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- O desmebramento da conjun��o org�nica que assegurava o la�o entre pol�tico e

religioso tomou duas vias: a da revolu��o do direito e o da orienta��o da atividade


coletiva no tempo
- A exterioridade sobrenatural, no quadro das sociedades religiosas, se combina
necessariamente com a anterioridade temporal. A estrutura��o heter�noma n�o se
limita jamais � depend�ncia de uma lei divina no presente; ela est� associada
essencialmente � sujei��o a uma tradi��o na qual essa subordina��o ao mais alto
estava sedimentada. Em outras palavras, a passagem a uma organiza��o aut�noma
implica a emancipa��o perante os modelos do passado e uma proje��o no futuro que
libera a inven��o do eu. A autonomia n�o consistir� simplesmente em se outorgar sua
pr�pria lei e se governar; ela consiste mais fundamentalmente em se construir a si
pr�prio, em se constituir concretamente na dura��o. Tal � a grande mudan�a da
condi��o humana no eixo temporal entre 1750 e 1850, da percep��o do progresso �
libera��o das energias do trabalho da t�cnica e da ind�stria. Ela ergue a
historicidade em dimens�o central da experi�ncia coletiva. A mudan�a realizada
reside na autoprodu��o deliberada, uma autoprodu��o que passa notavelmente, e isso
n�o � o menor de seus problemas, pela produ��o material. (p.12)

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