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CURSO DE DIREITO
LÍNGUA PORTUGUESA
( 1ª Unidade )
Recife
2015
1. O HOMEM, A LINGUAGEM E A COMUNICAÇÃO
Há vários meios eficazes para a veiculação de uma mensagem, no entanto, sem dúvida alguma,
a linguagem humana se sobrepõe a qualquer outro meio de comunicação. Entende-se por comunicação
o ato de tornar algum acontecimento comum a outras pessoas.
A comunicação é considerada um ato praticado entre os indivíduos que usam os mesmos signos
linguísticos, ou seja, as mesmas palavras, cuja finalidade é transmitir uma determinada mensagem.
Quem se comunica, age.
É através da linguagem que se expressam ideias, sentimentos e comportamentos. Seja qual for
o tipo de linguagem – verbal (oral ou escrita), não-verbal (expressão facial, postura, aparência), mímica,
imagens etc. – ela reúne um conjunto de códigos do qual o emissor (interlocutor 1) se comunica com o
receptor ( interlocutor 2). O receptor efetiva a comunicação ao decodificar a mensagem. Dessa forma, no
processo tem-se um receptor que recebe a mensagem, um emissor que a emite e um canal de
comunicação, que é o meio físico através do qual ela é transmitida. Para que exista a mensagem é
preciso um tema, isto é, um motivo, que é a própria razão da comunicação.
A linguagem oral, por sua natureza, é efêmera e se perde no tempo com facilidade. Daí ser a
escrita um meio de expressão e de comunicação entre os seres humanos responsável pelo
levantamento da história de antigas civilizações que a utilizavam.
Alguns povos simplificaram sua escrita. Outros conservaram ideogramas e pictogramas. Alguns
absorveram o alfabeto já existente em grupos sociais e o adaptaram, como é o caso dos coreanos.
Sabe-se que palavras e conjuntos de sinais utilizados pelo ser humano em sua comunicação
mudam de significado com o passar do tempo e, enquanto palavras caem em desuso, surgem outras
novas. Para tanto, contribuem as transformações sociais. O sentido das palavras varia, também dentro
do texto.
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A linguagem adotada na escrita dependerá de vários fatores, bem como do tipo de redação.
Enquanto na redação literária se emprega uma forma mais livre de escrever, na técnica e especializada
existem manuais e regras específicas. Dessa forma, um diálogo entre advogados não pode ser o mesmo
que o verificado entre dois caboclos, dois operários ou duas crianças. Assim, costuma-se distinguir a
linguagem em coloquial ou afetuosa, regional e culta ou formal. Isso não significa que um nível é superior
ao outro. Existe a liberdade linguística, mas o sucesso de quem escreve está na objetividade e clareza
que permitem a comunicação com o maior número possível de receptores.
- As pessoas
- O que você está
fazendo? simplesmente não os
- Estou escrevendo o compreendem – Eles são
primeiro relato verdadeiro verdadeiros cordeirinhos.
sobre os vikings.
- São mesmo?
- Olhe só o Hagar
recostado - Como alguém poderia
tranquilamente na sua chamar um homem com um
casinha – um retrato de sorriso como aquele de
repouso digno. “Horrível”?
O humor do texto de Dik Browne está diretamente atrelado a uma oposição entre a visão do
monge que observa Hagar e sua família e o sonho do próprio Hagar, que revela os verdadeiros
pensamentos e sentimentos do bárbaro.
Para o monge, a personagem, dormindo um sono tranquilo com um sorriso de beatitude nos
lábios, seria prova de que um viking vive em paz com a natureza, mansamente próximo aos seus. No
entanto, nós, leitores dessa história, conhecemos também o sonho da personagem e sabemos que o
sorriso de Hagar advém da lembrança de seu dia a dia e de seu prazer em saquear, atacar, pilhar.
O monge menciona a “reputação injusta” dos vikings, que eles não seriam horríveis, e sim
“verdadeiros cordeirinhos”. O fim da história, porém, apenas reafirma a fama de Hagar e do povo que ele
representa.
Embora se trate de uma história em quadrinhos e, portanto, não tenha pretensão de ser um
retrato fiel da realidade, podemos dizer que o autor aborda uma questão importante e facilmente
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comprovável: cada povo tem sua maneira de ser, de ver o mundo. Cada povo possui seus próprios
valores, suas criações. Cada povo possui sua cultura e uma língua própria para traduzi-la.
Segundo Bosi (1992), “Cultura pressupõe uma consciência grupal operosa e operante que
desentranha da vida presente os planos para o futuro”. E como se desenvolve uma cultura? Vejamos.
O homem, como ser social, precisa se comunicar e viver em comunidade, que é onde troca seus
conhecimentos e suas experiências. Estes, por sua vez, irão levá-lo a assimilar e compreender o mundo
em que vive, dando-lhe meios para transformá-lo. Por ser social, o homem se difere dos outros seres
que vivem reunidos pela capacidade de julgar e discernir, estabelecendo regras para a vida em
sociedade. Tal concepção, nascida em A Política, de Aristóteles, implica estabelecer a necessidade de
linguagem para que o homem possa se comunicar com os outros e, juntos, estabelecerem um código de
vida em comum. Então, a linguagem, capacidade comunicativa dos seres, constrói vínculos entre os
homens e possibilita a transmissão de culturas, além de garantir a eficácia dos mecanismos de
funcionamento dos grupos sociais.
Ao acumular as experiências de sua comunidade, o homem vai construindo uma cultura própria que
é transmitida de geração para geração. Para transmitir sua cultura e para suprir a necessidade de buscar
a melhor expressão de suas emoções, suas sensações e seus sentimentos, o homem se viu diante de
certos desafios: um deles foi o de criar e desenvolver uma maneira de comunicar-se com seus
semelhantes.
Este sinal demonstra que é proibido fumar em um determinado local. A linguagem utilizada é a
não-verbal, pois não utiliza do código "Língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar.
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O autor Roger Axtell enumera também, o segundo artigo publicado na Folha de São Paulo,
algumas atitudes de significação diversa em diferentes países, sob o título: Como não cometer gafes no
exterior. Eis alguns exemplos:
Na Alemanha, apertar mãos com a outra mão no bolso é considerado falta de educação; cortar
batatas ou panquecas com a faca sugere que estão duras. Na China, aponta-se com toda a mão e não
com o dedo indicador. Na Coreia do Sul, não abra um presente logo após recebê-lo, somente mais tarde,
quando estiver sozinho. Na França, formar um círculo com o polegar e o indicador, colocá-lo sobre o
nariz e torcê-lo significa que alguém está bêbado. Na Índia, é falta de educação assobiar em público. Na
Holanda, chupar o polegar significa que alguém está mentindo ou inventando uma história. No Líbano,
lamber o dedo mínimo e depois passá-lo pela sobrancelha indica que alguém é homossexual. Na
Noruega, se quiser deseja boa sorte para um pescador, cuspa para ele. No Peru, bater com o indicador
no meio da testa significa que a outra pessoa é burra. Na Polônia, quem bater de leve com o dedo no
pescoço está convidando seu interlocutor para beber. Na Turquia, considera-se falta de educação cruzar
os braços sobre o peito enquanto se conversa com alguém. No Zaire, se seu anfitrião comer com os
dedos, faça o mesmo, mas use apenas a mão direita (ANDRADE e MEDEIROS, 2006).
As mensagens podem ser verbais (faladas ou escritas) ou não verbais: gestuais, tácteis,
pictóricas ou gráficas. A comunicação não verbal envolve também outros aspectos, de natureza cultural,
psicológica ou emocional, tais como:
O tipo de linguagem, cujo código não é a palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é,
usam-se outros códigos (o desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as cores).
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Como se vê, as pessoas são os atores da comunicação. Para os teóricos da Linguística e da
telecomunicação, a comunicação é o fato de uma informação ser transmitida de um ponto a outro
(pessoa ou lugar).
Filosoficamente, a comunicação é uma necessidade humana. Ela é dada como uma resposta à
grande questão da comunidade social.
A comunicação tem seus problemas, tais como:
1. os mal-entendidos;
2. as ambiguidades;
3. as falsas interpretações;
4. As incompreensões (individuais e coletivas).
Ao associar a imagem (não-verbal) com as indagações (verbal), Quem vai estudar? Quem vai
trabalhar? Quem vai viver? Observa-se que ela oferece duas opções, que segundo reflexões de cunho
racial feitas por toda a sociedade, demonstra a inclinação para a resposta: é a criança branca. Os
valores ideológicos, além das relações de poder, mostram que o branco é quem vai estudar, trabalhar e
viver. Mesmo que não seja essa a sua opinião, é isso que o texto verbal + não-verbal retrata.
Na língua escrita, a expressão é mais formal, já que as ideias são explicitadas e concatenadas,
de sorte a permitir a compreensão, estando ausentes os interlocutores.
Na língua oral, dada a presença dos interlocutores, são frequentes simplificações, omissões e
repetições, resolvidas na situação contextual.
Num outro plano, observa-se variação de linguagem entre profissionais de diferentes áreas. O
“discurso” de um advogado difere do “discurso” de um médico, seja pelo vocabulário, seja pelos tipos de
textos produzidos, seja mesmo pela sintaxe empregada. Assim, o discurso do advogado tem
particularidades que definem o jargão da área, ou seja, o conjunto de palavras, de tipos de textos, de
construções que são próprios desse grupo sócio/profissional.
Ainda é preciso notar que há diferentes graus de formalismo. Um profissional pode valer-se de
uma linguagem mais formal, quando apresenta um relatório, por exemplo, e de uma linguagem menos
formal quando transmite informações internas no seu setor de trabalho. São, pois, as circunstâncias
que determinam o grau de formalismo da linguagem.
Por razões políticas e sociais, define-se como língua padrão uma variante mais conservadora e
de prestígio.
Por abranger todas as relações cotidianas do homem, a língua precisa de certos cuidados para
que desempenhe o importante papel da comunicação.
Convém, por isso, notar que entre a língua oral ou falada e a escrita há diferenças bem
acentuadas. Escrever uma história, por mais simples que ela seja, é diferente do ato de contá-la
oralmente. Cada uma dessas modalidades de expressão tem suas características, seus fundamentos,
suas necessidades e suas realizações.
Pois é. U português é muinto fáciu di aprender, porque é uma língua qui a gente inscrevi exatamente
cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontade di ri quandu a genti descobri cumu é qui si iscrevi
algumas palavras. Im purtuguêis não. É só perstátenção. U alemão pur exemplu. Quê coisa mais doida?
Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferente. Qui bom qui a
minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabe inscrevê.
Nesse trecho, podemos observar que o humorista tentou uma aproximação entre a língua falada
e a escrita e pôde, até, “copiá-la”; porém, “essa cópia é sempre uma transposição ou uma deformação”*
da fala.
Para melhor entender o assunto, veja algumas das características de cada uma:
Existem várias especulações acerca da palavra ERRO. É comum ouvir expressões, como: “Veja
só como ele fala errado!” “Seus erros de português são imperdoáveis...”. Você concorda com esse tipo
de expressão? Se sua resposta for positiva, realmente precisa rever seus conceitos linguísticos. Para
tanto, é necessário conceber a língua enquanto interação, pois a língua só faz sentido em uso.
Não existe língua que gire em volta de si mesma, temos que ter, como na física, um referencial
de uso; este referencial chama-se registro linguístico (diversas situações de comunicação) e a “língua”
usada para adequar-se aos diversos registros linguísticos será chamada de dialetos.
Observe, a título de exemplo, um surfista, em Maracaípe/PE ( espaço típico de surfistas),
interagindo em meio aos seus amigos, da seguinte maneira: ‘Estão todos bem? Como passaram o final
de semana?”
Então, o que você pensa sobre essa relação discurso & situação comunicativa? O que houve,
efetivamente, foi uma inadequação entre os dois pilares básicos que regem a comunicação, tendo como
base a interação social. O indivíduo não é um ser isolado do mundo, isto é, “representa papéis em
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diversos cenários da vida”, por isso sua “linguagem deve adequar-se às situações para que se possa
realmente interagir socialmente.
O que socialmente não importa em todas as situações de uso? Se esta linguagem está ou não
prevista na gramática normativa, não obstante existir extratos distintos na Norma Culta. A forma de
enunciação prevista na gramática normativa não abrange todas as formas de uso que fazemos na vida,
mas somente pelo fato de estar na gramática, já usufrui de um prestígio inigualável; logo o que não é
Norma Culta, para muitos é erro, desvalorização social/econômica, até porque, segundo Bagno ( 1999),
o preconceito linguístico está atrelado ao preconceito social.
Diz-se que o "brasileiro não sabe Português" e que "Português é muito difícil". Estes são alguns
dos muitos que compõem um preconceito muito presente na cultura brasileira: o linguístico. Tudo por
causa da confusão que se faz entre língua gramática normativa (que não é a língua, mas só uma
descrição parcial dela).
Portanto, não existe erro, e sim, adequação ou inadequação linguística, uma vez que temos que
analisar o conjunto: Língua + Situação de Comunicação.
O humor da tira a seguir é determinado pelo “excesso de informalidade” por parte do namorado
que acaba de ser apresentado aos pais da garota.
Como uma norma de boa educação, espera-se que a pessoa estranha seja gentil, dirija-se aos
donos da casa com respeito e manifeste alguma cerimônia, como um pedido de licença. Cabe à pessoa
visitada dispensar as formalidades e fazer com que o estranho se sinta bem.
Nesse caso, observe que o namorado nem mesmo cumprimenta a garota e se dirige aos pais
dela com tanta grosseria que Hagar toma uma posição “defensiva”, ameaçando o rapaz com um
machado.
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A ilustração nos mostra o emprego de uma linguagem pouco adequada à situação que envolve
os personagens. Analisando nossa própria maneira de falar, cada um de nós é capaz de perceber que
dominamos várias “línguas”, ou seja, temos várias maneiras de “registrar” a língua. A cada momento
fazemos uso de um desses registros.
Observe: uma criança de dois anos, quando cai, pode dizer que machucou o bumbum. Sua mãe, ao
agradá-la, pergunta: “O nenê machucou a bundinha?”.
Ocorrendo um problema mais grave, ao levá-la ao médico, os pais provavelmente diriam que o problema
é nas nádegas. E o médico? Bem, ele poderia anotar que a dor é na região glútea...
Veja que todas essas expressões são de nosso conhecimento e sabemos, quase intuitivamente,
qual é o momento adequado para empregar uma ou outra.
EXERCÍCIOS
01. O texto híbrido em questão foi usado em uma das provas da UFPE realizada pela COVEST no início
de 2010. Quem são consideradas as raças? Preta e branca. Quais são as várias áreas abordadas?
Estudo, trabalho e, em suma, vida.
Objetivando transmitir sua mensagem-denúncia, o autor do Texto abaixo estabelece uma relação entre:
TEXTO I
(Fonte: sosriosdobrasil.blogspot.com)
TEXTO II
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Após um ano de discussões, Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou reforma do Código
Florestal que anistia proprietários rurais acusados de desmatamento ilegal até 22 de julho de 2008. A
organização ambientalista Greenpeace revelou que, com essa decisão, o governo terá de abrir mão de
aproximadamente R$ 8 bilhões relativos às multas aplicadas na Amazônia Legal no período que vai de
1998 até 2008. O Ibama informa que não tem condições de calcular o quanto deixará de arrecadar.
II. O texto II é um texto em linguagem verbal escrita, de valor expositivo-informativo, em que não há
juízos expressos pelo autor. Como sua função primordial é informar, não cabem críticas ou traços de
humor. É fundamental para o estabelecimento de relações intertextuais com o texto I, porque explicita os
sentidos subjacentes à mensagem exposta anteriormente.
III. O texto I mantém uma relação de sentido com o texto II por meio da aproximação entre os dados
numéricos apresentados neste e as folhas da árvore, numerosas, desenhadas naquele.
IV. O texto II deixa transparecer as intenções de seu autor pelo uso bastante forte dos dados numéricos,
que enfatizam o rombo que a anistia para os desmatadores causará não só para o Ibama, mas também,
moralmente, para a nação.
03. A charge a seguir faz parte de uma campanha que promove uma academia de musculação.
03. Observe a ilustração de uma matéria sobre o projeto de lei de autoria da deputada federal Maria do
Rosário (PT-RS), cujo objetivo é proibir os pais de usar castigos corporais na educação dos filhos.
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(Fonte: http://combatepocicial.com. Adaptado. Acesso em 29 dez. 2013)
04.
Observando os anúncios institucionais, pode-se afirmar que os recursos foram usados para:
a) seduzir o consumidor pela lógica racional notada no predomínio do uso das cores preta e branca,
prometendo-lhe vida saudável após a prática incitada.
b) mobilizar racional e emocionalmente o consumidor para a escolha de práticas respeitosas à
individualidade e à coletividade.
c) persuadir o consumidor inteligente pela identificação com os protagonistas, estimulando-o a agir é
contrariamente ao indicado nos recursos verbais.
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d) moralizar o público-alvo, aqueles que descumprem a lei seca e aqueles que, por fumarem em local
fechado, geram o fumante passivo.
e) manipular o espectador, levando-o à percepção da própria inteligência na adoção de atitudes
politicamente corretas.
06. O pressuposto da frase escrita no cartaz que compõe a charge é o de que a Amazônia está
ameaçada de
a) fragmentação.
b) estatização.
c) descentralização.
d) internacionalização.
e) partidarização.
Leia a tirinha de Recruta Zero, de Mort e Greg Walker, para responder às questões de 07 a 10.
As expressões sem demora e com determinação (da 1ª fala do recruta Zero) são base para as
questões 08 e 09.
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b) imediatamente e determinadamente.
c) demasiadamente e indeterminadamente.
d) brevemente e indeterminadamente.
e) apressadamente e indeterminadamente.
10. Em - “Você fez o que pedi pra você, Zero?”- o termo ‘o’ tem o mesmo emprego que na alternativa
a) Visitei o Museu do Louvre, por várias vezes.
b) Vi-o ontem, à saída de casa.
c) Repetia que o ladrão tinha tomado sua bolsa.
d) O que magoou a jovem sensível foi a agressão.
e) Ele, ninguém o escuta na repartição.
(QUINO, J.L. Mafalda. Tradução de Mônica S.M. da Silva. São Paulo: Martins Fontes, 1988).
O efeito de humor foi um recurso utilizado pelo autor da tirinha para mostrar que o pai de Mafalda:
a) revelou desinteresse na leitura do dicionário.
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b) tentava ler um dicionário, que é uma obra muito extensa.
c) causou surpresa em sua filha, ao se dedicar à leitura de um livro tão grande.
d) queria consultar o dicionário para tirar uma dúvida, e não ler o livro, como sua filha pensava.
e) demonstrou que a leitura do dicionário o desagradou bastante, fato que decepcionou muito sua filha.
14. Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campanha institucional
incluem:
a) o emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
b) o uso de orações subordinadas condicionais e temporais.
c) o emprego de pronomes como “você” e “sua” e o uso do imperativo.
d) a construção de figuras metafóricas e o uso de repetição.
e) o fornecimento de número de telefone gratuito para contato.
15. As imagens seguintes fazem parte de uma campanha do Ministério da Saúde contra o tabagismo.
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O emprego dos recursos verbais e não-verbais nesse gênero textual adota como uma das estratégias
persuasivas
Chico Bento, personagem bastante conhecida de Maurício de Sousa, expressa-se combinando uma
variedade linguística regional e determinado registro de uso da língua portuguesa. As falas de Chico
Bento e de seu pai, na tirinha, definem-se por representarem exemplos do linguajar:
a) Caipira, marcado pelas alterações fonéticas, em registro oral e coloquial, dados os desvios
gramaticais.
b) Rural, marcado pelas seleções de vocabulário específico, em registro oral e coloquial, dados os
desvios gramaticais.
c) Sertanejo, marcado pela atividade de agricultor do pai, em registro oral e coloquial, dados os desvios
gramaticais.
d) Masculino adulto, marcado pela atividade na roça, e do linguajar masculino infantil, marcado pela
constituição da personagem Chico Bento, em registro oral e coloquial, dados os desvios gramaticais.
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e) Regional, marcado pelos vocábulos típicos da cultura local, em registro oral e coloquial, dados os
desvios gramaticais.
17. Leia o excerto a seguir, extraído de um texto escrito para uma coluna na internet.
“Placar: Brasil 1, investidores 0.” Com essas palavras se inicia uma reportagem segundo a qual as medidas
para conter a apreciação do real estão fazendo efeito no mercado.
Com o título “Brasil ganha o round 1 da guerra cambial”, explica-se que os ganhos que os investidores
costumavam ter com uma das operações mais atrativas para estrangeiros no país foram solapados depois que
o governo passou a adotar medidas contra a alta do real. Investidores internacionais tomam empréstimos em
moeda de países desenvolvidos, pagando juros baixos, trazem o dinheiro ao país e compram títulos públicos
em reais, com um retorno atualmente de 9,75% ao ano. Nessa operação, ganha-se com a diferença dos juros e
a variação do câmbio.
No último trimestre do ano passado, esse tipo de operação gerava ganhos de 5,2% aos investidores,
segundo a reportagem. Neste ano, no entanto, o ganho baixou para 2%. No México, a mesma operação gera
7,9% atualmente. Além das medidas cambiais (compra de dólares à vista e no mercado futuro pelo Banco
Central e aumento do IOF pelo Ministério da Fazenda), a desaceleração maior que o esperado da economia
brasileira também é apontada por analistas como um fator da redução da entrada de dólares no país.
http://blogs.estadao.com.br (acesso em 23 mar. 2012)
A julgar pelas marcas linguísticas típicas de uma variante bastante específica da língua portuguesa,
pode-se afirmar que o texto reproduzido:
a) Pertence ao universo da economia e, portanto, emprega termos característicos desse contexto, como
“efeito”, “mercado” e “guerra”. Deve figurar publicado em um jornal específico sobre economia e
finanças.
b) Pertence igualmente ao universo da economia e do futebol. Prova disso é a primeira sentença,
“Placar: Brasil 1, investidores 0”, cujo intuito é marcar a economia referente ao futebol entre brasileiros e
investidores. Deve figurar publicado em um jornal específico sobre economia e finanças que esteja
discutindo a Copa de 2014.
c) É marcadamente pertencente ao universo da economia e das finanças porque emprega com alta
frequência termos técnicos, dentre eles “tomar empréstimo”, “comprar títulos públicos” e “variação do
câmbio”. Deve figurar publicado em um jornal específico sobre economia e finanças ou em um jornal de
conteúdo genérico que tenha um caderno sobre economia.
d) É típico do contexto da economia, apesar de relacioná-la à temática característica da física, pelo
emprego do termo “desaceleração”. Deve figurar publicado em um jornal de conteúdo genérico, em
qualquer uma das seções, sem vincular-se a uma discussão específica.
e) Não apresenta qualquer característica marcante de uma área específica de conhecimento e, portanto,
não oferece dificuldades de leitura para leigos. Pode ser encontrado facilmente em diferentes
publicações, para diversos públicos.
Há alguns bons anos, venho refletindo muito sobre o conceito de erro gramatical. Acho que muitas vezes alguns
“erros” por aí apregoados não passam de maneiras diferentes de empregar a língua.
[...] Nada é tão democrático quanto a língua. Mas... como toda democracia, ela requer sacrifícios e
concessões no seu emprego. Democracia não é fazer o que se quer, mas, sim, o que é possível fazer, com respeito
aos demais. O mesmo se pode dizer da língua: não se pode usá-la de qualquer jeito, mas, sim, de acordo com certo
padrão.
Que padrão é esse? Quem estabeleceu esse padrão?
Por que esse padrão e não outro padrão? Muitas perguntas, mas basta uma resposta. Temos de garantir à
língua sua função primordial: promover a comunicação e, com ela, garantir a inteligibilidade das mensagens. Ora,
para isso, é preciso usar um padrão linguístico que garanta a universalização de entendimento dentro da língua.
Esse padrão é conhecido como norma culta e é usado pelos meios de comunicação, pelos livros não literários e
literários, pelas pessoas de boa formação cultural... Basicamente, a norma-padrão ou culta é conhecida e
reconhecida. É a ensinada nas escolas ou, pelo menos, deveria ser. A escola deve partir da língua usada pelos seus
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alunos e ensinar-lhes a norma culta. Senão, a escola para nada serve, pois todas as disciplinas e todo o repertório
humanos são consolidados pela língua-padrão. Empregar a língua culta amplia a possibilidade de ascensão social.
Se aceitássemos como padrão os vários regionalismos e mesmo dialetos, acabaríamos por formar outras
línguas. O latim vulgar nos deu exemplo disso e transformou-se em várias línguas, incluindo a nossa. Talvez aqui
possamos ampliar o conceito de poliglota. Deixa de ser só aquele que fala várias línguas para incluir também
aquele que consegue pelo menos compreender e falar razoavelmente os vários regionalismos e dialetos de sua
própria língua.
Adaptado de http://linguaportuguesa.uol.com.br (acesso em 23 mar. 2012).
a) O falante de regionalismos e dialetos de sua própria língua não necessita conhecer e praticar a
norma-padrão, haja vista que já é um verdadeiro poliglota em seu idioma.
b) Qualquer que seja o falante, ele deve ser levado a conhecer várias possibilidades de manifestação da
língua; a mais importante, no entanto, é a sua própria variante, para que garanta a comunicação com os
seus iguais.
c) É preciso que as comunidades de falantes possam se comunicar como bem entendam para que
participem dos processos de formação de outras línguas, como os que geraram o próprio português.
d) Sendo a língua um mecanismo democrático, deve obedecer às mesmas regras da democracia
entendida como regime político, o que pressupõe que deve haver liberdade para que se use o padrão
mais adequado, independentemente das situações em que se vai comunicar.
e) É preciso garantir que todos os falantes sejam capazes de ter acesso às manifestações científicas e
culturais de sua sociedade por meio do conhecimento da norma-padrão do idioma, variante na qual se
expressam todos os grandes meios de comunicação e as instituições fundamentais que organizam e
regem a vida do cidadão.
Texto para as questões 19 a 22.
19. Pela compreensão do texto ‘Semana que vem’, a ideia global é a de que
a) o tempo é infinito e por isso não há pressa.
b) há necessidade de se viver intensamente o presente.
c) o passado não existe.
d) deve-se planejar tudo e esperar é uma prioridade.
e) a vida deve ser considerada na perspectiva de futuro.
21. O uso do termo pra, a abreviação de para, pode ser justificado em:
a) é a inserção da variante padrão formal.
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b) é adequada apenas para gêneros textuais versificados.
c) é uma adequação ao propósito textual.
d) é uma estratégia linguística que distancia o leitor do texto.
e) é a ênfase no preconceito linguístico.
22. Pode-se justificar a acentuação dos termos último e já, porque são respectivamente:
a) paroxítono e oxítono.
b) oxítono e dissílabo tônico.
c) proparoxítono e paroxítono.
d) trissílabo e monossílabo tônico.
e) proparoxítono e monossílabo tônico.
23.
O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico habitante da zona rural, comumente
chamado de "roceiro" ou "caipira". Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada
primordialmente pela
24.
A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem
moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas
significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois
motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a
impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática,
dá-se o nome de exclusão digital.
No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de
informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir
a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para desenvolver a
interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para
capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser "baixados" gratuitamente para
serem utilizados como entretenimento.
(E) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como mouse,
teclado, monitor etc.
25.
José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai de
ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a zona
central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal até onde
trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas que José
toma, conforme o Quadro 2.
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José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao trabalho:
Pressupostos são aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode
perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Assim, quando se diz O tempo
continua chuvoso, comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas,
ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já
estava chuvoso.
Na frase: Pedro deixou de fumar diz-se explicitamente que, no momento da fala, Pedro não
fuma. O verbo deixar, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes. A
informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar com ela. Os
pressupostos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos como verdadeiros, porque é
a partir deles que constroem as informações explícitas.
Por isso, pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento
montado pelo falante. A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas verdades
incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso político.
Quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de maneira explícita que no momento
da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber a informação
implícita de que antes o tempo já estava chuvoso.
Ao ligar essas duas informações com um “mas”, o falante comunica também, de modo implícito,
sua crítica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades
não se aprende nada. Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele
pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas,
existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficazmente, o
leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos. Leitor perspicaz é aquele que consegue
ler nas entrelinhas.
Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou o que é pior
pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse. Não é preciso dizer que alguns tipos de
19
texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e
pressupostos.
Assim, temos como índices de pressupostos:
certos advérbios - O resultados da prova ainda não foi divulgado. (Pressuposto - O resultado já
devia ter sido divulgado ou O resultado será divulgado com atraso.)
certos verbos - O esquema da mala tornou-se público. (Pressuposto - O esquema não era
público.)
orações adjetivas - Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não
pensam no povo. (Pressuposto - Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.)
adjetivos - Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil. (Pressuposto - Existem
partidos radicais no Brasil.)
- As adjetivas são introduzidas por pronomes relativos: que (= qual), qual, quem, cujo, onde e quando.
- A adjetiva restritiva contribui para definir, apontar, individualizar um nome ou pronome expresso
anteriormente. Ex.: O livro que comprei é uma gramática. Dizemos " que comprei " para definir qual
livro é uma gramática. Lemos, sem qualquer pausa, “o livro que comprei ", pois tal grupo de palavras
forma um todo no sentido; daí não usamos vírgula.
- A adjetiva explicativa revela outra intenção por parte do autor: a de acrescentar mais uma ideia,
merecedora de realce. Ex.: “A inteligência, que nos distingue dos irracionais, tem um valor inestimável
", querendo dizer que " A inteligência tem um valor inestimável "; " que nos distingue dos irracionais "
São duas coisas separadas, embora uma venha explicando a outra: " A inteligência tem um valor
inestimável " ( ideia principal ) e a " inteligência nos distingue dos irracionais " ( ideia secundária ), de
acordo com o texto. Como são ideias separadas, devemos ler fazendo pausa entre uma e outra,
abaixando a voz ao proferirmos a adjetiva explicativa. A Vírgula entre elas é obrigatória.
- Resumindo:
(Fonte: CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: IBEP Nacional, 2008.)
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação, sendo este
contextual, pragmático, e de responsabilidade do ouvinte, por isso, altamente variável, uma vez que o
falante camufla as palavras protegendo-se, porque, com ele, diz-se sem dizer, sugere-se, mas não diz,
sem comprometer-se.
Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem fogo? acharia muito estranho
se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta
subentendesse:
Acenda-me o cigarro, por favor.
20
1) Num diálogo entre A e B:
Nesse pequeno discurso existem muitas informações implícitas, ou seja, subentendidas, quais
sejam:
“A” sabe que ali naquele local mora alguém que conserta carro.
É o irmão de “B” que conserta carro.
“A” fica surpreso ao encontrar o irmão de “B” em casa, já que ele encontra-se sempre muito atarefado.
Este enunciado pode querer dizer que os políticos são desonestos, isentando o locutor de
qualquer responsabilidade, escondendo-se atrás do significado literal das palavras, já que a
interpretação é particular daqueles que a realizam.
Subentende-se que:
O locutor confia na capacidade das pessoas para ensinar;
O interlocutor tem capacidade de ensinar;
Há diferentes graus de sabedoria ou de ignorância;
Não há ninguém verdadeiramente ignorante;
Há alguém que deseja ou precisa de ensino;
Há alguma coisa para ensinar.
Um funcionário público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia,
que um colega de seção, do partido do governo, além de ser sido agraciado com uma promoção,
conseguiu um empréstimo muito favorável do banco estadual, ao passo que ele, com mais tempo de
serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o empréstimo solicitado muito antes que o
referido colega. Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do governo para com
os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se prontamente, alegando não ter falado em
favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu discurso.
Na verdade, ele não falou em favoritismo, mas deu a entender, deixou subentendido para não
se comprometer com o que disse. Fez a denúncia sem denunciar explicitamente. A frase sugere, mas
não diz. A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é bastante sutil. Não vamos
aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses conceitos como instrumentos úteis para uma
compreensão mais eficiente do texto.
EXERCÍCIOS
A oração adjetiva (que abandonaram suas tradições) implica os mesmos pressupostos em ambas as
passagens?
02.
“COMEMORAÇÃO”
Um senador pelo Distrito Federal, às vésperas de ser cassado, e um ex-juiz de São Paulo, amigos íntimos, se
encontraram em Brasília:
-E então Meritíssimo, vamos tomar alguma para comemorar?
O juiz prontamente responde:
-Vamos! De quem agora?
22
13. Creme dental e Gel Even: basta um pingo.
Pressuposto:_______________________________________________
14. Nossas promoções são promoções mesmo. Aqui não tem enrolada.
Pressuposto:_______________________________________________
16. Ela é muito inteligente, apesar de ser mulher. (Mário Amato – Presidente da FIESP – referindo-se à
ministra Dorothéa Werneck – Governo Fernando Henrique Cardoso).
Pressuposto:_______________________________________________
18. Sobre a frase “isso é tão simples que até uma mulher faz” responda:
19.
23
a) Explique por que é possível que o enunciatário de uma mensagem como a que Calvin leu não
entenda que, por exemplo, deve ligar os pontos em ordem numérica.
________________________________________________________________________________
b) Que efeito de sentido a repetição da palavra “regras” traz à fala de Calvin no último quadrinho da
tirinha?
________________________________________________________________________________
a) “Você gostaria de ir ao cinema comigo qualquer dia?” (rapaz abordando uma moça numa festa).
Para que entendamos como se processa a linguagem, é interessante fazermos uma incursão
pelas concepções de linguagem, de sujeito, de texto e de sentido que foram utilizados pelos falantes nos
diversos paradigmas estabelecidos no decorrer da história.
1ª CONCEPÇÃO:
2ª CONCEPÇÃO:
3ª CONCEPÇÃO:
Língua como lugar de Sujeito: entidade Texto é o lugar próprio Modelo pragmático.
interação: psicossocial da interação. O sentido é uma
Sujeitos são atores Caráter ativo. No texto os sujeitos se atividade interativa
sociais. Sujeitos são atores, constroem e são complexa.
Concepção interacional construtores sociais. construídos. O sentido se realiza
da língua. Sujeito bakhtiniano, Possui implícitos, com ativação de
social, histórica e compreensíveis com o saberes prévios.
ideologicamente contexto sociocognitivo A coerência está
situado. dos participantes da associada ao contexto
A identidade do sujeito interação. sociocognitivo e
é construída na relação É um evento interativo.
com a alteridade. comunicativo.
Participante do sentido. É construído na
Sujeito é na interação. interação texto-sujeito.
Todos os nossos atos se realizam através de textos, sejam verbais ou não-verbais. A leitura de
um texto se dá primeiramente a partir do processo de decodificação, quando temos contato com o
conteúdo e buscamos compreendê-lo.
Existem elementos que nos ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para
que se possa compreender bem um texto é necessário identificar o contexto (social, cultural, estético,
político) no qual ele está inserido. Essa identificação vai depender do conhecimento sobre o que está
sendo abordado e as conclusões referentes ao texto. Em determinados textos a informação sobre
acontecimentos passados contribui para sua compreensão. Por isso, quanto mais variado o campo de
conhecimento, mais facilidade encontrará o leitor para ler e interpretar textos.
O texto é o lugar da interação dos atores sociais e o contexto em que ele foi produzido é
constituído de aspectos internos e externos ao discurso, à fala. Ele é constituído pela situação social em
que o discurso se realiza. A situação social é a forma como duas ou mais pessoas se comunicam sobre
um determinado assunto.
Dessa forma, o contexto é o conjunto das condições sociais consideradas para estudar as
relações sociais existentes entre comportamento social e comportamento linguístico. O estudo do
contexto não depende apenas de conhecimentos linguísticos, mas também de conhecimentos de mundo
(conhecido como conhecimento enciclopédico). Aqui entra todo nosso estoque de conhecimentos,
acumulado ao longo de nossa vida, de nossas leituras, de nossas experiências.
Assim, o texto deve ser estudado em seu contexto de produção e deve ser compreendido não
como um produto acabado, mas como um processo entre os interlocutores.
25
4.2. TEXTUALIDADE
4.3. INTERTEXTUALIDADE/POLIFONIA
A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Pode ser implícita ou
explícita. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou
indiretamente. Qualquer texto que se refere a assuntos abordados em outros textos são intertextos.
Para caracterizar o romance de Dostoievski, Bakhtin trouxe o termo à linguagem. Explana a
relação entre falante e ouvinte e o expressar de um em relação ao outro; e que “eu” dou-me forma
enquanto parte integrante do grupo a que pertenço. O “eu se constrói constituindo o Eu do outro e por
ele é constituído”. Outros autores chamam de “várias vozes” que constituem
um texto. O autor pode falar várias vozes ao longo de seu texto. Não há um divisor de águas entre a
terminologia ‘intertextualidade’ e ‘polifonia’. Ambas são as vozes que compõem um texto.
EXERCÍCIOS
02.
03.
Comunicamo-nos com nossos colegas de trabalho, com o livro que lemos, com a revista, com os
documentos que manuseamos, através de nossos gestos, ações, até mesmo através de um beijo de “boa
noite”.
No ato de comunicação percebemos a existência de alguns elementos. Observe a tirinha abaixo para
analisarmos.
Analisando o que temos na lista do Calvin, verificamos que quase todos os elementos
considerados fundamentais para a concretização da comunicação estão presentes:
27
Emissor alguém que transmite a mensagem (no caso, Calvin);
Destinatário a quem a mensagem se dirige (no caso, Haroldo);
Mensagem a informação que se pretende transmitir (no caso, o questionamento sobre o
comportamento dos tigres);
Código um conjunto comum ao emissor e ao destinatário formado de elementos e de
regras que permitem o entendimento da mensagem (no caso, a língua
portuguesa);
Referente o assunto, a situação que envolve o emissor e o destinatário e o contexto
linguístico que envolve a mensagem (no caso, a situação concreta de preguiça ou
sono do tigre e a fala de Calvin, questionando os objetivos de vida de um tigre,
por meio de um diálogo);
Canal o meio físico para transmitir a mensagem e a conexão psicológica que leve o
destinatário a se interessar no que lhe transmite o emissor e a procurar entender
a mensagem (no caso, o ar e o interesse (ou melhor, a fala de) de Haroldo na
mensagem emitida por Calvin).
ou Haroldo está dormindo e, portanto, não ouve o que o garoto lhe diz (o canal físico não
existe);
ou Haroldo está tão sonolento que não consegue dar atenção a Calvin (falta conexão
psicológica, vontade do tigre em ouvir e prestar atenção ao que lhe é dito).
Há de se observar que diversos fatores impedem a comunicação entre emissor e receptor. Todo
elemento que interfere na comunicação dos interlocutores recebe o nome de ruído, ou seja, ruído é
qualquer obstáculo que impede a comunicação, a compreensão da mensagem transmitida.
Partindo desses seis elementos, Roman Jakobson, linguista russo, elaborou estudos acerca das
funções da linguagem, os quais são muito úteis para a análise e produção de textos. As seis funções
serão abordadas no próximo item.
Para realizar um ato de comunicação verbal, o indivíduo escolhe, seleciona as palavras, depois
passa a organizá-las e combiná-las conforme a sua vontade. E todo este trabalho de seleção e
combinação não é aleatório, não é realizado por acaso, mas está intimamente ligado à intenção do
emissor. Assim sendo, a linguagem passa a ter funções, cuja importância é saber utilizar a linguagem
adequada no momento adequado.
O esquema proposto por Roman Jakobson compreende um remetente que envia uma
mensagem a um destinatário; para ser eficaz a comunicação, são necessários um contexto a que se
refere, um código, parcial ou totalmente comum a remetente e destinatário, e um canal físico.
O código compreende um estoque estruturado de elementos que se apresentam como
alternativas de seleção para a produção de mensagens. Os subcódigos introduzem a questão da
variação linguística. Assim, códigos diferentes não permitem a comunicação. Uma petição escrita numa
variante linguística não aceita nos meios forenses pode impedir a consecução do objetivo do profissional
do direito na defesa dos interesses de um cliente seu. Nunca podemos esquecer que há variantes
linguísticas que gozam de prestígio entre os usuários e há outras que são estigmatizadas.
Para Jakobson, a linguagem deveria ser examinada não em relação à função informativa
(denotativa, referencial), que foi considerada pelos teóricos da informação a única e a mais importante.
28
As funções estariam, para Jakobson, focadas em um dos elementos do processo de
comunicação; a função emotiva estaria centrada no remetente; a referencial, no contexto ou referente; a
poética, na mensagem; a fática, no contato; a metalinguística, no código; a conativa, no destinatário.
FUNÇÃO REFERENCIAL
É a mais comum das funções da linguagem e centra-se na informação. A intenção do emissor é
transmitir ao interlocutor dados da realidade de uma forma direta e objetiva, sem ambiguidades, com
palavras empregadas em seu sentido denotativo. Portanto, essa é a função da linguagem que
predomina em textos dissertativos, técnicos, instrucionais, jornalísticos ─ informativos por excelência.
Como está centrado no referente, ou seja, naquilo de que se fala, prevalece o texto escrito em 3ª
pessoa, com frases estruturadas na ordem direta.
A informação jurídica é precisa, objetiva, denotativa; fala-se, então, de função referencial. Nada
impede, porém, que o texto jurídico se preocupe, por exemplo, com a sonoridade e ritmo das palavras,
valorizando a forma da comunicação; tem-se, assim, a função poética.
Os textos em que predomina a função referencial apresentam qualidades objetivas ou concretas, uso
de nomes próprios, estratégias argumentativas lógicas, como provas e demonstrações. Em geral,
evitam o uso de adjetivação imprecisa, como belo, feio, grande, pequeno etc., bem como de expressões
subjetivas como eu acho, eu quero. Esses procedimentos visam criar o efeito de distanciamento do
sujeito e de verdade dos fatos. O uso da função referencial tem em vista a transmissão objetiva de
informação sobre o contexto, sobre os fenômenos extralinguísticos.
29
FUNÇÃO FÁTICA
Tem como propósito prender a atenção do destinatário visando prolongar a comunicação, testando
o canal com frases do tipo “veja bem”, “entendeu?”,”certo?” “olha aqui”, etc. O principal exemplo é o
diálogo.
FUNÇÃO POÉTICA
Quando a intenção do produtor do texto está voltada para a própria mensagem, para uma especial
arrumação das palavras, quer na escolha, quer na combinação delas, quer na organização sintática da
frase, temos a função poética da linguagem. É a função em que a mensagem é centrada na poesia, ou
melhor, na linguagem poética, em que aparecem elementos como o ritmo, a sonoridade, o belo e
inusitado das imagens. E importante lembrar que a função poética não é exclusiva da poesia é também
encontrada em textos de prosa, em anúncios publicitários ou na linguagem cotidiana. Nestes casos, ela
não será a função dominante.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA
É a linguagem falando da linguagem. É a metalinguagem. Nas avaliações, nos trabalhos escolares
estamos sempre elaborando definições, estamos “explicando com as nossas palavras” alguma coisa. A
análise de um texto, por exemplo, é um exercício de metalinguagem. A preocupação do emissor está
voltada para o próprio código, isto é, o tema da mensagem é o próprio código. A mensagem é utilizada
para explicar o código. Ocorre metalinguagem quando se dá uma definição, um conceito, quando se
explica ou se pede explicação sobre o conteúdo da mensagem, ou seja, o código explica o código. E
como se um filme falasse do filme, a peça de teatro falasse do teatro, a poesia falasse do ato de
escrever. É a linguagem do dicionário, do vocabulário, no nosso caso, jurídico, centrada em códigos. A
função metalinguística da linguagem, em que o código retorna ao próprio código, está presente em
nosso dia-a-dia e desempenha um papel importante em nossos textos e conversas.
EXERCÍCIOS
c) Um estudante ao telefone convidando um colega de turma para ir ao jogo de futebol no próximo fim de
semana.
emissor: ___________________________________________________________________
receptor:___________________________________________________________________
mensagem: _________________________________________________________________
código: ____________________________________________________________________
canal: _____________________________________________________________________
referente: __________________________________________________________________
2.
a) João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que
não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de
30
desastre. Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J.Pinto Fernandes que não tinha
entrado na história. (“Quadrilha” DRUMMOND. In Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1988, p. 20)
Função ____________________________, ênfase _____________________________
c)“Agora posso dizer o que quiser; dizer que amo, dizer que odeio. Não preciso ser politicamente correto,
no sentido da ética pública”. (Gilberto Gil, cantor e compositor, livre do peso do Ministério da Cultura.
Revista Veja, 13 de agosto de 2008, p.55)
Função ____________________________, ênfase _____________________________
d) Ao economista americano James Heckman, 65 anos, deve-se a criação de uma série de métodos
precisos para avaliar o sucesso de programas sociais e de educação, trabalho pelo qual recebeu o
prêmio Nobel, em 2000. Nessa data, Heckman estava no Rio de Janeiro, numa das dezenas de visitas
que já fez ao Brasil. Achou que fosse trote quando lhe disseram da premiação.”
Função_______________________, ênfase_________________________________________
e) “O Mc. Donald´s não pensa só no que seus filhos querem. Pensa no que você quer para os seus
filhos.”
Função_____________________________________, ênfase________________________________
TEXTO I
Ou quase nada.
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,
TEXTO II
Pronome
Pro.no.me
sm (lat pronomen) Gram. Palavra usada em lugar de um substantivo ou nome para designar pessoas ou
coisas antes nomeadas, podendo indicar-lhe a pessoa gramatical. P. Adjetivo: o que se junta a um
substantivo. P. apassivador, Gram.: o pronome oblíquo átono da 3ª pessoa gramatical, se, quando, em
vez de indicar o objeto reflexivo, constitui, com o verbo, uma espécie de voz passiva.
(Fonte: http://michellis.uol.com.br Adaptado. Acesso em 26 fev. 2012)
Apesar de serem textos de gêneros completamente distintos, o primeiro, uma letra de uma canção e o
segundo, um verbete de dicionário eletrônico, é possível afirmar que o ponto de intersecção entre ambos
é a predominância da função da linguagem que os estrutura. Sobre isso, é correto afirmar que são
exemplos:
31
b) de textos em função poética, em que a composição da mensagem é fundamental para gerar efeitos de
sentido, e chamar a atenção do interlocutor, no caso, o uso da escala musical e a organização da
definição de pronome.
c) de textos em função conativa, em que a intenção do emissor é levar o interlocutor a tomar uma atitude
perante determinada questão, no caso, a canção e a língua portuguesa.
d) de textos em função metalinguística, em que o emissor emprega a linguagem com vistas em pensar
na própria linguagem, no caso, a composição musical pela letra da canção e a definição de certo
elemento gramatical pelos próprios elementos da língua.
e) de textos em função emotiva, em que o emissor se estabelece como o principal elemento do processo
de comunicação e marca sua importância por meio da seleção de recursos de linguagem, como os
pronomes na letra da canção e os pronomes no uso da língua portuguesa.
História 2
c. “ Para fins de linguagem a humanidade se serve, desde os tempos pré-históricos, de sons a que
se dá o nome genérico de voz, determinados pela corrente de ar expelida dos pulmões no
32
fenômeno vital da respiração, quando, de uma ou outra maneira, é modificada no seu trajeto até
a parte exterior da boca.” ( Matoso Câmara Jr.)
e. “Fique afinado com seu tempo. Mude para Col. Ultra lights.”
f. “ Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário. Aquele silêncio, aqueles rumores comuns, espantavam-me. Seria
tudo ilusão? Findei a tarefa, ergui-me, desci os degraus e fui espalhar no quintal os fios da
gravata. Seria tudo ilusão? ... Estava doente, ia piorar, e isto me alegrava. Deitar-me, dormir, o
pensamento embaralhar-se longe daquelas porcarias. Senti uma sede horrível... Quis ver-me no
espelho. Tive preguiça, fiquei pregado à janela, olhando as pernas dos transeuntes.” ( Graciliano
Ramos)
g. “ – Que quer dizer pitosga?
- Pitosga significa míope.
- E o que é míope?
- Míope é o que vê pouco.”
a. “Gastei trinta dias para ir do Rossio Grande ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel do
cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso e teimoso. Que, em verdade, há dois
meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro da Europa, e o insinuativo, como o
cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânea, três inventos do padre de Zeus, que, por estarem fora de
moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno.” ( Machado de Assis)
b. “ O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum.” ( Rose Marie Muraro)
c.“ O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto de que se trata, e
em seguida a demonstração. (...) A primeira destas operações é a exposição; a segunda, a prova.” (
Aristóteles)
d. Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia
em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer.
e.“Se um dia você for embora
Ria se teu coração pedir
Chora se teu coração mandar.” ( Danilo Caymmi & Ana Terra)
f.“Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranquilo...” ( Paulino da Viola) fática
33
1) Paroxítona com terminação
[ens] não levam acento, ex:
pólen = acentuada
polens = não acentuada
Bizu:
-Ditongom, PsIU!
-Um?
-NÃÃo, ReLaXe!
Exceção:
1) Em paroxítonas, não mais
ÉI(S) papéis levam acento, ex: paranoia,
Ditongos abertos boia, ideia.
ÓI(S) herói
ÉU(S) céu
OBS.: Se cair em outra regra
levará acento, ex:
Méier
destróier
Voo
OO, EE Enjoo
A acentuação nos hiatos OO e
Leem EE foi abolida.
Veem
Exceções:
PODER
Para diferenciar passado e
presente. Ex.:
"Ele não pôde ir ontem, mas
pode ir hoje".
PÔR
Não mais ocorre Para diferenciar da preposição
acentuação "por". Ex.:
Acento diferencial diferencial, "Vamos por um caminho frio,
salvo algumas então vamos pôr casacos";
exceções
FÔRMA (facultativo)
Para diferenciar substantivo
"fôrma" e derivações do verbo
"formar". Ex.:
"Compre a fôrma para pudim que
forma um círculo."
ele:
tem,
Na terceira vem,
Acento diferencial pessoa do plural
recebem acento detém,
TER, VIR e seus diferencial intervém
derivado circunflexo
eles:
35
têm,
vêm,
detêm,
intervêm
São oxítonas
ureter
mister
condor
Nobel
sutil
São paroxítonas
avaro
Dupla pronúncia e pudico
Silabada austero
(erro de prosódia) látex
recorde
filantropo
misantropo
rubrica
ibero
biotipo
gratuito
fortuito
São proparoxítonas
aerólito
bávaro
ínterim
monólito
lêvedo
arquétipo
protótipo
ímprobo
Uso do Hífen
Tem se discutido muito a respeito do Novo Acordo Ortográfico e a grande queixa entre os que usam a
Língua Portuguesa em sua modalidade escrita tem gerado em torno do seguinte questionamento: “por
que mudar uma coisa que a gente demorou um tempão para aprender?” Bom, para quem já dominava a
antiga ortografia, realmente essa mudança foi uma chateação. Quem saiu se beneficiando foram os que
estão começando agora a adquirir o código escrito, como os alunos do Ensino Fundamental I.
Se você tem dificuldades em memorizar regras, é inútil estudar o Novo Acordo comparando “o antes e o
depois”, feito revista de propaganda de cosméticos. O ideal é que as mudanças sejam compreendidas e
gravadas na memória: para isso, é preciso colocá-las em prática.
Regra Geral
A letra “H” é uma letra sem personalidade, sem som. Em “Helena”, não tem som; em "Hollywood”, tem
som de “R”. Portanto, não deve aparecer encostado em prefixos:
pré-história
anti-higiênico
sub-hepático
super-homem
Anti-inflamatório neoliberalismo
Supra-auricular extraoficial
Arqui-inimigo semicírculo
sub-bibliotecário superintendente
Quanto ao "R" e o "S", se o prefixo terminar em vogal, a consoante deverá ser dobrada:
Sub-reino
ab-rogar
sob-roda
ATENÇÃO!
37
Quando dois “R” ou “S” se encontrarem, permanece a regra geral: letras iguais, SEPARA.
super-requintado super-realista
inter-resistente
Pan-americano, circum-escola
ATENÇÃO!
O ideal para memorizar essas regras, lembre-se, é conhecer e usar pelo menos uma palavra de cada
prefixo. Quando bater a dúvida numa palavra, compare-a à palavra que você já sabe e escreva-a duas
vezes: numa você usa o hífen, na outra não. Qual a certa? Confie na sua memória! Uma delas vai te
parecer mais familiar.
1. EXERCÍCIOS
38
2. Assinale a opção que contém as três, dentre as cinco palavras sublinhadas, que devem receber
acento gráfico:
a) Eles tem de, sozinhos, cuidar do animal, por a ração e prepara-lo para a exposição.
b) A estrategia utilizada pelo jogador pos a rainha em perigo em tempo recorde.
c) Saimos do tribunal, mas, por causa do tumulto, não conseguimos a rubrica dos juizes.
d) A quimica vem produzindo novas cores para as industrias de tecido.
e) Eles não veem o apoio que se da a qualquer pessoa que aqui vem pedir ajuda.
4. Assinale a alternativa em que todos os vocábulos são acentuados por serem oxítonos:
a) paletó, avô, pajé, café, jiló
b) parabéns, vêm, hífen, saí, oásis
c) você, capilé, Paraná, lápis, régua
d) amém, amável, filó, porém, além
e) caí, aí, ímã, ipê, abricó
7. As silabadas, ou erros de prosódia, são frequentes no uso da língua. Assinale a alternativa em que
não ocorre nenhuma silabada:
a) Eis aí um protótipo de rúbrica de um homem vaidoso.
b) Para mim a humanidade está dividida em duas metades: a dos filântropos e a dos misântropos.
c) Os arquétipos de iberos são mais pudicos que se pensa.
d) Nesse ínterim chegou o médico com a contagem de leucócitos e o resultado da cultura de levêdos.
e) Ávaro de informações, segui todas as pegadas do individuo.
8.Nesta relação, as sílabas tônicas estão sublinhadas. Uma delas, porém, está sublinhada
incorretamente. Assinale-a:
a) in-te-rim
b) pu-di-co
c) ru-bri-ca
d) gra-tui-to
e) i-nau-di-to
9. Assinale a alternativa em que todas as palavras são paroxítonas (foram omitidos os acentos):
a) rubrica - avaro - pegada - acrobata
b) mister - filantropo - misantropo - condor
c) pegaso - prototipo - arquetipo - rubrica
d) necromancia - quiromancia - ibero - nobel
e) nenhuma das anteriores
39
10. Marque o item que completa corretamente a frase: Aqueles que ............... do interior, ............... a
cidade grande como o mundo que lhes ............... .
a) veem - vêm - convêm
b) vêm - veem - convêm
c) veem - vêm - convem
d) veem - vêem - convém
e) vêm - vem – convem
14. Aponte a opção em que as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra:
a) saí - dói
b) relógio - própria
c) só – sóis
d) dá – custará
e) até - pé
15. Assinale o item em que todas as palavras são acentuadas pela mesma regra de: também, incrível e
caráter.
a) alguém, inverossímil, tórax
b) hífen, ninguém, possível
c) têm, anéis, éter
d) há, impossível, crítico
e) pólen, magnólias, nós
16. Assinale a alternativa em que pelo menos um vocábulo não seja acentuado:
a) lampada, orfão, taxi, balaustre
b) itens, parabens, alguem, tambem
c) tactil, amago, cortex, roi
d) papeis, onix, bau, ambar
e) hifen, cipos, leem, pe
17. Assinale a opção em que as palavras, quanto à acentuação gráfica, estejam agrupadas pelo mesmo
motivo gramatical.
a) problemáticos, fácil, álcool
b) já, até, só
40
c) também, último, análises
d) porém, detêm, experiência
e) país, atribuíram, cocaína
19. Assinale o item em que as palavras estão acentuadas segundo a mesma regra:
a) miúdo, pêndulo
b) história, distância
c) pedrês, porém
d) respeitável, pálpebra
e) Lucília, três
b) As palavras “Polícia”, “Rodoviária” e “existência” recebem acento gráfico porque são paroxítonas
terminadas em ditongo crescente.
CERTO ( ) ERRADO ( )
c) As palavras “início” e “série” recebem acento gráfico com base em regras gramaticais distintas.
CERTO ( ) ERRADO ( )
d) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acento gráfico tem justificativas gramaticais
diferentes.
CERTO ( ) ERRADO ( )
e) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.
CERTO ( ) ERRADO ( )
f) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” recebem acento gráfico com base na mesma regra de
acentuação gráfica.
CERTO ( ) ERRADO ( )
g) De acordo com a ortografia oficial vigente, o vocábulo “órgãos” segue a mesma regra de acentuação
que o vocábulo “últimos”
CERTO ( ) ERRADO ( )
h) Os vocábulos “jurídicas”, “econômicas” e “físico” recebem acento gráfico com base em regras
gramaticais diferentes.
CERTO ( ) ERRADO ( )
i)
A palavra “têm” (L.5) é acentuada porque está no plural para concordar com “moradores” (L.4).
CERTO ( ) ERRADO ( )
41
j) O emprego do acento agudo nos vocábulos “país” e “aí” justifica-se pela mesma regra de acentuação
gráfica.
CERTO ( ) ERRADO ( )
02. Todas as alternativas são verdadeiras quanto ao emprego da inicial maiúscula, exceto:
a) Nos nomes dos meses quando estiverem nas datas.
b) No começo de período, verso ou alguma citação direta.
c) Nos substantivos próprios de qualquer espécie
d) Nos nomes de fatos históricos dos povos em geral.
e) Nos nomes de escolas de qualquer natureza.
42
e) gasolina - vaso - esplêndido.
09. Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas do seguinte período: "Em _____
plenária, estudou-se a _____ de terras a _____ japoneses."
a) seção - cessão - emigrantes
b) cessão - sessão - imigrantes
c) sessão - secção - emigrantes
d) sessão - cessão – imigrantes
e) seção – sessão - imigrantes
12. Cauda/rabo, calda/açúcar derretido para doce. São, portanto, palavras homônimas. Associe as duas
colunas e assinale a alternativa com a sequência correta.
1 - conserto ( ) valor pago
2 - concerto ( ) juízo claro
3 - censo ( ) reparo
4 - senso ( ) estatística
5 - taxa ( ) pequeno prego
6 - tacha ( ) apresentação musical
a) 5-4-1-3-6-2
b) 5-3-2-1-6-4
c) 4-2-6-1-3-5
d) 1-4-6-5-2-3
e) 4-6-1-3-5-2
15. Quanto à sinonímia, associar a coluna da esquerda com a da direita e indicar a sequencia correta.
1 - insigne ( ) ignorante
2 - extático ( ) saliente
3 - insipiente ( ) absorto
4 - proeminente ( ) notável
a) 2-4-3-1
b) 3-4-2-1
c) 4-3-1-2
d) 3-2-4-1
e) 4-1-3-2
43
16. A ......... de uma guerra nuclear provoca uma grande ........... na humanidade e a deixa ......... quanto
ao futuro.
a) Espectativa-tensão-exitante
b) Espectiva-tenção-hesitante
c) Expectativa-tensão-hesitante
d) Expectativa-tenção-hezitante
e) Espectativa-tenção-exitante
17. Marque a frase em que deve ser empregada a primeira das duas palavras que aparecem entre
parênteses:
a) Essas hipóteses _________ das circunstâncias (emergem - imergem);
b) Nunca o encontro na _________ em que trabalha (sessão - seção);
c) Já era decorrido um _______ que ela havia partido, (lustre - lustro);
d) O prazo já estava _______ (prescrito - proscrito);
e) O fato passou completamente ________ (desapercebido- despercebido).
19. Marque a alternativa que se completa corretamente com o segundo elemento do parênteses:
a) O sapato velho foi restaurado com a aplicação de algumas ________ (tachas-taxas);
b) Sílvio _________ na floresta para caçar macacos (imergiu-emergiu);
c) Para impedir a corrente de ar, Luís _______ a porta (cerrou-serrou);
d) Bonifácio ________ pelo buraco da fechadura (expiava-espiava);
e) Quando foi realizado o último ________ ? (censo-senso).
21.Em “o prefeito deferiu o requerimento do contribuinte”, o termo grifado poderia perfeitamente ser
substituído por:
a) apreciou;
b) arquivou;
c) despachou favoravelmente;
d) invalidou;
e) despachou negativamente.
a) na I apenas;
b) em duas apenas;
c) na II apenas;
d) na III apenas;
e) em nenhuma.
23.Complete as lacunas com (estada / estadia /onde / aonde): “_______ quer que eu me hospede,
procuro logo saber o preço da _______, quanto custa a _______ de um carro alugado, bem como
_______ se possa ir à noite.”
a) aonde – estadia – estada – onde;
44
b) onde – estada – estadia – aonde;
c) onde – estadia – estada – aonde;
d) aonde – estada – estadia – onde;
e) onde – estadia – estadia – aonde.
Escolha a alternativa que oferece a sequencia correta de vocábulos para as lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;
e) conserto – há – a – sessões – a .
25. Reescreva, preenchendo as lacunas com (por que / porque / porquê / por quê).
- _________ é que você disse pra ele?
- Pra falar a verdade, eu nem sei bem ________ .
- Não será _______ tem inveja dele?
- Acho que não, até ________ eu nem guardo rancor dele.
- Ora, deve haver um ________ para esse tipo de comportamento. Concorda?
- Pode ser, acho _______ tenho sido imaturo.
a) por que – por quê – por que – porque – porquê –porque;
b) por quê – por que – por quê – por quê – porquê –por que;
c) por que – por que – por que – porque – por quê –porque;
d) porque – porque – porque – porque – por quê –por que;
e) porquê – por quê – por quê – por quê – porquê –porque.
28.A frase que se completa com a primeira forma colocada entre parênteses é:
a) até hoje não se abriu nenhum _________ quanto ao assunto; (procedente-precedente).
b) se enganos houve, que sejam prontamente __________ ; (ratificados - retificados).
c) os bombeiros andavam às voltas com o __________ perigo; (eminente - iminente).
45
d) as rosas deixaram uma suave __________ no ar; (flagrância - fragrância).
e) a atitude do aluno ________ o regulamento. (infringiu- infligiu).
a) por quê, por que, porquê por quê, por que, porque;
b) por que, por quê, porque por quê, por quê, porquê
c) por quê, por quê, porque, porquê, por quê, por quê;
d) por que, porquê, por que, porque, por que, por quê;
e) porque, porque, por quê, por que, por que, porque.
30.A concordância verbal que a norma culta da língua não aceita está na seguinte frase:
a) As Minas Gerais geram conflitos.
b) Mais de um político foi escolhido.
c) Deu seis horas no relógio da sala.
d) Faz muitos meses que ela viajou.
e) Fui eu quem sentiu a dúvida.
31.Selecione a opção cujas palavras preenchem de forma correta as lacunas do parágrafo abaixo.
___ muitos meses do término da cobrança do imposto - em 31 de dezembro de 1994, ainda existem
algumas providências ___ serem tomadas. Os técnicos preparam, ___ alguns meses, uma instrução
normativa para obrigar as entidades filantrópicas ___ se identificarem junto ___ Receita.
a) Há – à – a – à – à;
b) A – há – há – à – a
c) A – à – há – à – à
d) A – a – há – a – à
e) Há – a – à – a – à
08. PONTUAÇÃO
1 - Ponto (.)
Quando utilizar o ponto simples:
a) Para indicar o fim de um período simples, de uma frase com sentido completo.
Nada mais tenho a dizer.
b) Para abreviar:
Sr., a.C., num., adj., etc.
4 - Reticências (…)
Quando utilizar as reticências:
a) Para suprimir trechos:
Era uma vez (...) e viveram felizes para sempre.
b) Para indicar interrupção ou continuidade:
E veio uma sensação de alegria, euforia, felicidade...
Eu gostei do novo técnico, mas dos novos jogadores...
5 - Parênteses ( )
Quando utilizar os parênteses:
a) Na indicação de fontes bibliográficas:
“47, 82% dos professores entrevistados usa exclusivamente o livro didático em suas aulas, ou cópia
de textos (57,65%)” (Brasil, 2002, p.70).
b) Para expor uma sigla:
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)
c) Para uma explicação:
(...)pela forma como o fluxo da fala (suprassegmento – pausas, entoação, qualidade da voz, ritmo,
velocidade da fala) é produzido.
f) Em invocações de correspondências:
Prezados Senhores:
Convido-lhes para o meu aniversário dia 30 de Fevereiro.
g) Em citações e referências:
Parafraseando Vinicius de Moraes: “Tristeza não tem sim, felicidade não tem fim”.
USO DA VÍRGULA
Em estruturas específicas:
48
Outros casos:
1. Aditivas – Não antecedidas por vírgula: [e, nem, ou, mas] com valor aditivo.
Não apenas eu mas também ele vimos.
Nem eu nem ele vimos.
2. Adversativas – Antecedidas por vírgula e quando deslocadas ficam entre vírgulas.
Comprarei, mas quero desconto.
3. A conjunção [e] apresenta casos específicos no uso da vírgula:
a. Quando as orações possuem sujeitos diferentes:
Conheça a si e ao inimigo, e ninguém vencerá você.
b. Quando houver repetição da conjunção (polissíndeto):
E canta, e dança, e imita, e tudo faz.
c) Quando possuir valor não aditivo:
Treinou tanto, e ainda foi reprovado. (adversativo)
d) Quando houver aposto, termo ou expressão deslocados ou intercalados:
Dilma, a presidenta, e seus 40 ladrões afundaram o país.
Tendo decidido, e nada mudaria tal decisão, desistiu.
EXERCÍCIOS
02. Verifique a pontuação adequada nas afirmações abaixo, assinalando verdadeiro (V) ou falso (F):
07. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem
preencher as lacunas da frase ao lado: Quando se trata de trabalho científico - duas coisas devem ser
consideradas - uma é a contribuição que o trabalho oferece - a outra é o valor prático que possa ter.
a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
d) ponto e vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
e) ponto e vírgula, vírgula e vírgula
50
c) Ao acabar as aulas, os alunos se retiraram.
d) Os professores, os alunos, o diretor e os funcionários saíram.
e) São Paulo 22 de março de 1952.
51
l) Naquele instante quando ninguém mais esperava de longe avistamos uma figura estranha que se
aproximava quando chegou bem perto ele perguntou o que fazem aqui neste fim-de-mundo e nós
respondemos graças a Deus o senhor apareceu estamos perdidos nesta mata há dias
m) Quando lhe disserem para desistir persista quando conseguir a vitória divida com seus amigos a sua
alegria
n) Quanta burocracia levei dois meses para tirar um documento de identidade
o) Você tem duas opções desiste da carreira ou do casamento
p) O presidente pode se tiver interesse colocar na cadeia os corruptos ou seja aqueles que só fazem mal
ao país
a) E ficou de olhos abertos, concentrado esperando, que o dia nascesse e seus mortos, partissem.
b) Tomado de surpresa, fico imóvel, e somos como um feliz, ainda que insólito, casal de namorados.
c) O escuro da garagem reteve-as por alguns momentos, até que a vencedora emergiu, vagarosa,
arquejante.
d) É bom que um homem, vez por outra, deixe o litoral misterioso e grande, querendo contemplar uma
lagoa.
e) Pegou o telefone, deu instruções à companhia, acrescentando com meio desprezo: o que tem mais
aqui é livro.
17. Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao
período de pontuação correta:
a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho.
b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho.
c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho.
d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho.
e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho.
52
20. Assinale a correta:
a) O fogo, está apagado; defendeu-se a moça; mas, o almoço está pronto.
b) O fogo está apagado, defendeu-se a moça. Mas, o almoço, está pronto.
c) O fogo está apagado... defendeu-se, a moça; mas o almoço está pronto.
d) O fogo está apagado? Defendeu-se a moça. Mas o almoço, está pronto.
e) O fogo está apagado - defendeu-se a moça. Mas o almoço está pronto.
23. Das seguintes redações, assinale a que não está pontuada corretamente:
a) Os meninos, inquietos, esperavam o resultado do pedido.
b) Inquietos, os meninos esperavam o resultado do pedido.
c) Os meninos esperavam, inquietos, o resultado do pedido.
d) Os meninos inquietos esperavam o resultado do pedido.
e) Os meninos, esperavam inquietos, o resultado do pedido.
24. Os períodos seguintes apresentam diferença de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao
período de pontuação correta:
a) O sinal, estava fechado; os carros, porém não paravam.
b) O sinal, estava fechado: os carros porém, não paravam.
c) O sinal estava fechado; os carros porém, não paravam.
d) O sinal estava fechado: os carros porém não paravam.
e) O sinal estava fechado; os carros, porém, não paravam.
25. Os períodos seguintes apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao
período de pontuação correta:
a) Nada compramos pois, a loja ainda, estava fechada.
b) Nada compramos; pois, a loja ainda estava fechada.
c) Nada compramos, pois a loja ainda estava fechada.
d) Nada compramos pois a loja ainda estava fechada.
e) Nada compramos, pois, a loja, ainda, estava fechada.
01. “Com ele, ler o mundo tornou-se virtualmente possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz
ubíquo.”
A flexão de feminino em “haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.
CERTO ( ) ERRADO ( )
02. “O caseiro poderá testemunhar a favor do deputado, caso ele realmente haja visto o encontro dos
dois”.
HAJA VISTO só existe como forma verbal quando equivalente a TENHA VISTO.
CERTO ( ) ERRADO ( )
03. “Os dados reforçam tendências que vêm causando crescente apreensão às autoridades.”
A locução “vêm causando” apresenta concordância de número com o seu respectivo sujeito, “os dados”.
CERTO ( ) ERRADO ( )
04. “De 2006 a 2012, 1,8 milhão de audiências de conciliação foram realizadas.”
53
Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “milhão” por “milhares”.
CERTO ( ) ERRADO ( )
05. “Além disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas
constitui uma visão dos fenômenos sociais.”
Na concordância com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” reforça a ideia de
pluralidade de “ideologias”; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada
uma”, empregando-se o referido verbo no singular.
CERTO ( ) ERRADO ( )
06. Os fragmentos que constituem os itens seguintes foram adaptados de trechos de notícias do sítio da
OIT na Internet. Julgue-os no que se refere à correção gramatical.
“As conclusões do relatório da OIT sobre desigualdades de gênero estimulam a ampliação das medidas
de proteção social destinadas a reduzir a vulnerabilidade das mulheres e incentivam os investimentos
em capacitação e educação, bem como a instauração de políticas que favoreçam o acesso ao emprego.
O relatório enumera, ainda, uma série de diretrizes políticas para ajudar as comunidades a reduzir os
preconceitos de gênero nas decisões relativas ao trabalho e a diminuir as disparidades de gênero no
mercado laboral.”
CERTO ( ) ERRADO ( )
07. “Em 1808, os ventos começaram a mudar. A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em
terras americanas motivaram novas esperanças entre a elite intelectual luso-brasileira.”
No trecho “A vinda da Corte e a presença inédita de um soberano em terras americanas motivaram”, o
emprego da forma verbal no plural deve-se à presença do artigo “a” antes de “presença”, motivo pelo
qual a supressão desse artigo levaria o verbo para a forma singular, mantendo-se, assim, a correção
gramatical do trecho.
CERTO ( ) ERRADO ( )
08. “O número de domicílios que têm apenas telefone celular aumentou. Em decorrência do fenômeno
da expansão dos que só têm celular, houve uma diminuição dos telefones fixos.”
A forma verbal “têm” está no plural porque concorda com o antecedente do pronome relativo.
CERTO ( ) ERRADO ( )
09. “A participação das mulheres em todos os níveis do governo democrático - local, nacional e regional -
diversifica a natureza das assembleias democráticas e permite que o processo de tomada de decisões
responda a necessidades dos cidadãos não atendidas no passado.”
10. “A evolução dos processos de automação permitiu a instalação dos primeiros caixas eletrônicos no
Brasil.”
A forma verbal “permitiu” poderia ter sido flexionada no plural — permitiram —, caso em que concordaria
com “processos”.
CERTO ( ) ERRADO ( )
11. “Adam Smith estava certo quando observou que o crescimento aumenta a renda da população e,
assim, amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores condições de vida.”
A forma verbal “ter”, em “e, assim, amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores
condições de vida”, poderia ser corretamente empregada também no plural: terem.
CERTO ( ) ERRADO ( )
54
14. “Trabalho demais, agenda cheia, Internet, celular e carros que chegam a mais de 200 km/h
transformam o homem moderno numa espécie de Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas.”
Se o trecho “e carros que chegam a mais de 200 km/h” fosse retirado do texto, a forma verbal
“transformam” deveria ser substituída por transforma.
CERTO ( ) ERRADO ( )
15. “É possível concluir igualmente que parcela considerável da renda dos brasileiros é destinada ao
consumo, sobretudo de bens materiais, como eletrodomésticos, equipamentos para o lar, som e TV
(2,71%), comparada com o patamar de 0,05% destinado à aquisição de livros e revistas técnicas. O
consumo é também evidenciado ao notar-se que 8,76% da despesa são destinados à manutenção e à
aquisição de veículos automotores.”
Os vocábulos “destinado” e “destinados” concordam, respectivamente, com os numerais indicativos de
porcentagem que os antecedem: “0,05%” e “8,76%”.
CERTO ( ) ERRADO ( )
16. “A cultura da paz é uma iniciativa de longo prazo, que leva em conta os contextos histórico, político,
econômico, cultural e social de cada sociedade.”
Com o emprego de “os contextos”, no plural, generaliza-se o significado desse termo, que, em seguida, é
especificado por meio do trecho “histórico, político, econômico, cultural e social”; estariam preservadas a
coerência e a correção gramatical do texto caso se empregasse o referido termo no singular — o
contexto.
CERTO ( ) ERRADO ( )
17. “As forças vivas presentes na rede social deixam assim de ser reservas passivas à mercê de um
monstro insaciável, para se tornarem positividade imanente e expansiva que os poderes se esforçam em
regular, modular ou controlar.”
A coerência e a correção gramatical do texto serão preservadas caso se proceda à substituição de
“tornarem” por tornar.
CERTO ( ) ERRADO ( )
18. “Estatísticas recentes sobre o sistema carcerário do Rio de Janeiro apontam para a existência de
6254 fugitivos, a maioria dos quais, 3759, aproveitou o benefício do regime de prisão semi-aberta e
escapou.”
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal "aproveitou" estivesse flexionada no
plural, em concordância com o número 3.759.
CERTO ( ) ERRADO ( )
55
as línguas inglesa e espanhola.
Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um A primeira e segunda lição.
substantivo, determinando-o, este concorda com A primeira e segunda lições.
o mais próximo ou vai para o plural: A primeira, a segunda e a última aula.
Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um As cláusulas terceira, quarta e quinta.
substantivo, determinando-o, este vai para o
plural:
Pronomes de Tratamento
Os qualificadores do pronome devem concordar com o sexo da pessoa, não com o pronome:
Ex.: Sua Santidade está esperançoso.
Vossa Majestade, minha rainha, é muito bondosa.
a) Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o verbo ser - ou
qualquer outro verbo de ligação - ficará no singular, e o predicativo do sujeito no masculino, singular:
Maçã é bom para a saúde.
Cerveja é bom para os rins.
É preciso cautela.
É proibido entrada.
b) Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente:
É proibida a entrada de homens no banheiro feminino.
56
Estas bebidas são boas para os rins.
Particípio + Substantivo
O particípio concorda com o substantivo a que se refere:
Feitas as contas...
Restabelecidas as amizades ...
Salvas as crianças ...
Postas as cartas na mesa...
Vistas as condições ...
OBS: "Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:
Salvo honrosas exceções.
Que não seja imortal, posto que é chama.
Visto ser longe, não irei.
Anexo
Quando precedido da preposição em, fica invariável:
A fotografia vai anexa ao curriculum.
Os documentos irão anexos ao relatório.
As fotografias vão em anexo.
Obrigado
Concorda com o substantivo a que se refere:
Elas disseram em coro: Muito obrigadas, professor.
Numerais
Numeral utilizado após substantivo deve ser cardinal (um, dois, três...). Do contrário, usa-se o
numeral ordinal (primeiro, segundo, terceiro...).
Arrancaram a página duzentos.
Estamos na segunda página.
EXERCÍCIOS
01. Julgue cada assertiva como verdadeira (V) ou falsa (F), observando as concordâncias verbal e
nominal:
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
f) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.
g) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
h) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
i) Deve existir problemas nos seus documentos.
j) Choveram papéis picados nos comícios.
l) A maioria dos estudiosos acha difícil uma solução para o problema.
m) A maioria dos conflitos foram resolvidos.
n) Deve haver bons motivos para a sua recusa.
o) De casa à escola é três quilômetros.
p) Nem uma nem outra questão é difícil.
q) Atos e coisas más.
r) Dificuldades e obstáculo intransponível.
s) Cercas e trilhos abandonados.
t) Fazendas e engenho prósperas.
u) Serraria e estábulo conservados.
v) Os fatos falam por si sós.
w) A casa estava meio desleixada.
x) Os livros estão custando cada vez mais caro.
y) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
z) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.
02. Continue.
a) Estavam abandonadas a casa, o templo e a vila.
57
b) Ela chegou com o rosto e as mãos feridas.
c) Decorrido um ano e alguns meses, lá voltamos.
d) Decorridos um ano e alguns meses, lá voltamos.
e) Organizou-se em grupos de quatro.
f) Atendeu-se a todos os clientes.
g) Faltava um banco e uma cadeira.
h) Pintou-se as paredes de verde.
i) Já faz mais de dez anos que o vi.
j) Procurou-se as mesmas pessoas
k) Registrou-se os processos
l) Respondeu-se aos questionários
m) Ouviu-se os últimos comentários
n) Somou-se as parcelas
o) Soava seis horas no relógio da matriz quando eles chegaram.
p) Apesar da greve, diretores, professores, funcionários, ninguém foram demitidos.
q) José chegou ileso a seu destino, embora houvessem muitas ciladas em seu caminho.
r) O impetrante referiu-se aos artigos 37 e 38 que ampara sua petição.
s) Ela o esperava já faziam duas semanas.
t) Na sua bolsa haviam muitas moedas de ouro.
u) Eles parece estarem doentes.
v) Devem haver aqui pessoas cultas.
w) Todos parecem terem ficado tristes.
y) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
x) Nem tudo são sempre tristezas.
z) Quem fez isso foram vocês.
03. Continue.
a) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
b) Vai fazer cinco anos que ele se diplomou.
c) Rogo a Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu convite.
d) Há muitos anos deveriam existir ali várias árvores.
e) Deve haver muitos jovens nesta casa.
f) Há gritos e vozes trancados dentro do peito.
g) Estão trancados dentro do peito vozes e gritos.
h) Mantêm-se trancadas dentro do peito vozes e gritos.
i) Tratavam-se de questões fundamentais.
j) Comprou-se terrenos no subúrbio.
k) Precisam-se de datilógrafas.
l) Reformam-se ternos.
m) Obedeceram aos severos regulamentos.
n) Alguns cientistas, desenvolvendo uma nova pesquisa sobre a estrutura do cérebro, os efeitos dos
hormônios e a psicologia infantil, propõem que as diferenças entre homens e mulheres não se devem
apenas à educação.
o) Haveria diferenças cerebrais condicionadoras das aptidões tidas como tipicamente masculinas ou
femininas.
p) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia.
q) A pátria não é ninguém: são todos.
r) Se não vier, as chuvas, como faremos?
s) É precaríssima as condições do prédio.
t) Vossa Senhoria vos preocupais demasiadamente com a vossa imagem.
u) Vão anexas à carta várias fotografias. Paisagens as mais belas possíveis. Ela estava meio
narcotizada.
v) Vai incluso à carta minha fotografia. Essas pessoas cometeram crime de leso-patriotismo. Elas
mesmo não quiseram colaborar.
x) No grupo, sou eu que coordeno os trabalhos.
z) É cinco horas da tarde.
04. Continue.
a) Da cidade à praia é dois quilômetros.
b) Dois metros de tecido são pouco para o terno.
c) Ainda resta cerca de vinte alunos.
d) Haviam inúmeros assistentes na reunião.
58
e) Foi eu quem paguei as suas dívidas.
f) Há de existir professores esforçados.
g) Precisa-se de alunos especializados.
h) Precisam-se de alunos competentes.
i) Nesta casa, consertam-se televisores e precisa-se de técnicos em eletrônica.
j) Eram duas horas da tarde.
k) Fui eu que resolvi o problema.
l) Hoje são sete de março.
m) Perdoe-me V. Excelência, se não me apresento pessoalmente a V. Excelência, embora aqui esteja,
sempre a seu dispor.
n) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco.
o) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas.
p) Envio-lhe anexos os planos ainda em estudo e muitas explicações dadas pelo candidato e secretária
atenciosos.
q) Paulo conhece bem as línguas gregas e latinas.
r) Os soldados, agora, estão todos alerta.
s) Ela possuía bastante recursos para viajar.
t) As roupas das moças eram as mais belas possíveis.
u) Rosa recebeu o livro e disse: "Muito obrigada".
v) Sairei de São Paulo hoje, ao meio-dia e meia.
w) Os cheques pré-datados, que permite aos lojistas financiar seus clientes nas compras a prazo, em
alguns casos representam até a metade dos cheques recebidos pelo comércio.
y) Os Estados Unidos são o país mais rico e poluidor do mundo, entretanto não defendem a tese do
"desenvolvimento sustentável", a exemplo de muitas nações ricas.
z) As relações dos ecologistas com uma grande empresa que desrespeitava as normas de preservação
ambiental, começa a melhorar, para o benefício da humanidade.
59
09. Assinale a opção com erro de construção:
a) água é bom para a saúde;
b) achamos estas paisagens as mais belas possível;
c) suas forças definhavam a olhos vistos;
d) é proibido entrada a pessoas estranhas ao serviço;
e) deve ser um bom livro, haja vista as suas edições sucessivas.
11. Assinale a opção que se completa com a segunda forma dos parênteses.
a) Creio que _________ existir pessoas honestas; (deve / devem)
b) amanhã ________ fazer cinco anos que voltaste; (vai / vão)
c) pensamos que _________ muitos pretendentes a este cargo; (haverá / haverão)
d) todos creem que __________ ocorrer um empate; (pode / podem)
e) pelos meus cálculos __________ fazer três dias que ela não aparece. (vai / vão)
01. Assinale a opção em que houve erro no emprego do pronome pessoal em relação ao uso culto da
língua:
a) Ele entregou um texto para mim corrigir.
b) Para mim, a leitura está fácil.
c) Isto é para eu fazer agora.
d) Não saia sem mim.
e) Entre mim e ele há uma grande diferença.
04. Imagine o pronome entre parênteses no lugar devido e aponte onde não deve haver próclise:
a) Não entristeças. (te)
b) Deus favoreça. (o)
c) Espero que faças justiça. (se)
61
d) Meus amigos, apresentem em posição de sentido. (se)
e) Ninguém faça de rogado. (se)
05. Assinale a frase em que a colocação do pronome pessoal oblíquo não obedece às normas do
português padrão:
a) Essas vitórias pouco importam; alcançaram-nas os que tinham mais dinheiro.
b) Entregaram-me a encomenda ontem, resta agora a vocês oferecerem-na ao chefe.
c) Ele me evitava constantemente!... Ter-lhe-iam falado a meu respeito?
d) Estamos nos sentido desolados: temos prevenido-o várias vezes e ele não nos escuta.
e) O Presidente cumprimentou o Vice dizendo: - Fostes incumbido de difícil missão, mas cumpriste-la
com denodo e eficiência.
06. A frase em que a colocação do pronome átono está em desacordo com as normas vigentes no
português padrão do Brasil é:
a) A ferrovia integrar-se-á nos demais sistemas viários.
b) A ferrovia deveria-se integrar nos demais sistemas viários.
c) A ferrovia não tem se integrado nos demais sistemas viários.
d) A ferrovia estaria integrando-se nos demais sistemas viários.
e) A ferrovia não consegue integrar-se nos demais sistemas viários.
11. "O individualismo não a alcança." A colocação do pronome átono está em desacordo com a norma
culta da língua, na seguinte alteração da passagem acima:
a) O individualismo não a consegue alcançar.
b) O individualismo não está alcançando-a.
c) O individualismo não a teria alcançado.
d) O individualismo não tem alcançado-a.
e) O individualismo não pode alcançá-la.
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13. Pronome empregado incorretamente:
a) Nada existe entre eu e você.
b) Deixaram-me fazer o serviço.
c) Fez tudo para eu viajar.
d) Hoje, Maria irá sem mim.
e) Meus conselhos fizeram-no refletir.
14. Numa das frases, está usado indevidamente um pronome de tratamento. Assinale-a:
a) Os Reitores das Universidades recebem o título de Vossa Magnificência.
b) Sua Excelência, o Senhor Ministro, não compareceu à reunião.
c) Senhor Deputado, peço a Vossa Excelência que conclua a sua oração.
d) Sua Eminência, o Papa Paulo VI, assistiu à solenidade.
e) Procurei o chefe da repartição, mas Sua Senhoria se recusou a ouvir as minhas explicações.
15.. "Se é para ....... dizer o que penso, creio que a escolha se dará entre ....... ."
a) mim, eu e tu
b) mim, mim e ti
c) eu, mim e ti
d) eu, mim e tu
e) eu, eu e ti
16. Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas da frase ao lado: "............................ da
terra natal, ....................... para as antigas sensações adormecidas."
a) Nos lembrando - despertamos-nos
b) Nos lembrando - despertamo-nos
c) Lembrando-nos - despertamos-nos
d) Nos lembrando - nos despertamos
e) Lembrando-nos - despertamo-nos
17.Assinale a alternativa em que a colocação pronominal não corresponde ao que preceitua a gramática:
a) Há muitas estrelas que nos atraem a atenção.
b) Jamais dar-te-ia tanta explicação, se não fosses pessoa de tanto merecimento.
c) A este compete, em se tratando do corpo da Pátria, revigorá-lo com o sangue do trabalho.
d) Não o realizaria, entretanto, se a árvore não se mantivesse verde sob a neve.
e) Ficarei no lugar onde me encontro . Tem sombra.
18. Os projetos que .......... estão em ordem; ........... ainda hoje, conforme .......... .
a) enviaram-me, devolvê-los-ei, lhes prometi
b) enviaram-me, os devolverei, lhes prometi
c) enviaram-me, os devolverei, prometi-lhes
d) me enviaram, os devolverei, prometi-lhes
e) me enviaram, devolvê-los-ei, lhes prometi.
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b) Tudo fez-se como você mandou.
c) Por este processo, teriam-se obtido melhores resultados.
d) Em se tratando disto, podemos contar com ele.
e) Me levantei assim que você saiu.
23. Imagine o pronome entre parênteses no devido lugar e aponte a opção em que não deve haver
próclise:
a) Não desobedeças. (me)
b) Deus pague. (lhe)
c) Caro amigo, dize a verdade. (me)
d) A mão que estendemos é amiga. (te)
e) Assim que sentiu prejudicado, saiu. (se)
24. Quais são as frases que têm o pronome oblíquo mal empregado?
1. Ninguém falou-me jamais dessa maneira.
2. Bons ventos o levem!
3. Ele recordar-se-á com certeza do vexame sofrido.
4. As pastas que perderam-se, não foram as mais importantes.
5. Confesso que tudo me pareceu confuso.
6. Me empreste o livro!
7. Por que permitir-se-iam esses abusos?
a) 1 - 4 - 6 - 7
b) 2 - 3 - 5 - 7
c) 1 - 2 - 3 - 6
d) 3 - 4 - 5 - 6
e) 1 - 3 - 5 - 7
25. Aponte a alternativa que contém o período correto quanto à colocação do pronome pessoal:
a) Se encontrá-lo, não lhe diga que viu-me.
b) Se o encontrar, não lhe diga que viu-me.
c) Se encontrá-lo, não diga-lhe que me viu.
d) Se o encontrar, não diga-lhe que me viu.
e) Se o encontrar, não lhe diga que me viu.
26. Admirou-me a despesa por que não .......... que o presente .......... tão caro.
a) me havias dito - iria custar-te
b) havias-me dito - iria te custar
c) me havias dito - iria-te custar
d) havias me dito - te iria custar
e) havias me dito - iria-te custar
27. Assinale a alternativa que corresponde às frases com erro de colocação pronominal:
I - Acho que não o encontrá-lo-emos mais.
II - Em se concluindo o expediente, cerraram-se as portas.
III - Não devemos ensinar-lhe a lição.
IV - Ela havia acenado-lhe com a mão.
V - Havia-me ela acenado com a mão.
VI - Muitos foram-se para o estrangeiro.
a) IV - I - VI
b) IV - II - VI
c) III - V - II
d) III - I – V
e) todas
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1. Quando lhe deram o prêmio, por que você não o aceitou?
2. Aqueles jornais, onde os colocaste?
3. Muitos foram-se para o estrangeiro em busca de emprego.
4. Se afastares-te do local, perdê-lo-ás.
5. Faça-o como te ordenaram.
Qual a alternativa correta?
a) 2 e 3 estão incorretas
b) 3 e 4 estão incorretas
c) 4 e 5 estão incorretas
d) só a 4 está incorreta
e) 3, 4 e 5 estão incorretas
29. Marque com um V a colocação verdadeira e com um F a colocação falsa dos pronomes oblíquos nas
orações abaixo:
( ) Não lhe quero chamar agora.
( ) Dir-se-ia que todos preferem estudar a ver os fatos.
( ) Já notavam-se diferenças sensíveis nas primeiras horas.
( ) Todos querem-lhe perguntar sobre a viagem.
( ) Ele tem preocupado-se bastante com as provas.
( ) Alguém me havia falado do teu caso.
( ) Ninguém interessou-se pelo programa.
A sequência correta de letras, de cima para baixo, é:
a) V - V - F - F - F - V - F
b) F - F - F - V - V - V - F
c) V - V - F - F - V - V - F
d) V - F - F - V - F - F - V
e) F - V - V - F - V - F - V
30. Complete convenientemente as lacunas: Logo que ................, ................ cientes de que não
................ .
a) os vir - os farei - os poderemos contratar
b) os ver - fá-los-ei - poderemo-los contratar
c) vê-los - fá-los-ei - podemos contratá-los
d) os vir - fá-los-ei - podemos contratá-los
e) os ver - far-lhes-ei - poderemos contratá-los
31. O pronome pessoal oblíquo átono está bem colocado em um só dos períodos. Qual?
a) Isto me não diz respeito! respondeu-me ele, afetadamente.
b) Segundo deliberou-se na sessão, espero que todos apresentem-se na hora conveniente.
c) Me entenda! Lhe não disse isto!
d) O conselho que dão-nos os pais, levamo-los em conta mais tarde.
e) Amanhã contar-te-ei por que peripécias consegui não envolver-me.
32. Segundo a norma culta, a colocação do pronome pessoal sublinhado está incorreta em:
a) Companheiros, escutai-me!
b) Não nos iludamos, o jogo está feito.
c) Dir-se-ia que os amigos tinham prazer em falar difícil.
d) Queria convidá-lo a participar da festa.
e) Não entreguei-lhe a carta.
34. Estamos certos de que V. Exa. .......... merecedor da consideração que......... dispensam ..........
funcionários.
a) é - lhe - vossos
b) é - lhe - seus
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c) é - vos - vossos
d) sois - lhe - seus
e) sois - vos – vossos
38. Assinale a frase em que o pronome oblíquo átono está colocado incorretamente:
a) O guarda chamou-nos a atenção para os pivetes.
b) Quantas lágrimas se derramaram pelo jovem casal!
c) Ninguém nos convencerá de que esta notícia seja verdade.
d) As pessoas afastaram-se daquele pacote suspeito.
e) O vizinho cumprimentou o casal, se retirando imediatamente.
39. Complete com os pronomes e indique a opção correta, dentre as indicadas abaixo:
1. De repente, deu-lhe um livro para .......... ler.
2. De repente, deu um livro para .......... .
3. Nada mais há entre .......... e você.
4. Sempre houve entendimentos entre .......... e ti.
5. José, espere vou .......... .
a) ele, mim, eu, eu, consigo
b) ela, eu, mim, eu, contigo
c) ela, mim, mim, mim, com você
d) ela, mim, eu, eu, consigo
e) ela, mim, eu, mim, contigo
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d) se dedicará - passam-na
e) dedicar-se-á - passam-a
43. V. Excelência ......... fazer o que ......... for possível, para que .......... prestígio se mantenha.
a) deveis - vos - vosso
b) deveis - lhe - seu
c) deveis - lhe - vosso
d) deve - vos - seu
e) deve - lhe - seu
45. Quando V. Senhoria .......... que .......... auxilie, bastar chamar-me pelo interfone que está sobre a
.......... mesa.
a) desejardes - vos - vossa
b) desejar - o - vossa
c) desejardes - vos – sua
d) desejar - vos - vossa
e) desejar - o - sua
46. A alternativa em que o emprego do pronome pessoal não obedece à norma culta brasileira é:
a) Fizeram tudo para eu ir lá.
b) Ninguém lhe ouvia as queixas.
c) O vento traz consigo a tempestade.
d) Trouxemos um presente para si.
e) Não vá sem mim.
47. Segundo a norma culta, há erro (de uso ou de colocação) na substituição do termo sublinhado por
um pronome, em:
a) O ministro não teve muitos escrúpulos naquela hora. / O ministro não teve-os naquela hora.
b) Ele estava pronto para salvar a Itália. / Ele estava pronto para salvá-la.
c) Eles terminaram as provas hoje. / Eles terminaram-nas hoje.
d) Todos queriam que o professor entregasse o livro ao melhor aluno. / Todos queriam que o professor
lhe entregasse o livro.
e) Ele nunca perdoaria ao irmão aquela omissão. / Ele nunca lhe perdoaria aquela omissão.
48. Assinale a opção em que a colocação do pronome sublinhado esteja correta, segundo o registro
escrito culto:
a) Os vizinhos haviam pedido-me muita atenção ao atravessar a rua.
b) Mesmo considerando que éramos famosos, ninguém veio receber-nos.
c) Faria-me um grande favor não contando as novidades a meus pais.
d) Pelo que pudemos entender, ninguém vai-nos denunciar ao delegado.
e) O aluno logo interessou-se pelo assunto, assim que a arguição começou.
49. A substituição do termo sublinhado por um pronome pessoal está correta em todas as alternativas,
exceto em:
a) O governo deu ênfase às questões econômicas. O governo deu ênfase a elas.
b) Os ministros defenderam o plano de estabilização. Os ministros defenderam-no.
c) A companhia recebeu os avisos. A companhia recebeu-os.
d) Ele diz as frases em tom bem baixo. Ele diz-las em tom baixo.
e) Ele recusou a dar maiores explicações. Ele recusou a dá-las.
50. Assinale a opção em que a colocação do pronome oblíquo está incorreta quanto à norma culta da
língua:
a) Não pude dar-lhe os cumprimentos, por estar fora da cidade.
b) Agora tem-se dado muito apoio técnico ao pequeno empresário.
c) Ter-lhe-íamos pedido ajuda, se o víssemos antes do resultado.
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d) Como me propiciou momentos agradáveis, fui bastante paciente.
e) Quem o levará a tomar decisões tão importantes para o País?
EXERCÍCIOS GERAIS
01. Você sabe ....... razão o chefe pediu para ....... fazer o serviço.
a) por que - mim
b) porque - mim
c) por quê - mim
d) porque - eu
e) por que – eu
02. Dentre as seguintes frases, assinale aquela que não contém ambiguidade:
a) Peguei o ônibus correndo.
b) Esta palavra pode ter mais de um sentido.
c) O guarda deteve o suspeito em sua casa.
d) O menino viu o incêndio do prédio.
e) Deputado fala da reunião do Canal 2.
03. Assinale a alternativa que completa o período: ....... anos que não ....... vejo e só daqui ....... um mês
poderei ....... .
04. carta vinha endereçada para ....... e para .......; ....... é que a abri.
a) mim - tu - por isso
b) mim - ti - porisso
c) mim - ti - por isso
d) eu - ti - porisso
e) eu - tu - por isso
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II - Ele foi à sessão das 6h
III - Ele foi a sessão das 6h
IV - Ele foi à cessão das 6h
Qual ou quais alternativas são corretas:
a) I - II
b) II - III
c) I - II - IV
d) I
e) apenas a segunda é correta
13. Vão ............ aos processos várias fotografias. Paisagens as mais belas ............ Ela estava .............
informada.
a) anexos - possíveis - mal
b) anexas - possíveis - mal
c) anexa - possível - mau
d) anexo - possíveis - mau
e) anexo - possível - mal
15. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase ao lado: "Jornais ............
diariamente ............ notícias tendenciosas não ............ prestigiados."
a) em que - se leem - devem ser
b) onde - lê-se - deve serem
c) nos quais - se leem - devem serem
d) que - se lê - devem ser
e) aonde - leem-se - deve serem
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16. Selecione a forma adequada ao preenchimento das lacunas: O .......... aluno foi .......... na prova de
Inglês, .......... não sabe; se você o .........., é bom avisá-lo.
a) mau - mal - mas - vir
b) mal - mau - mas -ver
c) mal - mal - mais - ver
d) mau - mau - mais - vir
e) mau - mal - mais - vir
18. .........., o auxiliar judiciário explicou os motivos .......... não .......... o negócio.
a) Ancioso - porque - fez
b) Ancioso - porque - fêz
c) Ancioso - por que - fêz
d) Ansioso - porque - fez
e) Ansioso - por que - fez
20. Era um rapaz .........., cuja .......... escondia uma enorme capacidade de trabalho.
a) despretencioso - timidez
b) despretensioso - timidês
c) despretencioso - timidês
d) despretensioso – timidez
e) despretencioso - timidêz
21. Não sei .........., até hoje, ninguém foi .......... desses papéis extraviados.
a) por quê - atraz
b) por que - atrás
c) porque - atrás
d) por que - atraz
e) porquê - atrás
22. Assinalar a alternativa que preenche corretamente as lacunas da seguinte frase: Quando você ..........
seu irmão, ..........-o aqui para nos .......... .
a) ver, traze, cumprimentarmos
b) vir, traga, cumprimentarmos
c) vir, traze, comprimentarmos
d) ver, traga, cumprimentarmos
e) ver, traze, comprimentarmos
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Figura 1- Folha de Pernambuco, Política, p. 4, 18 out. 2014
1. Por que FHC culpa os marqueteiros pelos ataques acirrados no debate entre os dois candidatos à
presidência da República?
2. Lula fala que Aécio foi “ignorante” com Dilma. Qual o sentido atribuído a esse termo, associado à
pessoa da presidente, uma mulher?
3. Qual a relação de nexo causal entre o termo “ignorante”, na fala de Lula, com “encontrar pobre na
frente: é capaz dele pisar ou não enxergar”?
71
Figura 2 - Folha de Pernambuco, Política, p. 4, 18 out. 2014
1. Explique por que os debates assumiram um caráter de ‘espetáculo’ e não de debate político?
2. O que leva esse tipo de debate ser parecido com um “reality show’ levando o eleitor a enxergar os
candidatos de forma pessoal, como personagens de um programa?
II. Leia o texto abaixo, em seguida, associe as expressões ao contexto da situação abordada pela
cronista.
A volta do cipó; o bicho vai pegar; fazer o diabo na disputa presidencial; agressividade; guerra de
extermínio; ameaça; ringue; artilharia pesada; adversário tacaria com mão pesada; batendo com ferro;
roupa da briga; cipó de aroeira.
1. Associe a crônica com a música de Geraldo Vandré.
72
73
Refaça o texto abaixo, observando os princípios da clareza, coerência e gramática, além das
especificidades do gênero textual a que pertence.
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12. COMO ELABORAR UMA RESENHA
1. Referência bibliográfica: autor, título, local da publicação, editora, ano, gênero da obra.
2. Credenciais do(s) autor (es): Informações gerais sobre o autor, autoridade do campo específico.
Quem fez o estudo? Quando? Por quê? Em que local?
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3. Síntese da obra lida: Resumo detalhado das ideias principais. Do que trata a obra? O que diz?
Tem alguma característica especial? Como foi abordado o assunto? Exige conhecimentos
prévios para entendê-lo? O autor faz conclusões? Onde foram colocados? ( final do livro, dos
capítulos?) Quais foram?
4. Quadro de referência do(s) autor (es): Modelo teórico. Que teoria serviu de embasamento? Qual
o método utilizado?
5. Apreciação:
Como se situa (m) o (s) autor (es) em relação: a. as correntes científicas, filosóficas,
culturais; b. as circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas etc.?
Mérito da obra: Qual a contribuição dada? Ideias verdadeiras, originais, criativas?
Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?
Estilo: Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente? Linguagem correta? Ou o
contrário?
Forma: Lógica, sistematizada? Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes?
Indicação da obra: A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes?
6. Para conclusão: O resenhista deverá explicitar /reafirmar sua posição sobre a obra resenhada.
A seguir, exemplos de alguns verbos que traduzem a ação do autor da obra original, mostrando o que
o autor ‘faz’ naquela parte do livro/obra:
VERBOS
Estrutura e organização da obra: Estrutura-se, divide-se, organiza-se, conclui, termina,
começa
Indicação do conteúdo geral: Apresenta, desenvolve, descreve, explica, demonstra,
mostra narra, analisa, aponta, aborda, trata de;
Indicação do objetivo da obra: Objetiva, tem por objetivo, se propõe a;
Posicionamento do autor da obra em relação a sua Sustenta, contrapõe, confronta, opõe, justifica,
crença/tese: defende a tese, afirma.
Organização das ideias do texto: Define, classifica, enumera, argumenta;
Ação do autor em relação ao leitor: Incita, busca levar a;
Indicação de relevância de uma ideia do texto: Enfatiza, ressalta.
Alguns conectivos sugeridos para elaboração da resenha:
Conectivos que indicam contraste entre ideias ou argumentos contrários:
No entanto – entretanto – todavia - apesar de - ainda que – contudo – porém – mas
EXEMPLO DE RESENHA
Esta resenha tem o objetivo de abordar dois textos que apresentam temas polêmicos e ainda
confusos para sociedade atual.
O primeiro texto, “A ciência”, escrito por Jairo Ferraz e Jorge Pedreira mostra de forma sucinta os
pontos de confronto entre os cientistas e as diversas religiões, principalmente a ordem Católica.
Os autores se confundem ao tentar propor uma melhor linha de raciocínio para a compreensão de
fatos que aguçam nossas necessidades psicológicas cotidianas, como a existência da alma e sua
76
jornada após a morte. Em um momento criticam os materialistas radicais, em outro momento criticam os
que seguem a fé cega e ao fim da discussão eles próprios não conseguem chegar a nenhum
esclarecimento, apenas acusações e críticas.
Através de comparações diretas entre pensamentos diferentes de religiosos e cientistas ou até
mesmo entre os estudiosos, o texto mostra ao leitor não só um pequeno passeio pelas diferentes
correntes de pensamento mas também expressa a opinião do autor para a radicalização, pregando,
assim, uma “chamada” para que o leitor atente um equilíbrio entre a fé e a razão.
Esse texto, ao longo do seu desenvolvimento aguça o pensamento e os princípios do leitor,
tentando força-lhe a pôr sua opinião em jogo. Esse tipo de abordagem também é utilizada pelo segundo
texto, “11 perguntas que os cientistas (ainda) não conseguem responder”, publicado pela revista “ISTOÉ”
traz ao leitor perguntas que os cientistas não têm comprovação plena, mas que ainda assim constroem
teorias e buscam explicações plausíveis.
Como o próprio título (do segundo texto) já diz, os cientistas “ainda” não responderam à questões
como o surgimento do universo , ou “quando usamos de nosso cérebro?” ou até perguntas cotidianas
como “Por que nos apaixonamos?”, mas se espera o mais cedo possível por certezas indubitáveis, já
que a ciência só está avançando atualmente. O texto segue trazendo outras questões mais polêmicas,
envolvendo também a fé, como “a fé pode curar?”, “quando e como o mundo vai acabar?”, ”existe
premonição” ou “a alma existe?” por mais que a ciência tente comprovar algo, a maioria das religiões
nunca vão aceitar e sempre atribuirão respostas ilógicas e duvidáveis. Já outras perguntas abordadas,
como “os animais pensam?” é “possível viajar no tempo” ou “o que define a nossa sexualidade?”, são
questionamentos praticamente provados através de pesquisas e experimentos faltando apenas alguns
acordos e consenso geral na comunidade científica.
Após a leitura dos textos, pode-se dizer que apesar de abordarem temas parecidos, eles não têm
o mesmo objetivo. O texto “11 perguntas que os cientistas (ainda) não conseguem responder” expõe ao
leitor a questão que a ciência ainda não tem explicações exatas, apenas teorias, e deixa-o a vontade
para refletir sobre cada uma delas a partir de citações de alguns estudiosos. Já o texto “A ciência” tenta
convencer o leitor a buscar um equilíbrio entre “fé cega” e o “materialismo radical”, mostrando
principalmente a “fé” dos autores e suas dúvidas em que acreditar, se na ciência ou na religião.
Por conseguinte, os dois textos aqui expostos são de fácil compreensão e indicados para qualquer
público que tenha opinião própria e não as forme apenas com informações isoladas. A frase “Quem
pensa pouco erra muito”, mostrada por um dos textos, deixa bem claro a ideia de que qualquer
convicção deve ser formada através de muito estudo e reflexão por entre diversas fontes de informação.
Essa resenha foi elaborada por Vinícius Cabral A. Bezerra, aluno do 2º período de Sistema de
Informações da Faculdade Joaquim Nabuco.
77
TEXTO PARA LEITURA
Há muito tempo que eu desejava me instruir sobre aquela profunda Filosofia clementina, para me ajudar
em meus logogrifos. Por isso, avancei:
- Clemente, esse nome de "penetral" é uma beleza! É bonito, difícil, esquisito, e, só por ele, a gente vê
logo como sua Filosofia é profunda e importante! O que é que quer dizer "penetral", hein?
Clemente, às vezes, deixava escapar "vulgaridades e plebeísmos" quando falava, segundo sublinhava
Samuel. Naquele dia, indagado assim, respondeu:
- Olhe, Quaderna, o "penetral" é de lascar! Ou você tem "a intuição do penetral" ou não tem intuição de
nada! Basta que eu lhe diga que "o penetral" é "a união do faraute com o insólito regalo", motivo pelo qual abarca
o faraute, a quadra do deferido, o trebelho da justa, o rodopelo, o torvo torvelim e a subjunção da relápsia!
- Danou-se! - exclamei, entusiasmado. - O penetral é tudo isso, Clemente? -Tudo isso e muito mais,
Quaderna, porque o penetral é o "único-amplo"! Você sabe como é que "a centúria dos íncolas primeiros", isto é,
os homens, sai da "desconhecença" para a "sabença"?
- Sei não, Clemente! - confessei, envergonhado.
- Bem, então, para ir conhecendo logo o processo gavínico de conhecimento penetrálico, feche os olhos!
- Fechei! - disse eu, obedecendo.
- Agora, pense no mundo, no mundo que nos cerca!
- O mundo, o mundo... Pronto, pensei!
- Em que é que você está pensando?
- Estou pensando numa estrada, numas pedras, num bode, num pé de catingueira, numa Onça, numa
mulher nua, num pé de coroa-de-frade, no vento, na poeira, no cheiro do cumaru e num jumento trepando uma
jumenta!
- Basta, pode abrir os olhos! Agora me diga uma coisa: o que é isto que você pensou?
- É o mundo!
- É não, é somente uma parte dele! É "a quadra do deferido", aquilo que foi deferido a você, como
"íncola"! É "o insólito regalo"! É "o côisico", dividido em duas partes: a "confraria da incessância" e "a força da
malacacheta", representada, aí no que você pensou, pelas pedras. Agora pergunto: tudo isso pertence ou não
pertence ao penetral?
- Não sei não, Clemente, mas pela cara que você esta fazendo, parece que pertence.
- Claro que pertence, Quaderna! Tudo pertence ao penetral! Tudo se inclui no penetral! Entretanto, para
completar "o túdico" você, na sua enumeração do mundo, deixou de se referir a um elemento fundamental, a um
elemento que estava presente e que você omitiu! Que elemento foi esse, Quaderna?
- Sei não, Clemente!
- Foi você mesmo, "o faraute"!
O Faraute não, o Quaderna! - disse eu logo, cioso da minha identidade.
- O Quaderna é um faraute! - insistiu Clemente.
Como aquilo podia ser alguma safadeza, reagi:
- Epa, Clemente, vá pra lá com suas molecagens! Faraute o quê? Faraute uma porra! Faraute é você! Não
é besta não?
- Espere, não se afobe não, homem! Faraute não é insulto nenhum! Eu sou um faraute, você é um faraute,
todo homem é um faraute!
- Bem, se é assim, está certo, vá lá! E o que é um faraute, Clemente?
- Ora, Quaderna, você, leitor assíduo daquele Dicionário Prático Ilustrado que herdou de seu Pai,
perguntar isso? Vá lá, no seu querido livro de figuras, que encontra! "Faraute" significa "intérprete, língua,
medianeiro"! O curioso é que "a quadra do deferido" e o "rodopelo" pertencem ao penetral, mas o faraute, seja
"nauta-arremessado" ou "tapuia-errante", também pertence! Não é formidável ? É daí que se origina "o horrífico
desmaio", o "tonteio da mente abrasada"! Inda agora, quando pensou no mundo, você não sentiu uma vertigem
não?
- Acho que não, Clemente!
- Sentiu, sentiu! É porque você não se lembra! Quer ver uma coisa? Feche os olhos de novo! Isto! Agora,
cruze as mãos atrás da nuca! Muito bem! Pense de novo naquele trecho do insólito regalo em que pensou há
pouco! Está pensando?
- Estou!
- Agora, me diga: você não está sentindo uma espécie de tontura não?
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Eu, que sou impressionável demais, comecei a oscilar, sentindo uma tonteira danada, na cabeça. Pedi
permissão a Clemente para abrir os olhos, porque já estava a ponto de cair da sela. O Filósofo, triunfante,
concedeu:
- Abra, abra os olhos! Como é? Sentiu ou não sentiu a vertigem? Sabe o que é isso? É a "oura da folia",
início da "sabença", da "conhecença"! A oura causa o "horrífico desmaio". Este, leva ao "abismo da dúvida",
também conhecido como "a boca hiante do contempto". O abismo comunica ao faraute a existência do "pacto" e
da "ruptura". A ruptura conduz à "balda do labéu". E é então que o nauta-arremessado e tapuia-errante torna-se
único-faraute. Isto é, o faraute é, ao mesmo tempo, faraute do insólito-regalo, faraute do rodopelo e faraute do
faraute! Está vendo? O que é que você acha do penetral, Quaderna?
- Acho de uma profundeza de lascar, Clemente! Para ser franco, entendi pouca coisa, mas já basta para
me mostrar que sua Filosofia é foda! Mas o que é, mesmo, penetral?
- Vá de novo ao "pai-dos-burros"! "Penetral" é "a parte mais recôndita e interior de um objeto". Mas, na
minha Filosofia, essa noção é ampliada, porque além de abranger a quadra do deferido e o rodopelo, o penetral
abrange também o faraute, através da subjunção da relápsia! Mas, no momento em que se fala friamente do
penetral, tentando capturá-lo em categorias de uma lógica sem gavionice negro-tapuia, ele deixa de ser
apreendido! Faça apelo aos gaviônicos restos de sangue Negro e Tapuia que você tem, Quaderna, e entenda que o
penetral "é o penetral", que o penetral "é"! O côisico, coisica: os cavalos cavalam, as árvores arvoram, os jumentos
jumentam, as pedras pedram, os móveis movelam, as cadeiras cadeiram, e o faráutico, machendo e feminando, é
que consegue gentere farauticar! É assim que o túdico tudica e que o penetral penetrala - e esta, Quaderna, é a
realidade fundamental!
- Arra diabo! - disse eu, de novo embasbacado. - E tudo isso já estava na Mitologia Negro-Tapuia,
Clemente?
- Estava, estava! Aliás, está, ainda! É por isso que o "Gênio da Raça Brasileira" será um homem do Povo,
um descendente dos Negros e Tapuias, que, baseado nas lutas e nos mitos de seu Povo, faça disso o grande
assunto nacional, tema da Obra da Raça!
Claro que era em si mesmo que Clemente estava pensando. Mas Samuel contestou logo:
- Nada disso, Quaderna! O "Gênio da Raça Brasileira" deverá ser um Fidalgo dos engenhos
pernambucanos! Um homem que tenha nas veias o sangue dos Conquistadores ibéricos que fundaram, com a
América Latina como base, o grande Império que foi o orgulho da Latinidade católica! Portugal e a Espanha não
tinham dimensões para realizar aquilo que, neles, foi somente uma aspiração! Mas o Brasil é um dos sete Países
perigosos do mundo! Por isso, cabe a nós instaurar, aqui, esse Império glorioso que Portugal e a Espanha não
puderam realizar!
- Mas como deverá ser escrita a Obra da Raça Brasileira? - perguntei. - Em verso ou em prosa ?
- A meu ver, em prosa! - disse Clemente. - E é assunto decidido, porque o filósofo Artur Orlando disse que
"em prosa escrevem-se hoje as grandes sínteses intelectuais e emocionais da humanidade"!
Samuel discordou:
- Como é que pode ser isso, se todas as "obras das raças" dos Países estrangeiros são chamadas de
"poemas nacionais"?
- O Almanaque Charadístico diz, num artigo, que os Poetas nacionais são, sempre, autores de Epopéias! -
tive eu a ingenuidade de dizer.
Os dois começaram a rir ao mesmo tempo:
- Uma Epopéia! Era o que faltava! - zombou Samuel. - Vá ver que Quaderna anda pelos cantos é
conspirando, para fazer uma! Sobre o quê, meu Deus? Será sobre essas bárbaras lutas sertanejas em que ele
andou metido? Não se meta nisso não, Quaderna! Não existe coisa de gosto pior do que aquelas estiradas
homéricas, cheias heróis cabeludos e cabreiros fedorentos, trocando de golpes, montados em cavalos empastados
de suor e poeira, a ponto de a gente sentir, na leitura, a catinga insuportável de tudo!
Clemente uniu-se ao rival, se bem que por outro caminho. Disse:
- Além disso, a glorificação do Herói individual, objetivo fundamental das Epopéias, é uma atitude
superada e obscurantista! E se você quer uma autoridade, Carlos Dias Fernandes também já demonstrou, de modo
lapidar, que, nos tempos de hoje, a Epopéia foi substituída pelo Romance!
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2. O que implica a relação da união do faraute com o insólito regalo aliada à quadra do deferido e
conceito de mundo?
3. Na descrição de mundo idealizada por Quaderna e crtiticada por Clemente foi utilizado um raciocínio.
Que método de raciocínio é esse e sua implicatura na visão de mundo do sujeito.
4. Como descrever o mundo e captar a essências das coisas? Como entender a representação de
mundo do outro?
5. Como e de que forma o homem desenvolve e aprimora seu conhecimento?
6. A questão do pacto ou ruptura está intrinsecamente associada a um método de raciocínio. Que
método é esse e quê implica para o homem, na esfera discursiva e dialógica, em ler, dizer e entender o
mundo?
7. Há uma crítica velada em relação ao estilo de gênero literário para registrar a históriade um povo.
Analise e justifique, sob o enfoque dos argumentos das personagens, o que corresponde e/ou contraria
as expectativas de conceitos acerca dessa questão.
GLOSSÁRIO
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio
de Janeiro: Lexikan, 2008.
FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2006.
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