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Folrbela Espanca

Poetisa portuguesa

Biografia

Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa,

autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras

feministas de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor

emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.

Ser Poeta Amar!

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Eu quero amar, amar perdidamente!
Do que os homens! Morder como quem beija! Amar só por amar: Aqui... além...
É ser mendigo e dar como quem seja Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor! Amar! Amar! E não amar ninguém!

É ter de mil desejos o esplendor Recordar? Esquecer? Indiferente!...


E não saber sequer que se deseja! Prender ou desprender? É mal? É bem?
É ter cá dentro um astro que flameja, Quem disser que se pode amar alguém
É ter garras e asas de condor! Durante a vida inteira é porque mente!

É ter fome, é ter sede de Infinito! Há uma Primavera em cada vida:


Por elmo, as manhas de oiro e de cetim... É preciso cantá-la assim florida,
É condensar o mundo num só grito! Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E é amar-te, assim, perdidamente... E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada


É seres alma, e sangue, e vida em mim Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...
E dize-lo cantando a toda a gente!

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