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A NATUREZA DO BEM SEGUNDO SANTO AGOSTINHO

O princípio do conceito de bondade está diretamente ligado à Deus, que segundo santo
Agostinho é o único incorruptível, dotado do bem superior e da imortalidade.

Desta forma as criações de Deus que possuem sempre natureza distinta d’Ele
espiritualmente são mutáveis e corruptíveis. E dentro das criações existem os superiores
dentre as criações que são dotados de consciência e livres para escolher.

É importante ter em mente que toda a criação de Deus é dotada de bondade desde o
princípio, tendendo ao pecado conforme os acontecimentos mundanos se dão no decorrer
da vida. O mal está ligado ao medo da morte e apego ao elemento material que gera
dúvidas sobre a real existência de Deus e sua bondade imutável.

Mas de onde vem o mal?


O que é o mal?

O mal segundo Santo Agostinho é a corrupção do modo, da beleza e da ordem natural de


criação do ser. E mesmo corrompido, um ser que foi criado por Deus de forma superior aos
demais ainda permanece com seu status de maneira a ter possibilidade da mesma forma
que se corrompe a retomar seu estado inicial de bondade através do arrependimento.

Desta forma sabemos que o espírito de intelecto e racionalidade, por mais que corrompido,
ainda é superior ao espírito irracional incorrompido.

Dentro destas escolhas, Deus garantiu ao espírito dotado de racionalidade que se mantém
próximo à Ele a não corrupção do estado. Mas os que não quiserem obedecer seus
ensinamentos acabam corrompendo-se nos pecados por livre opção e vontade.

A escolha pelo pecado é uma consciência do ser e um princípio moral.

Essa relação de liberdade e racionalidade abre caminhos para o pensamento de


superioridade da espécie humana sobre todas as demais existentes, independente da
qualidade do espírito. E isso nos ajuda a entender o porque de todos independentemente de
sermos moralmente bons ou não na sociedade em que estamos inseridos, sermos
percebidos por Deus da mesma forma, e sujeitos à enfrentar dificuldades que o mundo
coloca em nossas vidas.

Enquanto somos criaturas do mundo, exercemos superioridade apenas sobre as criaturas


inferiores espiritualmente, sendo responsáveis pelo cuidado e manutenção do equilíbrio da
Terra.

Não somos capazes de definir castigos sobre os outros e apenas Deus é detentor do
conhecimento e meios para tal julgamento. Por isso julgar uns aos outros é uma forma de
pecado.
Uma das figuras ligadas a pesagem das almas desde a Idade Média é São Miguel Arcanjo,
e está presente nos textos apócrifos de Paulo, escrito no fim do século IV, afirmando que
após a morte, as almas dos justos seriam levadas diante do trono de Deus, quando a
sentença seria pronunciada. Logo em seguida o Arcanjo Miguel, escolhido e encarregado
por Deus a conduzir as almas ao Paraíso.

Dessa forma Miguel ficou conhecido como o santo condutor das almas dos mortos e era
muito comum à devoção e o pedido para que ele tomasse conta das almas dos entes
queridos para que não fossem corrompidos pelo diabo no caminho para o Paraíso.

Como a base tradicional cristã tem toda a sua montagem voltada para a linearidade
temporal, nós acreditamos em um inicio o Gênesis e um final dos tempos o Apocalipse ou
Revelação.

Que é citada ao longo de diversas passagens do Novo Testamento:

Mt 16, 27

“Pois o filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá
a cada um de acordo com o seu comportamento “.

Essa passagem indica não só que à salvação é individual como abre caminho para um
conceito muito importante para nós católicos que é o da separação da alma e do corpo na
hora da morte o julgamento de acordo com a vida na Terra e a ida para uma instância do
Céu onde à alma ficará até o Julgamento Final, quando enfim reunida ao corpo ressuscitado
mais uma vez terá o local eterno definido pelo Cristo.

Por que o Cristo é o único capaz de julgar as almas?

Porque ao contrário do homem criado do nada, Jesus se fez homem e viveu entre à
humanidade para ser sacrificado e nos livrar dos pecados. Então quando eu disse que nós
não somos capazes de julgar uns aos outros é com o saber de que o único capaz de fazer
isso segundo as Sagradas Escrituras é Jesus.

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