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Lista 7 - UFF
Lista 7 - UFF
Departamento de Físico-Química
Físico-Química IV – Turma 2as, 4as e 6as – noite
Prof. Raphael Cruz – 7a Lista de Exercícios – 2/2009
Exercício 1.
T (oC)
diagrama de equilíbrio isobárico (a 760 mm Diagrama I (isobárico, a 760 mm Hg)
Hg). O outro é o isotérmico (a 110oC),
115
construído com os dados da tabela II. Locam-
se no eixo das ordenadas as temperaturas de fase vapor
equilíbrio, num diagrama, ou as pressões de
110
equilíbrio, no outro; em ambos, no eixo das L 3 V
abscissas, registram-se tanto as frações L 1 V
molares do propanol na fase líquida como as 105
da fase vapor. Em cada diagrama ligam-se
entre si os pontos referentes às fases vapores e fase líquida
também entre si os pontos relativos às fases 100
líquidas. Os diagramas são os seguintes:
95
90
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00
fração molar de propanol
1300
p (mm Hg)
Diagrama II (isotérmico, a 110 oC)
1200
1100
fase líquida
L
1000
2 V
900
800 L
3 V
700
fase vapor
600
500
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00
fração molar de propanol
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Departamento de Físico-Química
Físico-Química IV – Turma 2as, 4as e 6as – noite
Prof. Raphael Cruz – 7a Lista de Exercícios – 2/2009
Observações:
1) Note que, em qualquer dos diagramas construídos, o eixo das abscissas pode ser o suporte de seis
frações molares, para cada sistema: duas da fase líquida, duas da fase vapor e duas do sistema como um
todo. Em um ponto qualquer do eixo das abscissas podem-se ler x1, ou y1, ou x 1t ; no mesmo ponto, mas na
outra direção, também se lêem x2, ou y2, ou x t2 . O que definirá se a leitura que se faz em um ponto qualquer
do eixo das abscissas corresponde a x1 (e a x2, na direção oposta), ou a y1 (e a y2, na direção contrária), ou a
x 1t (e a x t2 , no outro sentido), será a temperatura (ou a pressão) em que o sistema encontrar-se ou a fase a
que se referir.
2) Além dos diagramas nos planos px1 e Tx1, há um outro que poderá ampliar a visualização das
propriedades destes sistemas. É o diagrama da composição da fase vapor (y1) "versus" a composição da fase
líquida (x1). Pode-se traçá-lo tanto a p constante como a T constante. Veja os dois que representam o
equilíbrio líquido-vapor dos sistemas de propanol e butanol, construídos com os dados das tabelas
fornecidas.
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Prof. Raphael Cruz – 7a Lista de Exercícios – 2/2009
1.00 1.00
y1 y1
p = constante = 760 mm Hg T = constante = 110 oC
0.90 0.90
0.80 0.80
0.70 0.70
0.60 0.60
0.50 x
1 0.50
1
x
=
=
1
y
1
y
0.40 0.40
0.30 0.30
0.20 0.20
0.10 0.10
0.00 0.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00 0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00
x1 x1
Nestes diagramas a reta de y1 = x1 foi traçada como meio auxiliar a percepção de algumas
propriedades. Por exemplo, por que em cada diagrama a curva y1 = f(x1) passa acima desta reta? Pelas
pressões e temperaturas fornecidas, confira a resposta: porque o propanol é mais volátil que o butanol.
Agora responda: como seria a curva de y2 "versus" x2? em que diagrama dos dois acima podem ser locados
os sistemas 1,2 e 3 do exercício? como fica a locação?
Exercício 2.
Como
x1/x2 = n1/n2,
vem:
0,756/0,244 = n1/2,
de que resulta:
n1 = (0,756/0,244)x2 = 6,2 moles.
Assim, a adição, isotérmica e isobárica, de 6,2 moles de clorobenzeno a 2 moles de bromobenzeno
produzirá um sistema bifásico (líquido-vapor), constituído em sua maior parte de uma solução líquida, mas
contendo também uma pequena bolha de vapor. Mais clorobenzeno que se adicionar, mais se ampliará a fase
vapor, até restar a última gota da fase líquida, quando se atingirá o ponto de orvalho do sistema (sempre a p
constante: 1,01 bar, sempre a T constante: 137 oC). As coordenadas do ponto de orvalho são as que constam
da equação:
p = p 1o p o2 /[p 1o - (p 1o - p o2 )y1]
Explicitando-se y1 nesta equação, obtém-se:
y1 = p 1o (p - p o2 )/p(p 1o - p o2 ).
Com os valores das pressões,
y1 = 860(760 - 450)/760(860 - 450) = 0,856 e y2 = 0,144.
0,856 e 0,144 são as frações molares de clorobenzeno e bromobenzeno em uma fase vapor que
contém 2 moles do primeiro e n1' moles do segundo. Logo, como,
y1/y2 = n1'/n2,
obtém-se:
n1' = n2(y1/y2) = 2x(0,866/0,144) = 11,9 moles.
Esta é a quantidade de clorobenzeno que se deve adicionar a 2 moles de bromobenzeno, para que o
sistema formado pela duas substâncias alcance o ponto de orvalho - fique bifásico, constituído de uma
grandíssima fase vapor e uma diminuta fase líquida.
Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que os sistemas com 2 moles de bromobenzeno e
quantidade variável de clorobenzeno comportam-se assim: a adição de quantidade de clorobenzeno menor
que 6,2 moles produzirá sistemas monofásicos - uma só solução líquida; a adição de quantidade maior que
11,9 moles resultará em sistemas também monofásicos - uma só mistura de vapores; a adição de quantidade
de clorobenzeno entre 6,2 moles e 11,9 moles produzirá sistemas bifásicos - solução líquida e fase vapor,
constituídas, ambas, pelas duas susbtâncias. Tudo a 137 oC, tudo a 1,01 bar.
Ora, a adição de 8 moles de clorobenzeno a 2 moles de bromobenzeno produzirá, portanto, com
certeza, sistema bifásico, constituído da seguinte forma:
- Sistema (8 moles de 1 e 2 moles de 2): x 1t = 0,800 e x t2 = 0,200;
- Fase líquida: x1 = 0,756 e x2 = 0,244;
- Fase vapor: y1 = 0,856 e y2 = 0,144.
Dos dez moles totais, parte estará na fase líquida (nL), parte estará na fase vapor (nV). nL e nV
relacionam-se pela regra da alavanca:
nL(x 1t - x1) = nV(y1 - x 1t ); nL(0,800 - 0,756) = nV(0,856 - 0,800),
donde:
nL = nV(0,056/0,044)
e como
nL + nV = 10 moles,
vem:
nV(0,056/0,044) + nV = 10,
portanto,
nV = 10/(1 + 0,056/0 044) = 4,4 moles e nL = 5,6 moles.
Os 5,6 moles da fase líquida são constituídos de:
n 1L = nLx1 = 5,6x0,756 = 4,2 moles e n L2 = 1,4 mol,
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Exercício 3.
Um azeótropo caracteriza-se por produzir um vapor que tem composição idêntica à sua (regra de
Konovalov). Por conseguinte, o azeótropo de acetona e clorofórmio produzirá, a 64,7 oC e 1,01 bar, fase
vapor com a seguinte composição:
y az az az
ac = x ac = 0,34 e y cl = x = 0,66.
Aos sistemas que formam soluções não ideais, como são os de acetona e clorofórmio, aplica-se à fase
líquida a lei de Raoult generalizada. No caso, tem-se:
pac = p oac aac e pcl = p ocl acl.
À fase vapor, supondo-a ideal, em virtude do valor moderado da pressão, aplica-se a lei de Dalton:
pac = pyac e pcl = pycl.
Nestas relações figuram as pressões parciais dos vapores dos ocomponentes (pac e pcl), as pressões de
vapor dos componentes puros (p oac e p ocl ), as atividades dos componentes na fase líquida (aac e acl), a pressão
de vapor da solução (p) e as frações molares dos componentes na fase vapor (yac e ycl).
Igualando as expressões das pressões parciais,
p oac aac = pyac e p ocl acl = pycl,
obtém-se para as atividades dos componentes:
aac = pyac/ p oac e acl = pycl/p ocl ,
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Exercício 4.
O volume da solução a 20% molar (1000 litros = 106 cm3) expressa-se pela seguinte equação:
V = 106 cm3 = nágua V água + netanoll V etanol,
onde figuram os volumes parciais molares da água e do etanol e seus números de moles.
Na solução a 20% molar, reitira-se da tabela fornecida,
V água = 17,6 cm3/mol e V etanol = 55,2 cm3/mol
e da composição da solução conclui-se:
nágua/netanol = 80/20,
ou
nágua = 4netanol.
Logo,
106 = 17,6x4netanol + 55,2netanol,
resultando para as quantidades de etanol e de água na solução original:
netanol = 106/(17,6x4 + 55,2) = 7,96x103 moles, nágua = 4x7,96x103 = 31,84x103 moles.
Os mil litros de solução aquosa de etanol a 20% contém, portanto, 7,96x103 moles de etanol e
31,84x103 moles de água, a que correspondem 38,80x103 moles totais. A destilação fracionada deste sistema
levará à separação do azeótropo (álcool comercial) da água excedente, que se poderá obter pura. As
quantidades de álcool comercial e água, produzidas na destilação, relacionam-se pela regra da alavanca,
aplicada ao segmento:
água-----------sistema--------------------------azeótropo
0,0 20,0 89,4
A regra é a seguinte:
n oagua (20,0 - 0,0) = nazeó(89,4 - 20,0),
ou
n oagua = nazeó(69,4/20) = 3,47nazeó.
Como o balanço de massa exige que:
n oagua + nazeó = ntotal = 39,80x103 moles,
a substituição neste balanço da proporção resultante da regra da alavanca, produz:
3,47nazeó + nazeó = 39,80x103 moles,
nazeó = 39,80x103/(3,47 + 1) = 8,90x103 moles,
n oagua = 3,47x8,90x103 = 31,00x103 moles.
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Observações:
1) Veja que os volumes de água pura e de azeótropo são, se somados, maiores que os 1000 litros
iniciais. Por que o volume não se conserva?
2) Qual será a composição do álcool comercial em percentagem ponderal? Sabe-se, pela percentagem
molar, que de cada 100 moles de azeótropo, 89,4 moles são de etanol e 10,6 são de água. Logo, as massas de
etanol e água em cada 100 moles de azeótropo são:
metanol = 89,4x46,1 = 4121 g,
mágua = 10,6x18,0 = 191 g,
mtotal = 4121 + 191 = 4312 g.
E as percentagens ponderais são as seguintes:
- do etanol: (4121/4312)x100 = 95,6%,
- da água: 4,4%.
Exercício 5.
raturas menores que 93 oC estes sistemas serão constituídos de duas soluções líquidas (ambas, é claro,
contendo butanol e água); a 93 oC estes sistemas apresentarão três fases em equilíbrio (todas, evidentemente,
contendo butanol e água): solução α, solução β e a fase vapor, que é o azeótropo heterogêneo A. Sendo
trifásicos e pela constância da pressão (1,01 bar), estes últimos sistemas são invariantes.
O sistema com 300 g de butanol e 900 g de água (25% de butanol e 75% de água, em percentagem
ponderal), representado pela isopleta s no diagrama de equilíbrio, começará a ebulir a 93 oC, sobre a reta
ternária βAα; seu ponto de bolha será o ponto b, assinalado. No ponto de bolha o sistema constituir-se-á das
seguintes fases: solução α, solução β e uma pequeníssima bolha de vapor. Assim, a massa total do sistema
(1200 g) se distribuirá segundo o seguinte balanço:
mt = 1200 g = mα + mβ + mvapor.
Estando o sistema no ponto de bolha, a massa de vapor formado será tão pequena quanto se possa
imaginar e, logo,
mvapor= 0 e 1200 = mα + mβ.
Estas massas das soluções α e β, no ponto de bolha, poderão ser determinadas pela aplicação da
regra da alavanca ao sistema. O segmento sobre o qual se pode aplicar a regra é o que se segue:
solução β-----------sistema------------------------solução α
7,7 25 79,9
e a regra escreve-se como a seguir:
mβ(25 - 7,7) = mα(79,9 - 25),
que produz:
mβ = mα(54,9/17,3) = 3,17mα.
Retornando-se ao balanço de massa, 1200 = 3,l7 mα + mα, vem:
mα = 1200/4,17 = 288 g e mβ = 1200 - 288 = 912 g.
Vê-se, então, que o sistema com 300 g de butanol e 900 g de água, estará no ponto de bolha repartido
da seguinte maneira:
- 288 g de solução α: 230 g de butanol (79,9%) e 58 g de água (20,1%);
- 912 g de solução β: 70 g de butanol (7,7%) e 842 g de água (92,3%);
- pequena bolha de vapor (com 55,5% de vapor de butanol e 44,5% de vapor d'água), cuja massa é
extremamente pequena.
Quando este sistema mais evaporar e produzir 200 g de vapor, restarão, das 1200 g totais, 1000 g de
fases líquidas. Ou seja, agora:
m'α + m'β = 1000 g.
Para que se possa de novo aplicar a regra da alavanca entre as soluções α e β e determinar a nova
massa de cada uma, é necessário antes determinar quanto de butanol e quanto de água resta nas fases
líquidas. Ora, das 200 g de vapor formadas, 111 g (55,5%) são de butanol e 89 g (44,5%) são de água. Logo,
permanecem nas fases líquidas as seguintes massas:
m Lbut = 300 - 111 = 189 g e m Lagua = 900 - 89 = 811 g.
A estas massas correspondem as seguintes percentagens:`
(%)but = 18,9 (189 em 1000) e (%)agua = 81,1 (811 em 1000).
A regra da alavanca, agora, aplica-se ao seguinte segmento:
solução β-----------Sistema--------------------solução α
7,7 18,9 79,9
e é a seguinte:
m'β(18,9 - 7,7) = m'α(79,9 - 18,9),
donde
m'β = m'α(61/11,2) = 5,45m'α,
e o balanço de massa, m'α + 5,45m'α = 1000g, produz:
Observações:
1) A condição de invariância sobre a reta βAα, onde se dá o equilíbrio ternário, impõe fortes
restrições ao comportamento dos sistemas aí situados. Destacam-se as seguintes:
- quaisquer que sejam as massas presentes de butanol e água, contanto que produzam sistemas com
percentagem de butanol entre 7,7% e 79,9%, sempre se formarão as mesmas fases, a 93 oC: a solução α, a
79,9% de butanol, a solução β, a 7,7% de butanol e o azeótropo heterogêneo, a 55,5% de butanol - o que
poderá variar serão as massas das três fases em equilíbrio;
- a temperatura de equilíbrio das três fases (a 1,01 bar) será sempre 93 oC e permanecerá sempre
neste valor, mesmo que o sistema esteja evaporando, ou condensando, quaisquer que sejam as quantidades
das fases, contanto que haja três fases e a pressão seja constante.
Isto é, as variáveis desses sistemas (temperatura e composição), quando estão trifásicos e a pressão é
constante, são sempre as mesmas. É isto que constitui e se denomina de invariância.
2) O sistema particular analisado (900 g de água e 300 g de butanol), começa a evaporar quando a
composição global das partes líquidas ainda é a original: 25% e 75%; quando, adiante, já se formaram 200 g
de vapor, a composição global só das soluções líquidas alcança 18,9% e 81,1%; prosseguindo com a
evaporação, a composição das partes ainda liqüefeitas movimenta-se na direção da composição da solução β
e termina alcançando esta composição (7,7% e 92,3%), quando já se formaram 434 g de vapor e a única fase
líquida presente é a solução β residual. Acompanhe no diagrama esboçado a evolução deste sistema e
responda às seguintes questões: como evaporará a solução β residual? como e onde ficará a fase vapor
durante esta evaporação? o sistema, neste final de evaporação, se manterá invariante?
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3) Por último, deixa-se a sugestão de se fazer a seguinte aplicação: como destilará o sistema que
contiver 2775 g de butanol e 2225 g de água, sob pressão de 1,01 bar? Quanto restará de cada solução,
quando, deste sistema, se formarem 3000 g de vapor? Quanto se formará de vapor, logo que a solução α
evaporar completamente? As respostas são: 676 g e 1324 g; 5000 g.
Exercício 6.
400
O diagrama a construir será o da
T(oC)
temperatura contra a percentagem ponderal de p = 1,01 bar
cádmio. Constrói-se-o mediante o traçado de
350
três curvas: a curva das solubilidades do
cádmio em bismuto, construída com os dados solução
da tabela I; a curva das solubilidades do 300 1
isopleta de 25%
bismuto em cádmio, obtida a partir dos dados
da tabela II e a reta que representará o
equilíbrio ternário - cádmio sólido, bismuto 250 5 6
sólido e solução neles saturada (solução isoterma de 240 oC
eutética) - definida pela isoterma de 140 oC. O
diagrama é o exibido ao lado. 200 2
Sugere-se confrontar o diagrama com os Bi(s) +
solução Cd(s) + solução
dados das tabelas fornecidas e confirmar o
traçado de cada curva; examinar como se 150
3
definem as regiões do diagrama e confirmar as
4 Bi(s) + Cd(s)
fases em equilíbrio em cada uma delas.
100
Sistema de Cd e Bi, saturado em Cd, a 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
o % ponderal de Cd
240 C.
Qualquer sistema que, a 240 oC, estiver
saturado em cádmio, situar-se-á sobre a correspondente linha de amarração, que, no caso, será a reta da
isoterma de 240 oC, ligando a solução saturada ao cádmio sólido (indicada no diagrama). Nesta temperatura
a concentração da solução saturada em cádmio é, lê-se no diagrama (ponto 5), igual a 71% em cádmio. Ora,
um sistema saturado em cádmio que, das 140 g totais, tiver 40 g de cádmio sólido, terá 100 g de solução;
100 g de solução que é 71% em cádmio, terá 71 g de cádmio e 29 g de bismuto. Daí, o sistema em questão
ser constituído de 29 g de bismuto e 111 g de cádmio, a que corresponderá, para a composição global,
79,3% de cádmio e 21,7% de bismuto, em percentagem ponderal (é o ponto 6, assinalado na isoterma de 240
o
C).
Resfriamento isobárico da solução com 100 g de cádmio e 300 g de bismuto (25% em Cd).
Sabendo a composição do sistema, logo se pode localizá-lo no diagrama construído. Ele poderá se
encontrar em um ponto qualquer da isopleta de 25% (ver no diagrama) e, a depender da temperatura, este
sistema poderá estar completamente solidificado (cádmio e bismuto sólidos), ou parcialmente solidificado e
parcialmente liqüefeito (solução saturada em bismuto), ou, ainda, totalmente liqüefeito (solução não
saturada de bismuto em cádmio).
Resfriando este sistema a partir de uma temperatura em que ele estiver todo liqüefeito (ponto 1, por
exemplo, a 300 oC, na isopleta de 25%), a seqüência de fenômenos no processo de resfriamento será a
seguinte: antes de alcançar a temperatura do ponto 2 (cerca de 195 oC) o sistema se manterá homogêneo na
forma de uma solução líquida, não saturada, de Cd e Bi; ao atingir o ponto 2 iniciar-se-á a solidificação do
sistema, pelo aparecimento das primeiras porções de bismuto sólido; a partir deste ponto, mais refriar-se o
sistema, mais produzirá bismuto sólido, até as proximidades do ponto 3; no exato ponto 3, a 140 oC, dar-se-á
também a solidificação do cádmio e o sistema tornar-se-á trifásico: bismuto sólido, cádmio sólido e solução
neles saturada (solução eutética, de concentração igual a 40%); por ser trifásico e a pressão ser constante, o
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sistema, ao atingir o ponto 3, passará a ser invariante - calor que dele se retirar, não levará a resfriá-lo, levará
a produzir mais bismuto sólido e cádmio, e a solidificação simultânea de Bi e Cd se dará em tal proporção
que não alterará a concentração da solução eutética residual; isto é, enquanto houver solução eutética, a
solidificação do sistema não o deslocará da temperatura de 140 oC e as fases em equilíbrio serão sempre as
mesmas. O que poderá mudar serão as massa das fases em equilíbrio. O sistema aí ficará invariante. Após a
solidificação da última gota de solução, a temperatura voltará a decrescer e o sistema se constituirá de duas
fases sólidas - cádmio sólido (100 g) e bismuto sólido (300 g); é o que representa o ponto 4 (a 120 oC), por
exemplo, na isopleta de 25%.
Observações:
1) Do sistema considerado (100 g de cádmio e 300 g de bismuto), quanto de bismuto, no máximo,
ficará sólido isoladamente, no processo de resfriamento isobárico? Esta quantidade poderá ser calculada
aplicando-se a regra da alavanca em temperatura muito pouco acima de 140 oC (pouco antes de iniciar a
solidificação do outro componente). Aplica-se no seguinte segmento:
bismuto-------------------sistema------------------eutético
0% 25% 40%
e a regra é a seguinte:
mBi(s)(25 - 0) = meutético(40 - 25).
Como o balanço de massa exige que:
mBi(s) + meutético = mtotal = 400 g,
vem:
meutético = 400 - mBi(s),
logo,
25mBi(s) = 15(400 - mBi(s)),
donde:
mBi(s) = 400/(1 + 25/15) = 150 g.
Assim, dos 400 g originais, podem-se obter 150 g de bismuto sólido e puro e 250 g de solução
eutética; na solução eutética permanecem as 100 g totais de cádmio e as 150 g residuais de bismuto, em
temperatura pouquíssimo maior que 140 oC.
A determinação dessa massa máxima de bismuto sólido isolado, poderia ser feita também pela
condição limite da solução saturada neste sólido, quando for iminente a solidificação simultânea do outro
metal (cádmio). Ou seja, quando já se obteve a maior quantidade possível de apenas bismuto sólido, a
solução saturada é, para todos os efeitos, a solução eutética, de composição igual a 40% de Cd e 60% de Bi;
nesta solução, nesta circunstância, estarão presentes todo o cádmio original (100 g) e msolub gramas de
bismuto ainda solubilizado. Logo,
msolub/100 = 60/40,
donde:
msolub = 100x60/40 = 150 g.
Daí, reiterar-se a conclusão de que, das 300 g iniciais, 150 g de bismuto, no máximo, solidificarão
isoladamente.
2) No processo de resfriamento analisado nota-se que a quantidade de bismuto sólido é cumulativa,
porque sua solubilidade decresce quando a temperatura diminui. De fato, próximo a 195 oC a concentração
da solução saturada em bismuto é 75% neste metal, enquanto a 140 oC a concentração de saturação cai para
60%. A solubilidade do cádmio, de resto, também é crescente com o aumento de temperatura.
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Físico-Química IV – Turma 2as, 4as e 6as – noite
Prof. Raphael Cruz – 7a Lista de Exercícios – 2/2009
Exercício 7.
Observações:
1) Sugere-se fazer a seguinte aplicação no diagrama construído: determinar o estado de um sistema
com 9 moles de fenol e 6 moles de anilina, nas temperaturas de 20 oC e de 5 oC. Eis as respostas: a 20 oC,
equilíbrio das fases AB(s) (4,25 moles) e solução a 73% de fenol (4,75 moles de fenol e 1,75 mol de
anilina); a 5 oC, equilíbrio das fases AB(s) (6 moles) e B (s) (3 moles).
2) Desde que a anilina e o fenol formam um composto, por que não desdobrar o diagrama deles e
obter dois outros: um da anilina e do composto AB e outro do composto AB e do fenol? Se o composto AB
perdurasse em fase líquida, dever-se-ia, de fato, proceder assim. Isto é, o composto só se apresenta na forma
estável AB quando sólido; sua fusão leva-o a dissociar-se em anilina líquida e fenol líquido, que se
solubilizam um no outro. Isto é: AB(s) = A(l, em solução) + B(l, em solução).
Exercício 8.
O diagrama de equilíbrio desses sistemas é o que figura a seguir, obtido da seguinte maneira: iniciou-
se a construção do diagrama pela marcação dos pontos de fusão; locaram-se o ponto de fusão do cloreto de
manganês puro (650 oC, a 0% de B), o do cloreto de potássio puro (774 oC, a 100% de B), o do composto
AB (495 oC, a 50% de B) e o do composto AB4 (445 oC, a 80% de B). A seguir traçaram-se as isotermas
sobre as quais há três fases em equilíbrio (as retas ternárias); são as seguintes: uma a 449 oC, do equilíbrio
trifásico A sólido (0% de B), AB sólido (50% de B) e solução eutética E1 (35% de B), ; outra isoterma, a
428 oC, do equilíbrio das três fases AB sólido, AB4 sólido (80% de B) e solução eutética E2 (65% de B), e a
terceira isoterma, a 445 oC, do equilíbrio trifásico de B sólido (100% de B), de AB4 sólido e do fundente de
AB4(69% de B). Por último marcaram-se as
solubilidades de cada sólido (as do sólido A, 800
T (oC)
Observações:
1) Deixa-se como sugestão acompanhar no diagrama o resfriamento isobárico da solução constituída
de 11,4 moles de KCl e 3,6 moles de MnCl2 e determinar as massas das frações sólidas. Os fenômenos mais
notáveis neste resfriamento são os seguintes:
a) a 555 oC dá-se início à cristalização de cloreto de potássio;
b) a pouco antes de 445 oC obtém-se a maior quantidade possível de KCl, puro e cristalino: 3,4
moles;
c) a 445 oC inicia-se a cristalização do composto AB, mediante a seguinte reação: Solução a 69% +
B(s) = AB(s);
d) a pouco antes de 428 oC tem-se a maior quantidade possível de AB, cristalino e puro: 2,2 moles;
e) a temperaturas menores que 428 oC haverá no sistema apenas fases sólidas: o composto AB(s) e o
composto AB(s); nestas temperaturas os 11,4 4moles iniciais de KCl e o 3,6 moles originais de MnCl2
estarão na forma de 1 mol do composto AB e 2,6 moles do composto AB4.
2) Neste último processo de cristalização observa-se que ao final, quando o sistema estiver todo
solidificado, haverá menos cloreto de potássio sólido, 2,6 moles, do que no início, quando logo após a
primeira fase de cristalização se formam 3,4 moles de KCl(s). Entende-se a razão desta regressão da
quantidade de cloreto de potássio sólido, ao longo do processo de cristalização? Ver, para entender, a
observação seguinte.
3) Deve-se notar que os dois compostos formados pelo MnCl2 e pelo KCl fundem distintamente um
do outro.
O composto AB, aquecido a 495 oC, produz um fundente que tem a mesma composição de si
próprio; assim é que 1 mol de AB (1 mol de A e 1 mol de B) se fundirá em 1 mol de MnCl2 líquido e 1 mol
de KCl líquido, que se solubilizarão um no outro. Diz-se, então, que esta é uma fusão congruente.
Já o composto AB4, quando se liqüefizer na fusão, a 445 oC, produzirá um fundente de composição
diferente da sua própria. Ou seja, vê-se no diagrama, que a composição de AB4 - 80% molar de KCl (4
moles de KCl para 1 mol de MnCl2) - é distinta da composição da fase líquida originada pela sua fusão - o
fundente tem apenas 69% de KCl. A conseqüência do fundente ser menos rico em KCl do que a fase sólida
que o origina, será que na fusão de AB4 haverá excesso de cloreto de potássio, que não se liqüefaz e é
segregado na forma sólida. Em suma, a fusão do composto AB4 pode ser representada pela reação de
decomposição:
AB4(s) = Solução a 69% + B(s)
e é denominada de fusão incongruente.
Quais serão, a propósito, as quantidades de solução e de cloreto de potássio sólido quando fundir, ou
decompuser, por exemplo, 1 mol de AB4? Neste caso estarão presentes, ao final da fusão, 1 mol de MnCl2 e
4 moles de KCl, distribuídos entre a solução a 69% e cloreto de potássio sólido. Isto é,
nsolução + nKCl(s) = 5 moles.
Ora, todo o MnCl2, presente no composto (1 mol), estará na solução; como a percentagem molar de
MnCl2 na solução é de 31%, vem:
0,31 = 1/nsolução,
donde:
nsolução = 1/0,31 = 3,23 moles,
logo,
nKCl(s) = 1,77 mol.
Portanto, a fusão de 1 mol do composto AB4 resultará em 3,23 moles de fundente a 69% (1 mol de
MnCl2 e 2,23 moles de KCl) e 1,77 mol de KCl sólido.
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Exercício 9.
T (oC)
seguintes concentrações: 1
- sistema a: 143 g de KCl e 325 g de 50
H2O; em cada 100 g de água haverá a seguinte
massa de KCl: 40 solução
g de KCl/100 g de H2O = 143x(100/325) = 44;
- sistema b: 100 g de KCl e 500 g de 30
H2O; massa de KCl em 100 g de H2O: b 3
c
g de KCl/100 g de H2O = 100x(100/500) = 20;
20
- sistema c: 60 g de KCl e 500 g de
H2O, a que corresponde a seguinte
10
concentração: solução + KCl(s)
g de KCl/100 g de H2O = 60x(100/500) = 12.
Definidas as concentrações dos sistemas 0
e conhecendo-se as correspondentes gelo + 4
solução
temperaturas, podem eles ser locados no -10 2
diagrama fornecido. São os pontos a e c, nas gelo + KCl(s)
respectivas isopletas, e o ponto b na -20
correspondente isoterma de 25 oC. 0 10 20 30 40 50 60
g de KCl/100 g de H2O
Resfriamento isobárico do sistema a:
Este sistema, a 58 oC, estará no ponto a,
da respectiva isopleta. Neste ponto ele é uma solução aquosa homogênea (não saturada) de cloreto de
potássio.
O resfriamento deste sistema o levará ao ponto 1, onde a cristalização se iniciará, pelo aparecimento
de cristais de KCl; dessa forma a saturação do sistema original se dará na temperatura do ponto 1: cerca de
54 oC; o resfriamento subsequente do sistema resultará em acumular cloreto de potássio sólido, que
isoladamente cristalizará até as proximidades do ponto 2; no exato ponto 2 (a cerca de -11 oC) ocorrerá
também e simultaneamente a cristalização da água. Desejando-se obter apenas KCl sólido, puro e cristalino,
deve-se levar o resfriamento até apenas as proximidades do ponto 2. Nessas proximidades o sistema original
estará constituído da seguinte forma: cloreto de potássio sólido e solução aquosa mele saturada, cuja
concentração é de 25 g de KCl/100 g de H2O. Como toda água (325 g) ainda se encontra em solução, tem-se
a seguinte proporção para se determinar a massa de KCl ainda solubilizada:
mKCl(solub) = 25(325/100) = 81 g.
Estarão, portanto, cristalizadas e podem ser obtidas puras,
143 - 81 = 62 g de cloreto de potássio.
Prosseguindo com o resfriamento e atingindo a temperatura do ponto 2, aproximadamente -11 oC, o
sistema adquirirá a qualidade da invariância, pelo aparecimento de uma terceira fase: gelo; neste ponto o
sistema se cristalizará isotermicamente, produzindo sempre a mesma proporção de gelo e de cloreto de
potássio sólido, até esgotar-se a solução residual (solução eutética, de concentração igual a 25 g de KCl/100
g de H2O). O sistema, ao final se solidificará por completo, com 325 de gelo e 143 g de cloreto de potássio
sólido.
Evaporação isobárica e isotérmica do sistema b:
Com 20 g de KCl por 100 g de H2O, este sistema, a 25 oC, constitui-se de uma solução aquosa de
cloreto de potássio, não saturada. A evaporação isotérmica retirará água do sistema e o levará ao ponto 3,
onde se dará a saturação da solução, pelo aparecimento dos primeiros cristais de cloreto de potássio. A
concentração desta solução recém-saturada é a do ponto 3, lida no diagrama como 36 g de KCl/100 g de
H2O. Neste ponto, em que mal iniciou-se a cristalização, pode se considerar que todo o KCl ainda se
encontra solubilizado, na iminência de cristalizar-se. Se há 36 g de KCl em cada 100 g de H2O, as 100 g de
cloreto de potássio se solubilizarão em 100x(100/36) = 278 g de água; há ainda no sistema no ponto 3, por-
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tanto, 278 g de água; das 500 g iniciais, 222 g evaporaram entre o ponto b e o ponto 3. A partir daí, mais
água que do sistema evaporar, mais cloreto de potássio cristalizará; sendo isotérmico o processo de
evaporação, a concentração da solução saturada permanecerá nas 36 g de KCl por 100 g de H2O, pois esta
solubilidade só depende da temperatura. Quando evaporarem 400 g de água, restarão 100 g de água em
solução, que solubilizarão 36 g de cloreto de potássio; das 100 g iniciais de KCl, 64 g estarão, neste ponto,
cristalizadas.
Misturação isobárica para produzir o sistema c:
Este sistema estará localizado sobre um ponto qualquer da isopleta c. Ele é o resultado de se misturar
cloreto de potássio, a 25 oC, com gelo a 0 oC. Da troca térmica entre um sólido e outro resultará a fusão de
gelo e, da água líquida produzida, resultará a dissolução de KCl. Como os processos - a fusão do gelo e a
dissolução do KCl - são ambos endotérmicos, a ocorrência deles poderá provocar a diminuição da
temperatura de todo o sistema. O sistema, portanto, se não receber calor do exterior, poderá, por si só e
espontaneamente, atingir a temperatura do ponto 4 (ou, até mesmo, outra menor). Atingido o ponto 4, a
temperatura do sistema será cerca de -5 oC e, se esta for a temperatura alcançada, o sistema se constituirá em
sua maior parte de solução aquosa de cloreto de potássio.
A depender das magnitudes dos calores da fusão do gelo e da dissolução do cloreto de potássio e da
maior ou menor adiabaticitade do sistema, se poderá, ao final, atingir temperatura ainda menor que -5 oC.
Por exemplo, se o sistema alcançar a temperatura de -8 oC, se constituirá de gelo (a parte que não fundiu) e
solução aquosa de KCl com 19 g de sal por 100 g de água. Daí, concluir-se que nesta temperatura haverá
uma solução com 60 g de KCl e 100x(60/19) = 316 g de água; o restante das 500 g iniciais de gelo (184 g)
permanecerão solidificadas.
A menor temperatura que se poderá Misturas Refrigerantes de Sal e Gelo
alcançar neste tipo de processo é a da reta ternária Sal Teutética (oC) % em peso do sal
o
(em torno de -11 C), quando, ao fim do processo NaI -31.5 39,0
de trocas térmicas, poderão ficar em equilíbrio três NaBr -28,0 40,3
fases: gelo, KCl sólido e solução aquosa de KCl. KI -23,0 52,3
Quando se objetiva obter esta menor temperatura, NaCl -21,1 21,1
deve-se misturar gelo e KCl na proporção da (NH4)2SO4 -18,3 39,8
mistura eutética: 25 g de KCl para cada 100 g de
NH4Cl -15,4 19,7
gelo, ou 1 parte de KCl para 4 partes de gelo. O
NaNO3 -15,4 44,8
sistema de gelo e KCl, nesta proporção que poderá
NH4NO3 -15,0 48,5
resultar na menor temperatura possível, é
denominada de mistura refrigerante.
Observação:
A misturação de gelo com sais é técnica muito usada na obtenção de sistemas, cuja temperatura se
deseja ser menor que 0 oC. Listam-se a seguir algumas dessas misturas:
Exercício 10.
T (oC)
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50
- resfria-se, então, o sistema até a
temperatura em que se iniciou a operação, 40
solução
provocando-se a recristalização do sal;
- separa-se o sal, obtendo-se-o puro e 30
cristalino;
- a solução residual, denominada de 20 M P
água mãe, é mais uma vez aquecida e a ela se
adiciona nova quantidade de sal impuro e 10
repete-se o ciclo. solução + KCl(s)
Reproduzindo-se o diagrama do 0
exercício anterior, nele se pode ver que, a 20 gelo +
o
C, a solução aquosa se satura com 34,2 g de solução
-10
KCl. A solução mãe, portanto, deverá ter 34,2 g
de sal impuro para cada 100 g de H2O (é o gelo + KCl(s)
Exercício 11.
Conclui-se, pois, que o sistema com 1700 g de cloreto de sódio e 1400 g de água, a 25 oC, estará
constituído de 24,1 moles (1410 g) de NaCl sólido e de solução aquosa saturada em NaCl, com 1400 g de
água e 5,0 moles (290 g) de NaCl.
Sistema 2: 230 g de NaCl e 1700 g de H2O;
nNaCl = 3,9 moles e nH2O = 94,4 moles; (%)NaCl = 4,0% e (%)H2O = 96,0%.
A isopleta s2 representa este sistema, que em temperatura maior que -15 oC constituir-se-á de uma
solução aquosa, não saturada, de NaCl. O resfriamento do sistema o levará à saturação, em temperatura
pouco menor que -15 oC. Satura-se o sistema, nesta temperatura, em gelo, que cristalizará isoladamente até
cerca de -21 oC. A quantidade máxima de gelo, puro, sai da aplicação da regra da alavanca:
gelo------------------------sistema----------eutético
0,0 4,0 5,2
ngelo(4,0 - 0,0) = neutético(5,2 - 4,0),
ngelo + neutético = 94,4 + 3,9 = 98,3 moles,
donde:
ngelo = 22,7 moles (409 g),
neutético = 75,6 moles (3,9 moles de NaCl e 71,7 moles de H2O).
A retirada dessas 409 g de gelo formado, levará o sistema a constituir-se apenas da solução eutética
(230 g de NaCl e 1291 g de H2O). O subsequente resfriamento desta solução resultará em cristalizar gelo e,
ao mesmo tempo, em formar o sal hidratado, NaCl.2H2O(s). O sistema passará a ser, então, invariante -
temperatura constante e igual a -21,1 oC, fases as mesmas e de concentração invariável. Ao final da
solidificação do sistema, em temperatura menor que -21,1 oC, estarão presentes gelo e cloreto de sódio
diidratado, nas seguintes quantidades:
ngelo + 2nhidrato = 71,7 moles,
nhidrato = 3,9 moles,
donde:
ngelo = 71,7 - 2x3,9 = 63,9 moles,
a que correspondem as seguintes massas: 370 g de hidrato e 1150 g de gelo.
Observação:
1) Como se dará a cristalização do sistema 1? Verificar se os fenômenos a ocorrer e as massas a obter
no resfriamento deste sistema são os relatados a seguir:
a) em temperatura pouco acima de 0,15 oC obtém-se a maior quantidade de sal anidro puro: 1410 g;
b) a 0,15 oC forma-se o hidrato, mediante a reação: NaCl(s) + solução a 5,2% = NaCl.2H2O(s);
c) em temperatura pouco maior que -21,1 oC tem-se a maior quantidade possível de hidrato puro:
2640 g;
d) em temperatura menor que -21,1 oC o sistema será constituído de 350 g de gelo e 2750 g de
cloreto de sódio diidratado.
Exercício 12.
p = pA + pB + pC, e sendo ideais as soluções dos três líquidos, a elas se aplicarão as respectivas expressões
da lei de Raoult,
pA = p oA xA, pB = p oB xB e pC = p oC xC,
em que p oA , p oB e p oC são as pressões de vapor das substâncias puras e xA, xB e xC são suas frações molares
na solução líquida formada. Logo,
p = p oA xA + p oB xB + p oC xC,
como
xC = 1 - xA - xB,
vem:
p = p OC + (p oA - p oC )xA + (p oB - p oC )xB,
ou, explicitando-se xA,
xA = (p - p oC )/(p oA - p oC ) - x(p oB - p OC )/(p oA - p oC ).
É esta a relação entre a fração molar do etanol (xA) e a do propanol (xB) nas soluções de etanol,
propanol e butanol, quando houver equilíbrio entre estas soluções e a fase vapor. É a equação do ponto de
bolha destes sistemas. A p constante e a T constante (T sendo constante, p oA , p oB e p oC também serão),
constata-se que esta é a equação de uma reta - xA variará linearmente com xB a p e T constantes.
Assim como se obteve relação entre as frações molares da fase líquida (xA e xB), poder-se-á obter
relação entre as frações molares da fase vapor (yA e yB). Bastará combinar-se a lei de Raoult com a lei de
Dalton,
pA = p oA xA, pA = pyA; pB = p oB xB, pB = pyB,
donde:
xA = pyA/p oA e xB = pyB/p oB ,
e substituir-se xA e xB na equação do ponto de bolha,
pyA/p oA = (p - p oC )/(p oA -p oC ) - pyB(p oB - p oC )/p oB (p oA - p oC ).
Com yA explícito, chega-se a:
yA = p oA (p - p oC )/p(p oA - p oC ) - yBp oA (p oB - p oC )/p oB (p oA - p oC ).
Esta é a equação do ponto de orvalho, dos sistemas a três componentes que formem soluções ideais.
A T e p constantes a curva dos pontos de orvalho também é uma linha reta.
A seguir usam-se as equações do ponto de bolha e do ponto de orvalho e os dados da tabela fornecida
para traçar os diagramas de equilíbrio dos sistemas constituídos de etanol, propanol e butanol, a 80 oC, a 90
o
C e a 100 oC, sempre sob pressão de 760 mm Hg.
Diagrama a 80 oC e a 760 mm Hg.
p = 760 mm Hg, p oA = 825 mm Hg, p oB = 367 mm Hg e p oC = 249 mm Hg.
Equação do ponto de bolha:
xA = (760 - 249)/(825 - 249) - xB(367 - 249)/(825 - 249),
xA = 0,89 - 0,21xB.
Equação do ponto de orvalho:
yA = 825(760 - 249)/760(825 - 249) - yB825(367 - 249)/367(825 - 249),
yA = 0,96 - 0,46yB.
Para traçar as correspondentes retas no plano xAxB (ou yAyB), determinam-se, com cada equação
anterior, as coordenadas de apenas dois pontos. Começa-se pela determinação dos pontos que definirão a
reta dos pontos de bolha. Na equação xA = 0,89 - 0,21xB, faça-se:
xB = 0
e obtenha-se:
xA = 0,89 (e xC = 0,11).
UNIVE ERSIDADE FEDE ERAL FLUMINEN NSE
Departaamento de Físico-Q
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Físico-Q
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Observaações:
1) A quuantidade dee etanol quee se deve addicionar, isoobárica (1,001 bar) e isootermicamennte (90 oC),, aos
7 moles
m de proopanol e 3 moles de butanol,
b parra que se po
ossa alcançar o ponto de bolha, poderia
p ter sido
deteerminada annaliticamentte, usando-sse a equaçãoo do ponto de bolha, desta
d temperratura e destta pressão, xA =
0,455 - 0,21xB, e a relação entre
e as fraçções molarees de propan
nol e butanool, xB/xC = 77/3, ou,
xB/(1 - xA - xB) = 7/3.
7
Os resuultados que se
s obtêm sãão:
xA = 0,336, xB = 0,,45 e nA = 5,6 moles.
Sugere--se que, poor operação análoga com a equaação do ponnto de orvaalho, yA = 0,73 - 0,446yB,
mbém se connfirme a quaantidade de etanol adiciionada até o ponto de orvalho.
tam o
2) Quaiis serão as equações
e doo ponto de bolha e do ponto de orvalho
o doss sistemas etanol-propa
e anol-
o
butaanol, a 760 mm Hg e 97,8 C? Verrificar se são as seguinttes:
xA = 0,222 - 0,22xB e yA = 0,,47 - 0,47yB.
Como ficará,
f entãoo, o respecctivo diagraama de equilíbrio? Pella determinnação das co oordenadas dos
ponntos de bolhaa e de orvallho, ver se é o que se seegue.
UNIVE ERSIDADE FEDE ERAL FLUMINEN NSE
Departaamento de Físico-Q
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Exercício 13.
Assim como, no exercício anterior, se construiu os diagramas de três componentes a partir das
pressões de vapor dos componentes puros, é possível obterem-se os mesmos diagramas ternários partindo-se
dos diagramas a dois componentes. Constróem os diagramas das três substâncias duas a duas a partir
também das pressões de vapor das substâncias puras, que constam em tabela do exercício anterior. Para
iniciar tomem-se os sistemas de apenas dois componentes. Por exemplo: etanol(A)-propanol(B), cuja
equação do ponto de bolha é a seguinte:
xA = (p - p oB )/(p oA - p oB ).
Escolhendo-se, portanto, a pressão total p e a temperatura T, é possível determinar-se a composição
da fase líquida em equilíbrio com a vapor.
Fazendo-se p igual a 760 mm Hg e iniciando-se pela temperatura de 80 oC, obtém-se:
xA = (760 - 367)/(825 - 367) = 0,86 e xB = 0,14,
e a composição da respectiva fase vapor virá de:
yA = p oA xA/p = 825x0,86/760 = 0,93 e yB = 0,07.
Com outros valores das pressões de vapor do etanol e do propanol em outras temperaturas, aplicados
às equações de xA e de yA, organizou-se a tabela de dados, a 760 mm Hg.
A partir das pressões de vapor do propanol e do butanol, foram obtidos outros dados, também a 760
mm Hg.
Por último, operando analogamente, foram obtidos os dados dos sistemas etanol-butanol, a 760 mm
Hg. Veja as tabelas de dados obtidos.
Sistemas Binários Etanol(A) - Propanol(B) Sistemas Binários Propanol(B)-Butanol(C)
T(oC) 78,4 80,0 90,0 97,8 T(oC) 97,8 100,0 105,0 108,0
Composição Composição
Fase Líquida, xA 1,00 0,86 0,30 0,00 Fase Líquida, xB 1,00 0,75 0,25 0,00
Fase Vapor, yA 1,00 0,93 0,48 0,00 Fase Vapor, yB 1,00 0,82 0,33 0,00
Com estes três conjuntos de dados foram construídos os diagramas de equilíbrio dois a dois, entre
etanol, propanol e butanol. São os que se seguem:
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Departaamento de Físico-Q
Química
as as as
Físico-Q
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110 p = 1,0
01 bar
T (oC)
105
100
o o'
95 b b'
90
85
80
75
70
etaanol(A) p
propanol(B
B) butaanol(C) e
etanol(A)
Figura nesta
n repressentação grááfica a isoteerma de 96 oC. Veja quue ela interccepta as curv
vas de pontto de
bolhha (pontos b e b') e de ponto
p de orvvalho (ponttos o e o'), dos
d sistemass etanol-proopanol e etan nol-butanoll, em
ponntos a que coorrespondem m as seguintes frações molares (lid das no diagrrama anterioor);
- ponto de orvalho o: yA = 0,122 e yB = 0,88;0
- ponto de bolha b;; xA = 0,06 e xB = 0,994;
- ponto de bolha b': xA = 0,27 e xC = 0,73;
- ponto de orvalho o': yA = 0,554 e yC = 0,46.
Estes quatro
q ponntos de miisturas bináárias podemm ser trannsferidos ppara o diaagrama de três
mponentes, pois sobre os eixos do triângullo de comp
com posição situuam-se jusstamente misturas
m de dois
com
mponentes. Veja
V a seguuir, então, o diagrama de
d equilíbrio
o de fases doos sistemas etanol-proppanol-butannol, a
96 oC e 1,01 bar:
O
Observe quee as curvass dos pontoos de
bolha e as dos ponntos de orv valho são retas,
r
pois as soluções
s de etanol, pro
opanol e buttanol
foram tiddas como sooluções ideaais.
Observaações:
1 Sugerem--se as seguin
1) ntes aplicaçções:
a A partirr dos diag
a) gramas bináários
confirmaar os diaagramas do d etanol, do
propanol e do butannol obtidos no
n exercícioo 1;
b A partirr dos diag
b) gramas bináários
traçar o diagrama ternário a 105 oC e 1,01
bar.
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