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ee eposTgotoaiies ons NEUROLOGICAS COMO ELA E AVC Psicopatia’ mascarada Cede ee me Ne ofasteltctoN tt Ceeiacio el rene eect econ ESTRESSE Vida moderna facilitaria 0 surgimento da SINDROME DE BURNOUT. Conhega os fatores ws x etry eee Meo erence uts . ) diario, sao receita certeira a3 para 0 transtormo Sinais para © suicidio Dados da OMS Cenc scaccel Hatssiaeitelos observar indicios eerie evitar a tragédia OMBATH A OBESIDADE ESCOLHA 0 MELHOR CAMINHO PARA TRILHAR 0 SEU FUTURO ab i FACIS sea. LU SRT ANSTO eS UATE NES OURENSSPsie ASIP Pei SeTTe) Ser ic) + Arteterapia e Expresses Criativas * Capelania Hospitalar Oe arc) Oecd Ceri ee age ay uaa a ay Ore M eM Ree Oe ey ease econ Ree TD) CURSOS DE EXTENSAO E LIVRES + Aconselhamento Genético Humano Soret Ore Ce} ole ee neko Pa Sean Ronit) ny oF Xa) Dern ee ey DEP u cy Pru Siga a FACIS nas Redes Socaise salba mals scbre todos os cursos oferecidos: eee eo Vere. eee (11)5085-3141] wwwfacis.edu.br | atendimento@facis.edu.br Cee ee Ce ie (pr6ximo 20s metrés Vila Mariana e Ana Rosa e a 20 minutos de aeroporto) O editorial O esgofamento levado ao Extremo sensagio de que as préprias energian estio se apagando aos poucor, assim como a chama de uma vvela, pode provocar um sofimento intense, chegando ao insuportvel. Fase sentimento pode vangar para a sindrome de burnout e nio ae oaracterisa, comente, por um esgotamento fisioo © psicolbgico decorrente da preocupacio provocada pelas atividades profissionais. Existem outros viloes, como a dificuldades de enfrentar a falta de dinheiro, 0 fato de uma pessoa querida estar muito docnte ou o desemprego © a falta de perspectivas. Em sintese, qualquer softimento mental pode ser responsével pela ocorréncia dasindrome. Além disso, o deagaste fisico, provocado pela falta desono e pelo ccansago acumulado, também pode acclerar © processo. [Em tempos de internet e suas ofertas, o problema tende a se agravar, pois as exigéncias do mundo moderno inchuem ficar quase 24 horas cenectado na web, no WhateApp © em outras ferramentas de comunicagio. O que corre, za verdade, € que 0 ser humano nao foi programado para ficar“ligado” duran- te periodos tio longos de tempo. Precisamos de momentos de siéncio, sono «pas para o corpo ea mente, com 0 objetivo de se recuperar dessa avalanche ucla Viol, eaters ira de informagdea ¢ atividades. Bo mundo, meamo que no se perecba, ‘do deixa espago para essa recuperagto, Ou seja,ninguém descansa, realidade «que, no futuro, vai cobrar um prego alto com possiveis quadros depress de outras doengae graves A receita esté sempre no equilibrio. Se aa pessoas se limitarem apenas a irem atrés do dinheiro, bater metas, adquirir mais bens materiais ou ganhar promogées no trabalho, correm © cétio risco de relegar a um plano sccundério um doe bens mais valiosos que possufmos: a sade. Perocba ‘como a maioria nio se preocupa em admirar ajornada. Bsea busca pelo “sucesso” se torna quase autométioa. Agucle ditado antigo, que dis que “sem dor, sem ganho", é eoita do passado. Hoje, sabemos que é per- ‘Ritamente possivel aprender a ganhar dinheiro, afinal precisamos dele para viver, mas também ser mais {elio. Para isso, € importante trabalhar com engajamento e prazer. & preciso pensar em uma vida com mais bem-eatar. Quantidade afeta a quelidade. Pequenas mudangas podem transformar a vida e nos dar a certeza de que, as vezes, menos faz mais. Aproveite eata ediglio da Paique Ciéncia&:Vida, que apresenta um material amplo sobre a sindrome de bumout para refletr sobre isso. Boa leitural Cléucia Viola prigue@escla com br sexi facebook com/RevistaPoiguaCioneiaeV ide “O cansago éum modo do corpo ensinar a cabega.” ‘Mia Couto (cxeritor e biéloge) sumario Sindrome de burnout Nao é 86 a atividade profissional que pode provocar esgotamento fisico ¢ psicolégico, sintoma, que, em um grau elevado, pode ser sinal da doenca MATERIAS Diividas sobre o transtorno 4 Ainda ha muitas questdes sobre RAE 0° cintomas e as possibilidades j. OA" de tratamento para o autiomo Beye Auxflio profissional ENTREVISTA TCC ce apresenta como opgio A psicéloga Andrea Levy classifica eficaz para criangas com a cirurgia baridtrica como 0 dificuldades em superar problemas melhor tratamento para controlar a obesidade e suas consequéncias Dores silenciosas SECOES A obvervagiio de determinados sinais € 05 EM CAMPO. a grande saida para minimizar némeros ‘4INFOCO alarmantes de ocorréncias de suicidio 46 SUPERVISAO 48 PSICOPOSITIVA sarge 7 5 20 PSICOPEDAGOGIA Mistérios da psicopatia 22 SEXUALIDADE Pessoas aparentemente talentosas 30 UTILIDADE PUBLICA, e sedutoras podem esconder 32 COACHING graves alteragdes de personalidade 34 LIVROS 50 CIBERPSICOLOGIA Boga DOSSIE: DOENGAS eee NEUROLOGICAS 66 CINEMA. Esclerose lateral amiotréfica jem (BLA) e acidente vascular cerebral 80 EMCONTATO (AVC) exigem grandes desafios 82 PSIQUIATRIA FORENSE para a Medicina NEUROCIENCIAS E BEM-ESTAR DE \ DA DEPR. ‘Mais de mil chineses tiveram seus cérebros escaneados por aparcihos de res- sondncia magnética de alta preciso durante pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Warwick, Reino Unido, e da Universidade Fudan, na China. Como resultado, 08 pesquisadores conseguiram verficar quais estruturas cerebrais esto, de fato, envolvidas nos mecanismos da depressdo e como estio interlgadas. Uma delas € oc6rtex orbitofrontal lateral, que atua no sistema de recompensa, processan- do, principalmente, a “nfo recompensa’, com um papel fandamental na sensaglo de perda e decepedo constante percebida pelos que sofrem da doenca. ‘A estrutura em questio também esti rdacionada com uma parte do cérebro responséivel pelo senso de si mesmo, onde a baixa autoestima dos pacientes com depressio se process. Jé a filta de conestividade observada entre o cértex orbito- frontal medial e as regi6es responsiveis pela meméria no cérebro poderia explicar a dificuldade do acesso a memérias flizes desses pacientes. ‘Um extudo anterior, da Teahn Escola de Medicina do Monte Sinai, publicado na revista Neuron jé havia detectado que a depressdo envolve mudangas em uma cadeia coordenada de centenas de genes em todo cireuitos importantes do oérebro, (Os achados recentes, junto ao estudo dos genes, permitem novas investigagSes ¢ testes em busca da melhor intervencio terapéutica para a depressdo atuando Principalmente no resgate das memérias positivas dos pacientes e no fhuxo de pensamentos negativos. NDADA A RAIZ FI: AO ‘Pama cAneR Mas: Rosemary C. Bagot et al. Circuit-wide transcriptional profiling reveals brain region- specific ene networks regulating depression susceptibility. Neuro, may2016 DOT: 10.1016 neuron.2016,04 015 Wei Cheag et al, Edmund T. Rolls, Jiang Qiu, Wei Liv, Yanging Tang, Chu-Chung Huang, XinFa Wang, Je Zhang, Wei Lin, Lirong Zheng JunCai Pu, Shih-Jen Tsai, Albert C. Yang, Ching-Po Lin, Fei Wang, Peng Xie, Jianfeng Feng. Medial reward and lateral non-reward orbitofrontal cortex circuits change in opposite directions in depression. Brain, 2016; aww255 DOI: 10.1093/brain/aww255 soe porteinncaeida com be por Jussara Goyano JEMORIA FE ‘Mulheres tém melhor mem6ria verbal do que homens até mesmo quando ambos epresentam quadro de Alcheimer, dis extudo publicado ‘em outubro na revista Neurology, da Academia Americana de Neurelogia. ‘Uma pesquisa envolvendo diveraoe testes para verificacio da performance de meméria verbal em pessoas de ambos o= sexoa, além de ressonancia magnética, avaliou a performance de 254 pessoas com doenga de Alzheimer, 672 pessoas ‘com transtorno cognitive leve, que incluiam problemas de meméria, 390 pessoas sem problemas de pensamento ‘ou de meméria. ‘Comer eanela, um condimento doméetico, pode melhorar a capscidade de aprendizagem, de acordo com reaultadoe do novo estude publicado en-tinena edigto de julho do Jeurnal of Pharmacology Nesrolmmune. (0 extudo realizado por cientistas do Ruch University Medical Center comprovou ‘que a alimentaca> com canela fornecida para ratos de laboratério com oapacidade de aprendizagem comprometida s & s « Se em campo ESTUDO POPULACIONAL DEPRESSAO ACOMETE PEQL AS CIDADES DO. AMA NAS ‘Algo normalmente atribuido a problemas tipi- cos da vida moderna, a depressio vem accmetendo populagées que vivem proximas do rio Solimées, 10 estado do Amazonas, Neste eazo, porém, tédio © falta de alternativas de trabalho e lazer observadas 1a regido podem ser fatores que contribuem para © surgimento do transtorno, além dos bainoe niveia de excolaridade e renda, wso de Sleool, auséncia ou ‘pouco apoio social de familiares e amigos, estresse © ‘© acometimento por outres doencas fsicas. Um estudo de prevaléncia nas cidades de Coari €e Tef& mostrou que 1 em cada 5 habitantes com 20 ‘anos de itade ou mais, tem depressdo. Em termos. percents, 19% da populagso entrevistada apre~ senta © ciagnéetico, contra a amostragem nacional dde 14%, Nao raros foram os comentirios entre as 11631 pessoas entrevistadas sobre a falta de opgbes para os moradores dos municipios abordados: “Aqui 6 temos duas akernativas, rezar ou beber, ouvin a peaquisadora Edinilza Ribeiro dos Santos, axtora do trabalho, Seus achados foram publicados em um ar- figo na revista PLOS ONE, em sua ediglo de margo. ‘As mulheres e 0s mais jovens s40 0s mais aco- metidos por depressio maior Isso muito embora quase 100% da populagio das duas cidades sejam ccadastradas nos servigos de atengio basica a sade ddas duas cidades. Coariestédistante 360 km de Ma- ‘aus, capital do estado, e Tel esti a 633 km, ambas ‘com aceso por navegara. Os dois municbios pos- suem agricutura e pecusria de subsistenda, tendo ‘como maior fone de empregoe renda o farcionalis- ‘mo piiblico. Tefé possui cerca de 61 milhabitantes € Coari aproximadamente 75 mil habitantes segundo 0 censo de 2010. (Fonte: Aggncia USP) FELICIDADE PROGRAMADA QUAIS SAO AS VARIAVEIS GENETICAS RESPONSAVEIS POR DIFERENTES. NIVEIS DESSE SENTIMENTO? Emum estudo de larga cocala, cintistas dcscobriram trés variantes genétioas para a felicidade, duas variantes que podem expli- car diferencas nos sintomas de depressdo € ‘onze locais no genoma humanc que pode- riam ser responsdveis por varios graus de eee ee a felicidade sao expressas principalmente no sistema nervoeo central © nas glandulas supre-renaie © do sisterna de pancreas. Os resultados dessa pesquisa foram pu- blicados na revista Nature Genetics em abril deste ano e os achados esto mobilizando aoademicoe de todo o mindo em novos extudos investigan- do, agora, a diversas interagbes entre gene e ambiente que favorecem a Pique cidade 33 Por Lucas Vasques Sonho como inspiracdo (Psicologia Analitica) ‘Carl Jung é considerado até hoje um dos psiquiatras e pscoterapeutas mais influentes de todos os tempos. Fundador da Peicclogia Analitica, le propée e desenvolveu 0: conceitoe da personalide- de extrovertida ¢ introvertida, arquétipos ¢ o inconsciente coletivo. Em sua obra O Hlomem « seus ‘Sinbole, cle se inspiron em um de seus proprios sonhos e terminou a csctta eomente des dias antes de eua morte. O livro constitui uma tentativa de expor of prinofpioe fundamentais da Feiologia Analiticajungiana para oleitor, em qualquer cbrigatoriedade de conhecimento especialicado. Jung. reunia na obra artigoe que tratam doe mais diferentes assuntos — dos eonhos © das artes pléstioas até o relocionamento pessoal ea extrutura da pereonalidade humana. As péginas ilastradas desea cdigde revinada — som maia de 500 imagens —ajudam na sompreenela de eva teoria, (© Homeme seus Simbolos ‘Autor: Car Gustav Jung Eattora: HaperColins Brasil Paginas: 48 Falsas acusaG6es (Psicologia juridica) O livro Fenda: Inepantor: fro da experiéncia da prio6loga Andreia Calgada nas varas defarstia © no conmultério, que resultou em uma viedo nica e privilegiada do contesto das disputae pela uarda cecus deadobramentos leguie © pricolégioos, objeto da Lei da Alicnago Parental, sancio- nada em 2010. Sua vivéncia com a pericia judicial de processos envolvendo familias, conflitos rela- ‘von & guarda, visitagdo © acusagdee de abuso, entre outros, deapertou a peroepgio de que muitas das alegag6es de violencia sexual em conflitos familiares com disputa pelos filhos eram falsas. A cobra trazuma abordagem ampla com embasamento em peequiease estudoe sobre o areunto,relata caton © mostra a avaliagéo pricolégica como alvo de questionamentos importantes para que haa rmudanges nos processos tio lesivoe a familias e oriangas. ercas nepaaves: Alenacdo Parental e Fleas Acusagoes de Abuso Sena ‘Autora: Anareia Calgada arora Puolt Paginas: £0 Reflexdo para todas as idades (terapia cognitiva comportamental) © Menino que Entrou Dentro do Si Meomo € uma obra criada pelo prio6logo cepecializado em terapia cognitiva comportamental (TCC) Arnaldo Vicente, que mostra a importancia de en sina as oriangae a serem conhecedoras de si meemas. No livro, o pequene leitor deseobre que ‘mesmo com todos oe pesadelos, pensamentos negativae e medos, é posefvel perecbé-los, mas ‘nem sempre segui-los. O autor oferece a todos, sejam adultos ou criangas, uma reflexio de ‘como eatdo provesando os problemas © como & porefvel mudé-loe por meio das emogdes. A hietéria tras 0 conceito-chave da TCC, que tem o intuito de ensiner que a orianga evolu na ‘medida em que descobre que converear contigo mesma & essencial para a felicidade, sempre distinguindo entre os fatos © os pensamentos sobre cles. A mensszem principal da obra é plantar uma semente para que as criangas eresgam emocionalmente eaudéveie, conhecedorae de si mesmas e capazes de lidar com os desafios e as adversidades da vida. (© Menino que Entrou Dentro de SiMesmo ‘Autor: Aralao Vicente attra: Caminho Suave Pagnas: 32 84 pique incatide sw portlieciaida com br Q ao Fg oO is ° ua) om pS ey ov) PL -1eKe Meo) Keck t Se especificas, a esclerose lateral amiotréfica (ELA) e 0 acidente vascular cerebral (AVC) sé0 patologias que atingem 0 cérebro CH ofefel=tanlales-) %-(ol <1 med item Se grandes desafios para a Medicina ; Re iW aSoia we Cf&ssyo Rodrigues Martins de Macédo i A eS ' mec a is "ts - a tS eet a a eet Se eerie ea eta ee ete eee Rese rene Reena ete eeu eset ieee eee) ares ee eee eet tein meg eee Cee eet ete eet a) Ce ied ela iteise cence lie tel eR eee ee ee Cr prea eee eee eee er ues Tee et Cees Peon a eer es Oe Ss ELA: vivéncia e esperanca Apos a confirma¢ao do diagnéstico, a jornada do paciente e dos familiares deverd ser reorganizada, coibindo os seus principais sintomas, dentre eles a depressdo, preservacdo da motricidade, sisterna respiratdrio e o profundo estresse pré e pos-diagndstico esclerose lateral amiotiS- fica (BLA) € uma doenga neurodegenerativa, que foi descrita pelo professor JeanMartin Charcot em 1874. Nos BUA € conhecida como doenca de Lou Gehrig, em meméria do famoso joga- dordebeisebol americano que em 1939 foi diagnoticado com a doenga; dois anos depois, ele morreu, a0s 74.anos. Deacordo com pesquisas da Divi- so de Doengas Neuromusculares da Unifesp/EPM e bases de dados, nio existe um “atilho” especifico a ser apontado. A depressio aliada & exaus- to por estresse, sendo iniciada antes ‘mesmo da confirmacio do diagnésti- c0 di ELA, deve ser observada. Diagnéstico confirmacio do diagnéstico de ILA ocorre com 0 aparecimento delesses cicatriciais do endurecimento dda porcio lateral da medula espinhal (gliose) que envolvem a porcao lateral da medula espinhal e levam 4 atrofia muscular (amiotréfica), decorrente de ‘morte dos neurénios motores superio- es (aeurdnios da regio cortical, mais precisamente no giro pré-central que corresponde & rea morora), levando a paralsia progresiva marcada por sinais de comprometimento do NMS (hiperreflexia ¢ sinal de Babinski) do NMI (atrofia e fisciculac6es), aco- ‘metendo a musculatura dos membros 36 pique sioeatvide superiores, seguindo-se comprometi- mento bulbar, geralmente de cardter assimétrico, sendo a sobrevida média do paciente de apenas trés anos. ‘No Brasil, estima-se que haja de 12 ‘215 mil pessoas com ELA. No mundo todo, previsio é acima de 200 mil pes- ‘sas. A incidéncia maior é em homens, com idade entre 40 e 60 anos. Como nao hi conhecimento das causas, nio hhé ainda curanem tratamento efetivo. ‘A capacidade psiquica dos pacien- tes permanece inalterada, nao afetan- do as fangdes corticais superiores. Fungoes autonémicas também. per- manecem intactas. tratamento requer cuidado ime- diato ¢ especial de equipe multidscipl- nar para coibir atrefia ruscular com reavaliagSes continuas. A combinagio de farmacoterapia a outras interven- ges terapéuticas promovem a qua- lidade de vida e a alegria de viver aos pacientes (regeneracao).. mister salientar que tivemos a hhonra deconviver com a advogada ¢ es- critora Leide Moreira, que continua tra- balhando e vivendo com dignidade. Multidisciplinaridade fisioterapia motora ¢ respirat6- ia é recomendada preconizando assisténca manual e mecinica A tos- se e introducéo precoce da assisténcia ventilatéria nao invasiva (AVN), res- peitando-se a autonomis do paciente. Esta poderd ser feita sob mascara com aparelho de pressao positiva (BIPAP).. Noimével ou local de permanéncia devem serevitados pisos escorregadios, ¢ tapetes e outros obstculos precisam serremovidos, Uma értese pode estabi- lizar uma fraqueza no pé. Adaptadores de mao ausiliam nas tarefas manuais. ‘Uma cadeira de rodas, motorizada ou no, permitiré independéncia. A fonoaudiologia combate a di- sartria causada por atrofia e fraqueza da lingua, dos labios, dos misculos fa- ciais, da faringe e dalaringe. ‘A nutricionista trata da disfagia causada por paralisia eatrofiados mtis- culos bulbares resultada pelocompro- metimento dos nervos glossofaringeo, ‘ago, acessério € hipoglosso. Manifes- ta-se com perda da capacidade para ‘mastigar, impulsionara comida coma lingua e formar o bolo alimentar. Hi perda do reflexo de engolir. Como re- sultado final, ha desidratagao e perda de peso, aspiragio e infecgdes pulmo- nares recorrentes e piora da capacida- de respiratéria. Estudos ecentes mostram que em determinados casos a gastrostomia interessante ¢ util para os pacientes. Outra possivel necessidade é a difi- culdade de comunicagio. Tecnologias assistivas tém sido implantadas para facilitar a comunicagio como mouse 6ptico e sintetizadores de vox ‘A fisiotorapia aquitica deve ser sw portlieciaeida com br “Omelhorremédio para chomem é0 homem. O mais alto grau de curaéo amor.” Paracelso oS CUIDADOS COM O DIAGNOSTICO tes do diagnostico conclusive ¢ realzada analse do historico co paciente ENMG queconfrmarda presenca de comprometimento do NMI A neu roimagem serve para excir outras enfermidades que poderian mmetizar-se com a ELA. A tomogratia computadorizada.ressondncia magnetica raquidemular e encefslica, estudo do quid cefelorraquiano, complementados com exames ce sangue. urna e biopsia muscub. s30 voltados 20 diagnostic dterencial e 1na individualizacdo do substrato anatomo-patokigico do mdsculo desnervaco, 'Mesmo com o potencial desses exames ha um tempo importante perdco entre (0s primetos sinfomas e 0 diagndstico da ELA. Muttos pacientes s6 s8o dag- nosticados em esligos avancados da doenca. Em muitos casos, 0s médicos rmantésn-se relutartes em conirmat o dagndstico devido a imitagso terepeutica (x & auséncia da multicscppinaridace. A média entre os primeros sintomnas € 0 dagndstico persiste em toro de @ meses. Pees 'Mesmo com esses citerios, 0 clagnostico erroneo nso € intrequente, ocorrendo lem cerca de 10% dos pacientes que recebern diagndsticos nao apropriados. Ha condigbes neurologicas em uma especie de ‘mescla" com outs tipos de agnostico, cabendo ao mecico reconhecimento atraves de investigacao cinica apropriada Dentte os principais dagnésticos destaca-se a neuropatia motora pura com autoantcorpos fanticorpos antigenglicsideos). veriicando-se a pres- riggo de outros exemes complementares para confimacio. realizada em piscina terapéutica que oferesa acessibilidade © seguranga. Algumas adaptagdes serio necessi- rias e o terapeuta deverd ter cap: tagio tanto em técnicas ou métodos aquiticos quanto em treino de salva- mento e seguranga. O maior objetivo ao trabalhar na piscina terapéutica é oferccer atividades em que nao temos a interferéncia da gravidade com a fa- ©) [ow ey Zz } fe os fe) an oy i fa) (Os midicos e profisionas ch saide recomendam que os pacers com doenca newodegenesaliva do sistema motor passem a dminuir ativcede fica O terapeuta ocupacional tem a tarefa de providenciar dispositivos adaptados as necessidades do paciente Para que ele possa manter a independéncia funcional assim nao se torna o tinico nessa situ- acao. Essa uma responsabilidade que deveria ser suportada por toda a fami- lia eestendida aos amigos. Existem estudos evidenciando que quanto maior a duragio do cuidado prestado, pior a qualidade de vida do cuidador. Outros apontam que, com 0 ‘tempo, alguns cuidadores descobrem nova capacidade de lidar com a situa- fo, encontrando novo sentido na vida. Dentro da equipe multidisciplinar ‘cuidador é profissional mais impor- ‘ante. Além da capacidade técnica, deve ser um ser humano real, ou sea sinta prazer em ajudar seu semelhante, ofe- recendo 20 paciente carinho, atengio dignidade de vida. ‘Com muita frequéncia os pacien- tes e familias sio relutantes para aceitar esse tipo de ajuda, mas é importante evitar 0 esgotamento do cuidador. ‘Aos amigos dos pacientes 0 diag- néstico pode surgir como um choque. Naohé nada como uma crise paraiden- tificar os reais verdadeiros amigos. En- quanto alguns pacientes podem apro- veitar para instruir seus amigos sobre os detalhes, causas e efeitos da ELA, ‘muitos outrosnao conseguem. ‘Alguns amigos podem ajudar oferecendo-se a fazer coisas que eles fariam de qualquer maneira, como visitas, chamar para sair, substituir 0 cuidador por algumas horas para que cle possa ter um pouco de tempo livre, enguanto outros amigos, compreensi- ‘velmente, tém dificuldades deaceitaras implicagdes de um diagnéstico de ELA. Bombardear os pacientes com {delas mirabolantes quanto ao trata- ie * Acupuntura > Trtamento: como acupuntue, que lagio, magnetism, hipersial, me ‘iga0 do calcio e vitamina D,bitos~ fonatos, edemas nas extreniades (uleras de estase) e remocio de amaigamas s40 recomendados. FORCAS INTERNAS EM DESFAVOR DOS EFEITOS DA ELA enfrentarmento dz doanca @ possvel com a colaboracao de todos os en- holvidos. Pequenos cuidados podem fazer a diferenca. ‘Ace vénicos: ‘Atencao redobrada ao fechar/contrmar o diagnéstico: (Quidado para nao tara esperanca do paciente: CCautela ao falar do futuro pera nto menosprezar os esforcos da ciéncia, Ponderagao com uma pe multidiscipinar save falta de humildade pare engrendecer toda 2 equi- ‘Sobretudo, prudéncia para nio perder asua e acarretar 30 paciente a perds da fé As nen: Ficar de pé enquanto possivet Luar até quando der (Oferecer © mateo de simesmo: Nio sobrecaregar em demasia todos aqueles que he estenderam a mso: Encottrar meios atividedes especiais para manter-se motivado. mento provoca esperangas elevadas ‘com divergéncias, podendo ser nocivo ao paciente, recomendando repasse & equipe multidisciplinar para andlise a0 novo procedimento aseradotado. Qenfrentamento preciso reencontrar-se, situar se para condensacio de forza) internal) em desfevor dos efeitos da ELA (vj boxe). Aliada ao respaldo de amigos, = INTERNET familiares, acionando-se a forga ¢ 0 potencial interno podemos fazer com que a vida seja vista de maneira mais objetiva, inclusive conseguindo-se feitos inimaginiveis, podendo dessa forma valorizar os aspectos mais sim- ples e profundos de nossa existéncia. A capacidade de despertar talen- tos, até ento dormentes, permitiré © desenvolvimento de habilidades compensatérias fortalecedoras da personalidade, ainda que tempo- ririas, transformando-se, assim, a escuridio ¢ a debilidade fisica na sensagio do crer, ser e solidificar, extirpando as possiveis amarras im- postas pela ELAe seus efeitos. Lembre-se de que a ciéncia aliada 4 f6 poders através do contato ¢ res- paldo da familia e amigos desenvol- ‘ver; prosseguir € criar a medicacio para acura/regeneragio da ELA. REFERENOAS Mtehell JD, Boratio GD. Amyothoohi laterd Scerose. Lancet 20073682031-# Lee EC, Annegars F Appel SH Progone ‘of amyotrophic aera sclerosis andthe cffect of refral selection.) Newol Si 95 2207-15 RODRIGUES, etal Avalaps0 sociolcgca ce chertes com escetose late amiorica evista Portuguera de Preuoogia Lzboa, ¥.8.n 6 p 646-653 2002, ‘Cheah AC, Yuck S Krishnan AV, Bold RA Kiamnan MC Gat Newioprysiciogica index asa biome fr ALS progression Valdty of mixed effects models Amyotrophic Lateral Sclerosis 123-8 MCNALGHTON.H.K: WEATHERALL M. MCPHERSON, K M Functional measures across neuloge doeace states anayss (of factors in common. Archives Physica Medicine and Rerabilttion, Reston «86, 1 M.p. 2184-2188, 2005 Poraka RDB Enidemiloy ALS in wot, Anais do V Simgoso brasiero ON evista Nowrociencia, (219-13, 2008 eS iene ois [ney Waa), 1. jay Cy [es 1D fe os je} 0. oy I ek Cy SINTOMAS CONFIRMADOS cconfirmagao @ atraves de hemograma, gicemia dextro, Nae. K+, ureia © jeatiina TP/TTPA. eletrocardiograma e TC de crénio sem cantraste. A tomografia destina-se a diferenciar de um meningicma ou herratoma subdural. utra funcao atrbuida é a verificaggo de hemorragia. No eventual AVCL deve cbserva-se o sinal das artésias cerebrais médias hiperdensas. © acidente isquémico transitoro ¢ uma breve disfuncao neurologics provoca- 2 por isquemia cerebral focal ou retriana, com sintomas clnicos durando menos de Thora e sem evidenca de infato.Difere-se do AV. que subdide-se em terotrombotico (por fatores de rsco nao modificveis), como a idade ou doen- ‘@scréricas, send sua principal caisa a artesiosclerose.O cardicemibdlico ocome ‘quando 0 émbolo causador do derrame parte do coracao, no geral decorrente de doencas cardiovasculres. como arttrias cadlacas ou doencas valvusres. utilizar outro tipo de anticoagulante, ‘como a varfarina e outros como a da- bigatrana, rivaroxabana, apixabana e edoxabana. Pacientes com AVC be- morrigico no devem receber aspiri- na imediatamente. Convulsio, que pode ser manifes- tagio de um evento cerebrovascular, quando seguida de hemiparesia, ini- cialmente poder mimetizar-se com a sindrome de Todd. A resposta inicial est relacionada A redugio do edemacerebral, melhora do suprimento sanguineo e remogio do tecido necrotico. A fisioterapia visa a capacidade funcional evitarcomplicaydes secun- darias, possibilitando reassumir todos ‘0s aspectos da vida em seu proprio meio. Trabalhando como um cientista clinico do movimento, fisioterapeu- ta € capaz de identificar e avaliar as cestratégias fisioterspicas apropriadas, bbeneficiando inclusive a respiragio do ppaciente através da fisioterapia respira- ‘6ria. Esse processo inclu lidarcom os fatores sociais e psicolégicos que afe- tam opaciente com AVC. (Osindividuos sequelados seguem, normalmente, uma rotina de interven- G40 e tratamento de aconto com o tipo e causa do AVC. Essa rotina varia des- de a intervengao cirirgica até o trata- mento dlinivo. ‘guns habits conribuem significatvamente para desencadear aoccrréncia do AVC. entre es 0 uro (tabaco, 0 estresse eo consumo exagerado de alcool 46 pig ciecitvide Um dos fatores determinantes para os tipos de consequéncias Provocadas é o tempo decorrido entre 9 inicio do AVC e orecebimento do tratamento necessario A estabilidade do paciente re- duz-se a uma hemiparesia ou hemi- plegia, dependendo nao somente da area cerebral afetada como também da extensio desse acometimento. ‘No retorno para casa deve-se atentar a0 sedentarismo. principal foco & normalizar 0 tonus no hemicorpo ¢ o restabeleci- mento da marcha. O autor é suspeito para redigirso- bre a reformulacio do modus vivendi. Foi acometido até a presente data por oito AVCI/AVCH. E possivel manter ‘uma vida ativa apés os efeitosdo AVC. © caso do autor em voga, assim como tantos outros, wltou-se qualidade de ‘vida a qual depende do estilo/ritmo que 0 paciente seleciona e posterior- mente aplicard em sua jornada. Reestruturagao emocional Ae ciente apresentar-se com 1) ansiedade, no sentido correlaciona- do ao medo de que um novo AVC ocorra e a expectativa em relagio a sua recuperagio; 2) depressio, de- vido a sequda da leséo causada ou secundaria 4 nova condicéo; 3) ins- tabilidade emocional. Nesses casos deve-se proceder através de técnicas psicoterapéuticas ‘no aumento da autoestimae na melho- rada qualidade de vida. E importante frisar que a reestru- turacio emocional depende do meio fem que © pacientes vive, principal: sw portlieciaeida com br DESAFIOS DIARIOS ‘ej paciente. Areablitacso ¢ lenta e frequentemente um processo frustran- te No se preccupe se existrem das que parece ter havido pouco progresscr ‘Seja postive. Enccrajamento constant eogio séo necessérios para mente ‘bom esptito de todos os envolvdos no processo de recuperacso do paciente ‘Acance 0 equirio certo entre ajudar e encorajar 0 paciente a conquistar novamente independéncia e confianca para fazer as coisas por st Estabeleca uma rotina daria 20 di para praticar exercicios e verificar 05 nlveis de capacidade do paciente: ‘Aranje tempo para Si Ver os seus amigos e ter os seus passatempos $30 importantes formas de manter a sua forca e temperanca, sendo necesssrio ar- ticular uma escala de revezamento. mente no que diz respeto ao relacio- namento familiar. A maneira como a familia conduz.o caso terd reflexos di- retos no avango da reabilitacao. Aleveza ea serenidade beneficiam © coragiio, prevenindo placas de atero- ‘ma, ainda mais se hé adogio de dicta alanceada e pritica de exercicios adaptados ao seu condicionamento. (O paciente apés altamédica preci sari da atencao e cuidados de familia- rese amigos, pois ser dependente (em reaprendizado) em ages cotidianas, cexigindo que haja temperanga e con- trole quanto a instaurasao de quais- A reestruturagao emocional depende do meio em que o paciente vive, principalmente no que diz respeito ao telacionemento familiar. A maneira como a familia conduz 0 caso terd reflexos diretos no avanco da reabilitagao quer sentimentos negativos que pos- sam se tornar obsticules no processo de recuperacio e reabilitagio. ‘Nao devemos esquecer que rece- bemos a vida da luz divina como um REFERENOAS Eistem formas de preven o problema, como, Pr exemplo, mantenco uma data saudaa, km de praticaratviades fisicas presente, mas a felicidade nao pode sercomprada. Asalegrias ea euforia sio fugazes em nossa jomada e nio expressam realmente a esséacia da felicidade e sua plenitude de viver. Refugiar-se zo trabalho realizado com paixio, na ascensio das nossas almas e do nosso amor inverencial sao fatores que cons- tituem essa linha de existéncia a qual tende a se metamorfosear em arwores, cajos galhos lembram bragos abertos, ansiando abragar 0 mundo e todos os seres senciente Nosso objetivo nesta vida deveria ser nio o de superar os outros, mas 0 de superara nés mesmos. > OD iD te to =.) iO 1. Cy rg } fee i= fe} ley oy Ei 0. Cy Draper Fouls C, Col AND, Poulos RG EnvichFE. A comparcon o caregivers for adaly sSroke anddementiavcte. Am Gara Soc 1862 Sept: 40(91696-20t, National tute for Heath anc Cirical Exoalence. Soke: agnosis anc inal management (of ecute stoke and fesiont ischaemic atack (TAL hitp/wwwnicecxguhicemedialpdt ‘StrokeAcreTIACiicalGuceineFulVersionConultaionpa ‘Bohannon Relationship betwoon static strength and various other measures in hemiparic ‘Stoke pens. it Rehab Me 13668125-78, DDhernoon MS, Moon YP Pak MC, Boden-Alba B, RundokT, Sacco RL Ekind MS, Quality of ite cecines afer fst ischemic shoke. The Northem Hanhatlan Study. Neurology 2010: 274: 328-34 ‘Sunnarhagan KS, Olver. Francsco GE_ Assessing and treating functions impaiment in post ‘stroke spasticity Newology. Montreal 201380/3).35-44 Zorowitz FD, Gilad Pl, rainin 4. Post stroke spastcy: sequelae and buen on stroke survivors and earagiver Newol Morires 201280(2)45-52. + Fitoterepia ‘Apia speciosa Schum, conhecida ‘como “bastao do mperador’ ada ra recuperagdo de pacientes com SNC lesionados por doenca vascular ‘encefsica,O deo ata nos canals de clio, responséveis pe contacto ‘muscu, © seu excesso promove a fensio do misailo e sin pormalza- ‘20, permitindo que ele se contaia € relax. gerendo moticidede. swe porteinncaeida com be IPE meos1010 DUVIDAS ainda tao PRESENTES © automa o um tranetorne de causa ainda nao totalmente connec, com sed infunca gnats 1 Nos ultimos anos, alguns estudos tém tentado responder a quest6es concernentes ao autismo, principalmente No que tange a fatores que possam identificar os sintomas e a possibilidades de tratamento Por Eugénio Cunha uito se tem falado- sobre © autismo. © transtorno vem ganhando visibili- dade no mundo in- teiro, sendo destaque nas redes sociais, na imprensa, alm de ser assunto re- corrente em congressos e debates com profissionais de distintas areas. Tempos atris no era assim. De fato, parece que ‘© mundo vive uma “epidemia” de autis- mo. Nos Estados Unidos, por exemplo, pesquisa feita pelo Centro de Controle ‘¢ Prevengio de Doengas (CDC), érgio 4B pei cigcitide escols ea fants e Autism ne Escols~ um jeto cferente ce anrence mn jeito diferente eensisr sw portlieciaida com br norte-americano de satide, mostrou que ‘uma em cada 68 criangas tem o espec- tro. No Brasil, o tema autismo ganhou ‘muita repercussio, principalmente de- pois da aprovagio da n® Lei 12.764/12, que instituin a Politica Nacional de Protegao dos Direitos da Pessoa com Transtomo do Espectro Autista, tam- bém chamada Lei Berenice Piana, que é mie de um jovem autista. (© autismo é um transtomo de cau- sas ainda nao totalmente conhecidas, com grande influéncia genética, que compreende dificuldades na comuni- cagio, na interacéo social e um padrio comportamental restrito repetitive. ‘© grau de comprometimento é bem vvaridvel: leve, moderado ou grave, com sintomas extremamente diferentes. Hi alguns sinais que podem ser percebidos desde cedo na crianga: isolamento so- cial, ausénciade contato visual, resistén- cia 4 mudanga de rotina, manuseio nio apropriado de objetos, transtorno de processamento sensorial e movimentos circulares do corpo, dentre outros. Fatores ambientais Ane das causas do autismo, alguns estudiosos acreditam que fatores metabélicos decorrentes de al- teragées bioquimicas sio submetidos + Sinais de comportamento * mae comum ienfeameoautemo por vata dos tes ance de ida pincpamente ‘quence 2 merina ou meno frequentem a ‘220k, onde qualquer dares comport mental ou decade oe s0ctzag20 520 mais ben pecsbices Mas ¢possvel in ficar shat mais cod aide. quan, por exemple 0 beb! nio faz eonlato com 05 ‘los. mio sort, chore muro, nio babuca palace nso aporta soe porteinncaeida com be MUNDO SENSORIAL I fator importante que deve ser observado e a disfuncio sensorial, frequent Ino autismo, que provoca a hipersensiblidade tatil,aucitiva e visual bem como a intolerancia a odores e a textura de alguns alimentos. © mundo sensorial ode provocar agitacao, movimentos estereotipados e muitas dlfculdaces na aprendizagem escolar. Ciangas autistas nem sempre conseguem procestar 05 estmulos sensorais do ambiente, Por isso, muitas criancas tim reagdes disruptvas ‘sem motivo aparente. E preciso evitar cheros fortes, princpalmente de produtos ‘qumicos, roupas com cores fortes, baulhos. gritos, ruidos constantes © a cdesorganizac3o do ambiente de trabalho. Alguns estudiosos acreditam que fatores metabdlicos decorrentes de alteracdes bioquimicas sao submetidos aos efeitos do ambiente e modificados por ele a0s efeitos do ambiente e modificados por ele. Em razao disso, existe uma grande preocupagio atual com a to- xidade dos metais pesados e a sua in- fluéncia nos processos biolégicos que Jevam aos sintomas. Stephanie Seneff, bidloga PhD, aponta os transgénicos ¢ os pesticidas como uns dos principais responsi- veis para complicagées neurolégicas em criangas. A cientista afirma que 0 uso excessive de agrotéxicos causa- 4 autismo em $0% das criangas até 2025. Philippe Grandjean, da Escola de Satide Publica da Universidade de Harvard (BUA), diz que uma grande preocupagio € 0 elevado mimero de criangas que sao afetadas por danos téxicos ao desenvolvimento do cérebro, sem um diagnéstico formal. Segundo Grandjean, hi redugio na capacidade de atencao, atraso no desenvolvimento € mau desempenho escolar. Para ele, rodutos quimicos industriais estio agora emergindo como as causas mais provaveis paraessas complicayées. Para o quimico americano William Shaw, PhD e pesquisador des causas do autismo, qualquer sintoma que te- ha um efeito devastador no individuo esté ligado a uma alteragio bioquimica individual. Segundo ele, se uma pessoa apresenta um quadro neurol6gico gra- ‘ve, deve haveralguma alteragao em um ‘ou mais processos quimicos do corpo. Shaw trouxe a alergia alimentar para o campo dos debates acerca de fatores que incrementam 0s sintomas do autismo. De acordo com ele, ha danos potenciais ‘causados por alimentos que contém ea- seina, ghiten, agticar € metais pesados como 0 merciirio, que se encontra no meio ambientee em vacinas. Em razio de sérios danosneurol6- sgicos, essas descobertas sio relevantes quando desejamos proporcionar a0 autista melhores condigSes de vida. A alergia alimentar e outros alergénicos, assim como os efeitos téxicos de al- guns alimentos, podem alterar acentu- adamente o comportamento. Torna-se necesséria, entio, uma dieta alimentar por causa das anormalidades meta- Délicas, conforme determina o artigo terceiro da Lei Berenice Piana, que garante ao autista terapia nutricional e rnutrigio adequada. ° Prquecigaiaide 49 ciberpsicologia Por Igor Lins Lemos O €o JOGO QUE FOI BAIXADO MAIS DE 500 MILHOES DE VEZES EM ESCALA MUNDIAL SUCITA DEBATE SOBRE O QUANTO SUA DISSEMINAGAO PODE INTERFERIR NO COTIDIANO DA POPULACGAO angado em julho de 2016, Pokémon Go ee tornou rapida- mente um dos jogos mais co- mentados deste ano. O titulo desenvolvide para cer utilizado em cclulares 105 © Android, além dos re- logioe da Apple, € um game gratuito, baseado na geolocalizagio do ueus- rio, que revel de realidad como eah pokémone por meio ntada. Comumente, ee ee 50 pique incntide buscam coletar 0 maior mimero de monstrinhos que conseguirem encon- trar. Para isso € necessério circular por ruas, avenidas © diversos outros locais. Nao cabe a esta matéria res altar a2 particularidades desse jogo (tens, equipes, niveie, gindeios ete), mas aprofundar o ambito peicolégico ‘em relagio a temétioa, Muito se tem eepeculado sobre 02 beneficios © malefioies desse joze cletrénico, porém primeiro ponto € lembrar-noe da antiga reeposta que menciono ao dilema “bom” e “mau” nesta coluna: “a tecnologia é neutra” Apesar dessa suposta neutralidade, € necessério recealtar que a interpreta io co ueufrute que o ueuério aplica a este jogo fario com que ele ecja um recurso saudével ou nocive. Cor gando pelo primeiro ponto, n« biente clinice pereebi que di sw portlieciaida com br pacientes ec sentiram cetimulados a realizar caminhadas pela cidade com cose game, muitos deles anterior difiouldades para se envolverem em atividades mente com séri (em paciente, por exemple, andou 12 quilémetroe em um meemo dia). Poucas semanas apée o seu lang: mento, eases meamon pacientes pas- saram a abandonar o jogo, mas man- tiveram seus exerafsias didrios. Base primeiro relato pode gerar a hipéte- se de que o fator motivacional para a prética de uma atividade distinta da rotina do paciente foi o Pokémon Go. Algune pacientes formaram gru- poe, nos finais de semana, para ca- ar cose: monstrinhos em parques © regides de prai Enquanto estavam jogando também convereavam © cc divertiam com essa novidade, po: bilitando um interessante treino de ascertividade (copecialmente para aqueles que dificilmente salam de caea). Reforgo apenas que 0 jogo deve ser utilizado como cstratégia peicoterapéutioa, Infelizmente também existem re- latoe negativos em relagio a0 ueufru- to desse novo titulo. Divereas man- chetes na midia pasearam a ganhar maior visibilidade com o aumento do némero de acidentes de transite e Gbitoe por desatengio devide a pré- tica deste jogo (jé foi publioada uma matéria nesta coluna eobre a combi- nagio de celular e diregio). Apesar de nenhum paciente que atendo ter se cenvolvide em acidentes enquanto di- rigia, pude obeervar que muitos deles pasearam a utilicar esce reoureo ele- ‘trénice aseociade a diregio (compo! tamento este que anteriormente no extava inctalade em eeu repertéric) Através da psicoeducssio pude au- xiliar ene individuoe a redusir exes habito, potencialmente perigoso. & relevante mencionar que 30 02 ch: mados “pensamentos de permissio” que levam 0 eujeito a se envolver em comportamentos de risco: “nunca bati soe porteinncaeida com be A TECNOLOGIA E NEUTRA, MAS, APESAR DESSA SUPOSTA NEUTRALIDADE, E NECESSARIO RESSALTAR QUE A INTERPRETACAO E O USUFRUTO QUE O USUARIO APLICA AO JOGO FARAO COM QUE SEJA UM RECURSO SAUDAVEL OU NOCIVO enquanto dirigia e usave o celular, nko vai ner agora”, “eu sou habilidose. na diregio’, “isso acontece com quem nio presta atengio no trinsito”, ete. Por meio da reestruturagio cognitiva € possivel cuxiliar © paciente a modi- ficar e2sas orengas diefuncionaie. Ainda cirounsorite a0 aspec- toe negatives, recebi um aumento significativo de queixae a0 ambien te escolar, jé que muitas oriangas © adolescentes cetavam cagando poké- mone durante at aulas, o que gerava divereae interrupgdes e frequentes ‘comparecimentos 4 coordenagio. Oe colégios pasearam a criar estratégias ‘educativas para inviabilizar o weufru- to exagerado desse recurso teonolé- gico no ambiente escolar Apesar de ‘cave jogo premiar constantemente o jogador, € necessdrio que o uewério li- mite seu tempo de uso, asi locais em que o jogo pode ou nio ser utilizado. Eepecialmente em relagio ~ 4 esse iltimo ponto, vérios pacientes estavam coletende pakémont no men consult6rio. Inicialmente esse tipo de ‘comportamento pode ser considera- do Kidico © engragado, especialmente pelo ecu carter de novidade, mas se ‘02 pacientes mantiverem ese com- portamento, o aseunto deverd ser co- locado na agenda da sesaio. Além do eterno dilema dos bene- Ficioe e maleficios de um jogo cletré- nico, um ponto que merece ser ree saltado € que possibi 1 pritioa de um jogo com teonologia 208 woudrioe de realidade aumentada € um grande pasto para a reconstrugio de noseas crengas sobreo que de fato €a pritica de jogos cletrénicos. Com o Poiéinon Goos territérios virtuais confundem- -2e cada vez mais com aquilo que € real, existindo uma simbiose entre ambos. Em peralelo a ease importan- te recurso, a liberagio de dopamina através de oada nova conquista ( lar a liberaglo dopaminérgiea de ou- troe jogos, como 0 conhecido Condy Crush), © processo de cocializagio © a nostalgia de muitos de poderem ver os pokémone terem vida em seus celulares tornaram-se uma férmula de sucesso para o mundo dos gamer. Acredito que ese titulo € apenas uma breve introdugio do que o2 jo- gos eletrénices por realidade aumen- tada iro fazer noe préximoe anos. Nesse nove cenério caberd & Psico- logia compreender eva demanda. ® Igor Lins Lemos ¢ dovtr em Neuroosiiam e Gitncasdo Comporamento ‘bela Univesiaaze Feaeral de Perambuco (UFPE) e espeiaista em Terapia 4 (Cognvo-ConporamentalAvanaza pela Universe de Pambuco (UPB. = pacoreapetecogntwo-comperamental palesante pesqusador cas cepencencas mercogias mal godemocd7ghormalcom Prquecignciatide OL neurociéncia por Marco Callegaro Depressdo, ansiedade e BACTERIAS MODELO ANIMAL DE PESQUISA EM CAMUNDONGOS, MOSTRA A RELACAO ENTRE ESTRESSE NA INFANCIA, BACTERIAS NO INTESTINO E Al zoéloga britiniea Allana Callen publicon um livro com um titulo interessante, que dé uma boa ideia da im- portineia da microbiota, o conjunto de bactérias que convire conosco em noste intestine. No livro 10% Humane: Como o¢ Micro-organiomes So a Chave para a Seide do Corpo da Mente (Edi- ‘tora Sextante, 2016), a autora explica que existem nove células de bacté- riaa © fungos para cada oélula “nove: compondo o organiemo humano, na sua maioria alojadae no intestine. Ao longo da vida, um eer humano abri- ga o pero de cinco clefantes afrioa- nos em micro-organiemos, ceroa de 4 mil expécies chegando ao nimero de 100 srilhdee. Sobram apenas 10% para “nés", 0 que levou a autora a in- titular um capitulo de forma engraga- da, "Vocé € 0 que alee comem”, afirma Allana. 0 estilo de vidamoderno, com uso de antibiétices, alimentos proces eados, partos através de cesarianas & férmulat infantio, diminui a popula- do das bactérias benéfioas © aumenta a proliferagio de bactérias maléficas, causando inémeros problemas relacio- nados, como o aumento de doengas autoimuncs, autiomo © obesidade. 52 pique cifosatide ‘Um eatudo publicado na revista Nature reforga esea linha de investiga- ‘gio, mostrando © papel da microbio- ta no desenvolvimento de ansiedade © depressio, talvez os maioree pro- blemae de sade mental que atingem a humanidade em larga cecala e que tém orescide assustadoramente nas iltimas décadas. Nesee eetude, 02 pesquisadores usaram camundongos ‘como modelos animaie, separando um grupo desses animaie da mie na primeira inffincia, que funciona como catressor. Os camundongos que foram separados da mie na infincia sofrem portamento mais tarde na vida adulta, tanto que é um modelo experimental muito usado na peequiea. Eventos traumétioos na infincia esto associados com 0 desenvalvi- mento de transtornos psiquiétricos © desordens intestinais mais tarde na vide. A separagio maternal na infancia ‘em roedores é um modelo bem estabe- ecido que induz alteragdee de longo raze no comportamento ¢ diefungio intestinal, aumentando a reatividade do eixo hipotdlamo-pituitéria-adrenal (HPA), depressio ¢ ansiedade. O c2- treoee na infincia altera a compotigio {ODULACAO DO HUMOR da microbiota, mas se verificou que com a ingestio de alimentos probié- ticos, que so compostos com bacté- rigs benéficas (como 08 lactobaciloe), esses efeitos edo atenuados. Estudos com seree humanos mostraram que a ingestio de probiéticos, como por exemplo iogurtes carregando bilhdes de bactériae benéficas, tém apontado para melhora no humor e ansiedade. Em humanos, eabemos que a pri- vagio de contato materno também eet relacionada ao desenvolvimento de peicopatologias. Fodemos incluir negligéncia, maus-tratoe, abuso eexual ¢ pricolégico como provéveis extres- sores infantie em ve tratando de orian- sae. © que torna interessante foi a relagio verificada entre a privagio de contato materno 12a inveetigagio com as bactériae intestinal. (Oc peequitadores traneferiram ae bactéris sadoe na infincia para camundon- doe camundongos estree- gos que nasceram em laboratério em ambiente livre de baotérias. Ao colo- nizar © intestine dos camundongoe com bactérias alteradas pelo estres- se, niio foi observada mudanga de comportamento. Em outras palavras, © cércbre alterade de camundonge sw portlieciaida com br ait BACTERIAS NO INTESTINO TEM IMPORTANTE PAPEL NO DESENVOLVIMENTO DE ANSIEDADE E DEPRESSAO, SEGUNDO NOVO ESTUDO vitima de separagio materna € ne- rio para o de wolvimento de ansiedade depressio. Ansiedade © depres: somente como efeito da comporigio no eurgem da microbiota, © também no como feito isclado do catresse na infincia. EB uma vomunicagio bidirecional al- terada entre o oérebro do camundon- go privado da mic na infincia e oua colénia de bactérias no intestine que leva ao comportamento ansioso © de- pressivo. O extresse infantil leva a um aumento da reatividade a0 estresse © disfangio intestinal que muda a mi- crobiota, ¢ casa interagio, por sua vez, altera a fangio cerebral Segundo os resultados do eatudo, core pepe: ifieenge ne oop soe porteinncaeida com be ‘glo no perfil ou na atividade meta- Bélica da microbiota bacteriana no infoio da vida, produsida por estresse nna infincia, pode induzir a profundas alteragdes no comportamento © hu- mor do adulto mais tarde. Felizmente, ‘co0ee efeitos aio parcialmente reversi- veis com o gerenciamento do estresse ‘eretorno ao equilibrio da composigao da microbiota no adulto. A complexa Para saver mais: relagio interdependente das bacté Fias em nosso organismo ¢ nosea vida mental sem dévida nos leva a pensar de forma mais ampla sobre se intera- dee entre as dimensdes biolégioas, pricolégicas © sociais na saéde men- tal. Precisamos de modelos de inter- vengSee que possam aio somente considerar as varidvcis biolSgicas © sociaia junto is pricolégioas, mas que poseam avangar em termos de eficg- cia e resolutividade por empregar 0 conhecimento proveniente da intera- ‘do entre eases clementos eruci longo do deseavolvimento. ° DE PALMA, G. tal Mcrobioa and host determinants of behavioural phenotype in matenaly separated mice Nature Cormmuniatons, no 6,» 7735, do: 101038ncomms8735 (2015. arco Calan ¢ psiclogo, mesre em Newrocencias © mento ‘efor do struto Catarnense de Terapia Cogntva (CTC) edo nstituto Paranaense de Terapia Cognitva (PTC). Autor do vr premiacdo © Novo Ihonsciente: Como a Teraois Cognitivae as Neuocieniss Revolucion 0 Mocelo co Precessamento MentallArmed, 2011. Ri Prquecigaiaide 53 eb» bu recursos humanos por Jodo Oliveira A CONSTRUCAO do profissional moderno O MODO COMO OS PAIS TRATAM SEUS FILHOS VAI CONTRIBUIR DIRETAMENTE PARA A CONSTRL IDENTIDADE E DO S. O DE VALOR INDIVIDUAL, QUE SE AO DE UMA DESENVOLVE A PARTIR DE ALICERCES FORTES OU FRAGEIS elementos imprescindiveis para a manutengio das espécies, muito se tem eatudado sobre como clas afetam © comportamento de forma geval, principalmente no rendimento profissional das pessoas. A inteligéncia emocional € uma capacidade requerida como estencial em qualquer instituigio que zele pela alta produtividade Apergunta que todos fazemé:“Como se forma um perfil emocional?” ‘Compreendemos que os pais tém, de aro, ums forte influéncia sobre os filhos, rincipalmente no periodo da infancia, fem que @ personalidade e perfil emo- cional de erianga tém sua base formada Por meio deese primeiro contato com © univerto das regran sociais podemos ter variagbes que podem ser benéficas ou prejudicisis O perfil da educagio impos- ta pelos pais, colégio ou mesmoa regio -vai fazer uma grande diferenga no reaul- tado final desse sueito profssional. Caso a estrutura inicial sea extremis- ta do tipo punitiva demain ou, a0 contré- rio, permissiva demaio, teremos uma for- ‘te probabilidade de a erianga desenvolver ‘uma atitude defensiva ou sem limites ‘para as regras impostas. Das duas formas © resultado final seria negativo. 54 pique ciate Na década de 1970, 0 psicélogo Walter Mischel, professor da Univer- sidade Stanford, fez um catudo com ceriangas oferecendo a clas a escolha centre uma pequena recompensa (ge- ralmente um marshmallow) que era centregue na hora ou duss pequenas recompensas se 0 retorno do peoqui- sador que sairia da sala foese aguarda- do, Esse estudo ficou conhecido como © Experimesto do Marshmallow, que oe referia & reoompensa retardada. Os re- sultados revelaram que as criangas que ‘eram eapazes de esperar por mais tem- po pelas pequenas recompeneas tinham tendéncia ater melhor éxito na vida. Apeaar deste eatudo ter sido feito ha ‘mais de 40 anos, ele € muito atual, pois ‘on adultos que foram reforgados positi- vamente € adquiriram a capacidade de ‘coperar a recompensa por seus inves ‘timentos € ages tendem a efetivar pla- ‘ejamentos, pensar a longo prazo e no apenas na satisfagdo imediata, o que € al- ‘tamente relevante no mundo corporativo. Sabemes, portanto, que © senso de valor préprio e a eatrutura emocional de ‘um jovem profissional do construtdos a0 longo do tempo na relagio com 08 aia, com os professores, com 08 ami- ‘gee, com © mundo que © ceroa, desde @ primeira infincia. & ele que vai dire- cionar © modo como a pessos, na vida adulta, usufruide ova liberdade, fax uae cescolhas asrume a reeponcabilidade pela prépria vida. No entanto, isso ndo precisa ser uma condenagio. Nio se trata de um ca minho que no possa ser alterado. Na peroepgio de alguma falha emocional, dificuldade de convivio on de executar stividades em grupo, deve-se buscar au xilio profissional para direcionar ajustes internos. Ressignifiar € a palavra do momento, da meama forma que resili- Encia foi hé alguns anos. Investr na al- teragio do proprio perfil picolégico vai evar resultados positivos em todos o2 ambientes tocados pelo sujeito. (Os recursos internos podem ser di- recionados de forma a moldarum novo ‘ipo comportemental mais adequado 4s cetruturas institucionais. Para isso, existem vérias ferramentas a atuali- dade, como a programagio neurolin- guistica, psicoterapia breve, terapias analiticas, hipnose clinica voltada para 4 modelagem ¢ treinamentos de imer- sto. O profissional que deseja superar seus préprios limites deve comprome- ter parte de seu tempo na buroa desse polimento na personalidade. valorica cada veo ais 08 jovens profissionais que estdo © mercado sw portlieciaida com br satataitensints iwetinds eins carci, Goi aprenaagec cis” Heo eects epee aque possam se coadunar com os obje- tivos organizacionain.Entio, utes eu jeitos mais bem preparados tero mais. pportunididis’S isco empl masa a ‘cease 36 assessors iY Selena | eae, lem dos thulos adquiidos no proces- to de au formagie. O prfissional que pode ser bem- -mcedido em sun drea & hoje aquele ave recenhece suas frgas e também places Come ee aes econ ere ae tuperer mites que apetenta oaacte- risticas fortes de inteligéncia emocional, rissa tra te peabal g renciamento da vida pescal e profssio- nal, coeréncia das escolhas profissionais. tc maturdade para lidar com frstagéea, vendo relent, buscando novan opor- tunidaden © reaignifmnds tudo que soe porteinncaeida com be COMPREENDEMOS QUE OS PAIS TEM, DE FATO, UMA FORTE INFLUENCIA SOBRE OS FILHOS, PRINCIPALMENTE NO PERIODO DA INFANCIA EM QUE A PERSONALIDADE E O PERFIL EMOCIONAL DA CRIANCA TEM SUA BASE FORMADA ossa existir na sua hist6ria de vida que Ihe cause desconforto emocional. (© mundo moderno competitive nio dé lugar para as fortes raizes que muitos se orgulhamde ter. Raizes prendem as 4r- ‘vores a0 solo ¢ estas no se movem a nio ser a0 sabor do vento. Melhor é ter boas ncorae, ezeae podem ser erguidas para permit ao barco navegar quando desejar. Simplificando: nfo podemos es- quecer noseas origens © como a vida moldou nosso cariteres. No entanto, podemos alterar a forma como perce- bemos eseas impresedes do paseado © trabalhar na diregio de um futuro maie promissor. Traneformar quem somos, para melhor, deve ser um processo na- tural e cotidiano. ° Jo Olivera @psiclago e cretor de Cursos do nstinto de Psicologia Sere (Crescerwrwisecpacby} Eire seus vos estao: Reiconsrento em Cie Parcebs Quanco os Problems Comecan Tenta as Sources! Jogos xa Gesteo | Ge Pessoas: Mratena para 0 Desenvolvimento Organzicorat Mente Haars: Extenda Mehor 2 Psicologia ce Vick e Sabs Quem Estea sua Fente~ Anaie i: (Compartamenial plas Exaressces Facis e Coporas Wak Editora) e Ly Prquecignciatide 55 Se PSICOTERAPIA Ao tet et a EVOLI CAO INFANTIL ‘ gel Ulereyyel Algurmas criancas precisam recorrer ao auxilio de psicdlogos ou outros profissionais para superar problemas. A abordagem cognitivo-comportamental pode ser uma excelente alternativa durante esse processo Por Arnaldo Vicente ‘Ama Vicente ¢ psicologo especiizado em ‘Terapia Cogntva Comportamentale ex presidente «a Assocageo Braslera ae Pscoterapia Cogn E ‘coordenacor superior e professor do Centro de Terapa Cagariva Comportamentae B31 . PSICOTERAPIA crianga € a alegria da casa! Feliz da familia gue tem uma crianga! Essas sio afirmagées que demonstram a sa- tisfagao e a alegria das pessoas que durante anos embalaram o sonho de um dia se tornarem pais de criangas saudaveis. Criangas que brincam e desempenham suas primeiras ta- refs de modo competente © ade- quado, acompanhadas pelas mios segurase afetivas de seus pais, fami- liares e professores. E esse quadro idealizado e desejado que, uma vez abalado, leva os pais a questionarem © quanto sua crianga ¢ “normal” ea qualidade da educagao e dos cuida- dos que tem oferecidoa ela. Algumas mudangas, agora cha- madas de problemas, sero superadas ousolucionadas sem a ajuda de psicé- logos ou de outros profissionais, mas haverd aqueles cujo encaminhamen- to a psicoterapia se dard pela inicia- tiva dos pais ou por recomendacées de profissionais, principalmente, da escola onde a crianca estuda. Aaron Beck foi o responsavel pe- las primeiras manifestagdes referen- tes & terapia cognitiva, no inicio de 1956, nos Estados Unidos. A medida que Beck focalizou mais as descri- Algurras crangas apresentam difieuldades no que serefere aos campos afetvo @ comportemental 0 que prelucica 0 desempenho escoar a 0 convivio familar Algumas mudangas sdo superadas ou solucionadas sem a ajuda de psicdlogos ou de outros profissionais, mas hé aqueles cujo encaminhamento a Psicoterapia é importante e recomendavel ges dos pacientes em si mesmos de suas experiéncias, observou que eles adotavam consistentemente um construto negativo de si mesmos de suas experiéncias de vida. Tais PARA SABER MAIS TECNICA DE RESOLUCAO DE PROBLEMAS, METAS E SUBMETAS tuando a crian¢a consegue criar um sistema, um modo de pensar em que erceberd suas necessidades e, em seguida, apresentara comportamentos estrategicos na busca de objetivos que possam satisfazer suas caréncias. ea desenvolvershabiidaces em resolucao deproblemaseematingirmetase submetas Pesscas que softem com transtomos emocionais s20 mal solucionadores de ificudades atais.O caminho a seguirpara 0 sucesso do tratamento passa pelos sseguintes ponfos: definir operacionalmente 2 dificullade: definir metas gerar estrategias altemativas para a solucao: selecionar uma estrategia: implementar a estrategia selecionads monitorar resutados. Se 2 mets foi atingida representa o fim do processo. Do contratio, caso a meta nao seja acancada, € preciso voltar 20 passo dois, ou sea, justamente definir essas metas. 58 pique ciate construtos, semelhantes as imagens em seus sonhos, pareciam ser ideias distorcidas sobre a realidade. Na pritica didria, durante a ati- vidade clinica, na abordagem cog- nitivo-comportamental, € possivel observar pais relatando que suas criangas apresentam problemas afe- tivos e comportamentais, que estdo comprometendo seu desempenho escolar e sua convivéncia familiar. ‘A entrevista com os pais ini- cia com uma conversa para colher dados sobre o bom desempenho escolar e sobre a boa convivéncia familiar da crianga no dia a dia. Em seguida, é pedido aos pais que revelem os pensamentos de sua crianga, que determinaram esses bons resultados afetivos e compor- tamentais. Infelizmente, a maioria dos pais desconhece os raciocinios funcionais de sua crianga. sw portlieciaida com br ‘Num segundo momento, os pais sao questionados sobre seus compor- tamentos em relagio boa conduta € desempenho de sua crianga. Eles de- ‘vem revelaros raciocinios que estimu- lam esses comportamentos. Embora esses raciocinios tenham origem nas proprias mentes, nem sempre os pais demonstram facilidade ¢ habilidade para identificar as préprias ideias. Entendimento dos pais Tee constatado a dificuldade ou falta de conhecimento dos pais sobre a importancia dos pensa- mentos para compreender, reestru- turar e superar as dificuldades de sua crianga, 0 profissional inicia a psicoeducagio dos pais, no intuito de socializa-los ao modelo cogniti- ‘vo-comportamental, explanando o paradigma de Beck, que enfatiza a primazia cognitiva. Através de suas observasées, Beck enfatizou o papel determinante das cognigdes sobre as emogées e comportamentos, mesmo que de um modo nio causal. © processo terapéutico deve ser jado entrevistando os pais sobre Tendo constatado a dificuldade ou falta de conhecimento dos familiares sobre a importancia dos pensamentos para compreender, reestruturar e superar as dificuldades de sua crianga, o profissional inicia a psicoeducacao dos pais ‘os aspectos positivos de sua erianga. Dessa forma é possivel criar as se- guintes oportunidades: compreen- der 0 quanto as proprias convicgdes dos pais estio influenciando, direta ou indiretamente, nas dificuldades da crianga; falar da aplicacao do mo- delo cognitivo-comportamental sem estimular ou agravar a vulnerabilida- de cognitiva dos pais com sentimen- tos de culpa e desesperanca; instilar esperanga e colaboracio, na medida ‘em que compreendem como funcio- naa aplicagao do modelo cognitivo- -comportamental no dia adia; iniciar a investigagao das dificuldades da crianga de modo realista e otimista; propor, quando necessério, 0 contato direto do terapeuta com profissio- argo inicio do ratamento, a antrevsta com os pais comega com una conversa para coher informacoee sobre © decempenno escolar e a convivencia na fara soe porteinncaeida com be nais da escola onde a crianga estuda, informando ¢ orientando sobre o modelo cognitivo-comportamental. Sendo assim, é interessante enfa- tizar que é muito importante a partici- agio da familia no processo terapéu- tico da crianga, cabendo ao terapeuta oferecer & familia condigSes de com- preender as consideragGes cognitivo- -comportamentais a seguir: 1- A crianga inicia uma terapia, geralmente por iniciativa dos pais, que observaram, ou foram alertados por profissionais da escola, compor- tamentos que possam dificultar a + Modo antidepressivo * atin Selgman er seu Ivo Aprenc@ Ser finite destaca um modo entiopresi= ‘vo de ofeece feedback as crane. Nos eventos e sucesso, 0 feedback deve ser eminent: Vace @ ofimo alin abron- [erm Suae notes sto otmas: de persona~ Iagdo interna ce fez muto ben, i nos eventos de facasso, 0 feedback Seve ser emporio: Voce nao foi bem nesta mo~ mento: espectica: Neste prova voce ni {oi bem de parsonalzageo inemaertana: ‘Voce nao fol bem, mas este rave ft mals Gite. Abenes pre catifcar a pravcade dos problemas desse tipo, em recente leven- famento @ Orgenizacao Mundial ce Saude (OMS) demonstou que, em todo o planeta, 20% de crangas e dos adolescetes ao ‘ena store ce cepresio. Pique cigaciatide 59 . PSICOTERAPIA E relevante atentar para o fato de que esses comportamentos observados pelos adultos que mais convivem com acrianga sao resultado de uma particular avaliagao automética que a crianga faz dos eventos percebidos, internos ou externos evolugio da crianga nos varios am- bitos onde convive. 2- B relevante atentar para o fato de que esses comportamentos obser- vados pelos adultos que mais convi- ‘vem com a crianga sio resultado de PARA SABER MAIS © QUE SAO ESPECIFICIDADES COGNITIVAS 5 especificidades cognitivas podem ser entendidas por intermedio dos seguintes aspectos: cada sindrome clinica tem significados mal adaptativos caracterssticos associados com os componentes da triade cognitive: tocos os ‘rs componentes s3o interpretados negativamente na depressao, gerando uma dela de perda: na ansiedade, 0 self € visto como inadequado (devido a recursos deficientes), o contexto ¢ corsiderado perigoso e o futuro parece incerto, gerando a ideia de ameaga: na raiva e nos transtomos paranoides. o self € visto como sendo maitratado ou abusado pelos outros, e © mundo € visto ‘como injusto e em oposi¢o aos interesses da pessoa. gerando uma ideia de Violaga0 e prejutzo catastrofico. ‘uma particular avaliagao automética que a crianga faz. dos eventos perce- idos, internos ou extemos, repre- sentada por seus pensamentos auto- miticos. Pensamentos sio cognigoes, percepcdes, sensagdes, imagens, cren- «as, ideias, avaliagoes, explicagoes etc. E automiticos sio pré-conscientes, involuntarios © continues; refletem crengas e esquemas. Ou seja, a crian- ‘¢a, a0 perceber um estimulo, gera uma autoexplicagéo instantaneamente, a qual vai influenciar suas emogGes, re- agées fisicas e comportamentais. 3 - A avaliacao automitica, além de gerar explicagdes sobre 0 evento, vai impactar na formacao de crengas Polo que se observa com frecuencia na patica chica, infeizmente, emsiria dos pais desconhece os ‘aciechioe funcional do proprio Fino 60 pique cioatide sobre si mesmo, sobre os outros ¢ so- bre o futuro, chamados de triade cog- nitiva (Beck verificou que o paciente deprimido tinha uma visio negativa global de si mesmo, do mundo externo do futuro, que, aparentemente, era expressa em uma ampla gama de dis- torgdes cognitivas negativas). Ou seja, alguns comportamentos serio perce- bidos como confortiveis ¢ tenderio a ser repetidos em outros momentos. Outros serio percebidos como des- confortiveis ¢ poderio ser evitados. EB dessa forma que a crianga vai crian- do um sistema, um modo de pensar, em que perceberé suas necessidades € apresentara comportamentos estra- * Vulnerabilidade cognitiva * ‘A-vunerabiidece cognitiva resulta ca avala~ ‘ez0 que 2s pescos fazam dos fos. Quanto maior a wineraiidade cognitiva, menor 0 ‘stressor necestro pee dterer uma pessoa psicologicamente. Quanto menor 2 vuine- ‘ablidade, maor 0 estressr. Isso signitica ‘que as pessoas com maior vunonbiddade ‘cognitive estao mas propensas a trenstor- ‘nos emacionas, pela fendencia eumenfada de cometar dstorgoes no processamento e informagces A ferepia cognitive adotou ‘esse modelo par sua feoria. sw portlieciaida com br + Empatia © estado do empata conte em perceber covetamente omaco de etrencie neo ‘eo cutiocomos sigaiicades e componen tes erosions que conte, como £0 foste a cura pessoa, porem sem perder nunca ‘est coraigao de como ce A empatiam- pica, per exempo sentir ador ou 0 pacer ‘0 outro como ceo sentes pecaber suet ‘causes como ela a parcaba sem perder de Wate que ee Mata Go Gor cU 60 braze dO ‘out. Se essa concigao de ‘como se eti= ‘er aueete, neste caso ce caraceraria@ idertieagao smbitica. tégicos na busca de objetivos que pos- sam satisfazer suas caréncias, desen- volvendo habilidades em resolugao de problemas e emalcangarsuas metas. 4. Esses comportamentos estra- tégicos poderao alcangar ou nao os seus objetivos, gerando resultados que serio autoexplicados por pen- samentos (cognigdes, percepgoes, sensagées etc.) automiticos (pré- -conscientes, involuntérios ¢ conti- nuos) funcionais ou disfuncionais (impedem a realizacio de metas), determinando emogées a cada ex- plicagao que poderao ser compreen- didas de acordo com as especificida- des cognitivas. S- Sendo assim, a familia pode- ria desenvolver sua metacognigao, se permitindo ter uma visio mais realis- ALIANCA TERAPEUTICA: MOTIVACAO PARA REALIZAR AS METAS ‘TCC requer uma alanca terapeutica segura. O terapeuta demonstra respetto \com seu paciente.fazendo declaracdes empatcas. escutando com atenc3o € cuidado, resumindo acuradamente seus pensamentos e sendo realisticamente otimista. Ao final de cada sessao, o terapeuta pede que o paciente dé um retomo, para certificar-se de que este se sentiu entendido e postivo em Telagio a sesso. A TCC enfatiza colaboracao e participagao ativa. O terapeuta encotaja o paciente a ver 2 terapia como um trabalho em equipe: juntos, eles decidem coisas, como 0 que trabalhar em cada sessio, 9 frequéncia com que eles deveriam encontrar-se e © que o paciente devers fazer, entre as sessbes, como tarefa de casa da terapia. A TCC e orientada em meta e focalzada em problemas. O terapeuta pede ao paciente, em sua sessao inicial para enumerar ‘seus problemas e estabelecer metas especificas. Ambos irao trabalhar com isso urante 0 processo terapeutico. soe porteinncaeida com be ‘As vezes@ importante o contatodo terapeuta com prfissionas de escola onde a crance estude, informando e orentanco sobre omadelo cognitvo-comportemental O objetivo da pratica clinica é utilizar as intervencdes cognitivo- -comportamentais numa linguagem clara, objetiva e ludica, o que é fundamental para a constru¢ao de novas posturas pela crianga ta dos fatos e aplicar 0s dois passos fandamentais das relag6es humanas: O primeiro paso &0 acolhimento ‘com empatia e interesse em compre- ‘ender a crianga como fenémeno inde- pendente das ideias que os préprios pais tém sobre elas e, ao mesmo tem- o, cientes de que sio influenciadores © colaboradores na formagio continua Prquecignciatide 61 . PSICOTERAPIA DISTORCOES COGNITIVAS TRESS STN SLL ‘cuando a pessoa observa uma situacao em apenas cuas Categorias, sem meio- ‘erma, e acaba se venco como uma pessoa perfeita ou racassads;catastrofizaca0 ~ ‘2 pesioa preve o futuro negativamente sem considerar outros resultados possives: supergeneralzacao - a pessoa ve uma situacao negativa isolada como se fosse uma serie de situagdes negativas: argumentacao emocional - a pessoa pensa que ‘algo deve ser verdade. porque ‘sente aquilo, mesmo desconsiderando evidencias contri: letura menial ~ a pessoa pensa que sabe © que estao pensando dela personaizacso - a pessoa acrectta que ¢ responsavel pelos fatos negativosexternos, ‘cobrancas. “eu devo. voc® deve’. e fem uma ideia exata estabelecida de como se deve agir e superestims quzo ruim ¢ que essas expectativas ndo sejam preenchidas. vvis3o em tunel - a pessoa ve apenas os aspectos negatives da situaeao: fio ‘mental -a pessoa presta atencao indevida a um detalhe negativo e desconsidera o quadio gerat desconsiderendo o positive ~ @ pessoe crt que 2s experiéncies,atos ‘ou qualidades positives nao contam: rotulando - 2 pessoa julga precipitadamente ‘sem observar que as evidéncias possam ser mais razoavelmente conduzidas 2 uma ‘conclusdo menos desastrosa: magnificagso/minimizac3o - a pessoa magnifica © regatvo e/ou minimize 0 postivo e persa que ¢ incepaz de realzar seus objetivos. ‘euforizacao — a pessoamagnifica 0 postivo e/ou minimize o negativo e pensa que € ‘capaz de fazer tudo dar sempre 100% certo: ofmismo imealista, auforreterencia - 3 pessoa cré que o mundo funciona exatamente como ela acredita: empoderarento ~ a pessoa fem um pensamento sobre os fatos e acredia que ele tem o poder de ‘ovorrer mesmo sem nenhuma evicléncs, considerando-o uma premoniczo. Educadores podem, assim como os pais, contribuir para a evolugao cognitivo- comportamental das criangas, fazendo as mesmas consideracdes que os pais, reconhecendo suas limitagées humanas das percepgdes da crianga sobre si, 0 outro eo futuro, diminuindo a possi- bilidade de a crianga ser refém de suas distorgdes cognitivas. Alianca terapéutica segundo passo éa lianga terapéu- tica, ou seja, parceria de confianga mitua progressiva, capzz de colaborar para a crianga se automotivar na busca de seus cbjetivos, com 0 apoio dos pais ede outras pessoas. © objetivo da pritica clinica é utilizar as intervengées cognitivo- -comportamentais numa linguagem 62 pique ciosatide clara, objetiva e lidica, o que é fun- damental para a construgio de novas posturas cognitivo-comportamen- tais pela crianga, intensificadas por E fundamental a prtciagao eftiva ce fara, ‘cabendo 20 teeneuta ofeacer 20s pes ccondigoes de corrreender as consideracoes cogntivo-comportamentas do fo ccrengas disfuncionais existentes que prejudicam a evolucao infantil. Criangas podem ser beneficiadas quando compreendem que seus pen- samentos sobre uma situagio nao sio ordens ou regras a serem seguidas, ‘mas ideias que podem ser identifica- das, analisadas e modificadas, como mostro em meu livro O Menino que Entrou Dentro de Si Mesmo. Educadores podem, assim como os pais, contribuir para 2 evolu- ‘so cognitive-comportamental das criangas, fazendo as mesmas consi- derages que os pais num contexto de ensino em que reconhegam suas Timitagées humanas, utilizando cri- térios de feedback antidepressivo, que combatem a expectativa irre- alista de conseguir fazer com que ‘uma crianga aprenda. Professor en- mais valéncias emocionais que as sinae criangaaprende! REFERENCIAS VICENTE, Amaldo. © Menino que Entrou Dentro de i Mesmo. S30 Pao: Camino Suave, 2016 BECK. Juth ©, Terapia Cognitvs: Teoria @ Pris, Tadugso:Cancra Cota. Porto Alegre Aree Medica, 197, BECK, Azron Depressio: Cases @ Tatamento Porto Alegre: Artmed 201 PEINECKE. M.A: DATILLO, FM: FREEMAN, A. Terapia Cognitwa com Crancas e Adolestentes: Manual px Patica Cinica Porto Alagre: Artes Madicas, 1998, David DAntidepressao: 2 Revolicionaie Terapia do Bem-estar Tiaducao: Maria Luise de Abrou Lima Pez Gio Pauo:Cienbook 2018 sw portlieciaida com br ° MOMENTO DO LIVRO NO DIRECTION HOME BOB DYLAN A mais completa biografia do artista Centenas de livros foram publicados sobre Bob Dylan, mas este é 0 tinico escrito com a cooperacio do biografado. Robert Shelton teve acesso exclusivo aos familiares e amigos bem prosimos de Dylan, algo que nenhum NO DIRECTION Home ue ay Livro: No direction home- Seon Avid ea misica de Bob Dylon Nimero de paginas: 788 Ecitora: Lafonte outro jornalista conseguiu. Finalmente, depois de 20 anos de muita pesquisa, No Direction Home foi publicado pela primeira vez em 1986 € aclamado como biografia essencial desse ge- nio de temperamento dificil, mas apaixonante. A editora Lafonte relanca essa biografia num momento em que Bob Dylan ganha o Prémio Nobel de Literatura 2016, “por ter ctizdo uma nova expressao poética dentro da grande tradicio norte-americana da cancio”, segundo a secretiria permanente da Academia Sueca, responsivel pela premiacio do Nobel, Sara Danius. Se a Academia surpreendeu 10 conceder 0 Prémio Nobel a um compositor, aqueles que conhecem a obra de Dylan sabem © quanto de poesia e literatura ela carrega. “O reconhecimento do Nobel a sua musica, entendida como um organismo vivo no qual as letras sio o corpo sobre o qual se apoia o resto, é portanto algo histérico”, escreveu Fer- nando Navarro, no EI Pats. Desfrute desta biografia. “Ei, eu recusei todos os pedidos. E estou the dando todo 0 apoio. Eu estou confiando em vocé para trilhar este ca- minho comigo. Bob Dylan A venda nas livrarias ia Veja outras informagbes no site: www.editoralafonte.com.br = diva literario por Carlos Sao Paulo Expressdo CRIATIVA de uma CULTURA HA VA NO LIVR EXPR. ‘omos a ponte entre a peroep- 80 do mundo em nosso en torno - 0 mundo da luz - eo da percepgio inconsciente - 0 mundo das trevae. Como resultado te- mos a imagem do mundo em que vive- mos, 0 qual nos orienta na adaptagio. da noses realidade. © mundo da luz nos deixa alheios ao que acontece na ’”A GERACAO UM PEDIDO EXPLICITO PARA MUDAR O HABITO DE LEITURA E O MODO COMO. S 1. HABITO DE LEITURA SE RESUME HOJE AOS VIDEOS QUE CONTAM HISTORIAS ‘cxcuridio da alma, mas € na combina ‘glo desoas duae condigdee que nasce o “copirite do tempo”. filosofo Hegel difundiu saigeist ‘come o “espirito do tempo”, Trata-se da alma de uma época que se expres ‘ea no olima intelectual e cultural do mundo. As incertezas, a rapidex da ‘busca e 0 excesto de informagdee do mundo atual fazem parte do “espirito do tempo". Maitos pertenceram a um ‘mundo agora considerado obsolete, ou sacja, adquiriram experigncias que nio se aplicam mais aos flhos. A oritica literdria americana Me- shan Cox Gurdon classificouos livros infantajuveniacle sombrios, com temas impréprios para a idade, a exemplo da 64 pique ciasatide swore porlieciaida com br aurreerooy aa MIND ESOL pritica da automutilagio, Foi chamada de idiota pelos jovens. Aousada de ig- norante ¢ irresponsvel por ser contra © hébito deles de leitura. Impingida também em ter falhado no entendi- mento das brutais realidades enfrenta- das pelos adolescentes modernos. universo infantojuvenil retornou a0 habito de leitura, mas dentro do “cepfrito do tempo”. Ax oategorias de livros mais vendidos, divulgadas pela imprensa, nfo s4o somente fico, nao ficgdo e autoajuda como era ha pouco tempo, screscida agors da categoria infantojuvenil. Em primeiro lugar exté 0 livro ie shenticgames: Vivendo uma Vida dutirtice, de Marco Télio, 19 anos, que se tornou sum dos youtubers famosce atualmente. © livro de ‘Tilio foi escrito em linguagem simples para contar fatos maroantes de sua vida. Nessa obra, a comunicagao nio é eserita em modelo culto. Ele wea palavras do “internetés". Fas também uma comunioagio vieual ‘com o tamanho das letras e grafismos, cujo design fala por si 96. Hé momen- ton em qve seu texto parece sussurrar.¢ ora fala alto ou em tom normal. As ve- 228 0 texto se mistura a fotos, de modo que nio somente seu conteddo verbal, mas também estético ou anérquico nos revela ease mundo que os mais ve- thos desconhecem. Isso torna acessivel 00 educadores ¢ pais « compreensio dessas ideias a respeito dos conflitos e coisas préprias desse universo juvenil Bum tipo de comunicagio répida que atende 0 “cepfrito do tempo". ‘ais livros infantojuveni por jovens, incutem o habito de leitu- +a de forma a poder se incluir no “es- pfrito do tempo”. A constatagao hoje Ede que as pessoas preferem “: a0 conteddo de um livro em videos a ter de ler um livro. Hi nessa geragio um pedido explicito para mudar o hAbito de leitura e 0 modo como os livros se expreseam. A internet integra texto, 20m, ima- bbaixo custo ou mesmo nenhum. Qualquer autor que tenha talento nio dependerd de suas con- digdee coonémicas para expresear 0 ‘ecu lado criativo. Torna-te eetimula- do a buscar ecu lugar de importéncia no mundo e a ensinar aos seus pais © edueadores ae situagdee sériae © an- _guetiantes por que passam. Em vez de tirar a internet do jovem, precisamos ‘edueé-los « ueé-la. Bloquear a inter~ net & sair do “eapirita de tempo”. Taso. pode tornar a obrigatoriedade da lei- ‘tura, aquele que esti fora desse espfri- ‘0, em um castigo maior. AS CATEGORIAS DE LIVROS MAIS VENDIDOS, DIVULGADAS PELA IMPRENSA, NAO SAO SOMENTE FICGAO, NAO FICCAO E AUTOAJUDA COMO ERA HA POUCO TEMPO, ACRESCIDA AGORA DA CATEGORIA INFANTOJUVENIL Os pais temem os traumas, que possivelmente se sentem vitimas, ou uma nova onda transforma tudo em possibilidades de um mal eduoar. Para evitar a revolta de seus filhos, os pais vvivem a incerteza do que fazer © parece que adotam a postura, a todo ousto, de aio frustréos. Evitam a tensio em oi mesmos, de tudo que foi experimenta- do aolongo dos ance, em suas colegSes de frustragies. B-uma época de muitos desafios na escolha de caminhos. Os ais nio sabem como ajudé-los, jé que @ talento quando confrontado com a Authenticgames: Vivendo uma Via Autentica ‘Autor Marco Tilo Ecitora: Astra Guitual ‘Abe: 2016 Paginas 60 insergZo no mercado de trabalho pode gerar uma crise no silencio doe paie, que apenas sentem a escolha do filho ‘com frustragda, enquanta 0 jovem que conhece os valores dos seus pais per- cebe que ni o¢ agradou. (© grande avango teonolégico ce contrapée A imaturidade politico -social que poderia levar a um avango pedagégico a atender 0 “espirito do tempo". A fungio intuigio, por exem- plo, exige seu lugar na educsgio. No ‘mundo virtual, nomeia-se de intuitivo aquele programa que tem uma inter face que facilita operé-lo metmo sem estudar seu passo a passo. Néo hi ‘muito tempo, com tantas informagSea smultifucctadas, marear © acertar em avaliagSes de miltipla escotha deman- dava intuigio. © modo perturbador dae avaliagdea at erro uma resposta correta - vai habitu- ando 0 candidato a no confiar nessa aprendicagem que se esconde em nos- sas entranhas psiquicas com 0 nome de intuigio. aeamos entre 0 “eapirito do tempo” 0 “cepirito des profundesas” Para dia- logar com essa condi, precisamoa respeitar nosses figuras da imaginagdo saber dar sentido simbélioo a esses snular com am. scontecimentes para que © &% cons Gente possa acolhé-lo. Essa € a tarefa que faz 0 homem perceber seu ritmo interior e seguir o seu camiaho Gni- co. Marchar com o seu ritmo pessoal, resistindo bravamente a0 barulho in- fernal dos tambores que rfam Ié fora. Esse 60 desafio para evolu = o® Carlos $30 Paulo € meaico e psicrerapeuta junguiano, E caetar e funcador do insituro Junguana ci Bahia, carloseljbacombr / wwwjjoacompr Prquecignciatide 65 cinema _ Por Dr. Eduardo J. S. Honorato e Denise Deschamps Uma armadilha do tempo Q, COM DIREGAO DE TONY ELLIOTT, RETOMA O TEMA, NO QUAL SEUS PERSONAGENS DESPERTAM TODOS ¢ ESMO DIA, CO! RESOLVEREM PROBLE PARA TR DETALI IAS DEIXAD S OU PARA ALTE TES DO QUE FOI V queles que nio ec lembram do pastado estio condenados a repeti-lo” Nio € a primeira vez ‘que ese temitioa eurge noe cinemas. E, ‘como trabalharemos neste artigo, 08 tendem a voltar pars ser maia bem elaborados ou apenas pela tentativa de dominar © préprio processo (Fort-da de Freud). ‘Talvez devamos Recordar, Repetir ¢ quem sabe Elaborar. © filme ARQ nio chegou a ser langado nos cinemas mundiais. Foi direto para a rede de streaming Netflix, sem muita divulgagio. Base novo formato de publicidade, com ‘base nas redes sociais e e-mails, parcoe ter agradado oe pro- dutores. Escrito e dirigido por Tony Elliott, o filme tem um forte apelo ao ptblico mais jovem. Famoso por ter excrito dois episédios do eeriado peicodélico Orphan Bleck, Tony Elliott € bastante conhecido pelos internautas © era de se ‘caperar que fossem 0 péblico-alvo de sua mais nova produ- ‘glo. Ble jé havia chamado a atengio da erftioa em Sundance 2014, com WVakeming outro ficcional com temética dist6pica. ARQ traz:um modelo jé trabalhado no eléasico O Feitipa de Tempo (Groundhog Dey, 1990), e que foi exaustivamente explorado por varios outros langamentos, alguns bem re- ‘centes, como a também muito interessante produgio brits nica Questdo de Tempo (About Time, 2013), de Richard Curtia, roteiros que repetem a situago em que seus pertonagens acordam todos os dias no mesmo dia, com a demanda de resolverem problemas antigos para que possam seguir com sua vida, numa armadilha do tempo ou, ainda, em outra variagio do tema, para modificar pequenos detalhes que, srr portalincineidacombr wane: wLcAgo supostamente, poderiam alterar todo © desfecho. Nao podemos deixar aqui de lembrar © seriado vintage Tiinel do impo (The Time Tunnsl), da década de 1960. Nota & parte também para as cultuadss sequéncias de De Falta pare 2 Futuro (Back to the Futere, 1985) © Bx terminador do Future (The Terminator, 1984), que também versam sobre casa atragio por mudar fatos no passado. ‘Talvez ARQ tenha surgide news mente, 26 anos depois de Groundhog Day, para nos mostrar 0 quanto ainda temos que aprender com essa temét ca, ou para talvez reforgar a meneagem de que precisamos rever 02 erroe do paseado, para termos um futuro mai saudével. Lembrando o pensador Karl ‘Marx no aspecto de que a Histéria se repete como tragédia e depois como farea. Se entendermos o cinema tam- bém como sintoma, ele oculta, repete ¢ revela tudo ao mesmo tempo, toda a dindmica da época em que ee inecreve. (© tempo, esse nosso velho conhecido tio rebelde, muitas vezee ameagador, a dimensio que 26 a mente aleanga, io pouco compreendida inclusive pela cignoia, € © portador da decrepitude que nos ameaga deede sempre. Renton (Robbie Amell) ¢ Hannah (Rachael Tuylo:) formam um casal com restentimentos a terem vistos, © confianca quebrada. Pelas poucas in- formages que podemos eaptar no ini cio do filme, a0 que tudo indica os dois, tiveram uma noite de reencontro, até que oaem no sono. Sio interrompidos por uma invasiio em eua casa. E assim histéria de looping no tempo, com 0 inicio do mesmo dia por comega nose inémeras vezes. Mas o filme nao se alonga em ques- {es filos6ficas, assim como 0 outro de ago com o mesmo tema, a produgio Lutando Contra o Tempo (Tioking Clack, 2011), tiando wma ou outra frase lan- cada para provocar alguma reflexdo. Talves tntando decodificara intengo sree porteinnsaeida com be (Oe cebate ura stuacio possiel de acantecer 0 fmdo pelrleo no mundo. No ered aprincal forte de energa secoucompletarnnte e gery anda mas gueras ALVEZ ARQ TENHA SURGIDO NOVAMENTE, 26 ANOS DEPOIS DE GROUNDHOG DAY, PARA NOS MOSTRAR O QUANTO AINDA TEMOS QUE APRENDER COM ESSA TEMATICA do roteiro, se € que tem alguma, segue firme nas tomadas de aco, consegue manter atento quem assite. Somos apresentados a um equipa- mento chamado ARQ, que, mesmo em uma crise energétioa mundial, conse- {gue operar a 20.000V e, supostamente, teria energia inesgotével, 0 que diante deum mundo acabado significa muito. Foi construfdo por Renton, antes en- Eauardo 1. Honorato¢ psicologo e psicanalsta, dutor em Saoce {2 Canga e ca Mulher Denise Deschamps ¢ pscologa epsicanalst, ‘Autores dolivro CiremateagpaEntendendo Conic: Parnicpam de alestas, cursos e workshops em empresas euniversiaades sobre ‘ee fema, Coorderum o site www.cinenaterspapsc.or genheiro empregado na Torus, 0 con- glomerado grande dono do mundo. Nosto casal de personagens princi pais vive em ama distopia. Tipologia de livros e filmes que tem ganhado adeptos em tempos de ciberoultura © crises cada vez mais profundas eopa- Ihadas por todo o planeta. Eles vivem cemum faturo alo muito distante, onde © homem comeguiu destruir parte do rnosto planeta. Através de fragmentos a0 longo dos loepings, somos informa dos de que o er nio é mais respirével, alguns continentes foram destrafdos © © mundo € comandado por ama em- presa, em um modelo de autoritariomo © controle da sooiedade (Torvs) Nesse futuro, além da destruigio do meio ambiente, temos exoassez de ali- mentos e de energia. Temos « impres- so de que todos 08 grandes problemas previstos pelas conferéneias mundiaia sobre meio ambiente aconteceram © © ENERGIA E UMA DAS MAIORES CAUSAS DAS GUERRAS ATUAIS E OS HUMANOS SAO DIVIDIDOS EM “CIDADAOS” E “NAO CIDADAOS”, ESTES ULTIMOS NAO DOTADOS DE DIREITOS nosso planeta entrou em colapso. Tal- vez algo nio tio distante ou ut6pico, ee levarmos em consideragio muitos relatérioe emitidos por organizagSeo a atualidade que de conta da eage- ‘tamento de recursos que estamos im- priminde ao meio ambiente. Ave poucos, com or loapings tem- poraie, Renton vai aprendendo a lidar com 02 acontecimentes © cada vez maie prolongar ecu dia, embora ARQ acelere cada vex mais o passar do tem- po. Ume étima metéfora para nossos ‘processes cognitivos. A repetigio traz alguma perfeigio. Em cada um dos /o- opings, Renton tem maic uma informa- 80, que, acumnulada com as anteriores, faz com que ele tenha percepgdee di- ferentes do mesmo epitédio. Quantas wezes tomamos decisdes ou atitudes com base em peroepgées incompletas da realidade? A cada um dos loopings, eabemos maia eobre nosso easel, que passou por eituagdee de tortura © eeparagio, ‘0 que 02 levou a realidades totalmen- te diferentes © divergentes, quando, cenfim, ce reencontram, tempo do ro- teire, De um lade temos Torus © do ‘outro temos o chamado Bloco, grupo revolucionério que viea acabar com o ‘totalitariemo e reinstauraruma demo- cracia e do qual Hannah é integrante. “A Ginica eepéoie que reeta para des- truirmos somos née mesmos, Apesar do filme se passar quase todo dentro de um apartemento, sa- bbemos informagées sobre 0 destino da humanidade através dos fragmen- 102 ¢ jornais que o30 veioulados a cada Looping. A. coergia & uma das maiores ccaueas das guerras atuais © os huma- divididos em “cidadios" © “no cidadios", estes sikimos no dotados de direitos. Nio temos claresa sobre a categorizagio, mas fica claro que a (©.ARO ¢ umanova tecncogia que pode fomecer energia imitada e resolver a crise energitica mundial ras 20u efeto cobleral ¢ complexe 68 prigu cincatide condigio de ser cidadio esté relacio- nada diretamente com a sus slienagio politica para o regime totalitério. Além da Austrélia ter sido destrat- da, temos Los Angeles como uma ilha contaminada. Pereebe-se que o plane- destruigio que sempre lhe impetrames. Além ta finalmente euoumbiu disso, a escravidio pas forma de trabalho novamente acei- tével. Com direitos trabalhi quietados por décad: por aqui, cen- do questionados, maie uma vez nee perguntamos se estamos, atsim, tio dictantes deeea realidade. Com a ide ologia cada vez mais amplifioada, em que eficiéneia e produtividade tomam © lugar, atravessando quase todos os ‘outros valores de vida, compondo ‘uma “visio de mundo” que nos amea- ‘9a © eeduz ao meemo tempo, com sua ‘méxima do consumo. “Aqueles que nio ee lembram do paseado cstio condenados a repeti- “lo”, diz uma voz a0 fando, em um programa de televisio. Uma militan- te, jd presa e que provavelmente seré executada, explica aos sobreviventes desse mundo apocaliptice todas ae caracterfetioas do golpe criaco por tal corporagio (Torus). (Os logpinge temporais foram dirigi- dos de tal maneira que nio se tornam repetitive, apesar do eepeotador eaber exatamente 0 que acontece e, em de- terminados momentos, até mesmo as falas das personagens. T2e0 26 mostra ‘© quio estamos imersos nesse proces 20 de aprendizagem com os préprios ‘erroe que noseae pereonagens passario a0 longo da trama. ‘A trama principal talvez nem ecja ‘a mais importante, mao, sim, ae nu- ances © pequenae diferengas entre um episédio © outro. As frases ditas ao fando, as falas scoundérias, as cenae da televieio © pequenas informagSes que vio preeachendo esse contorne novo, dado a cada vez que a Histéria est eendo revivida. Langa a pergunta que Renton em algum momento fas: sr portaliecineidacombe wae uo “Vooé faz a mesma coisa © espera re- sultado diferente?” Renton peroebe as demaie perso- nagens diferentemente a cada ves que acorda. Da desconfianga a confianea, da parceria disputa, cada relagio ganha novos contornos quando novos apresentados. Apesar do ato repetitive, algo 0 tramformou ¢ ele io € a mesma pessoa que acordou no Igping anterior fatoo Quantas vezes vood ja ve pegou pensando “e ce eu fizesse diferen- te?". Renton tem csea possibilidade, mas parece que, por mais que tente ser diferente, njo pode mudar eeus descjoe ¢ muito menos a sua reali de. B como ee houvesse certo deter- miniemo temporal para que 02 fatos sempre convergissem para o mesmo deefecho. Assim como nosso compor- tamento, seria também a nossa reali- dade determinada? ‘Talvez a melhor representagio de ‘um insight agja 0 que Renton ¢ Han- nah sentem a0 acordar © peroeber que ainda ee lembram. Inicialmente, certo desconforto, mas depois toda a onda de informagbes econexdes que se estabelecem. “De quantae vezes vooé ve lembra? 86 de uma, mas parece maia.” Talvez pudéesemos aqui lembrar © que Freud nos ensina em seu texto “Recordar, Repetir © Elaborar” (1914), quando o “esquecer” nada mais é do que encobrir ou acobertar algo © que, portanto, 1m “ativo" no ato de ee quecer. O romintico casal se prende a um tempo em eterno retorno, em que a safda no € possivel nem mesmo pela morte, jé que esta acorda © dia € faz com que se repita cem solugio. A oposigio entre cxcolher ealvar a ei preender eaforgos para que ARQ pos- ajudar o Bloco a ealvar o planeta € ‘uma estocada interessante, © no rotei- ro Give even resclagiioy porn de'certa sree porteinnsaeida com be Hannah ¢ tegrante dochamado Btoco, grupo Fevoucionsro que vsareslaurara cemocraca , @2E PsicopaTIA “vO © primelo contato, ele JA, écespetho que comple- f \ Esiiebeingas AL Merredencisis, simbolo de status, eoquéncia, sedusio, personal dade fascinantee talent para ludibriat. ‘Assim, épossivelidentificaropsicopata, aquele individuo que conquista a con- fianga detodos, como amigo fel, parcet- ro, colegn de trabalho... Segundo a Psicologia, a psicopatia 6 caracterizada como wma ateragio de personalidade, om que oindividuo apre- T6 pg citnciatide No limiar entre o BEN Psicopatia pode ser definida como uma alteracdo de see sendo seus portadores talentosos e sedutores a primeira vista Por Cldudia Maria Franca Padua A senta comportamentos desviantes de ca- rites, ética e moral. Quando se imagina ‘um sujeito com psicopatia, surge a ideia de queele apresenta determinados tragos especificos, o que tornaria muito fécil identificd-los. No entanto, nio é bem as- sim. Os psicopatas enganam e represen- tam situacées de forma bem articulada, pasando até mesmo despercebidos aos ‘olhos de quem convive entre eles. Na ‘maioria dos casos, a psicopatia acomete emmaiorntimero os homens. Antes de tergiversar sobre psico- patia, é importante abordar a persona- lidade, Existem pouquissimas palavras na lingua portuguesa com tanto fas- cinio para o piblico em geral, como 0 termo personalidade. Entende-se como (Clava Mara Franca Paaua ¢ pscologa, crminologa penta Jul grafotenic,especialstaem CChminologiapels PUC e Acacepol/MG - Academia ce Policia Civil de Mas Gerals.Comentatsta ‘minal palestrante. escrtorapresicente do Nocleo de Estudos Pensarte e Ponto Criminal. Fez 0 Dtefacio do liro Criminologis Campsrac de Gabriel Tarde E-mal: pontocrminalegmalicom sre portlincanidacombr personalidade o padrio dado a varias, respostas do comportamento do indivi- uo, sendo, inclusive, o justamento do sujeito, perante uma sociedade com suas normas econceitos. De acordo com Frend, 0 compor- tamento é provocado por impulsos in- conscientes, com base biolégica, que exige gratificagio. Quando a expressio dessas exigéncias é bloqueada por cons- trangimentos morais, as pessoas bus- ‘cam negociar compromissos comporta- ‘mentais centrados nas substituig6es ou, até mesmo, nas representagées simbéli- cas do objeto desejado e idealizado. Carl Jung dizia que a dinamica da personalidade estava sujeita a influen- cias ea modificagdes de fontes externas, significando que a persona nao pode atingir um estado de perftita estabili- zagio, porque ela se tomaria mutivel perante as etapas da vida, Jung descreve que a personalidade possui uma cons- cigncia, que determina 2 maneira pela qual os estimulos intemos ¢ externos serio percebidos e canalizados, onde 0 pensamento apreende significados; 0 sentimento confere valores as experi- Encias; a sensagio é apreendida através dos sentidos e a intuigéo capta possibi- lidades que um ambiente oferece. Resta saber discemir entre o bem e o mal ofer- tado pelo proprio ambiente vivido. Assim a psicopatia atinge seu limi te, Para aqueles psicopatas que se tor- nam criminos0s, as tinicas leis vélidas siio as que eles mesmos fazem. A cruel- dade e 0 poder sobre o outro Ihes dio prazer incomensurivel. E nao existem castigo ¢ leis que os impecam de agir novamente. Discorrer sobre o tema psi- copatia é, obrigatoriamente, vincular-se a.um tipode perversio,em que o sujeito se satisfazna realizacio imediata do im- pulso, do desejo propriamente dito. ‘A psicopatia é um tema bastante estudado no campo da Psicologia Fo- rense, porque seus portadores estio, nna maioria das vezes, envolvidos em atos criminosos e de grande cruelda- do, © que causa esse fator? Podem sor soe porteinncaeida com be Para aqueles psicopatas que se tornam criminosos, as Gnicas leis validas sao as que eles mesmos fazem. A crueldade e © poder sobre o outro Ihes dao prazer incomensuravel. E nao existem castigo e leis que os impegam de agir novamente ‘enumeradot virios fatores, como fator _genético predisponente, o ambiente em que se vive, sentimentos que nao foram vvivenciados na fase infantil e, até mes- ‘mo, aauséncia dos pais. ‘Osindiriduos que desenvolvem esse tipo de comportamento sao isentos de culpabilidade, afetividade, moralidade e remorso, e; por sua vez, no conseguem se colocar no lugar do outro. Por isso, nao distinguem 0 certo do errado e, tam- ‘bém, nao consideram os direitos, desejos e sentimentos dos outros, pois possuem niveis classifiatbrios diferenciados, que siio, pelo seu grau de periculosidade, le- ‘ves, moderados e graves. Sao dissimula- dos, eloquentes, amorais e egocéntricos. (© que caracteriza um verdadeiro psicopata ndo é, portanto, 0 nivel do Segundo os estudos de Freud, 0 ‘comportamento do psicopata @ provocado ‘por impulsos inconecientes, com base DBiclegica. que exige graiicarao ‘crime, mas a forma como ele 0 come- te,a predisposicao nata para planejar e executar algo, sem nenhum sentimen- to em relagio § vitima. E preciso obser- var ao redor, pois, certamente, é facil deparar com um deles bem ao lado. ‘Trata-se da velha maxima: “O inimigo mora aolado”. ‘Outra caracteristica & que eles falam ‘muito sobre si mesmos, mentem demais nao ficam constrangidos ao serem des- cobertos. Possuem uma identidade nar- cisica, sio literalmente arrogantes, char- ‘mosos e muito sedutores. Conseguem ‘manipular as pessoas, através de elogios falsos, ¢ assim seguem ganhando a con- fianga e credibilidade delas. Funcionamento Jomo se explica o funcionamento do cérebro de um psicopata? E pre- ciso adentrar partes do sistema limbico para entender esse funcionamento, em que as falhas da quimnica cerebral dire cionam a um tipo de psicopatia. E sabi- do que a amigdala (centro identificador do perigo) é a base neural da emosio. Porém, em individuos psicopatas, 0s re- sultados mostram que 0 funcionamen- to da amigdala é interrompido durante a tomada de decisio, que se integra a0 pensamento social. partir dai,a agres- sividade surge e explode na violéncia em que o ato é praticado. Nas profundezas de uma mente as- sassina, a amigdala cerebral aciona as emogées e estimula o ataque, enquanto ‘ohipotélamo regula a agressio e, quan- do estimulado, desencadeia ataques em série, Os assassinos ficam muito irritados e, ao invés de ficarom apenas ius citeciatvida TT . PSICOPATIA PSICOPATAS EXPLORAM AS IMPERFEICOES DE SUAS VITIMAS ara 05 psicopatas, 0 mundo ¢ detarminado como uma maquina automtica, ‘onde se obtem 0 doce sem colocar nenhuma moeda. Dessa forma, detectam_ de imediato as imperfeigdes do outo e passam a explors-las. O contlto que atige (05 pscopatas nao é 0 confito normal, entre a presso dos mpulsos internos € a voz que ecoa. advertindo a consciéncia. Essa personaldade antissocal se reflete fem condutas desafadoras de autoriade, crueldade com os animais, individuos Imaluros e amorais e. amber, na difculdade em fazer e manter amizades. Sendo assim, tomna-se diffil encontrar uma saida para contomar esse egocentrismo, que se bifurca na dicotomia entre o bem e 0 mal. com raiva, vio além e explodem em su- cessivos ataques a vitima. psicopata manifesta tipicamente tum excesso patolégico de autovalori- zagio, que se traduz em narcisismo e, também, em um egocentrismo excessi- ‘vo. Na verdade, os psicopatas arrancam. a derrota das garras da vitéria. Ou seja, nada tem mais sucesso do que o fracas- so propriamente dito. Assim, surge a pergunta: Por que determinados individuos cometem atos brutais? Sabemos que 0 cérebro do psicopata possui menor atividade nas estrutuns ligadas as emog6es, e maior Carl ung dizia que a personaidade fom uma ‘conscienca unica erquetpica.que determina 2 forma pea qual os estimuos intemos © ceernos sado percebidos ¢ caralzados TR pigs cignciatvide nas ligadas 4 razao. Por exemplo, os neurOnios-espelho, células localizadas no cértex motor cerebral, permitem que as pessoas se coloquem no lugar do outro. Quanto mais um individuo sente empatia, mais acentuada seri a resposta de seus neurénios-espelho. E quanto mais fraca é essa resposta, me- znos empatia o individuo manifesta. A personalidade psicopitica tem escas- sez de neurénios-espelho. [A psicopatia rege a corda do mal. O ial esti nos olhos de quem contempla 0s fatos, influenciado por questdes so- ciais, politias, religiosas e psicolégicas. # importante lembrar que 0 mal é 0 ato de infligir dano intencional, gratuito, perpetrado por alguns individuos contra ‘outros. No entanto; a percepyio de que ‘omal envolre atos que causam danos in- terpessoais abre caminho para analisar a interagio psicolégica entre executor € ‘vitima, em que a presenga ou auséncia da empatia direciona a chave-mestra para determinar que 0 individuo construa ‘ou desconstrua sua relagZo com 0 outro, causando lacunas. A falha moral, a auséncia de culpa, anecessidade de poder e deliberdade se encaixam no perfil exato para esse crimi- ‘noso. Muites psicopatas formam produ- tos do ciclo violento. Foram maltratados nna infincia, roubaram par. bancar 0 ‘vicio da droga, sio bandidos por profis- io escolhida, porque assim seria mais ficil adguirir dinheiro ficil, ou mesmo Os individuos que desenvolvem esse tipo de comportamento sao isentos de culpabilidade, afetividade, moralidade e Temorso, e, por sua vez, nao conseguem se colocar no lugar do outro. Por isso, nao distinguemn o certo do errado porque sio loucos. Eles podem virar as- ‘sassinos por dis motivos: para climinar quem atravessa seu caminho ou pelo simples prazer de transformar a morte em uma ceriménia, trilhando am ritual para o percurso de execugio. Identificando 0 caminho que esse individuo antisocial _percor re se percebe que ele realiza um ato + Psicologia Forense * ‘Area que reine tanto a Pricologia quanto 0 Direto. a Psicologia Forense fom se desen- ‘yolvido muito as longo dos anos e desper- fado cade vex male © interezze de eotucen- {es por esse carpo aplcado da Picologi Hi, inchsve, cela ghmourtzacio da alvi= dade, principalmante em filmes, programas de TV e los, que mostem hercisqve oh ‘idem crimes ou enconta ascastnos por intermecio de recusos da Psicologe. sre portlincanidacombr preparatsrio, planejando sua ag3o mi- nuciosamente ¢ executando, quando acredita ser 0 momento perfeito para tal. Depois, segue o cometimento do crime, quando procura humilhar sua vvitima ecausar muita dore sofrimento. Na sequéncia, elimina todas as provas possiveis, podendo até esquartejar a vvitima para facilitar 0 “transporte” até a desova. Quando é capturado, nega crime e simula uma multiplicidade de personalidades, encenada por ele. Na prisio, é “o cabesa’, pois arquiteta re- Delides, organizando fugas. E, em seu retorno 8 sociedade, nao se arrepende, pois desconhece a afetividade. Aquilo que aprendeu no tempo em que este- ‘ve preso foi evitar novamente os erros que o levaram da primeira vez 4 prisio, agindo com mais cautela da préxima ‘vezem que cometer seuato. Casos omo exemplo disso podem ser mencionados dois casos: 0 pri- meiro, do motoboy Francisco de Assis Pereira, 0 “Maniaco do Parque”, que se- guia suas vitimas, abordava e as condu- zia ao Parque do Estado, em Sio Paulo, com a desculpa de que iria fotografi-las assim, matava, estuprava e arrancava pedacos das mulheres, em um ato ma- cabro de canibalismo, apés serem mor- tas; © depois, guardava para si pedagos mordidos das vitimas para “relembrar” o ato. Atualmente, o recente caso ocor- rido na cidade de Belo Horizonte, com a elegante modelo Ana Hickmann, que presenciou a morte de perto, por causa de um homem com transtorno de per- sonalidade. Obcecado por ela, chegou aos extremos, na tentativa de se aproxi- mar de seu troféu amoroso. Esse individuo, portador de um transtomo de psicopatia, iniciou uma perseguicéo velada pela apresentadora, seguindo-a nas redes sociais e esperando respostas da modelo, como se realmente mantivesse um relacionamento com ela. A cada mensagem enviada sentia a au- stncia darespostanio recebida comoum soe porteinncaeida com be Grande parte dos psicopatas forma produtos do cielo vilanto, pois foram mattratados a irfancia ou ‘oubaram parabanesr 0 vcio da ropa O que caracteriza um verdadeiro psicopata nao é 0 nivel do crime, mas a forma coro ele o comete, a predisposi¢ao nata para planejar e executar algo, sem nenhum sentimento em relacdo a vitima escolhida inal, que gerouimediatamente frustra- 620, que levou, ao mesmo tempo, a raiva € 20 dio de um sentimento nao corres- ppondido, Essa raiva se transformou em violéncia, que se originou na fantasia persecutéria de um desejo idealizado © runca satistito. (© rapazapresentava delirios sexuais com aapresentadorae acreditava que era plenamente correspondido, sentindo-se amado e desejado por ela, algo que nao ‘condizia com a realidade, que, segundo a propria modelo, munca se correspondeu com ele. Portanto, esse desejo de possuir pessoa idealizada chegou aos extremos, ‘entre 0 amor e o édio, culminando na tragédia ocorrida dentro de um aparta- mento de hotel. Uma grande parte de ppessoas classifica como sendo 0 “mal’, ‘riginario do egocentrismo patol6gico de individuos que buscam aautossatisfa- ‘sao imediaty,utilizando 0 outro em be- neficio de sua autovalorizasio. Como explicar que os “homens ‘maus” canalitam todas suas forgas psiquicas para ages destrutivas? Se- ria a condigao humana possuidora de tum lado obscuro e que nunca tenta lutar contra cle? Quando se localiza ‘© mal dentro do individuo, quando se domesticam os préprios deménios, canalizando-os em fantasias, sonhos © conquistas, se promove uma luta contra os instintos, para que se pos- sam buscar e preencher as lacunas do inconsciente, rumoa uma consciéncia pena, em que o cariter indica o cami- ho do bem elimina definitivamente as agruras do mal. De tal sorte, nunca se deve duvi- dar de que os homens maus simples- ‘mente fazem aquilo © qual os homens bons sonham,e que a mente humana é direcionada pelos estimulos que 0 ca- riter apresenta, no limiar da fronteira entre o bom eo mal. ° Prguecignciatide 79 em contato 0S SUPERDOTADOS Hi mmitos anos eu cscuto falar sobre criangas superdotadas¢,frequentemente, aparecem exemplos de Jovena que, deade muito cede, demonstram talentos expeciais. Mas sempre me preocupou certo deo- Jumbremento na formapela qual clas so tratadas.O artigo publicado na edigio 128 exclareve a ques- ‘io, mostrando que ease péblico precias de uma atenglo e=pecial, porque ndo deve ser fil conviver ‘com esse diferencial. Acredito que possa trazer dficuldades psicol6gicas em seu desenvelvimento e _me parece que os pais ¢a escola devem ter um papel fundamental nesse proceso. A Politica Nacio- nal de Educagio Expecial extabelecen ainchus3o escolar de pessoas com atas habilidades,apontando {que cxtes alunos deveriam reecber atendimento especializado. No entanto, o texto levanta quests Se ae ee Sandra Corréa, por emai ., SERA APENAS ‘COINCIDENCIA? Aeredito que pars square tudo hé uma |, explicacio cientifica MT pasofvel. Ate para as chamadas coincidéncias. Achei supe- interessante 0 artigo que eaiu na edigdo 128, que aborda a questio da sineronici dade, fendmeno que nio pode ser explica- do dentro de uma logica cartesiana. Apés uae déoadas de peaquisse, Jung conclu que eoses eventos se dividem em tréa ca: tegorias, como diz o texto: coincidéncia de um estado peiquico do individuo com ‘uma ocorréneia externa simultinea, con- siderando 0 eopago-tempo nio apresentar rnenhums evidéncia de conexio de catsa © chito; coincidéncia de um estado pefquico do individuo com um acontecimento exte- rior simultineo, que ovorre fora do campo de percepgio do observador;coincidéncia de um extado peiquico do individuo com fatos que ocorrem em um futuro préximo que #6 podem ser verificados posterior. mente. O tema éfascinante Sérgio Conrado, por email AUTOCONHECIMENTO Acompanho a revista Prique © uma dae coisas que fazem com que ex mais goste que clasempre acompanha as mudangat comportamentaie. A edigio 128 trouxe ‘um texto eaclarecedor sobre relaciona- mento © a necessidade que as pessoas tém de inveatir em si mesmae, xe autoconhecer, ‘para que, af sim, tenham mais possibilida 80 pique ciasatvide de de manter uma relagio amorosa saudé- ‘vel. Esta mais do que ultrapsseada aque. fdeia de que todos precisam encontrar & “outra metade da laranja’. Nio existe sso. ‘As pessoas precisam ae valerisar © eolo- car expectativas demais no outro $6 vai atrapalhar a convivéncia. lao no signi- fica que devemos ser egoistas. £ preciso avaliar bem quaie aio suas neoessidades as do companheiro, que, muitas vezes, podem ser epostas. Quando isso ocorre, preciso converear, compreender 0 que € importante para cada um ¢reepeitar 0 seu expago co do outro. Beté dada a recite Shirley Castro, por email ‘TERAPIA PARA IDOSOS (© Brasil esté envelhecende. Segundo tex- to veioulade no ntimero 128 da Psique, cate € 0 segmento da populagio que mais ‘eresceu noe éiltimos anos, com taxas que sultrapaseam 496 ao ano. E me parece que ‘a. comunidade médica nio eeté preparada para atender cose piblico de forma ade- quada. Das muitae formas de tratamentoe psicolégicos, a Terapia Cognitivo-Com- portamental éuma das que mais erescem no universo pei. Trats-se de uma pritica que procurs centrar sua linha de atu 30 no problema , hoje, € amplamente aplioada em inimeras demandas, como transtornos do humor, depressio, ansic- dade, abuso de substincias, eaquizofre- nia, insénia ete. Contudo, casa téonioa é aplioada mais em criangas, adelescentes « jovens adultos, apresentande poucas evidéncias de efciéncia para idosos. Mas {oo precisa mudar, uma vez que 0 enve- Ihecimento da populagio é um process irveverafvel Parabéns & revista. Francisco Alencar, por ee-mail AFORCA DA CRIANGA, Hoje, © coaching é uma téoniea bem oo- nhecida, eapecialmente quando aplicada ‘em ambientea corporativos. Maa confeo- 20 que nio tinhs ideia de que pudesse ser ‘sado, também,em eriangas. A entrevista com a cepecialsta Flora Vietoria, publi- cada no niimero 128 da Peique, mostrou que isso € posaivel © pode ser uma exce- lente ferramenta de ausilio pars esse pé- blico, por ouasintimeras possibilidades de ajuda, transformando descjos em objeti- vvas que podem ser atingidos. A psicéloga afirma que o coaching infantil €um esti ‘mulo a inteligéneia emocional da crianga ¢ no deve se restringir a resclver pro- bblemas, mas, sim, a contribuir para que cla, que jd apresenta bons resultados na vida, possa ampliar ainda mais suas con- quistas, Por meio dessa téenioa,a crianga pasea a conhecer melhor suas forgas € a ter conseiéneia de como usé-las, 0 que a fac oe sentir mais segura e feliz. (Cliadia Line, por emo sw portlieciaida com br psiquiatria forense por Guido Arturo Palomba O DEFICIENTE Estatuto da Pessoa com Deficiéncia LEI BRASILEIRA DE INCLUSAO APRESENTA PROBLEMAS POR INTEGRAR, NA MESMA LEGISLACAO, INDIVIDUOS COM DEFICIENCIA FISICA E MENTAL m 6 de julho de 2015 foi insti- tuida a Lei n® 13.146, que pasoa a 20 chamar Lei Brasileira de Inclusio. A ideia do legistador era “assegurar e promover, em condi- Oes de igualdade, 0 exercicio dos di- reitoe ¢ dae liberdades fundamentaie or pessoa com deficiéncia, visando a forme 0 seu art. 1° Com respeito as opinibes divergentes, cessalei apresenta problemas insuperiveis por indir, na mesma legislacio, indivi duos com defciénca fisca e mental Do ponto de vista médico, no hi qualquer possiblidade de equiparé-los, colocando-os em uma mesma catego- ria, uma vez que 08 transtornos men- tais cstio relacionados & capacidade de entendimento e de determinacao do agente, enquanto as outras deficigncias so de naturesa eminentemente fsioa ou relacionadas a0 comprometimento da sensopercep co. Para ficar apenas no que interessa a psiquiatria forense, € preciso lembrar ‘que muitos doentes mentsis precicam ser interditados, pois a interdigao, que tem suas origens na Lei das Doze Té- bbuas, foi por milénios aperfeigoada para proteger 0 individuo incapaz de gerir 4 oua pes bens. E quem claborou o Estaturo da Pessoa com Deficigncia viu a interdigo ‘como um castigo ao interdito, ao passo que € exatamente o contririo, ou seja, um remédio juridico-social, o qual ‘como qualquer firmaco, se bem admi- nistrado, é medida salutar e necesséria. O grande e incompreensivel proble- ma da leiem comento esti no Capitulo Tlart. 6°, que estabelece: “A deficiéncia no afeta a plena oapacidade civil da pessoa” (ou seja, no existe mais inter- digdo total). Afita vim, & ismpossivel 0 esquizo- frénico grave, encefalopata major, 0 demente senil, 0 sequelado grave de acidente vaoular cerebral, o aleoolista cerénico, 0 toxicémano grave, 0 enfer- ‘mo de mal de Pick, o que esta ha longo tempo em estado comatose cto, ter eapacidade mental para pratioar qualquer ato civil, seja 16 qual for. De- vem ser protegidos pela lei, pois so totalmente incapazes. Sem a protecio legal, ficam vulneriveis © ex- postos a toda a sorte de des- agraca fisica, patrimonial, social, pessoal etudo mais. ¢ de administrar 02 ceus (On problemas desea Lei n?13146/2015 ‘no param af. Apenas para citar mais um: © art. 84, § 29, dis reopeito & tomada de decisio apoiada, quando a pessoa com deficiéncia elege pelo menos dois indi vviduos para lhe prestar apoio na tomada de decisio sobre atos da vida civil (art. 1783-A do Cédigo Civil). Imagine 0 kitor um individuo limt- trofe intelectualmente ~ ingénuo, su- {gestionavel e com diminuigao da inteli- sgéncia - sem o pai, amae morreu endo tem irmios ou parentes, na posse da legitima heranga. Nao estaria correndo © riaco de apontar dois expertalhies, dentre tantos que no minguam em qualquer cociedade, que estio sempre prontos para ‘ajudar’? E como ficam (8 psicopatas e fronteiricos de todo 0 género? Parece que o legishdor que claborou a referida Lei n® 13.146/2015 {i deficiente em compreender que a interdigio total, como dito, nfo € um castigo, mas a necesséria protegio ju- ridico-social para alguns que possuem ‘transtornos intelestuais, Se essa lei, com todo resprito, cao Iha para a priquiatria forense, no for rapidamente revista, vamos assiatir a intimeras injusticas e préticas condend- veis recafrem naqueles que mais preei- sam de protegio sociale legal. Guido Arturo Palomba al fe psiquatra forense © a ‘memoro emerito ca ‘Academia de Medicina i «ae Sto Paso, sre portlincanidacombr UT RT el outers Re Mc a Ke =a Tei eat ae ern reram 01/1) )0 000) Coe ee da uC eure e conhega a programacao Pe eeici Cee Me cies ieee od Pen eee ea eet eed completa. afins (advogados, promotores, juizes, etc). DRT 0 in D LINHA DIRETA ‘A curissidade € um eentimento comum centre muitas eepécies de animais, especial- ‘mente seres vivoe que burcam a exploragio. ‘Trata-ce de uma capacidade natural que ‘move oindividuo pela vontade de conhecer 0 que ainda nio se sabe, Portanto, a curio cidade faz parte da natureza humana, insta ce permeada pelo desejo de aprender 0 queé Aeesonhecide. Fica evidente a impertincia ccarelasdo da curiosidade com a aprendiza- gem. Quando oe fala em curiosidade é reco- ‘mendvel pensé-la como uma faca de dois gumes.0 mesmo se aplica para ofenémeno da descoberta e da aprendizagem. A Histé- ria da Cigncia mostra que 0 seu curso foi basicamente decenhado a partir da curio- sidade de eeus protagonistas. As teorias da Gravidade, da Bvolugio¢ tantas outras sfo CANAL FACEBOOK produtos etsencialmente di ouriosidade de quem as criou. Matéria completa publi- cada na edigio 115 esta dispontvel no site _wwnepeiquecienciaevida:uol.com.br A revieta Peique traz muitas informagéee intereseantes também naz redes cociaie. Avesse a Fanpage: www fuccbook com /RevistaPsiqueCienciacVida ‘Prono F-Bexpuso ado de GF Been paso ‘pedo pa Usresdade Badal Peis (Unep) loiter en Paco Sox pl USP Bebe profane ‘efhndage Goo Viger da SPM psique QUE CANCHA & VA é ura po mene a m= FRU COIL RA Maratea a Se Spee ren ca oe ‘ano X-Edgg0129 ‘GRANDES EMEDIAS ACENCIAS (Gomreaerecccosceswrn PEQUEUAS AGENCIAS E OIETOS commas corastepenesantine ‘Sor nen voncedrodonaerocomarncce oe centucta de PROUD Genowreopsber nopaseminecncn aatacaacntttycumenecaneeen (soya iss 202 etendmenoaenctaconte Gasyness aur -aanstxctesecancomse Fanaa IMERESSAGE ACABAWENTO me tee cxtneatten, ANER ioonaeee” 2 ete Serene ae FALE CONOSCO DIRETO COM A REDACAO ‘cbr 5 re COP 518.000 ‘SoPaugnsh- sy n30125800 ‘PARA ANUNCIAR anundlarSeseala.com.br ‘Sho pauLa (25) 8355209 ‘SP exurouse i559 SINS ‘SP mocntorerer (5316 39000 Rawssaizztoos RE CS9 STImOSIe PRisosizorws — BRASLUG(s)caz7e Seuss)araotas “loo: matoitdadescatcnte ASSINE NOSSAS REVISTAS Gesynsems20 “wenatsncocuaconte ‘arenes Seseenatia fear heeite cena ‘vouearo 20 cron See oer yas OAT See touatscnn Scie

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