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Mobilidade da mao de obra Fstou indo para case E quando eu quero ir para case, sou move ere Townshe contratagio de trabalhadores pelas empresas, sugerida por um eq} brio do mercado de trabalho competitivo, maximiza o valor to produto da mo de obra. Os trabalhacores procuram continuamente por empregos com saliios melhores e as empresas estio em busca de trabalhadores mais baratos. Como resultado dessas buscas, 0 val do produto marginal da mao de obra se jguala entre as empresas mercedos de trabalho (para os trabalhadores com certas qualificacies © equilibrio na alocagao de trabalhadores e empresas é, portants eficiente, Nenhuma outra alocagio consegue aumentar 0 valor d= contribuigio da mao de obra para a renda nacional Desnecessirio dizer, mas 0 mercado de trabalho atual nfo & t organizado, Os trabalhadores muitas vezes no sabem de suas propr habilidades e talentos. Como resultado sé0 mal informados sobre ‘oportunidades disponiveis em outros empregos ou em outros mer cados de trabalho. As empresas nao sabem da verdadeira produtiv: dade dos trabalhadores que contratam, Como em um casamento, 2s informagies entre trabalhador ¢ empresa sio reveladas lentamente. quando ambas as partes passam a se conhecer. Assim sendo, a aloce io existente de trabalhadores ¢ empresas no é eficiente, e outras alocagdes, as quais aumentariam a renda nacional, sio possiveis Este capitulo estuca os deverminantes da mobilidade da mao de obra, os mecanismos usados pelo mercado de trabalho para aprimo- rar a alocacio de tcabalhadores. H muita mobilidade no mercado Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra 345, de trabalho, ¢ parece que nos Estados Uniclos é um fluxo constante, Aproximadamente 4% dos trabalhadores nos seus 20 e poucos anos trocam de empregos em qualquer més, 3% da populacao se muda de Estado em um ano ¢ cerca de 1,4 milhio de imigrantes legais eilegais centram no pais anualmente. Fste capitulo argumenta que todos esses "sabores" da mobilidade dda mio de obra sio motivados pelos mesmos fatores fundamentais: os trabalhaores querem melhorar sua situagao econémica e as empresas querem trabalhadores mais proditivos. Aanilise da mobilidade da mao de obra nos ajuda a fazer uma série de penguntas-chave nna economia do trabalho: Quais s2o os determinantes da migracia? Como os migrantes diferem de pessoas que escolhem ficar? Quais fatores determinam como os migrantes s0 autosselecionados? Quais so as consequéncias da migracio, tanto para os migrantes quanto para as localidades para as quais eles se mudam? Os migrantes ganham substancialmente com suas decis6es? E quo grandes sio os ganhos de eficiéncia com a migracio? 8-1 Migracao geografica como um investimento em capital humano Em 1932, 0 ganhador do Prémio Nobel, John Hicks, propés que “as diferengas nas vantagens ccconémicas liquidas, especialmente as diferencas nos salirios, slo as principais causas da migragio"! Praticamente todas as anilises modernas das decisis de migracdo usam essa hhipdtese como 0 ponto de partida e vé a migragdo de trabalhadores como uma forma de inves: ‘imento em capital humano. Os trabalhadores calcalam o Valor das oportunidades de emprego disponiveis em cada mercado de trabalho, ponderam os custos para fazer a mudanga poten cial eescolhem a opcio que maximiza 0 valor presente liquido dos ganhos ao longo da vida, © estudo da decisio de migragio é, portanto, uma aplicagdo simples da estruvura do capital humano estabelcido no Capito 6. Suponta que existam dois mereados de trabalho especficos nos quts certo trabalhador possa ser emprega, Iso pode ocorret em cidades, Estados ou até mesmo em paises diferentes. Agora, suponka que esse mesmo empregudo trabalhe em Nova York eseja considerando a possibildade dese mudar para California, © trabalhador, que tem 20 anos de idade, agora ganha w'Y délares. Se ele se rude, ganharia 5! délres, ese muda par Califonia custara M dlares, Oscustos de migragio incluem os gastos reas incorridos no transporte do trabalhador ede sua familia pessoas se madam patalonge de suas Familias, amigos rede scias Assim como qualquer outro investimento cm capital humano, a decisbes de migragio tunidades atrnativas de emprego, Deine PY" sero valor presente do flaxo de games se a pessoa fcar em Nova York, Fssa quanta € dada por Jefe A. Hicks, The Theo of Wages. London: Macmiln, 1932, p 7; via também Lary A. Sastad “The Cots and Fetus of Hutran gration,” ours of Pata Economy 70 (Ocover 1952) 6093 346 Economia do trabalho onde ré.a taxa de desconto e a soma na Equagao (8-1) continua até que o trabalhador aleance a idade de aposentadoria. Do mesmo modo, o valor presente do fluxo de ganhos se pessoa se mudar para a California é dado por py a wyeh 4 ME “te © ganho liquido para a migragio é, portanto, dado por Ganhos liquidos da migragio = PVC ~ PYSY—M. (O trabalhador se desloca para outsa regifo se 0 ganho liquido for positivo. ‘Uma série de propostas empiricamente testiveis segue a partir da seguinte estrutura A melhoria nas oportunidades econémicas disponiveis no destino aumenta os ganhos liquidos para a migracio e cleva a probabilidade de o trabalhador se mudar. ‘A melhoria nas oportunidades éconémicas da regio escolhida para viver diminui os ¢ganhos liquidos para a migragio ¢ também diminut a probabilidade de o trabalhador se mudar. ‘O aumento nos custos.de migeagio reduz os ganhos liquidos ¢ reduz.a probabilidade de uma mudanca, ‘Todas essas implicagdes transmitem a mesma mensagem bisica: a migragio ocorve quando hi grandes chances de o trabalhador reaver seu investimento* 8-2. Migracao interna nos Estados Unidos Os americanos deslocam-se com frequéncia. Entre 2005 e 2006, 2,8% da populacio se mu daram dentro do mesmo Estado e 2% foram para outros Estados” Alguns estudos tentaram determinar se o tamanho e direc desses fluxos de migragio (ou “migracao interna”) si0 consistentes com a nogio de que os trabalhadores migram em busca de melhores oportts rnidades de empregos.* Esses estudos empiticos muitas vezes relacionam a taxa de migracio centre duas regides &s variaveis que descrevem as diferengas nas condigBes econdmicas ddesses locais (tais como as taxas salariais e de desemprego) ¢ a uma medida dos custos de ‘migracio (normalmence a distancia envolvida na mudanea), 2 Embora nose icusio este enfocads na esata de um Yabahador ete das aides, 05 esos insights pari ‘udonss ee sales oc dete os 5 Estados os Estos Unido. lero calcula oval atal dos ganhos< ‘Eis ondos don erconeie aque que buna 98a dos ges liguics 2olongo david dos custo mir 21US, Buses of he Census, “bl 1, General Mai, by Region, Sex and Age: 2005 02006," wrucnsin glo laiorsrzardomatnarate i ‘ntenael Greenwood, “internal Migration n Developed Counties," in Mark Rosenzvcig and Odes Stork, editors, book o oul ened For Econom, ol, 1, Amsterdam: Ese, 1997, , 647-720, estos de trata aleance pessoa ganhos thador ilidade Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra. 347 impacto de variaveis especificas da regido sobre a migracao As evidéncias indicam que a probabilidade de migcagio € sensivel ao diferencial de renda centre 0 destino ca origem, O aumento de 10 pontos percentuais no diferencial de saliios entre os Estados de destino e de origem aumenta a probabilidade de migracao em aproxi: ‘madamente 7 pontos 5 Fii também uma correlagao positiva entre as condigbes de emprego a probabilidade de migracio. O aumento de 10 pontos percentuais na taxa de crescimento de empregos no Estado de origem reduz a probabilidade de migracio em aproximada- mente 2%, Por Ultimo, muitos estudos empiricos relatam uma cortelagio negativa entre a probabilidade de migragao e a distancia, ¢ essa distancia é muitas vezes interpretada como ‘uma medida dos custos de migragio.* O dobro da distancia entre destino e origem reduza taxa de migracio em aproximadamente 50%. Assim sendo, as evidéncias sao consistentes com a hipotese de que os traballuadores se mudam para as regides que maximizam o valor presente dos ganhos ao longo da vida. Bssas correlagdes nos ajudam a entender a diresio de algumas das grandes ondas de migra: gio interna nos Estados Unidos. Entre 1900 ¢ 1960, por exemplo, houve um fluxo considerivel ce estivel de trabalhadores afro-americanos do Sul rural para as cidades industrializadas do Norte.” Em 1900, 90% da populacio afto-amerjcana vivia no Sul; por volta de 1950, a frago 4e afro-americanos vivendo no Sul havia declinado para 68% e, por volta de 1960, para 60%. (© tamanho e direcio da migracio nao deveria ser muito suxpreendente. A disponibilidade de melhores oportunidacles no setor de manufacura,'a qual estava em expansio nas cidades do Norte (assim como a possibilidade de encontrar menos discriminagao racial no mercado de trabalho e no sistema de escolas puiblicas) obviamente persuadiu muitos negros a se mu darem para 0 Norte Do mesmo modo, durante grande parte do periodo depois da guerra, a economia da {que estava em expanslo, atraiu muitos trabalhadores de outros Estados. Porém, em consequéncia da diminuicio na indistria de defesa, os empregos na California, entre 1990 e 1993, declinaram em 750 mil vagas e a taxa de desemprego chegou a 9,1% (quando compareda com a taxa de desemprego nacional de 7,0%).” Como resultado, a diresao do fluxo de migragio entre a California e o resto do pais fez um retorno em forma de Uno inicio dos anos 1990, e a Califérnia se tornou uma fonte de migrantes internos, em vez de um destino para eles. © Robert A Naskoten and Michal Znuer, “Migration and Income: The Question of Sel-Slection.* Souter Econcmie Journal 46 Uaruary 1580: 840-5: ven também faba Kev ond James Walker, “The Effet of Expcted Incres 6 Inaidual Wigyaton Deasion,” Notoral ire of Economic Resarch Wiking apr 19525, March 2003, ' Aba Scharg, “Inespeting the fect of Distance on Migration." Jawa! of Foal Econcmy 81 (Sperber 1973 115369 "Nchelas Leman, The Poms Land The Great lack Migration ana How i Change Ameria, New York: Kop 1981 ara um estuto recente sce magi, vj eah Matt Basta, "Compettionin the Poied Land: Black Migration and Fagal Wage Comergence the North, 1940-1970," NBER Working Paper 13813, Februmy 2008, 2 ja “Caixa io the Rone Mo”, Neweeeh, 19 June 193, p. 2425, 348 Economia do trabalho © impacto das caracteristicas do trabalhador na migracao ‘Temos visto que as varidveis especificas da regio (como as rendas médias nos Estados de drigem e destino) tém um papel importante nas decisées de migracao. Muitos estudos também indicam que as caracteristicas demograficas dos trabalhadores, como idade € educaclo, sio importantes, A migracio & mais comum entre trabalhadores mais jovens ce mais qualificados. ‘A Figura 8-1 ilustra a relagfo entre idade e a probabilidade de o trabalhador migrar para outro Estado em qualquer ano, Essa probsbilidade declina sistematicamente durante fos anos de trabalho, Aproximadamente 4% dos que se formam em universidades aos 20 € poucos anos se mudam para outro Estado, mas a probabilidade declina em 1% para aqueles aque se formaram depois dos 50 anos. (0s trabalhadores mais velhos provavelmente se mudario menos porque a migragio é lum investimento em capital humano. Como resultado, esses trabalhadores tém um periodo ais curto sobre o quail podem coletar o retorno para os investimentos em migracio, O ccurto periodo de recompensa diminui os ganhos liguidos, ¢, consequemtemente, reduz 2 probabilidade de migracto. Hj também uma correlacao positiva entre o nivel de escolaridade de um trabalhador aprobabilidade de migragio, Com iustra a Figura 8-1, aqueles que tém formacio univer sitéria mudam de Estado a uma taxa consideravelmente mais alta do que aqueles que tém 0 tensino médio. O impaeto positive da educagao sobre as taxas de migragio surge porque os trabalhadores muito qualificados sio mais eficientes em aprender sobre as oportunidades de emprego no mercado de trabalho alternativo, reduzindo, assim, os eustos de migragao. Também é possivel que a regio geogrifica que compde o mercado de trabalho relevante para trabalhadotes altamente qualificados seja maior do que dos menos qualificados. Considere, por exemplo, o mercado de trabalho que os professores universitirios enfrentam. ‘Nao s6 existem poucas “empresas” em qualquer cidade, como também as qualificagdes dos professores sio bastante portiteis entre 0s colégios e universidades. E fato que professores tuniversitérios vendem suas qualificacdes no mercado de trabalho nacional (e muitas vezes até mesmo internacional) ‘Como observado anteriormente, a migracio geogrifica ajuda a methorar a qualidade da combinacio entre trabalhadores e empresas. Os dados sugerem que os trabalhadores ganham consideravelmente com a migracio, obtendo um aumento salarial de mais de 10%. ‘A migragio interna também reduz os diferenciais de salirios entre as regides ¢ melhora ‘a eficigncia do mercado de trabalho quando os trabalhadores se mudam para reas que Thes oferceem melhores oportunidades de empregos. Como vimos no Capitulo 4, existem evidéncias de que os salirios entre os Estados, nos Estados Unidos, esto convergindo, ¢ parte dessa convergéncia é causada pelos fluxos de migracao interna. 1p Anthony MJ Yeze and Lawrence Thurston, “Migration Patterns and Income Change: meetin fr the Human Cae a ch te Moran’ Southern Ezonom furl 42 (Apri 1975: 633-702 and Kernath €. Grant and John Cease a Elec of Migration on Income: A Wir Stay wth Ceneian Osta,” Canaan ural of Econom 13 ug 1980) 381-406 stados de + estudos > idade is jovens Fmigear durante aos 20e aaqueles gracio é 1 periodo ra¢do, O reduz a Ihadore uetémo orque os anidades tigracao, elevante ificados frentam, oes dos vfessores ualidade hhadores le 10%. methora reas que existem gindo, ¢ he Huma Capitulo Mobilidade da mo de obra. 349 Figura 8-1 (ppp — Probabilidade de ] migracdo entre Estados de 2005 a 2006, por idade e nivel educacional ‘onte: US. Bureau ofthe Census, Table 6 General Modity of Porson 25 Years ae Over, by Region, Age, and Educational Inigratefep32006 re ensino medio 30 Migracao de retorno e repetida (Os trabalhadores que acabaram de migtar possivelmente voltarao para suas cidades de origem (gerando os fluxos de migragio de retorno) ¢ muito provavelmente mudaréo para outros locais (gerando os fluxos de migracio repetida). A probabilidade de um migrante retornar para seu Estado de origem dentro de um ano é de aproximadamente 13%, € 4 probabilidade de se mudar para outro local & de 15%.!! [A menos que as condig6es econdmicas em varios Estados mudem drasticamente logo depois da migragao, a alta propensio de que os migrant. sistente com 0 modelo de maximiza¢So de renda que desenvolvemos anteriormente. Antes dda migragio inicial, 0 cdlculo de custo-beneficio do trabalhador indicava que se mudar de llinois para a Flérida maximizaria seu valor presente de ganhos ao longo da vida (liquido dos custos de migracio). Como um célculo similar, feito poucas semanas depois da mmudan- ¢a indicou que o retorno para llinois, ou talve. a ida para o Texas, maximizaria a renda do trabathador? ois fatores podem gerar retorno ¢ repetir os fluxos migrat6rios. Alguns desses surgem porque o trabalhador percebeu que a decisio de migra¢ao inicial foi tum trabalhador que esteja contemplando a mudanca de Illinois para a Flérida enfrenta :muitas incertezas sobre as condigBes econdmicas do Estado, Uma vez chegando a Florida ele podera descobrir que as oportunidades disponiveis de emprego—ou amenidades locais ~ sio piores do que o esperado. Os fluxos de migragio de retorno ¢ repetida surge quando os trabalhadores tentam corrigir esses erros. A migracio de retorno ou repetida também poder ser um plano de carreira que ‘maximiza o valor presente dos ganhos ao longo da vida em algumas ocupagoes, mesmo ‘mudem novamente no & con: 1 tle Oavazo, “Repeat Mito nthe United States Who end Who Moves On? vi of conan and Sits 65 (Noverber 1983) 550-5, via ambi Chisban Dusan, “Reta Mgiaton, Wage Dire ‘the Optenl Migration Durie.” Eurapeen Economie Rev 47 Vp 2003) 359-67, rd 350 Economia do trabalho na auséncia de qualquer incerteza sobre as oportunidades de emprego. Por exemplo, os advogados que esto se especializanco em leis tributarias rapidamente percebem que ‘um periodo de tempo no Departament ofthe Treasury, no Departament of justice ou na Receita Federal em Washington, DC, praporcionaria a eles capital humano valioso, Este capital inclu conhecimento complexo do cédigo tributario, assim como conexdes pessoais com politicos e outros funcionsrios do governo, Apés seus servigos, os advogados podem retornar para seus Estados de origem ou mudarem para outras cidades do pais, onde suas qualificagées recém-adquiridas serio altamente recompensadas, Na rcalidade, a estadia temporiria dos advogados no Distrito de Columbia é simplesmente mais um degrau na carreira que maximiza os ganhos ao longo da vida!® Existem evidéncias que sustentam a opinigo de que os fuxos de migra¢io de retorno e repetida sio gerados tanto pelos erros na decisio de migracio inical quanto pelos depraus na trajtOria da carreira. Por exemplo, trabalhadores que migram para um local distante possivelmente retornario para sua cidade de origem. As pessoas que vlo viver em locals distantes tém, provavelmente, informacdes imprecisas sobre a verdadeisa condicio eco niémica da cidade escolhida, aumentando a probabilidade de a mudanga original ter sido uum erro, ¢talvez repita a migracio ou o retorno. Isso também & o que acontece is pessoas altamente qualificadas, as quais se engajarGo em repetira migracio, Essa descobertaé con sistente tendo a hip6tese de que as qualifcagSes adquiridas em um local especifico podem ser lucrativas se comercializadas em outro local Por que ha tao pouca migraao? Embora os americanos sejam bastante méveis, o volume de migragéo interna ni ciente para igualar completamente os salatios entre as regides. Aproximadamente meta do biato salarial entre quaisquer duas regides desaparece depois de 30 anos. A persisténci dos diferenciais de saldrio regionais levanta uma questo importante: Por que mais pessoas ro aproveitam os altos salirios em algumas regise: (© modelo do capital humano sugere uma resposta: os custos de migracio devem ser muito altos. De fato, podemos aplicar facilmente o modelo para ter uma ideia aproximad: da magnitude desses custos. Fm 2003, a média de compensagio anual por trabalhador era de aproximadamente USS 22 mil em Porto Rico e USS 51 mil nos Estados Unidos." Pelo "2 Ums teoa dosinvestnentos em caitl humana eects ecypaciona based nesta hpoese de dees apenas cen Sherwin Roser, “Lesning and gerne inthe Labor Maret" ours of Human sources? (Summer 1972) 326-42 13 Davao, “Repeat Migation in he ited Stats": ie Danan and Peter A. Morison, “Return and Other Sequence igaton the Unie Sistes" Demesraphy 18 February 1981 85-01. Um esto soe a mgraco deretmna ra conte anadense& dado po eee Ht. "Ave Miran Me Sil Than Non migrants? Rept etry, and Se npleye Nigrants"Cansion ual of éeanemes 37 owner 2603) 23043 Roberts Bao and Xa Salata, "Consergence actos Sates and gions” Bookings Papers an Economic Acti (1981) 10758; ans Olver Jon Banenrd and Laren F kat, "Regional Evitens," Brookings Mapes on Econo ‘coy (1982) 1-6. 15 US. Deparment of Cormerce Sitti Abst ofthe United States 2006, Wetingon, OC: Government Pi Ce, 2002, Tables 627, 1302: vj wna census qolecmpencatah Esse derengaepeanecem sends tes 2a vendo fe asada para as eens no pode” decomp. Em 2005, 0 Ber canta fem ares PP era USS tal er Porto ico @ USS 41,8 mil nos Estades Unidos, va US. Cental tligence Agency, Te WO Factbook, 2 ‘ashiaton, Dc: Goverment Pring Oe, 2005, pene te wea gowca/pblestonstactboine. hn pitulo8 Mobilidade da mao de obra 354 slo, os {ato de os porto-riquenhos serem cidadéos dos Estados Unidos por nascimento, ndo existem nique restrigSes legais que impecam a entrada deles nos territ6rios americanos. O grande hiato ou na salarial induziu mais de um quarto da populacio de Porto Rico a migrar para os Estados, >. Este Unidos nos tiltimos 50 anos. Porém, 75% dos porto-riquenhos escolheram nao se mudar ssoais Deixe que wy Seja 0 salirio que o trabalhador recebe em Porto Rico e wys0 salario que vodem cele pode ganhar nos Estados Unidos. Para simplificar, vamos presumir que esses salirios si le suas constantes durante o ciclo de vida, O resultado @ que se a soma das Equacdes (8-1) ¢ (8-2) stadia ‘tem muitos termos — de forma que o trabalhador viveria quase que para sempre ~ podemos rau na escrever 0 valor presente descontado como!” agraus stante © Pigg teas (ea) PV locais A estrutura do capital humano indica que o trabalhador ¢ indiferente quanto a se mudare ficar, | | | | sesido ve (een M os vodem " Para termos uma ideia de quo grande M deve sera fim de tornar um trabalhador indi ferente, considere o seguinte rearranjo algébrico da Equacio (8-5): divida ambos os lados or wpe defina = M/vpa. A varidvel x mostra afragio do salirio de um trabalhador em Porto Rico que é gasto com custos de migracio, Podemos ent lo reescrever a equaco como é sufi reade wéncia a Sa] essoas " Ocosficiente (5~ Wp) /tvpg€ de aproximadamente 1,2, ndicando que um trabalhador a renda em 120% a0 migear para os Estados Unidos. Sea taxa de des ‘lado esquesdo da Equagio (8-6) assume o valor de 25. Em outras palavras, os custos de migracio para o trabalhacor que ¢indiferente entre migrar para os Estados Unidos cu ficar em Porto Rico si0 25 vezes seu salivio. Se esse trabalhador ganha a renda média em Porto Rico (ou USS 22 mil, os custos de migracio sio de aproximadamente USS 550 mil! ‘Qual éexatamente a natureza desses eustos? A quantidade obviamente nio representa © custo de transporte da familia e dos bens domésticos para um novo local nos Estados Unidos. Em vez disso, porto-riquenho marginal provavelmente acreseenta uma utilidade consegue aumentar conto é de lorera 1s Pelo bastance alta para as amenidades sociais e culturais associadas com a permanéncfa no local de nascimento, Nem ¢ precisa dizer que os custos de migracio possivelmente sero bem maiores em outros contextos ~ como na migracZo internacional, onde existem restrigdes i Bois, “Labor Outs and Labo lows Psrto Rc,” Jovna of Haran Capital? (sping 2008 sia Sey Wo eee 1 9 eatin por ane eo ugere que ele te ial a7) MU 7 ean (eae 'Umsarilise ms sefscada do ao de nigracio ene Estados Estados nidsalcanxa un esa siniaycondind que caso de migiago de mals de US$ 250 ral para rabalhadores ovens vj John Kennan ad ares. Walker, “The Etec Expected Incomes on nul Migehon Osos Unneray o Wenn, Mason Werkng Peper hay S008) 352 Economia do trabalho Nieto seeks NLM es) A lberdade de movimentacao das pessoas ~ aliada & liberdade de movimentaco de capital, bbens e servigos - é um diteito geral na Unido Europela. Na teoria, a criacéo de um unico mercado deveria criar muitos empregos adicionais e oportunidades de ganhos para os traba- Ihadores nos Estados-membros da Unig Europea. Os fluxos liwes de méo de obra, capital bens e servicos também deveriam reduzir considerayelmente os diferencials de salarios entre 0 paises da comunidade Em 1998, a Uniso Europeia comecou anegociar as condides de entrada para varios paises da Europa Central e Oriental, incuindo a Republica Tcheca, Estonia, Hungria e PolOnia. Uma preocupacgo importante era 2 possiblidade de que os fluxos de miaracao de paises acedidos fos Estados mais icos causariam presses negatives nos salarios e agravaria ainda mais 0 sério problema de desemprego que jé existe em muitos paises da comunidade. [No passado, essas preacupacies encorajaram os negociadores da Unisio Europeia a propo: rem um “periodo de transiga0", durante o qual os cidadéos de paises acedios enfrentariam ‘algumas restricdes se quisessetfigrar para la. De fato, esse periodo de transicéo foi parte de um acordo que permitiu a entrada da Grécia, Portugal e Espanha na comunidade. Embore hhouvesse o temor de que a concessie desses palses geraria{luxos populacionais substancias, {esses fhux0s de migracéo nunca se materiaizaram, Em 1993, 17 milhoes de estrangeiros moravarn fem varios paises da Unigo Furopeia, mas apenas aproximadamente 5% desses estrangeiros feram de paises de Id. Esses “imigrantes internos da Unigo Europeia* compunham apenas 1,3% dda populacio da comunidade, “omalist e poiticas na Unido Europela agora alegam que talvez 40 milhoes de europeus orientais se aproveitem das fronteias abertas migrando para o este, Porém, ¢ improvavel que isso ocorra. A combinacao de grandes custas de migracao — especialmente entre paises que iferem no idioma e na cultura —€ o hiato salaralrelativamente pequeno (e estreito}sugerem {que os ganhos com a migracso nao sao suficientemente grandes para gerar grandes fluxos opulacionais. Uma andlise detalhada dos dados cisponiveis concluiu que talvez 3% da popu- lacao de paises acedidos (ou aproximadamente 3 mihoes de pessoas) migratao pare 0 veste nas proximos 15 anos. Esses imigrantes aumentariarn a populacéo da atval Unido Europela em menos de 1%: Font: Thomas Bauerand Klaus Zimmeimann, Assessment of Fosse Migration Pressureandits Labour Market tepac Follwing EU Enlergement to Cental and Estem Europe, Bonn: Reatvio de Pesquisa ZA #3, ul 1999, legais e diferengas muito maiores de idioma ¢ cultura. Resumindo, embora a migracio interna aumente a eficigncia do mercado de trabalho, 08 ganhos sio limitados pelo fi de que os diferenciais de salérios regionais provavelmente persistirao porque © fluxo migrantes nao € suficientemente grande, 8-3. Migragao de familias |Até agora, nossa discussiio sobre a migragio geogrifica enfocou as escolhas feitas por um trabalhador solteiro quando este compara as oportunidades de emprego entre regides apital, ‘unico traba apital bore nals, nigragio pelo fato fluxo de c regides Capitulo ® Mobilidade da mao de obra 353, c escolhe a localizagao que maximiza o valor presente dos ganhos ao longo da vida. No tentanto, a maioria das decisées de migracio nfo sio tomadas por trabalhadores solteiros, mas por familias. A decistio de migracio, portanto, nao deve ser bascada se um membro especifico da familia ficaria numa situagao melhor no destino do que na origem, mas sim se a familia como um todo ficaria melhor.” ‘O impacto da familia na decisio de migracZo pode ser facilmente descrito. Suponha que a familia seja composta de duas pessoas, o marido e a esposa. Vamos denotar por APVy a ‘mudanga no valor presente do fluxo de ganhos do marido se ele se mudasse geograficamente (igamos de Nova York para a California). E deixemos que APY y seja a mudanga no valor presente do fluxo de ganhos da esposa, se ela fizesse a mesma mudanga, Observe que APV;, também pode ser interpretado como 08 ganthos do marido para a migracio se ele fosse solteiro estivesse tomando a decisio de migracio por conta prépria, Esses ganhos sio chamados de ganhos “privados” do marido pata a migracdo. Se 0 marido no estivesse encarregado de suas responsabilidades familiares, ele migraria se os ganhos privados APV;, fossem positivos. Do ‘mesmo modo, a quantidade APVy- mostra os ganhos privados da esposa, porém ela mudaria se fosse solteita, ¢ se APV.y Fosse positivo, ‘Auunidade familiar (isto é, 0 marido ¢ a esposa) se mudaré caso os ganhos liquidos da _familia forem positivos apy, PAPV,, >0 « Em outras palavras, a familia migra se a soma dos ganhos privados para o marido & para a espasa € positiva ‘A Figura 82 ilustra as idias bisias, O eixo vertical na figura mede os ganhos privados «do mavido com a migracio,¢ 0 cixo horizontal mede os ganhos privados da esposa, Como ‘bservado acima, se 0 marido estivesse tomando a decisio de migracZo completamente por conta propria, ele migraria toda vez que APY), fosse postivo, 0 qual é dado pelos re sultados que se encontram acima do eixo horizontal (ou a combinasio das ixeas 4, Be C) Do mesmo modo, se a esposa estivesse tomando a decisio de migracio por conta propria cla migratia toda vez que APVy fosse positivo, o qual é dado pelos resultados na deta do eixo vertical (ow areas C, D eB). ‘Vamos agora examinar a decisio de migragfo da familia. A linha de 43° que se inclina negativamente e passa pela origem conecta os pontos em que os ganhos liquidos para a familia sio zero, ou APV;, + APY, = 0. A familia podera nao ter ganhos com a migracio de varias maneitas. Por exemplo, no ponto X, a esposa ganharia USS 10 mil se ela se mu dasse, mas o marido perderia US$ 10 mil, No ponto Y, o marido ganharia USS 10 mil, mas a esposa perderia USS 10 mil 'A familia se muda se a soma dos ganhos privados APV;, + APVyyé positiva, A decisfo da familia em maximizar os ganhos ao longo da vida da familia sugere que clase madaré toda ‘vez que os ganhos estiverem acima da linha de 45°, ou a combinacio das areas B, Ce D.A drea na qual 2 familia quer se mudar, portanto, no coincide com as areas que indicam 0 +9 sce Miner, “Famly gration Decisions," Journ of Pitz! Economy Bé (tober 197B. 749-73; Julio OaVane "in Fees ove: Model ofthe Geogaphic Mtl of Kared Couple” Repartr#R.1872-00L, Sara Moni: The Rand Corzaion, 1976; ad Steven Sandel, "Women ad the canaries of Fey Migration vie of Es and Stasis 59 (Noverbr 1877) €U6-4 354 Economia do trabalho Figura 8-2 Gano pads Pessoas casadas que se amanda aev) mudam e pessoas casadas que permanecem Seo maida fose soli, ele tiga oda vez que APUH> O (ovaress 2, 80, Sea esposa fosse sora, ela mgrana 3 ver que APVI'> 0 (ou eas C, De®. A fama migra quand f some dos gonhos pride € posta (ou ares &, Ce Dy. Na Sea Do mando nfo se mudaia ‘camo parte da familia, o que fa dele ura pesos em um TODO Gans prvados relaconamento que se mde, da essa AP) Novores 3 exposn ee muda ‘mudlara como parte da familia, 0 fue faz dela uma pessoa em um felsconaments que permanece. Ply SPU {que cada pessoa da familia faria se fosse solteira. Em outras palaveas, adecisio étima para a familia ndo émecessariamente a mesma que a escolha 6tima para wma pessoa solteira Pessoas em um relacionamento que se mudam (tied movers) e pessoas em um relacionamento que permanecem (tied stayers) So para exemplificar o por que 0s incentivos da familia para migrar diferem dos incentivos privados de cada membro da familia, considere qualquer ponto na érea E. Nesta rea, & ‘esposa se mudaria por conta prépria se ela fosse solteira, porque existem ganhos privados para sua mudanca (isto é, APVy > 0). Entretanto, observe que a perda do marido excede os ganbos dela (de forma que APU}; + APV, <0) e, consequentemente, nio é timo que a Familia se mude. A esposa é, na realidade, uma pessoa em um relacionamento que per- ‘manece. Ela sacrifica as melhores oportunidades de emprego disponiveis em outros locais, porque seu marido ficaré melhor em sua atual residéncia Do mesmo modo, considere qualquer ponto na érea D. Nesta rea, o marido sofre uma perda de renda se ele mudar de regio por conta propria (isto € APV;, < 0). Mesmo assim, quando ele se muda como parte da unidade familiar, os ganhos da esposa excedem as perdas do marido, de forma que APV;, + APV,, > 0, A familia se desloca c o marido é uma pessoa em um relacionamento que se muda, Ele segue sua esposa mesmo que sua perspectiva de emprego seja melhor em sua atual residéncia. ‘A anslise da decisio de migracio da familia demonstra que nem todas as pessoas da familia precisam ter ganhos privados com a migragdo. Uma comparacio dos ganhos pré » de casais que decidem se mudar indicaria que eles “perderam” com a Capitulo 8 Mobilidade da mode obra 355 migracio, Na realidade, as evidéncias sugerem que os ganhos de mulheres pés-migracio siio geralmente mais baixos do que seus ganhos pré-migracao.2° No entanto, temos visto que a comparacao pré e pés-migracao dos ganhos de esposas do sugere necessariamente que a migragio é um investimento ruim. Toda a familia gana, de forma que ambos ficam numa situacéo melhor: ( ripido crescimento na taxa de participagio das mulheres na forca de trabalho sugere «que maridos e esposas se vem cada vez mais em situasdes nas quais o incentivo privado para migrar nio coineide com o incentivo da familia. Muitas vezes marido e mulher esto procurando emprego na mesma cidade e até mesmo na mesma profissio limitadamente definida, com isso as chances de se encontrar trabalhos adequados para eles si0 minimas, reduzindo a probabilidade de a familia se muda. ‘O aumento no niimero de familias nas quais 0s dois trabalham originow os arranjos do ‘mercado de trabalho eriativo. Com o grande niimero de empregadores interessados em com ‘watarum dos eBnjuges,facilta-s o processo de busca por emprego para ooutro e em alguns casos é feita a contratacio dos dois. Tem havido também um aumento no niimero de pessoas casacas que mantém residéncias separadas em cides diferentes, de forma a minimizar as perdas financeiras por ser a pessoa que se muda ou que permanece. Por tiltimo, o conflito centre a decisio de migragSo que é melhor para uma pessoa solteira ea decisio de migracao aque é melhor para o casa, deixaa unidade da familia maisinstivel. No entanto, n3o sabemos até que ponto a taxa de divércio & motivada pela recusa das pessoas que se mudam e das que permaneeem em seguir com a decisio de migracio da familia. 8-4 Imigracao nos Estados Unidos ‘Nos Estados Unidos e em muitos paises desenvolvidos, ressungiu a imigcagio em langa ¢s- cala, As NagSes Unidas estimam que aproximadamente 190 milhées de pessoas, ou quase 3% da populacdo mundial, agora resem em outros pafses que ndo o nativo.2 Comecamos nosso estudo sobre este importante fluxo populacional ao proporcionar ‘uma breve histéria da imigraco no pais que recebe o maior fluxo de imigrantes do mundo ~ 6s Estados Unidos.*® Como mostra a Figura 83, 0 tamanho do fluxo de imigrantes que cchegam aos Estados Unidos tem flutuado drasticamente no tiltimo século, Em rea¢io a0 grande ntimero de imigrantes que entraram no pais no inicio do século XX, o Congresso fechou as portas na década de 1920, a0 decretar um sistema de cotas da origem nacional, a qual limirava 0 nimero de imigrantes assim como concedia grande parte dos vistos dis. poniveis para pessoas nascidas nos paises do nordeste da Europa. rms of Fen Mgrstion; wea tame Fou. yl et al, “A Cote tinal Comp: he npact of Famly Migrston en Womens Eroyment Status," Demography 38 (ey 2001) 201-13; nd Sata Nalsinen"Deteminans of Fay Negation, Short Moves Long Moves,” faunal of Popuaten Economics 17 (earvary 21 United Nations Ppation Dison, Department of Eeanomss ad Socal Ms, terion Maton, 2006 New York Usted nations, 2008, wns orfesafppulaorypubeaters/2008Miraton charv200etWig chr, 22 fara una decuseso mae deal, ea George J. Boj, Heaven's Dor: maton Poland the imeican conc, Frnceton, WU: Princeton Unies tess, 1999. 356 Economia do trabalho Casais poderosos Ha um niimero crescente de “casais poderosos” nos Estados Unidos, em que ambos tém for: ‘macdo universitria. A proporcao de casais poderosos cresceu de 2% em 1940, 9% em 1970, para 15% em 1990, As mulheres muito qualificadas provavelmente participardo mats da forca de trabalho, por esse motivo os casais paderosos $80 predominantemente pessoas com duplas carreras, Em 1940, a probabilidade da esposa trabaihar era de 20,19%; porem essa estatistica subiu para 73,3% por volta de 1990, ‘A tendencia de um casal poderoso é trabalhar, contudo pode ser dificil que ambos con- sigam empregos “otimos" no mercado de trabalho na cidade em que residem. Como resul- ‘ado, 08 ¢asais paderosos talve2 tenham que se separar e morar em cidades diferentes, ou tum dos esp050s teré de aceitar o fato de que ele/ela 6 uma pessoa em um relacionamento que permanece (ou que se muda) e trabahnar em uma empresa que nao oferece as melhores oportunidades de emprego. (0s casais poderasos conseguem minimizar esses problemas ao se acomadarem em regides {do pals que provavelmente proporcionaro muttas aportunidades de emprego para trabalhadores qualficados, como as grandes.metrépales. O mercado de trabalho civersificado nestas cidades ode proporcionar combinacoes satisatdrias de emprego para 0s cOnjuges. E é precisamente 0 ‘que esses casas tém feito nas ultimas décadas. A Tabela 8-1 resume as evidéncias. ‘A proporcao de casais paderasos que se acomodam em grandes areas metropolitanas subiu de 146 para 34,8% entre 1970 © 1990, Em contrapartida, 2 proporcao similar para 0s casais, fem que nenhur dos dois tem formacdo universitaria (ou um “casal com baixo poder") subiu apenas de 8,3 para 20,0%. Se tratarmos a escolha da localizacdo feita pelos casais de baixo ppoder como a escolha do grupe de controle, a abordagem de diferencas-em-aliterencas sugere ‘que fazer parte de um casal poderoso aumenta em 8,5 pontos percentuais a probabilidade de residir em uma grande area metropolitana, Assim sendo, muitos casais poderosos escolhem reduzir 0 custo ao se mudarem para partes diferentes do pass. Tabela 8-1 Porcentagem de casais em que as esposas trabalham residindo em grandes areas metropol pan 7200 Diferenea Casas poderosos 46 38 22 Casals com bato poder 83 200 az ferencas-em ferences = S a5 Fonte: Dorat, Costa and Matthew E. Ken, "Power Couples: Changes inthe Locational Choice ofthe College Felucated. 1840-1990." Quarter Journal of Economics 115 (Novermber 2000): 1287-314; vga também Janke Compton and Rabert A. Polk, “Why Are Power Couples Increesiny Concenttedin Large Metropolitan fea” Journ) of labor Economics 25 sly 20073: 478-512, Na década de 1930, apenas 500 mil imigrantes entraram nos Estados Unidos. Desde centio, o ntimero de imigrantes legais aumentou substancialmente ¢ agora esti em niveis histéricos. Em 2007, pouco mais de um milhdo de pessoas foram admitidas legalmente, Desde Capitulo Mobilidade da mao de obra 357 Nometo de migrates legals ‘em mikes) | a3 1850 vara ‘1e90 «191019301950 19701990 Década Figura 8-3 Imigracio legal para os Estados Unidos por década, 1820-2000 Fonte: US. migration and Naturalization Service, Stttal Yearbook ofthe migration ond Nataluatin Service, 2000 ‘Washngton, BC. Gavernmant Ping Off, 2000, 18 Houve também um aumento estivel no nfimero de imigrantesilegais Estima-se que apro ximadamente 11,6 ides de pessoas estavam ilegelmente nos Estados Unidos em janeiro de 2006 que o axe liquide de imigrantesilegas é de pelo menos $00 mil pessoas por an0.? {© grande aumento na imigracio nas ultima décadas pode ser parcialmente atibutdo 3g mudangas na politica de imigracio dos Estados Unidos. As emendas de 1965 pars aL de tmigracdo e Naturalizagio (Immigration and Nationality Act) (eas revisGes subsequen- tes) revogaram o sistema de cotas por origem nacional, aumentaram o niimero de vistos dlisponiveis e fizeram dos lagos de familia para os esidentes ds Estados Unidos o principal fator que determina se um eandidato seri adimitidono pais. Como consequéncia de ambas as emendas de 1965 e as grandes mudancas nas condihes econdmicas € politicas no pais de procedéncia, o mix de origem nacional do faxo de imigrantes mudou substancialmente tno tltimas décadas. Mais de dois tercos dos imigrantes legis admicidos durante os anos 1950 ofiginavarnse da Europa ou Canad, 25% da América Latina e apenas 6% Asia. Por volta de 1990, apenas 17% dos imigranres legais originavam-se da Europa ou do Canadé 17% da América Latina € 0: 31% adicionais originavamse da Asia {Um fator importante que motiva esses fluxos de migraclo € a considerivel diferenca de salivios que existe entre os Estados Unidos e os paises de origem. Um estudo recente da ‘migragdo legal de mexicanos mostra que ofluxo de imigrantes € extremamente recepvo 25US.mmiggaton and Netuazaton Seve, “Estimates! the Unzuthosize migrant Poption Residing in he Usted ‘Sate aony 2008," [august 2008, dsponive ro site ewuhs gobran/asetsatsticpuicaionsl_p. 2006 pot 358 Economia do trabalho ‘s mudancas nas condi¢des econdmicas nos dois paises.2# Em um més tipico entre 1968 ¢ 1996, a Patrulha de Fronteiras apreendeu 42.890 pessoas na fronteira com 0 México que tentavam entrar no pais ilegalmente. A elasticidade do niimero de apreensdes no que diz respeito aos salirios no mereado de trabalho no México é de aproximadamente -0,8; uma reducdo de 10% no salério mexicano aumenta o mimero de apreensdes em cerca de 8% Do mesmo modo, a elasticidade das apreensées na fronteira, no que diz respeito aos sal ios no mercado de trabalho dos Estados Unidos, & de aproximadamente +1; um aumento dle 10% no salitio dos Estados Unidos aumenta o niimero de apreensdes em 10%. A disso, o mimero de apreensdes responde quase que imediatamente — dentro de um més mudangas nos salérios mexicanos ou nos salétio nos Estados Unidos. Em outras palavras, parece haver um grupo potencial de imigrantes ilegais no México que esto prontos para quase que instantaneamente fazer as malas ¢ se mudarem nas minimas alteracSes nas condigGes econdmicas, 8-5 Desempenho dos imigrantes no mercado de trabalho dos Estados Unidos Como os imigrantes se saem no mercado de trabalho dos Estados Unidos? Essa questo tem um papel crucial no debate sobre a imigracio, nfo apenas nos Estados Unidos, mas em outros paises anfitribes, Os imigrantes que conseguem se adapter, ¢ so relativamente bbem-sucedidos em seus novos empregos, podem fazer uma contribuigosignificativa par 9 crescimento econdmico. Além disso, 0s nativos no precisamn se preocupar sobre a poss: bilidade dos imigrantes se candidatarem aos programas de assisténcia piblica e tornare: se uma carga tributiria. Resumindo, o impacto econémico da imigracio dependera da ‘composicio de qualificacbes da populacio imigrante. Os perfis de ganhos por idade de imigrantes e nativos em dados cross-section Para avaliar o desempenho econémico dos imigrantes ¢ © processe de assimilacio, mu! tos estudos utilizaram dados de cross-section (isto é, dados que dio uma visio isolada da Poptlagio em um ponto no tempo, como um censo espectfico dos Estados Unidos) pa! rastrear os perfis de ganhos por idade de imigrantes e nativos.2¥ Um conjunto de dados cross-section nos permite comparar os ganhos atwais de imigrantes recém-chegados com os {ganbos atuais de imigrames que migraram hf um ano. A Figura 8-4 utiliza os dados ccenso de 1970 para ilustrat os perfis de ganhos por idade tipicos para imigrantes e nativos Na época da entrada nos Estados Unidos (na idade de 20 anos), as ondas de homens im: grantes eram aproximadamente 15% mais baixas do que os saldrios de homens nativos 2 Gordon Hanson and Anion Splibetgo, “legal Igri, Border Enforcement, and Reative Wages" An Froromi Review 89 (December 1995) 1.33757 25 Bary R Chiswick, "The fet of Ameriaizaton on the Earnings of Forein-Born Me, Jou of Petia 85 (Ceover 1979): 697.52 vento Alem esto para rida dada | para jos de os do Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra 359 Figura 8-4 9.000 Os perfis de ganhos por dade de imigrantes e 8.000 nativos em cross-section Fonte: Barry R. Chiswick, “The Effect of Amerianizaton on the 09 Exmings of Foregn-Born Wen, 5.000 Journal Plteal Economy 25 (October 1978) Tabi 2, Colume 3. 7.000 4.000 © perfil de ganos por idade de imigrantes é, portanto, mais ingreme. Na realidade, depois de 14 anos nos Estados Unidos, os ganhos de imigrantes parecem “ultrapassat” os ganhos de trabalhadores nativos. O imigrante tipico, que est’ nos Estados Unidos hé 30 anos, ganha aproximadamente 10% a mais do que’0s nativos comparaveis. Assim, os dados de cross-section sugerem que a mobilidade positiva é um aspecto importante da experiéncia de imigramtes porque aqueles que chegaram h4 myitos anos ganham muito mais do que aqueles que acabaram de chegat Existem trés resultados distintos na Figura 8-4 que vale a pena serem discutidos em detalhes, Primeiro, observe que os ganhos de imigrantes s30 inicialmente abaixo dos sganhos de nativos. Esta descoberta é normalmente interpretada como segue: quando os imigeantes chegam aos Estados Unidos pela primeira vez, eles nfo tém as qualifcacbes 4que so valorizadas pelos empregadores americanos. Bssas qualificacdes “especificas dos Estados Unidos” incluem idioma, credenciais educacionais e informagées sobre quais sio ‘os empregos que pagam melhor ¢ onde eles estio localizados. (© segundo resultado & que o perfil de ganho por idade dos imigrantes & mais ingreme {que o perfil de ganhos por idade de natives. Coma vimos no Capitulo 6, o modelo de ca pital hamano sugere que volumes maiores de investimentos em capital humano torna 0 perfil de ganhos por idade mais ingrome. A medida que os imigrantes aprendem inglés e também sobre 0 mercado de trabalho nos Estados Unidos, 0 estoque de capital humano dos imigrantes cresce em relagio 20 de nativos, e ocorrem as assimilagdes econdmicas no sentido de que os ganhos cos imigrantes comecam a convergir para os ganos de nativos. Assim, 0 modelo do capital humano proporciona uma histéria razodvel de por quic os ganhos de imigrantes comecam abaixo e crescem mais rapidamente que os ganhos de nativos, Est historio, no entanto, nfo explica a terceira descoberta na figura: depois de 14 anos nos Estacios Unidos, os imigrantes pazecem ganhar mais do que 0s nativos. Afinal, por que os imigrantes deveriam acabar acumulando mais capital humano do que os nativos? ara explicar por que os imigrantes eventualmente ganham mais que os nativos, alguns pesquisadores recorreram a um axgumento de selecio: alguns trabalhadores nos paises de procedéncia escolhem migrare outros escolhem fica eos imigrantesnio sio selecionados aleatoriamente da populacio dos paises de origem. Pareve plausivel argumentar que apenas a8 ‘pessoas que tém habilidades excepcionais, ou muito impeto ¢ motivagio, empacotariam tudo 6 que clas tém, deixariam familias e amigos para tris ese mudariam para um pais estrangeiro 360 Economia do trabalho para comecar uma nova vida. Se os imigrantes sho de fato selecionados da populagao dessa Maneira, nfo nos surpreenderia encontrarmos imigrantes que s4o mais produtivos que os nativos e ganham mais), uma vez que cles acabam adquirindo as qualificagbes necessirias Assimilagao e efeitos de corte A linha inferior dos dados de crass-section resumidos na Figura 8-4 & de que os imigrantes que migraram hé muitos anos ganham mais que os imigrantes recém-chegados. A interpretacio ‘assimilacionista” desse resultado diria que aqueles imigrantes adquiriram as qualificacées especificas dos Estados Unidos. Hm tempo, os recém-chegados também adquirem essas qualificagdes e sero tio bem-sucedidos quanto os imigrantes mais antigos. problema bésico da interpretacao de evidéncias de dados de cross-section & que ests ‘mos fazendo inferéncias de como os ganhos dos trabalhadores imigrantes evoluem cor © passar do tempo. Esse pode ser o caso, por exemplo, de que imigrantes recém-chegados sio inerentemente diferentes daqueles que migraram ha 20 anos. Assim sendo, nao é vilido uusar a experiéncia econémica daqueles que migraram hé 20 anos para prever o futuro do desempenho no mercado de trabalho dos imigeantes atuais. A Figura 85 ilustra a logic por trés desta hipétese alternat Para simplificar, vamos considerar uma situacio hipotética na qual existam trés ondas separadas de imigrantes, e essas ondas tém produtividades distintas. Uma delas chegou en '960, a segunda em 1980, ¢ a cltima em 2000. Suponha também que todos os imigrantes centraram nos Estados Unidos aos 20 anos de idade. Vamos supor também que o primeiro caorte tem o nivel mais alto de produtivicade que qualquer grupo na populacio, incluindo os trabalhadores que nasceram nos Estados Unidos. Se observissemos seus ganhos em todos os anos depois de terem chegado aos Estados Unidos, seus perfis de ganhos por idade seriam dados pela linha PP na Figura 8-5. Para o propésito do argument, vamos supor que a tiltima onda de imigrantes (isto 6, os que chegar: em 2000) é a menos produtiva que qualquer grupo na populacio, incluindo os nativos. Se pudéssemos observar seus ganhos por toda sua vida ce trabalho, seus perfis de ganhos pe ‘dade seriam dados pela linha RR da figura. Por titimo, suponha que os imigrantes qui chegaram em 1980 tenham as mesmas qualificacdes que os nativos, Se pudéssemos observa seus ganhos em todos os anos de suas vidas de trabalho, os perfis de ganhos por idade dest. coorte e de nativos seriam dados pela linha QQ. Observe que os perfis de ganhos de cade coorte de imigrantes sio paralelos aos perfis de ganhos por idade da populacao nativa. Naa hd convergéncia de salérios entre os imigrantes e os nativos em nosso exemplo hipotético. Suponha que agora tenhamos acessado os dados obtidos do censo decenial de 2000. Esse conjunto de dados de crass-section, o qual proprociona um observacio isolada da populaca norte-americana em 1° de abril de 2000, fornece informagSes sobre a taxa salarial, idade nacionalidade e o ano em que cada trabalhador chegou aos Estados Unidos. Como resul tado, podemos observar 0 salitio de imigrantes que acabaram de chegar como parte do arte de 2000 quando eles tinham 20 anos de idade (veja 0 ponto R® na figura). Podemos também observar a onda de imigrantes que chegaram em 1980 quando estavam com 4 26 George, Bois, “Asin, Caras in Cohort Quali, and the earings of mira, uns of Labor Econ 3 Octobe 1985) 463-85, dessa sque gados ‘alido rodo ondas fs. Se s que 2. Nao ato. I.Bsse rte do femos om 40 Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra. 361 idade de 00. Suponha que todos Fy hegaramn 20 destino @ ies ehegaram a0 desing om 20 anos deidade, 0 censo {8 crozeaecton de 2000 relat ‘cs salirios de migrates que acabovam de cheer (panto A): 0 ‘Sano dont que chegaren em 1980 quand estaam com ® anos deidade [pono O68 ‘ona de imigrate fem 1960, quand ons de dade (00 te ganhor por ade vansvetsa ferroneomentesugere que ‘artes de mgrantescescen mais 960 nda de 2000 1 dete 20 40 69 anos de idade (ponto Q*); também notamos a onda de imigrantes que chegaram em 1960 ‘quando estavam com 60 anos de idade (ponto P*). Um conjunto de dados de cross-section, portanto, nos permite observar apenas um ponto em cada um dos perfis de ganhos por idade dos imigeantes. Se conectarmos os pontos P*, Qe RY, tracaremos o perfil de ganhos por idade gerado pelos dados de cross-section, ow a linha CC na Figura 8.5. Esta linha de cross-section tem duas propriedades importantes, A primeira é consideravelmente mais ingreme do que o perfil de ganhos por idade dos natives. © tagado do perfil de ganhos por dade de imigrantes usando (8 dados de erose section faz parecer que hd uma convergéncia de salirios entre imigrantese nativos, quando de favo nfo hirnenhuma. A segunda, a linha CC da se cepta a linha de nativas aos 40 anos de ida ultrapassaram os de nativos depois de 20 anos nos Estados Unidos. Na realidade _grupo de imigrantes passou por tal ultrapassagem. A Figura 8-5 ilustra como o perfil de ganhos por idade transversal pode resultar em uma percepso errdnes sobre 0 processo de adaptacio sentido pelos imigrantes, se houver diferencas intrinsecas na produtividade entre os seus coortes. Essas diferencas em qualif. caghes slo chamadas de efeitos de coortes (O exemple hipotético ilustrado na figura supa so menos qualificados do que 0s coortes anteriores. Esse tipo de efeito de coorte pode surgi se as mudancas na politica de imigracio dos Estados Unidos desenfatizar as qualificagoes ‘como uma condicio de admissio, Os efeitos também podem surgir por causa de migrac do transversal, inter de, Esta faz parecer que os ganhos dos imigrantes que os coortes de imigrantes mais recemtes 362 Economia do trabalho de retorno nao aleat6ria pelos imigrantes. Talvez um terco de todos os imigrantes deixe os Estados Unidos para retornarem ao seu pais de origem.2” Suponha que os imigrantes que tenham ganhos relativamente baixos nos Estados Unidos sejam aqueles que voltam para casa Em qualquer cross-section, as primeiras ondas de imigrantes foram filtradas eos sobreviventes ‘tém ganhos altos, ao passo que as ondas mais recentes ainda precisam ser filtradas ¢ s ‘miédia de ganhos ¢ puxada para baixo pela presenga de futuros imigrantes. Esse processo de migragio de retorno gera uma correlaco positiva entre ganhos e anos desde a migracio, na seqao transversal, mas essa correlagio nfio diz nada sobre a assimilacdo econémica. Evidéncias sobre os efeitos de coortes e a assimilacao da imigragio Os datos sugerem que existe diferenciais em qualifias es entre os cores de imigantes ‘equ esses efeitos sfo bastante grandes A Figura 8-6 astra a tendéncia no iat salaeal 1960 2000, Os imigrantes recém-chegados em 1960 ganhavam aproximadamente 11% 2 renos do que os nevivas, Por vlta de 1990, os estrangeros que chegaram mais recente mente ganhavam aproximadaiiéiie 37% a menos. interessante observar que houve un pequena reviravolta nos anos de 1990 c, por volta de 2000, os imigeantes que chegavars ganhavam cerca de 319% a menos do que 0s nativos.® Para determinar se os ganhos de um ceorteespcifco de imigrantes alcanca a paidade com o de nativos, uma série de estudos “rastrea" os ganhos do corte entre os censos. Por cexemplo, ocenso de 180 rclataosalirio médio de pessoas que migraram neste mesmo ano quando cla tinham 25 anos deidade; ocenso de 1990 relataa mia de salério dos mesm immigrants quando cles inham 35 aos, «0 censo de 2000 relataa mécia de saliiospora resmas pessoas quando elas nham 45 anos, Assim sendo, orastreamentoce cortesespet fos de imigrantes pelos eensos traga oper de ganhos por idade para cada um dos corte A Figura $7 astra as evidéncis praporcionadas por ese tipo de andlise de rastre= mento, As ondas de imigrantes que chegaram antes de 1970 comecaram com pequena desvantagem salaril ¢aleaneatatn ou ultrapassaram os ganhos de trabalhadores nativos em uma ou dua décades, Os coortes que chegaram nas décadas de 1970 ou 1980, no entano, 2 Robert Warren and ener Maths Peck, “Fosign-Bon migration from the Une States 1960 to 1970," Demograe 17 Febuary 1980) 7-84 and crge Boje a! etn riser, “Wo eas? The Curis ofthe Feegn So Revit of eonames nd Stas 78 Febrsry 1996F 165-76 2 As eden so estudacs por George J. Bsns, “The Econcmic Anal of nna in Orley C. Ashen an Das Card, ects, Mando a Labor Economies, vel. 3% astra: Ese 1998, p 1 67-760. Orasteanto imigartosente as cresssectons tember ¢aetado pea existence "eft do paido" «impacto de mada imacroeconicas na esata salar (par cause da inlagie ou de tac cas. Estes eft co peado pode kim mpacto etenie nos alas de nats e de migrates wa Reet Lande and Reber. pe “The em (of migrants inthe US. cma” in George sas and Reha 9. seman, eos, Immigration ad the Werk Fo France Consequences othe Unite States ard Source Ara, Chg Uni of Chicago Pres 1992, 6722, Geo 1 Be, “ston and Changesin Cohort Quay Rested: What opened to kmigtant earingsin he 13605" Jour (of abor Exonomes 13 (Apt 1985) 201-4 an Daron Lubosy, Chutes Ladders Longitudinal nate of rma unig,” Sounal of Poa ccramy 15 Ocoee 2007) 620-57 29 Areoreota os ganhosra cada de 190 foi em parte devo as muda na potica de mga, ncn fumento ne numero de rbshacoves de ata tecreiogia acti: camo pated ogi dst HI i 1: Boss and Rachel ice, "The migtane Eorings Turnaround of the 1990s," Working Pape Harvard Unies od Brown Uriersty, ly 2006; veo tarbim Unnea Paige and Nica B. Snpuon, “Recent Tens in the Sl Compost of Legel US, Immigrants,” Souter Economie our 72 (api 2008 938-57, deine os nites que vviventes las e sua veessode ragio, na igrantes > salarial tell%a egavam varidade 'sos. Por >vequena Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra 363 Figura 8-6 0 diferencial de salérios entre homens imigrantes e nativos na época da entrada Fonts: George} Boras and Racha! 9, The migrant Earnings Turnaround of the 1990," trabalho scolar, Harvard Univesity ard Brown University, July 2006, | 968 1975-1979 1985-1969 1995-2000 ‘Ano de entrada Figura 8-7 Sali relates dos imgrares que chegaram Evolucio dos salarios om 25:38 anos para coortes especificos de imigrantes durante o ciclo de vida (em relagao a0s salarios de homens natives em idades ‘comparaveis) CChegados ene 19 Fonte: George . Boras and Rachel CChegads entre 1975-79 Freer, "The immigrant Earnings CChegados enve 1985-89) Tuinarund ofthe 1980” Working ape Harard Unversity and Brown Unies, ly 2006, comecaram com uma desvantagem muito maior, nfo permitindo que eles alcancassem os trabalhadores nativos com mesma idade durante suas vidas de trabalho,%° 8-6 A deciséo de imigrar ‘Uma série de estudos tentou identificar os fatores responsiiveis pelo declinio em qualifica ‘des relativas entre as ondas de imigrantes.* Alguns deles apontaram um tinico culpado: a mudanga no mix de origem nacional do fluxo de imigrantes. Como foi observa 0 Ueto ntresare costes qu contabute pata a asia de nigants na content sued & dado por Pec Anders Ein, Pater Felson and Oot Ald, "Selement Paes ang the Een Sues of mart,” Joumal of put von 17 February 2008) 13°55 31 Geo1ge |. Bos, “Se-Secion ae the Eanings of Inmigrans," American Econom Review 77 (eptember 531-53, endtalonde and Topel, "The Aesimlation of nga ne US. Economy. 364 Economia do trabalho Tabela 8-2 Salarios de homens imigrantes em 1990, por pals de nascimento Pais de nascimento Diferenca salarial entre imigrantes ‘Alemanha Portugal Reino Unido Asia finda Coreia Views Américas Canada Repiibica Dominicana México Aten gio 22 Euiopia =210 Nig =189 Foote: Georg} Bors, "The Econom of feign. nal of ayo ese (December riormente, os imigrantes provavelmente vieram de paises da América Latina eda Asia ap6s 1965. A Tabela 8-2 documenta muitas variagdes no salétio relativo de imigrantes entre os grupos de origem nacional, Os imigrantes do Reino Unido ganham 37% a mais que os zativos, ao passo que os imigrantes do México ganham 40% a menos. Dois fatores explicam a dispersio nos salérios relativos entre os grupos de origem nacional, Primeiro, as qualificagGes em economias avancadas e industrializadas sto facil mente transferiveis para o mercado de trabalho americano, Afinal, a estrutura industrial de economias avancadas ¢ 0s tipos de qualificacées recompensadas pelas empresas nesses ‘mercados lembram muito aestrutura industrial dos Estados Unidos eos tipos de qualifc: «Bes que so recompensadas pelos empregadores americanos. Em contrapertida, a estrutura industrial de pafses menos desenvolvidos provavelmente recompensa qualificagées que sie menos iiteis no mercado de trabalho americano, O capital humano incorporado nos residentes desses paises é, até certo ponto, especifico para esses e nfo podem ser facilmente transferiddos para os Estados Unidos, Ha uma forte correlacio positiva entre os ganhos de um grupo de imigrantes nos Estados Unicios eo PIB per capita do pais de origem; 0 dobro de PIB per capita no pais de proce ode aumentar os ganhos de um grupo de imigrantes nos Estados Unidos por até 4%. Gules aso and Mark Rosenzweig, "Whats ina Nane? Court orn fluences onthe Ferngs of rt inthe Unite States" Research in Huan Capital and Development (986) 75-108, Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra 365 E pelo fato de as ondas de imigrantes se originarem principalmente de paises com baixa renda, estas ondas serdo menos bem-sucedidas no mercado de trabalho norte-americano. © modelo de Roy ‘Também haveri disperses em qualificagSes entre os grupos de origem nacional nos Estados Unidos, porque muitos imigrantes sio de paises diferentes. Qual subconjunto de trabalhadores de outro pais acha que vale a pena migrar para os Estados Unidos: 0 mais qualificado ou 0 menos qualificado? Considere os trabalhadores que moram em um pais que oferece uma taxa de retorno baixa pare o capital humano, de forma que os qualificados nfo ganham muito mais do que os no qualifcados. ss0 & tipico em paises como Suécia, que tem di renda relativamente igual e sistemas tributérios de renda quase que confiscatorio, Em relagio aos Estados Unidos, esses paises tributam os trabalhadores capazes e garantem ‘os nio qualificados contra os resultados medigcres do mercado de trabalho, Essa situagao gera incentivos para que os qualifcados migrem para os Estados Unidos, porque eles tem muito a ganhar coma mudanca, Em outras palavras, os Estados Unidos é o acolhedor de uma "fuga de cérebros" Agora, considere os trabalhadores dos paises de origem que oferecem unva taxa de re- tomo alta para o capital humano. Isso é tipico de paises com considerével desigualdade de renda, assim como em muitos paises menos desenvolvidos. Nesta situasZo, os Estados Unidos tributa os qualificados e subsidia os nao qualificados (em relacio ao pais de origem), € por «esse motivo torna-se um im para trabalhadores com capacidade de ganhos relativamente baizos. A intuicao econémica bisica desses argumentos bascia-se no influente modelo de Roy, o qual descreve como os trabalhadores classificam:se diante das oportunidades de éempregos.¥ As idcias-chave co modelo de Roy podem ser obtidas facilmente. Suponha que as pessoas que atualmente residem no pais de origem tentam decidir se devem migrar para (0 Estados Unidos. Podemos admitir que os ganhos tanto no pats de procedéncia quanto nos Estados Unidos dependem de um Gnico fator ~ qualificagbes — que é completamente transferivel entre os pases. Deixe que a varidvel s denote o nimero de unidades de efciéncia incorporadas no trabalhador. A frequéncia de distribuiglo de qualificagdes na populagdo dio pais de origem é ilustrada na Figura 8-8. Desejamos determinar qual subconjunto de trabalhadores escolhe migrar para os Estados Unidos. Cada trabalhador toma sua decisio de migracio ao comparar os ganhos no pats de origem aos ganhos nos Estados Unidos. A Figura 8-9 ilustra a relagao entre salarios € ‘qualifcasGes para cada um dos paises. A inelinacZo dessaslinhas de saliris-qualifieages ‘mostra a recompensa em délares para uma unidade de efieiéncia adicional nos Estados, iddos ou no pais de origem. Na Figura 8-94, a linha de salatios-qualificacées € mais ingreme nos Estados Unidos, de forma que a recompensa para uma unidade de eficiéncia o capital humano & mais alta neste pafs. No Figura 8-9), a linha de salitios-qualificacoes € mais ingreme no pais de origem, de forma que a recompensa pata as qualificagées & ‘mais alta ali. Para ilustrar facilmente como a decisio de migracio & tomada, vamos 33 Andrew Dy, "Some Thoughts onthe Dtibuion of Earnings.” Oxford Economic Pagers 3 Uune 1951: 13546, (0 mero foi plato § deco de migrarze po Sj, "Sel-Slacton ae the Earing of Imnarens 366 Economia do trabalho Fuss de imigrantes potvamente slecionades Hsbiichdes Figura 8-8 A distribuigao de qualificagdes no pais de origem A distribuigaa de quaficecdes no pals de rigam mostra a ecdncia de tralhadores em cada nivel de {ualicagao. Se os migrants tm qualficagdes acim da médi,oTluno de migrantes¢postwamente seleionad Se.os migrantestbm quatfcagbes aboixe da mea, 6 luxo de migranes & negatnarente sleconado, Estados Unidos Pals de selegio rigem postva Fas oe fe La ger Fades Unidos No migea More Mie aii a Habliades abidades #0 postive ata Figura 8-9 ‘A autosseleao do fluxo de imigrantes (a) Seo taxa de retomo pata as quaicagdes€ maior nos Estados Unidos do que nos pal de orger de forma ‘ue a ina de salariosqualfcacoes sea mais ngreme nos Estados Unis), 0 fuse Ge rigrntes€pesitvamante Seleconado, 05 tabalhadores com mals des» uridadesdeelcénia acham Que ¢ cetvo miget pata Os Estos Unidos. b) Sea taxa de retomo para as quaficagoes€ mals Dana nos Estados Unis. o loko de imgrantes negatiramente selecionado.Trabaladares com menos 5, unidades de efcénciaemigrar, Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra 367 supor que 0s trabalhadores nfo tém gastos quando se mudam para os Estados Unidos. A regra da decisio que determina a imigracio é entio bastante simples, Um trabalha dor migra para os Estados Unidos sempre que os ganhos forem maiores que no pais de origem.3# Considere, primeiro, a selecdo que ocorre na Figura 8-9a. Os trabalhadores com menos sp eficiéncias ganham mais se ficatem no pais de origem; j4 aqueles com mais sp unidades de eficiéncia ganham mais nos Estados Unidos. Consequentemente, 03 trabalhadores com alto nivel de qualificagio migram para os Estados Unidos. Enquanto exceder a recompensa pelas qualificages no pais de origem, todas as pessoas que tm tum nivel de qualificaco que excede o patamar de spficam numa situacio melhor nos Estados Unidos. Assim sendo, 0 fluxo de migracao & composto de trabalhadores na cauda superior da distribuicZo de qualificagdes ilustrada na Figura 8-8. Esse tipo de autosscleca € chamado de selegao positiva. Os imigrantes, na média, sio bastante qualficados e se aio bem nos Estados Unidos. Considere agora a Figura 8-9, na qual é demonstrada a recompensa pelas qualificagées no pais de origem, as quais excedem a recompensa nos Estados Unidos. Trabalhadores com menos sy unidades de eficiéncias ganhatld mais nos Estados Unidos e desejario se mudar. Em contrapartida, os trabalhadores com mais de sy unidades de eficiéncias tero ganhos mais altos no pais de origem e no emigrarao, Portanto, quando a recompensa or qualificagdes nos Estados Unidos é relativamente baixa, o fluxo de imigrantes sera composto de trabalhadores menos qualificados. Esse tipo de autosselecdo & chamado de selego negativa. Os imigcantes, na média, no sio qualificados um desempenho ‘mediocre nos Estados Unidos. A implicagio-chave do modelo de Roy é clara: A recompensa relativa para as qualificagdes entre os paises determina a composigiio de qualifcasses do fluxo de imigrantes, Se uma unidade de eficiéncia do capital humano € altamente valiosa nos Estados Unidos, os imigrantes se originario na cauda superior da distribuicao de qualificacoes e tere qualificagdes mais altas que a média, Em contrapartida, se o pais de origem oferece ‘uma recompensa mais alta, o fluxo de imigrantes tem trabalhadores da cauda inferior da distribuigio de qualificagdes, os quais terio qualificacSes mais baixas que a média, Os trabalhadores que “vende” suas qualificacGes se comportam justamente como as empresas que vendem seus produtos. Ambos os trabalhadores e os bens fluem para mer: cados onde eles poderdo obter o maior preco. O modelo de Ray sugere que os imigrantes que oferecem uma taxa de retorno baixa para o capital humano ganharso mais do que os imigrantes que oferecem uma taxa de retorno mais alta, As evidéncias disponiveis de fato indicam que pode haver uma corvelagio negativa entre medidas da desigualdade de renda no pais de origem (0 que substitui a taxa de retorno para as qualificagSes) € os ganhos de imigrantes nos Estados Unidos.* A distribuicao de renda no México, por exemplo, tem aproximadamente trés vezes mais dispersio que a distribuieio de renda no Reino Unido. Como resultado, parce considerivel do diferencial de salirios entre um imigrant mexicano ¢ um britinico surge porque os tipos diferentes de pessoas escolhem emigrar desses dois paises. 8 impictamerte presuindo que a police de mira nb restnge a entiada jyante que area alr a pena musts Sell Selection an the Earning of Immigrant" nd Deborah Cobb Clas, “inmizat Select ond Wages nce for Women,” Amarcan Economic Revew 83 eptebr 1993) 985-93 368 Economia do trabalho Vistos disponiveis (se vocé passar no teste ou pagar!) 'No inicio dos anos 1990, o Canadé teve um flux de imigracao anual na ordem de 1% de sua ppopulacéo. Desde o inicio dos anos 1960, a poitica de imigracao canadense usou um sistema de pontos para alocar muitos de seus vistos cisponiveis. Os pontos so cancedidas de acordo com @ educagao do candidato (até 25 pontos), proficiéncia no idioma inglés ov francés (24 Pontos), experiéncia de trabalho (21 pontos), emprego arranjado (10 pontos) e outros fatores. Em 2003, um candidato precisava obter 75 de 100 pontos para receber um visto de entrada, O sistema de pontos tem um impacto surpreendente na camposiczo de qualificacoes de imigrantes que entram no Canadé em relacao a composicdo de qualiicacoes de imigrantes nos Estados Unidos. 0 imigrante que entrou na Canad no inicio dos anos 1960 (antes do decreto Go sistema de pontos) tinha menos escolaridade do que o imigrante que entrou nos Estados Unidos (10,5 anos de educacao contra 11 anos). Entretanto, por volta do final dos anos 1970, ‘a situagao havia se revertido. O imigrante admitido pelo Canada tinha muito mais escolaridade (12,6 anos) do que aquele que entrou nos Estados Unides (11,9 anos). (© Canada também vendeu vistos no mercado aberto, ou Seja, as pessoas que desejavarn investiraproximadamente USS 1 mihdo emtumia empresa canadense tinham permissao paraentrar ‘no pais. Essa polticaatraiu um grande nimero de pessoas ras de outros pals, especialmente investidores de Hong Kong que compraram “seguro” antes da transferéncia, em 1997, daquela olénia para a Republica Popular da China, Tanto o sistema de pontos quanta os componentes de vistos para venda da politica de imigracao canadense podem, portanto, ser interpretados como tentativas para garantir que o fluxo de imigrantes seja postivamente selecionado Os Estados Unidos também entrou no nagécio de vender vistos. © pais aloca mais de 10 mil vistos de entrada anualmente para investidoresestrangeirs rcos que criam pelo menos 10 empre- {905 em tempo integral a0 investr USS 1 milhdo. O “prego de campra” ¢ reduzido para USS 500 rile oinvestimento ¢ feito em uma drea de alto desemprego. No entanto, parece que os Estados Unidos cobram muito por um visto; em 2000, delesvistos foram venus. es: George J. Boras, "Immigration Poly, National Origin and immigrant Sis: A Comparison of Canada and the United States, in David Card and Richard B. Freeman, eters, Smal Differences thet Mate, Cheage, University of Chicago Press, 1993, p. 21-43, and Michael Saker and Dwayne Benjamin, “The Performance Immigrants nthe Canadian Labor Maree,” Journ of Labor Economics 12 Uy 1994}, 369-605, ‘Mudangas nos niveis de renda e custos de migragao Uma implicagio surpreendente do modelo de Roy & que 0 “nivel base” de renda no pais de procedéncia ou nos Estados Unidos (como medido pela altura das linhas de salarios-quali ficagécs na Figura 8-9) nao determina o tipo de selegao que gera o fluxo de imigrantes. As mudangas nesses niveis de rendla basicos, no entanto, afetam o tamanko do fluxo, ‘Suponha, por exemplo, que os niveis de renda nos Estados Unidos cairam devido auma {grave recessiio Isso faza linha de salévios qualificagées declinar, como ilustra a Figura 8-10 Porém, se a recompensa para as qualificagées nos Estados Unidos exceder a do pais de ori gem, comona Figura 8-10a, 0 nivel do patamar sp aumenta para s’p. Isso sugere que poucos trabalhadores agora acham que é 6timo migrar para os Estados Unidos. Entretanto, os que esto acima do novo patamars‘ys20 aqueles que acham étimo migrar e, consequentemente, 0 flyxo de imigrantes ¢ positivamente selecionado, » desua sistema ‘ecordo ees (24 fatores. intrada oes de ates nos decreto Estados »5 1979, aridade Sejavam ‘entra smente saquela retados 210 mil empre- 488 500 Estados f canaca cheago no pais de Hos-quali- rantes. As idoauma gura 8-10. ais dle ori- tue poucos to, osque Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra. 369 Estados Unidos o Faisde orgie “Eitados Pi de Unidos eigen Habiidade Sy ablidade (Slog pita (by seeczo negatin Figura 8-10 (© impacto de um declinio nas rendas nos Estados Unidos ‘Se arenes aos Estados Unidos cirem (ou se howe! um auments nos custo de migra) a ina desltioe ual {oesse deca regatariente poucestrabehadores mgram. O deel nas ends ns Estados Unidos, no entanto, ‘ao alters ipa de slag que aracterizao node niaagao. Sea recompensa para as qualificagdes € mais alta no pafs de origem, como esté ilustrado pela Figura 8-108, o nivel do patamar sy cai para sx. Pelo fato de apenas os trabalhadores com ‘qualificagées abaixo do nivel desejarem se mudar, a queda nas tendas nos Estados Unidos novamente reduz o niimero de imigrantes. Por esse motivo, 0 fluxo ainda ¢ negativamente selecionado, porque os imigrantes vém da cauda inferior da distribuicio de qualificacée Derivamos nossas principais conclusées usando a suposicao simplificada de que o ta: balhador nio tem qualquer custo quando migra para os Estados Unidos, ¢ podemos agora facilmente introduzir os custos de migraco em nossa estruture. Para simplificar, suponha que 0 custo de migracio para os Estados Unidos seja de USS 5 mil, independente do nivel de qualificagio do trabalhador. Os custos obviamente reduzem a renda liquida que o tra balhador espera receber naquele pais, Desse modo, os gastos deslocam negativamente a linha de saldvios-qualificagdes nos Estados Unidos e sio equivalentes a redhucao no nivel de renda que ilustramos na Figura 8-10, Portanto, se os custos de migraeio sio constantes na populagao, 0 aumento nesses custos reduz o niimero de imigrantes, porém, no altera o tipo de selecdo que gera o fluxo destas pessoas.» 28 As previbes lo modelo ero um tanta feentes secs custs de migraczovtatem enreos tabahadores que diem census unica, ne Dan’ Chg and Goon Hane, “ntratosl ipaan Sa Section, andthe Dstribaon 1 Wages: Exon om Manica and he Unite States,” Jovra of ita Ecanany 113 (pl 2005) 235-31, Chiu € fons aceitam gus a probabidde de emiraco para 0s Estados Unidos & mas tapas rabahadores mescanos no mao da dare de ualiiagses mean 370 Economia do trabalho 87 Aplicacao de politica econémica fluxos de mao de obra em Porto Rico Porto Rico passoua fazer parte dos Estados Unidos depois da guerra espanhola-americana ‘em 1898.” A Lei Jones Jones Act) de 1917 concedia cidadania americana a todos os porto: iquenhos, sugerindo que eles poderiam se locomover livremente nos Estados Unidos, sem as restrigbes legais que enfrentam os imigrantes de outros paises. “Apesar ca anséncia de restxigdes legals, houve relativamente pouca expatriacio até depois da Segunda Guerra Mundial. O alto desemprego em Porto Rico apésa guerra ¢ a introduc dle passagens aéreas de baino eusto (0 voo de seis horas de San Juan para Nowa York custa menos de USS 50) acendeu a expatriagio inicial. Em 1940, apenas 59 mil porto-tiquenhos moravam nos Estados Unidos; por volta de 1960, eram 627 mil, ‘A Figura 8:11 ilustra a tendéncia na taxa de expatriaglo entre 1940 € 2000, Essa taxa demonstra a fraco da popuilagio nascida em Porto Rico a qual se muclou para os Estados Unidos, Em 1940, a taxa de expatriagao era de 3,1%. Por volta de 1960, subiu para 21.1%. Este éxodo notavel inspirou Stephen Sondheim a fazer que um dos personagens principais do filme Amor Sublime Amor, de 1961, previsse que a illha logo se esvaziari, BERNARDO: Acho que vou voltai para S: ANITA; Eu sei de um barco que vocé pode tomar BERNARDO: Todos lé me receberdo de bragos abertos. ANITA; Todas la terfo se mudado para ci. Entretanto, Anita estava errada, O fluxo de Porto Rico para os Estados Unidos desace- lerou na década de 1960. ‘O estuda do caso de Porto Rico é interessante por virios motivos. Primeiro, o fluxo cenvolvia uma grande fragio da populacio da ilha e aconteceu numa velocidade surprecn- dente. Segundo, a politica de imigracio dos Estados Unidos nao restringia o mimero € a ‘composigao de qualificagdes de porto riquenhos expatriados ~ assim, os fluxos observados podiem ser usados para testar as implicagdes dos modelos de maximizacao de renda dos fluxos de mio de obra. Finalmente, o contexto porto-riquenho € bastante raro porque a sha era uma regido tanto de origem quanto de destino: Porto Rico estava perdendo uma fracio considerdvel de pessoas, ao mesmo temo em que recebia um grande nimero de pes: soas nascidas fora da ilha. A taxa de migracio interna, também ilustrada na Figura 8-11, ‘mostra o niimero de imigrantes internos como uma propor¢io da populacio de Porto Rico. Entre 1970 ¢ 2000, aproximadamente 10% da populacao porto-riquenha tinha nascido fora de Porto Rico. Em outras palaveas, Porto Rico teve uma afluéncia de imigrantes que era proporcionalmente similar aquela que entrou nos Estados Unidos 1 A dscussao spesotaa nest segio ext beads nas decoders eaadas am George |. Boas, “Labor Outflows eat Labor inflows in Pert Rio." Joual of Humn Capea 2 (sping 2008). 32-68, Vea ams Ferenc Ramos. ‘uMgraton and Retur Migration of Putt Ricans," m George Bos ard Ria B. Freeman, eit, migration and the Vrs Face: Exnome Consequences forthe United Stats and Source reas iacago: Univesity of Chica? Fress 1992, and Mania € Enchautega "Selecwty Pater Pus Rian Migration, Working Paper Univers of Puen Rico, 2005 508 porto: tides, sem até depois rtrodugion York custa riguenhos Essa taxa 1s Estados ara 21,1%. principais dos desace ro, 0 fluxo. = surpreen observados 2 renda dos ‘0 porque a dendo uma sero de pes: Figura §-11 Porto Rico. raseido fora ites que era mando Ramos, semi sity of CReano Unerty of Gepitulo 8 Mobilidade da mao de obra. 371 Figura 8-11 03 Tendéncias na taxas de expatriagio e afluencia ozs ‘em Porto Rico Fonte: George J, Borjas, “Labor 02. ‘Emigragio como uma Tacha a 6 — 1940 195019501970 +1980 «199020 O resultado é que aproximadamente 80 ou 90% dos migrantes internos que entraram em Porto Rico nos anos 1990 eram naseidos nos Estados Unidos e tinham ascendéncia porto-riquenha, Esses migrantes internos nao sio migrantes de retorno; isto é, eles nao (0 porto-riquenhos que deixaram a ilha em algum ponto no tempo e depois decidiram retornar, Esses migrantes internos sio predominantemente pessoas nascidas nos Estados Unidos, mas de ascendéncia porto-riquenha, contudo slo descendentes das primeiras ge rac6es de porto-riquenhos que se mudaram para os Estados Unidos A presenca simultinea de dois flaxos opostos cria alguns problemas para o modelo de maximizagio de renda da migraglo, uma vez que a mio de obra deveria supostamente fluic apenas na direcio da érea com maior pagamento, Entretanto,é facil reconciliar fluxos bidirecionais se regides distintas oferecerem recompensas diferentes para outros tipos de capital human, ese os fuxos de mio de obra opostos forem compostos de pessoa diferentes. Ataxade retorno para as qualificagdes é muito mais alta em Porto Rico que nos Estados Unidos. Em 1980, por exemplo, 0 hiato salarial ajustado pela idade entre universtarios © formados no ensino médio era de 125% em Porto Rico e 86% nos Estados Unidos. O modelo de Roy preveria, entio, que uma fracio relativamente mais alta de porto-riquenhos menos qualificados deixariaailha As diferencas nas taxas de expatriacao entre os grupos de educacto ilustrados na pri meira coluna da Tabela $3 sio consistentes com esta previsio. Aproximadamente 45% dos homens nascidos em Porto Rico, que nao tinham um diploma do ensino médio, haviam se smudado para os Estados Unicos até 2000. Em contrapartida, apenas 30% de homens como ‘minimo de educacio universitria haviam se mudado para os Estados Unidos. A selecio que caracteriza a migracio reversa de trabalhadores nascidos nos Unidos ¢ que se mudaram para Porto Rico também pode ser entendida em termos do mo delo de Roy. A segunda coluna da Tabela 8-3 relataafracio de homens nascidos os Estados Unidos com ascendéncia porto-riquenha ¢ que se mudaram para Porto Rico. A composic30 dle qualificagdes desta populacio & uma imagem espelhada de porto-riquenhos que esco Iheram se mudar para os Estados Unidos, Pelo fato de Porto Rico oferecer retornos para as qualificagSes relatiamente mais alas, nfo nos surpreenderia seas taxas de expatriagio a menos do que a linha de base; jos trabalhadores da segunda geracio ganham 26,0% 2 mais do que os trabalhadores da primeita geracio. Um céleulo correto das melhorias na primeira e segunda gerae8é, portanto, evela muito menos melhorias entre as geracoes Anal, oimigrante ganhava1,4%a maisem 1970 do que 0 trabalhador da terceia geracio, 6 trabalhador da segunda geracio em 2000 (que é supostamente descendente dos imigrante cnumerados em 1970) ganha 6,3% a mais do que a linha de base, Resumindo,o verdadei crescimento entre as geragdes em relacio 20s sakcios foi de apenas na ordem de 5% vez de 25% sugeridos pelos diferencias de saliios observados em 2000. Os dados apresentados na Seco #6 docamentavam que havia muita variagio no stat. socioeconémico entre os grupos de origem nacional na primeira geracio. Alguns grupos de imigrantes se do muito bem no mercado de trabalho dos Estados Unidos, enquant otros nfo tém a mesma sorte. Alguns estudos determinam quanto das diferengasétnicas no status econsmico existe entre os imigrantes e que persistem na seguinda geracio, e est ‘mam modelosesatisticos que telacionam osalirio relative de um grupo de origem nacional 4e segunda geragio 20 salirio relativo de seus correspondentes da primeira pera claro que a anise estatstica explcaofato de que os tabalhadores da primeira seragies, observados em uma tinica crass-sction,tém pouca conexio bioldgica entre eles de forma que os modelos estatistios relacionam os ganhos relativos dos trabalhadores da segunda geracio em umm ponto especfico no tempo (por exemplo, a cross-section de 2000 208 ganhos dos trabalhadores da primeira geragao algumas décadas atts (por exemplo, censo de 1970, A Figura $-12 mostra a relago entre geragbes para homens trabalhadores que perten: ciam a um grande néimero de grupos de origem nacional no periodo de 1970-2000. O eixo +9 George Bos, “Thelaergenerational Mobi of migrants," ouralof Labor Ecos 11 nua 198317 412, “Theleesgenatonl Mobily of Ievgrens George Bars “Long Run Comergence of Ethnic sil fee The Chigren and Grondsuien ofthe Great Naan," Industral and Labor Reto Reviw 47 (ly 1998) 953-73 an avid Card, John Barco and Eee Estes, “Te More Things Change: nmi ond te Chien of migrant 1980s, the 1970, ad the 19905." in Garg I. xs, editor Aves nthe Economics of Imikgyaton, Chaya Unies of cheng Fest 2000, p 227-70, Capitulo® Mobilidade da mao de obra 375 wey 2 Sarena salir # geragio, 1970, Figura 8-12 Mobilidade de ganhos entre a primeira e a segunda gerag3o de americanos, 1970-2000 Fonte: George Boras, “Making It in Amerie: The Immigrant Experience” Th horizontal mostra o salirio relative ajustado poridade de homens trabalhadores na geracio de imigrantes. Esses dads foram obtidos do censo de 1970. O eixo vertical mostra o salério relativo ajustado poridade de homens crabalhadores na segunda geracio, e esses dados foram “Obticos da cross-section ce 2000, Hé uma forte correlacao positiva entre a média de qualifica- ‘des nas duns geracdes; os grupos de origem nacional que se deram economicamente bem na primeira geracio também foram bem na segunda geracio. A linha de segressio com inclinaedo positiva ilustrada na Figura 8-12 resume a rela ‘io estatistica entre os salirios relativos de grupos especificos de origem nacional entre as duas geracdes. Se a linha de regressio fosse um pouco achatada, ela indicaria que ha Pouca conexio entre a média de qualificacdes dos grupos étnicos na segunda geracio ¢ a ‘média de qualificagdes dos grupos de imigrantes. Em outras palavtas, todos os grupos da segunda geragio teriam saliios relativamente similares, independente do desempenho econdmico de seus pais, Neste caso, a correlacio entre as geracées seria proximo de zero, haveria uma regressio completa cm direc média. Se a linha de regressio fosse um Pouco ingreme, haveria uma relacio substancial entre os saliios relativos na primeita «© segunda geracdes. A correlacio entre as geracées sugeridas pela linha de regressfo na figura € de 0,5. Esta correlagio estimada entze geragdes sugere que aproximadamente metade do dife- rencial de saldrios entre qualquer dos dois grupos de origem nacional na primeira geracio persiste na segunda geracio. Se a média de salarios dos dois grupos étnicos é de 30 pontos Percentuais 4 parte na primeira geracdo, espera-se que a média de salirios dos dois grupos seja de aproximadamente 15 pontos percentuais a parte na segunda geracio, Assim sendo, existe certa mobilidade entre as geragSes, porém, a eticidade permanece sendo um de terminante importante dos ganhos na segunda geracao, 376 Economia do trabalho CM Meno KPC ae ia UI NCL Em 1993, Dartmouth College, uma escola altamente seletiva em New Hampshire, comecou a escolher aleatoriamente os colegas de alojamento dos alunos recém-chegados. Cada calouro preenchia um formulério reduzido. Além do género do estudante, 0 formulaio continha respostas {de sim/nao para quatro perguntas: Voce fuma? Vocé escuta musica quando esta estudando? Voce fica acordado até tarde? E voce ¢ organizado ou bagunceito? Existiam 16 combinacées ossiveis de respostas. Pelo fato de os quarios serem separadas por género, os funcionsrios {dos dormiterias da Darmouth colocavam os formularios em 32 pilhas diferentes e as embara- lhavam. Cada pilha era entéo ordenada aleatoriamente e os estudantes eram alocados para ‘5 quartos por ordem. Por exerplo, os dois primeiras formularios na pha de estudantes que indo fumavam, nao escutavam musica enquanto estudavam, nao ficavam acordados até tarde cram mais organizados que bagunceitos seriam alocados no mesmo quarto. Um estudo recente usa esta atribuicSo aleatoria de colegas de quarto para documentar a existéncia de externalidades do capital humano. © resultado é que o GPA do estudante duran ‘©. primeiro ano afeta 0 GPA do seu colega de quarto. Mais especificamente, os estudantes, ‘combinados com colegas de quarto‘que tenham um GPA de, digamos, 3,9 contra 2,9, acabarSo ‘com um GPA que é 0,1 ponto mais alto. Embora este nao seja um aumento numericamente grande, ele proporciona fortes evidéncias de manifestagbes impetuosas nas atitudes, nos habitos {de estudo e mesmo no conhecimento qué acorre no dormitoria, ‘Antes da matricula inical, também fol questionado aos calouros se eles preteniam se formar com honras. O resultado é que 0 GPA de um estudante é também mais alto se ele tiver sorte de ser combinado com alguém que entrou no Dartmouth com a intencgo de se formar ‘com honras. Ser emparelhado com alguém que pense que ele tem “uma chance muito boa” de se formar com honras leva a um GPA de aproximadamente 0,3 ponto mais alto do que se ‘0 aluno fosse alocado com alguém que acredita que ele "nao tem chance Infeizmente, essas externalidades do capital humano parecem néo durar muito tempo, Quando eles chegamn 2o ultimo ano, o impacto do GPA do seu colega de quarto em seu GPA. ¢ proximo de zero, te: Bruce Sacerdote, "Peer Effects wth Random Assignment Results for Dartmouth Reomnmates Quatery Journal oF Economics 11 (ay 2001): 681-704, Externalidades do capital humano Alguns pesquisadores argumentam que o capital social ~ conjunto de variaveis que ca racterizam a “qualidade” do ambiente onde uma pesson cresce ou mora — também ajuda a determinar o capital humano do trabalhador.* Para certo nivel de qualificacBes parentais, os filhos expostos a “modelos exemplares” ou “grupos de colegas” altamente qualificados, que tém um emprego estavel e sio economicamente bem-sucedidos, revelam-se diferentes de +2 Glenn. oun “ADyramic Ther of Rac income Dien," nPhyls A, Walace and A. Lakond, elton Woo Minories and Employment Dscsinave, Lexingten, WS: Lxington Bock, 1377, Shel Lundberg and Rha St, the Pestence of Roi Inequality," Joma of Labor Eonamis 16 ap 1998) 292-323, and George | Boas “Ethnic opie and rteraeeratona Mobili” Quatoy Jouna of Ecanamies 107 (ebary 1952) 12350, Capitulo 8 Mobilidade de mio de obra. 377 fillos expostosa modelos exemplares que sio, em sua maioria, desempregados ou recebem assisténcia piblica. Com certeza, a qualidade do ambiente onde o filho cresce age como uma externalidade do capital humano na producto do seu capital humano. Em outras alavras, o ambiente € um fator externo —além do controle dos pais —que afeta o proceso de acumulacio do capieal humano, As externalidades do capital humano atenuam a regressio em direcdo 4 média entre as geracoes. O capital humano dos filhos dependera das qualificac3es dos pais e do capital social para o qual os fllos sao expostos. Filhos criados em ambientes em desvantagem sero “puxados para baixo” pela externalidade do capital humano, 20 passo que fillos criados em. locais com altas qualificagbes sero “empurrados para cima”, De fato, a externalidade do ‘capital humano age como um ima de dois lados — evita que os filhos de um grupo demo. _grifico especifico se desviem muito do grupo da média. As externalidades do capital humano também ajudam a explicar por que as diferengas raciais e étnicas, nos resultados do mercado de trabalho, pare Alguns grupos raciais que outros nio se sm persistir entre as gerade, émicos dio-se particularmente bem, geraco aps geraca0, a0 passo io tao bem por muito tempo, Como vimos, as evidéncias sugerem que 50% do hiato na média de salirios entre dois grupos étnicos persiste de uma geracao para a proxima, Parte disso é atribuido ao fato de que filhos criados em amibientes étnicos em desvantagem tergo a tendéncia de ter menos capital humano, mesmo depois de ajustar para as diferencas no capital humane ds pais. E claro que raca e etnicidade ndo S40 0s tinicos fatores ambientais que influenciam © Processo de acumulagio de capital humano. Existem evidéncias de que variéveis como 2 qualidade geral da vizinhanga, a associagio em organizaces religiosas e © pasado socioeconémico dos coleges de classe de uma crianca influenciam seu capital humano.* Por exemplo, sesidir em uma vizinhanga que tem niveis relativamente altos de atividades criminais aumenta muito a probabilidade de 0 individuo entrar naquela profissio, mesmo mantendo o passado dos pais constante. Muitos estudos também documentam os “efeitos de vizinhancas” na acumulagio de qualificacbes, na dependéncia da ajuda do governo, no uso de drogas e na gravidez de adolescentes, 8-9 Rotatividade no emprego: fatos Agora nos voltamos para um tipo especifico de mobilidade que ocorre frequentemente em muitos mercados de trabalho: a rotatividade no emprego. Como mostra a Figura 8-13, a frequéncia de roratividade no emprego entre trabalhadores jovens recém-contratados nos Estados Unidos ¢ notivel. A probabilidade dos jovens recém-contratados (em seus 20 anos de idacle) deixarem seus empregos nos proximos 24 mes Em contrapar- é de quase © Boras, “Ethnic Capital ad International Mobili % Mary Corcoran, Revert Gordon, Deborah Laren and Gary Solon, “The Asooaton betwen Men's Economic Ther Family and Community eg," Jownalof Huon Rescues 3 Vue 1992) 575601, Wilam NE, (ates and Rober Mt Sch, “Messing Peer Group Ect,” ant of Pota/ economy 100 (Oe 1982) S60 91, ad JosiuaD, Angret and Kenn Lang, “Does School 1] Fer fects dence om Boers Metco ota ‘imentanEcona Renew 94 Decent 2004} 1 378 Economia do trabalho Figura 8-13 Probabilidade de rotatividade no emprego durante um periodo de dois anos para trabalhadores jovens e *velhos” Fete: Jacob Mincer and Boyan Jovanovic, “Labor Mobility and ‘wages in Sherwin Rosen, eto, Stu in Labor Markers, Chicage: a University of Chicago Press, 1981, ‘Anos de emprego ps, ‘Tababadores “velhas ‘Separacies Domissces Dicpenes tempor Anos de emprego tida,teabalhadores mais velhos raramente deinam seus empregos, A probabilidade de urs emprego que ji durou dea anos terminar nos préximos 24 meses é de quase 5%. Hé també «uma forte correlaclo negativa entre a probabilidade de separasio do emprego em idade trabalhador. E muito mais provivel que trabalhadores com 20 anos de idade troguem emprego do que aqueles com 40 e50. E interessante observar que tanto a probabilidade de wma desisténcia (sto & uma sep racfo do emprego) quanto probabilade de uma demissio temporria (uma separacio di emprego iniciada pelo empregador) declinam com a longcvidade no cargo e com a dace ‘Trabalhadores recém-contratados tém as taxas mais ates de desisténcia e demissbes tem Poririas porque ambos, trabalhadores e empresas, estio “fazendo experimentacges’. Os ttabalhadores jovens esto provavelmente pesquisando eexperimentando oporcunidades trabalho em tipos diferentes de empresas, em diversas inlstrias e talvez até em ocupacb diferentes. Com 0 passar do tempo, os trabalhadores encontram seu nicho na empresa, de forma que 0s dois tipos de separacio ocorrem com menos frequéncia, Odeclinio na taza desistencia durante o cielo de vida ¢ também sugerido pela hipétese de que a rotativda, dda mao de obra um investimento em capital humano, Trabalhadores mais velhos én w periodo de recompensa menor sobre o qual conseguem recuperar os custosassociados com a procura de empregos e, consequentemente, sio menos propensos a mudangas. Apesar dasaltas probabilidades de roratvidade no emprego entre alguns trabalhadores. essasestatisticas disfarcam uma caracterstica importante do mercado de trabalho dos Estados Unidos: empregos duradouros tém sido a norma e ndo a excegdo. Como most Capitulo 8 Mobilidade da mao de obra. 379 Figura 8-14 ——— ‘empregos de longo prazo, Homent™ ficam no emprego por pelo menos 20 anos) Fonte: Her 5 Farber, *hebity 1980~=«SES=SCIOCGS and Stabity The Oynimics of ae Job change in Labor Markos,” in Grey €. Ashenfeer and Oa Card, editors, Handbook of Labor Economie, vol 38, Amsterdam Ever, 1999, p. 2440, Figura 8-14, uma grande (embora em declini) lracio de homens acima de 35 anos de dade estao em trabalhos que duram pelo menos 20 anos.**O periodo de “pesquisa de empregos ¢ rotatividade frequente observada entre os trabalhiadores jovens parece acabar quanda os trabalhadores chegam aos 30 anos de idade. Este resultado pode parecer surpreendente porque os empregadores nos Estados Unidos no tém uma cléusula de "emprego vitalicio” cexplicita nos contratos de trabalho. Mesmo assim, muitos tabalhadores nos Estados Unidos acabam em empregos chamados vitalicios Embora as probabilidades de desisténcias ¢ demiss6es exibam a mesma tendéncia em declinio dentro de um emprego e durante 0 ciclo de vida, as evidéncias indicam que os desistentes geralmente seguem em frente, para outros que paguem mais, 20 passo que traba Ihadores que sio demitidos seguem para empregos com pagamentos mais baixos. Na média, hhomens jovens que se demitem recebem pelo menos 5% de aumento salarial (em relagio 20 ganbo de salirio daqueles que fcam), a0 passo que homens jovens que so demitidos sofrem um declinio salaral de 5%.** Bxistem também diferencas importantes nas historias dde empregos de trabalhadores que se demitem e aqueles que sf0 demitidos. Grande parte dos trabalhadores que pedem demissSo encontra um emprego logo em seguida, a0 passo que aqucles que foram demitidos temporariamente passam um periodo desempregades. ‘Como vimos no capitulo anterior, houve tum aumento substancial na desigualdade salarial nos Estados Unidos nas décadas de 1980 ¢ 1990. Esta mudanca na estcutura saazial parece ter sido acompanhada por um aumento na instabidade no emprego.” Um grande fcbet Hal, “The 6-24 and Marsa Ue 1992} 322-35, tance of LletineJbsio the US, Economy.” Ameen Ecormic Review 72 September 7952) Thelmpartance of stm eben he US. Ecerany Revised” Arerton feo eves 2 © Ann. Bartal and George Boss, "Wage G Zonta ob Turnover: An Empl nays” in Sheri Rosen edo Chicago: Univers of Cheap Pres. 198%, 6-0, je tad a ines "Woge Changes Studesin taborMa a Job Changes, 27 Hany. abe, “The Changi meroeconomis 1957 55-142 Face of ob Losi the Utes tts, 1981-1985," Brookings Pare a Eonar ett ja tamber Fares X Diba Dud ler nd Doe Poy, Jeb Sabi tha United 380 Economia do trabalho nes 1-83 1983-85. 1985-87 1967-29 1999.9) 1991-93 1993-95 "1995-97 "1997-99 1998.01 Figura 8-15, ‘A taxa de perda de empregos nos Estados Unidos, 1981-2001 (porcentagem de trabalhadores que perderam seus émpregos num periode de trés anos) Fonte: Hem S Farber, "Job Loss inthe United States, 1981-2001, Retearch in Labor Econernis 23 (2008): 69-117 nimezo de trabalhadores relata que perderam seus empregos por causa de trabalho rela xado, porque a instalacao fechou ou porque suas posigdes foram abolidas. De fat, a tax de perda de empregos — isto é,a fracao de trabalhadores que alegam ter perdido seus er Pregos por esses motivos — permaneceu alta nos anos 1990, apesar do fato de a economia star em expansio naquele periodo. A Figura 8-15 ilustra a tendéneia na taxa de perdas de empregos durante o perfodo de 1981-2001. Entre 1981 e 1983, aproximadamente 12,8% dos trabalhadores haviam perdido seus empregos. Essa taxa de trés anos declinou para cerce de 9% no final dos anos 1980 e quase 12% em meados dos anos 1990, Nio nos surpreende que a taxa de perda de empregos sefa mais alta entre os trabalhados menos educados. Aproximadamente 16% dos desistentes do ensino médio perderam se: ‘empregos entre 1999 ¢ 2001. Entretanto, houve também um aumento na instabilidade ‘empregos entre os trabalhadores altamente educados. Embora.a taxa de perda de emprezo para os graduados em universidades tenha permanecido em aproximadamente 6 ou 7 por grande parte dos anos 1980, ela aumentou para mais de 9% até 0 final dos anos 199) Assim sendo, parece que o aumento na instabilidade de emprego no mercado de trabalh dos Estados Unidos tem afetado até mesmo os grupos de qualificacées que provavelmente teriam sido imunes nos primeiros anos. <5, Jura of Labor Economics 5 (Ap 1997): 20633; Oa ager 2A Hal Stevens “ts ob Stab in Faling?Recoreing Tends in the Cet Popaton Suny and Fae! Sty of name names" foun of abo Eo 17 (Ocabe 1999, Part 2 S152; and Hon. Faber "What bo We Kno about ob Loss the United site Evie te Disloces Worker Sune, 19822008" Feral serve Bank of Cheago Een Papas 2 (Qustr 2005) Capitulo § Mobilidade da mao de obra 381 8-10 A combinacao de emprego (job match) No modelo simples de oferta ¢ demanda de um mercado de trabalho competitivo, a inte rasZo de trabalhadores que esto procurando pelas melhores oportunidades de emprego © os empregadores tentando maximizar os Iucros, iguala-se o valor do produto marginal do trabalho entre as empresas. alocacao de equilibrio de trabalhadores para as empresas maximiza o valor da contribuigio da mao de obra para a renda nacional. O valor do produto ‘marginal de um trabalhador no aumentaria se ele fosse para outra empresa, de forma que jo ha incentivo para ocorrer qualquer tipo de desligamento do emprego. Mesmo assim, as desisténcias e as demissies sio comuins e persistentemente observa das nos mercados de trabalho competitivos. A rotatividade no emprego sunge porque os trabalhadores diferem em suas habilidades e porque as empresas oferecem condicSes de ‘trabalho diversas. Alem disso, os rabalhadores nao tém informacGes sobre quais empresas Proporcionam as melhores oportunidades, e as empresas nao tém informagdes sobre a verdadeira produtividade dos trabalhadores.** Suponha, por exemplo, que virias companhias oferecem embientes de trabalho diferentes. Joc tem uma banca e é bem organizado, planeja o horério dos funcionarios com antecedéncia elhes dé uma quantia razodvel de tempo para completar uma tarefa atribuida (como ctiat ‘um inventirio computadorizado de revistas ejornais). Na Microsoft, o supervisor espera até 0 iltimo minuto para informar o trabalhador sobre a préxima tarefa (como escrever novos c6digos para a iltima atualizagfo de um programa de planilha) e, em seguida, impée um prazo de entrega apertado, Se o trabalhador nio tiver um born desempenho sob pressio, valor combinado entre ele ¢ Joc pode ser mais alto que o valor combinado na Microsoft. Outros trabalhadores, no entanto, acham que suas veias produtivas fluem quando enfren tam prazos de entrega apertados e, para eles, o valor combinado na Microsoft sctia maior Annogio de que cada combinasio de emprego (isto & cada emparelhamento especifico

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