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INDICE DAS MATERIAS CAPITULO 1 NOGOES PRELIMINARES 1 — Detinigdes genéricas ‘Agos e ferros fundidos. Ferro pudiado. Ferro de pacote. Ferro es ponja. Ferro eletrolitico. Ferro-igas \\2—omensto dos prous sderirins Sao tance tose ero pila, Psto ds pate Feo Ccpona Fre elite. erolos xs — Referéncias sumérias sébre a distingio désses produtos quanto as suas Propane mehr ¢ mane alc 4f 4 — ecto sada de alguns foes © proctnos nado em dra i Alto forno. Forno Siemens-Martin, Conversor Bessemer. Forno elé- tren Cai 5 — Verificagses elementares ‘Aspecto da superficie, Aspecto da fratura, Ago da fima, Centelhas ‘a0 esmeril, Atragio pelo imé. Acio do martelo, Sonoridade. 6 — Controle ensalo dos produtos siderirgicos Ensaios mecinicus. Andlise quimica, Exame metolografico. 7 — Aplicabitidade da macrografia aos diversos produtos sidertirgicos 8 — Alguinas heterogeneldades dos ages (as que ocorrem na solidificagio) “Vario” (“chupagem"). Segregagio. Estrutura dencritica, Bélbas. Trincas. Gotas fas. Nota importente CAPITULO 11 MACROGRAFIA 1 — Detinigoes 2.— Adverténclas oportunas 3 — Prepare de corpos de prova Escolha e localizagio da secgio a ser estudada. Realizagio de uma superficie plana e polida no lugar escolhido. Ataque dessa super ficie por um reagente quimico adequado. Método de Baumann, Precaugdes. xu INDICE DAS MATERIAS 4 — Exame e interpretagio do resultado do ataque Aiguns exemplos de interpreta¢io macrogrética, 5 — Obiensao de documentos que reproduzam € conservem 0 aspecto obtide, Téenlea fotogratica 6 — Escopo dos exames macrograticos 7 — Algumas conslderagSes sObre © comportamento de um metal Macrografias (exemplos) Impressées de Baumann (exemplos) CAPETULO II MICROGRAFIA 1 — Definigoes 2— Alotropia do ferro 3 — Dingrama de equllfbrio das llgas ferrocarbono Descrigéo do que ocorre na zona critica durante o esfriamento. Algumas influéneias do teor de carbono nos agos esfriados len- tamente. — Técnica mlcrografica . Escolha e localizagdo da secgio a ser estudada. Realizagio de uma superficie plana © polida no lugar escolhido. Exame ao micros. cépio para a observagdo das ocorréncias visivels sem ataque. Atague da superlicie por um reagente quimico adequado. Exame ‘20 microscépio para a observacao da textura, Obtengao de documen- tos que reproduzam e conservem o aspecto observado (fotografia). — Constituintes dos agos carbone esfrlados lentamente Ferrita, Cementita, Perlita, Austenita, — Avaliagio do tedr de-carbono pela micrografia — Impurezas nos agos Fosforo, Enxofte, silico. "Manganés, Aluminio: Classificagao das in- clusées. Concentragdes locais de certos elementos. 56 0 o m INDICE DAS MATERIAS 8 — Texturas com denominagses partteulares Textura “Bruta de fusio”, Textura com “Ghost Lines”. Textura ali hada, Textura eneruada, Textura acicular ou de Widmanstitten, Descarbonetagao superticial. 9 — Agos extradoces 10 — Recapitulagdo © consideragées finais Aplicagées dos agos comuns, Classiticagtio dos ages pelo teor de tcarbono. Varingio das propricdades com 0 cor de carbono. 11 —Interpretagio micrografica que 0 estudo déste capitulo permite (Agos comuns esfriados lentamente) 198 Antes do ataque. Depols do ataque. CAPITULO IV TRATAMENTOS TERMICOS DOS AGOS COMUNS 1 — Noses preliminares Creseimento dos graos. Superaquecimento. Queima. Rectistalizacio dos grdos deformadas a quente. Deformagao a frio. Eneruamento, Recristalizacdo da ferrita. Transformagdes estruturais na_recris: talizagdo © no crescimento dos grdos, Pormenores sobre a ona critica. 2 — Nogoes elementares sdbre tratamentos térmicos = Recozimento a eae Normalizagéo. Alguns dos inimeros casos em que 0 recorimento se impae, Imperfeighes € descuidos. — Tempera Saad Diagramas de transformagio isolérmica. Formagao da martensita. Diagramas de transformacio em’ esfriamento continuo. Influén- cia do tamanho de gréo austenitico nas curvas TTT. Influéncia da falta de homogeneidace da austentia. Influéncia da composigio quimica. § — Definigdo dos tratamentos térmicos que envolvem contrdle de esfria ‘mento 7 ca 7 237 6 — Profundldade de endureclmento pela tempera 20 Ensaios de iemperabilidade. Cuidados a observar na_témpera. ‘Aquecimento, Esfriamento (Témpera). 7 — Constituintes dos agos temperados INDICE DAS MATERIAS § — Tempera de dentro da zona critica per 9 — Revenido Cores de revenide, 10 — Constituintes dos agos temperados ¢ revenidos 11 — Transformasées estruturals no revenide 12 — Coalescimento 13 — Acos répidos Tratamentos para endurecimento superficial Revestimentos superficials. Soldas. Caldeamentos Plrometria Algumas causas de érros que independem dos aparelhos. ‘CAPITULO V FERROS FUNDIDOS COMUNS 1 = Introdugao 0 carbono nos ferros fundidos. 2 — Ferros fundldos brancos ¢ ferros fundides clnzentos Composigao quimica. Velocidade de esfriamento. 3 — Ferro fundido mesclado 4 — Ferro fundido coqulthado 5 — Diagrama de equllfbrio. Constituleéo dos ferros fundidos brancos Diagrama de equilibrio metaesfivel. Ferros fundidos hipoeuté ticos, Ferres fundidos hipereutéticos. Ferros fundidos eutéticos. Constitulgéo dos ferros fundldos cinzentos Alguns aspectos com que.a graflta se apresenta Microestruturas dos ferros fundldos cinzentos Eutéticos. INDICE DAS MATERIAS. —Tratamentos térmicos dos ferros fundidos ““Bnvelhecimento artificial", Recozimento. Témpera. 10 — Outros melos para se obter ferros fundidos methores Superaquecimento e inoculagio, Ferro fundido acicular. Ferros fundidos especiats. 11 — Inchamento ou ereselmento de ferro fundldo. Varlacdes estruturais 12 — Ferro fundido malevel ou maleabitidade Processos de maleabilizacio, Ferro fundido maledvel de niicleo preto, Resistencia a tracao ¢ dureza. Maledvel de cubild, Encurta- mento do cielo de maleabilizagao. Tratamento térmico. Ferro fun- ido maledvel de nacleo branco. Resisténcia & tragio e dureza, Ferro fundido nodular Agos grafiticos indice alfabético ( Deca CAPITULO I NOGOES PRELIMINARES O ferro existe na natureza geralmente sob a forma de dxidos, nos minérios de ferro, dos quais é extraido quasi sempre por meio de um forte aquecimento em presenga de coque ou carvéo de madeira, em fomos adequados, nos quais 0 éxido & reduzido e o ferro resultante Uigado ao carbono. Forma-se assim uma liga de ferro e carbono que, depols de refinada, constitue a matéria prima para o fabrico da grande maiorla das pecas metélicas atualmente empregadas, mercé suas in- teressantes propriedades mecanicas e seu custo relativamente baixo. 1 — DEFINIGOES GENERICAS Os produtos siderirgicos comuns so ligas ferro-carbono com teér de cartono compreendido entre 0 ¢ 67% (industriaimente entre 0645 %). Os mais importantes so os acos e os ferros fundidos, havendo ainda outras classes de produtos, de emprégo mais reduzido, que sio 0 ferro pudlado, 0 “ferro de pacote”, 0 ferro esponja € o ferro eletrolitico. a — Acos e ferros fundidos Estes produtos sio obtidos por via liquida, isto é, so elaborados no estado de fusdo. Séo chamados a¢os, quando contém de 0 a 2% de bono, ¢ ferros fimdidos, quando o tedr dasse elemento esta entre 2% 6 6.7% Habitualmente ésses dois materiais contém ainda outros elementos como manganés, silicio, fésforo e enxéfre, em percentagens quase sempre pequenas e que So considerados impurezas normais Os agos acima referidos, sio conhecidos no coméreio por agos a0 carbono, comuns, ordindrios ou sem liga, sendo 4s vézes designados pelos fabricantes por letras e ntimeros, de acdrdo com seu tedr de car- bono. Em literatura técnica usa-se também a expresséo: agos bindrios (ferro e carbono). Acos especiais ou melhor, acos-liga e ferros fundidos especiats so aqueles que contém outros metais ou metaldides, que Ihes foram adi- 1) esas impureras, unas ai se enconram potgue ate. puderam set completamente timinadas (tésor, Ente. Rigi: matin ore wa "aamlsds aati e wae camara oe Poe ose proenca ‘otters at" ventagenulras Sinus forge’ foam acinus prosetamnese Vipenian Slicer tomino) ‘ara seein ou newer Sern Aconemenie meses Bee ores 2 DEFINICOES GENERICAS cionados intencionalmente, com 0 fim de comunicar-lhes certas pro- prigdades que 0s produtos comuns nfo possuem "). Bstes agos podem Ser designados pelo nome do elemento de liga que contém: ago niguel, ago manganes, ago cromo-niquel-moblibdeno, ete.;.ou"entéo por niime- tos, seja indicando o tedr de alguns désses elementos, como a classifi- cacéo americana SAE, apresentada na pégina 241, seja indicando os Glementos de liga principals: ago 18-8 (18% de cromo, 8% de nigquel) ago 18-4-1 (18% de tungsténio, 4% de cromo, 1% de vanadio). Outres vézes, ainda, por letras ou por nomes proprios, atriouidos pelo inven- tor ou fabricante do produto. Z ‘Em literatura técnica também se empregam as expressdes: aos terndrios, quando contém, além do ferro e do carbono, um elemento especial, ‘como, por exemplo, 0 cromo; quaterndrios, quando contém Gols, cromo e nfquel, por exemplo, e complezos, quando encerram mais de dois. Os ferros fundidos especiais designam-se pelo nome do elemento de liga que contém (ferro fundido ao nfquel, ferro fundido 2o silicio, etc.) ou entdo, sic conhecidos por nomes proprios, como 0 sio certos agos. b — Ferro pudlado ‘Aos produtos siderirgicos de baixo tedr de carbono (até 0.2%) obtidos no estado pastoso e contendo numerosas particulas de escéria, fem virtude do seu processo particular de fabricagéo (pudiagem), & dada a denominagao de ferro pudlado ou ferro de lupa, © ro de pacote E’ um produto de qualidade inferior, fabricado geralmente com pedagos de ferro pudlado e de aco com pouco carbono, aglomerados quente. d — Ferro esponja © ferro esponja resulta da reduedo de minérios de ferro, em geral por meio de CO, @ quente, em forno especial, sem haver fusio. A Esponja. de ferro obtida serve apenas como matéria prima para 0 fabrico de acos. e — Ferro oletrolitico E’ ferro bastante puro obtido por deposicao catédiea do ferro existente em certos eletrélitos. (ay A persnngns do semanto wipe mecedry pre gue um ap sl, gomtrae, om, ania, Ye ence eae Siena ce Wie, ae manganés ho, € soicente para frat un. agp SEER APE Fatkdis"Gu Ge mvgsono he_o tatante pera aut fle sin conser 2 ere Be dares hs oe a Pei tie eet fut Contam ‘Sendo ‘esnsdrader” na caegora, de error fandides comuns OBTENCAO DOS PRODUTOS SIDERURGICOS — Ferro-tigas Ferro-ligas ¢ 0 nome genérico dado as ligas de ferro com outros metais ou metaldides (com excecéo do carbono), em teores mais ou menos elevados. Destinam-se a servir de adigdo nos diversos processos sideriirgicos, 2 — OBTENGAO DOS PRODUTOS SIDERURGICOS 0 — Gusa ¢ ferro fundido Num alto-forno so postos, em proporeSes adequadas, minério, coque (ou carvéo de madeira) e fundente, A queima do coque ou do carvao, ativada pela insuflacdo de ar, fornece calor e dxido de cerbono necessirios & redueso do minétio: uin excesso de carbono ineumbe-se de carbonetar o ferro resultante, que, no estado de fusio, goteja no cadinho que constitue a parte inferior do alto-forno. O fundente torna mais fusivels os residuos da reac&o, e com éstes forma a escéria, a qual, sendo mais leve do que o ferro, sobrenada no cadinho. O funcionamen- to do alto-forno é continuo durante méses ou mesmo anos ¢ o ferro a esedria so retirados, no estado liquido, diversas vézes em cada 24 horas. Essa operacdo consta em desobstruir um orificio apropriado a certa altura do cadinho por onde sai a escéria e em seguida abre-se 0 orificio proximo ao fundo do cadinho por onde escorre o ferro. Este, enquanto ainda estd liquido é: 1) escoado ern canaletas com forma conveniente, escavadas na areia, sobre 0 chio e ai se solidifica, ou € vertido em formas dispostas sdbre um tapete rolante, nas quais se esfria até se tornar sélido. Obtem-se assim um produto de primeira fusdo chamado ferro fundido bruto ou gusa, com 3,5 a 45 % de catbono, vendido em blocos como matérla prima para ulteriores transformacées. ste material refundido num forno como o cubilé, junto com sucatas de ferro fundido e de aco © adigées, dé origem ao ferro fundido de segunda fuséo (com 2,5 a 3,9 {& de C). E” com éste produto que se fazem, ou melhor, se fundem aS pecas geralmente chamadas de ferro fundido. Raramente se utiliza © gusa, tal como sai do alto-forno, para fundir pecas. 2)" transportado em grandes baldes apropriados ou em vagdes- -tanques especiais (homogeneizadores), para os fornos de tefino ou, entio, conversores, nos quais é transformado em ago. b — Agos © ago € um produto resultante: 1) 9 refino do guse bruto no conversor Bessemer, ou a oxige- nio ; 2) do refino do gusa bruto com sucata de aco ou de ferro fundido em fornos como o Siemens-Martin (open-hearth dos america- nos), elétrico, ete.; 3) refuséo de sucata’ de aco em qualquer forno, menos do tipo conversor. sean, ooo comer 9 mate ri & moe iodo so gn, fa © ¢ Roo eo ube pe pause, de "ae “compro ou “Se oniganio ative musa, eu ‘GeTonlnfouinny "ar Hurts ocr. O So rseiome” da esto, Comte ‘arn asada Nor tox Yornose”clar necting" € fomucte pea quvima ecm SUH RIS, ideas ow samen “ou prowatso pes elemeitae OBTENCAO DOS PRODUTOS SIDERURGICOS © ago produzido nésses fornos é as vézes designado no comércio por ago Bessemer, ago Thomas, ago Siemens-Martin, aco elétrico, etc., conforme 0 processo usado na sua obtencio, Enquanto o aco permanece fundido para ser purificado, o “banho” Hiquido esta coberto por uma camada de escdria também derretida ‘. Esta é produto de reacdes das adigdes escorificantes feitas com a carga, (ou depois, e sua natureza depende do elemento ou elementos que se quer eliminar do aco. Assim, ela seré dita “Acida” quando seu consti- tuinte principal é a siliea, proveniente em parte da oxidagéo do silicio do banho. Esta escoria permite também baixar os teores de manganés e carbono. Seré “bésica” quando seu constituinte principal fér 2 eal, que permite baixar também o teér de t6sforo. © contréle da escéria & complexo e uma das operagdes mais sérias na producdo do aco. © revestimento do forno precisa ser também dcido ou basico, de acérdo com o tipo de eseéria que se pretence produzir, para que ela nfo © ataque demasiadamente e para que tenha sobre 0 banho, uma in- fluéncia andloga & da escéria, ‘A designacao, por exemplo, de “ago Siemens-Martin basico” signi- fica que 0 ago foi elaborado num forno Siemens-Martin com revesti- mento de magnesita ou de dolomita, ‘Atualmente a quasi tofaiidade dos agos é elaborada por processos icos". As propriedades mecanicas désses agos néo diferem muito das do tipo ‘“acido”. tedr de carbon em conseqiiéneia désse refino pode ser redusido até valores abaixo de 0,10%. (© aco enquanto esta liquido vertido: a) em moldes para se obler diretamente pegas de ago moldado ou entao, b) em lingoteiras (formas verticais mais ou menos prismAticas) nas quais 0 aco se solidifica, dando blocos denominados lingotes, As dimensées que 'Ihes so dadas dependem do fim a que se destinam e por isso seu péso pode variar desde alguns quilos até multas toneladas. 5 lingotes séo alongados por meio de forjamento ' ou lamina- Go a quente e por éste processo fabricam-se: trilhos, vigas, canto- helras, batras, chapas, aros, vergalhdes, ete. Arames € fios finos sao obtidos por estiramento de barras de pequena seccdo. ¢ — Forro pudtado © refino do ferro fundido pode também ser efetuado como antiga- mente, em um forno de pudlagem, no qual se processa a eliminacao de quasi todo 0 carbono e de varias impurezas, por'meio de agitagdo (pu- dlagem) do banho em presenca de dxidos adicionados e da ‘chama oxi- dante que varre a superficie Ifquida, A temperatura atingida nésses fornos é suficiente para fundir e manter o material em estado de fusio, ‘GD Wo proceso Besomer = purfiasso 6 reads pele cutims do sill, manwanés « carbon, pelo 2) Brees. ae cw. coniite ma defrmagto. do. ngte 04 do, Dio, enquanio end, 1b (2) re Helo ce olpes de multe te (ora de. grande paso (de muitat tontiadas. ak vexes) od pela ia eSerevila le peemtaspoceious capuns" ce esfogoe de mlates de tondads, coy Rotations Ca” Sra raat fndo gaa.sn vob ie ma Sores suber oe Sm ae Pare et doe ingicem sae sig si pana OBTENCAO DOS PRODUTOS SIDERURGICOS 5 enquanto 0 tedr de carbono fér alto, mas, & medida que éste vai sendo climinado, 0 banho torna-se cada vez menos fluido porque, com menos carbono, a liga exige temperatura mais alta para sua completa fusio. A consisténcia pastosa que o produto entao adquite, impede que as escérias voltem & tona e por isso ficam retidas no selé’da massa. Esta vai aderindo & haste de agitacdo, formando em torno dela uma espécie de bola (lupa) que é retirada e fortemente martelada. A escéria é assim expulsa mas nao totalmente, permanecendo no metal numero- sas particulas pequenas, as vézes visiveis a olho né "A presenca dessas partfculas permite identificar o ferro pudlado e distingui-lo micrograficamente do aco de baixo teér de carbono. / um metal que outrora teve largo emprégo, dadas certas proprie- dades interessantes de que goza, tais como forjabilidade, caldeabilidade, mas foi gradativamente sendo Substituido pelos acos de baixo teér de carbono, & medida que éstes iam sendo obtidos em condiedes mais eco- nomicas. A sua existéncia ainda em muitas obras antigas como pontes algumas pecas de maquinas, é a razo por que é feita referencia a éste material. d — Ferro de pacote ste produto é obtido pela aglutinagio, no estado quasi pastoso, de fragmentos de agos de baixo tedr de catbono e, as vézes, de ferro pudlado. Os fragmentos so, primeiramente reunidos em pacotes (dai (© nome do produto), os quais so aquecidos em um forno até cérca de 180°C. Atingida essa temperatura, so os pacotes retirados do forno e passados num laminador adequado para que todos os elementos do pacote se aglutinem por caldeamento ). Obtém-se assim grossos taru- 0s que, depois de reaquecidos so laminados até atingirem o diametro 0u 0 perfil desejado. A fig. 179 mostra o aspecto de uma seccdo trans- versal de um désses tarugos, na qual se notam os diversos pedacos de que éte foi constituido. Considerando que os fragmentos tém origem diversa, composic&o quimica diferente, e portanto, propriedades ‘dis- tintas, ‘o tarugo & forcosamente, heterogéneo. ‘A heterogeneidade ori- ginal perdura, pois as diversas partes componentes do material. sio apenas alongadas no sentido longitudinal pela laminagéo e 0 aspecto em secgéo transversal pouco se altera (fig. 182). Além disso, para que a barra resultante da aglutinagéo dos diversos fragmentos possa resis- tir aos esforcos mecdnicos como um todo, é indispensével que ésses fragmentos perfeitamente caldeados entre si, 0 que, por motivos varios, nem sempre acontece, principalmente nas barras grossas. e — Ferro esponja ste material é obtido diretamente pela reducto do minério em temperaturas da ordem de 900° C, sem haver, portanto, fusdo. O mi- nério, geralmente um dxido de ferro, é submetido & aco de gases redu- tores quentes, que ihe retiram o oxigénio, resultando dai a transfor- macio de particulas de minério em particulas de ferro esponjoso. Gy Aiwiimene 0 ferro pudlade & fariago pein poco Aston, ave come em vaza, a0, 6 baits ‘Aum Coa ouba pals cargndo. Sere pelcceace em ‘tempera ini 20 eeatle Ueto nde ede’ ste ate or sohaica em peqaenas parce seus, se depose SSR a Rs "paca net mn rons pe imi $5 nc tee Setesserme, Suton outta, com, aul de ‘lea prenen oye hen marilamesio RCgES. Se P come a” oko ce fede “ae "nin! dos pore OBTENGAO DOS PRODUTOS SIDERGRGICOS Este produto, em virtude de se apresentar sob forma esponjosa c, portanto, com grande superficie acessivel aos gases, 6 facilmente oxi- Gavel pelo oxigenio do ar, principalmente em temperatura elevada. E pois indispensével esfrid-lo ao abrigo do ar e logo em seguida aglome- Té-lo por compresso, de modo a formar pastilnas ou pequenas brique- tes, reduzindo-se assim a superficie exposta A oxidacdo. © ferro esponja briquetado, quando isento de impurezas, pode constituir boa matérla prima para o preparo de agos especiais. — Ferro eletrolitico E um ferro quas! quimicamente puro, produaide pelo depésito cletrolitico de ferro. Para ésse fim so utilizadas comumente barras de ferro fundido como anodos, que séo dissolvides no eletrélito de cloreto de ferro, mantendo assim ‘constante a sua concentracdo. A corrente Geposita’ ferro quasi puro nos catédos, geralmente constituidos por tilmndros écos de aco, animados de um movimento giratério. A espessura do depésito aumenta de cérea de 1 mm em cada 10 horas. O tubo de ferro depositado € retirado do catédo por presséo hidraulica ou por corte. ‘0 produto assim obtido ¢ frégil em virtude da sua estrutura cris- talina e pela presenca principalmente de hidrogénio, mas éste pode ser removido por um recozimento em torno de 10009, que restitue ao ferro sua ductilidade normal, mesmo que 0 esfriamento se faga sob um jacto de agua, A resisténcia’ do ferro eletrolitico recozido é da ordem de 30 ke/mm#, E” suseetivel de ser laminado em chapas ¢ mesmo de Ser estirado, sem recozimento intermedidrio, até 1/25 de seu diametro original. “0 ferro eletrolitico pode ser produzide com a pureza de 99.967% no contendo mais do que 0,006% de carbono, 0,004% de enxéfre ¢ 0,006 7 de siloto. = empregado como micleo magnético para fins es- peelais. 9 — Ferre-ligas As denominagées préprias dos principais ferro-ligas so as seguin- tes: ferro-silicio, do qual ha varios tipos, desde 8 a 95% Si (os mais comuns séo de 45 75% Si); spiegel (o mais comum, em torno de 20% Mn); ferro manganés (mais de 30% de Mn, geralmente em torno de 20% Mn) sendo os tipos mais comuns de alto te6r de carbono (7,5% C) @ baixo carbono’ (< 1% ©); ferro-cromo (60 a 70% Cr) havendo o de alto earbono (+ 6% C) € 0 de baixo carbono (< 0,25% C); 0 silico- ‘manganés (com = 25% Si e 60 a 65% Mn); ferro-fdsforo, vendido em briquetes com quantidades certas de fdsforo. Existem ainda o ferro- “yanddio (30 a. 45% V), ferro-tungsténio (70 2 80% W), ferro-molibde- no (+ 60% Mo) e ferro-titdnio (de 15 a 60% de Ti)‘. ‘Com exeegao do splegel, cuja producio é mais usual em alto-forno, os demais sio em geral obtidos em forno elétrico e excepcionalmente por aluminotermia. {Farmar mak compas tt ABM « Noto = Nov. 187 © ASTM Stan 192 (2) Bare sto ileando abenato em p6 ¢ 0 Sido de metal a fund A reac spcirmics gas Frags oe (ote te oa” elu Sate ico secant 2 SYR a ‘net PROPRIEDADES E APLICAQOES 7 3 — REFERENCIAS SUMARIAS SOBRE A DISTINGAO DESSES PRODUTOS QUANTO AS SUAS PROPRIEDADES MECANICAS £ SUAS APLICAGOES © aco € 0 ferro fundido constituem a quasi totalidade dos produtos siderirgicos industrialmente usados. "A importancia do ago provém de varios fatores: boa resisténcia, ductilidade, relativa homogeneldade, possibilidade de ser forjado, laml- ado, estampado, estirado, moldado, ealdeado, soldado, perfurado, ros- queado, modificado em suas propriedades por meio de tratamentos me- canicos; térmicos ¢ quimicos. ‘Com aco fazem-se barras, chapas, eixos, trillios, parafusos, nume- rosas pecas de maquinas e de motores, engrenagens, rolamentas, ver~ galhdes para coneteto armado, ferramentas, fies, tubos, armas, blinda- gens, ete, além de um sem nlimero de pecas fundidas. © ferro fundido n&o podendo ser deformado nem a frlo nem a quente "pois se romperia, as pecas com éle fabricadas so diretamente dinaidas na, sua forma definitiva, O acabamento das pecas é feito reti- santo o material em excesso no tOrno, na plaina, no esmeril, & lima, & proca, ete. Estas operagées oferecem maior ou menor dificuldade eon forme a dureza do ferro fundido; habitualmente, porém, o ferro fun- fhuo empregaco é de um tipo chamado cinzento, que nao € muito duro. ‘Como sua resistencia é menor que a do aco, prineipalmente a0 choque, € 0 ferro fundido empregado em pegas de menor responsabili Gade on sujeitas a tensées mais moderadas. Em virtude de ser um ma- torial mais barato que o aco, é éle preferido também para a construgdo de bases, suportes e areabougos de maquinas ¢ muitos dos seus perten- Ses como volantes, engrenagens pesadas, mancais, etc. ¢ em numeosas pegas gue atuam mais pelo seu péso do que pela sua Tesisténcia. a, entretanto, um tipo de ferro fundido resultante do recozimento prolongado do ferro fundido denominado braneo, de composicio Bde” Rhades que, em vietude da maneira particular com que. se. process Exe tlatamento, apresenta certa ductilidade, assegurando as pecas Dao SS tnalor resistencia ao Choque, como também a capacidade de supor- farem aprecidvel deformagdo antes de xomperetn-se. E’ 0 ferro fundido fnaleabilizado ou maledvel, de emprégo cada vez mais generalizado, mormente em pecas pequenas. © ferro prudlado foi um dos primeiros produtos siderdzgicos fabri eados, por ter sido possivel obté-lo em instalacdes rudimentares pouco Gnerosas, pela rediicao direta do minério em peguenos fornos. E, porém, pela descarbonetacéo do ferro fundide ou gusa em fornos de Dudlagem, que se tem fabricado @ maior parte do ferro pudiado, Na Europa, ¢ principalmente na Inglaterra, éste produto também serviu Gurante muito tempo como matéria prima para o fabrico de ago para ferramentas. Gracas @ uma sério de boas qualidades tais como duetilidade, for- jabilidade, caldeabilidade, certa resistencia & corroséo, ete., fol o ferro pudlado empregado até hé poucos anos em larga escala em peritlados, parras, cantoneiras utilizadas em diversas construgGes, inclusive pontes, trilhos de “cecauville”, chapas, etc., e em numerosas pecas caldeadas ou forjadas, como ganchos, correntes, ferraduras, grades ornamentals, PROCESSOS DE FABRICACKO rebites e mesmo em eixos de locomotivas © de vagies. Teve um emprégo generalizado antes do apareeimento do aco obtido por fuséo pelos processos mais recen- tes, tais como fornos Siemens-Martin, for- nos. elétricos de arco ou de induc&o, conver- sores, ete., porque éstes permitem' obter 0 me- tal em condicées eco- némicas e com melho- res propriedades me- cinicas. Seu fabrico, entretanto, néo fol ainda inteiramente abandonado. Quanto ao “ferro de pacote” pode-se dizer que é um produto ina- ceitavel, cujo fabrico se inerementa nos pai Pie, 1 — Bars de fg de acta romper ao erm rnedss. seg de indiistria side- — rirgica deficiente ou inexistente, quando, por qualquer motivo, se verifica caréncia de ago. 4 — DESCRIGAO SUMARIA DE ALGUNS FORNOS E PROCESSOS USADOS EM SIDERURGIA Alto forno © alto forno é uin forno vertical destinado & reducdio do minério de ferto e sua transformacdo em gusa, ‘A carga é feita pela parte superior e consta do seguinte: minério de ferro a reduzir; coque ou carvo de lenha (para fornecer o calor e 0 CO necessérios & redugo) e um fundente (calcdteo) para fluidificar as impurezas ¢ formar uma escéria. mais fusivel. ‘Na parte inferior, logo acima do cadinho é injetado ar quente para alimentar a combustao do carvéo. Das reagdes que se dao, Tesultam os seguintes produtos: 0 gusa que goteja dentro do cadinho, a escoria que flutua sébre o gusa e’ gases. Os dois primeiros so retirados por orificios jadequados.e 08 gases, que so ricos em CO, saem pela parte superior ¢ sio recolhidos para sua utilizagéo como combustivel. PROCESSOS DE FABRICACAO 9 Logo depois que os gases saem do alto-forno e antes de sere des- tinados a qualquer fim, éles passam por uma instalacdo purificadora que Ihes retira ‘as poeiras. O esquema da fig. 2 dé aproximada- mente a proporedo, em péso, com que es- sas matérias entram e saem do alto-forno. A enorme quantidade de ar a ser aquecido € insuflado (4000 m? mais ou menos por tonelada de gusa produzko) bem como o volume de gases combusti- veis ¢ utilizaveis que saem do alto-forno (6000 m* por tonelada de gusa) j& déo uma ‘idéia das dimensdes do aparelha- mento acessério para manipulaco de ar e de gases. 2 = Proporata,em piso dp ue © ar insuflado ¢ aquecido em recu- © do gue St ae ao fro peradores cllindricos verticais (Cowpers) cujo interior é constituido por uma cémara de combustéo e uma camara de recuperacdo formada. por um empilhamento de_tijolos refratarios, Uma parte dos gases do alto-forno é queimada nésses re- cuperadores para aquecé-los. Quando um déles est quente, insutla-se em sentido contrario 0 ar destinado as ventaneiras, que assim se aque- ce. Nésse interim procede-se ao aquecimento de um segundo recupera- dor. E assim alternativamente. Ha sempre um terceiro recuperador em reserva para quando um deles precisa ser limpo ou reparado. Outra parte dos gases do alto-forno é utilizada para fornecer @ energia que aciona as maquinas soprantes, fornos de acos e outros equipamentos € 0 excedente, si houver, pode ser recolido em um gasometro. Gogue Mrério barre] tnd ll = Ganprnor— Reewpereto) Hofer, Parfiores | Reeuperader Choma 2 7 5 elle Eseéria Guse sélide Guse ligutdo Gas de alts forne ‘ig. 3 — Reorcentaoto eaquemdti de um intalagto pare a produsto do gus 10 PROCESSOS DE FABRICACAO ‘As matérias primas sélidas sfo trazidas & parte superior do alto- “forme por meio dos carrinhos de um elevader inclinado ou por meio de ponte rolante (caso menos comtm). Na parte superior do alto-forno ot Riga ¢ feita através de. uma ante-cémara, que teduz ao minimo a perda de gases durante a carga. ‘A producao de gusa em cada 24 horas € de 50 a 1000 toneladas, eonforme 0 tamanho do alto-forno. 'A fig. 3 permite fazer uma idéla esquematica do alto-forno ¢ das suas instalagdes acessorias Forno Siemens-Martins © forno Siemens-Martin tem em secedo longitudinal ¢ transversal aspecto semelhante ao da fig. 4 E um forno horizontal longo com diversas aberturas laterais por onde é feita a carga. O escoamento do fago depois de pronto se da por um eanal que se ditige do fundo da sola para 0 lado oposto ao de carga, onde o metal em fusio é recolhido Tuma grande cacamba com capacidade para a carga intelra do forno ‘A desobstrugao do tampao, que veda 0 otificio de corrida no fundo do Secedo a-a" Sucata Carga } Gusa lig. Fundente x LS 2. Recuperador Recuperader Ndr A Compressor <—ZEstripador Panela de vasamento t Lingoteiras Lingotes Forno poco ig. ¢ — nepreventaglo eequemstica de um forno Siemens Martin <—Lingotoire PROCESSOS DE FABRICACAO u forno, é praticada por méio de uma haste através de uma janela de carga e simultaneamente pelo lado da bica. ‘© aquecimento é obtido pela queima de um combustivel gasoso ou éleo que é insuflado com ar aquecide por uma das extremidades do Forno e os produtos da combustio saem pela extremidade oposta. Bstes gases, com temperatura muito elevada, passam através de um empl- Thamento de tijolos na parte inferior’ do forno (recuperador) onde cedem seu calor, dirigindo-se depois, para_a chaminé. ‘Como 0 forno é simétrico em relagéo as suas extremidades, 0 sen- tido dos gases pode ser invertido de modo que éles so preaquecidos no recuperador ao qual os gases queimados acabaram de ceder seu calor ‘A inversdo se dé mais ou menos de 20 em 20 minutos. No caso do forno ser aquecido a 6leo, 36 0 ar 6 preaquecido nos recuperadores. A produ- Gio didtia dos fornos Siemens-Martin, conforme seu tamanho, varia de 60 a 350 toneladas. ‘A duracdo de uma corrida (desde o carregamento até 0 vazamento) de 100 toneladas, por exemplo, é da ordem de 12 horas. Conversor Bessemer © conversor Bessemer é um forno basculante em cujo fundo se encontram orificios através dos quais passa ar sob press8o, que bor~ [eetriraaon \+-Lingotewra teil tiie {in Ale Vazamento Estripegen Descaregamento > big. § — Reprosntagho cequerstica de-um convertor Bese. 2 PROCESSOS DE FABRICAGAO bulha violentamente através da carga que é sempre liquida, As corridas so de 10 a 30 toneladas. Pelo desenho da fig. 5 pode-se ver como 0 conversor se inclina para receber a carga de gusa liquido e verter 0 aco depois de elaborado. © ar insuflado é frio € 0 calor do banho € mantido pelas reacdes exotérmicas do oxigénio do ar com 0 silicio (que no proceso desem- penha o principal papel termogénico), o manganés e.o carbono. ‘A duragéo da soprada é da ordem de 15 minutos. © ago Bessemer é em geral rico em fosforo ¢ enxéfre, porque éstes elementos nao séo eliminados durante a soprada, O revestimento do conversor Bessemer ¢ silicoso, No conversor a oxigénio ésse gas é soprado sbbre a superficie do banho. Forno Elétrico Em geral éstes fornos so basculantes e tém o aspecto do da fig. 8. ‘A carga @ feita por uma porta diametralmente oposta & biea por onde eElbtrods Carregamento Trensforncador Carga -Secst2, furdentes Eetepador = Lingoteine OJ Vazanento Extripagem Descarregamento Fig. 6 — Represenaréo exquemdties de xm forno slice, tipo Keroal, 6 vazado 0 metal. No tipo Heroult, comumente usado, o calor é fornecido pelo arco elétrico que se forma entre os trés eletrodos verticais e 0 banho. A escéria pode ser removida e substituida através da porta de carga. \VERIFICAGOES ELEMENTARES 3B © tamanho dos foros elétricos varia muito, havendo instalacdes capazes de produzir desde 1/2 até 100 toneladas de aco em cada corrida A duragio de uma corrida de 60 toneladas é de cérca de 8 horas. Os foros elétricos maiores. tém a abébada amovivel e a carga feita me- Chomine cénicamente por cima, A Cubilé fete 6 0 forno’ geral- Boca de, mente usado para a produ- ea ae co do ferro fundido co- de mum. E’, como mostra a 2g? fig. 7, um forno vertical ci- Carga: lindrico revestido de tojolos usa, refratérios e equipado com Sucatas de ventaneiras na parte infe- Pfs deago, rior, goquee ‘A carga, que é feita por fundente uma abertra lateral, na parte superior, consiste de gusa, sucatas de ferro fun- : dido e de ago, coque e fun- wefratirio— dente (cdlcateo) deposita- dos em camadas alternades. metal fundido se reu- ne no fundo, de onde é es- coado pela bica a determi- nados intervalos de tempo. ‘A escoria 6 préviamente tetirada por outro orificio situado em nivel mais alto. © fundo do cubilé pode ser removido para limpeza e re- paracdo da sola, Caine de 5 — VERIFICAGOES 7 ELEMENTARES. Ventancioas Ocasides hd em que se oHoa necessita ter uma idéia aproximada da natureza de certos. materiais metélicos ou de como certas pecas fo- ram fabricadas. B pois in- teressante conhecer alguns meios “simples e praticos para o conseguir. Tais meios séo banais para as pessoas que tém contacto “quotidiano com rig. 7 — eprezmtago equomdcn de um ext Revestimento “ VERIFICACOES BLEMENTARES ésses produtos, mas ja no o sio para as menos familiarizadas com 0 ‘assunto, de modo que valiosas indicagdes passam desapercebidas ¢ veri- ficagées simples deixam de ser feltas. o — Aspecto da superficie © aspecto da superficie de uma pega, em bruto ou sem acabamento posterior, pode fornecer indicagdes preciosas. Quanto ao tratamento térmico eventualmente sofrido, pode-se notar que as pecas recozidas apresentam uma casca tipica proveniente da oxidacdo e as temperadas, bem como as revenidas, também mostram na superficie manchas ou coloragées caracteristicas. Quanto a particularidades do process de obtengéo de pecas fundidas, o emprégo de areia de moldagem sufi- ‘eientemente permeavel caracteriza-se pela auséneia na pega, de bolhas ‘ou porosidades superficiais; uma areia fusivel acarreta a presenga de easca muito dura e aderente;.areia de granulagdo adequada dé as ecas uma superficie lisa; molde bem projetado ¢ executado, enchido Ge acdrdo com as regras, produ pega perfeita em todos os seus deta- thes; pecas fundidas em coquilhas apresentam quasi sempre impres- sos em sua superficie, certos detalhes das coquilhas como riscos de tome, ete. As juntas dos moldes, partes que foram esmerilhadas ou limadas, falas ou porosidades superficiais com solda ou com pinos rebatides, constituem outras tantas pecullaridades discerniveis num exame da superficie de pecas fundidas, Quanto ao trabalho mecanico apresentam aspecto tipico as partes cortadas a macarico, a tesoura ou a corta-trio, Nas pecas torneadas ¢ furadas a broca encontram-se indicios das ferramentas empregadas, Nas pecas estampadas sto carac- teristieas certas estrias deixadas pelas rebarbas dos estampos ou ma- trizes, Nos perfilados estirados ou extrudados se reconhecem finas estrias longitudinais deixadas pelas fleiras ou matrizes. ‘Em certas barras laminadas notam-se o estado de desgaste dos cilindros laminadores ou sua falta de ajuste. Eneontram-se ainda vestigios de forjamento, desbaste por plaina, freza ou tomo; nos paraftisos pode observar-se si os filetes foram feltos por tarraxa ou por rolamento: a tarraxa deixa pequeninas rebarbas Jas superficies dos filetes e o rolamento forma superficies mais lisas, Govido & compresséo. Hé casos, porém, que poderiam conduzir a érros, por exemplo: a cabeca estampada de rebite pode apresentar estrias Romo si fesse torneada, mas estas provém da matriz cujo céncavo fot feito no torno e depois insu- ficientemente alizado, de ‘modo que se reproduzem na cabeca do rebite. b — Aspecto da fratura (© aspecto da fratura pode dar indieagdes precio- sas quanto A natureza do material, sua granulacéo, disposigdes cristalinas par- ticulares, certos tratamen- tos térmicos ou quimicos, ete Pe tt ate a amas Sa VERIFICAGOES ELEMENTARES 1s Alguns materials classificam-se pelo aspecto de sue fratura e rece- bem nomes que déle decorrem, como ferro fundido braneo, cinzento, mesclado, maledvel de micleo préto ou de nticleo branco. O ferro fun- Aldo coqutinado mostre em geral uma camada branca junto @ periferia (fig. 8). in. § — Aspecto da tatira de una pegs de ago lindo, com granilagse ross "Ral nated eee, 7,19 — Supetoe de rote, por facie, um exe tender de ommetv 16 VERIFICAGOES ELEMENTARES ‘As pecas de ago moldado quando contém muito fésforo ou néo foram recozidas devidamente, apresentam uma fratura com granula- cdo grosseira (fig. 9). Também apresentam essa granulagao os acos super-aquecidos. Encontram-se as vézes bolhas ou inclusdes de material estranho na fratura, quando o metal é muito impuro, Os acos temperados apre- sentam uma fratura cinzento-clara, sedosa ou fésca, de forma mais ou menos conchoidal, com granulagio fina, as vézes imperceptivel, ‘As rupturas por fadiga ‘"' sao, em geral, tipicas apresentando uma Pt. 1 — Supetowe ae rupture, por faien, do um suo de Donde, Apcsioderonte ne stato “Sara zona. de superficie lisa, envolvendo outra de aspecto granular. A pri- meira corresponde & parte onde a fratura progrediu Ientamente, e a segunda, onde a ruptura foi brusca. fsses aspectos sao muito freqtien- ies nas rupturas de eixos comuns (figs. 10 e 11). No caso dos eixos fixos, como os que sustém as rodas dianteiras dos automoveis, as tra~ turas por fadiga tomam um aspecto particular; a zona de granulacao mise supra por fadigs 4 coptare rains do. desemelvimeno. progtetvo de peguenar ‘Goamase ups, iaehian dadrrems dof “dome, ow cb sun condgses dt VERIFICAGOES ELEMENTARES 1 Genie Cin te atta ‘camithdo” Or egret {terior correspondom ba" partes em que rapture fol emia € ‘egies Aba col cptezon kat i Some bot Fig, 19 = Aspete. ga frature ae Tero “de "paca. “ar Teste pad. 2 mais grossa se dispde segundo uma faixa geralmente horizontal, que atravessa tdda a seccdo do eixo, apresentando os dois segmentos res- tantes, tanto o superior como o ‘inferior, uma superficie lisa (fig. 12) ‘A fratura do ferro pudlado revela quasi sempre um aspecto estra- ttieado em virtude das camadas de eteérins que o material contém (fig. 13). (0 ferro de pacote, dada sua heterogeneidade, apresenta fraturas com 0s aspectos variados, podendo-se, muitas vézes, distinguir nitida- mente 0s diversos fragmentos agiutinados que o constituem (fig. 14) VERIFICAGOES ELEMENTARES ¢ — Agdo da tima Por meio de lima pode-se verificar se 0 material € duro ou nao, se esta temperado ot n&o, porque quando a lima em bom estado escorrega eiiko desbasta, a dureza do material é tao grande ou maior do que a Ga, propria lima. E’ 0 que sucede com o ferro fundido branco ¢ os agos muito endurecidos pela tempera. Be maior ou menor facilidade com que se pode risear uma pega com uma ponta de uma lima, pode-se fazer una idéla da dureza da mesma. : Tefregando-se entre os dedos a limalha de um ferro fundido in- vento pode-se ter uma idéla da quantidade de grafite que éle contém. Quanto maior a quantidade de grafita, mais a Lmalha suja de préto cs Gene com o caracteristica cér da grafita, e dé uma sensacio untuost ‘Guando 2 coloragao é mals opaca, é'possivel que o ferro fundide esteja muito oxidado, provindo a coloracéo mais de éxidos do que, ce ‘grafita, como no caso de peas de ferro fundido que tenbam estado muito tempo em con- tacto com chamas, como por exemplo, grelhas de fornalhas. d — Contethas ao esmeril Quando se desbasta a0 es- meri) uma pega de aco, nota~ se que as particulas que se des- tacam da peca, se inflamam, produzindo faiscas ou cente- has, Estas emitem bruscamen- te ramiticagdes, como se explo- disse no seu trajeto, forman- do estrelinhas. Para os agos extra-doces, as centelhas | apresentam-se apenas como tracos luminosos, sem formacdo de estrelinhas, mas & medida que o tedr de carbono se eleva, as estrelinhas ‘aparecem em némero cada vez maior e com ramificagdes mais numerosas; formam-se | com maior rapidez e mais proximo do ponto de partida (fig. 15) Esta constatacéo permite avaliar aproximadamente 0 fe veor de carbono de um ago ¢o- Peds dare Se, furans Rates “aorer ee mum, comparando suas cente- nn Thas com as de outros agos de teor conhecido. E isto sem érro muito grande, porque praticamente 0 aspecto das contelhas néo & in- flucnciado pelos tratamentos térmicos que o aco tenha softido. Quer VERIFICACOES ELEMENTARES 19 dizer, um certo ago dA sempre o mesmo tipo de faiscas quer esteja re- eozido, temperado, revenido, coalescido, superaquecido, encruado, bruto de fuséo, forjado, ete. Este método permite fazer verificagées répidas em numerosos casos:saber se uma peca é cementada ou ndo — a parte cementada daré muito mais estrelinhas do que o resto da pega; assim também sera facil descobrir se uma enxada ou outra peca qualquer, é inteiriga ‘ou caigada e até que ponto vai o calcamento. O ago rapido dé pequenas eentelhas vermelho-escuras com bolinhas em lugar de estrelinhas. Pare os ferros fundidos nao se pode aplicar éste processo, pois 0 seu esmerithamento em geral ndo produz faiscas e quando produz, como no caso de ferros fundidos brancos ou maleaveis, ndo sio concludentes. e — Atracée pelo ima Todos 0s produtos sidertirgicos comuns so atraidos pelo ima, desde que sua temperatura esteja dbaixo de 768°C. Acima dessa temperatura, o ferro existente na liga é paramagnético, néo manifes- tando aquela propriedade, Certos acos-liga com teores elevados de niquel (mais de 25%) ou de manganés (mais de 12%), ou os acos inoxidaveis do tipo 18-8 (18% de cromo ¢ 8% de niquel), conservam-se num estado alotrépino nao magnético até a temperatura ambiente. Pode-se assim distingui-los facilmente dos demais com auxilio de um simples ima, Note-se, con- tudo, que a limalha désses acos , em geral, atraida por um ima. ‘Valioso auxilio presta também o ima na distingfio de pequenos ‘objetos vendidos como sendo de lato ou de bronze, ete, quando na realidade nfo passam de ago latonado, cobreado, bronzeado, etc. f — Agéo do martelo Pereutindo as pecas com a aresta de um martelo pode-se ter idéia da dureza do material pelo amolgamento do ponto de impacto. Pren- dendo com a morsa. peas de pouca espessura, como a lamina de uma enxada, de modo que fiquem salientes apenas 2 ou 3 cms., pode-se pelo martelamento horizontal dessa parte, observar se ela se deforma per~ manentemente ou se, pelo contrério, funciona como mola, fazendo Yoltar 0 martelo, ou ainda se se rompe sem deformagéo apreciavel. No primeiro caso, o material 6 muito mole por ndo ter sido temperado Eonvenientemente ou por ter sido revenido a temperatura excessiva- mente alta; no segundo, provavelmente 0 material esta bem temperado e Tevenido; no terceiro, o metal esté superaquecido ou sofreu uma tempera violenta no seguida de revenido atiequado. 9 — Sonoridade Uma pega metdlica apoiada em area muito pequena ou suspensa por um ponto, quando tangida por um objeto duro, emite um som Paracteristico, que 6 fungdo do seu estado de tensdes internas, carac- terizado pela ‘natureza de sua estrutura, seu tamanho e forma, 20 CONTROLE F ENSAIOS Quando seu som é puro e relativamente duradouro, hé grande probabilidade de nao estar fissurada, mas emitindo um som chocho é certo estar trincada, ‘A duracéo do som de duas pecas idénticas do mesmo ago, uma tomperada 9 outra ndo, tangidas nas mesmas condicées, € diferente: 0 som emitido pela segunda duraré um tempo mais longo do que o da primeira, 6 — CONTROLE E ENSAIO DOS PRODUTOS SIDERURGICOS Nas usinas, nas ofieinas, nos cantelros, os operdrios ¢ responsé~ veis pelo servico orientam-se freqtientemente, pelas indicagdes # que se acaba de fazer referencia, Sao tOscas na verdade, mas préticas, resultantes da observagdo de uma série de pequenos fatos que o tiro- cinio transformou em indices. Com efeito, 0 aspecto da superficie ou da fratura de pécas, 0 comportamento do metal sob a acéo de uma lima, de um martelo, de um ima; a sonoridade das pecas, a forma das faguihas emitidas ao esmerfl, 0 aspecto da limalha ou dos cavacos de tomo, as céres de revenido, etc., prestam informes preciosos ao obser- vador experimentado. B, as vézes, so os tinicos econémicamente vid~ em certos setores da industria, por serem expeditos e realizavels sem aparelhamento especial. Se bem que em miuitos casos verificacdes dessa natureza sejam suficientes, outros ha que ndo dispensam um contréle severo. Por este motivo, em determinadas industrias, sio absolutamente necessarios instrumentos de preciséo para medir, por exemplo, a dureza das pecas. ou a temperatura dos fornos de recozimento, de tempera, de revenido fou mesmo de fusio, pois o contréle empirico ou “a élho", jamais po- doria assegurar a ‘rigorosa uniformidade de produc ’que certas pegas requerem. Indicagées mais técnicas, mais completas, so, porém, fornecidas pelos ensaios de laboratério, feitos com auxilio de maquinas, instru- mentos e métodos adequados para cada caso. Quasi todos os resultados ‘so expressos numéricamente de modo a permitirem seu confronto ‘com valores consignados em normas, especificagées ou outros dados que sirvam de comparacio, Bsse procedimento constitue um critério seguro e justo para a apreciacdo do valor real de um produto, além de fornecer indicagdes que podem habilitar os fabricantes a melhorarem seu material, corri- gindo os defeitos que os ensaios forem apontando. Os produtos siderirgicos podem, pois, ser controlados de maneira rudimentar — no canteiro, na usina, na oficina, pelo operario, contra- mestre, mecdnico — ou entéo, se a natureza do produto o exigir, ser ainda controlados de meneira técnica e muito mais precisa, por ‘qui- micos, engenheiros metalurgistas, técnicos especializados nos labora- t6rios das fébricas ou nas instituigdes para isso destinadas, ‘Ambas as partes o contréle, a de usina e a de laboratério, so valiosas e requerem tirocinio e competéncia. Blas néo se excluem, ao contrario, completam-se mituamente, A primeira é sem dtivida pouco precisa, mas tem @ vantagem de ser expedita, ser feita “in loco”, sem CONTROLE E ENSAIOS a petda de tempo, permitindo certas providéncias imediatas. A segunda € em geral mais demorada e muito mais trabalhosa; mas em certas indastrias ela é absolutamente indispensdvel e tem de ser também efe- tuada com presteza, pois os seus resultados sdéo quasi sempre aguar- dados com premente urgéncia ‘A fim de aumentar a eficiéneia dos trabaihos de laboratério, nota- veis progressos tém sido introduzidos, quer na aparelhabem quer nos métodos, de modo a tornar os exames e as andlises mais rapidos, sem prejuizo do gréu de precisio necessério. Embora 0s técnicos de laboratério ¢ os de usina desenvolvam suas atividades em campos diferentes, é altamente proveitoso que haja entre ambos uma troca reciproca de certos conhecimentos de sua especiali- dade. Isso permite, a0 técnico da usina, a compreenséo mais completa das causas dos diversos fendmenos que ocorrem nos trabalhos sob sua oientagtio e ao técnico de laboratério, descobrir mais facilmente a origem de certos defeitos e sugerir, a0 primeiro, providéncias para me- Thorla da produgio, que sejam exequiveis nas’ condigdes de trabalho da usina. Bstes ensaios de laboratério podem ser grupados em trés catego- rias prineipais: a) Ensaios mecanicos; b) Anélise quimica; ¢) Exame metalo- grafico, © — Ensaios mecénicos Os ensaios mecanicos visam determinar valores numéricos que caracterizam, de certa. maneira, as propriedaes mecanicas do material. Estas determinacées so feitas com auxilio de maquinas apropria- das que, 20 mesmo tempo que aplicam o esf6rco, acusam a sua inten- sidade, O ensaio pode ser feito sObre pegas inteiras ou sdbre pedagos de forma conveniente (corpos de prova) extrafdos das pecas. Neste {iltimo caso, os resultados obtides representam as propriedades meca- hnicas do material de que a peca é feita e nao prépriamente as da peca em si, como um todo. ‘Gs ensaios mais comuns sio os de tracdo, dobramento, dureza, resistencia a0 choque, flexi, torso, desgaste, embutimento, presséo interna, fadiga, compressio (esmagamento ou achatamento) e outros menos freqitentes. Para 0s agos, os ensaios de traci, dobramento e dureza sio os mais usuais; e para os ferros fundidos, os de flexto, dureza e tracao b —Anélise quimica ‘A andlise quimica dosa os elementos que intervém na composigéo do material, Para os acos comuns determinam-se as percentageris de carbone, silicio, manganés, f6sforo e enxdfre ¢ para os ferros fundidos além dessas, a ‘do carbono no estado de grafita. ‘Nos produtos sideriirgicos comuns existem ainda outros elemen- tos tais como 0 oxigénio, 0 nitrogénio, o hidrogénio, que tambem in- fluem nas propriedades do metal, mas, como ocorrem em geral em baixa percentagem e sao de dosagem mais trabalhosa, sua determina- ao deixa habituaimente de ser feita. HETEROGENEIDADES DOS AGOS Com auxilio da espetrogratia podem fazer-se anélises mais répidas e simulténeas de numerosos elementos, detectando qualquer metal estranho que entre na composicao do material examinado, mesmo que seu teér soja relativamente pequeno. ¢ — Exame metolografico © exame metalografico encara o metal sob ponto de vista de sua estrutura, procurando relaciond-la as propriedades fisieas, composicao, processo de fabricagao, ete., de modo a poder esclarecer, ou prever seu Comportamento numa’ determinada aplicagéo. O exame pode ser feito & vista desarmada (exame macrografico, ou macrografia) ou com © auxilio de um microscépio (exame microgratico ou micrografia). ‘Bsses exames so feitos em secedes do material, polidas e atacadas com reativos adequados. Pela macrografia obtém-se informes de cardter geral, um aspecto de conjunto sobre a homogeneidade do material da peca, a distribuicao, natureza e quantidade de certas impurezas, processos de fabrieacao, ete. Pela micrografia pode observar-se a granulagéo do material, .a natureza, quantidade, distribuicdo e forma dos diversos constituintes, certas inclusées, etc.,, que em seu conjunto conduzem a uma série de conclusées interessantes e de utilidade pratica, ‘Resumindo: —0 ensaio mecAnico constata os valores da resisténcia, dureza, ete,, do material. — A andlise quimica mostra de que o material € feito. = 0 exame metalografico fornece dados sobre como o material ou a pega foram feitos ¢ também sobre sua homogeneidade. 7 — APLICABILIDADE DA MACROGRAFIA AOS DIVERSOS PRODUTOS SIDERORGICOS De todos 0s produtos é 0 ago 0 yue maior interésse apresenta sob 0 ponto de vista macrografico, em virtude das numerosas indicagdes que ésse ensaio pode fornecer. Por essa razSo, serd o estutdo dos acos objeto de atencdo especial, convindo, para maior clareza precedé-lo de uma explicagéo sobre a origem de algumas de suas principais heterogenei- dades macrograficamente constatavels, ‘A macrografia aplicada aos ferros pudlados e de pacote, serve para a sua identificagdo e pode fomecer algumas informagées sobre 0 modo de fabricacdo de certas pecas feitas com ésses materiais. ‘Quanto aos ferros fundidos, sémente em casos especiais so exa- minados macrograficamente, 8 — ALGUMAS HETEROGENEIDADES DOS AGOS (es que ocorrem na solidificagao) © aco apresenta-se relativamente homogéneo enquanto esté quido, mas durante sua solidificagéo (num molde ou numa lingoteira), varias causas, quasi inevitaveis e de natureza complexa, produzem fendmenos tais como “vazio” (“chupagem”), segregacdo, dendritas, élhas, ‘trincas, ete., que tornam heterogénéo o metal solidificado. HETEROGENEIDADES DOS ACOS 2 ‘Alguns désses defeitos sto atenuados ou eliminedos pelos tratamentos mecanicos e térmicos a que o aco & submetido posteriormente, até se transformer em peca acabada; outros, porém, persistem e podem ainda ser postos em evidéncia no produto acabado. ‘as peas fabricadas em grande escala como trilhos, barras, per- filados para construgdes metalicas, e mesmo certas pecas moldadas, ressentémrse freqiientemente désses defoitos, pois seu prego de venda forgosamente reduzido, néo da margem ao emprégo de processos muito dispendiosos para a sua obtencao. Lingotes ou pecas moldadas, isentas de defeitos, podem ser obtidos ‘com acos de composigao e pureza adequadas e por processos mais cui- Gadosos. Estes produtos sio de custo mais elevado, dadas as dificulda- des que acompanham a sua fabricagao. ¥’ conveniente esclarecer que os defeitos ora, apontados, no sio os inicos que podem afetar o Material; outros ha, que podem surgir no decorrer dos diversos tratamentos a que 0 metal @ submetido, aos quais se faré referencia oportunamente; por ora, serio abordados ape- nas os que se originam durante a solidificacdo. © — "Vazio" ("Chupagem”) ‘A solidificagéo de um metal inicia-se nas partes que estio em contacto com as paredes do molde ou da lingoteira ¢ na parte superior, ‘onde o metal fundido esta exposto ao ar. Na primeira fase da solidifi- eagdo forma-se uma camada sélida em téda a periferia do lingote ou peca, fechando, num envoltério rigido, téda a parte que ainda perma- heee liquida, A’ medida que 0 conjunto vai se esfriando, a solidificagao rossegue na parte interna, aumentando sucessivamente a espesstra Ga camada jé solida. Mas, como o metal, ao passar do estado Hquido fo estado sdlido, sofre uma notével diminuigao de volume, aparecerd ho interior da peca ou do lingote uma regido dca que se denomina “yazio" ou “chupagem”. A fig. 16 ilustra claramente o fenémeno,, Pig. 16 — Diverans fore dn caliitingto de um metal mama ogee Este defeito se localiza habitualmente no centro da parte supeiror dos lingotes, regio que, em geral, se solidifica por ultimo. ‘© volume do “vazio” é extremamente varidvel, ndo havendo rela~ go definida com 0 tamanko do lingote. Ora é constituide de uma tunica favidade, ora compée-se de varios Gcos, uns proximos dos outros. Em 4 HETEROGENEIDADES DOS AGOS HETEROGENEIDADES DOS ACOS 25, qualquer dessas hipéteses, sua forma de conjunto lembra a de um cone ‘A penetragio désse vértice € mais profunda nos lingotes de base de vértice voltado para baixo, como se ve na fig. 17, maior voltada para baixo do que nos de base maior voltada para cima (fig. 18). Constituindo 0 “vazio” um defeito gra- Sy ve, 6 éle eliminado pelo corte da parte que ocontém, quando o lingote ainda se acha a0 rubro. No caso do corte no ter sido sufi- ciente ou oxistirem falhas internas no no- tadas na ocasiio do corte, ésses defeitos vo aparecer nos produtos acabados como se v8 nas figs. 75 a 80, e se diz entao, que se observa no material “restos do_vazio” Como 0 material cortado € perdido, ha todo o interésse em cortar 0 menos possivel. Para se reduzir essa perda ao minimo, Pg, 10 — as sone de anwous: usam-se certos artificios engenhosos, como iis nrge yore babo Cig eed'up: © “ymassalote” tam! “gabe SEMEN down “Ne Seeuths ques”, que 6 um prolongamento”sobre- Srfineebes posto a lingoteira, constituido por material Tefratdrio. Néle s¢ conserva quente, isto 6, no estado de fusdo, certa quantidade de metal destinado preencher 0 dco que tende 2 aparecer no lingote. Com éste recurso localiza-se 0 “vaio” no interior do massalote ¢ ob- tém-se um lingote sio-(fig. 19). Fungo andloga tém os numerosos canais de fundigao apensos a certas pecas moldadas: asse- gurar a alimentagdo de todas as partes do mol- de suprindo os pontos em que se manifestarem deficiéneias de material devido & contracdo que acompanha a, solidificaga0. A missio désses ca- nais 6, pois, atrair para si, o quanto possivel, ésse defeito que doutra forma ocorreria fatalmente no interior da peca, inutilizando-a, as vézes, por néo poder ser eliminado” (figs. 20¢ 21). ‘As pecas moldadas, que tém simultaneamen- te partes finas e partes grossas estao particular- mente sujeitas a apresentar ésse defeito e, néo obstante as pre- caugées do fun- Qe edahia” Sas Gidor, é fregiien- te 0 aparecimen- to de “vazios”, nas regides mais espéssas cuja solidificagdo é sempre mais demo- rada. O “vazio”, nésses casos, pode ma- : nifestar-se sob 2 forma de porosidade. ni, 38 ~ Jowliato cum &® ——Opservando-se essa regio com mais cul. dado, especialmente numa fratura, no- Fig, 17 — Sogo longitadin) a parte superior de um sngote,mstrando « form do vaso i tam-se, com uma lupa, e as vézes até a ‘Mague pro Tetino de mo Motese tare f exions densiten, Taraeoe alr Glho nit, os cristais que tiveram seu desenvolvimento interrompido HETEROGENEIDADES DOS ACOS por insufieiéncia de material. Os espagos nfo preenchidos entre os cristais € que formam a porosidade. ‘ig. 2 Gancho Ge ago moldade. Notemse falas © porosiades eda oo. 098s Nos lingotes, quando a parte dca néo se comunica com 0 ar exte- rior, ela contém quasi sempre uma atmosfera redutora (CO), que impede a oxidagio das paredes do vazio. Bste fato permite que, na HETEROGENEIDADES DOS ACOS 7 laminagdo a quente, essas paredes se soldem ao serem comprimidas uma contra a outra, atenuando o inconvenienie de um eventual resto de vazio. ‘Jé 0 mesmo néo acontece quando o vazio fica em contacto com 0 ar por estar aberto, como pode suceder nos Ingotes pequenos. Suas pareties oxidam-se ¢ nfo mais se soldam quando comprimidas na la~ Mninacdo, trazendo como conseqiiéncia fendas no interior do metal, {que em certos casos é muito perigoso. © mesmo se dé quando as pare- des do vazio se acham cobertas de impurezas. ‘Mesmo quando, pelo trabalho mecnico @ quente, as paredes do vazio se soldam, deixam sempre superficies de menor resisténcia Quando hé oxidacao ou interposicdo de impurezas, os “restos do vazio” formar no interior das pecas, solugdes de continuidade que atuam ‘como fissuras incipientes susceptiveis de se propagarem, se as condi- ‘ges thes forem propicias. Essas condigées so freqlientemente favore- cidas pela debilitacao do material em consequiéncia das impurezas pro- venientes da segregacdo. Essas solugdes de continuidade tornam-se particularmente perigosas quando ocorrem em pecas sujeitas a solici- tagdes dinamicas, choques, ou esforcos alternados, como os trilhos, eixos de maquinas, vigas de pontes, etc., pols passam em geral desa- percebidas até se dar a ruptura brusea da pea num processo de de- senvolvimento progressivo (fadiga). ‘As pecas provenientes da parte superior do lingote sio as mais sujeitas a apresentar ésse defeito. b — Segregasao © aco é uma liga ferro-carbono que contém, como impurezas normais, varios outros metais e metaldides. Quando 0 aco esté fundido, todos ésses elementos estado dissolvidos e distribuidos de modo pratica- mente uniforme. Essa homogeneidade, porém, nao perdura quando 0 aco passa ao estado s6lido, porque as impurezas, especialmente 0 16s foro e 0 enxéfre, no sendo tao soliiveis no metal solido quanto 0 séo no metal liquido, para éste ultimo vio sendo em grande parte repelidas, AA medida que a solidificagdo prossegue. Como a solidificagio comeca da periferia para o centro, é nesta segunda parte que tais impurezas irdo se acumblar, A parte central é a titima a solidificar-se, néio s6 porque o esfria- mento é mais lento nessa regido, mas também porque as impurezas (especialmente o fésforo) que para ai afluem, baixam o ponto de soli- difieagdo do metal. ‘Ao acimulo de impurezas nesta regido dos lingotes e de certas pecas fundidas de aco, da-se 0 nome de segregacdo. "A. composi¢ao quimica do ago do lingote pode, portanto, apresentar variagdes, sendo mais puro ne periferia e na base ¢ mais impuro no centro, motmente nas proximidades do “‘vazio”. Essa diferenca no é muito notavel nos teores de silicio e manganés; em relagéo ao carbono, entretanto, 4 é mais sensivel, ¢ muito mais ainda quanto ao f6sforo e ao enxéfre. sto ndo teria importancia se a variagdo de composigéio quimica néo acarretasse também 2 variacdo de propriedades mecénicas. Com

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