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Be MICHAEL W. APPLE Psat educacao pode mudar a sociedade? Dados Internacional de Catalogagio na Publicasio (CIP) (Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Apple, Michal W. ‘edicagio pode madara sociedae?/ Michael W. Apple radugo de Lita Loman tradagio de Lila Loman, - Petdpoi, RJ: Vous, 2017 ‘redo “hla original: Can Education Change Society? ISHN 97885:526:5316-1 | Educagio~ Aspectos soins 2, Sociologia educalonal I Tilo teoms ——cDD-3064s3 y EDITORA Indice para clogo stem aes 1Soclope edna 30643 Petropolis das mulheres para controlar seus proprios corpos, suas ages raciais na truth in sentencing? e na legislagio anti-imigrante, suas tentativas de limitar 0s direitos a0 voto de pessoas nio ‘brancas, estudantes, pobres e idosos e sua arrogincia geral ~ tudo isso fez com que eu € tantas outras pessoas nos lembris- semos de que é preciso estar vigilantes sobre o que a dircita é capar de fazer. Para todas as pessoas de Wisconsin ¢ de outros ‘estados e nagdes que se recusam ativamente a permitir que {ssa continue, ofereco meu mais profundo agradecimento. Este livro ¢ dedicado a Alexander Seth Apple e Alyssa Lee Cotton, meus netos. Alex jé demonstrou a coragem ne cessiria para se levantar, por aquilo que acredita, em escolas ‘¢ em outros lugares, mesmo quando fazer isso pode tornar a ‘vida mais dificil para ele. Como uma jovem que nao ¢ branca, “Alyssa superou muitos obsticulos nas escolas ¢ em sua vida didria, enquanto tenta tenazmente construir um futuro me- hor para si [Tat in sertnang poleas qu coma jee aboli a prio condico- Talude forma que or erminans cumpram mengramente a pena [NT Wee 1 A educacio pode mudar a sociedade? Primeiras ideias Com frequéncia, 0 discurso de crise ¢ excessivamente tusado em livros que abordam assuntos de vital importincia para a questio piblica, Mas esta € uma época em que esse tipo de discurso parece no causar grande impacto. Em nosso iieio estio sempre mais visves realidades como desempre ‘0, aumento de desigualdade econémica, iadimpléncia, di minuigio dos financiamentos nos programas para os pobres, Sem eto contra a fome; perda de pensbes ¢ de tratamento ‘médico, ressurgimento do racismo, do sentimento ant-imi: sgrante, da voléncia ete. Nas escolasagravam-sedifeengas de ddesempenho, ha “engessamento’, ataques a conteidos mult culfurais criticos,cortes nos orgamentos, total dsrespeito as poltcas com os profesoresealista podeiase estender ale horizonte, Tudo isso é dolorosamente evidente. Para aqueles profundamente comprometidos com uma educacio digna do ‘ome, a crise é palpivel. Ela nos forga a questionar sea ed cacio tem um papel substancal a exercer no desafio a essa situagio ena construgdo de uma sociedade que efit valores ‘menos egoistas, mais socials e emancipatérios. Olivo qe vo cis esti prestesaler quer levar essa questoes a séro. ‘A educagdo pode mudar a sciedade?é, de certa forma tumlivo diferente ds outros qu esrev. Eu no quis labo ‘uma obra predominantemente te6rica. Afinal, durante muito tempo analisei em varios livros e artigos se a educacao tem. algum poder independente ou se ela ¢ totalmente determina- dda por relagdes culturais¢ econdmicas dominantes (ef. p. eX, APPLE, 1982, 1986, 1996, 2002, 2004, 2010, 2012). Jd respon 4d parcialmente a essa questio mostrando mais detalhada ‘mente como os movimentos de dieita utilizaram a educagio ‘como parte de uma reconstrucio radical das prioridades da sociedade (APPLE, 2006). Também ha um trabalho teérico, sério no qual esta obra se basela, especialmente no final deste capitulo introdutério e no capitulo 2. (Tenha paciéncia, Esse trabalho é uma base importante para os demais capitulos do volume.) Seu objetivo ndo é justficar um novo argument «que tudo abarca nem tampouco responder defintivamente & ppergunta se a educagio pode mudar a sociedade, De fato - {sso se tornou claro para mim enquanto escrevia esta obra -, no hi uma resposta absoluta, a do ser algo como: “Depen- de dos muitos, grandes e continuos esforsos feitos por muitas pessoas’ Isso pode ser frustrante para voces e certamente 0 & para mim. Mas ¢ honesto. Este & um livro de reflexdes criticas € de exemplos. Os primeiros capitulosincluem reflexdes sobre o trabalho de pes s0as que procuraram responder ao questionamento principal desta obra. Neles recorro a intelectuais, mostrando como seu trabalho pode influenciar 0 educador critico, Um segundo grupo de capitulos mostra dois exemplos bem-sucedidas de usar a educagio em movimentos de transformagio social ‘Um desses exemplos & profundamente progressista, tanto 1nos objetivos quanto no processo. O outro mostra o oposto, isto é, ndo ¢ progresssta nem em seus objetivos nem em sett processo, Mas nao deixa de ser um lembrete poderoso Aqueles ‘que desejam saber se a educagto pode mudar a sociedade, Ele ‘conduziu a sociedade em diregoes especficas, com principios € prticas que talver no agradem a muitos leitores deste livro See © primeiro exemplo detalha o que aconteceu em um ugar que tem muito a ensinar aos que desejam democrati- tara sociedad e suas principais instituigbes, com reformas dduradouras: Porto Alegre. © segundo exemplo nos leva a0s Estados Unidos. L4, uma enorme corporacio multinacional (Wal-Mar} aliou-se a poderosos movimentos conservadores: econdmicos,culturais religiosose politicos. Ela mostrou, com € tempo. o quanto efica uma estratégiaedhicacional pode ser ao impelire leitimar uma concepgio de democracia muito diferente e muito limitada. Isso esté do lado oposto dos suces 50s comprovadamente democriticos de Porto Alegre. Minhas reflexdes incluem intelectuais de dentro e de fora dos Estados Unidos (George S. Counts, WEB. Du Bois € Garter G. Woodson, no primeiro caso, ¢ Paulo Frere, no se ‘gundo), e meus exemplos so tirados do Brasil e dos Estados Unidos. Portanto, nio posso discorrer sobre todas as nagies em suas diferentes épocas. Cabe ao leitor fazer o que ee sem: re faz: perguntar seas reflexdes, os exemplos os argumen- tos que ofereco aqui cabem em sua realidade e sociedade. O Contexto conta, e ainda mais quando pensamos crticamente sobre a educacio. Coneluind esta segio, digo que este livro é mais pessoal do que 0s outros que escrevi,e 0 € de muitas formas. Esti bascado em minha tentativa de responder a uma questio real- ‘mente dificil -etalvez em minha frustragio de nio ser capaz de fazé-o de manecira simples - se a educacio pode mudar a Sociedade. Ele também é pessoal no sentido de que detalha € analisa pessoas e exemplos que considero particularmente importantes tanto para fazer a pergunta quanto para respon: dé-la de maneira condizente, Também esta contextualizado fm uma jornada pessoal, em especial no terreno conceitual € politico, que envolve minha busca por um entendimento mais inclusivo de questBes importantes nas Iutas continuas pela justica social e por uma sociedade mais responsivel e respetadora, Parte dessa jornada se evidencia neste capitu lo introdutério. Finalmente, & pessoal porque um dos capi- tulos fina inclui 0 relato de minhas ages pablicas que me deixaram em “embarago™, mas que contribuiram para 0 meu amadurecimento, como também para o amadurecimento das instituigdes e dos estudantes com quem trabalho. ‘Tendo dito isto, vamos comegae! ‘Voltando para casa Escrevo este texto a0 retornar de Wisconsin da Argen- tina, onde tive discusses imensamente produtivas e dei pa- lestras a simpatizantes de transformagbes sociais criticas © a ativistas do sindicato dos professores. De certa forma, essas cexperiéncias foram como se eu vivesse em outro mundo, Sute- ba outros sindicatos educacionais tém afiliagdes claras com iniciativas de trabalho maiores. Eles haviam acabado de con: seguir ganhos merecidos do governo federal. O entusiasmo ‘comprometimento pelos direitos dos professorese de outros ceducadores em todos os niveis do sistema educacional eram visivels e bastante significativos. Professores e trabalhadores, em sua totalidade, tinham vor na politica educacional. Os de- sempregados estavam se organizando ¢ programas sociais ¢ educacionais os tratavam com o respeito que mereciam. Os apoios educacionais, financeiros e ideol6gicos eram vistos como parte central na transformagio cultural e social con. tinua, sendo que o percentual do PIB destinado & educacio era muito maior do que 0 praticado em nagoes supostamente “mais avangadas’, como os Estados Unidos. ‘io quero tornar romantica a situacio econdmica e po: litica na Argentina. Ha grandes conflites sobre seus meios e fins e sérias diferengas ideolégicas que frequentemente ma: peiam a divisio entre a esquerda e a direita. Ha também ata- ues neoliberais e neoconservadores contra escolas, curricu- los, professores, sindicatos e as politicas do governo, Embora vvirias dessas politicas no caminhem na direcio progressista, Ahees ‘amaioria delas segue o caminho inverso. Child Left Behind e Race to the Top sio exemplos marcantes do que ests aconte- ‘endo li, gracas 20s céus. Fi estimulantee revigorante Quando comparados a0s ataques conservadores~ com- binados, bem-orquestrados e bem-financiados contra profes- sores efuncionérios piblicos, sindicatos, escolas ete. - contra © diteto coletivo conseguido arduamente pela maioria das pessoas em Wisconsin e no resto dos Estados Unidos, 0 dis- curso prevalente eas politicas na Argentina me faziam pensar sobre o quanto haviamos movido em diregio&direitano pais ‘onde moro. Nele, o acordo coletivo foi enfraquecido; a edu- ‘ago passou a ser vista como fbrica de resultados de testes com trabalhadores déces; professors e funcionrios publi 9s, em sua maiora, so tratados como se nio fossem dignos de respeito: asssténcia médica acessivel e pensées esti sob ameaca; mulheres perdendo 0 controle de seus corpos; pro- tegées ambienaisestio sendo retiradas:desigualdades eco ‘némicas alangaram os mais altos indices de décadas; 0 per czntual de encarceramento de pessoas nio brancas tornou-se aviltante. Tudo isso associado a uma politica de combate 20 oto de pobres,idosos, pessoas nio brancas, ou sea, de pes soas eixadas para tris em uma sociedade que parece ter pe: ido seu camino ético. Por que em nossa nagio, ¢ em muitas outras, a edu cagio pilblica e subsidiada, com as pessoas que trabalham rela, € demonizada? Por que culpé-la pela crise econémica € politica que nao foi gerada por elat Por que focalizar nas «scolase nos funcionérios piblicos o desequlibro finance. +, quando as elites econdmicas parecem escaparilesas? Por aque ataci-los ferozmente ao invés de questionar o motivo Por que outros trabalhadores estio perdendo as pensdes ¢ Aassistencia médica que merecem? Estas sio perguntas es Pinhosas que tentei expicar em outro trabalho (APP! 2006). Mas uma coisa se torna cada vez mais evidente: in justamente as escolas sio vistas como a causa-chave dos € isso pela estranha combinacao de privatizaclo, compet ‘io e maior controle central. "Boas escolas” seriam aquelas, © somente aquelas, que aderissem a interesses corporativos ‘¢a uma imagem corporativa. "Mas escolas” sio as restantes. E, além disso, as pessoas que nelas trabalham precisariam, de uma boa dose de competicéo e controle acirrado, Con- sequentemente, isso levaria & perda de comprometimento ¢ 8 irresponsabilidade coletiva. Nesse tipo de pensamento, a educagao, enquanto proceso coletivo, étratada como inimi- ‘82, como fonte de poluicio que ameaca as solugies de mer- ‘ado e 0 individualismo possessivo, Porém, diante dessa série de ataques, muitos de nés po- dem ser testemunha de narrativas alternativas, da certeza de ‘que uma educacdo que nio é meramente ideal corporativo & {que nio é transformada em negécio pode fazer a diferenga na Vida das pessoas. seguir mostro.o comovente econhecimento de um povo em relacdo ao lugar crucial que as escolas tem em 'manter vivos as esperangas e os sonhos que nutrem as pessoas. ‘Também comparo essa narrativa a outro exemplo, no qual as «escolas sfo usadas para a transformacdo social, porém gerando batendo a tradicional imposigao de conteiidoe apicando uma abordagem mais freireana de ser rigoroso com 0 processo\ construgio de conhecimento, hi o perigo de recriar uma tuagéo em que, nos termos de Freie, estudantes pobres “segregados em sua linguagem’ Freire continua: ‘Ao romantizar em excesso a linguagem dos tudantes de forma que os desencorsje aad discursos miltpls,inciuindoo discurso da sociedade dominante em que ees vivem, profesorescorrem orsco de acabarem presos uma pedagogia de “bem-estar” que passa sendo progresista. Se les fizerem isso, op sores no estio se engajando com seus est fem um processo mituo de libertago (i 1997a, p 305-306). Esse perigo € exatamente o que a Administragdo Jar e a Smed lutaram expressamente contra, com suas cas curriculares.Entretanto, a administracdo educacional que substituiu a Administragéo Popular comegou um de tentativa de estabelecer centralmente um curriculo ‘mo para cada ciclo de um ano. Isso obviamente fica em ‘oposigio a0 curriculo localizado da Administracio ‘Observando de perto 0s desenvolvimentos em torno dessa posta de mudanga seré crucial, para entender a diresi0, ritérios a administragdo atual tomaré para as escolas.T serio cruciais as reagbes a essa proposta das proprias escola dos educadores, comunidades eestudantes que foram t rads por politicase prticas mais crticamente democriticas, institucionalizadas pela Administragio Popular. (Os problemas mencionados acima nio slo pequenos ‘obsticulos. Seré claramente importante continuar acompa- inhando essas escolas para ver 0 que acontece com esses € ot {ros problemas de continuidade na experiencia de Porto Ale- ire, A questo entao é dupla: temos de perguntar nao apenas: "A educasio pode mudar a sociedade?, mas também precisa- ‘mos perguntar: "Essas mudangas podem perdurar?” Algumas ligdes de Porto Alegre? Em 1° de janeiro de 2005, uma nova coligagdo assu- ‘miu o poder, terminando 0 mandato de dezesseis anos do Partido dos Trabalhadores e da Administracao Popular na Prefeitura de Porto Alegre. Durante a campanha era impos- sivel nio notar que o candidato que logo seria vitorioso, José Fogaca, dizia constantemente que “manteria o que era bom ‘e mudaria 0 que nio era’, Fle prometeu que no tocaria no ‘Orcamento Participativo que ele rotulou como “uma con- ‘quista para a cidade’, ‘Durante a campanha houve ataques sobre o modo como as escolas municipas organizavam as horas para o aprendiado, ‘A oposigio do PT alegava que a educacio em Porto Alegre nio «ratio forte quanto era no passado, por causa da politica de nio reprovacio das escola. Em sua plataforma educacional, Fogaga incluiu a idea de “revisara politica de cclos escolar” Entretan to, logo apés a eleicfo, uma pesquisa foi feta com os professores de escolas municipais e a grande maioria disse que queria que ‘os cicls ficassem, Em entrevistas feitas por um de nés com pro~ fessores que trabalhavam na Secretaria de Educagio na época, 0 sgrande apoio aos ciclos foi uma surpresa para a nova administra- ‘ioe eles decidiram manter a politica dos ciclos. ‘A nova administracio assumiu uma abordagem distante, deixando as escolas abertas para decidir sua organizagio cur- aes ticular, Ela io impos, como as administragées do PT! feito, 08 Conplexos Tematicos ou a pesquisa nas com des como peyas centrais da elaboracio do curriculo, Essa ‘uma estratégia para destruira politica do PT sem confront abertamente pois muitos professoes se identificavam com: Administrasio Popular. Ao ndo transmitir nenhuma pol clara para as scolas, a atual administragéo acabaria esvaziane do apropos anterior de significado. De fto, a grande malo. tia de escola comegou a organizar 0 curiculo sem a0 Complexo Temtico. Entretat,¢ isso € muito significative para ambas _questdes queacabamos de nota, esse mesmo grupo de e ‘ido voltou para a tradigio centrada no conteido prevale antes dos governos do PT estarem no poder. Muitas ‘vem usando “temas geativos reireanos (FREIRE, 1993), Quis aranente pelos anos por meio de proton HERNANDEZ & VENTURA, 1998). Isso mais uma vez rae tifca o poder continuado das inluéncias de Freire indicaday no capitulo 2,Pode-se, ¢ claro, dizer que os projetos envolvene do tas temas gerativos no eram os mesmos do Complex ‘Temtico,tido como prioridade pela Administracio Popular Para esta, 0 Complexo era 0 modo ideal de lidar com as fi culdades de etura da palavra e do mundo simultaneamente Mas outro modo de ver isso € que as escolas de Porto Alegre aprenderam a ligdo sobre a necessidade de construit 0 eure riculo local ¢ democraticamente de um modo profundo, Se por um lado clas nao estio necessariamente repetindo e/ou teinventando 0 que a Administragio Popular concebeu, por ‘outro elas esto claramente mantendo os principio intactos, Esta é apenas uma indicagio que, apesar da oposigio de srupos de escolase professores durante 0 mandato da Admi- ristracio Popular, apés o fim do governo do PT, a maioria das ‘excolas manleye a estrutura bisica da proposta. Professores dizem abertamente em entrevstas que eles sentem falta de ter uma administracio com uma visio clara para. educacio, Mee mesmo no concordando com todos os principio que eram colocados “Talver uma das ligdes mais importantes de Porto Alegre {que o Estado era absoltamentenecesrio para instituco- nuliar as mudangas eproteger as escolas dos interesses neo- iberisinternacionais nacionais. Mas esalicio nao poderia cist sem outra. A tranformagio real vem quando o Estado tio & mai @origem das tanaformagdes. Quando os profes sores nas escolascomegam a viver a premissa da democraci, «qando cles constroem o currculo com os estudantes ¢co- runidades, aquela transformacio real eduradoura ocorre (et tb, APPLE & BEANE, 2007). ‘No Documentirio Zifek, durante uma palestra na Ar. etna, lav 2tek diz o seguinte sobre utopia: ‘A verdadeirastpia emerge quando nio hé mo dos de resolver stuacio dentro das oordenadas ‘do pose «pelo pro instnto de sbreivenia voce tem de inventar um novo espago. opin io € uma imaginagiolivesa utopia um assent damals intima gel; voc forgo aimaginar ura coi coon sald, Esta concepgao de utopia parece se aplicar perfeitamente so caso de Porto Alegre e suas trnsformacbes sociais eedu- Cacionais. De lutas reais em tempos autoritros, da impos- sibilidade de consrur relacBes socilmentejustas na cidade dentro de padrdesprevalntes da relagio do Estado/comu dade da estruura institucional dominante, a Administragio Popular fo foreada a imaginar ea agir em termos utpicos les tiveram de fazer ~ eentdoagir~ algumas das pergun tas mais crcias ue podem ser levantadas em uma época de interesses neoiberise neoconservadores: Ese a democracia fosse realmente implementada?E se os cidadios mais pobres da cidade pudessem decidir onde odinheio pblico seria in ‘vestido?E seas reas mals pobresrecebessem escolas total: ‘mente novas¢ os professors mais bem pagos do Estado? Ee « nogio pedagégica de que todos podem aprender na fosse implementada? E se o que conta como cons fosse revstado criticamente ea organizagio escolar fosse

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