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Dissertação de Mestrado

ESTUDO NUMÉRICO DO COMPORTAMENTO


TENSÃO-DESLOCAMENTO DE FUNDAÇÃO
DO TIPO RADIER

AUTOR: CLÁUDIO MÁRCIO RIBEIRO

ORIENTADOR: Prof. Dr. Thiago Bomjardim Porto

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOTECNIA DA UFOP

OURO PRETO – DEZEMBRO DE 2017


i
ii
Os ventos que as vezes tiram algo que amamos, são
os mesmos ventos que nos trazem algo que
aprendemos a amar. Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o
que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente
nosso, nunca se vai para sempre.

Bob Marley

iii
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha esposa,


Waleska, por sua presença e
companherismo nos momentos mais
difíceis que enfrentei ao longo deste
trabalho; aos meus filhos: Thales e
Caleb, Verônica, Camilla e Elissa,
que razão do maior orgulho que sinto
nesta vida.

iv
AGRADECIMENTOS

Ao Eterno Deus, por sempre estar iluminando minha vida e meus caminhos, concedendo-
me força, saúde, disposição e fé para realizar esta pesquisa; sem a Sua ajuda, não seria
possível concluir este trabalho.

Ao Professor Thiago Bomjardim Porto, excelente exemplo profissional e pessoal, pela


confiança, oportunidade, incentivo e paciência, orientando-me e ensinando-me sempre
com muita competência e dedicação. Muito obrigado por poder compartilhar comigo seus
conhecimentos; minha eterna gratidão por seu incentivo e orientação ao longo da pesquisa
que resultou nesta dissertação!

Ao Professor Romero César Gomes, pela oportunidade, respeito, compreensão e


paciência, e pelo privilégio de ter sido meu professor, sendo, hoje, uma referência
nacional na área de Geotecnia.

Agradeço, também, ao Professor Lucas Ferreira Deleon, por suas contribuições no meu
seminário de qualificação, que me ajudaram a concluir esta dissertação com conteúdo
mais técnico-científico e prático, no qual possibilitou aperfeiçoar o tema escolhido.

À minha esposa, Waleska Amaral da S. Ribeiro, alma gêmea que sempre me incentivou,
em todos os momentos, até a conclusão deste trabalho.

A todos os professores, funcionários e colegas do NUGEO, um agradecimento especial à


sua secretária, Gisele Medeiros Mendes, pela sua presteza em atender com competência
e muito dinamismo, ajudando a resolver todas as eventualidades que surgiram junto ao
NUGEO.

A todos os amigos e colaboradores de trabalho da Themã Engenharia e Projetos e


Sistemas Ltda.; um agradecimento especial a Caleb Rosa Ribeiro, que me incentivou a
concluir este trabalho. Minha gratidão, também, em especial, ao colaborador Vinícius

v
Prates, que tanto colaborou, com suas ideias e discussões, para este trabalho: meu muito
obrigado por sua ajuda e disposição!

Um agradecimento especial a toda a comissão de revisão da atual NBR 6122, CE-


002:152.008; em particular, aos engenheiros Frederico Falconi e Urbano Rodrigues
Alonso, e a Fernanda Nabão, engenheira e secretária da comissão de revisão dessa norma.
Todas as reuniões realizadas na ABEF das quais participei foram muito especiais, por eu
ali estar com professores e profissionais da área que me ajudaram a ampliar meus
conhecimentos, possibilitando-me visualizar a teoria e pôr em prática todos os
conhecimentos adquiridos para a minha formação atual em projeto e execução na área
fundações.

Ao professor da UNB Renato Pinto da Cunha, por disponibilizar no início desta minha
jornada artigos e diversos materiais que me direcionaram para escolha do tema, nos
diversos e-mails que trocamos e nas conversas por telefone.

Ao professor da USP e engenheiro Jaime Domingos Marzionna, consultor e proprietário


da empresa ENGEOS Engenharia e Geotecnia S/S Ltda., por disponibilizar publicações
importantes e enriquecedoras, nos diversos e-mails que trocamos e por compartilhar
comigo conhecimentos que muito me auxiliaram para que esta dissertação pudesse ser
elaborada com eficácia.

Ao meu amigo e engenheiro civil Saman Pahlevan, por toda sua ajuda prestada nos
momentos que sempre precisei de um help, muito obrigado pelo seu esforço.

À Impacto Engenharia e Empreendimentos Ltda., na pessoa do engenheiro Leonardo


Mol, que me ajudou cedendo relatórios de sondagens e demais materiais.

Aos meus familiares, irmãos e irmãs; e gratidão especial, in memoriam, ao meu pai, de
abençoada memória Sr. Benedito Rosa Ribeiro, e à minha mãe, Dona Carmélia Pereira
Ribeiro; com ajuda, aprendi a conquistar todas as coisas com caráter e integridade.

A todos que, de alguma maneira, contribuíram para viabilizar este projeto.

vi
RESUMO

A solução em fundação tipo radier em concreto armado tem sido utilizada como um
modelo muito frequente por boa parte dos projetistas e construtores, para obras de
pequeno a médio porte em empreendimentos prediais residenciais, atestando-se a sua
viabilidade técnica e financeira como solução competitiva e inteligente na área de
Fundações, considerando-se que os empreendimentos de Engenharia vêm exigindo, no
que tange à Geotécnica, constante especialização dos profissionais de Engenharia e
Arquitetura, quanto às técnicas de fundação a serem aplicadas nas construções, com
soluções inovadoras e economicamente viáveis. Neste sentido, soluções que garantam
segurança, reduzam tempo da obra, otimizem a sua execução e proporcionem economia
são demandas essenciais para o sucesso e a consolidação de um empreendimento de
construção e para seus fins comerciais. Considerando-se esse contexto, é apresentado um
estudo de caso de fundação tipo radier em concreto armado, no qual foi realizado análise
numérica em elementos finitos MEF, simulando 27 modelos de radiers, que foram
classificados em 3 grupos, dentro dos quais foram avaliados 3 tipos de solos com
consistência: mole, médio e rijo. Nesta análise, também foram considerados como
parâmetros para dimensionamento: geometria de borda e a espessura do radier, com
objetivo de ter dados para uma estimativa numérica consistente, com o intuito de avaliar
a tensão resultante versus a tensão admissível do solo e o deslocamento-recalque em cada
um destes modelos. Como resultados das análises, através da Interação Solo Estrutura
(ISE), espera-se encontra valores mínimos e máximos das tensões resultantes e
deslocamentos-recalques, e ainda é apresentado um estudo comparativo de insumos:
volumes de concreto, aço e fôrma, e os custos financeiros para cada um dos modelos
analisados. Por fim é apresentado um estudo dos modelos mais compatíveis para cada
tipo de solo dentro dos grupos definidos.

Palavras-chave: Radier, Análise Numérica, Fundações, Interação Solo Estrutura-ISE

vii
ABSTRACT

The reinforced concrete slab foundation has been a very popular choice for many small
to medium sized residential building projects; this is a proof of technical and financial
viability as well as a competitive and an intelligent choice between the foundations.
Bearing in mind that the engineering firms, day after day, are insisting the Geo
Technicians, specialized Engineers and the Architects to choose and apply innovative and
viable methods and solutions for foundations. Having said that, the way-outs that
guarantee the safety, quicker, optimization in execution and being economically more
feasible, needed most and are crucial for the construction and the business itself to
succeed. By bearing in mind the context, will be presenting a case study on a reinforced
concrete Raft Foundation through Finite Element Methods (FEM) analysis, simulating a
Slab Foundation in 27 different geometries, which separated in three groups, based on
different types of soils, soft, medium and hard. This analysis is also considering other
parameters such as the geometry of the slab in its plant as well as the thickness, to evaluate
the tension outcomes against the soil capacity of bearing the tensions and measuring its
displacement on each of these models. As a result, based on the effect of Soil-Structure
Interaction (SSI), expecting the minimum and the maximum values for each outcome.
Additionally, will present a material consumption comparison, such as concrete volume,
steel and other materials as well as the total cost involved between these 27 models. In
conclusion, will be presenting an ideal geometry for each of these three groups.

Key-words: Slab Foundation, Numerical Analysis, Foundations, Soil-Structure


Interaction (SSI)

viii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1.1 - TRINCA EM ALVENARIA ESTRUTURAL PROVOCADA POR RECALQUE NA


FUNDAÇÃO.................................................................................................................. 1

FIGURA 1.2 – EVOLUÇÃO DA NBR 6122 DESDE SUA PUBLICAÇÃO ORIGINAL. ................... 2
FIGURA 2.1 - FUNDAÇÃO TIPO RADIER EXECUTADA. ........................................................ 10
FIGURA 2.2 - FUNDAÇÃO TIPO RADIER CONCRETO SIMPLES. ............................................ 12
FIGURA 2.3 – DISPOSIÇÃO DA LONA E DA ARMADURA DE RADIER DE CONCRETO ARMADO.
................................................................................................................................. 13
FIGURA 2.4 – CONCRETAGEM DE RADIER EM CONCRETO ARMADO. ................................. 13
FIGURA 2.5 – CONCRETAGEM DE RADIER EM CONCRETO PROTENDIDO. ........................... 14
FIGURA 2.6 – DETALHE DA PROTENSÃO DAS BARRAS EM CORDOALHA ENGRAXADA. ...... 15
FIGURA 2.7 – ESTACA ISOLADA (A), GRUPO DE ESTACAS CONVENCIONAIS (B) E RADIER
ESTAQUEADO (C). ..................................................................................................... 16

FIGURA 2.8 - PROJETO DE RADIER ESTAQUEADO. ............................................................. 16


FIGURA 2.9 – RADIER TIPO CAIXÃO PERDIDO ................................................................... 17
FIGURA 2.10 – REPRESENTAÇÃO DO RADIER NERVURADO. .............................................. 18
FIGURA 2.11 – DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO DE CONTATO E RECALQUES EM DIFERENTES
SITUAÇÕES ................................................................................................................ 20

FIGURA 2.12 - ELEMENTOS DE PLACA SOBRE CONJUNTO DE MOLAS................................. 23


FIGURA 2.13 - DEMONSTRAÇÃO DA SEPARAÇÃO DO RADIER EM DUAS FAIXAS
ORTOGONAIS............................................................................................................. 24

FIGURA 2.14 - DETALHAMENTO DOS ELEMENTOS DE PLACA NO MÉTODO DE ELEMENTOS


FINITOS. .................................................................................................................... 25

FIGURA 2.15 – DESLOCAMENTO DE UMA ESTRUTURA ...................................................... 27


FIGURA 2.16 – DISTORÇÕES ANGULARES E SEUS EFEITOS. ............................................... 29
FIGURA 2.17 – RECALQUES DIFERENCIAIS E TOTAIS EM AREIAS. ...................................... 29
FIGURA 2.18 - RECALQUES DIFERENCIAIS E TOTAIS EM ARGILAS. .................................... 30
FIGURA 3.1 - ESQUEMATIZAÇÃO DO ENSAIO DE PLACA. ................................................... 41
FIGURA 3.2 – ENSAIO DE PLACA REALIZADO EM SOLO SATURADO. .................................. 41
FIGURA 3.3 – DEMONSTRAÇÃO DA OBTENÇÃO DE KV PELA CURVA DE RECALQUE. .......... 42
FIGURA 4.1 – RADIER EXECUTADO, COM BORDA DE 60CM E ESPESSURA DE 25CM. .......... 51

ix
4.2 – EXECUÇÃO DO SEGUNDO PAVIMENTO DA ESTRUTURA COM PAREDES DE CONCRETO
ARMADO. .................................................................................................................. 52

FIGURA 4.3 – EDIFÍCIO RESIDENCIAL DE QUATRO PAVIMENTOS FINALIZADO. .................. 52


FIGURA 4.4 - PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO. ..................................................... 54
FIGURA 4.5 – PLANTA DO PAVIMENTO TIPO (3X). ............................................................ 55
FIGURA 4.6 – CORTE AA. ................................................................................................ 56
FIGURA 4.7 – CORTE BB. ................................................................................................. 57
FIGURA 4.8 – FACHADA FRONTAL DA EDIFICAÇÃO. ......................................................... 58
FIGURA 4.9 - MODELAGEM ESTRUTURA EM CORTE. ......................................................... 61
FIGURA 4.10 - MODELAGEM ESTRUTURA EM PERSPECTIVA COM SECCIONAMENTO LAJE
COBERTURA. ............................................................................................................. 62

FIGURA 4.11 - MODELAGEM DA ESTRUTURA INCLUINDO EM PERSPECTIVA TOTAL DO


EDIFÍCIO.................................................................................................................... 62

FIGURA 4.12 – MAPA DE CARGAS PARA MODELOS DE RADIER SEM BORDA (CARGAS
LINEARES EM KN/M). ................................................................................................ 64

FIGURA 4.13 – MAPA DE CARGAS PARA MODELOS DE RADIER COM COMPRIMENTO DE


BORDA DE 60 CM (CARGAS LINEARES EM KN/M). ...................................................... 65

FIGURA 4.14 – MAPA DE CARGAS PARA MODELOS DE RADIER COM COMPRIMENTO DE


BORDA DE 120 CM (CARGAS LINEARES EM KN/M). .................................................... 66

FIGURA 4.15 – FÔRMA DO RADIER SEM BORDA. ............................................................... 68


FIGURA 4.16 – FORMA DO RADIER COM BORDA DE 60 CM. ............................................... 69
FIGURA 4.17 – FORMA DO RADIER COM BORDA DE 120 CM. ............................................. 70
FIGURA 4.18 – PROPRIEDADES DA LAJE DE FUNDAÇÃO. ................................................... 73
FIGURA 4.19 – LAJE INTRODUZIDA. ................................................................................. 74
FIGURA 4.20 - DEMONSTRAÇÃO DAS MALHAS PARA UM RADIER SEM BORDA. ................. 75
FIGURA 4.21 – DEMONSTRAÇÃO DAS MALHAS PARA UM RADIER COM 60 CM DE BORDA. 75
FIGURA 4.22 - DEMONSTRAÇÃO DAS MALHAS PARA UM RADIER COM 120 CM DE BORDA. 76
FIGURA 4.23 – VISÃO 3D DO RADIER. .............................................................................. 76
FIGURA 4.24 – FLUXOGRAMA DE ESCOLHA DO RADIER .................................................... 81
FIGURA 5.1 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 1 (TENSÃO EM MPA). ............ 83
FIGURA 5.2 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 1 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 83
FIGURA 5.3 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 2 (TENSÃO EM MPA). ............ 84
FIGURA 5.4 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 2 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 84

x
FIGURA 5.5 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 3 (TENSÃO EM MPA). ............ 85
FIGURA 5.6 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 3 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 85
FIGURA 5.7 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 4 (TENSÃO EM MPA). ............ 86
FIGURA 5.8 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 4 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 86
FIGURA 5.9 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 5 (TENSÃO EM MPA). ............ 87
FIGURA 5.10 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 5 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 87
FIGURA 5.11 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 6 (TENSÃO EM MPA). .......... 88
FIGURA 5.12 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 6 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 88
FIGURA 5.13 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 7 (TENSÃO EM MPA). .......... 89
FIGURA 5.14 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 7 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 89
FIGURA 5.15 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 8 (TENSÃO EM MPA). .......... 90
FIGURA 5.16 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 8 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 90
FIGURA 5.17 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 9 (TENSÃO EM MPA). .......... 91
FIGURA 5.18 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 9 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 91
FIGURA 5.19 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 10 (TENSÃO EM MPA). ........ 92
FIGURA 5.20 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 10 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 92
FIGURA 5.21 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 11 (TENSÃO EM MPA). ........ 93
FIGURA 5.22 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 11 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 93
FIGURA 5.23 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 12 (TENSÃO EM MPA). ........ 94
FIGURA 5.24 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 12 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 94
FIGURA 5.25 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 13 (TENSÃO EM MPA). ........ 95
FIGURA 5.26 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 13 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 95
FIGURA 5.27 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 14 (TENSÃO EM MPA). ........ 96
FIGURA 5.28 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 14 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 96
FIGURA 5.29 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 15 (TENSÃO EM MPA). ........ 97
FIGURA 5.30 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 15 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 97
FIGURA 5.31 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 16 (TENSÃO EM MPA). ........ 98
FIGURA 5.32 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 16 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 98
FIGURA 5.33 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 17 (TENSÃO EM MPA). ........ 99
FIGURA 5.34 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 17 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 99
FIGURA 5.35 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 18 (TENSÃO EM MPA). ...... 100
FIGURA 5.36 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 18 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 100
FIGURA 5.37 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 19 (TENSÃO EM MPA). ...... 101

xi
FIGURA 5.38 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 19 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 101
FIGURA 5.39 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 20 (TENSÃO EM MPA). ...... 102
FIGURA 5.40 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 20 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 102
FIGURA 5.41 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 21 (TENSÃO EM MPA). ...... 103
FIGURA 5.42 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 21 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 103
FIGURA 5.43 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 22 (TENSÃO EM MPA). ...... 104
FIGURA 5.44 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 22 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 104
FIGURA 5.45 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 23 (TENSÃO EM MPA). ...... 105
FIGURA 5.46 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 23 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 105
FIGURA 5.47 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 24 (TENSÃO EM MPA). ...... 106
FIGURA 5.48 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 24 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 106
FIGURA 5.49 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 25 (TENSÃO EM MPA). ...... 107
FIGURA 5.50 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 25 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 107
FIGURA 5.51 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 26 (TENSÃO EM MPA). ...... 108
FIGURA 5.52 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 26 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 108
FIGURA 5.53 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 27 (TENSÃO EM MPA). ...... 109
FIGURA 5.54 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 27 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 109
FIGURA 5.55- TENSÃO SOLICITANTE EM CADA MODELO. ............................................... 114
FIGURA 5.56 - PORCENTAGEM DE UTILIZAÇÃO DA TENSÃO ADMISSÍVEL. ....................... 115
FIGURA 5.57 – VÃO ENTRE OS PONTOS DE RECALQUE MÁXIMO E MÍNIMO (MODELO 4). 117
FIGURA 5.58 – ÁREA DE AÇO NECESSÁRIA, ARMADURA NEGATIVA NA DIREÇÃO Y
(MODELO 19). ......................................................................................................... 119
FIGURA 5.59 – ARMADURA NEGATIVA TRANSVERSAL GERADA PELO CYPECAD (MODELO
19). ......................................................................................................................... 120
FIGURA 5.60 – ESQUEMATIZAÇÃO DA HOMOGENEIZAÇÃO DAS ARMADURAS
LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS POR REGIÕES. ..................................................... 121

FIGURA 5.61 – DETALHAMENTO FINAL DA ARMADURA TRANSVERSAL NEGATIVA (MODELO


19). ......................................................................................................................... 121
FIGURA 5.62 – TAXA DE AÇO (KG) POR VOLUME DE CONCRETO (M³). ............................ 130
FIGURA 5.63 – CUSTO DOS RADIERS. ............................................................................. 138
FIGURA 5.64 – MODELOS DE RADIER COM MELHOR DESEMPENHO – CUSTO E DIMENSÃO DE
BORDA POR GRUPO.................................................................................................. 139

xii
LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 - RECALQUE MÁXIMO ADMISSÍVEL. .............................................................. 28


TABELA 2.2 – RECALQUES DIFERENCIAIS ADMISSÍVEIS. ................................................... 30
TABELA 3.1 - VALORES DE KSV (KN/M³). ......................................................................... 37
TABELA 3.2 - VALORES PROPOSTOS PARA KSV (MPA/M).................................................. 38
TABELA 3.3 - VALORES DE KSV (KN.M-3). ........................................................................ 39
TABELA 3.4 - VALORES DE KSV (KGF/M-3)........................................................................ 40
TABELA 3.5 - VALORES PARA KSV. ................................................................................... 45
TABELA 3.6 - ESTIMATIVA DE ES. .................................................................................... 48
TABELA 3.7 - VALORES DE K. .......................................................................................... 49
TABELA 3.8 - VALORES SUGERIDOS PARA COEFICIENTE DE POISSON. .............................. 49
TABELA 3.9 - PARÂMETROS GEOTÉCNICOS DOS SOLOS – CORRELAÇÃO COM O NSPT. .. 50
TABELA 4.1 - MODELOS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO NUMÉRICA. ................................... 67
TABELA 4.2 – DESCRIÇÃO DOS GRUPOS CONTENDO OS MODELOS E SEUS PARÂMETROS
GEOTÉCNICOS E DE FÔRMA. ...................................................................................... 71

TABELA 4.3 – COMBINAÇÕES DE ESFORÇOS NO RADIER. .................................................. 78


TABELA 4.4 - COMBINAÇÕES DA VERIFICAÇÃO DO DESLOCAMENTO NO RADIER. ............. 79
TABELA 5.1 - ANÁLISE DE TENSÕES NO RADIER. ............................................................ 113
TABELA 5.2 – RESULTADOS DE RECALQUE/DESLOCAMENTO DIFERENCIAL. ................... 118
TABELA 5.3 – QUANTITATIVO DE MATERIAIS UTILIZADOS PARA TODOS OS MODELOS. .. 123
TABELA 5.4 – COMPARAÇÃO DE TAXA DE AÇO POR VOLUME DE CONCRETO AGRUPADAS
POR ESPESSURA....................................................................................................... 125

TABELA 5.5 - COMPARAÇÃO DE TAXA DE AÇO POR VOLUME DE CONCRETO AGRUPADAS


POR COMPRIMENTO DE BORDA. ............................................................................... 127

TABELA 5.6 - COMPARAÇÃO DE TAXAS DE AÇO POR VOLUME DE CONCRETO AGRUPADAS


POR TENSÃO ADMISSÍVEL DO SOLO. ........................................................................ 129

TABELA 5.7 – PREÇOS UNITÁRIOS MÉDIOS DE MATERIAIS NA REGIÃO METROPOLITANA DE


BH.......................................................................................................................... 131
TABELA 5.8 – CUSTO DOS RADIERS DE CADA MODELO................................................... 132
TABELA 5.9 - COMPARAÇÃO DE CUSTOS MANTENDO-SE COMO PARÂMETRO O
COMPRIMENTO DE BORDA. ...................................................................................... 134

TABELA 5.10 – COMPARAÇÃO DE CUSTOS MANTENDO-SE COMO PARÂMETRO A


ESPESSURA.............................................................................................................. 136

xiii
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIATURAS

 Ângulo de atrito

 Coeficiente de combinação

 Peso específico

a Coeficiente de combinação de acompanhamento

p Coeficiente de combinação principal

x Faixa do eixo x analisada;

y Faixa do eixo y analisada.

µ Coeficiente de Poisson do material da placa;

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Afundação Área do elemento de fundação

Aplaca Área da placa utilizada no ensaio de placa

Autocad Programa gráfico computacional para desenhos

B Menor dimensão da fundação

b Menor dimensão da placa

Bfundação Menor dimensão da fundação

Bplaca Menor dimensão da placa

C Coesão

C25 Concreto classe de resistência 25Mpa

C40 Concreto classe de resistência 40Mpa

CAA Classe de agressividade

CP Carga permanente

CPT Cone Penetration Test

xiv
Cypecad Programa de análise de estruturas de concreto e fundações

D Rigidez da placa

DWG Extensão de arquivo do programa AutoCAD

E Modulo de elasticidade do material da placa

Ec Módulo de Young na placa

ELS Estado Limite de Serviço

ELU Estado Limite Último

ES Módulo de Elasticidade do solo

fck Coeficiente de resistência a compressão do concreto

Fd Valor de cálculo das ações para combinação última

Fek Ações indiretas permanentes

Fgk Ações permanentes diretas

FS Fator de segurança

Fy Módulo de escoamento

Gc Módulo de elasticidade transversal

h Espessura da placa

k0 Coeficiente de reação vertical do solo

Ksv Coeficiente de reação vertical

Kv Coeficiente de reação vertical

n Coeficiente que varia entre 0,5 e 0,7

NBR Norma Brasileira

Nc Fator de forma relacionado à coesão do solo

NSPT Número de golpes do Standard Penetration Test

NUGEO Núcleo de Geotecnia da Universidade Federal de Ouro Preto

Pk Ação de pré-esforço

xv
PNE Portadores de Necessidades Especiais

PP-4B Prédio Popular de 4 pavimentos com padrão baixo de acabamento

q Pressão de contato

Qa Sobrecarga

qc Valor médio da tensão no bulbo de tensões

Qi Pressão média em cada painel

qi Pressão média na área encontrada

qu Resistência a compressão não-drenada

Qk Ação variável

Rp Resistência do terreno ao aumento da ponta de cone

S Recalque total

SPT Standard Penetration Test

SPTmédio Valor médio do Standard Penetration Test

v Coeficiente de Poisson

w Recalque específico diferencial / Recalque existente

β Recalque diferencial específico ou distorção angular

δ Recalque diferencial

ν Coeficiente de Poisson

σ Tensão de contato média na base da fundação

σa e σadm Tensão admissível

σr Tensão resultante de projeto

oj, o Coeficientes parciais de segurança da ação de pré-esforço

g, g, q, q Coeficientes parciais de segurança das ações permanentes

xvi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O TEMA ............................................................ 1


1.2 JUSTIFICATIVA DESTA DISSERTAÇÃO ................................................................... 5
1.3 OBJETIVO DESTA DISSERTAÇÃO .......................................................................... 6
1.4 SÍNTESE E ORGANIZAÇÃO DESTA DISSERTAÇÃO .................................................. 7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 8

2.1. JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DO TEMA ESCOLHIDO ........................................ 8


2.2. O QUE É RADIER ................................................................................................ 10
2.3. TIPOS DE RADIER ............................................................................................... 10
2.3.1 Radier de concreto simples .......................................................................... 11
2.3.2 Radier de concreto armado .......................................................................... 12
2.3.3 Radier de concreto protendido ..................................................................... 14
2.3.4 Radier estaqueado ........................................................................................ 15
2.3.5 Radier tipo caixão perdido ........................................................................... 17
2.3.6 Radier nervurado.......................................................................................... 18
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS RADIERS QUANTO À RIGIDEZ ............................................ 19
2.5 PRESSÃO DE CONTATO ...................................................................................... 19
2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA FUNDAÇÃO DO TIPO RADIER ........... 20
2.7 MÉTODOS PARA CÁLCULO DE RADIER ............................................................... 21
2.7.1 Método estático ............................................................................................ 21
2.7.2 Método da placa sobre solo de Winkler ....................................................... 22
2.7.3 Sistema de vigas sobre base elástica ............................................................ 23
2.7.4 Método das diferenças finitas ....................................................................... 24
2.7.5 Método dos elementos finitos ....................................................................... 25
2.8 RECALQUE MÁXIMO ADMISSÍVEL EM FUNDAÇÕES RASAS .................................. 26

3. TENSÃO RESISTENTE DE PROJETO, COEFICIENTE DE REAÇÃO


VERTICAL E PROPRIEDADES DO SOLO ............................................................ 32

3.1 TENSÃO RESISTENTE DO PROJETO...................................................................... 32


3.1.1 Métodos teóricos .......................................................................................... 33
3.1.2 Métodos semi-empíricos ............................................................................... 33

xvii
3.1.2.1 Formulações baseadas no ensaio SPT ( Standard Penetration Test) .... 33
3.1.2.2 Formulações baseadas no ensaio CPT (Cone Penetration Test)........... 35
3.1.3 Prova de carga sobre placa ......................................................................... 36
3.2 CÁLCULO DO COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL (KSV) ................................... 36
3.2.1 Aplicação de tabelas de valores típicos ....................................................... 36
3.2.2 Metodologia do ensaio de Placa .................................................................. 40
3.2.3 Analogias com o NSPT ................................................................................... 43
3.2.4 Analogias com a tensão admissível do solo ................................................. 44
3.2.5 Recalque da fundação real ........................................................................... 46
3.3 PROPRIEDADES DOS SOLOS COM UTILIZAÇÃO DE TABELAS ................................ 46
3.3.1 Módulo de elasticidade do solo (ES) ............................................................ 46
3.3.2 Coeficiente de Poisson (ν) ............................................................................ 49
3.3.3 Coesão dos solos, ângulo de atrito e peso específico. ................................. 50

4. ESTUDO DE CASO: ANÁLISE NUMÉRICA DO RADIER........................... 51

4.1 MODELAGEM DO RADIER PARA ESTUDO DE CASO .............................................. 51


4.2 DADOS DA EDIFICAÇÃO PARA PROJETO DE FUNDAÇÃO EM RADIER .................... 53
4.3 PARÂMETROS DO SOLO...................................................................................... 59
4.3.1 Estimativa dos parâmetros geotécnicos da sondagem a percusrsão SPT ... 59
4.3.2 Estimativa dos parâmetros do solo com base no NSPT ............................... 59
4.4 MODELAGEM DA SUPERESTRUTURA DO EDIFÍCIO .............................................. 60
4.4.1 Cargas verticais consideradas ..................................................................... 63
4.5 DADOS PARA DIMENSIONAMENTO DO RADIER ................................................... 67
4.6 MODELAGEM DO RADIER COM UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE DE CYPECAD .......... 71
4.7 PARÂMETROS DOS MATERIAIS PARA SIMULAÇÕES NUMÉRICAS ......................... 77
4.7.1 Concreto para radier .................................................................................... 77
4.7.2 Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal do concreto.. 77
4.7.3 Aço utilizado ................................................................................................. 77
4.7.4 Classe agressividade .................................................................................... 77
4.7.5 Combinações de carga usadas para dimensionamento ............................... 77
4.7.6 Radier ........................................................................................................... 77
4.7.7 Tensão do solo .............................................................................................. 78
4.8 FLUXOGRAMA PARA ESCOLHA DO RADIER ........................................................ 79

xviii
5. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISES ............................................................. 82

5.1 RESULTADOS ..................................................................................................... 82


5.2 TENSÃO ADMISSÍVEL X TENSÃO SOLICITANTE ................................................. 112
5.3 DESLOCAMENTO ADMISSÍVEL X DESLOCAMENTO SOLICITANTE ...................... 116
5.4 QUANTITATIVOS DE MATERIAIS ...................................................................... 119
5.4.1 Espessura constante ................................................................................... 124
5.4.2 Comprimento de borda constante .............................................................. 127
5.4.3 Tensão admissível constante ...................................................................... 128
5.5 CUSTOS ........................................................................................................... 131

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS .................. 140

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ............................................................... 140


6.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ................................................................ 141
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................143
ANEXO I......................................................................................................................148
ANEXO II.....................................................................................................................152

xix
1. INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais sobre o tema

A utilização da solução em radier para fundação de edifícios torna-se cada vez mais
necessária, diante do atual cenário econômico brasileiro. Rapidez e consequentemente
economia na execução são alguns dos principais fatores que incentivam a aplicação do
radier. Diante disso, torna-se necessária a utilização de ferramentas que possibilitem, cada
vez mais, análises geotécnicas/estruturais rigorosas sob o ponto de vista conceitual,
evitando-se, assim, previsões inadequadas e consequentemente, danos estruturais
praticamente irreversíveis, conforme, por exemplo, os representados na Figura 1.1:

Figura 1.1 - Trinca em Alvenaria Estrutural provocada por recalque na fundação.


Fonte: http://estamosricos.com.br/comparacoes/predios-do-minha-casa-no-rio-terao-
que/Acessado em: 19 ago. 2017.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT regulamenta o projeto e a execução


de fundações por meio da Norma NBR 6122, cuja última versão oficial em vigor data de
2010. A primeira norma brasileira de fundações data de 1960 e vem sofrendo constantes
adequações, em função dos principais avanços tecnológicos na área da Geotecnia.
Atualmente, a Comissão CE-002:152.008 de obras geotécnicas e fundações está

1
revisando essa norma. Apresenta-se, na Figura 1.2, a seguir, a evolução da NBR 6122 ao
longo dos últimos 57 anos:

Figura 1.2 – Evolução da NBR 6122 desde sua publicação original.


Fonte: Acervo do autor

Algumas alterações foram feitas visando ao acompanhamento das mudanças existentes


do setor de Construção Civil no decorrer dos anos, sendo as principais delas destacadas
neste trabalho. A propósito dessas alterações, afirma Marzionna (2016) que:

 com relação às cargas que determinarão os esforços solicitantes que serão


considerados nas fundações, as instruções das normas NB 51-1960 a NB 51-1978
eram: seguir as normas da ABNT, considerar os pesos próprios dos elementos
estruturais de fundação, aterros, reaterros e escavações, além de empuxos
hidrostáticos e cargas vibratórias, apenas citando cada um. Entretanto, na norma
NBR 6122-1996 foram criados subtópicos de especificações para diferentes
considerações de empuxos, cargas dinâmicas. Com relação ao peso dos elementos
estruturais e a considerações de aterros ou escavações, houve a inclusão de atrito
negativo e esforços horizontais sobre fundações profundas decorrentes de cargas
assimétricas e os carregamentos foram separados em dois tipos: com
especificação de cada tipo de carregamento ou apenas um tipo de carregamento,
sem especificação das ações combinadas e foram criados fatores de segurança
parciais e fatores globais para cada tipo, respectivamente. Já na norma NBR 6122-
2010, as ações provenientes da superestrutura foram separadas em conjuntos de
esforços para verificação dos estados-limites últimos (ELU) e estados-limites de
serviço (ELS). Os esforços devem ser fornecidos no nível do topo das fundações
(no caso de edifícios, o topo das cintas; no caso de pontes, o topo dos blocos ou
sapatas) ou, no nível da interface, entre os projetos (superestrutura e
fundações/infraestrutura), de tal forma que o nível fique bem caracterizado,

2
havendo agora a separação entre ações permanentes, variáveis e excepcionais.
Além disso, nessa norma há a adição de especificações de considerações de ações
decorrentes do terreno, de água superficial e subterrânea, excepcionais, interação
fundação-estrutura, alívio de cargas devido a vigas alavanca e atrito negativo.

 com referência ao efeito de vento, nas especificações da NB 51-1960 A NB 51-


1978, tem-se que eram aceitos 30% de acréscimo nos valores admissíveis das
taxas no terreno e das cargas nas estacas e tubulões, sendo que os valores
admissíveis não poderiam ser ultrapassados quando eram consideradas cargas
permanentes e acidentais, tanto em edifícios quanto em pontes. Essas
especificações foram mantidas na norma NBR 6122-1996, ao passo que, na NBR
6122-2010, foram estabelecidas novas especificações, considerando-se diferenças
aplicáveis quando o vento é a carga principal ou não e também foram
estabelecidos distintos critérios para torres de linha de transmissão, torres de
telecomunicações, galpões industriais, silos graneleiros, torres eólicas,
reservatórios elevados e tanques de armazenamento de produtos químicos.

 para fundações em superfície, a metodologia para cálculo da tensão admissível foi


alterada. Primeiramente, a própria denominação, que, normas NB 51-1960, NB
51-1978 e na NBR 6122-1980, era “pressão admissível”, foi substituída por
“tensão admissível” apenas a partir da NBR 6122-1996, sendo mantida, a partir
daí. Na NB 51-1978, recomendava-se a aplicação de fator de segurança
preconizado pelo autor da teoria ou superior a três, prova de carga em placa ou
tabelas baseadas na tradição local. A partir da NBR 6122-1996, houve o
estabelecimento de critérios para determinação da pressão admissível e sua
respectiva descrição: métodos teóricos, carga de prova sobre placa, semi-
empíricos e empíricos. Na norma NBR 6122-1996, o nome “tensão admissível”
também foi denominado de tensão resistente de projeto e fundações superficiais
também foram conhecidas como rasas ou diretas. Com relação aos critérios de
determinação da tensão admissível, foram considerados novos fatores; entre eles,
a influência do lençol d’água, encharcamento do solo, inclinação de carga ou
terreno etc. Adicionalmente, na NBR 6122-2010 foi descrita a determinação da
tensão admissível no estado-limite de serviço (ELS), e não apenas ao estado-limite

3
último, como era anteriormente, além de dimensionamentos específicos para
sapatas e blocos (fundação rasa).

 para fundações tipo estaca, nas normas NB 51-1960 a NB 51-1978, a carga


admissível pode ser determinada por fórmulas estáticas, prova de carga e
correlações. Com referência à prova de carga, se o recalque admissível para uma
estaca isolada for especificado, a carga admissível deverá ser obrigatoriamente
fixada por meio de prova de carga. Já no caso de correlações, elas devem ser
devidamente justificadas e incluem as chamadas fórmulas dinâmicas, desde que
sejam usados coeficientes de seguranças determinados experimentalmente. Na
norma NBR 6122-1996, a determinação da carga admissível foi dada pelo menor
valor entre o ponto de vista geotécnico e a partir da segurança à ruptura, ressalvada
a ocorrência de atrito negativo. Na norma NBR 6122-2010, a carga admissível
também é conhecida como carga resistente de cálculo, e certos fatores devem ser
considerados para a sua determinação, tais como posição do nível d’água, alívio
de tensões, ocorrência de atrito negativo e esforços horizontais devido a
carregamentos assimétricos, geometria dos elementos de fundação e recalques,
entre outros. Quanto aos métodos para determinação da carga admissível, prevê-
se que sejam a partir de prova de carga, métodos estáticos, ensaios de
carregamento dinâmico, estado-limite de serviço (ELS) e fórmulas dinâmicas.

Estão sendo propostas diversas mudanças, visando ao melhor controle da qualidade


executiva dos diversos modelos de fundações, bem como à melhoria dos materiais
utilizados para execução de obras geotécnicas. A propósito, eis alguns pontos de
mudanças que estão sendo propostos na atual revisão da norma NBR 6122-2010,
conforme as informações obtidas durante a reunião da comissão CE-002:152. 008 em
2017:

 em referência às investigações geotécnicas, quando elas não são suficientes para


conhecimento das características do solo, está sendo acrescentado um item, para
que as investigações preliminares utilizem diversos ensaios (ensaio de cone
CPTU, ensaio de placa, sondagens rotativas, ensaios de laboratório, ensaio
triaxial, ensaio de adensamento, e ensaio de colapsibilidade, entre outros) para

4
obtenção de respostas mais conclusivas;

 no item “ações nas fundações”, quanto ao subitem “análise de interação fundação-


estrutura” estão sendo propostos alguns tópicos especificando a importância desse
parâmetro para o dimensionamento de fundações;

 para o item de segurança, os fatores de segurança para fundações rasas (diretas ou


superficiais), propõe-se um coeficiente de minoração gf e gm de 1,4
independentemente do método a ser utilizado para determinação da resistência
última;

 para fundações profundas, no item “estaca moldada in loco”, será incluída uma
nova tabela para parâmetros de dimensionamento. As resistências dos concretos,
nessa revisão, estão com os fck maiores, sendo que a maior parte das estacas e
tubulões terá seu fck entre C25 a C40, e as taxas de armaduras estão sendo
reduzidas para 0,4% da área de concreto, e se está incluindo o item “classe de
agressividade ambiental”;

 com relação à análise de confiabilidade/estatísticas nos projetos de fundação, a


norma 6122, versão atualmente válida e em revisão, os valores-limites de projeto
devem considerar a confiabilidade de acordo com o estabelecimento dos valores
de deslocamento aceitáveis, não sendo proposta mudança alguma quanto a dados
estatísticos.

1.2 Justificativa desta dissertação

Até hoje, no Brasil, poucos trabalhos foram desenvolvidos sobre o tema comportamento
de radier como fundações para edificações residenciais prediais. Na região metropolitana
do Estado de Minas Gerias, diversos projetistas de fundações têm utilizado esse tipo de
fundação frequentemente. Assim sendo, é importante que se conheça o comportamento
desse tipo de fundação, para seu dimensionamento rigoroso, atendendo, dessa maneira,
os critérios mínimos exigidos pela NBR 6122-2010, atualmente em revisão. Salienta-se,

5
ainda, que norma em vigor não estabelece diretrizes para utilização desse tipo de
fundação.

A necessidade de se desenvolver uma sistemática de análise e de previsão do


comportamento de radier e uma estimativa de espessura de placa que considerem a
interação entre o radier e o solo motivaram a realização deste trabalho.

1.3 Objetivo desta dissertação

Este trabalho tem por objetivo geral analisar o comportamento de radier como tipo de
fundação para edificações residenciais prediais e, para isso serão analisados:

 a geometria do radier em planta e elevação, fazendo avaliação das condições de


contorno, levando em consideração o tipo de solo, a dimensão da borda e ainda a
espessura da placa;

 Os esforços solicitantes sobre a placa provenientes das cargas verticais da


estrutura aplicados sobre o radier. Será realizado um estudo dos valores dos
esforços obtidos através de simulação numérica em elementos finitos MEF
utilizando software CYPECAD;

 verificação das tensões referentes ao estado limites últimos: tensão solicitante


versus tensão admissível e estado limites de serviços: deslocamento/recalque nos
radiers, visando avaliar se estes parâmetros estão dentro dos limites aceitáveis e
admissíveis pela norma NBR 6122-2010; e

 estimativa de consumo de materiais dos modelos de radiers simulados,


objetivando fazer uma análise de insumos: fôrma, concreto e aço, e ainda trazer
o custo de cada modelo. Esta estimativa tem como objetivo trazer números ao
setor produtivo da Engenharia e construção civil.

6
1.4 Síntese e organização desta dissertação

Esta dissertação divide-se em seis capítulos, elaborados e organizados segundo uma


sequência lógica, objetivando facilitar a leitura e possibilitar melhor entendimento do
assunto abordado. Apresenta-se, a seguir, breve síntese do conteúdo de cada capítulo.

No Capítulo 1, apresentam-se considerações iniciais sobre o tema, os objetivos deste


trabalho, as justificativas que motivaram a pesquisa cujos resultados se registram aqui e
a organização desta dissertação.

No Capítulo 2, apresenta-se breve revisão bibliográfica sobre o tema radier, enfatizando-


se os principais modelos existentes de radier e sua classificação quanto à sua rigidez e a
alguns métodos de cálculos para esse tipo de fundação.

No Capítulo 3, abordam-se o tema tensão resistente de projeto descrevendo as principais


propriedades dos solos e diversas tabelas para dimensionamento geotécnico utilizadas
para se obter as variáveis utilizadas para se calcular o radier.

O Capítulo 4 contempla um estudo de caso de uma obra, apresentando os materiais e os


métodos que foram utilizados para a modelagem da fundação em radier. Nesse capítulo,
apresentam-se, ainda, considerações sobre o tipo de programa de Método dos Elementos
Finitos (MEF) utilizado na modelagem dessa fundação.

No Capítulo 5, apresentam-se os modelos de malha em elementos finitos utilizada para


a modelagem do radier, com seus resultados de tensões e deslocamentos para cada modelo
analisado. De posse dos resultados, comparam-se modelos, verificando-se suas
solicitações de tensão-deslocamento e o consumo de insumos: forma, concreto e armação
encontrados para cada radier.

Finalmente, apresentam-se, no Capítulo 6, conclusões e considerações finais, sugestões


e propostas para trabalhos futuros.

7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Justificativa de relevância do tema escolhido

O efeito dos esforços verticais provenientes da superestrutura ao serem distribuídas nas


fundações geram tensões que provocam deformações no solo, que serve como elemento
de suporte a fundação. Prever o comportamento tensão-deslocamento da fundação do tipo
radier, é fundamental para a escolha de um modelo que seja utilizado de uma forma
eficiente para as edificações, no que tange a segurança estrutural.

Nos tempos atuais diversas patologias nas estruturas de fundações vêm surgindo, devido
a estimativas imprecisas para aplicação deste tipo de fundação. Assim é de grande
importância ser realizada uma análise de maneira rigorosa e consistente da tensão e
deformação para os radiers, pois caso estes critérios estabelecidos não sejam levados em
consideração pelos projetistas, poderão causar sérios problemas estruturais nas
edificações de uma maneira irreversível.

Zhu, Lee e Law (2003) mostraram um procedimento paralelo ao de superposição de


Terzaghi (1955), que é o mais usado para cálculo da capacidade de carga admissível de
fundações do tipo radier. Entretanto, ocorrem erros que não ultrapassam 10%, em ambas
as metodologias, trazendo modificações de formulários e justificativas de uso de
procedimentos convencionais, como o de Terzaghi (1955).

Brandi (2004), por sua vez, apresenta resultados da criação de dois protótipos de radier
que foram apoiados em dois tipos diferentes de solos, sendo um de argila mole e, o outro,
de argila mole com contribuição de colunas de areia. A partir de resultados comparativos
de parâmetros geotécnicos do solo, recalques e resistência a diferentes níveis de
carregamentos, justificou-se o uso de radier para habitações de baixo custo.

Dória (2007), por seu turno, apresenta um estudo de caso avaliando a viabilidade do radier
em concreto protendido em relação ao radier convencional em concreto armado. Para essa
análise, fez uso do software TQS, que lhe possibilitou avaliar a influência da rigidez do

8
solo na definição da geometria da fundação. Por fim, uma abordagem em termos de
consumo de material foi feita (aço, concreto e fôrma).

Já Pordeus (2009) apresenta a fundação do tipo radier como alternativa para construção
de habitações de pequeno porte, tendo trabalhado com o software CYPECAD para
subsidiar os estudos de viabilidade da melhor escolha da fundação e, por fim, foi realizada
uma estimativa de custo.

Estudos de Kolay, Kumar e Tiwari (2013), por sua vez, apontam significativo aumento
de capacidade de carga admissível de solos siltosos com adição de areia e geogrelha em
diferentes profundidades. Seus resultados mostraram considerável aumento, de cerca de
17%, da capacidade de carga admissível com o uso de geogrelha. Esse trabalho demonstra
formas de melhoria de resistência do solo para implementação de radier com número
maior de pavimentos.

Poulos e Badelow (2015) apresentam um estudo de caso em Dubai (nos Emirados Árabes
Unidos) onde uma série de ensaios de campo e laboratório é realizada para a obtenção de
parâmetros de resistência e deformabilidade do maciço geotécnico em estudo, visando à
elaboração um projeto de fundação do tipo rasa.

Bahia (2015) apresenta no seu trabalho análise através de diversos métodos numéricos
sobre a influência da interação solo-estrutura no comportamento global da estrutura.
Além disso, por meio dos programas CAD/TQS e GARP, mostrou a importância desta
interação nos esforços das edificações e nos recalques de diversas fundações, inclusive a
do tipo radier.

Garcia (2015) estuda o comportamento de quatro modelos de radiers estaqueados, com


objetivo de analisar a distribuição de carga ao longo da profundidade da estaca e também
avalia a contribuição de cada componente do radier estaqueado (radier/estaca)

9
2.2. O que é radier

Segundo Velloso e Lopes (2010), radier é um tipo de fundação superficial na qual toda a
carga da edificação é transferida para uma laje maciça de concreto. Trata-se de uma
fundação direta que distribui uniformemente todo o peso da edificação no terreno,
podendo ser utilizado em variados tipos de solos, desde que seja feita uma análise
conjunta do cálculo estrutural e do estudo da capacidade de carga do maciço geotécnico.
Segundo a NBR 6122-2010, radier é o elemento de fundação superficial que abrange parte
dos, ou todos os pilares de uma estrutura, distribuindo-lhe os carregamentos. A Figura 2.1
ilustra uma fundação do tipo radier:

Figura 2.1 - Fundação tipo radier executada.


Fonte: Acervo do autor.

2.3. Tipos de radier

Os radiers podem ter diversas características; dependendo do tipo do projeto, esses


elementos podem possuir diversas formas e os mais usados são dos tipos:
 radier em concreto simples ou reforçado com fibras;
 radier em concreto armado; e
 radier em concreto protendido.

10
Em todos os casos, o elemento de fundação deve resistir aos esforços pontuais de cada
pilar ou ser distribuído como paredes estruturais, além de suportar eventuais pressões do
lençol freático.

Quanto às espessuras dos radiers não existem critérios definidos, pois não há uma norma
específica para este tipo de fundação, porém recomenda-se as seguintes espessuras
baseados na indicação da NBR 6118-2014 item 13.2.4.1 que trata de espessuras mínimas
de lajes maciças:

 10 cm para lajes que suportam veículos de peso total menor ou igual a 30kN;
 12 cm para lajes que suportam veículos de peso total maior que 30kN;
 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes tipo-cogumelos, fora do capital.

2.3.1 Radier de concreto simples

Os radiers de concreto simples são aqueles usados para pequenas edificações; em geral,
pequenas obras residenciais: casas de um pavimento e, ainda, quando se dispõe de um
terreno com tensão admissível cujos valores superam os das cargas que serão aplicadas
sobre essa fundação.

A principal característica desse modelo de radier é não usar armadura alguma, seja ela de
flexão ou compressão, devido à composição dessa estrutura que trabalha somente com a
resistência característica de concreto fck, utilizada para suportar as cargas provenientes
dos esforços da estrutura, que são somente de esforço de compressão. A Figura 2.2 mostra
como é uma fundação tipo radier de concreto simples:

11
Figura 2.2 - Fundação tipo Radier concreto simples.
Fonte: Acervo do autor.

2.3.2 Radier de concreto armado

O modelo de radier mais usual é o de concreto armado, indicado para a construção de


casas e de edifícios com número médio de dois a seis pavimentos. Esse tipo de radier
pode ter diversos modelos estruturais.

Segundo Velloso (2010), os tipos de radier em concreto armado existente são:


 radier estaqueado;
 radier tipo caixão perdido; e
 radier nervurado.

A Figura 2.3 ilustra como é a estrutura do radier antes da concretagem, com a disposição
da armadura em tela armada e a da lona para impermeabilização:

12
Figura 2.3 – Disposição da lona e da armadura de radier de concreto armado.
Fonte: Acervo do autor.

A Figura 2.4 mostra a fase de concretagem do radier em concreto armado:

Figura 2.4 – Concretagem de radier em concreto armado.


Fonte: Acervo do autor.

13
2.3.3 Radier de concreto protendido

O radier protendido tem aplicação em projetos cujas dimensões de edificações sejam


superiores às de uso residencial ou em edificações mais altas, podendo ser projetados para
plantas de até doze pavimentos. Nesse tipo de radier, o concreto apresenta tensões internas
que são induzidas por meio das barras de aço tracionadas. Pode ser uma solução
interessante, quando se pretende diminuir o consumo de concreto, em comparação ao
concreto armado. A Figura 2.5 ilustra o processo de montagem do radier de concreto
protendido e a Figura 2.6 mostra, com detalhes, a protensão das barras em cordoalha
engraxada:

Figura 2.5 – Concretagem de radier em concreto protendido.


Fonte: SOUZA, 2016.

14
Figura 2.6 – Detalhe da protensão das barras em cordoalha engraxada.
Fonte: SOUZA, 2016.

2.3.4 Radier estaqueado

A maior diferença entre o radier estaqueado e um bloco sobre estaca é que, neste último
modelo, o bloco de coroamento pode estar ou não em contato com o solo, trabalhando
somente a interação bloco e estaca. No caso de fundação com radier estaqueado,
consideram-se, para o cálculo da capacidade de carga, tanto a parcela do elemento de
fundação rasa (radier) quanto a do elemento de fundação profunda (estacas), sendo
composto, portanto, por três elementos: estaca, radier e solo. Esse tipo de fundação é
recomendado para altas cargas prediais, por ser um modelo estrutural que apresenta
melhor distribuição de cargas sobre o radier, juntamente com as estacas, apresentando
uma nova dimensão para a interação solo-estrutura. Segundo Ahner, Soukhov e Konig
(1998), o dimensionamento das estacas para esse tipo de fundação apresenta valores de
cargas de serviços próximos à carga de ruptura da estaca. Por efeito desta interação, ocorre
uma redução de recalques e dos custos finais, devido a redução das dimensões dos
elementos de fundação (radier e estacas) em relação a escolha de outros tipos de
fundações profundas, se estas fossem escolhidas, apesar da rigidez do solo aumentar com

15
a profundidade. A Figura 2.7 mostra a diferença entre uma estaca isolada (Figura 2.7(a)),
um conjunto clássico de estacas (Figura 2.7(b)) e o radier estaqueado (Figura. 2.7(c)):

Figura 2.7 – Estaca isolada (a), grupo de estacas convencionais (b) e radier estaqueado
(c).
Fonte: BEZERRA, 2003.

A Figura 2.8 ilustra o projeto de um radier estaqueado para os modelos prediais que serão
analisados posteriormente:

Figura 2.8 - Projeto de radier estaqueado.


Fonte: ROBERTO, 2012.

16
2.3.5 Radier tipo caixão perdido

Os radiers denominados como de tipo caixão perdido são tipos de estruturas de fundação
nos quais há utilização de cintas de fundações acopladas à laje, de maneira normal ou de
forma invertida. Esse modelo de radier tem por característica a utilização de formas nas
bordas externas e internas da laje (cintas de fundação). Ao serem deixadas essas cintas
nas bordas ou intermediárias, existe a opção, ainda, de ser feita uma outra laje,
integralizando-se essas cintas. Sua principal característica é que existe a perda da forma
entre a laje e as cintas; advém daí a denominação “caixão perdido”. Esse tipo de radier
tem alto custo de construção, porém, apresenta a vantagem de ser um radier rígido.
A figura 2.9 ilustra o radier tipo caixão perdido, assim como o seu corte correspondente
em uma laje de fundação:

Figura 2.9 – Radier tipo caixão perdido

17
2.3.6 Radier nervurado
O radier nervurado é executado por meio de nervuras secundárias e principais. Colocadas
sob cintas, essas nervuras têm a possibilidade de serem tanto inferiores quanto superiores.
Para nervuras superiores, é necessário adicionar agregado, para planar a superfície do
piso. Com relação às nervuras inferiores, a sua execução tem de ser sobre a escavação. A
Figura 2.10 ilustra o radier nervurado e seu respectivo corte na estrutura:

Figura 2.10 – Representação do radier nervurado.

18
2.4 Classificação dos radiers quanto à rigidez

A laje de fundação denominada radier pode ser do tipo flexível (quando não tem vigas de
concreto) ou rígido (quando tem vigas de concreto, para aumentar a sua rigidez). A opção
por um ou outro modelo depende da resistência do solo, das cargas atuantes sobre o radier,
da intensidade e da aplicação das ações da estrutura e, ainda, da forma geométrica que se
deseja projetar. Para radiers de grande rigidez, como radier nervurado e radier caixão
perdido, por exemplo, divide-se a laje de fundação em dois conjuntos de faixas
ortogonais, com o intuito de se conferir grande rigidez à placa do radier.

2.5 Pressão de contato

A pressão de contato é a tensão normal vertical sobre o elemento de fundação, gerada


pelos esforços solicitantes da estrutura. A distribuição dessa tensão, assim como os
recalques gerados no solo, varia de acordo com as características do maciço onde a
fundação está apoiada, do tipo de carregamento, da profundidade de apoio e da rigidez à
flexão do elemento de fundação.

As definições e as diferenças entre uma fundação direta rígida e uma flexível estão
diretamente relacionadas rigidez do solo. Para fundações consideradas rígidas, o recalque
permanece o mesmo, independentemente do solo onde estão apoiadas, sejam eles
granulares ou elásticos, havendo alteração apenas da pressão de contato. Em fundações
consideradas flexíveis, um carregamento uniforme gera pressões de contatos uniformes,
porém o recalque é maior no centro da placa, quando ela está apoiada em solo elástico,
ou predominantemente argiloso, e maior nas extremidades, quando o solo é granular. A
Figura 2.11, a seguir, mostra a distribuição de tensões e os mencionados recalques:

19
Figura 2.11 – Distribuição da pressão de contato e recalques em diferentes situações
Fonte: BRANDI, 2004 apud PORTO 2010.

2.6 Vantagens e desvantagens do uso da fundação do tipo radier

As estruturas de fundação do tipo radier apresentam aspectos positivos e aspectos


negativos, sejam eles pelas próprias propriedades da estrutura, pelas características de
mão-de-obra ou pela necessidade de manutenções.

Dentre as vantagens do uso desse tipo de fundação, destacam-se:

 possibilidade de trabalhar com solos de baixa capacidade de carga;


 Dispensável a realização de grandes escavações, intensos movimentos de terra e
montagem e/ou instalação de formas complexas;
 diminuição do tempo de execução;
 ser viável economicamente, quando comparado ao uso de sapatas corridas;
 redução de mão-de-obra;
 uniformização de recalques diferenciais; e

20
 possibilidade de trabalho com lençóis freáticos próximos da superfície.

São desvantagens observadas no emprego de uma fundação do tipo radier:

 inexistência de uma norma brasileira específica para projetos e execução de lajes


sobre solos;
 necessidade de execução de instalações sanitárias, hidráulicas e elétricas em
perfeito estado, devido à impossibilidade de cortes posteriores de manutenção no
radier;
 dependência de alto grau de confiabilidade do relatório de sondagem; e
 impossibilidade de execução em terrenos inclinados.

2.7 Métodos para cálculo de radier

Segundo Velloso e Lopes (2010), foram apresentados diferentes métodos de cálculo para
fundações do tipo radier, sendo importante destacar os seguintes: método estático, método
da placa sobre solo de Winkler; sistema de vigas sobre base elástica; método das
diferenças finitas e método dos elementos finitos.

2.7.1 Método estático

No método estático, há a separação de radier rígido e radier flexível, sendo que, no


primeiro, tem-se a variação de pressão linearmente sob o radier e, no segundo, as pressões
são uniformes nas áreas de influência dos pilares. As diferentes situações do método
estático podem ser conhecidas também pelos seguintes termos: cálculo com variação de
pressões e cálculo de influência de pilares, respectivamente. Cumpre ressaltar que
recalques não são considerados nesse método, uma vez que o equilíbrio é dado apenas
pela igualdade das cargas atuantes com a reação do solo.

Para o primeiro tipo de cálculo citado, indicado para radiers dos tipos nervurado e caixão,
as pressões de contato são dadas de acordo com a resultante do carregamento em questão.
Os radiers desse tipo apresentam grande rigidez relativa e o cálculo das faixas ortogonais
é feito analisando-se cada uma delas como sendo uma viga de fundação independente.

21
2.7.2 Método da placa sobre solo de Winkler

No método da placa sobre solo de Winkler, considera-se uma placa assente sobre um
sistema de molas, de forma tal que haja proporcionalidade linear entre os recalques e as
pressões de contato, como mostra a Equação 2.3:

𝐾 = (2.3)

em que:
Kv = coeficiente de reação vertical
q = pressão de contato
w = recalque existente

Para o cálculo da rigidez D da placa do radier, utiliza-se a Equação 2.4:

𝐸 .ℎ
𝐷=
12(1 − 𝑣 ) (2.4)

em que:
Ec = módulo de Young do material da placa
ν = coeficiente de Poisson do material da placa
h = espessura da placa

Há, também, um outro método que é baseado na teoria de Winkler. Trata-se do método
do ACI (American Concrete Institute), que é aplicável a fundações de radiers lisos e
flexíveis. Primeiramente, calculam-se os esforços solicitantes em cada ponto da placa que
é gerado por cada pilar e, em seguida, somam-se todos os valores encontrados.

Basicamente, calcula-se o valor da rigidez, com a Equação 2.4, escolhe-se o número de


pontos da placa, calculam-se os esforços solicitantes para cada pilar e somam-se,
algebricamente, os valores para cada ponto.

Desenvolvido por Winkler, em 1867, esse modelo faz o estudo de diferentes

22
comportamentos de vigas em fundações elásticas, considerando o solo como sendo um
conjunto de molas que trabalham independentes umas das outras e que são linearmente
elásticas, além do que a deformação em questão existe apenas nas regiões onde há
presença de carga, como ilustra a Figura 2.12:

Figura 2.12 - Elementos de placa sobre conjunto de molas.


Fonte: ZHANG et al. 2014.

2.7.3 Sistema de vigas sobre base elástica

No sistema de vigas sobre base elástica, também baseado na teoria de Winkler, tem-se a
separação do radier em duas faixar ortogonais, variando de acordo com a geometria e a
distribuição dos pilares, sendo que cada uma das faixas é analisada como uma viga de
fundação isolada sobre base elástica. A Figura 2.13 ilustra a situação descrita:

23
Figura 2.13 - Demonstração da separação do radier em duas faixas ortogonais.
Fonte: Adaptado de VELLOSO e LOPES, 2010.

Destaca-se que para cada direção analisada deve-se somar a totalidade das cargas nos
pilares e a metodologia de cálculo é baseada no modelo de Winkler.

2.7.4 Método das diferenças finitas

No método das diferenças finitas, ocorre a geração de uma malha, onde no seu cruzamento
é denominado de “ponto de análise”, sendo que este ponto se relacionam os
deslocamentos com outro ponto mais próximo. Caso haja uma carga concentrada, ela é
distribuída ao longo dos respectivos pontos próximos a ela ou em um ponto apenas, se ela
estiver centrada nele.

O cálculo é feito usando-se uma equação diferencial (Equação 2.6), de acordo com
Ribeiro (2010):

𝜕 . 𝑤 2. 𝜕 . 𝑤 𝜕 . 𝑤 𝑝 𝑘 . 𝑤 𝑝 (2.6)
+ + = − +
𝜕𝑥 𝜕𝑥 . 𝜕𝑦 𝜕. 𝑦 𝐷 𝐷 𝐷. ∆𝑥. ∆𝑦

Em que:
D = Rigidez da placa;
E = módulo de elasticidade do material da placa;

24
µ = coeficiente de Poisson do material da placa;
w = deslocamento do ponto em questão;
k0 = coeficiente de reação vertical do solo;
x = faixa do eixo x analisada; e
y = faixa do eixo y analisada.

2.7.5 Método dos elementos finitos

O método de elementos finitos é usado para análises bidimensionais e tridimensionais da


estrutura e, resumidamente, é baseado no uso de funções aproximadas para ilustrar o
campo de deslocamentos em cada elemento, em que o radier é representado por elementos
de placa e o solo por molas ou apoios elásticos. Uma segunda forma de análise representa
o solo como elementos sólidos e os radiers como elementos sólidos ou de placa; porém,
é considerado muito complexo, por considerar, também, a heterogeneidade espacial do
solo.

Destaca-se que, nesse modelo, podem-se considerar complicadas geometrias e variação


do solo no plano horizontal. Se os elementos de placa estiverem indisponíveis, haverá
substituição das faixas do radier por elementos unidimensionais que, em conjunto,
resultam em um modelo tipo grelha, como ilustrado na Figura 2.14:

Figura 2.14 - Detalhamento dos elementos de placa no método de elementos finitos.


Fonte: VELLOSO e LOPES, 2010 apud PORTO, 2010.

25
Os resultados encontrados nesse método são influenciados pelo refinamento da malha e
pelo tipo de método de elementos finitos empregado; logo, é necessária uma
familiarização com o método utilizado.

De acordo com Bowles (1988), esse método apresenta algumas vantagens, principalmente
se comparado com o modelo das diferenças finitas, tais como: permissão de consideração
de condições de contorno, facilidade para utilizar placas circulares e facilidade de
programar para reentrâncias e furos.

2.8 Recalque máximo admissível em fundações rasas

Entende-se por recalque o valor do deslocamento (afundamento) da fundação devido às


solicitações verticais existentes. Os recalques podem ser divididos em:

 total (S): representa o máximo deslocamento existente num certo ponto;

 diferencial (δ): diferença de recalques entre dois pontos quaisquer;

 recalque diferencial específico ou distorção angular (β): razão entre o recalque


diferencial e a distância os dois pontos escolhidos;

 desaprumo(ω): recalque específico diferencial entre dois pontos extremos da


fundação.

A Figura 2.15 mostra os tipos de recalque descritos:

26
Figura 2.15 – Deslocamento de uma estrutura
Fonte: Adaptado da NBR 6122 -2010 apud PORTO, 2010.

O maior deslocamento que a estrutura pode ter, atendendo as condições mínimas de


segurança e trabalhabilidade, sem a ocorrência de danos inaceitáveis, é denominado
recalque máximo admissível. Os danos citados são classificados em:

 danos estruturais: são aqueles causados à própria estrutura, como, por exemplo,
trincas, rachaduras e ruptura de um ou vários elementos estruturais, como lajes, pilares e
vigas, comprometendo a sua estabilidade;

 danos arquitetônicos: também conhecidos como estéticos ou de aparência visual


da construção, são trincas, rachaduras e ruptura de um ou vários elementos não-
estruturais, como alvenarias;

 danos funcionais: também conhecidos como de uso da construção, são danos


causados devido à funcionalidade errada de alguns elementos. Por exemplo: desaprumo
do edifício, que causa desgaste excessivo de elevadores e inversão de declividades de
pisos e tubulações; rompimento e variações de declividades de tubulações por recalques
totais excessivos e emperramento de portas e janelas, causando trincas.

27
Enfatizando-se os danos apenas estéticos, dependem do grau de aceitação do cliente o
fato da possibilidade de existirem ou não danos visíveis e dos respectivos graus de danos.
Diferentes tipos de solos refletem distintos tipos de recalques, sendo que o recalque numa
velocidade menor, característico do adensamento de solos argilosos saturados, é melhor
absorvido do que recalques rápidos, característicos de solos arenosos.

Uma correta fixação dos recalques admissíveis só é possível mediante análise do recalque
gerado de acordo com o esforço aplicado, estabelecendo-se uma correlação com o
surgimento dos danos. Skempton e Macdonald’s (1955) recomendam, a partir de suas
observações, os seguintes valores de recalque admissível, sendo que os valores entre
parênteses refletem os intervalos de recalques recomendados, de acordo com a Tabela
2.1:

Tabela 2.1 - Recalque máximo admissível.


Fonte: SKEMPTON e MACDONALD’S, 1955.

FUNDAÇÕES
TIPO DE RECALQUE RADIERS
ISOLADAS
Distorção angular (β) 1/300
Recalque diferencial máximo (δ)
Argilas (mm) 45 - (35)
Areias (mm) 35 - (25)
Recalque total (S)
Argilas (mm) 75 - (60) 75 a 125 (60 a 100)
Areias (mm) 50 - (35) 50 a 75 - (35 a 60)

Skempton e Macdonald’s (1955) sugerem valores-limites de distância entre pilares ou


vão livres para distorção angular (β) igual a 1/300: para segurança de não-aparecimento
de trincas em paredes de edifícios, e iguais a 1/150: para não-ocorrência de danos
estruturais em vigas e colunas de edifícios prediais.

De acordo com Bjerrum (1963), é possível relacionar os danos observados com limites
totais e diferenciais de areias e argilas, estabelecendo-se limites de distorção angular,
como mostra a Figura 2.16:

28
Figura 2.16 – Distorções angulares e seus efeitos.
Fonte: BJERRUM, 1963 apud PORTO, 2010.

Considerando esses elementos, Bjerrum (1963) criou gráficos (Figura 2.17 e Figura 2.18)
que correlacionam a distorção angular e o recalque encontrado para areias e argilas,
respectivamente:

Figura 2.17 – Recalques diferenciais e totais em areias.


Fonte: BJERRUM,1963.
29
Figura 2.18 - Recalques diferenciais e totais em argilas.
Fonte: BJERRUM, 1963.

De acordo com a Figura 2.16, percebe-se que o limite para obras prediais onde não se
permite fissuramento, tem-se que β = 1/500, sendo mais cauteloso, e admitindo apenas
início do fissuramento em alvenarias tem-se que β = 1/300, logo tem-se os seguintes
recalques admissíveis, demonstrados na Tabela 2.2:

Tabela 2.2 – Recalques diferenciais admissíveis.


Fonte: BJERRUM, 1963.

RECALQUE
TIPO DE DISTORÇÃO RECALQUE TIPO DE
DIFERENCIAL
SOLO ANGULAR TOTAL (S) ESTRUTURA
(δ) - mm
Areia 25 25 -
1/500 25 30 Flexível
Argila
25 50 Rígida

Areia 45 45
1/300 45 65 Flexível
Argila
45 100 Rígida

Burtland et al. (1977) consideram valores de recalque admissível em estruturas usuais


conforme as considerações:

30
 para areias: δ = 25 mm e S = 40 mm (sapatas isoladas), S = 65 mm (radier)
 para argilas δ = 40 mm e S = 65 mm (sapatas isoladas), S = 65 mm a 100 mm
(radier).

31
3. TENSÃO RESISTENTE DE PROJETO, COEFICIENTE DE REAÇÃO
VERTICAL E PROPRIEDADES DO SOLO

3.1 Tensão resistente do projeto

De acordo com a NBR 6122-2010, dependendo das características do solo e do terreno


em análise, pode haver a necessidade de se dividir a área em regiões representativas de
solo. Sendo assim, diferentemente de determinar as características como tensão
admissível do solo como um todo, pode ser que existam diferentes valores de tensão
admissível para cada região representativa.

Para o cálculo da tensão admissível (σadm) de projeto, seja ela para a obra ou para as
regiões representativas, deve aplicar o fator de segurança (FS), de acordo com o método
utilizado, sobre a tensão média encontrada (σr), de acordo com a Equação 3.1:

𝜎 = (3.1)

É importante destacar, que após a determinação da tensão admissível, é necessário


garantir que essa tensão não ocasionará recalques maiores do que o recalque admissível
ρa. Caso essa afirmação não seja verdadeira, a tensão admissível deve ser aquela
responsável por provocar o recalque admissível.

A tensão admissível do solo é obtida introduzindo-se fatores de segurança sobre a tensão


de ruptura e, como mencionado anteriormente, cada método de cálculo tem seu próprio
conjunto de fatores de segurança.

A NBR 6122-2010 menciona três critérios que podem ser utilizados para a determinação
da tensão admissível, no qual se converteram em métodos:

● métodos teóricos: teoria de Terzaghi com fatores de Vesic ou outros;


● métodos semi-empíricos: utilizados para estimativa de fundação tendo como
característica a interpretação de ensaios (SPT, CPT e outros), tendo-se como

32
referência os métodos de: Godoy, Decourt-Quaresma, etc.; e
● prova de carga sobre placa.

Quanto aos três métodos citados acima, no presente trabalho optou-se por utilizar os
métodos semi-empíricos, devido à sua grande aplicação e facilidade para retirada de
parâmetros de resistência do solo, uma vez que há a possibilidade de utilização de
formulações já conhecidas e difundidas no meio técnico. Destacam-se, dentre os métodos
semi-empíricos as correlações possíveis com o NSPT.

3.1.1 Métodos teóricos

De acordo com a NBR 6122-2010, os métodos teóricos são aqueles que contêm todas as
singularidades do projeto, tais como natureza do carregamento (drenado ou não drenado)
e se enquadram nos modelos analíticos; ou seja: teorias de capacidade de carga. Dentre
os métodos que merecem destaque, estão os métodos de Terzaghi, Brinch-Hansen,
Meyerhof e Vesic.

3.1.2 Métodos semi-empíricos

Segundo a NBR 6122-2010, os métodos semi-empíricos permitem determinar o valor de


capacidade de carga de uma fundação direta por meio dos valores do índice de resistência
a penetração (NSPT) do SPT ou da resistência de ponta (qc) do CPT. Para o fator de
segurança global na inexistência de prova de carga deve-se considerar o valor igual a 3,0.

Segundo Mello (1975) é preciso ter critérios para analisar a validade e a origem de
determinados formulários como se fossem de bolso, antecipadamente para sua aplicação,
a fim de evitar que a ocorrência de erros que poderão ser prejudiciais, ultrapassando o
campo experimental de onde estas formulações tiveram origem. Porém, contudo estas
correlações já estão consagradas na prática de projetos de fundações diretas.

3.1.2.1 Formulações baseadas no ensaio SPT ( Standard Penetration Test)

Segundo Schnaid (2000), o SPT é considerado o instrumento de investigação mais

33
conhecido, usado e economicamente mais viável do mundo. Possibilitando o
reconhecimento do aspecto de solos coesivos e de rochas brandas e também identificação
da densidade de solos granulares. Porém cita-se os seguintes pontos que podem interferir
na qualidade de resultado do ensaio SPT:

 a técnica de escavação, como o método de estabilização;


 equipamentos como martelo, hastes e o amostrador;
 procedimento de ensaio, como identificação dos efeitos no solo causados pela
resistência à penetração.

Assim também pode influenciar no resultado a falta de mão de obra especializada e de


um controle no decorrer do ensaio em campo.

No Brasil, segundo Cintra et al (2011), para obter a tensão admissível do solo em


fundações diretas e considerando um intervalo 5≤ N ≤ 20 ,pode-se aplicar a equação
3.2:

𝜎 = +𝑄 (𝑀𝑃𝑎) (3.2)

Tem-se que o N é o valor médio no bulbo de tensões e Qa é valor de sobrecarga, que


pode ser considerado ou não.

A equação 3.2 foi comprovada por Teixeira e Godoy (1996), e pelo método de Skempton
(1951) que é um caso específico do método de Terzaghi, tem-se a Equação 3.3:

𝜎 = 𝐶. 𝑁 + 𝑄𝑎 (3.3)

onde Nc = 6 e considerando c = 0,01 NSPT e FS = 3,0, tem-se que a tensão admissível


(σadm) é dada pela Equação 3.4:

𝑁 (3.4)
𝜎 = (𝑀𝑃𝑎)
50

34
Há outras formulações para o cálculo da tensão admissível (𝜎 ); uma delas é relacionada
ao método da tensão admissível com o uso do ensaio SPT pelo cálculo do módulo de
reação do subleito (solo) proposta por Morrison (1993). Neste método, deve-se obter a
média dos valores de SPT com intervalo entre 5≤ NSPT ≤ 20, dentro do bulbo de tensões
e a tensão admissível será dada pela Equação 3.5 :

𝜎 = 0,20 . 𝑁
𝑘𝑔𝑓 (3.5)
𝑐𝑚²

Esta equação apresenta resultados semelhantes a equação 3.4 e tem sido utilizada
internacionalmente em diversos programas de análises estrutural para elementos de
fundações, apresentando resultados confiavéis.

3.1.2.2 Formulações baseadas no ensaio CPT (Cone Penetration Test)

Destacado internacionalmente como um dos instrumentos mais relevantes na pesquisa


geotécnica, segundo Schnaid (2000) , o ensaio de cone é usualmente referido pela sua
sigla CPT (Cone Penetration Test). Pode ser empregado na estimativa da capacidade de
carga de fundações, na caracterização das propriedades dos materiais prospectados e na
determinação do perfil do solo.
Quando se tem resultados de ensaio de CPT, Teixeira e Godoy (1996) preconizam que a
tensão admissível é calculada para argilas e areias de maneiras distintas.

Para areia, tem-se a Equação 3.6:

𝜎 = ≤ 0,4 MPa (3.6)

Para argila, tem-se a Equação 3.7:

𝜎 = ≤ 0,4 MPa (3.7)

Em que qc é o valor médio no bulbo de tensões e deve ter valor não menor do que 0,15
MPa.

35
3.1.3 Prova de carga sobre placa

O método de prova de carga é um ensaio realizado em conformidade com a NBR 6489-


1984, em que devem ser observados efeitos de escala com relação ao modelo protótipo,
assim como as camadas influenciadas do solo. O fator de segurança a ser utilizado nesse
caso de acordo com NBR 6122-2010, deve ser igual 2 e a tensão admissível pode ser
determinada adotando-se diferentes critérios. Para fundações por sapatas, por exemplo,
Cintra et al. (2011) destacam dois critérios para determinação da tensão admissível por
meio de ensaio de placa: interpretação da curva tensão versus recalque e Critério de
Boston. Estes são métodos de interpretação da curva que dependem do seu formato:
quando ela verticalizar na parte final, há uma ruptura nítida, enquanto se na parte final
mudar para uma linha reta que não está na vertical, há uma ruptura convencional.

3.2 Cálculo do coeficiente de reação vertical (Ksv)

Como descrito anteriormente na Seção 2.5 intitulada “Métodos para cálculo de radier”,
dependendo do tipo de análise do radier que está sendo usado, há diferentes formas de
representação do solo. Assim sendo, dependendo do método que está sendo utilizado e
seu respectivo modo de análise do solo, há distintas maneiras de se determinar algumas
propriedades do solo; entre elas, o coeficiente de reação vertical Ksv. Esse coeficiente é
determinante para se encontrar dados adequados para cada tipo de solo e pode ser
conhecido como constante de proporcionalidade, coeficiente de recalque, coeficiente de
mola e módulo de reação vertical. Diferentes métodos, que serão descritos em seguida,
são utilizados para o cálculo do coeficiente de reação vertical, tais como: aplicação de
tabelas de valores típicos; metodologia do ensaio de placa; analogias com o NSPT;
analogias com a tensão admissível do solo; e recalque da fundação real.

3.2.1 Aplicação de tabelas de valores típicos

Nesse tipo de análise, considera-se o solo e o radier como elementos sólidos, sendo este
pode ser visto também como um elemento de placa. Diferentes tipos de tabela foram
elaborados para a determinação do coeficiente de reação vertical. Terzaghi (1955),
utilizando uma placa quadrada de um pé, estabeleceu faixas de valores para esse

36
coeficiente de acordo com o tipo de solo, como ilustra a Tabela 3.1:

Tabela 3.1 - Valores de Ksv (kN/m³).


Fonte: TERZAGHI, 1955 apud PORTO, 2010.

ARGILAS RIJA MUITO RIJA DURA


qu (MPa) 0,1 a 0,2 0,2 a 0,4 >0,4
Faixa de 16000 a
32000 a 64000 64000
valores 32000
Valor proposto 24000 48000 96000
AREIAS FOFA MEDIAMENTE COMPACTA COMPACTA
Faixa de 96000 a
6000 a 19000 19000 a 96000
valores 320000
Arias acima
13000 42000 160000
NA
Areia
8000 26000 96000
submersa

Em que qu é a resistência a compressão não-drenada. Baseando-se em dados de Bowles


(1988), Cernica (1995), Velloso e Lopes (2002), Brandi (2004) elaborou uma nova tabela
que preconiza novas faixas para coeficientes de reação vertical, como ilustra-se a Tabela
3.2:

37
Tabela 3.2 - Valores propostos para Ksv (MPa/m).
Fonte: BRANDI, 2004 apud PORTO, 2010.
COMPACIDADE
(SOLO FOFA MÉDIA COMPACTA
GRANULAR)
6 - 18 (C) 18 - 90 (C) 90 - 180 (C)
Seco ou úmido 5 - 16 (B) 10 - 80 (B) 63 - 126 (B)
6 - 19 (V) 41 (V) 157 (V)
8 (C) 24 (C) 90 (C)
Submerso
8 (V) 25 (V) 94 (V)
CONSISTÊNCIA MUITO
RIJA DURA
(SOLO COESIVO) RIJA
9 - 18 (C) 18 - 38 (C) > 38 (C)
100 - 200 200 - 400 > 400
qu (kPa) 24 (V) 47 (V) 94 (V)
12 - 24
24 - 47 (B) > 47
(B)
Areia argilosa (B) 31 - 79 - -
Areia siltosa (B) 24 - 47 - -

Nota: as letras B, C e V correspondem respectivamente: Bowles, Cernica e Velloso.

Moraes (1976), por sua vez, adotou valores diferentes para os coeficientes de reação
vertical, visto que não tinha acesso a ensaios apropriados. Esses dados estão disponíveis
na Tabela 3.3:

38
Tabela 3.3 - Valores de Ksv (kN.m-3).
Fonte: MORAES 1976 apud PORTO, 2010.
Ksv (kN/m³)
TIPO DE SOLO
LIMITE INFERIOR LIMITE SUPERIOR
Turfa leve - solo pantanoso 5000 10000
Turfa pesada - solo pantanoso 10000 15000
Areia fina de praia 10000 15000
Aterro de silte, de areia e cascalho 10000 20000
Argila molhada 20000 30000
Argila úmida 40000 50000
Argila seca 60000 80000
Argila seca endurecida 100000
Silte compactado com areia e pedra 80000 100000
Silte compactado com areia e muita
100000 120000
pedra
Cascalho miúdo com areia fina 80000 120000
Cascalho médio com areia fina 100000 120000
Cascalho grosso com areia grossa 120000 150000
Cascalho grosso com pouca areia 150000 200000
Cascalho grosso com pouca areia
200000 250000
compactada

Analisando-se os dados limites de variação do CBR, de acordo com a classificação do


solo em análise, o ACI - American Concrete Institute (1988) fixou uma nova tabela com
valores para os coeficientes de reação vertical, como ilustra a, Tabela 3.4 a seguir:

39
Tabela 3.4 - Valores de Ksv (Kgf/m-3).
Fonte: ACI, 1988 apud Doria, 2007.
CBR k (kgf/cm³) LEGENDA
SOLO
MÍN. MÁX. MÍN. MÁX. G Pedregulho
OH 2,00 5,00 0,77 3,32 S Areia
CH 2,00 5,00 0,77 3,32 M Sedimento
MH 2,50 8,00 1,36 4,82 C Argila
Fino
OL 2,00 8,00 0,77 4,82
ML 3,00 15,00 1,85 7,13 W Bem graduado
CL 3,00 15,00 1,85 7,13
P Mal graduado
SC 10,00 20,00 5,59 8,33
SU 10,00 20,00 5,59 8,33 Uniformemente
U
SP 15,00 25,00 7,13 9,33 graduado
SM 20,00 40,00 8,33 11,66 Baixa a média
L
SW 20,00 40,00 8,33 11,66 compressibilidade
Grosso
GC 20,00 40,00 8,33 11,66 Alta
H
GU 25,00 50,00 9,33 12,89 compressibilidade
GP 35,00 60,00 10,97 13,94 O Orgânico
GM 40,00 80,00 11,66 15,73
GW 60,00 80,00 13,94 15,73

3.2.2 Metodologia do ensaio de Placa

No ensaio de placa, utiliza-se uma placa quadrada de 30,5 cm, que é pressionada no chão
por um processo mecanizado capaz de medir o recalque do solo. Dessa forma, tem-se
uma curva da carga versus recalque e a sua inclinação, medida distante da ruptura,
significa o valor do coeficiente de reação vertical Ksv.

Entretanto, essa curva pode apresentar alto grau de não-linearidade, obtendo-se, então,
valores distintos não confiáveis para o coeficiente Ksv. Para diminuir essa discrepância,
escolhe-se a inclinação que representa a tensão mais próxima da tensão prevista pelo
projeto. Esse método é normatizado pela NBR 6489-1984 e é capaz de fornecer
parâmetros de resistência e de deformação do solo envolvido. As Figura 3.1 e 3.2 ilustram
como é feito esse ensaio de campo e a Figura 3.3 mostra a curva recalque gerada pelo
ensaio e sua respectiva inclinação Ksv:

40
Figura 3.1 - Esquematização do ensaio de placa.
Fonte: BUILDER’S ENGINEER, 2012.

Figura 3.2 – Ensaio de placa realizado em solo saturado.


Fonte: NOGUCHI, 2012.

41
Figura 3.3 – Demonstração da obtenção de Kv pela curva de recalque.
Fonte: GARCIA, 1998.

Entretanto, alguns estudiosos afirmam que os valores dos coeficientes de reação vertical
encontrados por meio do ensaio de placa devem ser corrigidos. Segundo Velloso e Lopes
(2002), o coeficiente Ksv não é apenas uma propriedade do solo envolvido, mas, também,
da rigidez relativa entre a estrutura de fundação e o solo, além do fato de demandar
correção necessária em função da dimensão e da forma da fundação real. As equações
determinadas por Velloso e Lopes (2002) variam de acordo com o tipo de solo em análise,
conforme apresentado a seguir:

Para solos de argilosos a muito rijos, tem-se a Equação 3.9:

𝐴
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.9)
𝐴 çã

Para solos arenosos, tem-se a Equação 3.10, a seguir:

𝐵 çã .𝐵
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.10)
𝐵 çã

Em que:

42
𝐴 = Área do elemento de placa
𝐴 çã = Área do elemento de fundação
𝐵 = Menor dimensão da placa
𝐵 çã = Menor dimensão da fundação

Uma forma alternativa de correção do coeficiente de reação vertical é proposta pelo


American Concrete Institute – ACI (1988) na Equação 3.11:

𝑏
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.11)
𝐵

Em que:
n = coeficiente que varia entre 0,5 e 0,7 em função da espessura da camada
compressível.
B = menor dimensão da fundação
b = menor dimensão da placa

Em casos de radier, tem-se que o valor de B é muito grande, o que resultaria em um valor
de Ksv muito pequeno. Para camadas compressíveis sob a fundação inferiores a 4B,
Velloso e Lopes (2002) sugerem adotar valor de n igual a 0,5.

3.2.3 Analogias com o NSPT

Apresentar uma relação algébrica entre o valor do coeficiente de reação vertical e o valor
de NSPT é de vital importância na área de cálculo de estruturas de fundações. Esse fato se
deve à hegemonia do teste de SPT nas obras nacionais, sendo que, na grande maioria das
vezes, esta correlação é a informação mais relevante para obter dados e assim estimar a
resistência do solo no relatório de sondagem à percussão.

De acordo com Cernica (1995), podem-se relacionar numericamente essas duas


grandezas; particularmente, na análise de radiers. O coeficiente de reação vertical estaria
na unidade MPa/m e é diretamente proporcional ao valor de NSPT. Cernica afirma que, se

43
o solo analisado apresenta valor de NSPT = 15, por exemplo, o valor de Ksv será de
27MPa/m; ou seja: uma tensão de 27 MPa é capaz de deformar um metro no solo
envolvido; dessa forma se o valor de Ksv for muito alto, o solo é pouco deformável. Segue
a Equação 3.12, proposta por Cernica (1995):

𝐾 = 1,8 . 𝑁 (3.12)

Entretanto, a relação entre os valores de Ksv e Nspt varia de acordo com os parâmetros de
resistência do solo. Tepedino (1980, apud PORTO, 2010) criou expressões de correlação
para determinados tipos de solos, sendo que a unidade do coeficiente de reação vertical,
nesse caso seria, de N/cm³. Seguem as Equações 3.13 e 3.14 determinadas:

Para argila e solos argilosos:

𝐾 = 3 .𝑁 (3.13)

Para areia e solos arenosos:

𝐾 = 5 .𝑁 (3.14)

3.2.4 Analogias com a tensão admissível do solo

Outra forma de se calcular o valor do coeficiente de reação vertical é relacionando-o com


o valor da tensão admissível do solo. De acordo com Bowles (1988), aplicando-se um
fator de segurança igual a 3 e um valor máximo de recalque igual a 2,54 cm, tem-se que
a tensão admissível do solo pode ser relacionada com Ksv de acordo com a Equação 3.15,
sendo que a tensão admissível é expressa em KPa e o coeficiente de reação vertical é dado
em kN/m³:

𝐾 = 120 . 𝜎 (3.15)

Morrison (1993) estabeleceu em seu trabalho, uma tabela de correlação entre os valores

44
para o coeficiente de reação vertical e a tensão admissível do solo. Esta tabela é um
resumo de diferentes trabalhos em mecânica dos solos que foram feitos pelo Prof.
Terzaghi e outros cinco engenheiros. Neste trabalho, foram adotados os parâmetros
contidos nesta tabela para obtenção do coeficiente de reação vertical Ksv, conforme
demonstrada pela Tabela 3.5:

Tabela 3.5 - Valores para Ksv.


Fonte: MORRISON, 1993.

TENSÃO TENSÃO TENSÃO


Ksv Ksv Ksv
ADMISSÍVEL ADMISSÍVEL ADMISSÍVEL
(kN/m³) (kN/m³) (kN/m³)
(MPa) (MPa) (MPa)

0,025 6500 0,15 31000 0,275 55000


0,03 7800 0,155 31900 0,28 56000
0,035 9100 0,16 32800 0,285 57000
0,04 10400 0,165 33700 0,29 58000
0,045 11700 0,17 34600 0,295 59000
0,05 13000 0,175 35500 0,3 60000
0,055 13900 0,18 36400 0,305 61000
0,06 14800 0,185 37300 0,31 62000
0,065 15700 0,19 38200 0,315 63000
0,07 16600 0,195 39100 0,32 64000
0,075 17500 0,2 40000 0,325 65000
0,08 18400 0,205 41000 0,33 66000
0,085 19300 0,21 42000 0,335 67000
0,09 20200 0,215 43000 0,34 68000
0,095 21100 0,22 44000 0,345 69000
0,1 22000 0,225 45000 0,35 70000
0,105 22900 0,23 46000 0,355 71000
0,11 23800 0,235 47000 0,36 72000
0,115 24700 0,24 48000 0,365 73000
0,12 25600 0,245 49000 0,37 74000
0,125 26500 0,25 50000 0,375 75000
0,13 27400 0,255 51000 0,38 76000
0,135 28300 0,26 52000 0,385 77000
0,14 29200 0,265 53000 0,39 78000
0,145 30100 0,27 54000 0,395 79000

45
3.2.5 Recalque da fundação real

Velloso e Lopes (2002) consideram que, se há um carregamento unitário distribuído, o


coeficiente de reação vertical pode ser determinado a partir do cálculo do recalque da
fundação real. A fundação, nesse método de cálculo, é considerada rígida, e seu recalque,
então, representa um valor médio. Com o cálculo desse recalque, pode-se estimar o valor
do coeficiente de reação vertical, utilizando-se a Equação 3.16, a seguir:

𝑞 1,0
𝐾 = = (3.16)
𝑤 𝑤

De acordo com esse método, há a possibilidade de consideração dos distintos solos que
estão sendo solicitados pela fundação.

3.3 Propriedades dos solos com utilização de tabelas

As principais propriedades dos solos na Engenharia Geotécnica são conhecidas,


pesquisadas e empregadas para as diversas necessidades dos problemas geotécnicos a
serem solucionados.

Os usos dessas tabelas se tornaram fontes de pesquisas consolidadas e já fazem parte das
rotinas empregadas nos diversos modelos de fundações projetadas. Os principais
parâmetros dos solos são:

● módulo de elasticidade do solo (Es);


● coeficiente de Poisson; e
● coesão, ângulo de atrito e peso específico;

3.3.1 Módulo de elasticidade do solo (ES)

Em relação ao módulo de elasticidade e ao coeficiente de Poisson, esses parâmetros têm


um alto nível de interdependência, nos quais se destacam:

● o nível de confinamento. O módulo ES varia a partir de valores mínimos para


ensaios não confinados até valores elevados;

46
● a taxa de umidade baixa tende a aumentar o valor de ES. Rupturas frágeis a baixas
deformações ocorrem a baixa taxa de umidade;

● as condições de contorno do ensaio de laboratório (confinado ou não, drenado ou


não, etc.);

● a rapidez de aplicação das deformações em ofício do tempo. O valor de ES pode


ser reduzido até à metade, se houver a comparação de ensaios em que se aplicam
altas velocidades. A rapidez de aplicação de deformações nas obras é, via de regra,
inferior à daquelas aplicadas em laboratórios; e

● as preparações das amostras para ensaios geralmente reduzem a taxa de ES.

Presumir o módulo de elasticidade do solo é, portanto, uma das questões mais desafiantes
da Engenharia de Fundações. Devido à classe de material heterogêneo, o ES varia de
acordo com o nível de carga sobreposto, dependendo do grau de saturação e da região em
que se encontra (constituição geológica do solo). Uma elaboração de formulação do ES
que é válida para uma região pode não se aplicar a outra. Dessa forma, é essencial muita
atenção ao se realizar utilização de correlações internacionais e nacionais para se retratar
os parâmetros dos solos. A decisão da opção de escolha do módulo de elasticidade
acertado determinará a aferição de recalque mais preciso. Nesta dissertação, apresentam-
se algumas fórmulas e tabelas, visando-se estimar e avaliar os valores desses parâmetros.
Ainda que as estimativas baseadas no NSPT apresentem especificações aceitáveis e já
consagradas, é recomendável que se façam, também, ensaios de laboratório como: o
triaxial e o de compressão simples, entre outros mais. Abaixo, a Tabela 3.6, com os
valores de estimativas de ES:

47
Tabela 3.6 - Estimativa de ES.
Fonte: TEIXEIRA & GODOY ,1996.

SOLO Es (kgf/cm²)
Silte arenoso residual de São Paulo E=1,15 Rp
Silte argiloso residual de São Paulo E=2,4 Rp
Aterro compactado de Silte argiloso E=3,0 Rp
Areia normalmente adensada E=5(NSPT +5)
Areia sobreadensada E=180+7,5 NSPT
Argila terciária de São Paulo E=55,4+25,9
Argila muito mole (NSPT ≤12) 10
Argila mole (3≤ NSPT ≤5) 20
Argila média (6≤ NSPT ≤10) 50
Argila rija(11≤ NSPT ≤19) 80
Argila dura (NSPT >19) 150
Areia fofa (NSPT ≤4) 50
Areia pouco compacta (5≤ NSPT ≤8) 200
Areia mediamente compacta (9≤ NSPT ≤18) 500
Areia compacta (19≤ NSPT ≤40) 700
Areia muito compacta (NSPT >40) 900

Na Tabela 3.6, Rp é a resistência do terreno ao aumento da ponta de cone do ensaio CPT,


em unidade de tensão (kgf/cm²), força seccionada pela área do cone de 10 cm2.

Segundo Teixeira (1996), no momento em que não se têm ensaios de penetração de cone,
podem ser usados os ensaios de penetração (SPT) executados nas sondagens de
identificação à percussão, por meio desta simultaneidade, de acordo com a Equação 3.17:

𝑅 (3.17)
𝐾=
𝑁

sendo que o coeficiente K é determinado pela Tabela 3.7:

48
Tabela 3.7 - Valores de K.
Fonte: TEIXEIRA, 1993.
SOLO K (MPa)
Areia com
1,1
pedregulhos
Areis com
0,9
pedregulhos
Areia siltosa 0,7
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte arenoso 0,35
Argila arenosa 0,3
Silte argiloso 0,25
Argila siltosa 0,2

3.3.2 Coeficiente de Poisson (ν)

Os valores típicos do coeficiente de Poisson são indicados na Tabela 3.8:

Tabela 3.8 - Valores sugeridos para coeficiente de Poisson.


Fonte: MORAES, 1976.

DESCRIÇÃO DO TIPO DE SOLO ѵ


Areia fofa (NSPT ≤ 4) 0,3
Areia pouco compacta (NSPT 5 a 8) 0,29
Areia mediamente compacta (NSPT 9 a 18) 0,28
Areia compacta (NSPT 19 a 40) 0,27
Areia muito compacta (NSPT > 40) 0,26
Argila muito mole (NSPT ≤ 2) 0,24
Argila mole (NSPT 2 a 5) 0,23
Argila média (NSPT 6 a 10) 0,22
Argila rija (NSPT 11 a 19) 0,21
Argila dura (NSPT > 19) 0,21

49
3.3.3 Coesão dos solos, ângulo de atrito e peso específico.

A utilização e conhecimentos destes parâmetros são fundamentais para a aplicação nos


modelos geotécnicos, pois estes constituem a essência das propriedades do elemento
denominado solo. Entende-se o solo como material no qual as fundações são apoiadas, e
uma vez conhecidas estas características, diversos pesquisadores elaboraram estudos
surgiram diversas formulações na qual estes dados podem ser aplicados.

Na geotecnia existem diversos pesquisadores que criaram várias formulações e


transformaram-se em tabelas de correlações para parâmetros geotécnicos dos solos, e
estão disponíveis comumente na comunidade cientifica. Porém, ressalta-se que as
utilizações destas tabelas devem ser empregadas somente quando não dispões de
resultados de ensaios de campo ou laboratório, para sua aplicação de maneira efetiva e
coerente.

Assim sendo, Godoy (1972), apresenta a Tabela 3.9 que mostra o peso específico do solo,
bem como o ângulo de atrito e a coesão. Esses coeficientes estão correlacionados com o
tipo de solo e o NSPT.

Tabela 3.9 - Parâmetros Geotécnicos dos Solos – Correlação com o NSPT.


Fonte: GODOY, 1972.

TIPO DE CONSISTÊNCIA
SOLO
NSPT
DO SOLO
c (kN/m²) ϕ (°)  (kN/m³)

≤2 Muito mole 0 < c < 12 - 13


3 < NSPT < 5 Mole 12 < c < 25 - 15
Argila e
Siltes 6 < NSPT < 10 Média 25 < c < 50 - 17
argilosos 50 < c <
11 < NSPT < 19 Rija - 19
150
NSPT < 20 Dura c > 150 - 21
≤5 Fofa - 25 - 30
19
5 < NSPT < 8 Pouco compacta - 30 - 35
Areias e
Medianamente
Siltes 9 < NSPT < 18 - 35 - 40 20
compacta
argilosos
19 < NSPT < 40 Compacta - 40 - 45
21
NSPT > 40 Muito compacta - > 45

50
4.ESTUDO DE CASO: ANÁLISE NUMÉRICA DO RADIER

4.1 Modelagem do radier para estudo de caso

Neste capítulo, apresenta-se uma metodologia para um dimensionamento de projeto em


radier que servirá para estudo de caso nesta dissertação. Contempla-se uma obra projetada
para ser um edifício residencial de quatro pavimentos, em paredes de concreto armado
moldado in loco. Esse estudo foi idealizado para a empresa Impacto Engenharia e
Empreendimentos Ltda.,1 localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no
Estado de Minas Gerais. Os projetos foram concebidos para o programa Minha Casa
Minha Vida,2 um programa criado pelo governo federal. Esse empreendimento foi
classificado, segundo a NBR 12721-2006, como edificação de uso residencial, de padrão
PP-4B (Prédio Popular de Quatro Pavimentos com Baixo Padrão de Acabamento). Dentro
dessa classificação, foi aplicada a melhor metodologia e logística na concepção do projeto
de fundação. Segue-se as figuras 4.1 a 4.3 que ilustram a fundação e o tipo de estrutura
que foi executado neste estudo de caso.

Figura 4.1 – Radier executado, com borda de 60cm e espessura de 25cm.


Fonte: Acervo do autor.

1
http://impacto.eng.br/
2
http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/Paginas/default.aspx

51
Figura 4
4.2 – Execução do segundo pavimento da estrutura com paredes de concreto armado.
Fonte: Acervo do autor.

Figura 4.3 – Edifício residencial de quatro pavimentos finalizado.


Fonte: Acervo do autor.

52
4.2 Dados da edificação para projeto de fundação em radier

O edifício residencial tem quatro pavimentos, sendo ele projetado em conformidade com
as seguintes concepções arquitetônicas:

 pavimento térreo sem pilotis com quatro apartamentos, sendo que existe um
apartamento adaptado para pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE),
e com área total de projeção de 208,86 m²;
 pavimento tipo também com quatro apartamentos; porém, sem qualquer
apartamento adaptado para pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE),
e com área total de 3 x 208,86 m², gerando uma projeção total de 626,58 m²;
 pavimento cobertura sem acesso, com telhado cerâmico cobrindo todos os
apartamentos;
 toda a arquitetura deste edifício foi concebida para uma estrutura de paredes de
concreto armado, utilizando-se a concepção de parede sobre parede, modelagem
estrutural semelhante à teoria de alvenaria estrutural;

Os dados referentes ao projeto arquitetônico – planta baixa, cortes AA e BB e fachada


frontal, feitos pelo programa Revit Autodesk – são apresentadas nas Figura 4.4 a 4.8:

53
Figura 4.4 - Planta baixa do pavimento térreo.

54
Figura 4.5 – Planta do pavimento tipo (3x).

55
Figura 4.6 – Corte AA.

56
Figura 4.7 – Corte BB.

57
Figura 4.8 – Fachada frontal da edificação.

58
4.3 Parâmetros do solo

4.3.1 Estimativa dos parâmetros geotécnicos da sondagem a percusrsão SPT

Foram executados três furos de sondagens a precursão SPT num único terreno de
implantação que está no anexo I figura I-4. Os furos de sondagem também encontra-se no
anexo I, perfizeram um total de 49,5 m de profundidade e identificaram o subsolo, de modo
geral na região das projeções.

No furo SP01, constituídos por um horizonte de argila areno-siltosa até a profundidade de


2,00 m e NSPT de 5 a 7 golpes sobrejacente a uma camada de argila silto-arenoso variando de
2 a 4m e NSPT de 7 a 9 golpes, abaixo existe camadas que variego de argila siltosa a silte
argilo-arenoso que começa na profundidade de 5 a 16,95 m e NSPT de 11 a 30 golpes.

Para o furo SP02 tem-se no início uma camada de argila areno-siltosa variando entre 1 a 5m
e NSPT de 9 a 14 golpes, logo abaixo uma camada de argila silto-arenosa variando de 5 a 11m
e NSPT de 14 a 15 golpes e abaixo uma camada de silte areno-argiloso variando de 11 a 15,90m
com NSPT de 15 a 26 golpes.

Finalmente tem-se para o furo SP03, uma camada inicial com argila silto-arenoso cor amarela
e marrom variando de 1 a 5 m com NSPT de 14 a 15 golpes, logo abaixo uma camada de argila
silto-arenosa variando de 5 a 10,70m e NSPT de 15 a 22 golpes, sobrejacente a uma camada
de silte areno-argiloso cor vermelha e marrom com traços amarelos e brancos, variando de
10,70 a 16,75m e NSPT de 22 a 30 golpes. Em nenhum dos furos foi encontrado nível d’água
próximo a cota final de arrasamento dos furos de sondagem.

4.3.2 Estimativa dos parâmetros do solo com base no NSPT

Para este trabalho, todas as correlações para o solo foram baseadas em ensaios SPT. Os
dados foram obtidos a partir das tabelas existentes, utilizando-se correlações dos valores
de NSPT que, por sua vez, foram utilizados com sucesso e oferecem estimativas
confiáveis. Essas estimativas, em geral, representam valores em favor da segurança e
tornaram-se consagradas na área da Geotécnica. Ressalta-se, neste item, que a perfeita

59
leitura do relatório de sondagem, para obtenção dos parâmetros do solo, é indispensável
para a boa validação das análises e, consequentemente, a obtenção de resultados
satisfatórios.

Nesta dissertação, o solo foi modelado de uma única maneira, modelo de Winkler,
homogêneo e elástico, considerando-se a teoria da grelha com apoio em base elástica, e
obteve-se o coeficiente de reação vertical Vertical (Ksv) extraído de tabelas utilizando-se
o método de Morrison (1993).

Para os parâmetros de tensão admissível do solo, utilizou-se a Equação 3.2,


desconsiderando-se a sobrecarga e com base em relatórios de sondagem SPT,
disponibilizados no ANEXO I. Nos três relatórios de sondagens, apresentou-se de uma
ordem crescente de resistência: um solo mole, NSPT = 5 golpes furo SP01; solo médio,
NSPT = 10 golpes furo SP02; e solo rijo, NSPT = 15 golpes furo SP03.

Essa metodologia é utilizada somente para solos residuais, sendo executada somente a
terraplanagem para acerto da topografia do terreno onde serão implantados os radiers, e,
conforme os relatórios de sondagens, as camadas de solo deverão ter um valor de número
de golpes igual ou crescente.

4.4 Modelagem da superestrutura do edifício

Para se obter os dados das cargas para a fundação do radier, foram necessários fazer a
modelagem do edifício seguindo as seguintes diretrizes:

 criação de arquivos em AutoCAD com as plantas arquitetônicas limpas e em


escala natural 1:1;
 definição de ponto zero de coordenadas do plano x, y;
 introdução de dados dos materiais a serem utilizados no modelo;
 fazer definição da cota das alturas dos pavimentos;
 fazer definição das hipóteses possíveis para carregamentos;
 fazer definição e lançamentos dos elementos estruturais: paredes e lajes maciças;
 após todos os parâmetros definidos para processar a modelagem em 3D;

60
Nesta dissertação, demonstram-se apenas os resultados da carga final sobre o radier de
fundação que foi obtida após processamento da estrutura em programa de análise
estrutural em elementos finitos. Para essa modelagem, utilizou-se o programa Autodesk
Revit para as modelagens e os resultados desse processamento são apresentados nas
figuras 4.9 a 4.11:

Figura 4.9 - Modelagem estrutura em corte.

61
Figura 4.10 - Modelagem estrutura em perspectiva com seccionamento laje cobertura.

Figura 4.11 - Modelagem da estrutura incluindo em perspectiva total do edifício.

62
4.4.1 Cargas verticais consideradas

As cargas verticais, de acordo com a NBR 8681-2002, que estarão incluídas nos esforços
solicitantes do edifício residencial presente são classificadas em cargas permanentes e
cargas variáveis, que representam o peso próprio da estrutura e alvenaria, e sobrecargas,
respectivamente.

 Cargas permanentes:
As cargas permanentes consideradas para o edifício residencial em questão foram o peso
próprio da laje e o peso próprio da parede armada. A espessura das paredes estruturais foi
de 10 cm, o pé direito foi de 2,6 m e o peso específico de alvenaria, quando utilizado, foi
considerado de 14 kN/m³. Destaca-se que não foi considerada ação dos ventos nos
cálculos. Sendo assim, as cargas permanentes são:

a) peso próprio da laje = 2,5 kN/m²;


b) peso próprio da parede armada = 6,5 kN/m;
c) revestimento = 1,0 kN/m².

 Cargas acidentais
Segundo a NBR 6120-1980, os valores de sobrecarga recomendados são:

a) sobrecarga na escada = 3,0 kN/m²; e


b) sobrecarga nas lajes (pavimento residencial) = 2,0 kN/m².

As Figuras 4.12 a 4.14 representam os mapas de cargas finais que serão considerados para
todos os modelos simulados neste trabalho.

 Carga horizontal

Embora a NBR 6123-1988, Forças devidas ao vento em edificações, exija o cálculo das
ações de vento para edificações a partir de um único pavimento, optou-se, para essa
dissertação, por desprezar os efeitos dos ventos, uma vez que a ação preponderante nessa
tipologia de edificação é a vertical.

63
Figura 4.12 – Mapa de cargas para modelos de radier sem borda (cargas lineares em
kN/m).

64
Figura 4.13 – Mapa de cargas para modelos de radier com comprimento de borda de 60
cm (cargas lineares em kN/m).

65
Figura 4.14 – Mapa de cargas para modelos de radier com comprimento de borda de
120 cm (cargas lineares em kN/m).

66
4.5 Dados para dimensionamento do radier

Foram feitas 27 modelagens numéricas com diferentes características geométricas, cujas


propriedades que as distinguem são espessura da laje de fundação e comprimento de
borda/rodapé, além de propriedades geotécnicas, com relação às quais houve variação
quanto à tensão admissível do solo e, consequentemente, o seu coeficiente de reação
vertical. A Tabela 4.1 ilustra a caracterização de cada modelo:
Tabela 4.1 - Modelos utilizados na simulação numérica.

MODELOS UTILIZADOS NA SIMULAÇÃO NUMÉRICA


COEFICIENTE
TENSÃO
ESPESSURA FORMA DE
ADMISSÍVEL
MODELO DO RADIER COMPRIMENTO REQUALQUE
DO SOLO
(h) cm DE BORDA Kvs (kN/m³)
(MPa)
Modelo 1 16 Sem borda 0,10 22000
Modelo 2 25 Sem borda 0,10 22000
Modelo 3 40 Sem borda 0,10 22000
Modelo 4 16 60 0,10 22000
Modelo 5 25 60 0,10 22000
Modelo 6 40 60 0,10 22000
Modelo 7 16 120 0,10 22000
Modelo 8 25 120 0,10 22000
Modelo 9 40 120 0,10 22000

Modelo 10 16 Sem borda 0,20 40000


Modelo 11 25 Sem borda 0,20 40000
Modelo 12 40 Sem borda 0,20 40000
Modelo 13 16 60 0,20 40000
Modelo 14 25 60 0,20 40000
Modelo 15 40 60 0,20 40000
Modelo 16 16 120 0,20 40000
Modelo 17 25 120 0,20 40000
Modelo 18 40 120 0,20 40000

Modelo 19 16 Sem borda 0,30 60000


Modelo 20 25 Sem borda 0,30 60000
Modelo 21 40 Sem borda 0,30 60000
Modelo 22 16 60 0,30 60000
Modelo 23 25 60 0,30 60000
Modelo 24 40 60 0,30 60000
Modelo 25 16 120 0,30 60000
Modelo 26 25 120 0,30 60000
Modelo 27 40 120 0,30 60000

67
A figuras 4.15 a 4.17 indicam os 27 modelos em fôrma que foram utilizados para análise
em elemento finitos, porém demonstra-se apenas 3 tipos de fôrmas, que cujas variáveis
são: espessura, dimensão de borda e tipo de solo.

Figura 4.15 – Fôrma do radier sem borda.

68
Figura 4.16 – Forma do radier com borda de 60 cm.

69
Figura 4.17 – Forma do radier com borda de 120 cm.

70
Para os 27 modelos utilizados para o estudo de caso, estes foram classificados em 3 grupos
no qual criou-se a Tabela 4.2 contendo os parâmetros geotécnicos e de espessura utilizado
para cada modelo.

Tabela 4.2 – Descrição dos grupos contendo os modelos e seus parâmetros geotécnicos
e de fôrma.

CONSISTÊNCIA NSPT TENSÃO ESPESSURA


DOS SOLOS ADOTADO ADMISSÍVEL DO
GRUPO MODELOS
MÉDIA Nº DO SOLO RADIER
NBR 7250-1982
GOLPES (MPa) (cm)
1a3 MOLE 5 0,1 16 - 25 - 40
1 4a6 MOLE 5 0,1 16 - 25 - 40
7a9 MOLE 5 0,1 16 - 25 - 40
10 a 12 MÉDIO 10 0,2 16 - 25 - 40
2 13 a 15 MÉDIO 10 0,2 16 - 25 - 40
16 a 18 MÉDIO 10 0,2 16 - 25 - 40
19 a 21 RIJO 15 0,3 16 - 25 - 40
3 22 a 24 RIJO 15 0,3 16 - 25 - 40
25 a 27 RIJO 15 0,3 16 - 25 - 40

Na tabela acima os três grupos são formados conforme a variação na consistência do solo,
no NSPT adotado e na tensão admissível do solo. Cada modelo acima possui variação na
espessura de radier que segue respectivamente a ordem apresentada na tabela. A escolha
desses valores para a espessura do radier seguiu-se os critérios de cálculo estrutural e
padrões de espessuras mínimas estabelecidas pela NBR 6118-2014, conforme
apresentando na seção 2.3 deste trabalho.

A tensão admissível foi obtida através da aplicação da equação 3.2. Além disso, do
primeiro ao terceiro modelo de cada grupo não possui borda. Do quarto ao sexto modelo
de cada grupo a borda tem 60 cm. E por fim do sétimo ao nono a borda tem 120 cm.

4.6 Modelagem do radier com utilização do software de Cypecad

O software Cypecad realiza cálculos e dimensionamento de estruturas e fundações em


concreto armado, madeira e aço para estruturas submetidas a esforços verticais e

71
horizontais. Com ele, é possível criar desenhos que ilustram as cargas existentes, os
esforços em cada ponto da estrutura, deformações, armaduras longitudinais e transversais
designadas, assim como a compatibilidade com arquivos DWG, além de listagens de
dados e resultados de cálculos.

O radier em questão é uma laje maciça, cuja discretização dos planos se realiza em
elementos finitos de malha 20x20 cm, onde se efetua uma condensação estática de todos
os graus de liberdade. O programa trabalha com 6 graus de liberdade, sendo 3 de rotação
e 3 de translação em torno dos eixos: X, Y e Z. Considera-se inderfomabilidade em seu
plano e deformação por cortante. As lajes de fundação têm discretização idêntica às de
lajes maciças de piso, com molas, cuja constante se define a partir do coeficiente de
Winkler, em que cada plano pode ter coeficientes diferentes.

Sendo assim, o Cypecad é responsável por realizar uma análise das solicitações existentes
em uma estrutura, utilizando métodos matriciais de rigidez, construindo todos os
elementos que constituem a estrutura: pilares, vigas e lajes. Descreve-se, a seguir, o
procedimento necessário para o lançamento do radier no programa Cypecad:

 pelo fato de o radier estar na cota da fundação, onde se inicia um projeto, e por
considerar um nível plano de terreno, não se considerará nível algum para
lançamento da forma desse pavimento;

 deverá ser localizada a planta preparada em arquivo DWG, com coordenadas de


origem 0,0 do programa AutoCAD, para reconhecimento do programa Cypecad
que servirá como base de lançamento do modelo geométrico (forma de fundação);

 inserir informações sobre as propriedades dos materiais que serão utilizados na


constituição do radier, de acordo com a norma utilizada NBR 6118-2014, com o
tipo de concreto (C25, usina a rigor), tipo de aço (CA-50 e CA-60) e considerações
de ações dos ventos; e

 fazer lançamento do radier, utilizando-se elemento de borda não-estrutural,

72
escolher espessura e tipo de radier, com coeficiente de reação vertical Ksv e tensão
admissível do solo, e realizar o processamento dos cálculos pertinentes.

Após a determinação da categoria de uso e da classe de agressividade, determina-se a


forma do radier e localizam-se as vigas, mediante a importação de um arquivo DWG.
Assim sendo, pode-se introduzir a laje em questão, selecionando-se a opção laje de
fundação e as propriedades geométricas e geotécnicas especificadas para cada modelo.
Nesse caso, escolheu-se espessura de 16 cm, coeficiente de reação vertical igual a 40000
kN/m³ e combinações sísmicas e acidentais e fundamentais iguais a 0,2 MPa, como
mostra a Figura 4.18:

Figura 4.18 – Propriedades da laje de fundação.

Sendo assim, basta selecionar a laje em questão, que ela será introduzida, como mostra a
Figura 4.19:

73
Figura 4.19 – Laje introduzida.

Após escolha, deverá ser processado o radier pelo software Cypecad, que realizará os
cálculos necessários para análise da estrutura, com geração de esforços, deslocamentos e
armaduras.

O Cypecad, por meio do Método dos Elementos Finitos (Seção 2.7.5), analisou a laje de
fundação como um sistema de molas, adotando a metodologia de Winkler. Assim sendo,
são definidas faixas e, consequentemente, malhas de 20 cm x 20 cm no radier, sendo cada
ponto de encontro analisado individualmente. As figuras 4.20 a 4.22 ilustram as malhas,
os números de nós e os números de elementos para modelos sem borda de rodapé, com
borda com comprimento de 60 cm e com borda com comprimento de 120 m,
respectivamente:

74
3745 nós
5225 elementos

Figura 4.20 - Demonstração das malhas para um radier sem borda.

4425 nós
6455 elementos

Figura 4.21 – Demonstração das malhas para um radier com 60 cm de borda.

75
5027 nós
7760 elementos

Figura 4.22 - Demonstração das malhas para um radier com 120 cm de borda.

Utilizando-se o software Cypecad, gerou-se uma imagem 3D do elemento de fundação


analisado, representada na Figura 4.23:

Figura 4.23 – Visão 3D do radier.

76
4.7 Parâmetros dos materiais para simulações numéricas

4.7.1 Concreto para radier

O concreto utilizado para essas modelagens foi o concreto classe C25 Mpa, com as
seguintes características:
 coeficiente de Poisson: ν = 0,20;
 resistência à Compressão do Concreto: fck = 25 MPa
 módulo de Elasticidade: Ec = 23.800 MPa e
 peso Específico: γc = 25 kN/m³.

4.7.2 Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal do concreto

Para as tensões, utilizaram-se o coeficiente de Poisson ν igual a 0,2 e módulo de


elasticidade transversal Gc igual a Ecs 2,4.

4.7.3 Aço utilizado

Foram utilizados os aços CA-50 e CA-60, com respectivos módulos de escoamento Fy


iguais a 5000 MPa e 6000 MPa.

4.7.4 Classe agressividade

A classe de agressividade adotada conforme parâmetros do item 6.4 e da Tabela 6.1 da


NBR 6118-2014 foi a classe de agressividade moderada tipo II, utilizada para meio
urbano.

4.7.5 Combinações de carga usadas para dimensionamento

4.7.6 Radier

Para simulação de esforços atuantes no radier, utilizaram-se as seguintes combinações


dos estados-limites últimos, conforme a NBR 8681-2002 empregando-se a seguinte

77
expressão 4.1:

𝐹𝑑 =  𝐹 +  𝐹 +  (𝐹 +  𝐹 ) +    𝐹 (4.1)

onde :
valor de cálculo das ações para combinação última;
Fd :
Fgk : ações permanentes diretas;
ações indiretas permanentes, como a retração Fegk e variáveis como a
Fek :
temperatura Feqk;

g, g, q, q : coeficientes parciais de segurança das ações permanentes, dados por
tabelas; e

oj, o : coeficientes parciais de segurança da ação de pré-esforço, dados por


tabelas.

Para os coeficientes de segurança, aplicaram-se as combinações da Tabela 4.3:

Tabela 4.3 – Combinações de esforços no radier.

FATORES DE COMBINAÇÃO
COEFICIENTES PARCIAIS DE
COEFICIENTES DE COMBINAÇÃO ( )
SEGURANÇA ()
FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL PRINCIPAL ( p) ACOMPANHAMENTO (a)
Permanente (G) 1 1,4 - -
Sobrecarga (Q) 0 1,4 1 0,5

4.7.7 Tensão do solo

Para cálculo da tensão sobre o terreno, utilizou-se a combinação frequente de acordo com
a situação mais desfavorável, conforme a Expressão 4.2, qual seja:

1.4𝐺 + 1.4 𝐶𝑃 + 1.4𝑄𝑎 (4.2)

78
onde tem-se:
G: peso próprio
CP: carga permanente
Qa: sobrecarga acidental

Para os coeficientes de segurança no deslocamento do radier, utilizaram-se as


combinações da Tabela 4.4, a seguir:

Tabela 4.4 - Combinações da verificação do deslocamento no radier.

FREQUENTE
COEFICIENTES PARCIAIS DE
SEGURANÇA ()
FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL
PERMANENTE (G) 1 1,4
SOBRECARGA (Qa) 0 1,4
CARGA PERMANENTE (CP) 1 1,4

4.8 Fluxograma para escolha do radier

Com o intuito de instruir na escolha do melhor radier para cada situação, elaborou-se um
fluxograma ilustrativo com as diretrizes metodológicas de análise. O caminho necessário
está preenchido por setas de cor preta e as setas brancas representam algumas
características que são encontradas ou definidas pelo usuário. Primeiramente, é necessário
definir as propriedades do solo, parâmetro que, em situações reais, são obtidos por ensaios
de campo ou de laboratório sendo que neste trabalho utilizou-se a estimativa através do
método de correlação do NSPT para encontrar a tensão admissível do solo e o coeficiente
de reação vertical Ksv. Assim, define-se a geometria do radier: espessura e comprimento
de borda.

O próximo passo é o lançamento da carga linear proveniente da superestrutura que


descarrega os esforços no radier no programa Cypecad que, por sua vez, realizará o

79
processamento e os cálculos de dimensionamento que serão analisados. Dentre os
resultados obtidos, destacam-se o deslocamento/recalque do radier, a tensão solicitante e
as taxas de armaduras e volume de forma e concreto. Esses valores serão analisados e
comparados com os parâmetros do solo e as exigências de projeto, tais como:

 tensão admissível maior ou igual à tensão solicitante (Estado-Limite Último


ELU);
 deslocamento/recalque do radier menor do que o valor máximo admissível
(Estado-Limite de Serviço ELS), de acordo com a Seção 2.8 na Tabela 2.2; e
 taxa de armaduras e volumes de forma e concreto dentro do esperado.

Se todas as premissas acima forem aprovadas (ELU e ELS), o dimensionamento estará


finalizado. Porém, se alguma delas for reprovada, será necessário fazer uma reavaliação
da geometria do radier, aumentando-se a espessura e o comprimento de borda, de acordo
com a exigência constatada e realizando-se, logo após novo processamento e nova análise
dos resultados no programa Cypecad. Repete-se, sucessivamente, esse procedimento, até
a aprovação das premissas citadas anteriormente. A Figura 4.24 mostra o fluxograma
desse procedimento:

80
Figura 4.24 – Fluxograma de escolha do radier

Fonte: Acervo do autor.

81
5. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISES

5.1 Resultados

Neste capítulo, apresentam-se os resultados das análises numéricas obtidas nos 27 (vinte
e sete) modelos propostos no Capítulo 4. Todos os modelos de radier serão comparados
e analisados, visando à obtenção de parâmetros de tensões e deslocamento, verificando-
se o quanto a geometria da fôrma influencia na distribuição das tensões sobre o solo e
qual foi o deslocamento que cada placa apresentou de acordo com os parâmetros de
espessura e utilização do coeficiente de reação vertical Kvs adotados em cada análise.

Para melhor compreensão, apresenta-se uma planilha com comparação dos principais
dados encontrados nessas análises em forma de uma tabela-resumo, realizando-se um
comparativo de tensões-deslocamento e taxa de aço para os 27 modelos analisados.

Nas Figuras 5.1 a 5.54, apresentam-se as modelagens em elementos finitos utilizadas para
os 27 modelos, apresentando-se os principais isovalores para tensão no solo e
deslocamento do radier. Para cada um desses modelos, todas as dimensões da fôrma
foram indicadas no capítulo anterior, e nestas Figura 5.1 a 5.54 estão indicados sem
escala:

82
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.1 - Tensão resultante no solo do Modelo 1 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.2 - Recalque no radier do Modelo 1 (deslocamento em mm).

83
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.3 - Tensão resultante no solo do Modelo 2 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.4 - Recalque no radier do Modelo 2 (deslocamento em mm).

84
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.5 - Tensão resultante no solo do Modelo 3 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.6 - Recalque no radier do Modelo 3 (deslocamento em mm).

85
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.7 - Tensão resultante no solo do Modelo 4 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.8 - Recalque no radier do Modelo 4 (deslocamento em mm).

86
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.9 - Tensão resultante no solo do Modelo 5 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.10 - Recalque no radier do Modelo 5 (deslocamento em mm).

87
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.11 - Tensão resultante no solo do Modelo 6 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.12 - Recalque no radier do Modelo 6 (deslocamento em mm).

88
Solo: Mole
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm

Figura 5.13 - Tensão resultante no solo do Modelo 7 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm

Figura 5.14 - Recalque no radier do Modelo 7 (deslocamento em mm).

89
Solo: Mole
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.15 - Tensão resultante no solo do Modelo 8 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.16 - Recalque no radier do Modelo 8 (deslocamento em mm).

90
Solo: Mole
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.17 - Tensão resultante no solo do Modelo 9 (tensão em MPa).

Solo: Mole
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.18 - Recalque no radier do Modelo 9 (deslocamento em mm).

91
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.19 - Tensão resultante no solo do Modelo 10 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.20 - Recalque no radier do Modelo 10 (deslocamento em mm).

92
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.21 - Tensão resultante no solo do Modelo 11 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.22 - Recalque no radier do Modelo 11 (deslocamento em mm).

93
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.23 - Tensão resultante no solo do Modelo 12 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.24 - Recalque no radier do Modelo 12 (deslocamento em mm).

94
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Borda= 60cm

Figura 5.25 - Tensão resultante no solo do Modelo 13 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Borda= 60cm

Figura 5.26 - Recalque no radier do Modelo 13 (deslocamento em mm).

95
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.27 - Tensão resultante no solo do Modelo 14 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.28 - Recalque no radier do Modelo 14 (deslocamento em mm).

96
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.29 - Tensão resultante no solo do Modelo 15 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.30 - Recalque no radier do Modelo 15 (deslocamento em mm).

97
Solo: médio
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm

Figura 5.31 - Tensão resultante no solo do Modelo 16 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm

Figura 5.32 - Recalque no radier do Modelo 16 (deslocamento em mm).

98
Solo: médio
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.33 - Tensão resultante no solo do Modelo 17 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.34 - Recalque no radier do Modelo 17 (deslocamento em mm).

99
Solo: médio
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.35 - Tensão resultante no solo do Modelo 18 (tensão em MPa).

Solo: médio
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.36 - Recalque no radier do Modelo 18 (deslocamento em mm).

100
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.37 - Tensão resultante no solo do Modelo 19 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Sem borda

Figura 5.38 - Recalque no radier do Modelo 19 (deslocamento em mm).

101
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.39 - Tensão resultante no solo do Modelo 20 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Sem borda

Figura 5.40 - Recalque no radier do Modelo 20 (deslocamento em mm).

102
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.41 - Tensão resultante no solo do Modelo 21 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Sem borda

Figura 5.42 - Recalque no radier do Modelo 21 (deslocamento em mm).

103
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.43 - Tensão resultante no solo do Modelo 22 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.44 - Recalque no radier do Modelo 22 (deslocamento em mm).

104
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Borda= 60cm

Figura 5.45 - Tensão resultante no solo do Modelo 23 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Borda= 60cm

Figura 5.46 - Recalque no radier do Modelo 23 (deslocamento em mm).

105
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.47 - Tensão resultante no solo do Modelo 24 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm

Figura 5.48 - Recalque no radier do Modelo 24 (deslocamento em mm).

106
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda = 120 cm

Figura 5.49 - Tensão resultante no solo do Modelo 25 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda = 120 cm

Figura 5.50 - Recalque no radier do Modelo 25 (deslocamento em mm).

107
Solo: rijo
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.51 - Tensão resultante no solo do Modelo 26 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm

Figura 5.52 - Recalque no radier do Modelo 26 (deslocamento em mm).

108
Solo: rijo
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.53 - Tensão resultante no solo do Modelo 27 (tensão em MPa).

Solo: rijo
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm

Figura 5.54 - Recalque no radier do Modelo 27 (deslocamento em mm).

109
Analisando-se as Figuras 5.1 a 5.54, que ilustram os resultados de tensão resultante no
solo e recalque no radier em cada modelo, infere-se que:

Modelos grupo 1 com tensão admissível 0,1 MPa:


 especificamente os modelos 1, 2 e 3 cuja fôrma do radier é sem borda constatou-
se que nestes as tensões máximas concentram-se próximas as bordas e que a
tensão resultante superou a tensão admissível;
 nos modelos 4, 5 e 6 que possuem borda de 60cm as tensões máximas começaram
a migra das bordas para o centro do radier, e estes valores não superaram a tensão
admissível;
 nos modelos 7, 8 e 9 que tem borda de 120cm observa-se que as tensões máximas
já estão mais concentradas na parte central do radier e estão com valores de
segurança bem razoáveis;
 a influência da espessura do radier para os modelos deste grupo não demonstrou
ser um parâmetro que influência na rigidez final da placa;
 os recalques-deslocamentos para os modelos 1, 4, 7 foram os que apresentaram
maiores valores, pelo fato destes possuírem espessuras de 16 cm;

Modelos grupo 2 com tensão admissível 0,2 MPa:


 para os modelos 10, 11 e 12 que são radiers sem bordas as tensões máximas
também convergiram-se para próximo da borda destes elementos, inclusive o
modelo 10 atingiu 100% da tensão resultante;
 nos modelos 13, 14 e 15 que possuem borda de 60cm, as tensões máximas também
começaram a migrarem para região central, nota-se que o modelo 13 foi o
elemento em que as tensões máximas concentraram-se mais próximas da borda;
 dos modelos 16, 17 e 18 com comprimento e borda de 120cm apresentam-se
tensões máximas resultantes que não atingiram 50% da tensão admissível,
demonstrando assim que a influência da tensão admissível associado ao
comprimento de borda é um dos parâmetros mais significativos no
dimensionamento do radier;
 os recalques-deslocamentos de todos os modelos apresentaram valores muito
reduzidos, somente modelo 10 ficou com valor mais próximo do recalque
admissível;

110
Modelos grupo 3 com tensão admissível 0,3 MPa:
 para os modelos 19, 20 e 21 que são radiers sem bordas as tensões máximas
também convergiram-se para próximo a borda destes elementos, inclusive o
modelo 19 atingiu 77% da tensão resultante;
 nos modelos 22, 23 e 24 que possuem borda de 60cm, as tensões máximas também
começaram a migrarem para região central, nota-se que o modelo 22 foi o
elemento em que as tensões máximas concentraram-se mais próximas da borda;
 dos modelos 25, 26 e 27 com comprimento e borda de 120cm apresentam-se
tensões máximas resultantes que não atingiram 70% da tensão admissível,
demonstrando assim que a influência da tensão admissível associado ao
comprimento de borda ser um dos parâmetros mais significativos no
dimensionamento do radier;
 inclusive neste grupo a influência da tensão admissível, terá uma relação
diretamente proporcional ao dimensionamento das armaduras de todos os radiers;
 os recalques-deslocamentos de todos os modelos apresentaram valores muito
reduzidos, ficando com valores com mais de 100% do recalque diferencial
admissível;

Como principais conclusões para este item citam-se:


 os modelos 1, 2 e 3 tiveram tensões resultantes máximas superiores à tensão
admissível do solo; ou seja: haverá rompimento do elemento de fundação;
 os valores de tensões solicitante máximas e de recalques máximos diminuem com
o aumento da espessura e aumento do comprimento de borda do radier;
 há variações dos isovalores muito consideráveis quanto à tensão admissível de
acordo com o comprimento de borda do radier;
 quando não foi considerado o comprimento de borda, as tensões solicitantes
máximas se concentram nas bordas do radier;
 com o aumento do comprimento de borda, há melhoria gradativa da distribuição
da tensão no radier, sendo que, nos modelos em que o comprimento de borda é
igual a 120 cm, a tensão é distribuída em praticamente todo o radier;
 quanto maior a rigidez do solo, foram observados que os recalques máximos
foram bastante reduzidos, que somadas a rigidez do radier levou a se terem

111
resultado de isovalores próximos de zero; e
 em relação aos recalques máximos observados, nos radiers sem borda, esses
valores, conforme demonstrados na planta de isovalores em cada modelo, o
recalque máximo se concentra nas bordas.

5.2 Tensão admissível x tensão solicitante

Considerando-se os valores encontrados para cada modelo, elaborou-se uma tabela que
possibilita analisar as tensões resultantes de cada modelo e comparar os valores de tensões
admissíveis no radier. Pode-se, então, com os valores obtidos a partir do ensaio de SPT,
concluir se o solo em questão suportará a tensão solicitante em cada caso. Em seguida,
dividiram-se os modelos em três grupos, de acordo com os seus valores de NSPT, sendo
que o grupo 1 é aquele que engloba os modelos cuja resistência do solo foi de 0,10 MPa
(NSPT = 5); o grupo 2 é aquele que representa os modelos cuja resistência do solo foi de
0,2 MPa (NSPT = 10); e o grupo 3 enquadra os modelos cuja resistência do solo foi de 0,3
MPa (NSPT = 15). Segue a Tabela 5.1, com esses dados sistematizados:

112
Tabela 5.1 - Análise de tensões no radier.

TENSÃO
TENSÃO %
MÁXIMA
ADMISSÍVEL TENSÃO UTILIZAÇÃO
SOLO MODELO RESULTANTE BORDA
DO SOLO σa σa < σr DA TENSÃO
NO RADIER σr (cm)
(MPa) ADMISSÍVEL
(MPa)
Mole Modelo 1 0,1 0,23 Não Ok 230,00% Sem
Mole Modelo 2 0,1 0,16 Não Ok 160,00% Sem
Mole Modelo 3 0,1 0,14 Não Ok 140,00% Sem
Mole Modelo 4 0,1 0,09 Ok 90,00% 60
Mole Modelo 5 0,1 0,07 Ok 70,00% 60
Mole Modelo 6 0,1 0,06 Ok 60,00% 60
Mole Modelo 7 0,1 0,07 Ok 70,00% 120
Mole Modelo 8 0,1 0,06 Ok 60,00% 120
Mole Modelo 9 0,1 0,06 Ok 60,00% 120

Médio Modelo 10 0,2 0,2 Ok 100,00% Sem


Médio Modelo 11 0,2 0,14 Ok 70,00% Sem
Médio Modelo 12 0,2 0,11 Ok 55,00% Sem
Médio Modelo 13 0,2 0,09 Ok 45,00% 60
Médio Modelo 14 0,2 0,08 Ok 40,00% 60
Médio Modelo 15 0,2 0,07 Ok 35,00% 60
Médio Modelo 16 0,2 0,08 Ok 40,00% 120
Médio Modelo 17 0,2 0,07 Ok 35,00% 120
Médio Modelo 18 0,2 0,06 Ok 30,00% 120

Rijo Modelo 19 0,3 0,23 Ok 76,67% Sem


Rijo Modelo 20 0,3 0,15 Ok 50,00% Sem
Rijo Modelo 21 0,3 0,11 Ok 36,67% Sem
Rijo Modelo 22 0,3 0,1 Ok 33,33% 60
Rijo Modelo 23 0,3 0,09 Ok 30,00% 60
Rijo Modelo 24 0,3 0,07 Ok 23,33% 60
Rijo Modelo 25 0,3 0,09 Ok 30,00% 120
Rijo Modelo 26 0,3 0,07 Ok 23,33% 120
Rijo Modelo 27 0,3 0,06 Ok 20,00% 120

A Figura 5.55 ilustra as tensões solicitantes em cada modelo, separadas pelos


agrupamentos citados anteriormente:

113
Figura 5.55- Tensão solicitante em cada modelo.

Analisando-se, na Tabela 5.1 e na Figura 5.55, os modelos em que a tensão admissível é


maior que a tensão solicitante, calcula-se a porcentagem de utilização da tensão
resultante; ou seja: qual a proporção da tensão admissível que está sendo utilizada, como
mostrado na Tabela 5.1. Ressalta-se que, para cálculos estruturais de fundações em geral,
considera-se a tensão admissível igual à tensão solicitante, utilizando-se sempre os fatores
de segurança necessários, de tal forma que a resistência do solo estaria sendo totalmente
usada, fato este que, dependendo do caso, pode gerar economia de materiais e,
consequentemente, financeira.

Com base nesses dados, elabora-se um gráfico (Figura 5.56), que ilustra bem a situação
descrita:

114
Figura 5.56 - Porcentagem de utilização da tensão admissível.
Primordialmente, destaca-se que as análises feitas têm o intuito de balizar a escolha de
um modelo mais adequado para fundações do tipo radier. Contudo, vários fatores podem
influenciar essa tomada de decisão; o modelo mais indicado é aquele cujos parâmetros
geotécnicos, geométricos e estruturais estejam dentro das taxas mais próximas ao valor
de 100%. Esse fator, porém, depende da interação entre o solo e a estrutura de fundação
que culminará na melhor escolha para cada modelo de fundação.

Analisando-se os valores mostrados na Tabela 5.1 e na Figura 5.56, constata-se que


alguns modelos do grupo 1: Modelos 1, 2 e 3, não estão de acordo com a premissa σa <
σr. Isso significa que os modelos em questão não suportam a tensão que está sendo
solicitada; logo, o solo poderá entrar em ruptura. Ainda dentro desse grupo, merece
destaque o Modelo 4, que teve 90% de aproveitamento da tensão resultante, o que, a
priori, faz com que seja considerado um modelo altamente indicado para todos dentro do
grupo 1.

115
Já no grupo 2, todos os modelos apresentam tensões resultantes menores ou iguais à
tensão admissível. Entretanto, o Modelo 10 tem 100% da utilização da tensão resultante,
o que mostra um indício de que seja o modelo apropriado, pelo menos para esse requisito.

Já no grupo 3, o Modelo 19 teve aproximadamente 77% de aproveitamento da tensão


resultante, sendo esse o modelo que apresenta melhor resultado.

Adicionalmente, todos os respectivos modelos dos grupos 2 e 3 e os demais modelos do


grupo 1 (Modelos 4 a 9) respeitam as premissas de tensão e deslocamentos-recalque.
Entretanto, analisando-se todos os modelos que foram aprovados, constata-se que nem
sempre os que estiverem mais próximos de apresentarem tensões resultantes σr iguais a
100% são os modelos mais indicados.

De maneira oposta, também é possível realizar uma análise dos modelos que apresentam
a tensão resultante baixas, serem os mais indicados para execução por reduzir o custo
final do modelo de fundação.

Os valores médios apresentados na Tabela 5.2 são os que podem apresentar as melhores
otimizações em relação a tensões e deslocamento-recalque que serão gerados na
fundação, bem como podem implicar menor consumo de insumos na sua construção.
Em síntese, fazendo-se uma análise geral dos grupos, os modelos em questão mais
indicados seriam: para o grupo 1, o Modelo 4; para o grupo 2, o Modelo 10; e, para o
grupo 3, o Modelo 19. É importante reafirmar que essa conclusão é baseada apenas na
análise da tensão admissível de cada modelo, mas que outras propriedades, tais como
espessura de placa, geometria e quantitativos de materiais, serão analisadas,
posteriormente, para determinação do modelo mais indicado.

5.3 Deslocamento admissível x deslocamento solicitante

Como explicado anteriormente, na Seção 2.6, as placas de fundação apresentam um


recalque máximo admissível que deve ser menor do que o recalque máximo gerado pelos
esforços solicitantes da estrutura. Para análise de recalques diferenciais específicos ou

116
distorções angulares, haverá uma comparação com os índices apresentados na Figura
2.16. Devido ao fato de estar em contato com o solo, a laje de fundação não tem seu maior
recalque diferencial no centro da placa, como as lajes convencionais, sendo suas
deformações tecnicamente conhecidas como deslocamentos. Com o uso do software
Cypecad, geram-se os valores dos recalques (deslocamentos) em toda a placa, conforme
ilustrado nas figuras de isovalores para deslocamentos, sendo que o recalque diferencial
máximo δmáx resulta da diferença entre os recalques máximos e mínimos, e a distância
entre esses dois pontos se referem ao vão que será analisado para o cálculo da distorção
angular β. A Figura 5.57 mostra a obtenção do vão crítico gerado pelo programa Cypecad
para o Modelo 4:

Figura 5.57 – Vão entre os pontos de recalque máximo e mínimo (Modelo 4).

A Tabela 5.2 mostra os valores de deslocamento/recalque diferencial máximos e


admissíveis, comparando-os com os gerados pelos esforços solicitantes; e, também, os
valores de distorção angular para cada modelo, sendo que, para se atingir um limite seguro
de não-ocorrência de fissuras em obras prediais, considerou-se um valor máximo de β

117
igual a 1/500. Para o cálculo do recalque diferencial máximo admissível, utilizou-se a
razão entre a distância entre os dois pontos (vão) analisados L/500, ou seja: os modelos
que tiverem recalque diferencial devido ao esforço solicitante menor do que o recalque
diferencial admissível também terão valores de distorção angular inferiores a 1/500. A
Tabela 5.2 mostra esses resultados, sendo que os valores de recalque/deslocamento
negativos representam uma conversão (afundamento) usada pelo programa:

Tabela 5.2 – Resultados de recalque/deslocamento diferencial.

118
Analisando-se a Tabela 5.2, percebe-se que apenas o Modelo 1 teve
recalque/deslocamento diferencial máximo maior do que o valor admissível e é o único
modelo em desacordo com o valor de β estabelecido anteriormente. O
deslocamento/recalque total δmáx do radier não deve ultrapassar 25 mm (SOUSA, 2012)
e, de acordo com a Tabela 5.3, todos os modelos em questão têm deslocamentos menores;
logo, todos estão de acordo com o quesito deslocamento final. Assim sendo, todos os
modelos estão dentro dos limites do Estado-Limite de Serviço (ELS), com exceção do
Modelo 1.

5.4 Quantitativos de materiais

Outro fator importante que deve ser analisado para a escolha de um modelo mais indicado
dentre os existentes é o quantitativo de materiais usados para confecção da estrutura de
fundação para cada modelo. Com o auxílio do programa Cypecad, podem-se calcular os
esforços feitos no radier e, consequentemente, dimensionar as armaduras positivas e
negativas, longitudinais e transversais, necessárias para que a estrutura trabalhe com
segurança, utilizando-se o Método dos Elementos Finitos - MEF. A Figura 5.58 ilustra a
área necessária de aço superior na direção Y; ou seja: a armadura negativa transversal
designada para o Modelo 19:

Figura 5.58 – Área de aço necessária, armadura negativa na direção Y (modelo 19).

119
A Figura 5.59 demonstra como é a armadura gerada para o modelo em questão:

Figura 5.59 – Armadura negativa transversal gerada pelo Cypecad (modelo 19).

Devido ao fato da geração de diferentes armaduras por faixa da laje de fundação


observadas na Figura 5.59 – que variam de acordo com a tensão solicitante na área (Figura
5.58) –, observa-se que o método utilizado foi o dos Elementos Finitos (MEF).
Observando-se no centro inferior do radier na Figura 5.58, por exemplo, constata-se que
há um esforço solicitante de quase 9 cm² de aço por metro de laje. Há, porém, grande
variação ao longo da laje, tanto dos diâmetros das barras quanto nos espaçamentos,
tornando-se a utilização dessa disposição de armaduras totalmente inviável no canteiro
de obras, fato representado na Figura 5.59.

Para simplificar a leitura do projeto e facilitar a sua execução no canteiro de obras, foi
homogeneizado o posicionamento de armaduras transversais e longitudinais. Apesar de
não ser possível encaixar totalmente alguns modelos nesse esquema de homogeneização
de armaduras, a grande maioria deles tem disposição de armaduras similares. A Figura
5.60 ilustra a disposição de armaduras longitudinais e transversais:

120
Figura 5.60 – Esquematização da homogeneização das armaduras longitudinais e
transversais por regiões.
Sendo assim, há, no máximo, sete tipos de armaduras possíveis para o radier inteiro. Em
vários casos, utilizaram-se dois tipos de armaduras, simplificando-se ainda mais o projeto.
Após esta simplificação para o Modelo 19, observa-se maior clareza de projeto e a
armadura transversal negativa é demonstrada pela Figura 5.61:

Figura 5.61 – Detalhamento final da armadura transversal negativa (modelo 19).

121
Após realizar o mesmo procedimento para todos os modelos, houve uma simplificação
de projeto que torna possível a leitura e execução do radier na obra. Todo o detalhamento
da armadura foi feito de forma contínua; ou seja: cobrindo todos os pontos do radier que,
teoricamente, não necessitava de armação, tanto para a armadura positiva quanto para a
negativa. As armaduras não se juntaram devido ao comprimento máximo de 1200 cm,
que foi respeitado. O Modelo 4, onde se encontra a maior necessidade de armadura, de
acordo com a Figura 5.59 e 5.60. O programa calcula, também, a quantidade de materiais
gastos para a execução do radier, tanto de área de forma quando de volume de concreto e
peso de aço.

Encontra-se disponível no Anexo II as armaduras transversais e longitudinais designadas


para todos os 24 modelos especificados que tiveram tensões admissíveis superiores à
tensão solicitante (Seção 5.2.1). A Tabela 5.3 mostra os quantitativos para cada um desses
modelos:

122
Tabela 5.3 – Quantitativo de materiais utilizados para todos os modelos.

MATERIAIS UTILIZADOS

FORMA
GRUPO MODELO CONCRETO (m³) AÇO (kg)
(m²)

Modelo 1 - - -
Modelo 2 - - -
Modelo 3 - - -
Modelo 4 13,54 41,31 3416
Modelo 5 21,16 64,55 2982
1
Modelo 6 33,86 103,28 3749
Modelo 7 14,31 49,67 4169
Modelo 8 22,36 77,61 3624
Modelo 9 35,78 124,17 4529

Modelo 10 12,78 33,42 3594


Modelo 11 19,96 52,21 2908
Modelo 12 31,94 83,54 3100
Modelo 13 13,54 41,31 3008
Modelo 14 21,16 64,55 2730
2
Modelo 15 33,86 103,28 3704
Modelo 16 14,31 49,67 3820
Modelo 17 22,36 77,61 3202
Modelo 18 35,78 124,17 4451

Modelo 19 12,78 33,42 3223


Modelo 20 19,96 52,21 2826
Modelo 21 31,94 83,54 3058
Modelo 22 13,54 41,31 2926
Modelo 23 21,16 64,55 2639
3
Modelo 24 33,86 103,28 3612
Modelo 25 14,31 49,67 3424
Modelo 26 22,36 77,61 3127
Modelo 27 35,78 124,17 4433

Ressalta-se, primeiramente, que os Modelos de 1 a 3 não foram analisados devido ao fato


de não suportarem a tensão admissível (Seção 5.2). Adicionalmente, percebe-se que há
diferentes índices de armadura por volume de concreto em cada modelo, além de maior
ou menor utilização de formas. É possível, então, dividir os modelos de mesma espessura,

123
mesmo comprimento de borda e mesma tensão admissível, com o intuito de se verificar
qual variável exerce maior influência sobre a taxa de aço. Criando-se grupos com
propriedades semelhantes, por meio da distorção dos valores dentro dos grupos, pode-se
saber se o fator que mais exerceu influência sobre a taxa de aço. Mantendo-se espessura
constante, por exemplo, e não se observando, dentro dos modelos de mesma espessura,
grande variação de taxa de aço, constata-se que essa variável exerce alta influência na
determinação da taxa. Se houver uma alta discrepância, entretanto, pode-se concluir que
as outras variáveis não contempladas na análise exercem maior influência do que a
espessura.

5.4.1 Espessura constante

Para auxiliar a análise de taxa de aço por volume de concreto, preparou-se uma tabela
comparativa desses valores, comparando-se o aumento percentual de estruturas de mesma
espessura. Destaca-se que os radiers com mesma espessura foram agrupados e que foram
definidos subgrupos de mesmo comprimento de borda. Segue a Tabela 5.4:

124
Tabela 5.4 – Comparação de taxa de aço por volume de concreto agrupadas por
espessura.

FORMA
ESPESSURA TAXA
COMP.
DO RADIER NSPT MODELO DE AÇO
RODAPÉ
(cm) kg/m³
(cm)
5 Modelo 1 -
Sem borda 10 Modelo 10 107,54
15 Modelo 19 96,44
5 Modelo 4 82,69
16 60 10 Modelo 13 72,82
15 Modelo 22 70,83
5 Modelo 7 83,93
120 10 Modelo 16 76,91
15 Modelo 25 68,93

5 Modelo 2 -
Sem borda 10 Modelo 11 55,70
15 Modelo 20 54,13
5 Modelo 5 46,20
25 60 10 Modelo 14 42,29
15 Modelo 23 40,88
5 Modelo 8 46,70
120 10 Modelo 17 41,26
15 Modelo 26 40,29

5 Modelo 3 -
Sem borda 10 Modelo 12 37,11
15 Modelo 21 36,61
5 Modelo 6 36,30
40 60 10 Modelo 15 35,86
15 Modelo 24 34,97
5 Modelo 9 36,47
120 10 Modelo 18 35,85
15 Modelo 27 35,70

É possível, encontrar, dentro dos modelos com mesma espessura de radier, aquele que
tem menor taxa de armadura. De acordo com a Tabela 5.4, tem-se que, para espessura de
16 cm, o modelo com menor consumo de armação é o Modelo 25. Tal fato foi evidenciado
devido à maior borda e o solo ser mais rígido, comparativamente aos demais; porém, há

125
casos em que não há a ocorrência dessa situação. Ainda dentro desse grupo de modelos,
percebe-se uma tendência de diminuição da taxa de armadura com o aumento da borda e
com o aumento da tensão admissível do solo que resultará no coeficiente de reação
vertical maior. Há alguns casos de exceção desse fato citado, como, por exemplo, quando
se comparam os Modelos 13 e 16. O Modelo 13 tem menor borda do que o Modelo 16;
porém, ele apresenta uma taxa de aço menor. Esse fato se deve à homogeneização da
armadura considerada, uma vez que há a possibilidade de se terem escolhido armaduras
similares para ambos os modelos, mas a diferença entre eles pode ser pequena. Um
exemplo disso seria a consideração do programa por barras de 6,3 mm de diâmetro com
espaçamento de 9 cm, ao invés de barras com diâmetro de 8 mm a cada 14 cm. A área da
seção de barras por metro de largura difere menos de 10%, mas a escolha por um ou outro
afeta a taxa de armadura final. Destaca-se que a diferença de taxa de aço, nesses casos, é
de aproximadamente 5%; ou seja: não pode ser considerada relevante. É com base nessa
relevância que se pode realizar uma análise da Tabela 5.4. Aumentando-se a espessura do
radier, reduz-se a taxa de diminuição da quantidade de aço por metro cúbico de concreto.
Com isso, há grande variação das taxas de aço vinculadas aos modelos de espessura de
16 cm, sendo que essa taxa diminui quando se trata de espessura de 25 cm, até se tornar
praticamente irrelevante para radier com espessura de 40 cm.

Conclui-se, então, que o aumento da espessura do radier está diretamente relacionado


com a diminuição da taxa de aço por volume de concreto, sendo que há variação de acordo
com a rigidez do solo. Quanto maior a rigidez do solo, menor a taxa de aço por volume
de concreto, se forem comparados três modelos que têm a mesma espessura e o mesmo
comprimento de borda, mas com NSPT diferentes. Para espessuras de 16 cm e de 25 cm,
Modelos 25 e 26, respectivamente possuem menores consumo de volumes de concreto e
aço. Esse fato se deve ao maior comprimento da borda e à maior tensão admissível do
solo. Já para os radiers de espessura de 40 cm, não se observam grandes diferenças de
taxas de aço, devido às escolhas das barras feitas na homogeneização, e o modelo mais
indicado é o Modelo 6. Todavia, é necessária a realização de outras análises, avaliando-
se as variações de comprimento de borda e de tensão admissível.

126
5.4.2 Comprimento de borda constante

De maneira análoga à seção anterior, mantendo-se uma das dimensões do radier


constante, pode-se analisar a sua influência na determinação da taxa de aço por metro
cúbico de concreto. Os modelos foram agrupados de acordo com seus respectivos
comprimentos de bordas e foram definidos subgrupos de acordo com a tensão admissível
do solo. Segue a Tabela 5.5, com os valores encontrados:
Tabela 5.5 - Comparação de taxa de aço por volume de concreto agrupadas por
comprimento de borda.
TENSÃO
FORMA COMP. TAXA DE
ADMISSÍVEL DO MODELO
RODAPÉ (cm) AÇO kg/m³
SOLO σs (MPa)
Modelo 1 -
Modelo 2 -
0,1 Modelo 3 -
Modelo 10 107,54
Sem borda Modelo 11 55,70
0,2 Modelo 12 37,11
Modelo 19 96,44
Modelo 20 54,13
0,3 Modelo 21 36,61
Modelo 4 82,69
Modelo 5 46,20
0,1 Modelo 6 36,30
Modelo 13 72,82
60 Modelo 14 42,29
0,2 Modelo 15 35,86
Modelo 22 70,83
Modelo 23 40,88
0,3 Modelo 24 34,97
Modelo 7 83,93
Modelo 8 46,70
0,1 Modelo 9 36,47
Modelo 16 76,91
120 Modelo 17 41,26
0,2 Modelo 18 35,85
Modelo 25 68,93
Modelo 26 40,29
0,3 Modelo 27 35,70

127
Na Tabela 5.5, observa-se que o comprimento de borda do radier é determinante no
cálculo da taxa de aço por metro cúbico de concreto. Teoricamente, se há um maior
volume de concreto, com o aumento da borda, é necessária menor taxa de armadura para
se combater os esforços solicitantes. Comparando-se os radiers sem borda com os que
têm bordas de 60 cm, observa-se que essa premissa é obedecida em todos os casos.
Comparando-se modelos que têm mesma tensão admissível do solo e mesma espessura,
em todos os casos, o elemento de fundação sem borda apresenta taxa de armação maior
do que os que têm bordas de 60 cm. Um exemplo seria comparar os Modelos 10 e 13, ou
os Modelos 20 e 23, que apresentam diferenças de 29% e 24% de taxa de aço,
respectivamente. Entretanto, isso não ocorre quando se comparam bordas de 60 cm e de
120 cm. A taxa de armação é praticamente a mesma, quando se comparam modelos de
mesma espessura e mesma tensão admissível do solo, como, por exemplo, os Modelos 5
e 8 e os Modelos 15 e 18, que têm diferenças de apenas 1% de taxa de aço. Em alguns
casos, a taxa de aço é, inclusive, maior para bordas de dimensões maiores. Isso se deve à
homogeneização das armaduras feita e descrita na seção anterior.

Isso permite concluir que o comprimento de borda do radier exerce influência sobre a
taxa de armação por metro cúbico de concreto, até um determinado limite. O aumento da
borda a partir de zero gera uma diminuição da taxa de aço encontrada, mas apenas até
certo limite, estabelecendo-se um de comprimento de borda que se pode afirmar ser o que
apresenta melhor desempenho. Nos modelos envolvidos, o comprimento de borda mais
indicado é o de 60 cm.

5.4.3 Tensão admissível constante

De acordo com as análises anteriores, mantendo-se constante a tensão admissível do solo,


constata-se melhor a influência dessa propriedade na determinação da taxa de aço por
metro cúbico de concreto. Foram definidos agrupamentos de acordo com a tensão
admissível do solo e subgrupos de acordo com o comprimento de borda. Os resultados
estão disponibilizados na Tabela 5.6, a seguir:

128
Tabela 5.6 - Comparação de taxas de aço por volume de concreto agrupadas por tensão
admissível do solo.

TAXA DE MATERIAIS UTILIZADOS


TENSÃO FORMA
ADMISSÍVEL COMP. AÇO(kg)/
MODELO
DO SOLO σs RODAPÉ CONCRETO(m³)
(MPa) (cm)
Modelo 1 -
Modelo 2 Sem borda -
Modelo 3 -
Modelo 4 82,69
Modelo 5 0,1 60 46,20
Modelo 6 36,30
Modelo 7 83,93
Modelo 8 120 46,70
Modelo 9 36,47

Modelo 10 107,54
Modelo 11 Sem borda 55,70
Modelo 12 37,11
Modelo 13 72,82
Modelo 14 0,2 60 42,29
Modelo 15 35,86
Modelo 16 76,91
Modelo 17 120 41,26
Modelo 18 35,85

Modelo 19 96,44
Modelo 20 Sem borda 54,13
Modelo 21 36,61
Modelo 22 70,83
Modelo 23 0,3 60 40,88
Modelo 24 34,97
Modelo 25 68,93
Modelo 26 120 40,29
Modelo 27 35,70

A análise da Tabela 5.6 é similar à feita para a seção anterior (Seção 5.3.2). Teoricamente,
se tensão admissível do solo for maior, será necessária menor taxa de armadura para se

129
combater os esforços solicitantes, devido à maior capacidade de carga do solo. Há,
realmente, a ocorrência desse fato; porém, em distintas taxas diferenciais. Quando se
comparam valores de tensão admissível de 0,2 MPa e de 0,3 MPa, a variação da taxa é
menor do que quando se comparam aqueles que apresentam tensões admissíveis de 0,1
MPa e 0,2 MPa. Entretanto, em ambos os casos, essa diferença é pequena, sendo
considerada irrelevante para ambos os grupos.

Para maior clareza da análise da taxa de aço por volume de concreto, apresenta-se, a
seguir, um gráfico (Figura 5.62) em que se destaca uma linha média da taxa de aço por
volume de concreto, cujo valor é de 55 kg/m³ de aço por metro cúbico de concreto:

Figura 5.62 – Taxa de aço (kg) por volume de concreto (m³).

Assim sendo, conclui-se que a tensão admissível do solo exerce alta influência na taxa de
armação por metro cúbico de concreto. Um solo com maior capacidade de carga implica
maior tensão admissível e menor taxa de aço; porém, não apresenta valores dimensionais
com grande influência, quando se comparam modelos de mesma espessura e de mesmo
comprimento de borda, como os Modelos 10 e 19, por exemplo. Adicionalmente,
percebe-se que a taxa de aço média destacada na Figura 5.62 está de acordo com a taxa

130
geral praticada no mercado, de acordo com os dados fornecidos em planilhas
orçamentárias, que são disponibilizados para os fornecedores pela Direcional Engenharia3
e pela MRV Engenharia4, que são empresas que mais executam esse modelo de fundação,
e consideram taxas médias entre 45 kg/m3 e 55 kg/m³.

5.5 Custos

Dentre os fatores determinantes para escolha de um bom modelo de fundação o custo


final da obra é sempre um dos principais itens que deve ser analisado.
Apesar da frequente preocupação com os fatores econômicos envolvidos nas construções
civis, algumas maneiras de economizar são ineficazes. Um exemplo está relacionado à
economia no volume de concreto. É comum o raciocínio de que quanto menores forem
as dimensões da laje de fundação – e, consequentemente, menor o volume de concreto
armado e a área de forma –, maior será a economia na obra. Entretanto, com essa
diminuição, há tendência de aumento do consumo de armadura na estrutura, o que eleva
o custo final da laje de fundação. No presente caso, para os radiers deste trabalho,
desconsideraram-se os custos relacionados à mão de obra e a impostos. Sendo assim, para
a sua execução, foram considerados apenas os valores de insumos diretos: fôrma,
concreto e aço. Os custos considerados estão de acordo com os preços de mercado
praticados atualmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e estão baseados na
tabela SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) e
adotados por diversos órgãos públicos e empresas privadas. Segue a Tabela 5.7, exibindo
os preços considerados para composição:

Tabela 5.7 – Preços unitários médios de materiais na Região Metropolitana de BH.

PREÇO UNITÁRIO DE MATERIAIS


FÔRMA (m²) CONCRETO (m³) AÇO (kg)
R$ 40,00 R$ 300,00 R$ 4,00

Assim sendo, apresentou-se uma tabela ilustrando o custo real de cada radier, seguindo

3
http://www.direcional.com.br/
4
http://www.mrvengenharia.com.br/

131
os quantitativos descritos na Tabela 5.3. Apresenta-se, a seguir, a Tabela 5.8, que mostra
esses valores:
Tabela 5.8 – Custo dos radiers de cada modelo.

GRUPO MODELO CUSTO (R$)


Modelo 1 -
Modelo 2 -
Modelo 3 -
Modelo 4 R$26.598,60
1 Modelo 5 R$32.139,40
Modelo 6 R$47.334,40
Modelo 7 R$32.149,40
Modelo 8 R$38.673,40
Modelo 9 R$56.798,20
Modelo 10 R$24.913,20
Modelo 11 R$28.093,40
Modelo 12 R$38.739,60
Modelo 13 R$24.966,60
2 Modelo 14 R$31.131,40
Modelo 15 R$47.154,40
Modelo 16 R$30.753,40
Modelo 17 R$36.985,40
Modelo 18 R$56.486,20
Modelo 19 R$23.429,20
Modelo 20 R$27.765,40
Modelo 21 R$38.571,60
Modelo 22 R$24.638,60
3 Modelo 23 R$30.767,40
Modelo 24 R$46.786,40
Modelo 25 R$29.169,40
Modelo 26 R$36.685,40
Modelo 27 R$56.414,20

Analisando-se a Tabela 5.9, pode-se determinar quais são os fatores mais determinantes
para o cálculo do preço final e escolher os radiers que são economicamente mais
vantajosos. Para a análise dos fatores que exercem maior impacto sobre o custo do radier,
basta se comparar quais são os modelos que apresentam maiores discrepâncias de valores
e quais são as diferenças entre eles. Para determinação dos modelos economicamente

132
mais viáveis, escolheram-se dois modelos para cada grupo mostrado na Tabela 5.8.

Analisando-se os modelos dentro de um mesmo grupo, percebe-se um padrão de variação


do custo do radier. Mantendo-se um dos parâmetros (tensão admissível do solo, espessura
do radier ou comprimento de borda do radier) constante, pode-se observar esse padrão.
Se houver uma diferença significativa entre os modelos do mesmo grupo de variável
constante, isso significa que ela não é fator que exerce alto impacto sobre a determinação
do custo.

Para ilustrar a metodologia, apresentam-se as tabelas que exibem a comparação com a


fixação de cada parâmetro descrito, como na Tabela 5.8, onde a tensão admissível do solo
foi escolhida como variável de comparação. Com relação à tensão admissível do solo,
não há diferença considerável entre os modelos. Na maioria dos casos, a variação do custo
entre os modelos que apresentam apenas a tensão admissível como aspecto variável é
muito pequeno, sendo de, no máximo, 3% de diferença. Comparando-se apenas os
Modelos 4 e 13 e os Modelos 7 e 16, por exemplo, têm-se variações entre 8% e 6%.

Comparando-se os modelos dentro de um mesmo grupo, tem-se que a maior discrepância


está no grupo 3; ou seja: os modelos que apresentam tensão admissível de 0,3 MPa. Nesse
caso, o aumento percentual foi de 112,60%, se compararmos os Modelos 19 e 27, que
representam, respectivamente, o maior custo e menor custo dentro do grupo 3. Como há
variação significativa dentro de uma mesma tensão admissível do solo, é pode-se
concluir, que essa propriedade exerce alto impacto sobre custo do radier, mas não é o
fator mais determinante.

A Tabela 5.9 mantém como parâmetro constante de comparação o comprimento de borda:

133
Tabela 5.9 - Comparação de custos mantendo-se como parâmetro o comprimento de
borda.
BORDA CONSTANTE
CUSTO POR
CUSTO
GRUPO MODELO ÁREA DO RADIER
(R$)
(R$) /m²
Modelo 1 - -
Modelo 2 - -
Modelo 3 - -
Modelo 10 R$24.913,20 R$119,20
SEM
Modelo 11 R$28.093,40 R$134,42
BORDA
Modelo 12 R$38.739,60 R$185,36
Modelo 19 R$23.429,20 R$112,10
Modelo 20 R$27.765,40 R$132,85
Modelo 21 R$38.571,60 R$184,55
Modelo 4 R$26.598,60 R$103,10
Modelo 5 R$32.139,40 R$124,57
Modelo 6 R$47.334,40 R$183,47
Modelo 13 R$24.966,60 R$96,77
60 cm Modelo 14 R$31.131,40 R$120,66
Modelo 15 R$47.154,40 R$182,77
Modelo 22 R$24.638,60 R$95,50
Modelo 23 R$30.767,40 R$119,25
Modelo 24 R$46.786,40 R$181,34
Modelo 7 R$32.149,40 R$103,71
Modelo 8 R$38.673,40 R$124,75
Modelo 9 R$56.798,20 R$183,22
Modelo 16 R$30.753,40 R$99,20
120 cm Modelo 17 R$36.985,40 R$119,31
Modelo 18 R$56.486,20 R$182,21
Modelo 25 R$29.169,40 R$94,09
Modelo 26 R$36.685,40 R$118,34
Modelo 27 R$56.414,20 R$181,98

Com referência à borda constante, tem-se que há variação significativa entre os modelos
que apresentam somente esse parâmetro como diferença. Comparando-se radiers sem
bordas com os de borda de 60 cm, tem-se que apenas os radiers com 40 cm de espessura
apresentam grandes diferenças entre si, de cerca de 20%, sendo que os outros modelos

134
exibem pequenas diferenças percentuais. Apenas os Modelos 11 e 14 apresentam uma
diferença percentual de 10% e têm espessura de radier de 25 cm. Analisando-se, agora,
os modelos com comprimentos de borda de 60 cm e 120 cm, pode-se afirmar que em
todos os casos há uma grande diferença percentual, com valores superiores a 18% em
todos os casos. Sendo assim, aumentando-se a borda de 60 cm para 120 cm, tem-se
aumento de custo de, no mínimo, 18%.

Relacionando-se os resultados descritos com a rigidez do solo, percebe-se que,


comparando-se a taxa de aço de um modelo com mesmo comprimento de borda, mas com
tensões admissíveis diferentes, há uma relação de proporcionalidade inversa entre o
aumento da rigidez do solo e a taxa de aço. Sendo assim, quanto maior a rigidez, menor
a quantidade de aço necessária. Com relação à taxa de aço por volume de concreto pela
área da laje de fundação, percebe-se que um aumento quando se tem espessuras maiores
e comprimentos de bordas maiores; ou seja: há um alto custo do preço do concreto no
custo final. Com relação à rigidez do solo, quanto maior a rigidez, menor o custo por área,
fato já esperado, devido à menor taxa de aço.

Comparando-se os valores dentro de um mesmo grupo, tem-se que a maior discrepância


está no grupo de borda de 120 cm. Nesse caso, tem-se que a diferença entre o maior custo
(Modelo 27) e o menor custo (Modelo 25) é de quase 80%. Conclui-se, então, que o
comprimento de borda é o fator mais determinante do que a tensão admissível do solo,
mas ainda não pode ser considerado o mais influente.

A Tabela 5.10 mantém como parâmetro constante de comparação a espessura do radier:

135
Tabela 5.10 – Comparação de custos mantendo-se como parâmetro a espessura.

ESPESSURA CONSTANTE
GRUPO MODELO CUSTO (R$)
Modelo 1 -
Modelo 4 R$26.598,60
Modelo 7 R$32.149,40
Modelo 10 R$24.913,20
16 cm Modelo 13 R$24.966,60
Modelo 16 R$30.753,40
Modelo 19 R$23.429,20
Modelo 22 R$24.638,60
Modelo 25 R$29.169,40
Modelo 2 -
Modelo 5 R$32.139,40
Modelo 8 R$38.673,40
Modelo 11 R$28.093,40
25 cm Modelo 14 R$31.131,40
Modelo 17 R$36.985,40
Modelo 20 R$27.765,40
Modelo 23 R$30.767,40
Modelo 26 R$36.685,40
Modelo 3 -
Modelo 6 R$47.334,40
Modelo 9 R$56.798,20
Modelo 12 R$38.739,60
40 cm Modelo 15 R$47.154,40
Modelo 18 R$56.486,20
Modelo 21 R$38.571,60
Modelo 24 R$46.786,40
Modelo 27 R$56.414,20

Com relação à espessura do radier, tem-se que esse pode ser considerado o fator mais
determinante para cálculo do custo calculado quanto ao elemento de fundação.
Comparando-se espessuras de 16 cm e 25 cm, observa-se que há tantas diferenças grandes
quanto pequenas. Entretanto, quando se comparam espessuras de 25 cm e 40 cm, percebe-
se que o aumento de preço é sempre maior do que 32%; ou seja: os maiores valores

136
analisados estão relacionados à espessura de 40 cm.

Há grande diferença entre os custos dos radiers dentro do mesmo grupo pré-determinado,
que se constata analisando-se a Tabela 5.8.

Para o grupo 1, tem-se que o modelo mais viável economicamente é o Modelo 4, que
apresenta tensão admissível de 0,1 MPa, com borda de 60 cm e espessura de 16 cm. Todos
os outros modelos apresentam diferença mínima de 10% no custo, se comparados com o
Modelo 4; logo, não merecem ser destacados.

Para o grupo 2, tem-se que o modelo 13 é o mais viável economicamente, com tensão
admissível de 0,2 MPa, com borda de 60 cm e espessura de 16 cm. Os Modelos 10 e 11
apresentam diferenças de cerca de 6%, quando comparados ao Modelo 13, e também
merecem ser destacados como economicamente viáveis. Ressalta-se que o Modelo 18
implica preço superior ao dobro do que resulta do Modelo 13; ou seja: uma diferença
significativa.

Para o grupo 3, o Modelo 22 é o economicamente mais viável, com espessura de 16 cm


e borda de 60 cm, assim como os Modelos 13 e 4, destacados anteriormente. Merecem
destaques especiais o Modelo 19, que apresenta uma diferença inferior a 2% no preço
final do elemento de fundação, e o Modelo 27, que custaria praticamente o dobro, se
comparado ao Modelo 22.

Para maior clareza de análise dos custos do radier, apresenta-se um gráfico (figura 5.63)
comparativo entre os modelos analisados, sendo que os Modelos 1, 2 e 3 não foram
analisados, por não atenderem a premissa σa < σr:

137
Figura 5.63 – Custo dos radiers.

Por conseguinte, pode-se concluir que alguns parâmetros exercem mais impacto sobre os
custos do que outros. Quando se compararam os modelos dentro do grupo com mesma
espessura, observa-se que a maior discrepância está no grupo com espessura de 40 cm,
que representa uma diferença de 45%. Sendo assim, esse é o menor índice de discrepância
entre os modelos; ou seja: comparando-se todas as propriedades que estão sendo mantidas
constantes, a espessura é a que exerce maior impacto sobre o custo.

A espessura é, portanto, nesse contexto, o fator mais determinante no cálculo do custo


final da laje de fundação. Em seguida, o outro fator que mais influencia a determinação
do preço do radier é o comprimento de borda, seguido pela tensão admissível do solo.
Tanto para a variação entre os grupos de espessuras diferentes quanto para o comprimento
de borda e tensão admissíveis do solo, tem-se que, a partir de determinado momento, não
há mais uma diminuição relevante da taxa de armadura e, consequentemente, do preço;
ou seja: há, novamente, a existência de parâmetros que podem ser considerados ‘ótimos’.
Para todos os grupos destacados na Tabela 5.8, tem-se que a espessura de 16 cm e borda

138
de 60 cm seriam os melhores parâmetros; ou seja: os parâmetros ótimos destacados.

Dentre todos os modelos, o mais viável economicamente seria o Modelo 22, que apresenta
tensão admissível do solo de 0,3 MPa, comprimento de borda de 60 cm e espessura de 16
cm, o que representa os parâmetros ótimos destacados e a melhor condição do solo. Em
contrapartida, o modelo que implica o maior custo é o Modelo 9, com espessura de 40
cm, comprimento de borda de 120 cm e tensão admissível do solo de 0,1 MPa, o que
representa os parâmetros que mais fazem o custo do radier aumentar e o pior solo em
questão.

Para uma visualização mais eficaz, o gráfico da figura 5.64 demonstra o resumo final
contendo o modelo por grupo com melhor desempenho, apresentando inclusive os custos
dos modelos.

Figura 5.64 – Modelos de radier com melhor desempenho – custo e dimensão de borda
por grupo.

139
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

6.1 Considerações finais e conclusões

Diferentes fatores influenciam na escolha do radier a ser usado como elemento de


fundação, com o intuito de se escolher o melhor ou os melhores modelos possíveis dentre
os 27 analisados e, levando-se em consideração variações de tensão admissível do solo,
comprimento de borda e espessura do radier, apresentam-se, a seguir, as principais
conclusões desta dissertação:

 a rigidez do solo quando associado ao comprimento de borda do radier são os


parâmetros geotécnicos e geométricos mais determinantes para o
dimensionamento do radier, sendo, inclusive, o que possibilita a fundação atender
os pré-requisitos relativos ao dimensionamento dos estados-limites últimos e de
serviço;

 a correta obtenção dos valores da tensão admissível para cada tipo de solo
utilizados nos modelos, obtidos por meio da correlação dos resultados do NSPT,
constitui um dos principais parâmetros que possibilitam o dimensionamento do
radier com critério mais rigoroso;

 comprovou-se que a influência da rigidez e da tensão admissível do solo, quando


não obtidas e utilizadas com critérios técnicos, poderão trazer sérios problemas de
deslocamentos e tensão resultantes excessivas na placa do radier;

 constatou-se que a geometria da borda e da espessura do radier são os dois


principais fatores que exercem influência sobre o dimensionamento que
determina a escolha do modelo com melhor desempenho para esse tipo de
fundação.

 após se atingir a tensão admissível necessária com determinada geometria, ao se


aumentarem as dimensões do radier no mesmo grupo, não se observa diferença
alguma considerável em ganho de resistência; apenas um aumento de consumo

140
de materiais;

 constatou-se que as maiores tensões resultantes estão próximas das bordas do


radier;

 as tensões admissíveis do elemento de fundação, de acordo com os valores


estipulados neste trabalho, demonstram que as fundações que têm índice de
aproveitamento de tensão na ordem de 40% da tensão solicitante são as que
apontam para o melhor modelo de radier a ser adotado;

 a espessura é o parâmetro de maior relevância no custo final do elemento de


fundação do tipo radier;

 os radiers com borda de 60 cm são os que apresentam melhores resultados em


relação a todos os parâmetros analisados nesta dissertação;

 o custo final do elemento de fundação é o fator mais preponderante para a escolha


do radier e deve ser analisado previamente. É necessário comparar as
características do radier e seus impactos sobre o custo final. Sem se considerar
mão de obra e impostos, a ordem de relevância no custo do radier é dada em
ordem decrescente por espessura, comprimento de borda e tensão admissível do
solo;

6.2 Sugestões para futuras pesquisas

Apresentam-se, a título de sugestões para futuras pesquisas sobre o tema contemplado


neste trabalho os seguintes tópicos:

 verificação do dimensionamento de radier para solos arenosos muito compactos;

 emprego de outros programas de elementos finitos para dimensionamento de


radier;

141
 influência da tensão admissível na espessura de placa para fundação do tipo radier;

 análise da influência da borda em relação ao solo para fundações do tipo radier;

 estudo comparativo entre radiers e sapatas para solos compactos e muito


compactos; e

 melhoramento de solos através da combinação solo-cimento para sub base de


fundação do tipo radier.

142
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Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil - Universidade Federal do
Ceará - UFCE, 2009.

PORTO, Thiago Bomjardim. Estudo da interação de paredes de alvenaria estrutural com


a estrutura de fundação. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) - Escola
de Engenharia - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Belo Horizonte, 2010.

POULO, H.G.; BADELOW, F. Geotechnical parameter Assessment for Tall Building


Foundation Design. International Journal of High-Rise Buildings, v. 4, n. 4, p. 227-239,
2015.

RIBEIRO, Marco Antônio Amancio. Análise Comparativa de Métodos Utilizados no


Cálculo da Interação Solo-Radier. Departamento de Mecânica Aplicada e Estruturas –
Escola Politécnica – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Rio de Janeiro,
2010.

ROBERTO, F. Consultoria e projetos estruturais. Estudo para projeto em radier


estaqueado. 2012.

SCHNAID, F. Ensaios de campos e suas aplicações à engenharia de fundações. SP, São


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SILVEIRA, J. E. S. Notas de Aula - Estruturas de Fundação. Belo Horizonte:


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HACHICH, Waldemar; FALCONI, Frederico; SAES, José Luiz; FROTA, Régis G. O.;

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BOMJARDIM. Estudo da interação de paredes de alvenaria estrutural com a estrutura
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Washington, v. 5, n. 4, p. 297-326, 1955.

VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações - Critérios de Projeto, Investigações do


Subsolo e Fundações Superficiais. v. 1, 3. ed. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 2002.

VELLOSO, D.; LOPES, F. R. Fundações: Critérios de Projeto - Fundações Superficiais.


Nova Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

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foundations without using superposition approximation. Canadian Geotechnical Journal,
v. 40, n. 2, p. 450-459, 2003.

147
ANEXO I

RELATÓRIOS DE SONDAGENS SPT

A seguir neste anexo são apresentados os relatórios de sondagens SPT utilizados para fornecer
parâmetros geotécnicos, no qual foram utilizados para a modelagem da analise numérica, sendo
uma das partes fundamentais para o preciso reconhecimento dos maciços geotécnicos (solo). A
Figura I-1 refere-se a sondagem utilizados para os modelos de 1 a 9, a Figura. I-2 para os modelos
10 a 18 e finalmente a Figura. I-3 para os modelos 19 a 27. Estes relatórios foram disponibilizados
pela Impacto Engenharia e Empreendimentos Ltda.

I.0
Figura I-1 - Relatório de sondagem 1 - Solo classificado com consistência Mole

FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
02/04

RELATÓRIO DE SONDAGEM - S P T REL.: 175/11 AMOSTRADOR. Ø INT. 1.3/8


Ø EXT. 2
CLIENTE: N. FURO.
PESO: 65 KG
IMPACTO ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA SP01 ESC. ALT. DE QUEDA: 75 CM
OBRA: COTA. S/E

98,75 PROF. REVESTIMENTO: 2,00 m.

STANDARD PENETRATION TEST


COTAS AMOS-
Esc.:1:100 CLASSIFICAÇÃO PROF. N.A. GOLPES/30cm INICIAL: FINAL:
TRAS
INICIAL FINAL 10 20 30 40 50 60
ARGILA ARENO - SILTOSA

01 F 03 05
MOLE
U
COR AMARELA COM TRAÇOS MARRONS 02
0 2,00 R 06 07
ARGILA SILTO - ARENOSA
O
MÉDIA 03 07 10
S
E
COR MARROM E VERMELHA 04 4,00 08 09
ARGILA SILTOSA C
O
MÉDIA E RIJA 05 09 11
COR MARROM E VERMELHA
5,50
PEDREGULHOS
ARGILA ARENO - SILTOSA 06 5,95 12 14

07 12 15

RIJA E DURA 08 14 18

09 15 21

10 16 21
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
PEDREGULHOS
10,65
11 11,00 10 13
SILTE ARGILO - ARENOSO

RIJO 12 11 14
COR VERMELHA
SILTE ARGILO - ARENOSO 13 12,85 16 19

14 17 20

RIJO E DURO
15 17 22

COR VERMELHA CLARA COM TRAÇOS 16 18 24


BRANCOS
16,60
PEDREGULHOS 20 25
SILTE ARGILO - ARENOSO 17 16,95

18 21 27
DURO

19 22 30
COR VERMELHA CLARA COM TRAÇOS
BRANCOS

DATA INICIO: 20/06/2011 N. DE GOLPES INICIAIS.

DATA FINAL: 21/06/2011 Sondagens Fundações e Construções Ltda N. DE GOLPES FINAIS.

I.1
Figura I-2 - Relatório de sondagem 2 - Solo classificado com consistência Média

FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
03/04

RELATÓRIO DE SONDAGEM - S P T REL.: 175/11 AMOSTRADOR. Ø INT. 1.3/8


Ø EXT. 2
CLIENTE: N. FURO.
PESO: 65 KG
IMPACTO ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA SP02 ESC. ALT. DE QUEDA: 75 CM
OBRA: COTA. S/E

99,25 PROF. REVESTIMENTO: 2,00 m.

STANDARD PENETRATION TEST


COTAS AMOS-
Esc.:1:100 CLASSIFICAÇÃO PROF. N.A. GOLPES/30cm INICIAL: FINAL:
TRAS
INICIAL FINAL 10 20 30 40 50 60
ARGILA ARENO - SILTOSA

01 F 07 09
MÉDIA
U
02
0 R 05 09
O
03 07 10
S
E
COR MARRON E VERMELHA 04 08 11
C
4,40 O
PEDREGULHOS
ARGILA SILTO-ARENOSA
4,75
05 12 14

06 12 15

RIJA E DURA 07 14 16

08 14 17

09 17 19

10 18 20
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
PEDREGULHOS
10,65
11 10,95 12 15
SILTE ARENO-ARGILOSO

MEDIANAMENTE COMPACTO 13 16
12
COR MARROM COM TRAÇOS AMARELOS
SILTE ARENO-ARGILOSO 12,70
13 17 21

14 18 22
COMPACTO

15 20 24
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS 15,65
PEDREGULHOS 18 22
SILTE ARENO-ARGILOSO 16 15,90

17 18 23

COMPACTO
18 20 25

19 20 26

COR VERMELHA COM TRAÇOS BRANCOS

DATA INICIO: 21/06/2011 N. DE GOLPES INICIAIS.

DATA FINAL: 22/06/2011 Sondagens Fundações e Construções Ltda N. DE GOLPES FINAIS.

I.2
Figura I-3 - Relatório de sondagem 3 - Solo classificado com consistência Rija

FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
03/04

RELATÓRIO DE SONDAGEM - S P T REL.: 175/11 AMOSTRADOR. Ø INT. 1.3/8


Ø EXT. 2
CLIENTE: N. FURO.
PESO: 65 KG
IMPACTO ENGENHARIA E EMPREENDIMENTOS LTDA SP03 ESC. ALT. DE QUEDA: 75 CM
OBRA: COTA. S/E

100,15 PROF. REVESTIMENTO: 2,00 m.

STANDARD PENETRATION TEST


COTAS AMOS-
Esc.:1:100 CLASSIFICAÇÃO PROF. N.A. GOLPES/30cm INICIAL: FINAL:
TRAS
INICIAL FINAL 10 20 30 40 50 60
ARGILA SILTO-ARENOSA

01 10 14
F
U
02
0 R 12 15
O
RIJA
03 13 16
COR AMARELA E MARROM S
3,50
PEDREGULHOS
3,80 E
ARGILA SILTO-ARENOSA 04 C 11 15
RIJA
COR AMARELA E MARROM
O
05 5,00 12 15
ARGILA SILTOSA
RIJA COR VERMELHA
ARGILA SILTO-ARENOSA 06 5,85 13 17

07 17 20
RIJA E DURA

08 17 22

09 18 23
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
9,55
PEDREGULHOS
10 9,95 17 20
ARGILA SILTO-ARENOSA DURA
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
10,70
SILTE ARENO-ARGILOSO 11 18 22

12 17 22
COMPACTO

13 18 22

COR VERMELHA E MARROM COM TRAÇOS 14 19 25


AMARELOS E BRANCOS
14,50
PEDREGULHOS
14,80 21 26
SILTE ARENO-ARGILOSO 15
COMPACTO
COR VERMELHA E MARROM COM TRAÇOS
16 21 28
AMARELOS E BRANCOS
16,45
PEDREGULHOS
16,75 18 22
SILTE ARENO-ARGILOSO 17

COMPACTO 18 20 26

19 22 30
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS E
BRANCOS

DATA INICIO: 22/06/2011 N. DE GOLPES INICIAIS.

DATA FINAL: 23/06/2011 Sondagens Fundações e Construções Ltda N. DE GOLPES FINAIS.

I.3
Figura I-4 - Croqui de Locação dos furos de sondagem

CROQUI LOCAÇÃO DOS FUROS DE SONDAGEM

SP03

SP02
AL
IMETR
A PER
AVENID

SP01

OBS.:
DESENHO SEM ESCALA;
DIMENSÕES EM METROS.
FUROS LOCADOS PELO CLIENTE.

LOTE CONSTRUÍDO

I.4
ANEXO II

DETALHAMENTOS ESTRUTURAL DOS MODELOS

A seguir neste anexo são apresentados todos os modelos que foram feitas analises numéricas
e obteve-se aprovação em todos os estados limites. Não foram detalhados neste item os modelos
1, 2 e 3 por estes não atenderem as conformidades dos estados limites: últimos e de serviços. As
Figuras II-1 a II-24 refere-se aos modelos 4 ao 27, sendo que nesta são apresentados detalhamento
das armaduras superiores e inferiores (negativa e positiva) que constituiu a base para os dados de
quantitativo de aço.

II.0
14
14

10
10
14 30Ø6.3c/10 C=759 14 14 30Ø6.3c/10 C=759 14

81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=420
11

81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=420
11 11 11
28Ø10c/12.5 C=750-753 28Ø10c/12.5 C=750-753

14

14
14

14
14

62Ø6.3c/12.5 C=1050-1200
14 14
64Ø6.3c/12.5 C=1050-1200
14 10

L1
h=16

136Ø10c/16 C=542-1060
68Ø6.3c/12.5 C=550-840
11 46Ø10c/16 C=750-900 11

II.1
47Ø10c/16 C=750-900

34Ø8c/14 C=824-830
206

14
14

92Ø6.3c/9 C=810

83
85
95Ø6.3c/9 C=550-840

14

14
14

34Ø6.3c/9 C=759
14 14 34Ø6.3c/9 C=759
14

109
14
Figura II-1 - Modelo 4 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

39Ø8c/9 C=750-751 11
49Ø6.3c/15 C=420

10 10 26Ø10c/12.5 C=750-753 11

10 81Ø6.3c/9 C=300
14 49Ø6.3c/15 C=420
10 81Ø6.3c/9 C=300
14

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 6247.0 1530
Ø8 573.4 226
Ø10 2694.2 1660 3416
23

19
23

19
19Ø8c/18 C=777-780 15Ø8c/20 C=777
23 23 23 23

37Ø8c/20 C=300
19 19

37Ø8c/20 C=500

37Ø8c/20 C=300
19 19 16Ø10c/19 C=769
18Ø10c/19 C=750-769

19
2

19
23
37Ø8c/20 C=500

40Ø8c/20 C=1050-1200

23
23 23
42Ø8c/20 C=1050-1200
23 23

L1
h=25
43Ø6.3c/10 C=834

II.2
70Ø8c/12.5 C=560-1070
70Ø8c/12.5 C=480-1000
19 19

128Ø8c/17 C=560-840
62Ø8c/12.5 C=770-920

23
66Ø8c/12.5 C=770-920
23

193
89Ø6.3c/9 C=760

19
19
37Ø8c/20 C=500

28Ø6.3c/11 C=777 28Ø6.3c/11 C=777


81

23 23 23 23

105
37Ø8c/20 C=500

37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=300

19 19 19
Figura II-2 - Modelo 5 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

19
26Ø8c/12.5 C=750-769 24Ø8c/12.5 C=769

19
23
19
23

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 1470.1 360
Ø8 6233.9 2461
Ø10 261.3 161 2982
30
38

174Ø8c/12.5 C=586-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
34 38 174Ø8c/12.5 C=598-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34

L1
h=40
114Ø8c/12.5 C=799-1200

II.3
34
114Ø8c/12.5 C=799-1200

38
38

34
38

58Ø8c/12.5 C=550
58Ø8c/12.5 C=550

58Ø8c/12.5 C=550

58Ø8c/12.5 C=550
Figura II-3 - Modelo 6 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38

30
Resumo Aço38 Comp. total Peso
Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg)
CA-50 Ø8 9495.8 3749
14

11
14
11
14 25Ø6.3c/12 C=879 14 14 24Ø6.3c/12.5 C=879 14

49Ø10c/18 C=350
47Ø10c/19 C=350

55Ø6.3c/16 C=500
55Ø6.3c/16 C=500
10 10 10 10
34Ø8c/9 C=871 34Ø8c/9 C=871

11
10
93Ø6.3c/10 C=1200
14 122 14
14

60Ø6.3c/15 C=550-700

14
10 14 14 49Ø6.3c/19 C=550-700 14

61Ø10c/16 C=662-1000

L1

24Ø10c/12.5 C=920-938
h=16

II.4
63Ø10c/16 C=640-1000
190Ø6.3c/12 C=662-940

72Ø10c/12.5 C=1050-1200 11

14
72Ø10c/12.5 C=1050-1200
11
14

159

68
68

11
10

28Ø6.3c/12 C=879-880
14 14 25Ø6.3c/12 C=879
14 14
Figura II-4 - Modelo 7 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

52Ø6.3c/17 C=500

47Ø10c/19 C=350
52Ø6.3c/17 C=500
47Ø10c/19 C=350

11 26Ø10c/12.5 C=870-873 11 11 26Ø10c/12.5 C=870-873 11

11
14
11
14

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m)
Armadura positiva e negativa (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 5521.1 1352
Ø8 592.3 234 4169
Ø10 4191.0 2583
19
23
19
23
15Ø8c/20 C=897
23 15Ø8c/20 C=897 23 23 23

71
44Ø8c/20 C=450

44Ø8c/20 C=450

88Ø6.3c/10 C=300
88Ø6.3c/10 C=300
19 19Ø10c/17.5 C=870-889 19

19
19 19Ø10c/17.5 C=870-889 19
96 52Ø8c/18 C=1200
23 23

23
23

47Ø8c/20 C=550-700
23 23 47Ø8c/20 C=550-700
23 23

L1
h=25
228Ø6.3c/10 C=680-960

182Ø8c/12.5 C=680-1120

II.5
19 68Ø8c/13 C=750-900 19
68Ø8c/13 C=750-900

23
23

133
103Ø6.3c/9 C=800
91
19

15Ø8c/20 C=897 15Ø8c/20 C=897


23 23 23 23
Figura II-5 - Modelo 8 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

44Ø8c/20 C=450

44Ø8c/20 C=450

88Ø6.3c/10 C=300
88Ø6.3c/10 C=300

19 19 19 19
19Ø10c/18 C=870-889 19Ø10c/18 C=870-889

19
23
19
23

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa (m)
CA-50 Ø6.3 3998.1 979
Ø8 5646.3 2229
Ø10 674.9 416 3624
30
30

38
38
30 30 30 17Ø10c/18 C=911 30
17Ø10c/18 C=911

38

30
74Ø8c/12.5 C=350
180

122Ø8c/12.5 C=923-1200
38 34
122Ø8c/12.5 C=923-1200
34 38

L1
h=40
80Ø8c/12.5 C=718-1200

80Ø8c/12.5 C=706-1200
80Ø8c/12.5 C=718-1200

II.6
22Ø8c/12.5 C=980

38
38

22Ø8c/12.5 C=988
34 98Ø8c/12.5 C=919-1200

80Ø8c/12.5 C=706-1200
98Ø8c/12.5 C=919-1200 34

38
38

200
74Ø8c/12.5 C=350

34
34

68Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600

68Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600
Figura II-6 - Modelo 9 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38
30
38

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø8 10987.3 4338
Ø10 309.7 191 4529
11
14
11
14
30Ø10c/10 C=639 30Ø10c/11 C=639
14 14 14 14

14
14

70Ø6.3c/9 C=360
70Ø6.3c/9 C=340

40Ø10c/16 C=270

37Ø10c/17 C=270
80
10 10 11 28Ø10c/12 C=633 11

111
28Ø10c/12 C=631 14

14

14 11
54Ø10c/12.5 C=1050-1200
11 14
42Ø10c/12.5 C=850-1000
14 11

L1

40Ø10c/16 C=1200
36Ø10c/17.5 C=1200

h=16

31Ø10c/17 C=700

44Ø8c/18 C=400-860
42Ø8c/18 C=430-860

69Ø10c/8 C=704-710

II.7
52Ø8c/13 C=850-1000 10
10 52Ø8c/13 C=1050-1200

14
14

33Ø10c/10 C=639 30Ø10c/11 C=639


14

13
16

14 14 14 14

14
14
70Ø6.3c/9 C=360

70Ø6.3c/9 C=360
11 26Ø10c/12.5 C=632 10 10 26Ø10c/12.5 C=632 11

11
14
11
14
Figura II-7 - Modelo 10 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 994.0 243
Ø8 1750.1 691
Ø10 4316.8 2660 3594
19
19
23

23
37Ø8c/9 C=657 21Ø10c/16 C=657
23 23 23 23

23

23
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400

70Ø6.3c/9 C=400
23
70Ø6.3c/9 C=400

95

82
105
23 49Ø8c/14 C=1180 23

23
23

43Ø10c/16 C=450-600
23 43Ø10c/16 C=450-600 23 23 23

L1
42Ø10c/12.5 C=722

h=25
46Ø8c/17 C=440-800

231Ø6.3c/9 C=440-714
46Ø8c/17 C=420-800

II.8
19 148Ø6.3c/9 C=649-800 19
148Ø6.3c/9 C=649-800

52Ø8c/13 C=800 153


23

23

70
23
21Ø10c/16 C=657
23

23 21Ø10c/16 C=657 23 23 23

23
70Ø6.3c/9 C=400

70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400

70Ø6.3c/9 C=400

19
23
19
23
Figura II-8 - Modelo 11 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa (m)
CA-50 Ø6.3 5816.8 1425
Ø8 1907.1 753
Ø10 1185.0 730 2908
30
38
34
21Ø10c/16 C=687 19Ø10c/17.5 C=687
38 38 38 38

38
2 54Ø8c/12.5 C=1200 96 62Ø8c/12.5 C=440-1200

40Ø10c/17.5 C=450-600 39Ø10c/17.5 C=450-600


38 38 38 38

L1
30Ø10c/17.5 C=752

h=40

62Ø8c/12.5 C=478-1200
106Ø8c/12.5 C=560-1000 34

166Ø8c/12.5 C=466-1060
34 106Ø8c/12.5 C=679-1200

II.9
38
38

21Ø10c/16 C=687 19Ø10c/17.5 C=687


38

38 38 38 38

38

50Ø8c/12.5 C=410
30
38 50Ø8c/12.5 C=350
30 50Ø8c/12.5 C=410
38 50Ø8c/12.5 C=350

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Figura II-9 - Modelo 12 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø8 5972.8 2358 3100
Ø10 1203.8 742
10
14
10
14
28Ø6.3c/12 C=759-760 25Ø6.3c/12 C=759
14 14 14 14

49Ø6.3c/15 C=400
73Ø6.3c/10 C=300

44Ø6.3c/16 C=300
49Ø6.3c/15 C=400

14
22Ø10c/16 C=750-753 11

59
52Ø6.3c/15 C=450-600
10 14

14
52Ø6.3c/15 C=450-600 14
14 14
67Ø6.3c/12 C=1200
14 83 14

L1
h=16

198Ø8c/11 C=542-1010
218Ø6.3c/10 C=550-830

II.10
58Ø8c/13 C=560-710 10

14
14

92Ø6.3c/9 C=810 17
14 28Ø6.3c/12 C=759-760
14

14 14 14
28Ø6.3c/12 C=759-760

84
49Ø6.3c/15 C=400

73Ø6.3c/10 C=300
81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=400

90Ø10c/16 C=740-752 21Ø10c/16 C=750-753


11 11 11
10

10
14
14

10
Figura II-10 - Modelo 13 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 6258.3 1533
Ø8 2183.5 862
Ø10 995.4 613 3008
19
23
23

37Ø8c/20 C=400 19

37Ø8c/20 C=450

41Ø8c/18 C=400
37Ø8c/20 C=450
25Ø8c/13 C=769-770 25Ø8c/13 C=750-769
19 19 19 19

19
23
91
57Ø8c/20 C=777-1200
23 23

23
23

23 55Ø8c/20 C=777-1200 23

L1
h=25

156Ø8c/14 C=560-840
121Ø8c/18 C=568-850

II.11
19 87Ø6.3c/9 C=1050-1200
87Ø6.3c/9 C=1050-1200 19

23
23

19
23

23 25Ø6.3c/12 C=777 23 23 28Ø6.3c/12 C=777-780 23

41Ø8c/18 C=400
37Ø8c/20 C=450
46Ø8c/16 C=400
37Ø8c/20 C=450

19 19 19 19
25Ø8c/13 C=750-769 25Ø8c/13 C=750-769

19
23
19
23
Figura II-11 - Modelo 14 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 2416.3 592
Ø8 5414.5 2138 2730
30
38
174Ø8c/12.5 C=598-1200

174Ø8c/12.5 C=586-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
34 38 114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34

L1
h=40

II.12
114Ø8c/12.5 C=799-1200 34
114Ø8c/12.5 C=799-1200
34

38
38

38

58Ø8c/12.5 C=500

58Ø8c/12.5 C=500
58Ø8c/12.5 C=500

58Ø8c/12.5 C=500
Figura II-12 - Modelo 15 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38
30
38

Resumo Aço Comp. total Peso


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg)
CA-50 Ø8 9379.8 3704
11
14
11
14
24Ø6.3c/13 C=879
14 14 14 24Ø6.3c/13 C=879 14

47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400

10
14 74Ø6.3c/12.5 C=1200 126 14

14
14
10 58Ø6.3c/16 C=550-700 58Ø6.3c/16 C=550-700
14 14 10

56Ø10c/17.5 C=662-1200

L1

37Ø8c/9 C=920-936
h=16

58Ø10c/17 C=662-1200
127Ø8c/18 C=662-940

II.13
11
96Ø10c/16 C=870-1020 11
96Ø10c/16 C=870-1020
14

14
72Ø8c/13 C=600 161
59

24Ø6.3c/12.5 C=879
24Ø6.3c/12.5 C=879
10

14 14
14 14

109
108
Figura II-13 - Modelo 16 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400

10
14
11
14

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 3367.0 825
Ø8 1932.0 763
Ø10 3622.1 2232 3820
19
19
19
19

19
80Ø6.3c/11 C=400

80Ø6.3c/11 C=400
19 23
77Ø8c/20 C=893-1200
23 19
77Ø8c/20 C=893-1200

L1

50Ø8c/20 C=680-1200
h=25
49Ø8c/20 C=680-1200

175Ø8c/13 C=680-954
15Ø8c/20 C=954-960

II.14
118Ø8c/13 C=889-1200
19
118Ø8c/13 C=889-1200

23
23

19

19
19

70
19
44Ø8c/20 C=400
43Ø8c/20 C=500

44Ø8c/20 C=500

43Ø8c/20 C=400
Figura II-14 - Modelo 17 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

19
23
19
23

Resumo Aço
Fundação Comp. total Peso Total
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 640.0 157
Ø8 7710.7 3045 3202
30
38
30
38

38

30
74Ø8c/12.5 C=350

78Ø8c/12.5 C=706-1200

80Ø8c/12.5 C=718-1200
164

38 34
34 122Ø8c/12.5 C=923-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200 38

22Ø8c/12.5 C=992
80Ø8c/12.5 C=718-1200

L1
h=40

80Ø8c/12.5 C=706-1200

II.15
38
38

24Ø8c/12.5 C=980
34 122Ø8c/12.5 C=919-1200 122Ø8c/12.5 C=919-1200
34
168

38
38

74Ø8c/12.5 C=300 38

34

70Ø8c/12.5 C=500
70Ø8c/12.5 C=600

70Ø8c/12.5 C=500

70Ø8c/12.5 C=600
Figura II-15 - Modelo 18 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38
30
38

Resumo Aço Comp. total Peso


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg)
CA-50 Ø8 11273.4 4451
14

11
14
11
28Ø10c/11 C=639 26Ø10c/12.5 C=639
14 14 14 14

35Ø10c/18 C=270
35Ø10c/18 C=270
26Ø10c/12.5 C=631 26Ø10c/12.5 C=633
10 10 11 11

10
14
154
14 14
62Ø8c/11 C=1040
10 78Ø8c/9 C=560-710 14 14 75Ø8c/9 C=560-710 14

L1
h=16
70Ø6.3c/9 C=1200

33Ø10c/19 C=1200

II.16
42Ø10c/9 C=704
75Ø6.3c/9 C=350-500 75Ø6.3c/9 C=350-500

45Ø6.3c/9 C=696
10 10

70Ø6.3c/9 C=1200
33Ø10c/19 C=1200

63 75Ø6.3c/9 C=1200
26Ø10c/12.5 C=639

10
14
14 28Ø10c/12 C=639 14 14 14

14
14
14

14
26Ø10c/12.5 C=633
70Ø6.3c/9 C=250

70Ø6.3c/9 C=250
11 26Ø10c/12.5 C=632 10 11 11

11
14
11
14
Figura II-16 - Modelo 19 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço
Fundação Comp. total Peso Total
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 3909.2 957
Ø8 1643.1 649
Ø10 2624.3 1617 3223
19
23
23
37Ø8c/9 C=657 21Ø10c/16 C=657
23 23 23 23

23
23

70Ø6.3c/9 C=380
113
23
86
63Ø6.3c/10 C=380
109
23 75Ø6.3c/9 C=1180 23

23
23
39Ø10c/18 C=450-600
19 38Ø10c/18 C=450-600 23 23 23

L1
h=25
44Ø10c/12.5 C=722-730

41Ø8c/19 C=448-890
40Ø8c/19 C=448-840

231Ø6.3c/9 C=440-1200
19
19 148Ø6.3c/9 C=649-1200
148Ø6.3c/9 C=649-1200

II.17
23
23

37Ø8c/9 C=657 21Ø10c/16 C=657


23 23 23 23 23
23

23
63Ø6.3c/10 C=380

70Ø6.3c/9 C=300

63Ø6.3c/10 C=380

70Ø6.3c/9 C=300
19
23
19
23
Figura II-17 - Modelo 20 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 7189.9 1761
Ø8 1120.6 442
Ø10 1011.3 623 2826
30
38
30
38
18Ø10c/19 C=687 19Ø10c/18 C=687
38 38 38 38

30
38
54Ø8c/12.5 C=450-600 54Ø8c/12.5 C=480-600
34 38 38 34
54Ø8c/12.5 C=1200 21
21
129

L1

42Ø8c/12.5 C=736
h=40

30Ø10c/17.5 C=752
62Ø8c/12.5 C=478-1200

62Ø8c/12.5 C=466-1200

62Ø8c/12.5 C=466-1200
62Ø8c/12.5 C=478-1200

II.18
118
54Ø8c/12.5 C=760
34 106Ø8c/12.5 C=650-800 106Ø8c/12.5 C=650-800 34

30
38
38 19Ø10c/18 C=687 38 38 19Ø10c/18 C=687 38
38

38

38
38

50Ø8c/12.5 C=220
50Ø8c/12.5 C=220

50Ø8c/12.5 C=300
50Ø8c/12.5 C=300

30
38
30
38
Figura II-18 - Modelo 21 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso


Fundação (m) (kg) Total
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø8 6587.6 2601
Ø10 740.9 457 3058
10
14
10
14

81Ø6.3c/9 C=300
81Ø6.3c/9 C=300

46Ø6.3c/16 C=450
46Ø6.3c/16 C=420

10
14
11 22Ø10c/16 C=750-753 22Ø10c/16 C=750-753 11

77
14

14
110Ø6.3c/13 C=755-1200
110Ø6.3c/13 C=755-1200 14 10
10 14

L1
h=16
45Ø10c/19 C=542-1200
174Ø6.3c/12.5 C=550-830

50Ø10c/18 C=542-1200

II.19
10 56Ø8c/13 C=650-800
56Ø8c/13 C=650-800 10

33Ø8c/13 C=800-816

14
14

89Ø6.3c/9 C=810 107

10
14

11 11 11 11
22Ø10c/16 C=750-753 22Ø10c/16 C=750-753

179
179

73Ø6.3c/10 C=300
46Ø6.3c/16 C=450

39Ø6.3c/19 C=300

10
14 46Ø6.3c/16 C=450
10
14
Figura II-19 - Modelo 22 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 5889.9 1443
Ø8 1119.0 442
Ø10 1689.1 1041 2926
19
23
19
23

37Ø8c/20 C=300

37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=400

70 23
23
72Ø8c/20 C=773-1200
19 23 72Ø8c/20 C=773-1200
23 19

L1
h=25
44Ø8c/20 C=568-1200

109Ø6.3c/12 C=568-900

242Ø6.3c/9 C=560-1010

II.20
159Ø6.3c/9 C=769-1200
19
19
159Ø6.3c/9 C=769-1200

23
23

23
23

75
37Ø8c/20 C=400
37Ø8c/20 C=400

37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=300
Figura II-20 - Modelo 23 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

19
23
19
23

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m) (kg) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø6.3 6269.4 1536
Ø8 2792.6 1103 2639
30
38

34 114Ø8c/12.5 C=803-1200 38
114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34

L1
h=40

174Ø8c/12.5 C=586-1200

II.21
174Ø8c/12.5 C=598-1200

114Ø8c/12.5 C=799-1200 34
34 114Ø8c/12.5 C=799-1200

38
38

38
58Ø8c/12.5 C=450

58Ø8c/12.5 C=450
58Ø8c/12.5 C=350

58Ø8c/12.5 C=350
Figura II-21 - Modelo 24 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38
30
38

Resumo Aço Comp. total Peso


Fundação (m) (kg)
Armadura positiva e negativa
Ø8 9147.8 3612
10
14
10
14
22Ø6.3c/14 C=879 22Ø6.3c/14 C=879
14 14 14 14

68Ø8c/13 C=350
66Ø8c/13 C=350
14

10

45Ø6.3c/19 C=450
52Ø6.3c/17 C=450
72Ø6.3c/13 C=1170 107
14 14
14

14
14 14 55Ø6.3c/17 C=550-700
55Ø6.3c/17 C=550-700
14 10

34Ø8c/9 C=920-936
55Ø10c/18 C=662-910

L1
h=16
152Ø6.3c/15 C=670-950

56Ø10c/18 C=662-1010

II.22
11 11
96Ø10c/16 C=720-870 96Ø10c/16 C=870-1020

14
14

103Ø6.3c/9 C=600
86
109

24

74
10
14

47Ø6.3c/19 C=450
52Ø6.3c/17 C=450

68Ø8c/13 C=350

68Ø8c/13 C=350
22Ø6.3c/14 C=879 22Ø6.3c/14 C=879
Figura II-22 - Modelo 25 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

14 14 14 14

10
14
10
14

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação (m)
Armadura positiva e negativa (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 5228.9 1281
Ø8 1262.9 499
Ø10 2667.9 1644 3424
19
23
19
23

80Ø6.3c/11 C=400

78Ø6.3c/11 C=400
23
47Ø8c/20 C=300
23 149 23

77Ø8c/20 C=893-1200 23 77Ø8c/20 C=893-1200


19
23 19

L1

50Ø8c/20 C=688-1200
h=25
50Ø8c/20 C=688-1200

253Ø6.3c/9 C=680-954

II.23
14Ø8c/20 C=958
170Ø6.3c/9 C=870-1020 170Ø6.3c/9 C=870-1020
19 19

23
23

23
23

78Ø6.3c/12 C=600 153

70
19

80Ø6.3c/11 C=400
44Ø8c/20 C=500
44Ø8c/20 C=500

80Ø6.3c/11 C=400
Figura II-23 - Modelo 26 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

19
23
19
23

Resumo Aço Comp. total Peso Total


Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 7177.3 1758
Ø8 3468.1 1369 3127
34
38
34
38

34
38
80Ø8c/12.5 C=710-1200
74Ø8c/12.5 C=300
21 109 21

80Ø8c/12.5 C=718-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200 38 34
34 38

L1
h=40
80Ø8c/12.5 C=718-1200

80Ø8c/12.5 C=710-1200

II.24
22Ø8c/12.5 C=988

22Ø8c/12.5 C=984

38
38

34 122Ø8c/12.5 C=919-1200
122Ø8c/12.5 C=919-1200 34

168

38
38

74Ø8c/12.5 C=300

34
34

70Ø8c/12.5 C=500
70Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600

70Ø8c/12.5 C=480
Figura II-24 - Modelo 27- Detalhamento de armaduras positiva e negativa.

30
38
30
38

Resumo Aço Comp. total Peso


Fundação (m) (kg)
Armadura positiva e negativa
CA-50 Ø8 11227.9 4433

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