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DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUAS E EFLUENTES

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

1. Cite os principais processos de tratamento de esgotos destacando as


operações unitárias presentes em cada processo.

Os processos de tratamento de esgotos podem se sequenciados em níveis:


Tratamento Preliminar Tratamento primário Tratamento secundário
Tratamento Avançado.
Na tabela abaixo estão apresentados os tratamentos, os processos e operações
unitárias envolvidas em cada etapa.

TRATAMENTO PROCESSOS PROCESSOS E OPERAÇÕES UNITÁRIAS


ENVOLVIDAS
PRELIMINAR Físico Gradeamento,Equalização,desarenação.

PRIMÁRIO Físico ou Decantação primária, flotação, floculação,


Químico peneiramento.
SECUNDÁRIO Biológico Degradação biológica anaeróbia e aeróbia.

AVANÇADO Físico, Adsorção, coluna de carvão ativado, cloração,


Químico ou ozonização, radiação UV.
Biológico

2. Descreva a finalidades no Pré Tratamento de águas residuais, do uso de


peneiras, flotadores e caixa de areia.

Peneiras: A peneira é utilizada na finalidade de remover sólidos grosseiros com


granulometria maior que 0,25 mm.

Flotadores: Os flotadores são utilizados para separar partículas em suspensão de


uma fase líquida por meio da introdução de ar no sistema. As partículas se aderem
as bolas de ar e por meio da força impulsora das bolhas, as partículas são
direcionadas para superfície produzindo espumas, que podem ser facilmente
removidas.

Caixa de Areia: A finalidade das caixas de areia é a retenção de sólidos menores


que passaram pelo gradeamento. As partículas retidas são depositadas no fundo,
e então são raspadas e enviadas para aterro sanitário. A combinação das duas fases
do tratamento (desarenação e gradeamento) , permiti minimizar problemas de
entupimentos nos tubos e de desgastes excessivos de equipamentos.
3. Quais as principais vantagens e desvantagens dos sistemas anaeróbios em
relação aos processos aeróbios?

QUADRO COMPARATIVO
TRATAMENTO TRATAMENTO
ANAERÓBIO AERÓBIO
CUSTO DE OPERAÇÃO BAIXA ALTA
SISTEMA DE AREJAMENTO SEM NECESSIDADE NECESSÁRIO
CONSUMO DE ENERGIA BAILXO CONSUMO ELEVADO
CONSUMO
TAXA DE RENDIMENTO DE BAIXO ALTO
MICRORGANISMOS RENDIMENTO RENDIMENTO
PRODUÇÃO DE METANO MAIOR MENOR
GRAU DE ESTABILZAÇÃO DA LAMA MAIOR MENOR
PRODUÇÃO DE LAMA MENOR MAIOR
% MATERIAL ESTABILIZADO 90% 50%
NECESSIDADE DE NUTRIENTES(N, P) MENOR MAIOR
PERIODO DE ARRANQUE DOS MESES SEMANAS
MICRORGANISMOS
PRODUÇÃO DE ODORES MAIOR MENOR
EFICIÊNCIA MENOR MAIOR

4. Compare o tratamento de Lodos Ativados com o de Lagoas de Estabilização,


descrevendo os processos que ocorrem para redução da DBO.

Tratamento Processo para redução de DBO


Lagoa de Estabilização

Lagoa Anaeróbia Após tratamento preliminar, as águas residuais vão para


(primário) uma lagoa mais profunda e com menor volume, que não
permitem que a fotossíntese aconteça. A matéria orgânica
em suspensão sedimenta e consequentemente constitui o
lodo do fundo. Esse lodo sofre decomposição por
microrganismos anaeróbios, sendo convertido em gás, água
e metano.
Lagoa Facultativa A matéria orgânica solúvel junto com a matéria orgânica
(primário e particulada não sedimenta, permanecendo dispersa na
secundário) massa líquida. A redução da DBO se dá através de bactérias
facultativas, com capacidade de sobreviver tanto na
presença quanto na ausência de oxigênio. A DBO solúvel é
estabilizada aerobiamente. O oxigênio requerido pelas
bactérias aeróbias é produzido pela fotossíntese de algas. A
medida que a DBO tende a sedimentar, ela é estabilizada no
fundo da lagoa, anaerobiamente. A estabilização nesse
tratamento é mais lento, necessitando de uma maior período
de detenção da matéria orgânica
Lodo Ativado Após desarenação, as águas residuais são conduzidos para
um tanque de aeração onde ocorre a injeção de ar ou
oxigênio de alta pureza. A presença de oxigênio é essencial
para que os microrganismos respirem, além de promover o
turbilhonamento, impedindo que, tanto os microrganismos
,quanto a matéria orgânica, decantem. Esse processo
permite maior contato do microrganismos com o alimento,
aumentando assim a eficiência na redução da DBO. Além
disso, a agitação e o suprimento de oxigênio promove o
crescimento suspenso da microbiota. Após essa etapa, há a
decantação, onde ocorre a deposição do lodo biológico no
fundo do decantador. O lodo é recirculado ao reator e
objetiva a reintrodução de lodo ativo e faminto por alimento
para o interior do reator biológico. Essa recirculação
permite a permanência da biomassa microbiológica e
consequentemente, um aumento na eficiência da
biodegradação da DBO.

5. Qual a importância do dispositivo “Separador de Fases” em um DAFA?

O Separador de fases no Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente possui uma zona de s


edimentação e uma câmara de coleta de gases, que juntas permitem uma separação trifás
ica. O principal objetivo deste dispositivo é a separação de gases contidos na mistura líq
uida, de tal forma que uma zona propícia à sedimentação seja criada no extremo superio
r do reator. Desse modo, o acúmulo sucessivo de sólidos implicará consequentemente, n
o aumento contínuo do peso desse material que, em um dado momento, deslizarão, volta
ndo para a zona de digestão, na parte inferior do reator. Assim, a presença de uma zona d
e sedimentação acima do separador de fases resulta na retenção do lodo, permitindo a pr
esença de uma grande massa na zona de digestão, que permanece retido por tempo sufici
ente até que a matéria orgânica seja degradada. O separador descarrega um efluente subs
tancialmente livre de sólidos sedimentáveis, necessitando apenas de secagem.
6. Por que o UASB necessita de maiores cuidados no pré-tratamento do que
uma Lagoa Anaeróbia?

7. Compare o tratamento de Lodos Ativados com o de Lagoas de Estabilização.

QUADRO COMPARATIVO
Lodos Ativados Lagoas de Estabilização
Processos altamente eficientes para reduções Satisfatória redução de DBO
de cargas poluentes orgânicas e expressas
como DBO e DQO

Baixo custo de investimentos – alta relação Baixo custo de operação e manuntenção


benefício/custo
Muito menor área de tratamento do que os Necessidade de grandes áreas para
sistemas de lagoas aeradas; construção

Não produz odores, não atrai insetos, não Emanação de maus odores e de proliferação
oferece condições muito adequadas a vermes, de insetos
vírus e outros patógenos
Tem baixa capacidade de reduzir coliformes Eficiente na remoção de patógenos
(50 a 70%)
Geração de resíduo volumoso e difícil de Ausência de equipamentos mecânicos;
desaguar (lodo biológico) Requisitos energéticos praticamente nulos
Requer elevado consumo de energia e de Satisfatória resistência a variações de carga
químicos (oxigênio, nitrogênio e fósforo, mais
os corretivos de pH do efluente);

Elevadíssimo custo de descarte ou reciclagem Não há a necessidade de remoção


do lodo orgânico gerado como resíduo sólido. sistemática do lodo depositado no fundo das
lagoas

8. Que vantagens pode se apontar para o uso de sistemas de tratamento do tipo


“wetland”, e disposição no solo em indústria de alimentos?
Vantagens: o sistema de tratamento wetland é uma alternativa para recuperação
de mananciais, é mais barato que outros sistemas, baseia-se na simplicidade de
operação e manutenção, pois não são utilizados processos mecanizados, os
grandes consumidores de energia. É um sistema que independe de energia elétrica
e produtos químicos, pois as reações são biológicas, sendo este um ponto positivo
para a aplicação desta tecnologia em países tropicais, já que a ação depuradora de
micro-organismos é mais eficiente em temperaturas maiores. Diferente das ETEs
convencionais não há lodo a ser tratado, e a biomassa proveniente das plantas
pode ser reutilizada como adubo.
9. Que tipo de digestão ocorre em uma fossa séptica? Qual a eficiência esperada
em uma Fossa Séptica com relação à DBO e Coliforme? Esses valores são
satisfatórios?

Em fossas sépticas, o processo biológico de digestão é realizado por meio da


digestão anaeróbia do lodo, onde bactérias anaeróbias atacam o lodo e o decompõe
e como resultado ocorre redução de sólidos, líquidos e gases além de anular a ação
dos microrganismos patogênicos. Esse processo além de liberar efluentes menos
poluído, emitem também dióxido de carbono e gás metano. No processo de
digestão anaeróbia aproximadamente entre 70 e 90% da matéria orgânica
existente no efluente é transformada em gás metano e entre 5 a 15% transformada
em biomassa microbiana, formando o lodo nas profundezas do reator. Ainda
restam cerca de 10 a 30% de material, caracterizado como não degradado.
Para fossas sépticas bem construídas, com manutenção e operação adequadas, as
eficiências de remoção são: DBO de 40 a 60%; DQO de 30 a 60%, Sólidos
Suspensos de 50 a 70%; e óleos de graxas de 70 a 90%. Devido a baixa eficiência
do sistema, principalmente em termos de DQO, nutrientes e patogênicos, faz-se
necessária a adequação dos efluentes líquidos produzidos, seja em termos de pós-
tratamento ou de destinação final. Sendo assim, a fossa séptica ainda necessita de
um tratamento complementar, que pode ser realizado pelo filtro anaeróbio.
REFERÊNCIAS

IAQUELI, A.L. WETLANDS CONSTRUÍDOS: APLICAÇÕES,


BENEFÍCIOS E VANTAGENS DO SISTEMA. SP,2016. Disponível em:
https://www.tratamentodeagua.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Artigo-
sobre-wetlands.pdf

MARCONDES, Josiane Gasparini. Tratamento de água. Fundação Educacional


do Município de Assis - FEMA -- Assis, 2012. 49p. Disponível em:
file:///C:/Users/engen/Documents/TRATAMENTO%20DE%20ÁGUAS/TRAT
AMENTO%20DE%20EFLUENTES.pdf

Processos de Tratamento de Esgoto. Disponível em


file:///C:/Users/engen/Documents/TRATAMENTO%20DE%20ÁGUAS/artigo.p
df

LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO. Disponível em:


file:///C:/Users/engen/Documents/TRATAMENTO%20DE%20ÁGUAS/lagoas
%20de%20estabilização.pdf

Tratamento de águas Residuais. Disponível em:


file:///C:/Users/engen/Documents/TRATAMENTO%20DE%20ÁGUAS/TRAT
AMENTO%20DE%20AGUAS%20RESIDUAIS.pdf

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