aplicado, Esse ponto é lembrado por C. ‘Truesdell em seus insistentes aportes sobre a necessidade das disciplinas das ciencias empiricas se aproximarem mais da matematica, usado seus métodos ¢ esquemas de apresentagao. Com efeito, Ao & antiga termodinamica nos seguintes apenas para ilustrar, Truesdell faz men termos: A termodinamica, apesar de sua longa histéria, munca foi beneficiada agistral como a que Kuler dew & hidrodinamica em 1757 ou que Maxwell dew ao eletromagnetismo em 1873; as exposighes ficaram distantes da di- por uma sintese nos trabalhos de descoberta na termodianii retriz translucida das notas nas quais Cauchy apresenton sua criag © desenvolvimento da teoria da elasticidade de 1822 a 1845. A termo- dinamica nasceu na obscuridade ¢ desordem, para nao dizer confusio, Jio as apresentagdes comuns que tenho recordado, (Msp. vil sim ‘Truesdell © Bharatha apresentant, no livro em questao, “uma estrutura légica simples para a termodinamica classica de corpos fluidos homogeneos” [ibid]. Ox trabalhos deste referido autor, assim como de outros como W. Noll na axioma- diseiplinas da fisiea, como a mecaniea, constituem contribuigdes frias & ciencia de nossa época, tendo sido fundamentais para a apre: ti extraordi sentagio dessa disciplina de forma rigorosa MJ, (151, (4 No entanto, Truesdell gio dev TPRUTURAS EM Cre 1A 103 nao deixa de comentar acerca de tna certa apreensio para com a atitude do cien J aos estirdos relacionados & fndamentagio matemitica da Ciencia, o que, felizmente, € mais Taro hoje env dias! lista aplicado em rela A ingradidao dos cientista aplicados para como trabalho de funda- mentacdo, do qual eles mesmos se apropriam, frequentemente apés um periodo de rejeigio como se tratando de algo abstrato e ‘imitil, 1 mais tarde proveitoso cm suas profissdes ma, s Incrativas, algumias vezes origina-se de uma falha em compreender o que (18, p22) almiente & aquilo que devem assimilar Kenta >, cila Poincaré, quando este disse que “[o] cientista deve ordenar; feita de fatos assim como uma casa é feita da pedras, 1 mais ciencia do que um monte de pedras & uma casi efeito, lembr ciencia & as un actinulo de (citado em EVP 81), Com ‘Truesdell na referida obra, a ciencia present para o cientista apli¢ Atos Hilo & . de grande utilidade eu devido ao trabalho essencial de homens como os Bernoulli, Euler, Lagrange, Cauchy, dentre outros, que se ocuparam em edificar as disciplinas sobre alicerces matemiaticos sdlidos. lo, 86 No entanto, a apreensio de ‘Truesdell transfere-se presentemente para outra esfera, qual seja, a da ‘ingratidao’ por parte dos « ‘légicos’ acerca dos fundamentos da ciencia, Atistas em geral pelos estudos Do mesmo modo como se dew com aevolugio das ciéncias fisicas rumo a uma linguagem matenritica precisa, é de se esperar que os cientistas presentes, ¢ mesmo boa parte dos matematicos, yenham & “compreender aquilo que devem assimil , para. usar as palavras de ‘Truesdell, no que concerne ao uso de légicas alternativas ou de matent teorias de conjuntos diversas da que esta por tr diticas fundamentadas em Ss usuais, assim como de toda a di de tais consideragoes. cussio filosdfica Com efeito, a matematica presente 86 alingiu o estado em que se encontra de precisfio e conhecimento de seus prprios limites (expressos pelos teoremas de incompletude, pelas provas de indecidibilidade ete.) gragas, preponderantemente, ao ext das pesquisas Ee a Igica ¢ aordinario desenvolvimento da légica obre os seus fundamentos. 1 patente que a utilizagio de tais recursos, como das légicas nao clissicas M*), pave uma visio gei vem acontec las matematicas nio cantorianas ( al) se estendam de modo natural as ciencias naturais, come a is ndo (0, 1, Bl), como isso possivelmente oferecendo a oportunidad de que novos campos se vislumbre tragadas, © nov 5 ssa Ser diretrizes de abordagem possam Jando Truesdell apéx termes cas desferidas pelo pr dda mecdnica de partigulas apresentada por Suppex ¢ outrox [116 Cap. 391, No enta certos de que tais ¢ as se cea a a mal ent : a ; significado do metodo apresentado por Suppes, ainda que este e colaboradores porte (reclame por Truesdell) A meciinica do conttouo, Com efeito,o prprie Nol recon her no entanto que o trabalho de Suppes “ suficie al para ineluir a mecinica de (74, p. a7], aq anho para alguns que estejamos cit © tabalho de Suppes ¢ escola, tendo em vista as eri ndido, por parte de ‘Truesdell acerea do real pane Ge nha feito 0 sconhecet temente ge abordado ate ponto, interessante para uma histéria da eiéneia deste século, ne se 104 Krause, BéziAu B BUENO 5. UM PROGRAMA Dr, PRSQUISA ‘ais Obviamente, o que se delincou acima foram tao somente algunas linhas ge ido conectar, de um ponto de vista dos fundamentos, disciplinas que & primel a, a matemation © a vista podem parecer distanciadas, como a fisica ¢ a biologi filosofia. Em geral, 0 aporte Aquelas ciencins, feito pelos matenuiticos, tem sido 1 faze-la avangar em merament de modo nao a busear a sua fundamentag também avangar na busea pa >, mas seus alicerces as deve tum sentido, No entanto, el nder As ciencias »8. Pode-se muito bem est lgicos, metodolégicos © cpistemoloxi ama de pesquisa, o seguinte dito de Russell, substit 5’ ¢ adaptando-se, dlo-se reais, como un prog! Hlomente ‘matemétiea’ por ‘diseiplinas das ciencias re: conveni em eada easo, asia contraparte ‘construtiva’ A matematica & um estude que, quando iniciado de suas partes mais familiares, pode ser levada a efeito em duas diregées opostas. A mais comm & construtiva, no sentido da complexidade gradativamente cres- os miimeros com- cente: dos inteiros para as fragbes, os mtimeros real ligdo © multiplicagio para a diferenciagio e integragio ¢ dai para a M 5, que & menos familiar, avanga, pela andlise, para a abs iplicidade légic maiores; em vez de indagar o que pode ser definide ¢ deduzido daquilo a comegar, indaga-se que mais idéias ¢ princfpios ge- 10 dos quais 0 que fora 0 ponto de (93, p. 9] plexos; dad fematica superior. A outra dire: ioe asi sempre que se adinita pa rais podem ser encontrados, em fung partida possa ser definido ow deduzido 1 tal como aplicado | para 0 progresso dos seus Tundamentos, ¢ pode constituir excelente programa de trabalho para estudantes de pos-graduagao ¢ pesquisadores em divida, um estudo detalhado do conceito de estrutu as disciplinas das ciéncias reais, ¢ nio unicamente da matematica, é ponto essen! 6. AGRADECIMENTO Os autores agradecem ao Prof. Newton C. A. da Costa pela leitura de vers6es as imimeras ¢ valiosas sugestoes: preliminares deste texto ¢ pelas st 7. ADDENDUM mo-nos com Quando este artigo ja se encontrava em sua versio final, depar © livro de Ian Stewart, Os mimeros da natureza, Rio de Janeiro, Rocco, 1996 (Tradugio de A. Tort). A importancia deste livro para 0 enfoque que se dew no presente artigo é ressaltada pelo Prof, N.C. A. da Costa em um review do mesmo, ainda por ser publicado, Citamos aqui algumas passagens de tal review, com a permissao do autor. ta da natureza da matemtica, de sua ser- “Entre outros assuntos, Stewart tr ventia, da simetria, do caos, dos sistemas dinamicos ¢ determinadas aplicagdes, com especial enfase na biologia. (...) “Para Stowart, a matemit is, dinamicos, fra a é a ciencia abstrata dos padroes (numéricos, clais, simetrias ,...). E, deixando-se de lado geometries usu: EsTRUTURAS EM Cri 105, beleva intrinseca e sew valor como disciplina pura, ela se destaca por nos ajudar a compreender ¢ descobrie os padroes que pululany © leis, formas, arranjos, dependencias, transformacoe “Como assevera § 11 tlosso Universo, através de Lewark, ivemos em um tniverso de padroes. (...) ‘Todas movem em circulos no céu. As estag Dois flocos de neve umnea sio exat metria exagonal. Os tigres « listras, leopardos ¢ a8 noiles as est intervalos anuais. tem uma si lass es se sucedem em ss todos zebras sto cobertos por padroes de hienas so cobertos por padroe: de ondas cruzam ox oceanos; grupos muito simi deserto (...). AUé agor epleta de padroes. M ésentar © os adi lembra-nos do que importantes de amente ignais, 1 8 de manchas. Grupos complexos ares de dunas de areia eruzam o estabelecemos a idéia incontestavel de que a nalureza esti as © que queremos fazer com eles? Algo que podemos fazer ar. Estar em comunhao com a natureza £ somos. Pintar, esculpir ¢ escrever poom expressar nossos sentimentos a respel bs O instinto do empresario é explorar o mundo natural, © istinto do engenheiro é mudé-lo. O instinto do cientista é tantar entende-lo ~descobrir o que realmente esta Hontecendo. O instinto do matematico é estruturar este processo de entendimento, buscando generalidades que ultrapassem as subdivisdes Sbvias. HA um pouco de cada um destes instintos em cada um de nés, ¢ ha © lado bom e o lado ruim em cada um deles.” az bem a todos 16s, as Slo maneiras vailidas e ilo do mundo e de nds mesos da Costa, entao, faz a seguinte consider ‘agio: *Convém observar que se pode interpretar o conceito de padrao de Stewart. como Sendo idéntico A nogio mais técnica ¢ bem definida de estrutura matenmitica (ou forma, como queria 6 notavel matematico alemao H. G rassmann). 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