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Bob Marley
iii
DEDICATÓRIA
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Eterno Deus, por sempre estar iluminando minha vida e meus caminhos, concedendo-
me força, saúde, disposição e fé para realizar esta pesquisa; sem a Sua ajuda, não seria
possível concluir este trabalho.
Agradeço, também, ao Professor Lucas Ferreira Deleon, por suas contribuições no meu
seminário de qualificação, que me ajudaram a concluir esta dissertação com conteúdo
mais técnico-científico e prático, no qual possibilitou aperfeiçoar o tema escolhido.
À minha esposa, Waleska Amaral da S. Ribeiro, alma gêmea que sempre me incentivou,
em todos os momentos, até a conclusão deste trabalho.
v
Prates, que tanto colaborou, com suas ideias e discussões, para este trabalho: meu muito
obrigado por sua ajuda e disposição!
Ao professor da UNB Renato Pinto da Cunha, por disponibilizar no início desta minha
jornada artigos e diversos materiais que me direcionaram para escolha do tema, nos
diversos e-mails que trocamos e nas conversas por telefone.
Ao meu amigo e engenheiro civil Saman Pahlevan, por toda sua ajuda prestada nos
momentos que sempre precisei de um help, muito obrigado pelo seu esforço.
Aos meus familiares, irmãos e irmãs; e gratidão especial, in memoriam, ao meu pai, de
abençoada memória Sr. Benedito Rosa Ribeiro, e à minha mãe, Dona Carmélia Pereira
Ribeiro; com ajuda, aprendi a conquistar todas as coisas com caráter e integridade.
vi
RESUMO
A solução em fundação tipo radier em concreto armado tem sido utilizada como um
modelo muito frequente por boa parte dos projetistas e construtores, para obras de
pequeno a médio porte em empreendimentos prediais residenciais, atestando-se a sua
viabilidade técnica e financeira como solução competitiva e inteligente na área de
Fundações, considerando-se que os empreendimentos de Engenharia vêm exigindo, no
que tange à Geotécnica, constante especialização dos profissionais de Engenharia e
Arquitetura, quanto às técnicas de fundação a serem aplicadas nas construções, com
soluções inovadoras e economicamente viáveis. Neste sentido, soluções que garantam
segurança, reduzam tempo da obra, otimizem a sua execução e proporcionem economia
são demandas essenciais para o sucesso e a consolidação de um empreendimento de
construção e para seus fins comerciais. Considerando-se esse contexto, é apresentado um
estudo de caso de fundação tipo radier em concreto armado, no qual foi realizado análise
numérica em elementos finitos MEF, simulando 27 modelos de radiers, que foram
classificados em 3 grupos, dentro dos quais foram avaliados 3 tipos de solos com
consistência: mole, médio e rijo. Nesta análise, também foram considerados como
parâmetros para dimensionamento: geometria de borda e a espessura do radier, com
objetivo de ter dados para uma estimativa numérica consistente, com o intuito de avaliar
a tensão resultante versus a tensão admissível do solo e o deslocamento-recalque em cada
um destes modelos. Como resultados das análises, através da Interação Solo Estrutura
(ISE), espera-se encontra valores mínimos e máximos das tensões resultantes e
deslocamentos-recalques, e ainda é apresentado um estudo comparativo de insumos:
volumes de concreto, aço e fôrma, e os custos financeiros para cada um dos modelos
analisados. Por fim é apresentado um estudo dos modelos mais compatíveis para cada
tipo de solo dentro dos grupos definidos.
vii
ABSTRACT
The reinforced concrete slab foundation has been a very popular choice for many small
to medium sized residential building projects; this is a proof of technical and financial
viability as well as a competitive and an intelligent choice between the foundations.
Bearing in mind that the engineering firms, day after day, are insisting the Geo
Technicians, specialized Engineers and the Architects to choose and apply innovative and
viable methods and solutions for foundations. Having said that, the way-outs that
guarantee the safety, quicker, optimization in execution and being economically more
feasible, needed most and are crucial for the construction and the business itself to
succeed. By bearing in mind the context, will be presenting a case study on a reinforced
concrete Raft Foundation through Finite Element Methods (FEM) analysis, simulating a
Slab Foundation in 27 different geometries, which separated in three groups, based on
different types of soils, soft, medium and hard. This analysis is also considering other
parameters such as the geometry of the slab in its plant as well as the thickness, to evaluate
the tension outcomes against the soil capacity of bearing the tensions and measuring its
displacement on each of these models. As a result, based on the effect of Soil-Structure
Interaction (SSI), expecting the minimum and the maximum values for each outcome.
Additionally, will present a material consumption comparison, such as concrete volume,
steel and other materials as well as the total cost involved between these 27 models. In
conclusion, will be presenting an ideal geometry for each of these three groups.
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.2 – EVOLUÇÃO DA NBR 6122 DESDE SUA PUBLICAÇÃO ORIGINAL. ................... 2
FIGURA 2.1 - FUNDAÇÃO TIPO RADIER EXECUTADA. ........................................................ 10
FIGURA 2.2 - FUNDAÇÃO TIPO RADIER CONCRETO SIMPLES. ............................................ 12
FIGURA 2.3 – DISPOSIÇÃO DA LONA E DA ARMADURA DE RADIER DE CONCRETO ARMADO.
................................................................................................................................. 13
FIGURA 2.4 – CONCRETAGEM DE RADIER EM CONCRETO ARMADO. ................................. 13
FIGURA 2.5 – CONCRETAGEM DE RADIER EM CONCRETO PROTENDIDO. ........................... 14
FIGURA 2.6 – DETALHE DA PROTENSÃO DAS BARRAS EM CORDOALHA ENGRAXADA. ...... 15
FIGURA 2.7 – ESTACA ISOLADA (A), GRUPO DE ESTACAS CONVENCIONAIS (B) E RADIER
ESTAQUEADO (C). ..................................................................................................... 16
ix
4.2 – EXECUÇÃO DO SEGUNDO PAVIMENTO DA ESTRUTURA COM PAREDES DE CONCRETO
ARMADO. .................................................................................................................. 52
FIGURA 4.12 – MAPA DE CARGAS PARA MODELOS DE RADIER SEM BORDA (CARGAS
LINEARES EM KN/M). ................................................................................................ 64
x
FIGURA 5.5 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 3 (TENSÃO EM MPA). ............ 85
FIGURA 5.6 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 3 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 85
FIGURA 5.7 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 4 (TENSÃO EM MPA). ............ 86
FIGURA 5.8 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 4 (DESLOCAMENTO EM MM)................ 86
FIGURA 5.9 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 5 (TENSÃO EM MPA). ............ 87
FIGURA 5.10 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 5 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 87
FIGURA 5.11 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 6 (TENSÃO EM MPA). .......... 88
FIGURA 5.12 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 6 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 88
FIGURA 5.13 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 7 (TENSÃO EM MPA). .......... 89
FIGURA 5.14 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 7 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 89
FIGURA 5.15 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 8 (TENSÃO EM MPA). .......... 90
FIGURA 5.16 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 8 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 90
FIGURA 5.17 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 9 (TENSÃO EM MPA). .......... 91
FIGURA 5.18 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 9 (DESLOCAMENTO EM MM).............. 91
FIGURA 5.19 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 10 (TENSÃO EM MPA). ........ 92
FIGURA 5.20 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 10 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 92
FIGURA 5.21 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 11 (TENSÃO EM MPA). ........ 93
FIGURA 5.22 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 11 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 93
FIGURA 5.23 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 12 (TENSÃO EM MPA). ........ 94
FIGURA 5.24 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 12 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 94
FIGURA 5.25 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 13 (TENSÃO EM MPA). ........ 95
FIGURA 5.26 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 13 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 95
FIGURA 5.27 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 14 (TENSÃO EM MPA). ........ 96
FIGURA 5.28 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 14 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 96
FIGURA 5.29 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 15 (TENSÃO EM MPA). ........ 97
FIGURA 5.30 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 15 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 97
FIGURA 5.31 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 16 (TENSÃO EM MPA). ........ 98
FIGURA 5.32 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 16 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 98
FIGURA 5.33 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 17 (TENSÃO EM MPA). ........ 99
FIGURA 5.34 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 17 (DESLOCAMENTO EM MM)............ 99
FIGURA 5.35 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 18 (TENSÃO EM MPA). ...... 100
FIGURA 5.36 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 18 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 100
FIGURA 5.37 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 19 (TENSÃO EM MPA). ...... 101
xi
FIGURA 5.38 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 19 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 101
FIGURA 5.39 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 20 (TENSÃO EM MPA). ...... 102
FIGURA 5.40 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 20 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 102
FIGURA 5.41 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 21 (TENSÃO EM MPA). ...... 103
FIGURA 5.42 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 21 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 103
FIGURA 5.43 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 22 (TENSÃO EM MPA). ...... 104
FIGURA 5.44 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 22 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 104
FIGURA 5.45 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 23 (TENSÃO EM MPA). ...... 105
FIGURA 5.46 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 23 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 105
FIGURA 5.47 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 24 (TENSÃO EM MPA). ...... 106
FIGURA 5.48 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 24 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 106
FIGURA 5.49 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 25 (TENSÃO EM MPA). ...... 107
FIGURA 5.50 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 25 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 107
FIGURA 5.51 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 26 (TENSÃO EM MPA). ...... 108
FIGURA 5.52 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 26 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 108
FIGURA 5.53 - TENSÃO RESULTANTE NO SOLO DO MODELO 27 (TENSÃO EM MPA). ...... 109
FIGURA 5.54 - RECALQUE NO RADIER DO MODELO 27 (DESLOCAMENTO EM MM).......... 109
FIGURA 5.55- TENSÃO SOLICITANTE EM CADA MODELO. ............................................... 114
FIGURA 5.56 - PORCENTAGEM DE UTILIZAÇÃO DA TENSÃO ADMISSÍVEL. ....................... 115
FIGURA 5.57 – VÃO ENTRE OS PONTOS DE RECALQUE MÁXIMO E MÍNIMO (MODELO 4). 117
FIGURA 5.58 – ÁREA DE AÇO NECESSÁRIA, ARMADURA NEGATIVA NA DIREÇÃO Y
(MODELO 19). ......................................................................................................... 119
FIGURA 5.59 – ARMADURA NEGATIVA TRANSVERSAL GERADA PELO CYPECAD (MODELO
19). ......................................................................................................................... 120
FIGURA 5.60 – ESQUEMATIZAÇÃO DA HOMOGENEIZAÇÃO DAS ARMADURAS
LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS POR REGIÕES. ..................................................... 121
xii
LISTA DE TABELAS
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIATURAS
Ângulo de atrito
Coeficiente de combinação
Peso específico
C Coesão
CP Carga permanente
xiv
Cypecad Programa de análise de estruturas de concreto e fundações
D Rigidez da placa
FS Fator de segurança
Fy Módulo de escoamento
h Espessura da placa
Pk Ação de pré-esforço
xv
PNE Portadores de Necessidades Especiais
q Pressão de contato
Qa Sobrecarga
Qk Ação variável
S Recalque total
v Coeficiente de Poisson
δ Recalque diferencial
ν Coeficiente de Poisson
g, g, q, q Coeficientes parciais de segurança das ações permanentes
xvi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1
xvii
3.1.2.1 Formulações baseadas no ensaio SPT ( Standard Penetration Test) .... 33
3.1.2.2 Formulações baseadas no ensaio CPT (Cone Penetration Test)........... 35
3.1.3 Prova de carga sobre placa ......................................................................... 36
3.2 CÁLCULO DO COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL (KSV) ................................... 36
3.2.1 Aplicação de tabelas de valores típicos ....................................................... 36
3.2.2 Metodologia do ensaio de Placa .................................................................. 40
3.2.3 Analogias com o NSPT ................................................................................... 43
3.2.4 Analogias com a tensão admissível do solo ................................................. 44
3.2.5 Recalque da fundação real ........................................................................... 46
3.3 PROPRIEDADES DOS SOLOS COM UTILIZAÇÃO DE TABELAS ................................ 46
3.3.1 Módulo de elasticidade do solo (ES) ............................................................ 46
3.3.2 Coeficiente de Poisson (ν) ............................................................................ 49
3.3.3 Coesão dos solos, ângulo de atrito e peso específico. ................................. 50
xviii
5. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISES ............................................................. 82
xix
1. INTRODUÇÃO
A utilização da solução em radier para fundação de edifícios torna-se cada vez mais
necessária, diante do atual cenário econômico brasileiro. Rapidez e consequentemente
economia na execução são alguns dos principais fatores que incentivam a aplicação do
radier. Diante disso, torna-se necessária a utilização de ferramentas que possibilitem, cada
vez mais, análises geotécnicas/estruturais rigorosas sob o ponto de vista conceitual,
evitando-se, assim, previsões inadequadas e consequentemente, danos estruturais
praticamente irreversíveis, conforme, por exemplo, os representados na Figura 1.1:
1
revisando essa norma. Apresenta-se, na Figura 1.2, a seguir, a evolução da NBR 6122 ao
longo dos últimos 57 anos:
2
havendo agora a separação entre ações permanentes, variáveis e excepcionais.
Além disso, nessa norma há a adição de especificações de considerações de ações
decorrentes do terreno, de água superficial e subterrânea, excepcionais, interação
fundação-estrutura, alívio de cargas devido a vigas alavanca e atrito negativo.
3
último, como era anteriormente, além de dimensionamentos específicos para
sapatas e blocos (fundação rasa).
4
obtenção de respostas mais conclusivas;
para fundações profundas, no item “estaca moldada in loco”, será incluída uma
nova tabela para parâmetros de dimensionamento. As resistências dos concretos,
nessa revisão, estão com os fck maiores, sendo que a maior parte das estacas e
tubulões terá seu fck entre C25 a C40, e as taxas de armaduras estão sendo
reduzidas para 0,4% da área de concreto, e se está incluindo o item “classe de
agressividade ambiental”;
Até hoje, no Brasil, poucos trabalhos foram desenvolvidos sobre o tema comportamento
de radier como fundações para edificações residenciais prediais. Na região metropolitana
do Estado de Minas Gerias, diversos projetistas de fundações têm utilizado esse tipo de
fundação frequentemente. Assim sendo, é importante que se conheça o comportamento
desse tipo de fundação, para seu dimensionamento rigoroso, atendendo, dessa maneira,
os critérios mínimos exigidos pela NBR 6122-2010, atualmente em revisão. Salienta-se,
5
ainda, que norma em vigor não estabelece diretrizes para utilização desse tipo de
fundação.
Este trabalho tem por objetivo geral analisar o comportamento de radier como tipo de
fundação para edificações residenciais prediais e, para isso serão analisados:
6
1.4 Síntese e organização desta dissertação
7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nos tempos atuais diversas patologias nas estruturas de fundações vêm surgindo, devido
a estimativas imprecisas para aplicação deste tipo de fundação. Assim é de grande
importância ser realizada uma análise de maneira rigorosa e consistente da tensão e
deformação para os radiers, pois caso estes critérios estabelecidos não sejam levados em
consideração pelos projetistas, poderão causar sérios problemas estruturais nas
edificações de uma maneira irreversível.
Brandi (2004), por sua vez, apresenta resultados da criação de dois protótipos de radier
que foram apoiados em dois tipos diferentes de solos, sendo um de argila mole e, o outro,
de argila mole com contribuição de colunas de areia. A partir de resultados comparativos
de parâmetros geotécnicos do solo, recalques e resistência a diferentes níveis de
carregamentos, justificou-se o uso de radier para habitações de baixo custo.
Dória (2007), por seu turno, apresenta um estudo de caso avaliando a viabilidade do radier
em concreto protendido em relação ao radier convencional em concreto armado. Para essa
análise, fez uso do software TQS, que lhe possibilitou avaliar a influência da rigidez do
8
solo na definição da geometria da fundação. Por fim, uma abordagem em termos de
consumo de material foi feita (aço, concreto e fôrma).
Já Pordeus (2009) apresenta a fundação do tipo radier como alternativa para construção
de habitações de pequeno porte, tendo trabalhado com o software CYPECAD para
subsidiar os estudos de viabilidade da melhor escolha da fundação e, por fim, foi realizada
uma estimativa de custo.
Estudos de Kolay, Kumar e Tiwari (2013), por sua vez, apontam significativo aumento
de capacidade de carga admissível de solos siltosos com adição de areia e geogrelha em
diferentes profundidades. Seus resultados mostraram considerável aumento, de cerca de
17%, da capacidade de carga admissível com o uso de geogrelha. Esse trabalho demonstra
formas de melhoria de resistência do solo para implementação de radier com número
maior de pavimentos.
Poulos e Badelow (2015) apresentam um estudo de caso em Dubai (nos Emirados Árabes
Unidos) onde uma série de ensaios de campo e laboratório é realizada para a obtenção de
parâmetros de resistência e deformabilidade do maciço geotécnico em estudo, visando à
elaboração um projeto de fundação do tipo rasa.
Bahia (2015) apresenta no seu trabalho análise através de diversos métodos numéricos
sobre a influência da interação solo-estrutura no comportamento global da estrutura.
Além disso, por meio dos programas CAD/TQS e GARP, mostrou a importância desta
interação nos esforços das edificações e nos recalques de diversas fundações, inclusive a
do tipo radier.
9
2.2. O que é radier
Segundo Velloso e Lopes (2010), radier é um tipo de fundação superficial na qual toda a
carga da edificação é transferida para uma laje maciça de concreto. Trata-se de uma
fundação direta que distribui uniformemente todo o peso da edificação no terreno,
podendo ser utilizado em variados tipos de solos, desde que seja feita uma análise
conjunta do cálculo estrutural e do estudo da capacidade de carga do maciço geotécnico.
Segundo a NBR 6122-2010, radier é o elemento de fundação superficial que abrange parte
dos, ou todos os pilares de uma estrutura, distribuindo-lhe os carregamentos. A Figura 2.1
ilustra uma fundação do tipo radier:
10
Em todos os casos, o elemento de fundação deve resistir aos esforços pontuais de cada
pilar ou ser distribuído como paredes estruturais, além de suportar eventuais pressões do
lençol freático.
Quanto às espessuras dos radiers não existem critérios definidos, pois não há uma norma
específica para este tipo de fundação, porém recomenda-se as seguintes espessuras
baseados na indicação da NBR 6118-2014 item 13.2.4.1 que trata de espessuras mínimas
de lajes maciças:
10 cm para lajes que suportam veículos de peso total menor ou igual a 30kN;
12 cm para lajes que suportam veículos de peso total maior que 30kN;
16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes tipo-cogumelos, fora do capital.
Os radiers de concreto simples são aqueles usados para pequenas edificações; em geral,
pequenas obras residenciais: casas de um pavimento e, ainda, quando se dispõe de um
terreno com tensão admissível cujos valores superam os das cargas que serão aplicadas
sobre essa fundação.
A principal característica desse modelo de radier é não usar armadura alguma, seja ela de
flexão ou compressão, devido à composição dessa estrutura que trabalha somente com a
resistência característica de concreto fck, utilizada para suportar as cargas provenientes
dos esforços da estrutura, que são somente de esforço de compressão. A Figura 2.2 mostra
como é uma fundação tipo radier de concreto simples:
11
Figura 2.2 - Fundação tipo Radier concreto simples.
Fonte: Acervo do autor.
A Figura 2.3 ilustra como é a estrutura do radier antes da concretagem, com a disposição
da armadura em tela armada e a da lona para impermeabilização:
12
Figura 2.3 – Disposição da lona e da armadura de radier de concreto armado.
Fonte: Acervo do autor.
13
2.3.3 Radier de concreto protendido
14
Figura 2.6 – Detalhe da protensão das barras em cordoalha engraxada.
Fonte: SOUZA, 2016.
A maior diferença entre o radier estaqueado e um bloco sobre estaca é que, neste último
modelo, o bloco de coroamento pode estar ou não em contato com o solo, trabalhando
somente a interação bloco e estaca. No caso de fundação com radier estaqueado,
consideram-se, para o cálculo da capacidade de carga, tanto a parcela do elemento de
fundação rasa (radier) quanto a do elemento de fundação profunda (estacas), sendo
composto, portanto, por três elementos: estaca, radier e solo. Esse tipo de fundação é
recomendado para altas cargas prediais, por ser um modelo estrutural que apresenta
melhor distribuição de cargas sobre o radier, juntamente com as estacas, apresentando
uma nova dimensão para a interação solo-estrutura. Segundo Ahner, Soukhov e Konig
(1998), o dimensionamento das estacas para esse tipo de fundação apresenta valores de
cargas de serviços próximos à carga de ruptura da estaca. Por efeito desta interação, ocorre
uma redução de recalques e dos custos finais, devido a redução das dimensões dos
elementos de fundação (radier e estacas) em relação a escolha de outros tipos de
fundações profundas, se estas fossem escolhidas, apesar da rigidez do solo aumentar com
15
a profundidade. A Figura 2.7 mostra a diferença entre uma estaca isolada (Figura 2.7(a)),
um conjunto clássico de estacas (Figura 2.7(b)) e o radier estaqueado (Figura. 2.7(c)):
Figura 2.7 – Estaca isolada (a), grupo de estacas convencionais (b) e radier estaqueado
(c).
Fonte: BEZERRA, 2003.
A Figura 2.8 ilustra o projeto de um radier estaqueado para os modelos prediais que serão
analisados posteriormente:
16
2.3.5 Radier tipo caixão perdido
Os radiers denominados como de tipo caixão perdido são tipos de estruturas de fundação
nos quais há utilização de cintas de fundações acopladas à laje, de maneira normal ou de
forma invertida. Esse modelo de radier tem por característica a utilização de formas nas
bordas externas e internas da laje (cintas de fundação). Ao serem deixadas essas cintas
nas bordas ou intermediárias, existe a opção, ainda, de ser feita uma outra laje,
integralizando-se essas cintas. Sua principal característica é que existe a perda da forma
entre a laje e as cintas; advém daí a denominação “caixão perdido”. Esse tipo de radier
tem alto custo de construção, porém, apresenta a vantagem de ser um radier rígido.
A figura 2.9 ilustra o radier tipo caixão perdido, assim como o seu corte correspondente
em uma laje de fundação:
17
2.3.6 Radier nervurado
O radier nervurado é executado por meio de nervuras secundárias e principais. Colocadas
sob cintas, essas nervuras têm a possibilidade de serem tanto inferiores quanto superiores.
Para nervuras superiores, é necessário adicionar agregado, para planar a superfície do
piso. Com relação às nervuras inferiores, a sua execução tem de ser sobre a escavação. A
Figura 2.10 ilustra o radier nervurado e seu respectivo corte na estrutura:
18
2.4 Classificação dos radiers quanto à rigidez
A laje de fundação denominada radier pode ser do tipo flexível (quando não tem vigas de
concreto) ou rígido (quando tem vigas de concreto, para aumentar a sua rigidez). A opção
por um ou outro modelo depende da resistência do solo, das cargas atuantes sobre o radier,
da intensidade e da aplicação das ações da estrutura e, ainda, da forma geométrica que se
deseja projetar. Para radiers de grande rigidez, como radier nervurado e radier caixão
perdido, por exemplo, divide-se a laje de fundação em dois conjuntos de faixas
ortogonais, com o intuito de se conferir grande rigidez à placa do radier.
As definições e as diferenças entre uma fundação direta rígida e uma flexível estão
diretamente relacionadas rigidez do solo. Para fundações consideradas rígidas, o recalque
permanece o mesmo, independentemente do solo onde estão apoiadas, sejam eles
granulares ou elásticos, havendo alteração apenas da pressão de contato. Em fundações
consideradas flexíveis, um carregamento uniforme gera pressões de contatos uniformes,
porém o recalque é maior no centro da placa, quando ela está apoiada em solo elástico,
ou predominantemente argiloso, e maior nas extremidades, quando o solo é granular. A
Figura 2.11, a seguir, mostra a distribuição de tensões e os mencionados recalques:
19
Figura 2.11 – Distribuição da pressão de contato e recalques em diferentes situações
Fonte: BRANDI, 2004 apud PORTO 2010.
20
possibilidade de trabalho com lençóis freáticos próximos da superfície.
Segundo Velloso e Lopes (2010), foram apresentados diferentes métodos de cálculo para
fundações do tipo radier, sendo importante destacar os seguintes: método estático, método
da placa sobre solo de Winkler; sistema de vigas sobre base elástica; método das
diferenças finitas e método dos elementos finitos.
Para o primeiro tipo de cálculo citado, indicado para radiers dos tipos nervurado e caixão,
as pressões de contato são dadas de acordo com a resultante do carregamento em questão.
Os radiers desse tipo apresentam grande rigidez relativa e o cálculo das faixas ortogonais
é feito analisando-se cada uma delas como sendo uma viga de fundação independente.
21
2.7.2 Método da placa sobre solo de Winkler
No método da placa sobre solo de Winkler, considera-se uma placa assente sobre um
sistema de molas, de forma tal que haja proporcionalidade linear entre os recalques e as
pressões de contato, como mostra a Equação 2.3:
𝐾 = (2.3)
em que:
Kv = coeficiente de reação vertical
q = pressão de contato
w = recalque existente
𝐸 .ℎ
𝐷=
12(1 − 𝑣 ) (2.4)
em que:
Ec = módulo de Young do material da placa
ν = coeficiente de Poisson do material da placa
h = espessura da placa
Há, também, um outro método que é baseado na teoria de Winkler. Trata-se do método
do ACI (American Concrete Institute), que é aplicável a fundações de radiers lisos e
flexíveis. Primeiramente, calculam-se os esforços solicitantes em cada ponto da placa que
é gerado por cada pilar e, em seguida, somam-se todos os valores encontrados.
22
comportamentos de vigas em fundações elásticas, considerando o solo como sendo um
conjunto de molas que trabalham independentes umas das outras e que são linearmente
elásticas, além do que a deformação em questão existe apenas nas regiões onde há
presença de carga, como ilustra a Figura 2.12:
No sistema de vigas sobre base elástica, também baseado na teoria de Winkler, tem-se a
separação do radier em duas faixar ortogonais, variando de acordo com a geometria e a
distribuição dos pilares, sendo que cada uma das faixas é analisada como uma viga de
fundação isolada sobre base elástica. A Figura 2.13 ilustra a situação descrita:
23
Figura 2.13 - Demonstração da separação do radier em duas faixas ortogonais.
Fonte: Adaptado de VELLOSO e LOPES, 2010.
Destaca-se que para cada direção analisada deve-se somar a totalidade das cargas nos
pilares e a metodologia de cálculo é baseada no modelo de Winkler.
No método das diferenças finitas, ocorre a geração de uma malha, onde no seu cruzamento
é denominado de “ponto de análise”, sendo que este ponto se relacionam os
deslocamentos com outro ponto mais próximo. Caso haja uma carga concentrada, ela é
distribuída ao longo dos respectivos pontos próximos a ela ou em um ponto apenas, se ela
estiver centrada nele.
O cálculo é feito usando-se uma equação diferencial (Equação 2.6), de acordo com
Ribeiro (2010):
𝜕 . 𝑤 2. 𝜕 . 𝑤 𝜕 . 𝑤 𝑝 𝑘 . 𝑤 𝑝 (2.6)
+ + = − +
𝜕𝑥 𝜕𝑥 . 𝜕𝑦 𝜕. 𝑦 𝐷 𝐷 𝐷. ∆𝑥. ∆𝑦
Em que:
D = Rigidez da placa;
E = módulo de elasticidade do material da placa;
24
µ = coeficiente de Poisson do material da placa;
w = deslocamento do ponto em questão;
k0 = coeficiente de reação vertical do solo;
x = faixa do eixo x analisada; e
y = faixa do eixo y analisada.
25
Os resultados encontrados nesse método são influenciados pelo refinamento da malha e
pelo tipo de método de elementos finitos empregado; logo, é necessária uma
familiarização com o método utilizado.
De acordo com Bowles (1988), esse método apresenta algumas vantagens, principalmente
se comparado com o modelo das diferenças finitas, tais como: permissão de consideração
de condições de contorno, facilidade para utilizar placas circulares e facilidade de
programar para reentrâncias e furos.
26
Figura 2.15 – Deslocamento de uma estrutura
Fonte: Adaptado da NBR 6122 -2010 apud PORTO, 2010.
danos estruturais: são aqueles causados à própria estrutura, como, por exemplo,
trincas, rachaduras e ruptura de um ou vários elementos estruturais, como lajes, pilares e
vigas, comprometendo a sua estabilidade;
27
Enfatizando-se os danos apenas estéticos, dependem do grau de aceitação do cliente o
fato da possibilidade de existirem ou não danos visíveis e dos respectivos graus de danos.
Diferentes tipos de solos refletem distintos tipos de recalques, sendo que o recalque numa
velocidade menor, característico do adensamento de solos argilosos saturados, é melhor
absorvido do que recalques rápidos, característicos de solos arenosos.
Uma correta fixação dos recalques admissíveis só é possível mediante análise do recalque
gerado de acordo com o esforço aplicado, estabelecendo-se uma correlação com o
surgimento dos danos. Skempton e Macdonald’s (1955) recomendam, a partir de suas
observações, os seguintes valores de recalque admissível, sendo que os valores entre
parênteses refletem os intervalos de recalques recomendados, de acordo com a Tabela
2.1:
FUNDAÇÕES
TIPO DE RECALQUE RADIERS
ISOLADAS
Distorção angular (β) 1/300
Recalque diferencial máximo (δ)
Argilas (mm) 45 - (35)
Areias (mm) 35 - (25)
Recalque total (S)
Argilas (mm) 75 - (60) 75 a 125 (60 a 100)
Areias (mm) 50 - (35) 50 a 75 - (35 a 60)
De acordo com Bjerrum (1963), é possível relacionar os danos observados com limites
totais e diferenciais de areias e argilas, estabelecendo-se limites de distorção angular,
como mostra a Figura 2.16:
28
Figura 2.16 – Distorções angulares e seus efeitos.
Fonte: BJERRUM, 1963 apud PORTO, 2010.
Considerando esses elementos, Bjerrum (1963) criou gráficos (Figura 2.17 e Figura 2.18)
que correlacionam a distorção angular e o recalque encontrado para areias e argilas,
respectivamente:
De acordo com a Figura 2.16, percebe-se que o limite para obras prediais onde não se
permite fissuramento, tem-se que β = 1/500, sendo mais cauteloso, e admitindo apenas
início do fissuramento em alvenarias tem-se que β = 1/300, logo tem-se os seguintes
recalques admissíveis, demonstrados na Tabela 2.2:
RECALQUE
TIPO DE DISTORÇÃO RECALQUE TIPO DE
DIFERENCIAL
SOLO ANGULAR TOTAL (S) ESTRUTURA
(δ) - mm
Areia 25 25 -
1/500 25 30 Flexível
Argila
25 50 Rígida
Areia 45 45
1/300 45 65 Flexível
Argila
45 100 Rígida
30
para areias: δ = 25 mm e S = 40 mm (sapatas isoladas), S = 65 mm (radier)
para argilas δ = 40 mm e S = 65 mm (sapatas isoladas), S = 65 mm a 100 mm
(radier).
31
3. TENSÃO RESISTENTE DE PROJETO, COEFICIENTE DE REAÇÃO
VERTICAL E PROPRIEDADES DO SOLO
Para o cálculo da tensão admissível (σadm) de projeto, seja ela para a obra ou para as
regiões representativas, deve aplicar o fator de segurança (FS), de acordo com o método
utilizado, sobre a tensão média encontrada (σr), de acordo com a Equação 3.1:
𝜎 = (3.1)
A NBR 6122-2010 menciona três critérios que podem ser utilizados para a determinação
da tensão admissível, no qual se converteram em métodos:
32
referência os métodos de: Godoy, Decourt-Quaresma, etc.; e
● prova de carga sobre placa.
Quanto aos três métodos citados acima, no presente trabalho optou-se por utilizar os
métodos semi-empíricos, devido à sua grande aplicação e facilidade para retirada de
parâmetros de resistência do solo, uma vez que há a possibilidade de utilização de
formulações já conhecidas e difundidas no meio técnico. Destacam-se, dentre os métodos
semi-empíricos as correlações possíveis com o NSPT.
De acordo com a NBR 6122-2010, os métodos teóricos são aqueles que contêm todas as
singularidades do projeto, tais como natureza do carregamento (drenado ou não drenado)
e se enquadram nos modelos analíticos; ou seja: teorias de capacidade de carga. Dentre
os métodos que merecem destaque, estão os métodos de Terzaghi, Brinch-Hansen,
Meyerhof e Vesic.
Segundo Mello (1975) é preciso ter critérios para analisar a validade e a origem de
determinados formulários como se fossem de bolso, antecipadamente para sua aplicação,
a fim de evitar que a ocorrência de erros que poderão ser prejudiciais, ultrapassando o
campo experimental de onde estas formulações tiveram origem. Porém, contudo estas
correlações já estão consagradas na prática de projetos de fundações diretas.
33
conhecido, usado e economicamente mais viável do mundo. Possibilitando o
reconhecimento do aspecto de solos coesivos e de rochas brandas e também identificação
da densidade de solos granulares. Porém cita-se os seguintes pontos que podem interferir
na qualidade de resultado do ensaio SPT:
𝜎 = +𝑄 (𝑀𝑃𝑎) (3.2)
A equação 3.2 foi comprovada por Teixeira e Godoy (1996), e pelo método de Skempton
(1951) que é um caso específico do método de Terzaghi, tem-se a Equação 3.3:
𝜎 = 𝐶. 𝑁 + 𝑄𝑎 (3.3)
𝑁 (3.4)
𝜎 = (𝑀𝑃𝑎)
50
34
Há outras formulações para o cálculo da tensão admissível (𝜎 ); uma delas é relacionada
ao método da tensão admissível com o uso do ensaio SPT pelo cálculo do módulo de
reação do subleito (solo) proposta por Morrison (1993). Neste método, deve-se obter a
média dos valores de SPT com intervalo entre 5≤ NSPT ≤ 20, dentro do bulbo de tensões
e a tensão admissível será dada pela Equação 3.5 :
𝜎 = 0,20 . 𝑁
𝑘𝑔𝑓 (3.5)
𝑐𝑚²
Esta equação apresenta resultados semelhantes a equação 3.4 e tem sido utilizada
internacionalmente em diversos programas de análises estrutural para elementos de
fundações, apresentando resultados confiavéis.
Em que qc é o valor médio no bulbo de tensões e deve ter valor não menor do que 0,15
MPa.
35
3.1.3 Prova de carga sobre placa
Como descrito anteriormente na Seção 2.5 intitulada “Métodos para cálculo de radier”,
dependendo do tipo de análise do radier que está sendo usado, há diferentes formas de
representação do solo. Assim sendo, dependendo do método que está sendo utilizado e
seu respectivo modo de análise do solo, há distintas maneiras de se determinar algumas
propriedades do solo; entre elas, o coeficiente de reação vertical Ksv. Esse coeficiente é
determinante para se encontrar dados adequados para cada tipo de solo e pode ser
conhecido como constante de proporcionalidade, coeficiente de recalque, coeficiente de
mola e módulo de reação vertical. Diferentes métodos, que serão descritos em seguida,
são utilizados para o cálculo do coeficiente de reação vertical, tais como: aplicação de
tabelas de valores típicos; metodologia do ensaio de placa; analogias com o NSPT;
analogias com a tensão admissível do solo; e recalque da fundação real.
Nesse tipo de análise, considera-se o solo e o radier como elementos sólidos, sendo este
pode ser visto também como um elemento de placa. Diferentes tipos de tabela foram
elaborados para a determinação do coeficiente de reação vertical. Terzaghi (1955),
utilizando uma placa quadrada de um pé, estabeleceu faixas de valores para esse
36
coeficiente de acordo com o tipo de solo, como ilustra a Tabela 3.1:
37
Tabela 3.2 - Valores propostos para Ksv (MPa/m).
Fonte: BRANDI, 2004 apud PORTO, 2010.
COMPACIDADE
(SOLO FOFA MÉDIA COMPACTA
GRANULAR)
6 - 18 (C) 18 - 90 (C) 90 - 180 (C)
Seco ou úmido 5 - 16 (B) 10 - 80 (B) 63 - 126 (B)
6 - 19 (V) 41 (V) 157 (V)
8 (C) 24 (C) 90 (C)
Submerso
8 (V) 25 (V) 94 (V)
CONSISTÊNCIA MUITO
RIJA DURA
(SOLO COESIVO) RIJA
9 - 18 (C) 18 - 38 (C) > 38 (C)
100 - 200 200 - 400 > 400
qu (kPa) 24 (V) 47 (V) 94 (V)
12 - 24
24 - 47 (B) > 47
(B)
Areia argilosa (B) 31 - 79 - -
Areia siltosa (B) 24 - 47 - -
Moraes (1976), por sua vez, adotou valores diferentes para os coeficientes de reação
vertical, visto que não tinha acesso a ensaios apropriados. Esses dados estão disponíveis
na Tabela 3.3:
38
Tabela 3.3 - Valores de Ksv (kN.m-3).
Fonte: MORAES 1976 apud PORTO, 2010.
Ksv (kN/m³)
TIPO DE SOLO
LIMITE INFERIOR LIMITE SUPERIOR
Turfa leve - solo pantanoso 5000 10000
Turfa pesada - solo pantanoso 10000 15000
Areia fina de praia 10000 15000
Aterro de silte, de areia e cascalho 10000 20000
Argila molhada 20000 30000
Argila úmida 40000 50000
Argila seca 60000 80000
Argila seca endurecida 100000
Silte compactado com areia e pedra 80000 100000
Silte compactado com areia e muita
100000 120000
pedra
Cascalho miúdo com areia fina 80000 120000
Cascalho médio com areia fina 100000 120000
Cascalho grosso com areia grossa 120000 150000
Cascalho grosso com pouca areia 150000 200000
Cascalho grosso com pouca areia
200000 250000
compactada
39
Tabela 3.4 - Valores de Ksv (Kgf/m-3).
Fonte: ACI, 1988 apud Doria, 2007.
CBR k (kgf/cm³) LEGENDA
SOLO
MÍN. MÁX. MÍN. MÁX. G Pedregulho
OH 2,00 5,00 0,77 3,32 S Areia
CH 2,00 5,00 0,77 3,32 M Sedimento
MH 2,50 8,00 1,36 4,82 C Argila
Fino
OL 2,00 8,00 0,77 4,82
ML 3,00 15,00 1,85 7,13 W Bem graduado
CL 3,00 15,00 1,85 7,13
P Mal graduado
SC 10,00 20,00 5,59 8,33
SU 10,00 20,00 5,59 8,33 Uniformemente
U
SP 15,00 25,00 7,13 9,33 graduado
SM 20,00 40,00 8,33 11,66 Baixa a média
L
SW 20,00 40,00 8,33 11,66 compressibilidade
Grosso
GC 20,00 40,00 8,33 11,66 Alta
H
GU 25,00 50,00 9,33 12,89 compressibilidade
GP 35,00 60,00 10,97 13,94 O Orgânico
GM 40,00 80,00 11,66 15,73
GW 60,00 80,00 13,94 15,73
No ensaio de placa, utiliza-se uma placa quadrada de 30,5 cm, que é pressionada no chão
por um processo mecanizado capaz de medir o recalque do solo. Dessa forma, tem-se
uma curva da carga versus recalque e a sua inclinação, medida distante da ruptura,
significa o valor do coeficiente de reação vertical Ksv.
Entretanto, essa curva pode apresentar alto grau de não-linearidade, obtendo-se, então,
valores distintos não confiáveis para o coeficiente Ksv. Para diminuir essa discrepância,
escolhe-se a inclinação que representa a tensão mais próxima da tensão prevista pelo
projeto. Esse método é normatizado pela NBR 6489-1984 e é capaz de fornecer
parâmetros de resistência e de deformação do solo envolvido. As Figura 3.1 e 3.2 ilustram
como é feito esse ensaio de campo e a Figura 3.3 mostra a curva recalque gerada pelo
ensaio e sua respectiva inclinação Ksv:
40
Figura 3.1 - Esquematização do ensaio de placa.
Fonte: BUILDER’S ENGINEER, 2012.
41
Figura 3.3 – Demonstração da obtenção de Kv pela curva de recalque.
Fonte: GARCIA, 1998.
Entretanto, alguns estudiosos afirmam que os valores dos coeficientes de reação vertical
encontrados por meio do ensaio de placa devem ser corrigidos. Segundo Velloso e Lopes
(2002), o coeficiente Ksv não é apenas uma propriedade do solo envolvido, mas, também,
da rigidez relativa entre a estrutura de fundação e o solo, além do fato de demandar
correção necessária em função da dimensão e da forma da fundação real. As equações
determinadas por Velloso e Lopes (2002) variam de acordo com o tipo de solo em análise,
conforme apresentado a seguir:
𝐴
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.9)
𝐴 çã
𝐵 çã .𝐵
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.10)
𝐵 çã
Em que:
42
𝐴 = Área do elemento de placa
𝐴 çã = Área do elemento de fundação
𝐵 = Menor dimensão da placa
𝐵 çã = Menor dimensão da fundação
𝑏
(𝐾 ) çã = (𝐾 ) . (3.11)
𝐵
Em que:
n = coeficiente que varia entre 0,5 e 0,7 em função da espessura da camada
compressível.
B = menor dimensão da fundação
b = menor dimensão da placa
Em casos de radier, tem-se que o valor de B é muito grande, o que resultaria em um valor
de Ksv muito pequeno. Para camadas compressíveis sob a fundação inferiores a 4B,
Velloso e Lopes (2002) sugerem adotar valor de n igual a 0,5.
Apresentar uma relação algébrica entre o valor do coeficiente de reação vertical e o valor
de NSPT é de vital importância na área de cálculo de estruturas de fundações. Esse fato se
deve à hegemonia do teste de SPT nas obras nacionais, sendo que, na grande maioria das
vezes, esta correlação é a informação mais relevante para obter dados e assim estimar a
resistência do solo no relatório de sondagem à percussão.
43
o solo analisado apresenta valor de NSPT = 15, por exemplo, o valor de Ksv será de
27MPa/m; ou seja: uma tensão de 27 MPa é capaz de deformar um metro no solo
envolvido; dessa forma se o valor de Ksv for muito alto, o solo é pouco deformável. Segue
a Equação 3.12, proposta por Cernica (1995):
𝐾 = 1,8 . 𝑁 (3.12)
Entretanto, a relação entre os valores de Ksv e Nspt varia de acordo com os parâmetros de
resistência do solo. Tepedino (1980, apud PORTO, 2010) criou expressões de correlação
para determinados tipos de solos, sendo que a unidade do coeficiente de reação vertical,
nesse caso seria, de N/cm³. Seguem as Equações 3.13 e 3.14 determinadas:
𝐾 = 3 .𝑁 (3.13)
𝐾 = 5 .𝑁 (3.14)
𝐾 = 120 . 𝜎 (3.15)
Morrison (1993) estabeleceu em seu trabalho, uma tabela de correlação entre os valores
44
para o coeficiente de reação vertical e a tensão admissível do solo. Esta tabela é um
resumo de diferentes trabalhos em mecânica dos solos que foram feitos pelo Prof.
Terzaghi e outros cinco engenheiros. Neste trabalho, foram adotados os parâmetros
contidos nesta tabela para obtenção do coeficiente de reação vertical Ksv, conforme
demonstrada pela Tabela 3.5:
45
3.2.5 Recalque da fundação real
𝑞 1,0
𝐾 = = (3.16)
𝑤 𝑤
De acordo com esse método, há a possibilidade de consideração dos distintos solos que
estão sendo solicitados pela fundação.
Os usos dessas tabelas se tornaram fontes de pesquisas consolidadas e já fazem parte das
rotinas empregadas nos diversos modelos de fundações projetadas. Os principais
parâmetros dos solos são:
46
● a taxa de umidade baixa tende a aumentar o valor de ES. Rupturas frágeis a baixas
deformações ocorrem a baixa taxa de umidade;
Presumir o módulo de elasticidade do solo é, portanto, uma das questões mais desafiantes
da Engenharia de Fundações. Devido à classe de material heterogêneo, o ES varia de
acordo com o nível de carga sobreposto, dependendo do grau de saturação e da região em
que se encontra (constituição geológica do solo). Uma elaboração de formulação do ES
que é válida para uma região pode não se aplicar a outra. Dessa forma, é essencial muita
atenção ao se realizar utilização de correlações internacionais e nacionais para se retratar
os parâmetros dos solos. A decisão da opção de escolha do módulo de elasticidade
acertado determinará a aferição de recalque mais preciso. Nesta dissertação, apresentam-
se algumas fórmulas e tabelas, visando-se estimar e avaliar os valores desses parâmetros.
Ainda que as estimativas baseadas no NSPT apresentem especificações aceitáveis e já
consagradas, é recomendável que se façam, também, ensaios de laboratório como: o
triaxial e o de compressão simples, entre outros mais. Abaixo, a Tabela 3.6, com os
valores de estimativas de ES:
47
Tabela 3.6 - Estimativa de ES.
Fonte: TEIXEIRA & GODOY ,1996.
SOLO Es (kgf/cm²)
Silte arenoso residual de São Paulo E=1,15 Rp
Silte argiloso residual de São Paulo E=2,4 Rp
Aterro compactado de Silte argiloso E=3,0 Rp
Areia normalmente adensada E=5(NSPT +5)
Areia sobreadensada E=180+7,5 NSPT
Argila terciária de São Paulo E=55,4+25,9
Argila muito mole (NSPT ≤12) 10
Argila mole (3≤ NSPT ≤5) 20
Argila média (6≤ NSPT ≤10) 50
Argila rija(11≤ NSPT ≤19) 80
Argila dura (NSPT >19) 150
Areia fofa (NSPT ≤4) 50
Areia pouco compacta (5≤ NSPT ≤8) 200
Areia mediamente compacta (9≤ NSPT ≤18) 500
Areia compacta (19≤ NSPT ≤40) 700
Areia muito compacta (NSPT >40) 900
Segundo Teixeira (1996), no momento em que não se têm ensaios de penetração de cone,
podem ser usados os ensaios de penetração (SPT) executados nas sondagens de
identificação à percussão, por meio desta simultaneidade, de acordo com a Equação 3.17:
𝑅 (3.17)
𝐾=
𝑁
48
Tabela 3.7 - Valores de K.
Fonte: TEIXEIRA, 1993.
SOLO K (MPa)
Areia com
1,1
pedregulhos
Areis com
0,9
pedregulhos
Areia siltosa 0,7
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte arenoso 0,35
Argila arenosa 0,3
Silte argiloso 0,25
Argila siltosa 0,2
49
3.3.3 Coesão dos solos, ângulo de atrito e peso específico.
Assim sendo, Godoy (1972), apresenta a Tabela 3.9 que mostra o peso específico do solo,
bem como o ângulo de atrito e a coesão. Esses coeficientes estão correlacionados com o
tipo de solo e o NSPT.
TIPO DE CONSISTÊNCIA
SOLO
NSPT
DO SOLO
c (kN/m²) ϕ (°) (kN/m³)
50
4.ESTUDO DE CASO: ANÁLISE NUMÉRICA DO RADIER
1
http://impacto.eng.br/
2
http://www.caixa.gov.br/voce/habitacao/minha-casa-minha-vida/Paginas/default.aspx
51
Figura 4
4.2 – Execução do segundo pavimento da estrutura com paredes de concreto armado.
Fonte: Acervo do autor.
52
4.2 Dados da edificação para projeto de fundação em radier
O edifício residencial tem quatro pavimentos, sendo ele projetado em conformidade com
as seguintes concepções arquitetônicas:
pavimento térreo sem pilotis com quatro apartamentos, sendo que existe um
apartamento adaptado para pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE),
e com área total de projeção de 208,86 m²;
pavimento tipo também com quatro apartamentos; porém, sem qualquer
apartamento adaptado para pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE),
e com área total de 3 x 208,86 m², gerando uma projeção total de 626,58 m²;
pavimento cobertura sem acesso, com telhado cerâmico cobrindo todos os
apartamentos;
toda a arquitetura deste edifício foi concebida para uma estrutura de paredes de
concreto armado, utilizando-se a concepção de parede sobre parede, modelagem
estrutural semelhante à teoria de alvenaria estrutural;
53
Figura 4.4 - Planta baixa do pavimento térreo.
54
Figura 4.5 – Planta do pavimento tipo (3x).
55
Figura 4.6 – Corte AA.
56
Figura 4.7 – Corte BB.
57
Figura 4.8 – Fachada frontal da edificação.
58
4.3 Parâmetros do solo
Foram executados três furos de sondagens a precursão SPT num único terreno de
implantação que está no anexo I figura I-4. Os furos de sondagem também encontra-se no
anexo I, perfizeram um total de 49,5 m de profundidade e identificaram o subsolo, de modo
geral na região das projeções.
Para o furo SP02 tem-se no início uma camada de argila areno-siltosa variando entre 1 a 5m
e NSPT de 9 a 14 golpes, logo abaixo uma camada de argila silto-arenosa variando de 5 a 11m
e NSPT de 14 a 15 golpes e abaixo uma camada de silte areno-argiloso variando de 11 a 15,90m
com NSPT de 15 a 26 golpes.
Finalmente tem-se para o furo SP03, uma camada inicial com argila silto-arenoso cor amarela
e marrom variando de 1 a 5 m com NSPT de 14 a 15 golpes, logo abaixo uma camada de argila
silto-arenosa variando de 5 a 10,70m e NSPT de 15 a 22 golpes, sobrejacente a uma camada
de silte areno-argiloso cor vermelha e marrom com traços amarelos e brancos, variando de
10,70 a 16,75m e NSPT de 22 a 30 golpes. Em nenhum dos furos foi encontrado nível d’água
próximo a cota final de arrasamento dos furos de sondagem.
Para este trabalho, todas as correlações para o solo foram baseadas em ensaios SPT. Os
dados foram obtidos a partir das tabelas existentes, utilizando-se correlações dos valores
de NSPT que, por sua vez, foram utilizados com sucesso e oferecem estimativas
confiáveis. Essas estimativas, em geral, representam valores em favor da segurança e
tornaram-se consagradas na área da Geotécnica. Ressalta-se, neste item, que a perfeita
59
leitura do relatório de sondagem, para obtenção dos parâmetros do solo, é indispensável
para a boa validação das análises e, consequentemente, a obtenção de resultados
satisfatórios.
Nesta dissertação, o solo foi modelado de uma única maneira, modelo de Winkler,
homogêneo e elástico, considerando-se a teoria da grelha com apoio em base elástica, e
obteve-se o coeficiente de reação vertical Vertical (Ksv) extraído de tabelas utilizando-se
o método de Morrison (1993).
Essa metodologia é utilizada somente para solos residuais, sendo executada somente a
terraplanagem para acerto da topografia do terreno onde serão implantados os radiers, e,
conforme os relatórios de sondagens, as camadas de solo deverão ter um valor de número
de golpes igual ou crescente.
Para se obter os dados das cargas para a fundação do radier, foram necessários fazer a
modelagem do edifício seguindo as seguintes diretrizes:
60
Nesta dissertação, demonstram-se apenas os resultados da carga final sobre o radier de
fundação que foi obtida após processamento da estrutura em programa de análise
estrutural em elementos finitos. Para essa modelagem, utilizou-se o programa Autodesk
Revit para as modelagens e os resultados desse processamento são apresentados nas
figuras 4.9 a 4.11:
61
Figura 4.10 - Modelagem estrutura em perspectiva com seccionamento laje cobertura.
62
4.4.1 Cargas verticais consideradas
As cargas verticais, de acordo com a NBR 8681-2002, que estarão incluídas nos esforços
solicitantes do edifício residencial presente são classificadas em cargas permanentes e
cargas variáveis, que representam o peso próprio da estrutura e alvenaria, e sobrecargas,
respectivamente.
Cargas permanentes:
As cargas permanentes consideradas para o edifício residencial em questão foram o peso
próprio da laje e o peso próprio da parede armada. A espessura das paredes estruturais foi
de 10 cm, o pé direito foi de 2,6 m e o peso específico de alvenaria, quando utilizado, foi
considerado de 14 kN/m³. Destaca-se que não foi considerada ação dos ventos nos
cálculos. Sendo assim, as cargas permanentes são:
Cargas acidentais
Segundo a NBR 6120-1980, os valores de sobrecarga recomendados são:
As Figuras 4.12 a 4.14 representam os mapas de cargas finais que serão considerados para
todos os modelos simulados neste trabalho.
Carga horizontal
Embora a NBR 6123-1988, Forças devidas ao vento em edificações, exija o cálculo das
ações de vento para edificações a partir de um único pavimento, optou-se, para essa
dissertação, por desprezar os efeitos dos ventos, uma vez que a ação preponderante nessa
tipologia de edificação é a vertical.
63
Figura 4.12 – Mapa de cargas para modelos de radier sem borda (cargas lineares em
kN/m).
64
Figura 4.13 – Mapa de cargas para modelos de radier com comprimento de borda de 60
cm (cargas lineares em kN/m).
65
Figura 4.14 – Mapa de cargas para modelos de radier com comprimento de borda de
120 cm (cargas lineares em kN/m).
66
4.5 Dados para dimensionamento do radier
67
A figuras 4.15 a 4.17 indicam os 27 modelos em fôrma que foram utilizados para análise
em elemento finitos, porém demonstra-se apenas 3 tipos de fôrmas, que cujas variáveis
são: espessura, dimensão de borda e tipo de solo.
68
Figura 4.16 – Forma do radier com borda de 60 cm.
69
Figura 4.17 – Forma do radier com borda de 120 cm.
70
Para os 27 modelos utilizados para o estudo de caso, estes foram classificados em 3 grupos
no qual criou-se a Tabela 4.2 contendo os parâmetros geotécnicos e de espessura utilizado
para cada modelo.
Tabela 4.2 – Descrição dos grupos contendo os modelos e seus parâmetros geotécnicos
e de fôrma.
Na tabela acima os três grupos são formados conforme a variação na consistência do solo,
no NSPT adotado e na tensão admissível do solo. Cada modelo acima possui variação na
espessura de radier que segue respectivamente a ordem apresentada na tabela. A escolha
desses valores para a espessura do radier seguiu-se os critérios de cálculo estrutural e
padrões de espessuras mínimas estabelecidas pela NBR 6118-2014, conforme
apresentando na seção 2.3 deste trabalho.
A tensão admissível foi obtida através da aplicação da equação 3.2. Além disso, do
primeiro ao terceiro modelo de cada grupo não possui borda. Do quarto ao sexto modelo
de cada grupo a borda tem 60 cm. E por fim do sétimo ao nono a borda tem 120 cm.
71
horizontais. Com ele, é possível criar desenhos que ilustram as cargas existentes, os
esforços em cada ponto da estrutura, deformações, armaduras longitudinais e transversais
designadas, assim como a compatibilidade com arquivos DWG, além de listagens de
dados e resultados de cálculos.
O radier em questão é uma laje maciça, cuja discretização dos planos se realiza em
elementos finitos de malha 20x20 cm, onde se efetua uma condensação estática de todos
os graus de liberdade. O programa trabalha com 6 graus de liberdade, sendo 3 de rotação
e 3 de translação em torno dos eixos: X, Y e Z. Considera-se inderfomabilidade em seu
plano e deformação por cortante. As lajes de fundação têm discretização idêntica às de
lajes maciças de piso, com molas, cuja constante se define a partir do coeficiente de
Winkler, em que cada plano pode ter coeficientes diferentes.
Sendo assim, o Cypecad é responsável por realizar uma análise das solicitações existentes
em uma estrutura, utilizando métodos matriciais de rigidez, construindo todos os
elementos que constituem a estrutura: pilares, vigas e lajes. Descreve-se, a seguir, o
procedimento necessário para o lançamento do radier no programa Cypecad:
pelo fato de o radier estar na cota da fundação, onde se inicia um projeto, e por
considerar um nível plano de terreno, não se considerará nível algum para
lançamento da forma desse pavimento;
72
escolher espessura e tipo de radier, com coeficiente de reação vertical Ksv e tensão
admissível do solo, e realizar o processamento dos cálculos pertinentes.
Sendo assim, basta selecionar a laje em questão, que ela será introduzida, como mostra a
Figura 4.19:
73
Figura 4.19 – Laje introduzida.
Após escolha, deverá ser processado o radier pelo software Cypecad, que realizará os
cálculos necessários para análise da estrutura, com geração de esforços, deslocamentos e
armaduras.
O Cypecad, por meio do Método dos Elementos Finitos (Seção 2.7.5), analisou a laje de
fundação como um sistema de molas, adotando a metodologia de Winkler. Assim sendo,
são definidas faixas e, consequentemente, malhas de 20 cm x 20 cm no radier, sendo cada
ponto de encontro analisado individualmente. As figuras 4.20 a 4.22 ilustram as malhas,
os números de nós e os números de elementos para modelos sem borda de rodapé, com
borda com comprimento de 60 cm e com borda com comprimento de 120 m,
respectivamente:
74
3745 nós
5225 elementos
4425 nós
6455 elementos
75
5027 nós
7760 elementos
Figura 4.22 - Demonstração das malhas para um radier com 120 cm de borda.
76
4.7 Parâmetros dos materiais para simulações numéricas
O concreto utilizado para essas modelagens foi o concreto classe C25 Mpa, com as
seguintes características:
coeficiente de Poisson: ν = 0,20;
resistência à Compressão do Concreto: fck = 25 MPa
módulo de Elasticidade: Ec = 23.800 MPa e
peso Específico: γc = 25 kN/m³.
4.7.6 Radier
77
expressão 4.1:
𝐹𝑑 = 𝐹 + 𝐹 + (𝐹 + 𝐹 ) + 𝐹 (4.1)
onde :
valor de cálculo das ações para combinação última;
Fd :
Fgk : ações permanentes diretas;
ações indiretas permanentes, como a retração Fegk e variáveis como a
Fek :
temperatura Feqk;
g, g, q, q : coeficientes parciais de segurança das ações permanentes, dados por
tabelas; e
FATORES DE COMBINAÇÃO
COEFICIENTES PARCIAIS DE
COEFICIENTES DE COMBINAÇÃO ( )
SEGURANÇA ()
FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL PRINCIPAL ( p) ACOMPANHAMENTO (a)
Permanente (G) 1 1,4 - -
Sobrecarga (Q) 0 1,4 1 0,5
Para cálculo da tensão sobre o terreno, utilizou-se a combinação frequente de acordo com
a situação mais desfavorável, conforme a Expressão 4.2, qual seja:
78
onde tem-se:
G: peso próprio
CP: carga permanente
Qa: sobrecarga acidental
FREQUENTE
COEFICIENTES PARCIAIS DE
SEGURANÇA ()
FAVORÁVEL DESFAVORÁVEL
PERMANENTE (G) 1 1,4
SOBRECARGA (Qa) 0 1,4
CARGA PERMANENTE (CP) 1 1,4
Com o intuito de instruir na escolha do melhor radier para cada situação, elaborou-se um
fluxograma ilustrativo com as diretrizes metodológicas de análise. O caminho necessário
está preenchido por setas de cor preta e as setas brancas representam algumas
características que são encontradas ou definidas pelo usuário. Primeiramente, é necessário
definir as propriedades do solo, parâmetro que, em situações reais, são obtidos por ensaios
de campo ou de laboratório sendo que neste trabalho utilizou-se a estimativa através do
método de correlação do NSPT para encontrar a tensão admissível do solo e o coeficiente
de reação vertical Ksv. Assim, define-se a geometria do radier: espessura e comprimento
de borda.
79
processamento e os cálculos de dimensionamento que serão analisados. Dentre os
resultados obtidos, destacam-se o deslocamento/recalque do radier, a tensão solicitante e
as taxas de armaduras e volume de forma e concreto. Esses valores serão analisados e
comparados com os parâmetros do solo e as exigências de projeto, tais como:
80
Figura 4.24 – Fluxograma de escolha do radier
81
5. RESULTADOS OBTIDOS E ANÁLISES
5.1 Resultados
Neste capítulo, apresentam-se os resultados das análises numéricas obtidas nos 27 (vinte
e sete) modelos propostos no Capítulo 4. Todos os modelos de radier serão comparados
e analisados, visando à obtenção de parâmetros de tensões e deslocamento, verificando-
se o quanto a geometria da fôrma influencia na distribuição das tensões sobre o solo e
qual foi o deslocamento que cada placa apresentou de acordo com os parâmetros de
espessura e utilização do coeficiente de reação vertical Kvs adotados em cada análise.
Para melhor compreensão, apresenta-se uma planilha com comparação dos principais
dados encontrados nessas análises em forma de uma tabela-resumo, realizando-se um
comparativo de tensões-deslocamento e taxa de aço para os 27 modelos analisados.
Nas Figuras 5.1 a 5.54, apresentam-se as modelagens em elementos finitos utilizadas para
os 27 modelos, apresentando-se os principais isovalores para tensão no solo e
deslocamento do radier. Para cada um desses modelos, todas as dimensões da fôrma
foram indicadas no capítulo anterior, e nestas Figura 5.1 a 5.54 estão indicados sem
escala:
82
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Sem borda
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Sem borda
83
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Sem borda
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Sem borda
84
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Sem borda
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Sem borda
85
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm
Solo: Mole
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm
86
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm
Solo: Mole
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm
87
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
Solo: Mole
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
88
Solo: Mole
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm
Solo: Mole
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm
89
Solo: Mole
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
Solo: Mole
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
90
Solo: Mole
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
Solo: Mole
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
91
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Sem borda
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Sem borda
92
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Sem borda
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Sem borda
93
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Sem borda
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Sem borda
94
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Borda= 60cm
Solo: médio
Radier
h= 16 cm
Borda= 60cm
95
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm
Solo: médio
Radier
h= 25 cm
Borda= 60 cm
96
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
Solo: médio
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
97
Solo: médio
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm
Solo: médio
Radier
h=16 cm
Borda =120 cm
98
Solo: médio
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
Solo: médio
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
99
Solo: médio
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
Solo: médio
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
100
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Sem borda
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Sem borda
101
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Sem borda
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Sem borda
102
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Sem borda
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Sem borda
103
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda= 60 cm
104
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Borda= 60cm
Solo: rijo
Radier
h= 25 cm
Borda= 60cm
105
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
Solo: rijo
Radier
h= 40 cm
Borda= 60 cm
106
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda = 120 cm
Solo: rijo
Radier
h= 16 cm
Borda = 120 cm
107
Solo: rijo
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
Solo: rijo
Radier
h=25 cm
Borda =120 cm
108
Solo: rijo
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
Solo: rijo
Radier
h=40 cm
Borda=120 cm
109
Analisando-se as Figuras 5.1 a 5.54, que ilustram os resultados de tensão resultante no
solo e recalque no radier em cada modelo, infere-se que:
110
Modelos grupo 3 com tensão admissível 0,3 MPa:
para os modelos 19, 20 e 21 que são radiers sem bordas as tensões máximas
também convergiram-se para próximo a borda destes elementos, inclusive o
modelo 19 atingiu 77% da tensão resultante;
nos modelos 22, 23 e 24 que possuem borda de 60cm, as tensões máximas também
começaram a migrarem para região central, nota-se que o modelo 22 foi o
elemento em que as tensões máximas concentraram-se mais próximas da borda;
dos modelos 25, 26 e 27 com comprimento e borda de 120cm apresentam-se
tensões máximas resultantes que não atingiram 70% da tensão admissível,
demonstrando assim que a influência da tensão admissível associado ao
comprimento de borda ser um dos parâmetros mais significativos no
dimensionamento do radier;
inclusive neste grupo a influência da tensão admissível, terá uma relação
diretamente proporcional ao dimensionamento das armaduras de todos os radiers;
os recalques-deslocamentos de todos os modelos apresentaram valores muito
reduzidos, ficando com valores com mais de 100% do recalque diferencial
admissível;
111
resultado de isovalores próximos de zero; e
em relação aos recalques máximos observados, nos radiers sem borda, esses
valores, conforme demonstrados na planta de isovalores em cada modelo, o
recalque máximo se concentra nas bordas.
Considerando-se os valores encontrados para cada modelo, elaborou-se uma tabela que
possibilita analisar as tensões resultantes de cada modelo e comparar os valores de tensões
admissíveis no radier. Pode-se, então, com os valores obtidos a partir do ensaio de SPT,
concluir se o solo em questão suportará a tensão solicitante em cada caso. Em seguida,
dividiram-se os modelos em três grupos, de acordo com os seus valores de NSPT, sendo
que o grupo 1 é aquele que engloba os modelos cuja resistência do solo foi de 0,10 MPa
(NSPT = 5); o grupo 2 é aquele que representa os modelos cuja resistência do solo foi de
0,2 MPa (NSPT = 10); e o grupo 3 enquadra os modelos cuja resistência do solo foi de 0,3
MPa (NSPT = 15). Segue a Tabela 5.1, com esses dados sistematizados:
112
Tabela 5.1 - Análise de tensões no radier.
TENSÃO
TENSÃO %
MÁXIMA
ADMISSÍVEL TENSÃO UTILIZAÇÃO
SOLO MODELO RESULTANTE BORDA
DO SOLO σa σa < σr DA TENSÃO
NO RADIER σr (cm)
(MPa) ADMISSÍVEL
(MPa)
Mole Modelo 1 0,1 0,23 Não Ok 230,00% Sem
Mole Modelo 2 0,1 0,16 Não Ok 160,00% Sem
Mole Modelo 3 0,1 0,14 Não Ok 140,00% Sem
Mole Modelo 4 0,1 0,09 Ok 90,00% 60
Mole Modelo 5 0,1 0,07 Ok 70,00% 60
Mole Modelo 6 0,1 0,06 Ok 60,00% 60
Mole Modelo 7 0,1 0,07 Ok 70,00% 120
Mole Modelo 8 0,1 0,06 Ok 60,00% 120
Mole Modelo 9 0,1 0,06 Ok 60,00% 120
113
Figura 5.55- Tensão solicitante em cada modelo.
Com base nesses dados, elabora-se um gráfico (Figura 5.56), que ilustra bem a situação
descrita:
114
Figura 5.56 - Porcentagem de utilização da tensão admissível.
Primordialmente, destaca-se que as análises feitas têm o intuito de balizar a escolha de
um modelo mais adequado para fundações do tipo radier. Contudo, vários fatores podem
influenciar essa tomada de decisão; o modelo mais indicado é aquele cujos parâmetros
geotécnicos, geométricos e estruturais estejam dentro das taxas mais próximas ao valor
de 100%. Esse fator, porém, depende da interação entre o solo e a estrutura de fundação
que culminará na melhor escolha para cada modelo de fundação.
115
Já no grupo 2, todos os modelos apresentam tensões resultantes menores ou iguais à
tensão admissível. Entretanto, o Modelo 10 tem 100% da utilização da tensão resultante,
o que mostra um indício de que seja o modelo apropriado, pelo menos para esse requisito.
De maneira oposta, também é possível realizar uma análise dos modelos que apresentam
a tensão resultante baixas, serem os mais indicados para execução por reduzir o custo
final do modelo de fundação.
Os valores médios apresentados na Tabela 5.2 são os que podem apresentar as melhores
otimizações em relação a tensões e deslocamento-recalque que serão gerados na
fundação, bem como podem implicar menor consumo de insumos na sua construção.
Em síntese, fazendo-se uma análise geral dos grupos, os modelos em questão mais
indicados seriam: para o grupo 1, o Modelo 4; para o grupo 2, o Modelo 10; e, para o
grupo 3, o Modelo 19. É importante reafirmar que essa conclusão é baseada apenas na
análise da tensão admissível de cada modelo, mas que outras propriedades, tais como
espessura de placa, geometria e quantitativos de materiais, serão analisadas,
posteriormente, para determinação do modelo mais indicado.
116
distorções angulares, haverá uma comparação com os índices apresentados na Figura
2.16. Devido ao fato de estar em contato com o solo, a laje de fundação não tem seu maior
recalque diferencial no centro da placa, como as lajes convencionais, sendo suas
deformações tecnicamente conhecidas como deslocamentos. Com o uso do software
Cypecad, geram-se os valores dos recalques (deslocamentos) em toda a placa, conforme
ilustrado nas figuras de isovalores para deslocamentos, sendo que o recalque diferencial
máximo δmáx resulta da diferença entre os recalques máximos e mínimos, e a distância
entre esses dois pontos se referem ao vão que será analisado para o cálculo da distorção
angular β. A Figura 5.57 mostra a obtenção do vão crítico gerado pelo programa Cypecad
para o Modelo 4:
Figura 5.57 – Vão entre os pontos de recalque máximo e mínimo (Modelo 4).
117
igual a 1/500. Para o cálculo do recalque diferencial máximo admissível, utilizou-se a
razão entre a distância entre os dois pontos (vão) analisados L/500, ou seja: os modelos
que tiverem recalque diferencial devido ao esforço solicitante menor do que o recalque
diferencial admissível também terão valores de distorção angular inferiores a 1/500. A
Tabela 5.2 mostra esses resultados, sendo que os valores de recalque/deslocamento
negativos representam uma conversão (afundamento) usada pelo programa:
118
Analisando-se a Tabela 5.2, percebe-se que apenas o Modelo 1 teve
recalque/deslocamento diferencial máximo maior do que o valor admissível e é o único
modelo em desacordo com o valor de β estabelecido anteriormente. O
deslocamento/recalque total δmáx do radier não deve ultrapassar 25 mm (SOUSA, 2012)
e, de acordo com a Tabela 5.3, todos os modelos em questão têm deslocamentos menores;
logo, todos estão de acordo com o quesito deslocamento final. Assim sendo, todos os
modelos estão dentro dos limites do Estado-Limite de Serviço (ELS), com exceção do
Modelo 1.
Outro fator importante que deve ser analisado para a escolha de um modelo mais indicado
dentre os existentes é o quantitativo de materiais usados para confecção da estrutura de
fundação para cada modelo. Com o auxílio do programa Cypecad, podem-se calcular os
esforços feitos no radier e, consequentemente, dimensionar as armaduras positivas e
negativas, longitudinais e transversais, necessárias para que a estrutura trabalhe com
segurança, utilizando-se o Método dos Elementos Finitos - MEF. A Figura 5.58 ilustra a
área necessária de aço superior na direção Y; ou seja: a armadura negativa transversal
designada para o Modelo 19:
Figura 5.58 – Área de aço necessária, armadura negativa na direção Y (modelo 19).
119
A Figura 5.59 demonstra como é a armadura gerada para o modelo em questão:
Figura 5.59 – Armadura negativa transversal gerada pelo Cypecad (modelo 19).
Para simplificar a leitura do projeto e facilitar a sua execução no canteiro de obras, foi
homogeneizado o posicionamento de armaduras transversais e longitudinais. Apesar de
não ser possível encaixar totalmente alguns modelos nesse esquema de homogeneização
de armaduras, a grande maioria deles tem disposição de armaduras similares. A Figura
5.60 ilustra a disposição de armaduras longitudinais e transversais:
120
Figura 5.60 – Esquematização da homogeneização das armaduras longitudinais e
transversais por regiões.
Sendo assim, há, no máximo, sete tipos de armaduras possíveis para o radier inteiro. Em
vários casos, utilizaram-se dois tipos de armaduras, simplificando-se ainda mais o projeto.
Após esta simplificação para o Modelo 19, observa-se maior clareza de projeto e a
armadura transversal negativa é demonstrada pela Figura 5.61:
121
Após realizar o mesmo procedimento para todos os modelos, houve uma simplificação
de projeto que torna possível a leitura e execução do radier na obra. Todo o detalhamento
da armadura foi feito de forma contínua; ou seja: cobrindo todos os pontos do radier que,
teoricamente, não necessitava de armação, tanto para a armadura positiva quanto para a
negativa. As armaduras não se juntaram devido ao comprimento máximo de 1200 cm,
que foi respeitado. O Modelo 4, onde se encontra a maior necessidade de armadura, de
acordo com a Figura 5.59 e 5.60. O programa calcula, também, a quantidade de materiais
gastos para a execução do radier, tanto de área de forma quando de volume de concreto e
peso de aço.
122
Tabela 5.3 – Quantitativo de materiais utilizados para todos os modelos.
MATERIAIS UTILIZADOS
FORMA
GRUPO MODELO CONCRETO (m³) AÇO (kg)
(m²)
Modelo 1 - - -
Modelo 2 - - -
Modelo 3 - - -
Modelo 4 13,54 41,31 3416
Modelo 5 21,16 64,55 2982
1
Modelo 6 33,86 103,28 3749
Modelo 7 14,31 49,67 4169
Modelo 8 22,36 77,61 3624
Modelo 9 35,78 124,17 4529
123
mesmo comprimento de borda e mesma tensão admissível, com o intuito de se verificar
qual variável exerce maior influência sobre a taxa de aço. Criando-se grupos com
propriedades semelhantes, por meio da distorção dos valores dentro dos grupos, pode-se
saber se o fator que mais exerceu influência sobre a taxa de aço. Mantendo-se espessura
constante, por exemplo, e não se observando, dentro dos modelos de mesma espessura,
grande variação de taxa de aço, constata-se que essa variável exerce alta influência na
determinação da taxa. Se houver uma alta discrepância, entretanto, pode-se concluir que
as outras variáveis não contempladas na análise exercem maior influência do que a
espessura.
Para auxiliar a análise de taxa de aço por volume de concreto, preparou-se uma tabela
comparativa desses valores, comparando-se o aumento percentual de estruturas de mesma
espessura. Destaca-se que os radiers com mesma espessura foram agrupados e que foram
definidos subgrupos de mesmo comprimento de borda. Segue a Tabela 5.4:
124
Tabela 5.4 – Comparação de taxa de aço por volume de concreto agrupadas por
espessura.
FORMA
ESPESSURA TAXA
COMP.
DO RADIER NSPT MODELO DE AÇO
RODAPÉ
(cm) kg/m³
(cm)
5 Modelo 1 -
Sem borda 10 Modelo 10 107,54
15 Modelo 19 96,44
5 Modelo 4 82,69
16 60 10 Modelo 13 72,82
15 Modelo 22 70,83
5 Modelo 7 83,93
120 10 Modelo 16 76,91
15 Modelo 25 68,93
5 Modelo 2 -
Sem borda 10 Modelo 11 55,70
15 Modelo 20 54,13
5 Modelo 5 46,20
25 60 10 Modelo 14 42,29
15 Modelo 23 40,88
5 Modelo 8 46,70
120 10 Modelo 17 41,26
15 Modelo 26 40,29
5 Modelo 3 -
Sem borda 10 Modelo 12 37,11
15 Modelo 21 36,61
5 Modelo 6 36,30
40 60 10 Modelo 15 35,86
15 Modelo 24 34,97
5 Modelo 9 36,47
120 10 Modelo 18 35,85
15 Modelo 27 35,70
É possível, encontrar, dentro dos modelos com mesma espessura de radier, aquele que
tem menor taxa de armadura. De acordo com a Tabela 5.4, tem-se que, para espessura de
16 cm, o modelo com menor consumo de armação é o Modelo 25. Tal fato foi evidenciado
devido à maior borda e o solo ser mais rígido, comparativamente aos demais; porém, há
125
casos em que não há a ocorrência dessa situação. Ainda dentro desse grupo de modelos,
percebe-se uma tendência de diminuição da taxa de armadura com o aumento da borda e
com o aumento da tensão admissível do solo que resultará no coeficiente de reação
vertical maior. Há alguns casos de exceção desse fato citado, como, por exemplo, quando
se comparam os Modelos 13 e 16. O Modelo 13 tem menor borda do que o Modelo 16;
porém, ele apresenta uma taxa de aço menor. Esse fato se deve à homogeneização da
armadura considerada, uma vez que há a possibilidade de se terem escolhido armaduras
similares para ambos os modelos, mas a diferença entre eles pode ser pequena. Um
exemplo disso seria a consideração do programa por barras de 6,3 mm de diâmetro com
espaçamento de 9 cm, ao invés de barras com diâmetro de 8 mm a cada 14 cm. A área da
seção de barras por metro de largura difere menos de 10%, mas a escolha por um ou outro
afeta a taxa de armadura final. Destaca-se que a diferença de taxa de aço, nesses casos, é
de aproximadamente 5%; ou seja: não pode ser considerada relevante. É com base nessa
relevância que se pode realizar uma análise da Tabela 5.4. Aumentando-se a espessura do
radier, reduz-se a taxa de diminuição da quantidade de aço por metro cúbico de concreto.
Com isso, há grande variação das taxas de aço vinculadas aos modelos de espessura de
16 cm, sendo que essa taxa diminui quando se trata de espessura de 25 cm, até se tornar
praticamente irrelevante para radier com espessura de 40 cm.
126
5.4.2 Comprimento de borda constante
127
Na Tabela 5.5, observa-se que o comprimento de borda do radier é determinante no
cálculo da taxa de aço por metro cúbico de concreto. Teoricamente, se há um maior
volume de concreto, com o aumento da borda, é necessária menor taxa de armadura para
se combater os esforços solicitantes. Comparando-se os radiers sem borda com os que
têm bordas de 60 cm, observa-se que essa premissa é obedecida em todos os casos.
Comparando-se modelos que têm mesma tensão admissível do solo e mesma espessura,
em todos os casos, o elemento de fundação sem borda apresenta taxa de armação maior
do que os que têm bordas de 60 cm. Um exemplo seria comparar os Modelos 10 e 13, ou
os Modelos 20 e 23, que apresentam diferenças de 29% e 24% de taxa de aço,
respectivamente. Entretanto, isso não ocorre quando se comparam bordas de 60 cm e de
120 cm. A taxa de armação é praticamente a mesma, quando se comparam modelos de
mesma espessura e mesma tensão admissível do solo, como, por exemplo, os Modelos 5
e 8 e os Modelos 15 e 18, que têm diferenças de apenas 1% de taxa de aço. Em alguns
casos, a taxa de aço é, inclusive, maior para bordas de dimensões maiores. Isso se deve à
homogeneização das armaduras feita e descrita na seção anterior.
Isso permite concluir que o comprimento de borda do radier exerce influência sobre a
taxa de armação por metro cúbico de concreto, até um determinado limite. O aumento da
borda a partir de zero gera uma diminuição da taxa de aço encontrada, mas apenas até
certo limite, estabelecendo-se um de comprimento de borda que se pode afirmar ser o que
apresenta melhor desempenho. Nos modelos envolvidos, o comprimento de borda mais
indicado é o de 60 cm.
128
Tabela 5.6 - Comparação de taxas de aço por volume de concreto agrupadas por tensão
admissível do solo.
Modelo 10 107,54
Modelo 11 Sem borda 55,70
Modelo 12 37,11
Modelo 13 72,82
Modelo 14 0,2 60 42,29
Modelo 15 35,86
Modelo 16 76,91
Modelo 17 120 41,26
Modelo 18 35,85
Modelo 19 96,44
Modelo 20 Sem borda 54,13
Modelo 21 36,61
Modelo 22 70,83
Modelo 23 0,3 60 40,88
Modelo 24 34,97
Modelo 25 68,93
Modelo 26 120 40,29
Modelo 27 35,70
A análise da Tabela 5.6 é similar à feita para a seção anterior (Seção 5.3.2). Teoricamente,
se tensão admissível do solo for maior, será necessária menor taxa de armadura para se
129
combater os esforços solicitantes, devido à maior capacidade de carga do solo. Há,
realmente, a ocorrência desse fato; porém, em distintas taxas diferenciais. Quando se
comparam valores de tensão admissível de 0,2 MPa e de 0,3 MPa, a variação da taxa é
menor do que quando se comparam aqueles que apresentam tensões admissíveis de 0,1
MPa e 0,2 MPa. Entretanto, em ambos os casos, essa diferença é pequena, sendo
considerada irrelevante para ambos os grupos.
Para maior clareza da análise da taxa de aço por volume de concreto, apresenta-se, a
seguir, um gráfico (Figura 5.62) em que se destaca uma linha média da taxa de aço por
volume de concreto, cujo valor é de 55 kg/m³ de aço por metro cúbico de concreto:
Assim sendo, conclui-se que a tensão admissível do solo exerce alta influência na taxa de
armação por metro cúbico de concreto. Um solo com maior capacidade de carga implica
maior tensão admissível e menor taxa de aço; porém, não apresenta valores dimensionais
com grande influência, quando se comparam modelos de mesma espessura e de mesmo
comprimento de borda, como os Modelos 10 e 19, por exemplo. Adicionalmente,
percebe-se que a taxa de aço média destacada na Figura 5.62 está de acordo com a taxa
130
geral praticada no mercado, de acordo com os dados fornecidos em planilhas
orçamentárias, que são disponibilizados para os fornecedores pela Direcional Engenharia3
e pela MRV Engenharia4, que são empresas que mais executam esse modelo de fundação,
e consideram taxas médias entre 45 kg/m3 e 55 kg/m³.
5.5 Custos
Assim sendo, apresentou-se uma tabela ilustrando o custo real de cada radier, seguindo
3
http://www.direcional.com.br/
4
http://www.mrvengenharia.com.br/
131
os quantitativos descritos na Tabela 5.3. Apresenta-se, a seguir, a Tabela 5.8, que mostra
esses valores:
Tabela 5.8 – Custo dos radiers de cada modelo.
Analisando-se a Tabela 5.9, pode-se determinar quais são os fatores mais determinantes
para o cálculo do preço final e escolher os radiers que são economicamente mais
vantajosos. Para a análise dos fatores que exercem maior impacto sobre o custo do radier,
basta se comparar quais são os modelos que apresentam maiores discrepâncias de valores
e quais são as diferenças entre eles. Para determinação dos modelos economicamente
132
mais viáveis, escolheram-se dois modelos para cada grupo mostrado na Tabela 5.8.
133
Tabela 5.9 - Comparação de custos mantendo-se como parâmetro o comprimento de
borda.
BORDA CONSTANTE
CUSTO POR
CUSTO
GRUPO MODELO ÁREA DO RADIER
(R$)
(R$) /m²
Modelo 1 - -
Modelo 2 - -
Modelo 3 - -
Modelo 10 R$24.913,20 R$119,20
SEM
Modelo 11 R$28.093,40 R$134,42
BORDA
Modelo 12 R$38.739,60 R$185,36
Modelo 19 R$23.429,20 R$112,10
Modelo 20 R$27.765,40 R$132,85
Modelo 21 R$38.571,60 R$184,55
Modelo 4 R$26.598,60 R$103,10
Modelo 5 R$32.139,40 R$124,57
Modelo 6 R$47.334,40 R$183,47
Modelo 13 R$24.966,60 R$96,77
60 cm Modelo 14 R$31.131,40 R$120,66
Modelo 15 R$47.154,40 R$182,77
Modelo 22 R$24.638,60 R$95,50
Modelo 23 R$30.767,40 R$119,25
Modelo 24 R$46.786,40 R$181,34
Modelo 7 R$32.149,40 R$103,71
Modelo 8 R$38.673,40 R$124,75
Modelo 9 R$56.798,20 R$183,22
Modelo 16 R$30.753,40 R$99,20
120 cm Modelo 17 R$36.985,40 R$119,31
Modelo 18 R$56.486,20 R$182,21
Modelo 25 R$29.169,40 R$94,09
Modelo 26 R$36.685,40 R$118,34
Modelo 27 R$56.414,20 R$181,98
Com referência à borda constante, tem-se que há variação significativa entre os modelos
que apresentam somente esse parâmetro como diferença. Comparando-se radiers sem
bordas com os de borda de 60 cm, tem-se que apenas os radiers com 40 cm de espessura
apresentam grandes diferenças entre si, de cerca de 20%, sendo que os outros modelos
134
exibem pequenas diferenças percentuais. Apenas os Modelos 11 e 14 apresentam uma
diferença percentual de 10% e têm espessura de radier de 25 cm. Analisando-se, agora,
os modelos com comprimentos de borda de 60 cm e 120 cm, pode-se afirmar que em
todos os casos há uma grande diferença percentual, com valores superiores a 18% em
todos os casos. Sendo assim, aumentando-se a borda de 60 cm para 120 cm, tem-se
aumento de custo de, no mínimo, 18%.
135
Tabela 5.10 – Comparação de custos mantendo-se como parâmetro a espessura.
ESPESSURA CONSTANTE
GRUPO MODELO CUSTO (R$)
Modelo 1 -
Modelo 4 R$26.598,60
Modelo 7 R$32.149,40
Modelo 10 R$24.913,20
16 cm Modelo 13 R$24.966,60
Modelo 16 R$30.753,40
Modelo 19 R$23.429,20
Modelo 22 R$24.638,60
Modelo 25 R$29.169,40
Modelo 2 -
Modelo 5 R$32.139,40
Modelo 8 R$38.673,40
Modelo 11 R$28.093,40
25 cm Modelo 14 R$31.131,40
Modelo 17 R$36.985,40
Modelo 20 R$27.765,40
Modelo 23 R$30.767,40
Modelo 26 R$36.685,40
Modelo 3 -
Modelo 6 R$47.334,40
Modelo 9 R$56.798,20
Modelo 12 R$38.739,60
40 cm Modelo 15 R$47.154,40
Modelo 18 R$56.486,20
Modelo 21 R$38.571,60
Modelo 24 R$46.786,40
Modelo 27 R$56.414,20
Com relação à espessura do radier, tem-se que esse pode ser considerado o fator mais
determinante para cálculo do custo calculado quanto ao elemento de fundação.
Comparando-se espessuras de 16 cm e 25 cm, observa-se que há tantas diferenças grandes
quanto pequenas. Entretanto, quando se comparam espessuras de 25 cm e 40 cm, percebe-
se que o aumento de preço é sempre maior do que 32%; ou seja: os maiores valores
136
analisados estão relacionados à espessura de 40 cm.
Há grande diferença entre os custos dos radiers dentro do mesmo grupo pré-determinado,
que se constata analisando-se a Tabela 5.8.
Para o grupo 1, tem-se que o modelo mais viável economicamente é o Modelo 4, que
apresenta tensão admissível de 0,1 MPa, com borda de 60 cm e espessura de 16 cm. Todos
os outros modelos apresentam diferença mínima de 10% no custo, se comparados com o
Modelo 4; logo, não merecem ser destacados.
Para o grupo 2, tem-se que o modelo 13 é o mais viável economicamente, com tensão
admissível de 0,2 MPa, com borda de 60 cm e espessura de 16 cm. Os Modelos 10 e 11
apresentam diferenças de cerca de 6%, quando comparados ao Modelo 13, e também
merecem ser destacados como economicamente viáveis. Ressalta-se que o Modelo 18
implica preço superior ao dobro do que resulta do Modelo 13; ou seja: uma diferença
significativa.
Para maior clareza de análise dos custos do radier, apresenta-se um gráfico (figura 5.63)
comparativo entre os modelos analisados, sendo que os Modelos 1, 2 e 3 não foram
analisados, por não atenderem a premissa σa < σr:
137
Figura 5.63 – Custo dos radiers.
Por conseguinte, pode-se concluir que alguns parâmetros exercem mais impacto sobre os
custos do que outros. Quando se compararam os modelos dentro do grupo com mesma
espessura, observa-se que a maior discrepância está no grupo com espessura de 40 cm,
que representa uma diferença de 45%. Sendo assim, esse é o menor índice de discrepância
entre os modelos; ou seja: comparando-se todas as propriedades que estão sendo mantidas
constantes, a espessura é a que exerce maior impacto sobre o custo.
138
de 60 cm seriam os melhores parâmetros; ou seja: os parâmetros ótimos destacados.
Dentre todos os modelos, o mais viável economicamente seria o Modelo 22, que apresenta
tensão admissível do solo de 0,3 MPa, comprimento de borda de 60 cm e espessura de 16
cm, o que representa os parâmetros ótimos destacados e a melhor condição do solo. Em
contrapartida, o modelo que implica o maior custo é o Modelo 9, com espessura de 40
cm, comprimento de borda de 120 cm e tensão admissível do solo de 0,1 MPa, o que
representa os parâmetros que mais fazem o custo do radier aumentar e o pior solo em
questão.
Para uma visualização mais eficaz, o gráfico da figura 5.64 demonstra o resumo final
contendo o modelo por grupo com melhor desempenho, apresentando inclusive os custos
dos modelos.
Figura 5.64 – Modelos de radier com melhor desempenho – custo e dimensão de borda
por grupo.
139
6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
a correta obtenção dos valores da tensão admissível para cada tipo de solo
utilizados nos modelos, obtidos por meio da correlação dos resultados do NSPT,
constitui um dos principais parâmetros que possibilitam o dimensionamento do
radier com critério mais rigoroso;
140
de materiais;
141
influência da tensão admissível na espessura de placa para fundação do tipo radier;
142
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT - Prova de carga direta sobre o terreno de fundação: NBR 6489. Rio de Janeiro:
Associação brasileira de Normas Técnicas, 1984.
ABNT- Ações e segurança nas estruturas – procedimento: NBR- 8681. Rio de Janeiro:
Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2002
143
AUTOCAD - Software Gráfico para Projetos - Versão 2015 - Empresa desenvolvedora
Autodesk, Inc. de software design Estados Unidos América, USA, 2015.
BOWLES, J. E. Foundation Analysis and Design. 4. ed. New York: McGraw-Hill, 1988.
BUILDER’S ENGINEER. Field Plate Load Tests – Foundations. 2012. Disponível em:
<http://www.abuildersengineer.com/2012/11/field-plate-load-tests-foundations.html>.
Acessado em: 19 ago. 2017.
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N.; ALBIERO, J.H. Fundações diretas: projeto geotécnico.
São Paulo: Oficina de textos. p.111-115, 2011.
144
DÓRIA, L. E. S. Projeto de Estrutura de Fundação em Concreto do Tipo Radier. 2007.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Centro de Tecnologia, Universidade
Federal de Alagoas, Maceió, 2007.
GODOY, N. S. Fundações - Notas de aula. Curso de Graduação. São Carlos, SP: Escola
de Engenharia de São Carlos - USP, 1972.
MORAES, Marcelo da Cunha. Estruturas de fundações. 2. ed. São Paulo: McGraw Hill,
1976. 205 p.
145
PAULO. Prédios da minha casa do Rio terão que ser demolidos. 26/02/2014. Disponível
em: <http://estamosricos.com.br/comparacoes/predios-do-minha-casa-no-rio-terao-
que/>. Acesso em: 19 ago. 2017.
SOUZA, Fábio Albino. Notas de aula- Radier: projeto e execução. Belo Horizonte, 2012.
SOUZA, Fábio Albino. Radier. Impacto Protensão. 05 set. 2016. Disponível em:
<http://www.impactoprotensao.com.br/noticias/radier/1/9/2016>. Acesso em: 10 jul.
2017.
146
CARVALHO, Celso S.; NIYAMA, Susssumu (Ed.). Fundações: teoria e prática. São
Paulo: PINI, 1996. p. 227-264.
ZHANG, C.; ZHU, H.; SHI, B.; LIU, L. Theoretical investigation of interaction between
a rectangular plate and fractional viscoelastic foundation. Journal of Rock Mechanics and
Geotechnical Engineering, v. 6, n. 4, p. 373-379, 2014.
147
ANEXO I
A seguir neste anexo são apresentados os relatórios de sondagens SPT utilizados para fornecer
parâmetros geotécnicos, no qual foram utilizados para a modelagem da analise numérica, sendo
uma das partes fundamentais para o preciso reconhecimento dos maciços geotécnicos (solo). A
Figura I-1 refere-se a sondagem utilizados para os modelos de 1 a 9, a Figura. I-2 para os modelos
10 a 18 e finalmente a Figura. I-3 para os modelos 19 a 27. Estes relatórios foram disponibilizados
pela Impacto Engenharia e Empreendimentos Ltda.
I.0
Figura I-1 - Relatório de sondagem 1 - Solo classificado com consistência Mole
FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
02/04
01 F 03 05
MOLE
U
COR AMARELA COM TRAÇOS MARRONS 02
0 2,00 R 06 07
ARGILA SILTO - ARENOSA
O
MÉDIA 03 07 10
S
E
COR MARROM E VERMELHA 04 4,00 08 09
ARGILA SILTOSA C
O
MÉDIA E RIJA 05 09 11
COR MARROM E VERMELHA
5,50
PEDREGULHOS
ARGILA ARENO - SILTOSA 06 5,95 12 14
07 12 15
RIJA E DURA 08 14 18
09 15 21
10 16 21
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
PEDREGULHOS
10,65
11 11,00 10 13
SILTE ARGILO - ARENOSO
RIJO 12 11 14
COR VERMELHA
SILTE ARGILO - ARENOSO 13 12,85 16 19
14 17 20
RIJO E DURO
15 17 22
18 21 27
DURO
19 22 30
COR VERMELHA CLARA COM TRAÇOS
BRANCOS
I.1
Figura I-2 - Relatório de sondagem 2 - Solo classificado com consistência Média
FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
03/04
01 F 07 09
MÉDIA
U
02
0 R 05 09
O
03 07 10
S
E
COR MARRON E VERMELHA 04 08 11
C
4,40 O
PEDREGULHOS
ARGILA SILTO-ARENOSA
4,75
05 12 14
06 12 15
RIJA E DURA 07 14 16
08 14 17
09 17 19
10 18 20
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
PEDREGULHOS
10,65
11 10,95 12 15
SILTE ARENO-ARGILOSO
MEDIANAMENTE COMPACTO 13 16
12
COR MARROM COM TRAÇOS AMARELOS
SILTE ARENO-ARGILOSO 12,70
13 17 21
14 18 22
COMPACTO
15 20 24
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS 15,65
PEDREGULHOS 18 22
SILTE ARENO-ARGILOSO 16 15,90
17 18 23
COMPACTO
18 20 25
19 20 26
I.2
Figura I-3 - Relatório de sondagem 3 - Solo classificado com consistência Rija
FOLHA.
SONDAGENS FUNDAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA
03/04
01 10 14
F
U
02
0 R 12 15
O
RIJA
03 13 16
COR AMARELA E MARROM S
3,50
PEDREGULHOS
3,80 E
ARGILA SILTO-ARENOSA 04 C 11 15
RIJA
COR AMARELA E MARROM
O
05 5,00 12 15
ARGILA SILTOSA
RIJA COR VERMELHA
ARGILA SILTO-ARENOSA 06 5,85 13 17
07 17 20
RIJA E DURA
08 17 22
09 18 23
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
9,55
PEDREGULHOS
10 9,95 17 20
ARGILA SILTO-ARENOSA DURA
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS
10,70
SILTE ARENO-ARGILOSO 11 18 22
12 17 22
COMPACTO
13 18 22
COMPACTO 18 20 26
19 22 30
COR VERMELHA COM TRAÇOS AMARELOS E
BRANCOS
I.3
Figura I-4 - Croqui de Locação dos furos de sondagem
SP03
SP02
AL
IMETR
A PER
AVENID
SP01
OBS.:
DESENHO SEM ESCALA;
DIMENSÕES EM METROS.
FUROS LOCADOS PELO CLIENTE.
LOTE CONSTRUÍDO
I.4
ANEXO II
A seguir neste anexo são apresentados todos os modelos que foram feitas analises numéricas
e obteve-se aprovação em todos os estados limites. Não foram detalhados neste item os modelos
1, 2 e 3 por estes não atenderem as conformidades dos estados limites: últimos e de serviços. As
Figuras II-1 a II-24 refere-se aos modelos 4 ao 27, sendo que nesta são apresentados detalhamento
das armaduras superiores e inferiores (negativa e positiva) que constituiu a base para os dados de
quantitativo de aço.
II.0
14
14
10
10
14 30Ø6.3c/10 C=759 14 14 30Ø6.3c/10 C=759 14
81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=420
11
81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=420
11 11 11
28Ø10c/12.5 C=750-753 28Ø10c/12.5 C=750-753
14
14
14
14
14
62Ø6.3c/12.5 C=1050-1200
14 14
64Ø6.3c/12.5 C=1050-1200
14 10
L1
h=16
136Ø10c/16 C=542-1060
68Ø6.3c/12.5 C=550-840
11 46Ø10c/16 C=750-900 11
II.1
47Ø10c/16 C=750-900
34Ø8c/14 C=824-830
206
14
14
92Ø6.3c/9 C=810
83
85
95Ø6.3c/9 C=550-840
14
14
14
34Ø6.3c/9 C=759
14 14 34Ø6.3c/9 C=759
14
109
14
Figura II-1 - Modelo 4 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
39Ø8c/9 C=750-751 11
49Ø6.3c/15 C=420
10 10 26Ø10c/12.5 C=750-753 11
10 81Ø6.3c/9 C=300
14 49Ø6.3c/15 C=420
10 81Ø6.3c/9 C=300
14
19
23
19
19Ø8c/18 C=777-780 15Ø8c/20 C=777
23 23 23 23
37Ø8c/20 C=300
19 19
37Ø8c/20 C=500
37Ø8c/20 C=300
19 19 16Ø10c/19 C=769
18Ø10c/19 C=750-769
19
2
19
23
37Ø8c/20 C=500
40Ø8c/20 C=1050-1200
23
23 23
42Ø8c/20 C=1050-1200
23 23
L1
h=25
43Ø6.3c/10 C=834
II.2
70Ø8c/12.5 C=560-1070
70Ø8c/12.5 C=480-1000
19 19
128Ø8c/17 C=560-840
62Ø8c/12.5 C=770-920
23
66Ø8c/12.5 C=770-920
23
193
89Ø6.3c/9 C=760
19
19
37Ø8c/20 C=500
23 23 23 23
105
37Ø8c/20 C=500
37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=300
19 19 19
Figura II-2 - Modelo 5 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
19
26Ø8c/12.5 C=750-769 24Ø8c/12.5 C=769
19
23
19
23
174Ø8c/12.5 C=586-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
34 38 174Ø8c/12.5 C=598-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34
L1
h=40
114Ø8c/12.5 C=799-1200
II.3
34
114Ø8c/12.5 C=799-1200
38
38
34
38
58Ø8c/12.5 C=550
58Ø8c/12.5 C=550
58Ø8c/12.5 C=550
58Ø8c/12.5 C=550
Figura II-3 - Modelo 6 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
Resumo Aço38 Comp. total Peso
Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg)
CA-50 Ø8 9495.8 3749
14
11
14
11
14 25Ø6.3c/12 C=879 14 14 24Ø6.3c/12.5 C=879 14
49Ø10c/18 C=350
47Ø10c/19 C=350
55Ø6.3c/16 C=500
55Ø6.3c/16 C=500
10 10 10 10
34Ø8c/9 C=871 34Ø8c/9 C=871
11
10
93Ø6.3c/10 C=1200
14 122 14
14
60Ø6.3c/15 C=550-700
14
10 14 14 49Ø6.3c/19 C=550-700 14
61Ø10c/16 C=662-1000
L1
24Ø10c/12.5 C=920-938
h=16
II.4
63Ø10c/16 C=640-1000
190Ø6.3c/12 C=662-940
72Ø10c/12.5 C=1050-1200 11
14
72Ø10c/12.5 C=1050-1200
11
14
159
68
68
11
10
28Ø6.3c/12 C=879-880
14 14 25Ø6.3c/12 C=879
14 14
Figura II-4 - Modelo 7 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
52Ø6.3c/17 C=500
47Ø10c/19 C=350
52Ø6.3c/17 C=500
47Ø10c/19 C=350
11
14
11
14
71
44Ø8c/20 C=450
44Ø8c/20 C=450
88Ø6.3c/10 C=300
88Ø6.3c/10 C=300
19 19Ø10c/17.5 C=870-889 19
19
19 19Ø10c/17.5 C=870-889 19
96 52Ø8c/18 C=1200
23 23
23
23
47Ø8c/20 C=550-700
23 23 47Ø8c/20 C=550-700
23 23
L1
h=25
228Ø6.3c/10 C=680-960
182Ø8c/12.5 C=680-1120
II.5
19 68Ø8c/13 C=750-900 19
68Ø8c/13 C=750-900
23
23
133
103Ø6.3c/9 C=800
91
19
44Ø8c/20 C=450
44Ø8c/20 C=450
88Ø6.3c/10 C=300
88Ø6.3c/10 C=300
19 19 19 19
19Ø10c/18 C=870-889 19Ø10c/18 C=870-889
19
23
19
23
38
38
30 30 30 17Ø10c/18 C=911 30
17Ø10c/18 C=911
38
30
74Ø8c/12.5 C=350
180
122Ø8c/12.5 C=923-1200
38 34
122Ø8c/12.5 C=923-1200
34 38
L1
h=40
80Ø8c/12.5 C=718-1200
80Ø8c/12.5 C=706-1200
80Ø8c/12.5 C=718-1200
II.6
22Ø8c/12.5 C=980
38
38
22Ø8c/12.5 C=988
34 98Ø8c/12.5 C=919-1200
80Ø8c/12.5 C=706-1200
98Ø8c/12.5 C=919-1200 34
38
38
200
74Ø8c/12.5 C=350
34
34
68Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600
68Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600
Figura II-6 - Modelo 9 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
38
14
14
70Ø6.3c/9 C=360
70Ø6.3c/9 C=340
40Ø10c/16 C=270
37Ø10c/17 C=270
80
10 10 11 28Ø10c/12 C=633 11
111
28Ø10c/12 C=631 14
14
14 11
54Ø10c/12.5 C=1050-1200
11 14
42Ø10c/12.5 C=850-1000
14 11
L1
40Ø10c/16 C=1200
36Ø10c/17.5 C=1200
h=16
31Ø10c/17 C=700
44Ø8c/18 C=400-860
42Ø8c/18 C=430-860
69Ø10c/8 C=704-710
II.7
52Ø8c/13 C=850-1000 10
10 52Ø8c/13 C=1050-1200
14
14
13
16
14 14 14 14
14
14
70Ø6.3c/9 C=360
70Ø6.3c/9 C=360
11 26Ø10c/12.5 C=632 10 10 26Ø10c/12.5 C=632 11
11
14
11
14
Figura II-7 - Modelo 10 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
23
37Ø8c/9 C=657 21Ø10c/16 C=657
23 23 23 23
23
23
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400
23
70Ø6.3c/9 C=400
95
82
105
23 49Ø8c/14 C=1180 23
23
23
43Ø10c/16 C=450-600
23 43Ø10c/16 C=450-600 23 23 23
L1
42Ø10c/12.5 C=722
h=25
46Ø8c/17 C=440-800
231Ø6.3c/9 C=440-714
46Ø8c/17 C=420-800
II.8
19 148Ø6.3c/9 C=649-800 19
148Ø6.3c/9 C=649-800
23
70
23
21Ø10c/16 C=657
23
23 21Ø10c/16 C=657 23 23 23
23
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400
70Ø6.3c/9 C=400
19
23
19
23
Figura II-8 - Modelo 11 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
38
2 54Ø8c/12.5 C=1200 96 62Ø8c/12.5 C=440-1200
L1
30Ø10c/17.5 C=752
h=40
62Ø8c/12.5 C=478-1200
106Ø8c/12.5 C=560-1000 34
166Ø8c/12.5 C=466-1060
34 106Ø8c/12.5 C=679-1200
II.9
38
38
38 38 38 38
38
50Ø8c/12.5 C=410
30
38 50Ø8c/12.5 C=350
30 50Ø8c/12.5 C=410
38 50Ø8c/12.5 C=350
Fundação
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø8 5972.8 2358 3100
Ø10 1203.8 742
10
14
10
14
28Ø6.3c/12 C=759-760 25Ø6.3c/12 C=759
14 14 14 14
49Ø6.3c/15 C=400
73Ø6.3c/10 C=300
44Ø6.3c/16 C=300
49Ø6.3c/15 C=400
14
22Ø10c/16 C=750-753 11
59
52Ø6.3c/15 C=450-600
10 14
14
52Ø6.3c/15 C=450-600 14
14 14
67Ø6.3c/12 C=1200
14 83 14
L1
h=16
198Ø8c/11 C=542-1010
218Ø6.3c/10 C=550-830
II.10
58Ø8c/13 C=560-710 10
14
14
92Ø6.3c/9 C=810 17
14 28Ø6.3c/12 C=759-760
14
14 14 14
28Ø6.3c/12 C=759-760
84
49Ø6.3c/15 C=400
73Ø6.3c/10 C=300
81Ø6.3c/9 C=300
49Ø6.3c/15 C=400
10
14
14
10
Figura II-10 - Modelo 13 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
37Ø8c/20 C=400 19
37Ø8c/20 C=450
41Ø8c/18 C=400
37Ø8c/20 C=450
25Ø8c/13 C=769-770 25Ø8c/13 C=750-769
19 19 19 19
19
23
91
57Ø8c/20 C=777-1200
23 23
23
23
23 55Ø8c/20 C=777-1200 23
L1
h=25
156Ø8c/14 C=560-840
121Ø8c/18 C=568-850
II.11
19 87Ø6.3c/9 C=1050-1200
87Ø6.3c/9 C=1050-1200 19
23
23
19
23
41Ø8c/18 C=400
37Ø8c/20 C=450
46Ø8c/16 C=400
37Ø8c/20 C=450
19 19 19 19
25Ø8c/13 C=750-769 25Ø8c/13 C=750-769
19
23
19
23
Figura II-11 - Modelo 14 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
174Ø8c/12.5 C=586-1200
114Ø8c/12.5 C=803-1200
34 38 114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34
L1
h=40
II.12
114Ø8c/12.5 C=799-1200 34
114Ø8c/12.5 C=799-1200
34
38
38
38
58Ø8c/12.5 C=500
58Ø8c/12.5 C=500
58Ø8c/12.5 C=500
58Ø8c/12.5 C=500
Figura II-12 - Modelo 15 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
38
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
10
14 74Ø6.3c/12.5 C=1200 126 14
14
14
10 58Ø6.3c/16 C=550-700 58Ø6.3c/16 C=550-700
14 14 10
56Ø10c/17.5 C=662-1200
L1
37Ø8c/9 C=920-936
h=16
58Ø10c/17 C=662-1200
127Ø8c/18 C=662-940
II.13
11
96Ø10c/16 C=870-1020 11
96Ø10c/16 C=870-1020
14
14
72Ø8c/13 C=600 161
59
24Ø6.3c/12.5 C=879
24Ø6.3c/12.5 C=879
10
14 14
14 14
109
108
Figura II-13 - Modelo 16 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
47Ø10c/19 C=290
55Ø6.3c/16 C=400
10
14
11
14
19
80Ø6.3c/11 C=400
80Ø6.3c/11 C=400
19 23
77Ø8c/20 C=893-1200
23 19
77Ø8c/20 C=893-1200
L1
50Ø8c/20 C=680-1200
h=25
49Ø8c/20 C=680-1200
175Ø8c/13 C=680-954
15Ø8c/20 C=954-960
II.14
118Ø8c/13 C=889-1200
19
118Ø8c/13 C=889-1200
23
23
19
19
19
70
19
44Ø8c/20 C=400
43Ø8c/20 C=500
44Ø8c/20 C=500
43Ø8c/20 C=400
Figura II-14 - Modelo 17 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
19
23
19
23
Resumo Aço
Fundação Comp. total Peso Total
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 640.0 157
Ø8 7710.7 3045 3202
30
38
30
38
38
30
74Ø8c/12.5 C=350
78Ø8c/12.5 C=706-1200
80Ø8c/12.5 C=718-1200
164
38 34
34 122Ø8c/12.5 C=923-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200 38
22Ø8c/12.5 C=992
80Ø8c/12.5 C=718-1200
L1
h=40
80Ø8c/12.5 C=706-1200
II.15
38
38
24Ø8c/12.5 C=980
34 122Ø8c/12.5 C=919-1200 122Ø8c/12.5 C=919-1200
34
168
38
38
74Ø8c/12.5 C=300 38
34
70Ø8c/12.5 C=500
70Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=500
70Ø8c/12.5 C=600
Figura II-15 - Modelo 18 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
38
11
14
11
28Ø10c/11 C=639 26Ø10c/12.5 C=639
14 14 14 14
35Ø10c/18 C=270
35Ø10c/18 C=270
26Ø10c/12.5 C=631 26Ø10c/12.5 C=633
10 10 11 11
10
14
154
14 14
62Ø8c/11 C=1040
10 78Ø8c/9 C=560-710 14 14 75Ø8c/9 C=560-710 14
L1
h=16
70Ø6.3c/9 C=1200
33Ø10c/19 C=1200
II.16
42Ø10c/9 C=704
75Ø6.3c/9 C=350-500 75Ø6.3c/9 C=350-500
45Ø6.3c/9 C=696
10 10
70Ø6.3c/9 C=1200
33Ø10c/19 C=1200
63 75Ø6.3c/9 C=1200
26Ø10c/12.5 C=639
10
14
14 28Ø10c/12 C=639 14 14 14
14
14
14
14
26Ø10c/12.5 C=633
70Ø6.3c/9 C=250
70Ø6.3c/9 C=250
11 26Ø10c/12.5 C=632 10 11 11
11
14
11
14
Figura II-16 - Modelo 19 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
Resumo Aço
Fundação Comp. total Peso Total
Armadura positiva e negativa (m) (kg) (kg)
CA-50 Ø6.3 3909.2 957
Ø8 1643.1 649
Ø10 2624.3 1617 3223
19
23
23
37Ø8c/9 C=657 21Ø10c/16 C=657
23 23 23 23
23
23
70Ø6.3c/9 C=380
113
23
86
63Ø6.3c/10 C=380
109
23 75Ø6.3c/9 C=1180 23
23
23
39Ø10c/18 C=450-600
19 38Ø10c/18 C=450-600 23 23 23
L1
h=25
44Ø10c/12.5 C=722-730
41Ø8c/19 C=448-890
40Ø8c/19 C=448-840
231Ø6.3c/9 C=440-1200
19
19 148Ø6.3c/9 C=649-1200
148Ø6.3c/9 C=649-1200
II.17
23
23
23
63Ø6.3c/10 C=380
70Ø6.3c/9 C=300
63Ø6.3c/10 C=380
70Ø6.3c/9 C=300
19
23
19
23
Figura II-17 - Modelo 20 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
54Ø8c/12.5 C=450-600 54Ø8c/12.5 C=480-600
34 38 38 34
54Ø8c/12.5 C=1200 21
21
129
L1
42Ø8c/12.5 C=736
h=40
30Ø10c/17.5 C=752
62Ø8c/12.5 C=478-1200
62Ø8c/12.5 C=466-1200
62Ø8c/12.5 C=466-1200
62Ø8c/12.5 C=478-1200
II.18
118
54Ø8c/12.5 C=760
34 106Ø8c/12.5 C=650-800 106Ø8c/12.5 C=650-800 34
30
38
38 19Ø10c/18 C=687 38 38 19Ø10c/18 C=687 38
38
38
38
38
50Ø8c/12.5 C=220
50Ø8c/12.5 C=220
50Ø8c/12.5 C=300
50Ø8c/12.5 C=300
30
38
30
38
Figura II-18 - Modelo 21 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
81Ø6.3c/9 C=300
81Ø6.3c/9 C=300
46Ø6.3c/16 C=450
46Ø6.3c/16 C=420
10
14
11 22Ø10c/16 C=750-753 22Ø10c/16 C=750-753 11
77
14
14
110Ø6.3c/13 C=755-1200
110Ø6.3c/13 C=755-1200 14 10
10 14
L1
h=16
45Ø10c/19 C=542-1200
174Ø6.3c/12.5 C=550-830
50Ø10c/18 C=542-1200
II.19
10 56Ø8c/13 C=650-800
56Ø8c/13 C=650-800 10
33Ø8c/13 C=800-816
14
14
10
14
11 11 11 11
22Ø10c/16 C=750-753 22Ø10c/16 C=750-753
179
179
73Ø6.3c/10 C=300
46Ø6.3c/16 C=450
39Ø6.3c/19 C=300
10
14 46Ø6.3c/16 C=450
10
14
Figura II-19 - Modelo 22 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=400
70 23
23
72Ø8c/20 C=773-1200
19 23 72Ø8c/20 C=773-1200
23 19
L1
h=25
44Ø8c/20 C=568-1200
109Ø6.3c/12 C=568-900
242Ø6.3c/9 C=560-1010
II.20
159Ø6.3c/9 C=769-1200
19
19
159Ø6.3c/9 C=769-1200
23
23
23
23
75
37Ø8c/20 C=400
37Ø8c/20 C=400
37Ø8c/20 C=300
37Ø8c/20 C=300
Figura II-20 - Modelo 23 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
19
23
19
23
34 114Ø8c/12.5 C=803-1200 38
114Ø8c/12.5 C=803-1200
38 34
L1
h=40
174Ø8c/12.5 C=586-1200
II.21
174Ø8c/12.5 C=598-1200
114Ø8c/12.5 C=799-1200 34
34 114Ø8c/12.5 C=799-1200
38
38
38
58Ø8c/12.5 C=450
58Ø8c/12.5 C=450
58Ø8c/12.5 C=350
58Ø8c/12.5 C=350
Figura II-21 - Modelo 24 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
38
68Ø8c/13 C=350
66Ø8c/13 C=350
14
10
45Ø6.3c/19 C=450
52Ø6.3c/17 C=450
72Ø6.3c/13 C=1170 107
14 14
14
14
14 14 55Ø6.3c/17 C=550-700
55Ø6.3c/17 C=550-700
14 10
34Ø8c/9 C=920-936
55Ø10c/18 C=662-910
L1
h=16
152Ø6.3c/15 C=670-950
56Ø10c/18 C=662-1010
II.22
11 11
96Ø10c/16 C=720-870 96Ø10c/16 C=870-1020
14
14
103Ø6.3c/9 C=600
86
109
24
74
10
14
47Ø6.3c/19 C=450
52Ø6.3c/17 C=450
68Ø8c/13 C=350
68Ø8c/13 C=350
22Ø6.3c/14 C=879 22Ø6.3c/14 C=879
Figura II-22 - Modelo 25 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
14 14 14 14
10
14
10
14
80Ø6.3c/11 C=400
78Ø6.3c/11 C=400
23
47Ø8c/20 C=300
23 149 23
L1
50Ø8c/20 C=688-1200
h=25
50Ø8c/20 C=688-1200
253Ø6.3c/9 C=680-954
II.23
14Ø8c/20 C=958
170Ø6.3c/9 C=870-1020 170Ø6.3c/9 C=870-1020
19 19
23
23
23
23
70
19
80Ø6.3c/11 C=400
44Ø8c/20 C=500
44Ø8c/20 C=500
80Ø6.3c/11 C=400
Figura II-23 - Modelo 26 - Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
19
23
19
23
34
38
80Ø8c/12.5 C=710-1200
74Ø8c/12.5 C=300
21 109 21
80Ø8c/12.5 C=718-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200
122Ø8c/12.5 C=923-1200 38 34
34 38
L1
h=40
80Ø8c/12.5 C=718-1200
80Ø8c/12.5 C=710-1200
II.24
22Ø8c/12.5 C=988
22Ø8c/12.5 C=984
38
38
34 122Ø8c/12.5 C=919-1200
122Ø8c/12.5 C=919-1200 34
168
38
38
74Ø8c/12.5 C=300
34
34
70Ø8c/12.5 C=500
70Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=600
70Ø8c/12.5 C=480
Figura II-24 - Modelo 27- Detalhamento de armaduras positiva e negativa.
30
38
30
38