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1 – Compensação – Agravante reincidência e atenuante confissão espontânea

TJ-PR – Tribunal de Justiça do Paraná TJ-PR – Apelação: APL 14604709 PR


1460470-9 (Acórdão)

STJ – Viável
HC 461.033/DF
HABEAS CORPUS. PENAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO.
COMPENSAÇÃO DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA COM
A ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. POSSIBILIDADE. PENA
DEFINITIVA SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS. RÉU REINCIDENTE.
REGIME INICIAL FECHADO. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA EM PARTE.
1. Segundo orientação pacificada no Superior Tribunal de Justiça, firmada no
julgamento do REsp n.º 1.341.370/MT, julgado sob o rito dos recursos
repetitivos, a atenuante da confissão espontânea e a agravante da reincidência
devem ser compensadas.
2. Esta Corte fixou o entendimento de que, ainda que o Acusado seja reincidente
específico, é possível a compensação integral da agravante da reincidência
com a atenuante da confissão espontânea.
3. É cabível a fixação do regime inicial fechado ao réu reincidente, condenado a
pena superior a quatro anos, ainda que estabelecida a pena-base no mínimo
legal. Inteligência do art. 33, § 2.º, alínea b, do Código Penal.
4. Ordem de habeas corpus parcialmente concedida para, reformando o acórdão
impugnado, compensar a atenuante da confissão espontânea com a agravante
da reincidência e, consequentemente, reduzir a reprimenda do Paciente
para 5 (cinco) anos e 4 (quatro) meses de reclusão e 13 (treze) dias-multa,
mantido o regime fechado para o inicial cumprimento da pena.

HC 412.888/SP
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS, FALSIFICAÇÃO,
CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO
A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS E PORTE ILEGAL DE ARMA DE
FOGO DE USO RESTRITO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. NÃO
CONFIGURAÇÃO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. INTUITO DE VENDA
DEMONSTRADO. NECESSÁRIA DILAÇÃO PROBATÓRIA.
RECONHECIMENTO DO CONCURSO FORMAL. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.
INCIDÊNCIA. PENA-BASE. MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A EXASPERAÇÃO
OPERADA. ACRÉSCIMO PROPORCIONAL. COMPENSAÇÃO ENTRE
CONFISSÃO E REINCIDÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE. MÚLTIPLOS REGISTROS. ORDEM CONCEDIDA EM
PARTE.

1. Ao justificar a manutenção da condenação do paciente pela prática do delito


de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a
fins terapêuticos ou medicinais, o acórdão impugnado foi claro ao
reconhecer "o porte para venda" do medicamento. Desse modo, não há
deficiência na motivação do decisum.
2. Além disso, a denúncia narrou que o acusado "transportava, trazia consigo e
expunha à venda, para fins de entrega a consumo de terceiros, uma cartela
contendo 07 (sete) comprimidos do medicamento PRAMIL (Sildenafil), [...] de
procedência ignorada, mas de origem transnacional, sem o exigido registro
no órgão da vigilância sanitária competente". A finalidade comercial dos
medicamentos apreendidos também foi reconhecida na sentença,
circunstância que afasta a suscitada atipicidade da conduta por ausência
de demonstração do intuito do réu de comercializar os comprimidos com ele
encontrados.
3. Embora seja pequena a quantidade de comprimidos apreendidos em
poder do réu, a jurisprudência desta Corte Superior é firme em
asseverar não ser aplicável ao delito em comento o princípio da
insignificância. Precedentes.
4. O preenchimento dos requisitos previstos no art. 70 do Código Penal não
foi examinado pelo Tribunal a quo, por ausência de provação da defesa, de
modo que a análise da matéria diretamente por esta Corte Superior configuraria
indevida supressão de instância.
Não se identifica flagrante ilegalidade no caso a justificar a superação do
óbice ao conhecimento da matéria, pois a simples leitura da denúncia, da
sentença condenatória e do acórdão impugnado permite verificar que foram
apreendidas porções de cocaína em contextos diversos (uma parte em
poder do réu e outra parcela guardada em sua residência). Logo, não é
possível constatar que, mediante ação única, o paciente haja cometido os crimes
descritos no art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 e 273, § 1º-B, I e V, do
Código Penal.
5. Não obstante, à primeira vista, a valoração dos fatos postos em discussão
aponte em tese para o possível cometimento, em concurso, dos crimes de
tráfico de drogas e de falsificação, corrupção,
adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais, ao contrário do decidido pelas instâncias ordinárias,
nota-se que o fato rendeu a prática de um único crime.
6. Na espécie, a intenção criminosa do paciente, em última análise, era a de
comercializar drogas, utilizando-se para tanto do estabelecimento comercial
no qual trabalhava, em razão de sua proximidade a uma entidade recreativa
e esportiva e a uma praça pública. Não se mostra, portanto, plausível sustentar
a prática de dois crimes distintos e em concurso material quando, em um
mesmo
cenário fático, se observa que a intenção criminosa era dirigida para uma
única finalidade, perceptível, com clareza, ante os assentados de maneira
incontroversa pelo acórdão combatido.
7. As condutas imputadas ao paciente foram as de expor à venda substância
entorpecente "sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar" (art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006) e medicamento "sem
registro [...] no órgão de vigilância sanitária competente (art. 273, § 1º-B, I, do
Código Penal) e "de procedência ignorada" (inciso V do mesmo dispositivo
legal). Ademais, foram apreendidos apenas sete comprimidos do
medicamento Pramil, e os policiais que efetuaram a abordagem, nos
depoimentos transcritos na sentença, foram uníssonos em ressaltar que
abordaram o acusado em razão de notícias anônimas de ele praticar
habitualmente o comércio
de drogas.
8. O que se percebe é que, nessa conduta dirigida a comercializar ilegalmente
substâncias entorpecentes, sucedeu de haver substância que, além de ser de
origem estrangeira, não possuía registro no órgão de vigilância sanitária.
Portanto, os fatos narrados demonstraram ser a conduta do paciente
orientada para a venda de drogas no estabelecimento comercial no qual
trabalhava, de modo que esse fato, aqui, possui espectro mais amplo e mais
completo e deve absorver aquele que, em tese, configura o crime do art. 273, §
1º-B, I e V, do Código Penal, sobretudo por não haver indícios de comércio
habitual de tais tipos de medicamentos pelo acusado.
9. Em relação aos crimes de tráfico de drogas e de posse ilegal de arma de fogo
de
uso restrito, foi indicada motivação idônea para valorar negativamente os
antecedentes do réu, por possuir duas condenações definitivas pretéritas em
seu desfavor. Quanto à alegação de ser desarrazoado o acréscimo
estabelecido, conclui-se pela proporcionalidade do aumento operado, no
patamar de 1/6 sobre a pena-base, em virtude da existência de dois registros
transitados em
julgado contra o réu.
10. Ao julgar o HC n. 365.963/SP, embora a Terceira Seção do Superior
Tribunal de Justiça haja afirmado ser possível compensar a confissão com a
reincidência específica, reiterou não ser cabível a medida quando se trata de
réu multirreincidente. A Corte distrital destacou o registro de duas condenações
definitivas pretéritas em desfavor do paciente, circunstância que inviabiliza a
compensação pleiteada, nos termos da jurisprudência desta Corte Superior.
11. Ordem concedida em parte para, em razão do princípio da consunção,
absolver o paciente quanto ao delito do art. 273, § 1º-B, I e V, do Código Penal.

HC 471.436/PE  é inviável a compensação integral com a agravante,


considerando que o paciente é efetivamente multirreincidente.

2 – Compensação – Agravante reincidência e atenuante confissão espontânea


HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO
PRÓPRIO. NÃO
CABIMENTO. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. TRÁFICO ILÍCITO DE
ENTORPECENTES. PLEITO DE COMPENSAÇÃO INTEGRAL ENTRE A
MENORIDADE E A
REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA. POSSIBILIDADE. PENA REDUZIDA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO.
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.
- O Superior Tribunal de Justiça, seguindo o entendimento firmado
pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, não tem admitido a
impetração de habeas corpus em substituição ao recurso próprio,
prestigiando o sistema recursal ao tempo que preserva a importância
e a utilidade do mandamus, visto permitir a concessão da ordem, de
ofício, nos casos de flagrante ilegalidade.
- É cediço que, interpretando o art. 67 do Código Penal, o Superior
Tribunal de Justiça entende que a atenuante da menoridade e a
agravante da reincidência são igualmente preponderantes, razão pela
qual devem ser compensadas quando da aplicação da reprimenda.
- A Terceira Seção desta Corte, no julgamento do HC n. 365.963/SP,
ocorrido em 11/10/2017, firmou a tese de que a reincidência, seja
ela específica ou não, deve ser compensada integralmente com a
atenuante da confissão, demonstrando, assim, que não foi ofertado
maior desvalor à conduta do acusado que ostente outra condenação
pelo mesmo delito. Tal entendimento também se aplica quando o caso
envolver a menoridade e reincidência específica, pois, onde se têm
os mesmo fatos, deve ser aplicado o mesmo direito.
- Na hipótese em análise, reconhecida a menoridade, de rigor a sua
compensação integral com a reincidência, mesmo específica, pois o
caso não apontou nenhuma peculiaridade à agravante do art. 61, I, do
CP, como a multirreincidência, por exemplo, que implicasse a
necessidade de uma maior resposta penal. Precedentes.
- Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida ex officio, para
reduzir as penas do paciente para 5 anos de reclusão e 500
dias-multa, mantidos os demais termos da condenação

STF – Inviável
RHC 110.727
HC 105.543/MS
RHC 135.819/DF

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