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EQUIPA DE AUTISMO

REGIÃO CENTRO

SUGESTÕES DE ACTIVIDADES

João

Dezembro 2000
NOTA INTRODUTÓRIA

No dia 29 de Novembro de 2000 realizámos a reavaliação do João José


Ramos Garcia com 7 A e 7 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional
Revisto, de Schopler e Reichler).
Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento
funcional do João se situa por volta dos 4 anos, mas com possibilidades de evoluir
para um nível superior, apresentando como áreas mais fortes a Percepção a
Motricidade Global e Fina e a Coordenação Óculo-Manual.
A avaliação foi feita com base na edição revista do teste que é mais exigente e
daí a razão do João apresentar um nível funcional de desenvolvimento semelhante ao
da avaliação anterior. No entanto, em relação a esta notam-se progressos,
principalmente nas áreas que melhor domina.
As actividades que a seguir propomos são para acrescentar ao caderno de
“Sugestões de Actividades” do João. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar
as actividades ele ainda não realiza, ou mostra dificuldades.

No dia 18 de Novembro de 1999 realizámos a avaliação João Manuel Martins


Lopes com 9 A e 3 M, tendo por base o PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisto, de
Schopler e Reichler).
Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento
funcional do João se situa por volta dos 3 anos, mas com possibilidades de evoluir
para um nível superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a
Imitação e a Percepção.
De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo
dos comportamentos emergentes do João, a Equipa de Avaliação elaborou uma
sequência de actividades para acrescentar ao caderno de “Sugestões de Actividades”
do João. Porém, sugerimos que se continue a trabalhar as actividades que ele ainda
não realiza, ou mostra dificuldades.
Este novo bloco de “Sugestões de Actividades” também deverá ser lido e
discutido pela Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que,
posteriormente, em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as actividades
a desenvolver.
Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o
procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de
suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.
Possivelmente, o João já é capaz de realizar sozinho algumas das actividades
sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.
Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada
em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.

No dia 18 de Novembro de 2000 realizámos a avaliação do António João


Domingues D. Silva com 9 A e 3 M, tendo por base o PEP-R (Perfil
Psicoeducacional Revisto, de Schopler e Reichler).
Pelos resultados desta avaliação vemos que o nível de desenvolvimento
funcional do João se situa entre os, mas com possibilidades de evoluir para um
nível superior, e que apresenta como áreas mais fortes a Motricidade, a Imitação e a
Percepção.
De acordo com o nível de desenvolvimento funcional em cada área e partindo
dos comportamentos emergentes do João, a Equipa de Avaliação elaborou uma
sequência de actividades que poderão servir de suporte para a elaboração do seu
Programa Individual.
Assim, este bloco de “Sugestões de Actividades” deverá ser lido e discutido
pela Família e Técnicos intervenientes no processo educativo para que,
posteriormente e em reunião com Equipa de Avaliação, se seleccionem as
actividades a desenvolver.
Qualquer uma destas actividades tem objectivos bem explícitos e o
procedimento relatado é um exemplo de como desenvolvê-las podendo servir de
suporte para muitas outras que Técnicos e Pais poderão recriar.
Possivelmente, o João já é capaz de realizar sozinho algumas das actividades
sugeridas, que poderão servir de proposta para ela as realizar no gabinete individual.
Propomos que em cada área se seleccione uma actividade para ser ensinada
em situação 1:1 e que só depois de bem consolidada se deverá passar a outra.
É importante não esquecer alguns conselhos práticos:

♦ Não tentar trabalhar muitos aspectos ao mesmo tempo – escolher


prioridades
♦ Manter-se o mais calmo possível e usar uma linguagem clara e precisa
♦ Tentar ser consistente quando se trabalha um comportamento particular,
estabelecendo rotinas simples
♦ A comunicação entre todos os envolvidos na educação do João tem de ser
contínua – todos têm de usar as mesmas regras
♦ Sempre que possível, tentar lidar com os comportamentos inadequados de
uma forma calma e divertida
♦ Quando a intervenção e a confrontação se tornar necessária, certificar-.se
de que se é capaz de controlar com sucesso
♦ Ter cuidado para não reforçar comportamentos indesejáveis. Por exemplo,
gritar e zangar-se pode constituir uma recompensa se o resultado for uma
maior atenção por parte do adulto
♦ Dividir todas as tarefas e comportamentos a trabalhar em passos muito
pequenos
♦ O comportamento demora a mudar – ser paciente e persistente
♦ Nunca se sentir só – pedir ajuda e partilhar os problemas
♦ Tentar ter sempre em conta as coisas positivas, tentar não valorizar os
problemas
♦ Não ter preocupação com o tempo

A Equipa responsável
IMITAÇÃO

A imitação é básica para a aprendizagem e para o desenvolvimento. Sem a


imitação, a criança não pode aprender nem a falar, nem outros comportamentos
necessários à adaptação da sua cultura. O desenvolvimento de capacidades de
imitação é essencial para o crescimento de qualquer criança. A criança com autismo
normalmente tem problemas em aprender como imitar, é necessário que as
capacidades de imitação sejam bastante trabalhadas de modo a que não aprenda
comportamentos bizarros.
As capacidades de imitação envolvem repetições directas e simples, tais como
vocalizações ou bater de palmas, que são geralmente aprendidas muito cedo na vida
de uma criança. Mais tarde, vai aprender a imitar outras aprendizagens mais
complexas.
Este capítulo propõe uma série de actividades designadas para a
aprendizagem da imitação, com especial interesse na aprendizagem da linguagem,
pois quando esta está comprometida há dificuldade na capacidade imitativa da
criança. Pelo facto de toda a expressão verbal envolver o movimento dos lábios e
língua, em muitos casos, é necessário trabalhar primeiro na imitação da motricidade
fina e global, para que a criança aprenda os processos básicos que implicam a
imitação.
O acto de imitar envolve muito factores, incluindo a motivação, a memória, o
processo sensorial e o controle de todos os músculos implicados na motricidade
global e a coordenação motora fina da boca e das mãos. A imitação pode ser
imediata, como quando a criança repete uma palavra que se lhe é dita, ou retardada ,
quando imita um comportamento memorizado através da sua experiência.
A criança com autismo tem muitas dificuldades em seleccionar na memória o
comportamento adequado a cada situação.
Para começar um programa com a criança nesta área é necessário fazer-se
uma avaliação de todas as imitações existentes. As actividades que se seguem
representam uma simples proposta de tipos de actividades para cada grau de
desenvolvimento que podem ser utilizadas no ensino de capacidades de imitação.
1 – FAZER BATIMENTOS POR IMITAÇÃO
Imitação, motricidade
Motricidade fina, agarrar
Percepção visual
Meta: Aprender a imitar o uso dos materiais
Objectivo: Imitar um modelo de batimentos com uma colher
Materiais: 2 colheres e um pote
Procedimento:
Sente-se com o João à mesa e capte a sua atenção, balançando uma colher no
seu campo de visão. Bata na mesa com a colher com um ritmo definido e
contínuo, com a sua outra mão coloque outra colher na mão da criança e reforce
sempre que ele a agarrar. Comece a bater com a colher na mão dele contra a
mesa da mesma maneira que está a bater com outra mão. Progressivamente
reduza a sua ajuda para ver se o João continua a bater. Quando ele já consegue
bater na mesa sem ajuda, deixe de bater na mesa e passe para o pote. Repare se
a criança faz o mesmo e se não o fizer ajude-o. Depois de algum tempo, volte
novamente à mesa e repita o procedimento para que a criança faça o mesmo.
Continue a actividade até que o João aprenda a imitá-la a bater na mesa e no
pote sem que necessite de ajuda.

2 – COMEÇAR A IMITAÇÃO VOCAL


Imitação vocal
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Desenvolver a imitação vocal
Objectivo: Imitar o som de séries simples de sílabas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sempre que o João faça sons de forma espontânea, imite imediatamente o som
que ele acabou de emitir e repare se ele responde fazendo de novo o mesmo
som. Tente manter uma “conversa” imitando os sons que ele emite. De vez em
quando repita os sons que ele já tenha emitido e repare se ele os repete de novo,
por imitação. Se ele repetir os sons, insista nos mesmos algumas vezes para ver
se ele continua a imitá-la de forma interactiva. Quando João começa a mostrar
interesse na imitação dos sons, deixe inicialmente ser ele a propor os sons e
imite-os, mas progressivamente vá-lhe propondo outros e preste atenção à
possível imitação dos mesmos, e logo a seguir reforce-o.
3 – ANTECIPAR SONS EM IMITAÇÃO
Imitação vocal
Desempenho verbal, vocalização
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a imitação vocal
Objectivo: Dar uma aproximação vocal de um som associado a uma rotina física
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se numa cadeira com o João nos seus joelhos e faça-o saltar de vez em
quando, dizendo “Bom, bom, bom ,bom.”. A seguir balance-o para trás e para a
frente e diga ao ritmo do movimento “la, la la...”. Depois de repetir este movimento
com o som, repita e aguarde para ver se o João antecipa o som ”la,la,la...”. Deixe-
o saber que deve fazer o som fazendo você primeiro o som e depois toque-lhe
nos lábios, para ele emitir o som, Espere alguns segundos e se o João não emitir
som nenhum, toque-lhe de novo nos lábios e emita o som para lhe indicar que ele
deve emitir também. Para crianças mais velhas que não se conseguem manter
facilmente nos joelhos, cante uma cantiga que tenha “Para baixo”, mas atrase o
“BAIXO” e deixe-o tombar para o chão até que ele faça alguma tentativa para
vocalizar o som.

4 – IMITAR ACÇÕES PARA PRODUZIR SONS


Imitação vocal
Imitação, motricidade
Desempenho verbal, vocalização
Meta Encorajar a imitação de sons e aumentar a atenção visual para as acções de
outra pessoa
Objectivo: Imitar sons de sílabas singulares através de acções físicas simples.
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma das acções abaixo descritas. Demonstre essa acção e então ajude o
João a imitá-la através do movimento das mãos. Progressivamente reduza a
quantidade de ajuda à medida que ele vai aprendendo a produzir o som por ele
próprio. Repita a demonstração da 1ª acção até verificar que ele está a perceber e
colabora e só depois passe à segunda actividade..
a) Ponha os seus dedos perto dos lábios e diga “SHHHH”
b) Bata suavemente nos seus lábios com a sua mão e emita o som ao estilo
dos índios, dizendo “u u u u u u u u :::”.
c) Estale os seus lábios, como um beijo.
d)Faça um som de estalo, estando os seus dedos perto da face do João
5 – TOCAR PARTES DO CORPO IMITANDO
Imitação, motricidade
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aprender a observar uma pessoa e imitar as suas acções
Objectivo: Tocar 3 partes do corpo, imitando
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se na mesa em frente o João e faça o que for necessário para chamar a
sua atenção. Assim que ele olhar para si, diga-lhe: “João, toca no nariz.”. Ponha o
indicador no seu nariz. Se ele não imitar, pegue no indicador dele com a sua outra
mão e toque-lhe no nariz repetindo: “João toca no nariz.”, continuando a tocar o
seu próprio nariz. Reforce-o imediatamente (por exemplo: sorria, elogie-o ou dê-
lhe uma recompensa comestível), mesmo que o tenha ajudado. Repita o
procedimento até ele conseguir responder, de forma consistente, sem ajuda.
Assegure-se de que todas as vezes em que repete o procedimento, ele olha para
si enquanto você toca o nariz e diz “João, toca o nariz.”. Recompense-o sempre
que ele emite a resposta apropriada. Após ele ser capaz de tocar o nariz, pelo
menos 90% das vezes, em resposta à sua acção e ao seu comando verbal,
adicione outras partes do corpo (uma de cada vez) pela seguinte ordem: cabelo,
boca, Olha, ouvido. Depois de ensinar uma segunda parte do corpo, espere até
ele conseguir responder apropriadamente a 90% das vezes às duas partes do
corpo ensinadas antes de adicionar uma terceira.

6 – BATER PALMAS, IMITANDO


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a imitação dos movimentos do professor
Objectivo: Bater palmas imitando o professor
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se na mesa em frente o João e diga: “Olha, João”, e bata as palmas
lentamente. A seguir agarre as mãos dele e bata as palmas, recompensando-o
imediatamente. Bata as suas mãos novamente e certifique-se que ele está a olhar
para si quando faz isso. Bata novamente as suas mãos e faça-lhe sinal para o
fazer também. Se ele fizer algum sinal para a imitar, ajude-o a completar a acção
e recompense-o imediatamente. Se ele continuar sem entender o que se espera
dele, continue-lhe o guiar as mãos durante o movimento, recompensando-o de
cada vez de forma mais espaçada. Gradualmente tente reduzir a sua assistência
para que ele possa aprender que tem de bater as suas mãos afim de obter outra
recompensa.
7 – IMITAR MOVIMENTOS DE BRAÇOS
Imitação, motricidade
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Motricidade global, braços
Meta: Melhorar a imitação motora, a consciência corporal, e entender “em cima”,
“fora” e “em baixo”.
Objectivo: Imitar movimentos simples sem assistência
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se em frente do João e diga: “Olha João.”. Coloque os braços acima da sua
cabeça e diga. “Braços para cima”. Se ele não responde coloque-lhe os braços
acima da cabeça, segure-os um instante e repita: “Braços para cima”. Levante os
seus braços acima da sua cabeça enquanto ele faz o mesmo. Repita: “Braços
para cima.”. Coloque os seus braços para baixo e diga “Braços para baixo”. Se
necessário ajude-o a colocar os braços para baixo. Repita novamente: “Braços
para baixo.” enquanto os dois seguram os braços em baixo. Então coloque os
braços na lateral e diga: “Braços para fora”. Tente fazer com que ele imite sem
assistência. à medida que ele vai executando melhor a tarefa, mova
ocasionalmente o braços sem emitir o comando verbal ou emita o comando verbal
sem mover os braços. Verifique se ele antecipa a acção ou o comando.

8 – IMITAR O USO DE OBJECTOS QUE FAZEM BARULHO


Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a atenção ao uso de materiais
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 3 objectos diferentes
Materiais: 2 brinquedos de apertar, 2 campainhas, 2 apitos, uma caixa de tamanho médio
Procedimento:
Sente-se em frente o João do outro lado da mesa com os
brinquedos num lado. Pegue no primeiro lote de brinquedos,
coloque um em frente o João e guarde um para si. (ver figura).
Diga: “Olha João”, certificando-se que ele está a olhar para si e
faça o movimento apropriado com o brinquedo (ex.: aperte-o
ou, no caso do apito, sopre). Continue a usar o brinquedo e,
com a outra mão, ajude-o a fazer o mesmo movimento. Repita
a acção com o seu próprio brinquedo e diga: “Faz tu.”. Se ele tentar imitar a sua
acção recompense-o imediatamente e coloque os brinquedos na caixa. Repita o
procedimento com os outros 2 brinquedos. Se ele os tentar usar de forma
inapropriada (ex.: abanar o brinquedo de apertar), pare a acção e demonstre o
seu uso correcto. Se necessário ajude-o a realizar a acção correcta, mas tente
retirar de forma gradual a sua ajuda, à medida que ele aprende a observar as
suas acções e a imitá-las sozinho.
9 – IMITAR MOVIMENTOS DE LÁBIOS
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências motoras orais necessárias ao desenvolvimento da
linguagem
Objectivo: Desempenhar séries de movimentos dos lábios imitando o professor
Materiais: Espelho (opção)
Procedimento:
Sente-se de frente para o João e assegure-se que ele está a olhar para si.
Execute os seguintes movimentos e faça com que ele os imite:
a) Comprima os lábios firmemente e depois abra-os.
b) Franza os lábios, esticando-os o mais possível.
c) Franza os lábios e depois abra-os num sorriso grande.
d) Esfregue o lábio inferior no superior
e) Esfregue o lábio superior no inferior
Como recompensa da imitação apropriada, dê-lhe um pouco da sua
bebida favorita por uma palhinha no sentido de o encorajar a usar
melhor os seus lábios. Se ele tiver dificuldade em olhá-la de frente,
sente-se ao seu lado e faça os exercícios ao espelho.

10 –RABISCAR POR IMITAÇÃO


Imitação, motricidade
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a imitação do uso de materiais e desenvolver competências básicas
do uso do lápis
Objectivo: Rabiscar por 2-3 segundos numa folha larga de papel
Materiais: Lápis grossos e papel
Procedimento:
Sente-se à mesa de frente para o João. Coloque um lápis à sua frente e guarde
um para si. Coloque uma folha de papel na mesa de forma a ser facilmente
alcançada pelos dois. Rabisque no papel por 2 ou 3 segundos com o seu lápis.
Coloque, em seguida, o lápis na dele mão e ajude-o a rabiscar durante alguns
segundos. Recompense-o e coloque uma folha nova na mesa. Repita o
procedimento, mas desta vez o objectivo é fazer com que ele rabisque sem ajuda
manual. Se ele não imitar, pegue-lhe na mão e faça com que ele rabisque. Assim
que ele começar a imitar varie os riscos duma forma repetitiva (circular ou
horizontal). O objectivo é fazer com que ele imite os diferentes traços à medida
que a professora os executar.
11 – IMITAR MOVIMENTOS VULGARES DE AUTONOMIA
Imitação, motricidade
Autonomia, lavar-se
Meta: Aumentar competências motoras e ensinar competências comuns de auto-
ajuda.
Objectivo: Imitar com sucesso 3 acções comuns de auto-ajuda.
Materiais: Pente, toalha, escova de dentes.
Procedimento:
Sente-se na mesa de frente para o João com o pente, a toalha e a escova de
dentes alinhados para que ele veja quantas acções tem de realizar. Segure o
pente e diga: “Pentear o cabelo.”, passando o pente lentamente pelo cabelo.
Coloque o pente na sua mão e ajude-o a pentear-se. Em seguida coloque o pente
à sua frente e faça o gesto de pentear dizendo “Pentear o cabelo.”. Se ele agarra
o pente e faz algum gesto que indique uma intenção de pentear, recompense-o
imediatamente. Se ele não imita a acção proposta, guie-lhe a mão através do
movimento pretendido e tente fazer com que desempenhe a tarefa de forma
independente. Repita este procedimento até ele imitar a sua acção sem
assistência. Repita o procedimento de forma independente com a toalha de rosto
usando como pista verbal a expressão “Limpar a cara.” e com a escova de dentes
usando como pista a expressão verbal “Lavar os dentes.”. Não se preocupe em
fazer com que o João seja capaz de lavar os dentes ou pentear-se uma vez que
se pretende que estas actividades o ajudem, em primeiro lugar a copiar os
movimentos. Devemos, neste nível preocuparmo-nos em fazer com que ele copie
os movimentos.

12 –TIRAR OBJECTOS DE UM SACO EM IMITAÇÃO


Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais pelo professor
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso de 5 objectos familiares
Materiais: Taça, bacia ou saco, 5 itens ou brinquedos comuns (ex.: esponja, bola, carro
de brincar, chávena, escova do cabelo)
Procedimento:
Coloque os 5 itens numa taça, numa bacia ou num saco. Se o João tiver
dificuldade em manter a atenção, use uma bacia ou uma taça para que veja
quantas vezes tem de desempenhar a tarefa antes desta estar completa.
Seleccione um item da taça, assegure-se que a criança está a olhar para si e use
o objecto da forma apropriada (ex. rolar a bola, mover o carrinho, etc.). Em
seguida dê-lhe o objecto e faça com que ele repita a acção. Ajude-o apenas se
precisar. Após ter copiado a acção com sucesso, ponha de lado o objecto e
seleccione outro da taça. Repita o procedimento até o saco ou a taça estar vazio.
13 - IMITAR OS SONS DE OBJECTOS
Imitação, vocal
Imitação, motricidade
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Melhorar a articulação e aumentar a atenção aos movimentos dos lábios
Objectivo: Imitar com sucesso os sons associados a 3 brinquedos ou objectos comuns
Materiais: 3 brinquedos comuns ou objectos de casa com sons diferentes (ex.: relógio,
campainha, carro de brincar)
Procedimento:
Coloque os 3 objectos num dos lados da mesa onde o João possa ver
exactamente em quantas partes se divide a tarefa. Tire um dos objectos e emita o
som geralmente associado a este objecto. Se este tiver uma acção particular,
combine o som e o movimento. Assegure-se que o João está a olhar para si e
repita o som. Então dê-lhe o objecto e toque-lhe nos lábios para indicar que ele
deve reproduzir esse som. Não se preocupe se ele não reproduz o som de forma
exacta. Após ele ter imitado o som associado ao 1º objecto, coloque o item na
outra parte da mesa e repita o procedimento com outro objecto. Continue a
actividade até usar os 3 objectos.
Exemplos de objectos que podem ser associados com sons:
a) relógio- “tic-tac”
b) campainha- “Turim”
c) carrinho- “pó-pó”
d) comboio- “uu-uu”.
14 – DESENHAR LINHAS HORIZONTAIS, POR IMITAÇÃO
Imitação, motricidade
Coordenação óculo-manual
Meta: Imitar o professor, no que respeita o uso de materiais, ganhar prática em
controlar um lápis, desenvolver a compreensão dos passos que envolvem uma
tarefa
Objectivo: Desenhar 3 linhas horizontais imitando
Materiais: 3 lápis, 3 folhas de papel, 2 tabuleiros
Procedimento:
Coloque 3 lápis num tabuleiro, próximo de 3 folhas de papel. Coloque o tabuleiro
vazio no outro extremo da mesa. Tire uma folha do tabuleiro e um lápis e mostre o
João como desenhar uma linha horizontal no papel. Dê ênfase à linha através de
um movimento exagerado e com um som qualquer, por exemplo: “Zip Zip”. Em
seguida coloque-lhe o lápis na mão e ajude-o a fazer uma linha horizontal.
Enfatize a rapidez do movimento. Não o deixe rabiscar. Quando ele tiver feito a
marca com o 1º lápis, coloque-o no tabuleiro vazio (correspondente às actividades
terminadas) e tire um outro lápis (ver figura). Repita o procedimento usando uma
folha nova. Retire gradualmente a sua ajuda, à medida que ele for conseguindo
realizar a tarefa sozinho. Quando todos os lápis estiverem no tabuleiro das
actividades terminadas, o exercício está completo.
15 – IMITAR MOVIMENTOS DAS MÃOS
Imitação, motricidade
Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Melhorar a imitação de movimentos simples das mãos
Objectivo: Imitar movimentos simples das mãos tais como bater palmas
Materiais: Contas, fio
Procedimento:
Uma vez que sabemos que o João gosta de enfiar contas, vamos usar essa
capacidade para trabalhar outra aptidão. Dê-lhe o fio e a conta e deixe-o enfiar.
Para as contas seguintes, faça com que o João bata as mãos imitando o professor
antes de este lhe dar a conta. No início é provável que tenha de bater as suas
mãos e guiar as mãos dele para que consiga bater as palmas. Quando ele se
acostumar à ideia de bater as mãos imitando o professor para obter outra conta,
mude a actividade de imitação para outra como por exemplo: bater na mesa ou
nas mãos do professor. Usando as contas como factor de motivação, será mais
provável que o João preste atenção ao que lhe é proposto e fazer o que for
necessário para conseguir outra conta.

16 – IMITAR COM PLASTICINA


Imitação, motricidade
Motricidade fina,. manipulação
Meta: Aumentar a atenção ao uso de materiais por parte do professor e desenvolver
controle do movimento das mãos
Objectivo: Imitar movimentos simples envolvendo plasticina
Materiais: Plasticina
Procedimento:
Divida a plasticina em 4 bocados iguais. Coloque as 4 peças de um lado da mesa,
onde o João possa vê-las. Dê-lhe, em seguida uma peça enquanto fica com uma
peça para si. Assegure-se de que ele está a olhar para si e molde a plasticina em
forma de salsicha. Enquanto está a moldar a plasticina diga-lhe: “ Olha, faz tu.”.
Se ele não a tenta imitar ou se ele não usa um movimento de rolar a plasticina,
use a sua outra mão para fazer com que ele use o movimento adequado. Assim
que ele começar a usar a plasticina sozinho, recompense-o e coloque as duas
peças já usadas no outro lado da mesa. Repita o procedimento com as duas
peças restantes mas desta vez faça com que ele a imite a pressionar a plasticina
como se fosse uma panqueca. Após ele ter imitado essa actividade, coloque as
duas peças achatadas junto das duas primeiras e a actividade termina. Repita a
actividade muitas vezes e, à medida que ele fica com mais perícia, use mais
peças de plasticina e alterne os dois movimentos.
17 – TOCAR DUAS PARTES DO CORPO POR IMITAÇÃO
Imitação, motricidade
Motricidade global,. braços
Motricidade fina, coordenação de duas mãos
Meta: Aumentar a atenção e desenvolver aptidões de imitação mais avançadas
Objectivo: Imitar uma série de 3 acções envolvendo o toque simultâneo de duas partes
diferentes do corpo
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque o João, de pé, voltada para si e assegure-se que está a olhar para si.
Toque uma parte diferente do corpo com cada mão, por exemplo: coloque uma
mão em cima da cabeça e a outra na barriga. Exagere o movimento no sentido de
se assegurar que ele está a prestar atenção ao que está a fazer. Indique-lhe que
tem de a imitar. Diga-lhe “Faz tu.” e repita o movimento. Mantenha a posição para
que ele tenha continuamente um modelo para imitar. Se ele não fizer nenhum
esforço para imitar, coloque-lhe as mãos em posição. Se tentar imitar mas tem
dificuldade em realizar as duas acções, repita os dois movimentos e exagerando-
os diga “Cabeça e barriga.”.

18 – IMITAR EXERCÍCIOS COM O QUEIXO


Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências orais motoras necessárias ao desenvolvimento da
linguagem
Objectivo: Desenvolver uma série de movimentos do queixo e da língua imitando o
professor
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se de frente para o João e diga “Faz como eu.”. Faça os seguintes
movimentos para que ele os imite:
a) Abra e feche a boca, batendo os dentes.
b) Fixe a cabeça e mova o queixo para a esquerda e depois para a
direita.
Provavelmente, necessitará da sua ajuda, por isso esteja preparada
para lhe mover o queixo com a sua mão.
c) Faça um movimento exagerado como se estivesse a mastigar e faça
com que ele o imite.
d) Deite a língua de fora, coloque-o dentro da boca, mova-a para a
esquerda e para a direita.
Como recompensa pela imitação, dê-lhe pedacinhos de comida difíceis de
mastigar, mas que sejam agradáveis (pastilhas, gomas, etc.).
19 – IMITAR O USO DE MATERIAIS
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a imitação do uso de materiais.
Objectivo: Imitar de forma apropriada o uso variado de materiais comuns.
Materiais: Colher de madeira, tacho, bola, chave
Procedimento:
Sente-se em frente o João com os 4 objectos de um lado da mesa. Tire um objecto
e certifique-se que ele está a olhar e demonstre a utilidade que esse objecto tem.
Em seguida peça-lhe para imitar a sua acção, com a sua ajuda se necessário.
Substitua o objecto e repita o procedimento com o segundo objecto. Use o mesmo
objecto de formas diferentes e assegure-se que ele copia a acção que está a
demonstrar neste momento e não uma outra acção demonstrada com o mesmo
objecto. Evite escolher os objectos de formas previsível. Pode inclusive, usar o
mesmo objecto duas vezes seguidas com diferentes acções mas lembre-se de
guardar os objectos com os outros, mesmo que pretenda demonstrá-lo novamente.
Exemplo de uma rotina:
a) Lançar a bola.
b) Bater no pote com a colher.
c) Rolar a bola.
d) Achatar a chave.
e) Mexer no pote com a colher.
f) Rodar a chave.
g) Atirar a bola ao ar.

20 – IMITAR BRINCADEIRAS COM BONECOS


Imitação, motricidade
Social, interacção individual
Meta: Aprender aptidões de jogo através da imitação
Objectivo: Imitar sérias de acções simples envolvendo bonecas
Materiais: 2 bonecos ou peluches, 2 toalhas pequenas, 2 lenços, 2 colheres pequenas, 2
chávenas pequenas, 2 caixas pequenas
Procedimento:
Sente-se com o João numa mesa, numa cama ou noutro sítio confortável. Dê-lhe
cada um dos objectos acima mencionados incluindo uma boneca e guarde um
conjunto para si. A professora coloca a sua boneca à sua frente e pede ao João
para fazer o mesmo. Só o ajude se ele parecer confuso. Coloque a boneca na caixa
e ponha a toalha por cima como se fosse deitá-la. Ajude o João a fazer o mesmo
com a boneca dele. Repita o procedimento com o lenço para limpar o nariz da
boneca. Use as colheres para alimentar a boneca e a chávena para lhe dar de
beber.
21 – IMITAR SONS DE ANIMAIS
Imitação, vocal
Desempenho verbal, vocalização
Meta: Melhorar a articulação, atenção e imitação dos movimentos da boca
Objectivo: Imitar os sons de 5 animais
Materiais: Animais de brincar ou desenhos de animais com sons distintos
Procedimento:
Faça com que o João se sente do outro lado da mesa com 5 animais ou figuras de
animais de um lado da mesa. Tire um dos animais e mostre-lho. Faça os sons
associado com cada animal assegurando-se que ele está a olhar para a sua boca.
Exagere o som e faça os movimentos da boca de forma clara e distinta. Faça com
que ele toque na sua boca enquanto faz o som. Dê-lhe o animal e encoraje-o a
emitir o som em questão. Recompense-o por tentar imitar e ajude-o com os
movimentos da boca. Animais adequados para trabalhar esta competência
incluem o cão, o gato, o carneiro, a vaca e a abelha.

22 – JOGOS MUSICAIS COM AS MÃOS


Imitação, motricidade
Motricidade fina, movimentos das mãos
Meta: Copiar os movimentos das mãos e posições durante as canções
Objectivo: Abrir e fechar os punhos imitando o adulto. Colocar as mãos no colo, na
cabeça e atrás das costas imitando
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma melodia simples, que possa ser repetida muitas vezes, para cantar à
medida que vai cantando:
“ Abre…fecha….abre…fecha,
bate as palmas, palmas, palmas.
Abre…fecha…abre…fecha.
Põe as mãos no colo, colo, colo”
As variações podem incluir “Pôr atrás das costas.”, e “Pôr na cabeça.”. Este é um
tipo de jogo musical que é frequentemente jogado nas escolas. É necessário que
a professora se sente numa cadeira, de frente para o João e, muito lentamente,
começar a cantar e a demonstrar a primeira linha da canção. Ajude-o a mover as
suas mãos imediatamente após ter feito a acção para que ele entenda que é
necessário fazer a mesma coisa. Somente após ele ter começado a compreender
o que se espera dele é que se deve acelerar o ritmo da canção.
23 – IMITAÇÃO AVANÇADA COM PLASTICINA
Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Imitação, vocal
Meta: Aprender a aumentar a atenção aos movimentos do professor e desenvolver
força nos dedos
Objectivo: Imitar a construção de três figuras simples feitas com plasticina
Materiais: Plasticina
Procedimento:
Coloque 6 pedaços médios de plasticina na mesa. Coloque 3 em frente ao João e
guarde 3 para si. Com uma peça faça um objecto simples familiar ao João, como
por exemplo: uma taça, (ver figura). Faça com que a criança imite a sua
construção. À medida que vai fazendo a sua taça diga-lhe “Faz como eu.”. É
provável que tenha de lhe dirigir as mãos inicialmente mas, em seguida, continue
a moldar a sua taça para que ele tenha um modelo para imitar. Quando o João
tentar imitar a construção coloque de lado as duas supostas taças e recompense-
o. Siga o mesmo procedimento com os restantes pedaços de plasticina. Diga-lhe
o nome do objecto em questão de forma repetida e encoraje-o a imitar. Se ele
demonstrar dificuldade é bom ter uma terceira pessoa a ajudá-lo para que o
professor continue a moldar o objecto sem interrupções.
24 – IMITAR MOVIMENTOS DE ANIMAIS
Imitação, motricidade
Motricidade global
Meta: Melhorar a imitação motora mais complexa e encorajar a imitação de memória
Objectivo: Imitar os movimentos de 3 animais
Materiais: 3 animais de peluche ou 3 figuras de animais (usar apenas animais com
movimentos distintos tais como um pássaro, um coelho ou um elefante)
Procedimento:
Encontre uma área espaçosa em que não haja a possibilidade do João tropeçar
em móveis. Mostre-lhe um dos animais e deixe os outros num sítio visível para
que ele possa aperceber-se de que a tarefa tem uma sequência. Mostre-lhe, por
exemplo, o pássaro e diga “Olha, o pássaro. O pássaro voa.”. Bata os braços
como se estivesse a voar e diga “Um pássaro voa.”. Tente fazer com que ele a
imite por uns segundos, mas de início é provável que o tenha de ajudar a fazer os
movimentos. Repita a actividade com os outros dois animais. Quando o João tiver
feito a actividade algumas vezes deve começar a conseguir ligar o nome à figura e
à actividade a realizar. Quando ele conseguir imitar estas acções com facilidade,
mostre-lhe um dos animais, mas hesite alguns segundos para ver se ele se
antecipa nos movimentos. Se ele parecer confuso devido ao facto da professora
não antecipar os movimentos, continue a actividade de imitação por mais algumas
sessões. É importante não ir depressa demais uma vez que o João pode não
estar à vontade com a tarefa.
25 – JOGO DA ESTÁTUA
Imitação, motricidade
Motricidade global
Meta: Melhorar a motricidade global
Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições
Materiais: Figuras de pessoas em várias posições
Procedimento:
Mostre a imagem de uma pessoa de pé e assuma essa posição, ajudando o João
assumir essa posição. Se possível, uma terceira pessoa ajudará o João a
posicionar os seus braços e pernas de forma a que ele possa estar sempre a
olhar para o modelo. Comece com diferentes posições para que ele não tenha
receio de perder o equilíbrio. Assim que as suas capacidades aumentem, faça
com que ele imite posições mais complicadas (ver figura).

26 – IMITAR ACÇÕES COM DUAS ETAPAS


Imitação, motricidade
Motricidade global
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Melhorar a atenção, imitar as acções de outra pessoa e memorizar uma
sequência
Objectivo: Imitar pessoas ou bonecos em diferentes posições
Materiais: Figuras de pessoas em várias posições.
Procedimento:
Assegure-se que o João está a prestar atenção e desempenhe uma acção com
uma sequência de duas etapas. Assegure-se de que o João consegue
desempenhar cada movimento da rotina. Após lhe ter demonstrado a sequência
da acção acompanhe-o na sua execução e recompense-o. Em seguida, faça com
que ele desempenhe as acções pretendidas sozinho. Se ele desempenhar apenas
uma parte da sequência ou se entender a ordem de forma errada, guie-o através
das actividades novamente e depois recompense-o.
Exemplo de sequências com duas etapas:
a) Tocar a porta e em seguida andar à volta da mesa
b) Fechar a porta e sentar-se numa cadeira específica
c) Bater na mesa e depois bater na porta
d) Sentar-se numa cadeira e depois correr para a porta
27 – IMITAR MUDANÇAS DE SOM (VELOCIDADE E VOLUME)
Imitação, motricidade
Percepção, audição
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a atenção e desenvolver conceitos de imitação de alto/baixo e
devagar/depressa
Objectivo: Imitar mudanças de velocidade e volume de um padrão enquanto bate com
uma colher numa panela
Materiais: 2 colheres , duas panelas
Procedimento:
Sente-se com o João à mesa, coloque uma panela e uma colher à sua frente e
guarde uma de cada para si. Comece a bater com a colher na panela a um ritmo
regular e moderado. Faça com que ele imite as suas batidas. Ajude-o a começar
se necessário, mas tente ajudar o menos possível. Tente bater na sua panela ao
ritmo dele. Quando os vossos ritmos estiverem quase iguais, comece a bater na
sua panela a um ritmo mais veloz (assegure-se que a mudança de ritmo seja
nítida). Se o João não aumentar o seu ritmo para igualar-se ao seu, use a sua
outra mão para o guiar para o ritmo pretendido. Diga: “Bate mais depressa, João.”.
Quando ele aumentar o ritmo, mesmo que seja com a sua assistência, diminua
novamente o ritmo e veja se ele a imita. Repita a actividade muita vezes até ele
conseguir prestar atenção à velocidade das suas batidas e ao padrão aproximado.
Quando o João conseguir imitar com sucesso a sua velocidade, use a mesma
estratégia para lhe ensinar a prestar atenção ao volume.
PERCEPÇÃO

Muitos dos problemas de aprendizagem e do comportamento manifesto por


crianças com autismo resultam da percepção desordenada ou do processamento
deficitário da informação sensorial. Estas dificuldades podem envolver muitas
modalidades de combinação dos nossos sentidos, como audição, visão, tacto, olfacto
e gosto. Um dos problemas mais comuns nas crianças com autismo é a sua
incapacidade de integrar as diferentes modalidades de informação sensorial de forma
a conseguir uma imagem correcta do seu meio.
Os problemas de percepção de cada criança com autismo variam de caso para
caso. Uma criança pode parecer .não se aperceber de um som emitido perto dela,
mas. responder inadequadamente aos sons distantes do tráfego. Outras podem ter
preferência especial por um tipo de comida que não é usual, ou ficarem preocupadas
com o sabor ou o cheiro dos objectos. Algumas crianças com autismo podem ser
altamente responsivas a uma modalidade sensorial e não responder a outra
modalidade. O funcionamento pobre em qualquer modalidade sensorial pode causar
dificuldades adaptativas e as modalidades auditivas e visuais são, talvez, as mais
importantes por causa da sua associação com as funções cognitivas.
Hoje em dia, há uma grande preocupação com todas as outras áreas da
percepção e para isso os técnicos recorrem a outros técnicos especialistas nessas
mesmas áreas. Mas aqui, como nas outras áreas funcionais, é necessário para os
pais e professores incorporar um treino de percepção no programa individual da
criança. As capacidades de percepção têm de ser pensadas na criança com autismo
como outra área qualquer.
Seguidamente damos alguns exemplos de programas especiais de
aprendizagem focando essencialmente a percepção auditiva e visual que nos
parecem ser mais úteis para crianças de diferentes níveis de desenvolvimento.
28 – DESCOBRIR UM OBJECTO ESCONDIDO
Percepção, visual
Motricidade fina, agarrars
Meta: Aumentar a atenção a objectos e manter uma imagem visual na memória da
criança por breves períodos
Objectivo: Observar um objecto a ser coberto e manter o interesse nesse objecto por um
breve período de tempo enquanto está escondido e, em seguida descobri-lo
Materiais: Pedaço de pano pequeno, comida ou brinquedo favoritos
Procedimento:
Mostre ao João o brinquedo e deixe-o manipular por um breve período de tempo.
Em seguida tire-lhe o brinquedo e coloque-o no chão mesmo à sua frente. Deixe
cair o pano em cima do brinquedo imediatamente. Diga “Oh-Oh.”, e ajude-o a
puxar o pano com a mão. Fique contente quando o brinquedo for descoberto para
o encorajar a participar na actividade. Dê-lhe cada vez menos ajuda manual à
medida que se habitua ao jogo e começa a descobrir sozinho o objecto.

29 – TRAJECTÓRIA VISUAL
Percepção, visual
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a atenção visual
Objectivo: Observar a mão de uma pessoa de forma a verificar a colocação de um
objecto.
Materiais: 3 taças pequenas ou tabuleiros, pequenas recompensas alimentares
Procedimento:
Sente-se, na mesa, de frente paro João com os 3 tabuleiros entre vós. Distancie
os tabuleiros 20 cm entre elas. Segure uma pequena recompensa alimentar tal
como um pedaço de chocolate ou um pedaço de bolo e coloque-o no seu campo
de visão. Assim que ele olhar para a recompensa, coloque-o num dos tabuleiros.
Se ele não tirar o pedaço de bolo imediatamente, encoraje-o a fazê-lo e aponte
para o tabuleiro em questão. Se ele não mostrar interesse, guie-lhe a mão até ao
pedaço de bolo. Repita a actividade quantas vezes for necessária até ele começar
a prestar atenção ao movimento da sua mão e começar a tirar o doce sem ajuda.
30 – RECUPERAR OBJECTOS CAÍDOS
Percepção, visual
Motricidade fina, agarrar
Motricidade global, braço
Meta: Estimular a atenção visual para localizar um objecto
Objectivo: Observar um objecto cair, localizar a sua posição e baixar-se para o recuperar
Materiais: Uma taça pequena, 5 blocos coloridos
Procedimento:
Alinhe os 5 blocos na ponta da mesa e segure a taça no seu colo. Faça com que o
João se sente perto de si. Diga-lhe “Olha.” e, ao mesmo tempo, empurre um dos
objectos para fora da mesa. Actue como se estivesse surpresa. Aponte e diga-lhe
“ Olha, vai buscar.”. Se necessário ajude-o a localizar e a apanhar o bloco. Em
seguida, ajude-o a colocar o bloco dentro da taça que está no seu colo.
Imediatamente faça-lhe uma festa e elogie-o. Repita o procedimento com os 5
blocos. Em seguida diga-lhe “Acabou. Obrigado João” e dê-lhe um abraço e,
eventualmente, um pequeno lanche.

31 – ENCONTRAR UMA RECOMPENSA ESCONDIDA


Percepção, visual
Meta: Aumentar a atenção visual
Objectivo: Virar uma chávena para encontrar uma recompensa alimentar
Materiais: Chávena, pequenas recompensas alimentares (por exemplo rebuçados,
amendoins, uvas)
Procedimento:
Sente-se à mesa com o João à sua frente. Segure uma recompensa alimentar e
coloque-o no seu campo de visão. Chame-lhe a atenção: “Olha João.”. Assegure-
se que ele está a olhar e coloque a recompensa na mesa à sua frente.
Lentamente, coloque a chávena virada ao contrário em cima da recompensa. Em
seguida, segure-lhe a mão e ajude-o a tirar a chávena, fingindo-se surpresa
quando encontra o doce: “Olha João.”. Repita o procedimento com outra
recompensa mas encoraje-o e tirar a chávena sozinho. Continue a actividade até
ele perceber que tem de remover a chávena sem ajuda.
32 – RECONHECER SONS FAMILIARES
Percepção, audição
Realização cognitiva
Meta: Alertar para sons familiares e reconhecê-los como um meio de comunicação
que precede um acontecimento
Objectivo: Parar uma actividade quando uma campainha toca, olhar na direcção do som
e, de seguida, virar-se para um adulto
Materiais: Campainha
Procedimento:
Antes de iniciar as actividades de tomar banho ou andar de carro, toque a
campainha atrás do João e diga: “Banho.” ou “Carro.” à medida que o prepara
para o banho ou para andar de automóvel. Se ele não se vira quando a
campainha toca, coloque-se ao seu lado para que note o movimento visualmente.
Não o deixe ver o movimento da campainha a não ser que esteja certo de que ele
não se apercebe do som. À medida que se habitua com esta rotina, ele notará o
som com mais rapidez. Toque sempre a campainha antes destas duas actividades
e não use a campainha noutras ocasiões. Quando ele se habituar a estas
actividades comece a espaçar o som.

33 – ASSOCIAÇÃO AUDITIVA
Percepção, audição
Social, interacção individual.s
Meta: Aumentar a percepção auditiva
Objectivo: Associar dois sons diferentes , discriminar dois sons e antecipar a acção
associada com cada um dos sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha dois sons engraçados e combine-os com duas actividades engraçadas.
Por exemplo: pode optar por fazer-lhe cócegas e dizer “ti-ti-ti” ou bater palmas e
dizem “buuuum”. Lembre-se sempre de associar o mesmo som com a mesma
actividade. O João eventualmente associará os sons às actividades distintas.
Após ter repetido esta rotina muitas vezes, faça uma actividade sem a outra, isto
é, faça-lhe cócegas sem o som, para ver se ele se antecipa. Por exemplo: hesite
uns segundos antes de lhe fazer cócegas e diga “ti-ti-ti”. Verifique se ele se
antecipa. Diga “buum” e verifique se ele antecipa o gesto de bater as mãos.
34 – RECUPERAR OBJECTOS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar.
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)
Meta: Aumentar a atenção visual e a capacidade em discriminar objectos.
Objectivo: Pesquisar um espaço procurando um objecto desejado e recuperar esse
objecto sem se distrair com estímulos estranhos.
Materiais: Caixa média, 3 pares de objectos comuns ( por exemplo: sapatos, chávenas,
maçãs).
Procedimento:
Espalhe 3 objectos familiares em sítios visíveis da sala. Sente-se com o João num
local onde se possam ver os 3 objectos. Mostre-lhe um item idêntico a um dos
objectos espalhados. Por exemplo: segure um sapato e diga “Vai buscar o
sapato.”. Se ele tiver dificuldade em localizar o objecto, chame-lhe a atenção para
o mesmo apontando para a área onde ele se encontra. Se ele ainda mostrar
dificuldades, aponte directamente para o sapato. Como último recurso, dirija-lhe a
mão, mostre-lhe o sapato e diga “Vai buscar o sapato.” e encaminhe-o na
direcção do sapato. Coloque os dois sapatos no ponto de partida e, em seguida,
na caixa. Recompense-o assim que o par de objectos estiver na caixa, mesmo
que o tenha ajudado na tarefa.
Repita a actividade até que todos os itens se encontrem dentro da caixa. Se ele
tem desenvolvida capacidades adequadas de linguagem receptiva, use apenas
comandos verbais “Vai buscar o sapato.”, em vez de emparelhar os itens.
35 – JOGO DA CONCHA
Percepção, visual
Social, interacção individual.s
Meta: Aumentar a percepção visual e memória
Objectivo: Associar dois sons diferentes, discriminar dois sons e antecipar a acção
associada com cada um dos sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se à mesa e coloque o João à sua frente. Para a primeira parte da
actividade use 3 copos diferentes. Coloque-os ao contrário em cima da mesa e à
frente da criança. Chame-lhe a atenção “Olha João.“ e mostre-lhe uma pequena
recompensa alimentar (algo que ele goste), assegurando-se que esta se encontra
dentro do seu campo de visão. Quando tiver a certeza que ele está a prestar
atenção à sua mão, esconda a recompensa debaixo de um dos copos. Não os
mova nem os troque de posição. Diga-lhe “Tira o bolo.” (bombom, rebuçado, etc.)
e aponte para os copos para que ele entenda que deve procurar a recompensa.
Se ele parecer confuso, guie a sua mão para levantar o copo apropriado. Aja
como se estivesse contente por achar a recompensa, elogie-o e dê-lhe a
recompensa. Quando ele conseguir encontrar a recompensa debaixo de 3 copos
diferentes, repita o procedimento usando 3 copos iguais. Quando conseguir
encontrar a recompensa usando 3 copos iguais, repita o procedimento, usando
apenas 2 copos, mas troque a sua posição após ter colocado a recompensa
debaixo de um delas. Lembre-se sempre de assegurar que o João está a prestar
atenção ao movimento da sua mão-
36 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual e colocar objectos num local específico
Objectivo: Dispor 4 blocos segundo um padrão pré- estabelecido
Materiais: 4 blocos, cartões ou papel branco, marcadores
Procedimento:
Faça um número de folhas de trabalho de cartão, cartolina ou papel, executando o
traçado exterior de um quadrado e, dentro desse quadrado, desenhe 4 quadrados
dispostos de formas variadas tal como é mostrado na figura. Coloque uma das
folhas em frente do João e dê-lhe um bloco dizendo-lhe “Põe em cima.” ou. ”Põe
na casinha.”. Dirija a mão do João para colocar o objecto no sítio indicado,
recompense-o imediatamente e repita o procedimento até os 4 blocos estarem
nos devidos sítios. Repita o procedimento com uma segunda cartolina, mas no
quarto bloco diga-lhe “Põe na casinha.” (ou outra expressão que tenha decidido
adoptar) sem apontar o sítio indicado. Verifique se ele procura o quadrado que
falta preencher. Reduza gradualmente a sua ajuda de forma a que, para o final,
não necessite de apontar.
37 – DISCRIMINAR DESENHOS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar competências visuais e de emparelhar
Objectivo: Emparelhar pares idênticos de desenhos simples
Materiais: Papel, marcadores ou lápis
Procedimento:
Use marcadores grossos para fazer desenhos simples mas cheios (ver figura).
Coloque apenas um desenho por folha mas faça em duplicado. Coloque um
conjunto de desenhos em frente do João de forma a que ele os veja a todos ao
mesmo tempo. Guarde, no seu colo, os desenhos que combinam com os que
estão expostos. Dê-lhe um dos desenhos que tem no colo e diga-lhe “Procura o
desenho igual.”. Segure-lhe a mão e dirija-a aos desenhos que estão expostos. Se
o desenho não for igual, diga-lhe “Não é igual.” e compare-o com os cartões
seguintes. Quando encontrar o desenho igual, diga-lhe “Este é igual.” e coloque
os dois cartões lado a lado, assegurando-se que o João está a ver enquanto
compara os desenhos. Repita o procedimento até todos os desenhos estarem
emparelhados. No início não use mais que 3 desenhos por conjunto, mas,
gradualmente, aumente o número e complexidade dos desenhos à medida que as
suas capacidades aumentam.
38 – DISCRIMINAR OBJECTOS QUE PRODUZEM SONS
Percepção, audição
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a percepção auditiva
Objectivo: Emparelhar os sons de diversos objectos
Materiais: 3 pares de objectos que produzam som (castanholas, sino, campainha, boneco
de apertar, apito, etc.)
Procedimento:
Sente-se com o João numa mesa. Coloque 2 objectos diferentes na mesa, à sua
frente, guarde 2 objectos iguais para si e coloque-os à sua frente. Use um deles
de forma apropriada e, de seguida, segure a mão do João e ajude-o a usar o
objecto igual por forma a produzir o mesmo som. Coloque-o no mesmo lugar e
repita o procedimento com o segundo objecto. Coloque-o no seu lugar original
(em cima da mesa). Volte a produzir som com o 1º objecto e encoraje-o usar o
seu. Verifique se ele escolhe o objecto correcto. Se ele não o faz, pare-a e guie-
lhe as mãos para aquela que está certo. Repita o procedimento, alternando entre
os dois objectos. Quando o João conseguir escolher o objecto produtor de som
correctamente e de forma consistente, comece a variar o padrão de escolha de
forma a não alternar entre os dois (por exemplo: escolha duas vezes o 1º e uma
vez o segundo, etc..).
Finalmente coloque os seus objectos numa caixa atrás das costas. Escolha um
deles e produza um som de forma a que o João não consiga ver qual está a usar.
Faça com que ele escolha o objecto correcto e emita o som apropriado. À medida
que vai adquirindo mais competências, aumente o números de objectos de som
mas assegure-se sempre que cada um delas produz um som distinto.
39 – CAIXA DE ENCAIXES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar.
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a procura visual, emparelhar, coordenação óculo-manual
Objectivo: Inserir 3 objectos numa caixa de encaixes simples
Materiais: Caixa de sapatos, 3 itens de vários tamanhos e formas ( por exemplo: uma
conta, 2 blocos diferentes)
Procedimento:
Corte o formato de 3 objectos simples na tampa da caixa de sapatos. Assegure-se
que os objectos podem ser introduzidos nesses espaços sem dificuldade.
Demonstre ao João como colocar o objecto no sítio correcto e insira o objecto na
caixa. Dê-lhe um segundo objecto. Se ele parecer confuso, guie a sua mão no
sentido de ele conseguir colocar o objecto correctamente: dirija a sua mão para o
orifício. Se não couber diga “Não.” e mova a mão para o orifício seguinte. Quando
encontrar o sítio correcto diga “Sim.” e ajude-o a inserir o objecto.
Repita o procedimento até o João conseguir colocar todos os objectos
sem assistência. Quando esta caixa se tornar fácil para ele, construa
uma mais difícil com diferentes objectos.

40 – COPIAR PADRÕES COM BLOCOS


Percepção, visual
Imitação, motor
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a capacidade de perceber diferenças em desenhos e Imitar o uso de
materiais para copiar esses desenhos
Objectivo: Dispor 5 blocos de forma a imitar a disposição dada pelo professor
Materiais: 10 blocos
Procedimento:
Sente-se com o João na mesa e coloque à sua frente 5 blocos, guardando 5 para
si. Diga-lhe “Olha João.“ e disponha os seus blocos de uma forma distinta (ver
figura), assegurando-se que ele está a prestar atenção à forma como dispõe os
cubos ou blocos. Aponte para os blocos que ele tem à frente e diga “ Faz tu”. De
início terá de lhe guiar as mãos para que ele consiga colocar os cubos de forma
apropriada. Repita o procedimento com 3 padrões diferentes por sessão. Reduza
a sua assistência assim que ele começar a copiar os desenhos sozinho.
Recompense-o cada vez que conseguir copiar correctamente a disposição dos
cubos da professora.

41 – ESCOLHER FORMAS
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar a atenção visual e competências de emparelhar
Objectivo: Escolher 3 formas diferentes
Materiais: Papel grosso colorido
Procedimento:
Corte vários triângulos, quadrados e círculos, assegurando-se que cada forma é
do mesmo tamanho e cor. Coloque um exemplar de cada um em frente ao João.
Dê-lhe as outras formas, uma de cada vez, e peça-lhe para as colocar no conjunto
apropriado. Se ele parecer confuso, guie a sua mão para emparelhar as formas de
maneira correcta, dizendo “É esta.” ou “Não é esta.”. Além disso, vá nomeando as
formas à medida que as tenta colocar no sítio correcto. O João poderá não
entender os nomes, de início, mas habituar-se-á a ouvir diferenças nos sons
desses nomes.

42 – DISCRIMINAR TAMANHOS E FORMAS


Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aumentar a atenção visual e as competências de emparelhar
Objectivo: Emparelhar formas ou diferentes tamanhos
Materiais: Papel, cartão cola, tesouras
Procedimento:
Corte pares de quadrados, triângulos, círculos e rectângulos de diferentes
tamanhos. Assegure-se que todas as formas são da mesma cor. Cole um dos
conjuntos numa cartolina e guarde as formas correspondentes (ver figura).
Coloque a cartolina em frente do João, dê-lhe uma das formas e faça com que ele
procure a figura correspondente. Se ele parecer confuso, mostre-lhe como colocar
a figura no sítio correcto, comparando-a com as figuras da cartolina, uma a uma.
Repita o procedimento, até todas as formas terem sido colocadas.
43 – PUZZLES – I
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual e a percepção da forma
Objectivo: Observar a mão do professor, tirar uma peça do puzzle da sua mão e
emparelhá-la com o local apropriado do puzzle
Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças
Procedimento:
Retire todas as peças do puzzle e coloque o encaixe em frente do João. Guarde
as peças no seu colo onde ele não as possa ver. Coloque uma das peças no seu
campo de visão e diga “Olha.”. Assegure-se de que ele está a olhar para a peça,
coloque-o na mão frente do João e ajude-o rodar até que ele a consiga colocar no
encaixe. Repita o procedimento com as outras peças, retirando a assistência
manual de forma gradual, à medida que ele começa a conseguir desempenhar
essa actividade sozinho. Recompense-o de cada vez que ele conseguir colocar
correctamente as peças. Se ele tem dificuldade em colocar a peça no encaixe, dê-
lhe toda a assistência possível antes dele se mostrar frustrado. O objectivo da
tarefa é simplesmente encaixar as peças nos locais certos. Assegure-se que lhe
mostra a peça de diferentes locais de cada vez que ele tiver que visualizar a sua
mão.

44 – PUZZLES – 2
Percepção, visual
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a percepção visual
Objectivo: Observar a mão do professor e colocar as peças no local apropriado do puzzle
Materiais: Um puzzle simples de 3 ou 4 peças
Procedimento:
Retire as peças do puzzle e espalhe-as de forma que fiquem ao seu lado. Diga “
Olha João.” e aponte para uma das peças. Quando ele olhar, diga-lhe para a
colocar. Se necessário, guie-lhe as mãos para que segure a peça, para que a
compare com os vários encaixes e para que a coloque no local apropriado. Se ele
tentar colocar outra que não a indicada por si, pare-a e dirija a atenção para a
peça correcta. Repita o procedimento até todas as peças estarem no puzzle. Uma
vez que isto é uma tarefa perceptiva primária, não se preocupe demasiado se ele
não conseguir colocar totalmente a peça no encaixe, mas recompense-o cada vez
que ele descubra o encaixe correcto.
45 – DISCRIMINAR CORES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a atenção visual, a discriminação da cor e a generalização da cor
Objectivo: Escolher um grupo de 8 objectos diferentes pela cor
Materiais: 8 objectos diferentes , 4 de uma tonalidade e 4 de outra (escolha cores
parecidas, o mais semelhante possível), 2 tabuleiros
Procedimento:

Coloque os dois tabuleiros em frente do João. Coloque um objecto num tabuleiro


e nomeie a cor; coloque outro objecto, de cor diferente, noutro tabuleiro e nomeie
a cor. Guarde os objectos no seu colo para que o João não se distraia. Dê-lhe os
objectos, um de cada vez, nomeando sempre a cor. Faça com que ele coloque
cada item no tabuleiro de acordo com a cor. Se ele colocar o objecto no tabuleiro
correcto, diga “Sim, é azul.” e recompense-o imediatamente. Continue o
procedimento até todos os objectos estarem colocados nos sítios correctos.
Quando ele demonstrar à vontade nesta tarefa, adicione uma terceira cor.
Lembre-se sempre de nomear a cor sempre que lhe dá uma peça para que se
habitue a percepcionar a diferença dos sons.

46 – COMBINAR CORES
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Melhorar a discriminação da cor, a atenção visual e as competências de
emparelhar
Objectivo: Combinar blocos coloridos com papel colorido semelhante
materiais: Blocos coloridos, papel a combinar
Procedimento:

Coloque 2 quadrados diferentes e coloridos numa folha de papel branco. Guarde


os blocos coloridos no seu colo. Dê ao João um dos blocos diga-lhe para ele
procurar o da mesma cor. Se necessário, guie-lhe a mão. Então, ajude-o a colocar
o segundo bloco no segundo quadrado de papel da mesma cor. Elogie-o
imediatamente. Repita o procedimento com os mesmos materiais mas não lhe
guie a mão. Se ele tentar colocar um bloco em cima de um quadrado de cor
diferente diga “Não.” e guie a mão para o quadrado apropriado. Repita o
procedimento até que ele consiga colocar os blocos nos quadrados correctos,
sem assistência. à medida que a tarefa começa a ficar fácil para ele, introduza
blocos e quadrados de papel de outra cor diferente.
47 – PERCEPÇÃO DE SONS
Percepção, audição
Imitação, motricidade
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a percepção auditiva
Objectivo: Perceber um número de sons diferentes e imitar esse sons
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se à mesa e coloque o João na sua frente. Chame-lhe a atenção dizendo o
seu nome e bata imediatamente com os nós dos dedos na mesa. Faça uma
pequena pausa entre cada batida de forma que os sons sejam distintos. Encoraje-
o a fazer o mesmo e guie a sua mão para bater na mesa duas vezes. Elogie-o e
recompense-o imediatamente. Repita o procedimento, mas desta vez bata duas
vezes. Ajude-o novamente a bater três vezes e recompense-o. Finalmente bata
apenas uma vez e ajude-o mais uma vez. À quarta vez, bata novamente duas
vezes mas não o ajude. Se ele tentar bater mais ou menos vezes diga “Não.” e
bata duas vezes. Ajude-o a bater duas vezes. Repita o procedimento até o João
conseguir copiar, de forma consistente, o número de vezes que o professor bateu.
Quando ele se habituar à tarefa, bata no topo da mesa para que ele possa apenas
ouvir as diferentes batidas que deveria realizar. Se ele parecer confuso, aponte
para a sua orelha (da professora) e, de seguida, toque a do João e bata
novamente.
48 – JOGO DE DOMINÓ
Percepção, visual
Social, interacção individual
Meta: Jogar dominós com outra pessoa
Objectivo: Emparelhar conjuntos e esperar a sua vez
Materiais: Conjuntos de dominós e conjuntos de cartas pintadas com os padrões dos
dominós.
Procedimento:
Coloque as cartas numa linha, na mesa (ver figura A). Dê ao João, uma carta de
cada vez para colocar na pilha correcta (colocar as cartas com duas pintas juntas,
com quatro pintas, etc..). Não lhe peça para contar as pintas pois o objectivo é
fazer com que ele reconheça visualmente cada conjunto. Quando ele conseguir
realizar essa tarefa sem dificuldade, mostre-lhe que cada carta é como uma das
metades duma peça de dominó. Pratique esse emparelhar com uma carta e com
uma metade duma peça de dominó (ver figura B). Quando o João conseguir
realizar esta actividade com diferentes peças, é altura de iniciar um jogo do
mesmo género, em que joga ele e a professora, um de cada vez. Coloque 6
dominós num tabuleiro. Os jogadores tiram um dominó do tabuleiro e verificam se
combinam com as cartas que estão dispostas na mesa. Se tal não acontece, os
jogadores podem tirar um dominó extra da pilha. Não se joga por competição ou
para contar pontos. Este jogo serve apenas para combinar conjuntos e para
aprender a jogar por turnos.
49 – COPIAR A SEQUÊNCIA DE UM DESENHO
Percepção, visual
Motricidade fina, manipulação
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Reconhecer uma sequência e copiá-la
Objectivo: Copiar uma sequência de cortes de papel, trabalhar da esquerda para a direita
Materiais: Papel colorido cortados em várias formas (rodas pretas de 3 cm, rectângulos e
quadrados, dois de cada tamanho), papel branco com duas linhas desenhadas
(ver figura)
Procedimento:
Mostrar a folha de trabalho ao João apontando para o semáforo desenhado à
esquerda. Dizer-lhe “Olha, vou fazer uma fila com carros parados no semáforo.”
(ou outra expressão mais simples). Junte as rodas e os quadrados e as rodas
para formar uma linha com 3 carros. Peça ao João para repetir “Primeiro o carro
vermelho e grande, depois o carro azul e por fim o verde comprido”. Agora, peça-
lhe para, na linha de baixo, fazer uma linha de carros iguais à que fez. Após ele
ter juntados as peças correctamente, peça-lhe para as passar para o papel. No
dia seguinte, use um tema diferente mas ainda com uma sequência de 3 objectos
(exemplo: caixas grandes, médias e pequenas debaixo de uma arvore de Natal,
etc.). Assegure-se que o João trabalha sempre da esquerda para a direita.
Quando verificar que ele entende a sequência, faça com que ele copie sequências
de formas e cores que não são representativas de objectos concretos.
50 – LEITURA GLOBAL
Percepção, visual
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Ler globalmente 5-10 palavras
Objectivo: Emparelhar a palavra escrita com o objecto e dizer a palavra.
Materiais: Cartões, fita cola, palavras escritas
Procedimento:
Coloque as palavras nos cartões e faça 5 cópias de cada palavra. Primeiro,
ensine o João a emparelhar as palavras para ter a certeza de que ele sabe que
são as mesmas (ver figura). Agora cole, com fita cola, a palavra ao objecto em
questão (cole a palavra “mesa” no objecto “mesa”, etc. ). Sente o João na cadeira,
segure o cartão e pergunte “O que diz neste cartão?”. Se ele não souber, diga-lhe
e peça-lhe para colocar o cartão no objecto real. Quando ele o fizer, tranquilize-a
dizendo “ Sim, isso diz...” (nome do objecto). De seguida, peça-lhe para repetir a
palavra. Continue com este jogo diariamente, dando-lhe ajuda assim que ele
hesitar. Quando vir que ele se lembra das palavras, teste-o, removendo os cartões
previamente colados ao objecto e veja se ele ainda consegue ler os cartões e
apontar ou colocar o rótulo no objecto. Se o João conseguir lembrar-se das
palavras por uma semana, sem ajuda do objecto real, então tente ensinar-lhe
mais algumas. Ensine-lhe palavras que lhe sejam úteis mais tarde quando lhe
quiser dar instruções tais como “Apaga a luz.” ou “Coloca aqui a roupa suja.”.
MOTRICIDADE GLOBAL

O desenvolvimento das competências de motricidade global é uma parte


importante de qualquer programa pedagógico infantil. Apesar destas capacidades nas
crianças com autismo e nas crianças com perturbações de desenvolvimento se
desenvolverem normalmente, na maioria dos casos, é sempre necessário ensinar
novas competências usando as mesmas técnicas. A energia, a força e a agilidade de
uma criança com autismo pode estar mais desenvolvida do que a sua compreensão
verbal ou social. Implementando um programa para a motricidade global,
conjuntamente com o programa geral, podemos usar actividades divertidas que
apoiam a tomada de consciência do seu corpo e da sua relação com o meio.
Podemos também usar essas actividades no estabelecimento de limites
comportamentais e sociais apropriados, e no desenvolvimento de competências em
quase todas as áreas de funcionamento. A hiperactividade demonstrada por algumas
crianças com autismo, pode ser gerida mais eficazmente no contexto de um programa
de motricidade global.
Existe um número cada vez maior de sistemas escolares que utilizam
terapeutas em currículos realizados para o desenvolvimento de motricidade global.
Pensamos, no entanto, que é importante que sejam os pais e professores a
desenvolver esta área e que consultem os terapeutas de motricidade apenas quando
for necessário. Professores e pais estão em melhor posição para integrar essas
actividades estruturadas na sala de aula e em casa.
Os problemas mais comuns das crianças com autismo, no que respeita a
motricidade global, são:
1. falta de energia e força muscular
2. fraco controle do equilíbrio
3. falta de jeito para contornar obstáculos
4. fraco controle na força e na velocidade
5. dificuldade em organizar o corpo todo numa acção motora
única.
51 – BATER AS PALMAS
Motricidade global, braços
Meta: Aumentar a coordenação bilateral de movimentos
Objectivo: Bater as mãos na linha média
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente a criança no seu colo, de frente para si. Bata as palmas devagar enquanto
vai cantando uma melodia simples e vai dizendo com ritmo “Palminhas,
palminhas, João.”. Então faça-lhe cócegas devagar de forma a que ele goste. De
seguida, segure-lhe nas mãos e ajude-o a bater palmas enquanto repete a
canção. Faça-lhe cócegas mais uma vez. à medida que ele se habitua ao jogo,
reduza gradualmente a ajuda, segurando-lhe os pulsos, a seguir a parte inferior
dos braços e, finalmente, toque-lhe apenas nas mãos para lhe indicar que deve
começar a bater palmas.

52 – SENTAR-SE, SEM AJUDA


Motricidade global, corpo
Meta: Conseguir sentar-se sem ajuda
Objectivo: Voltar-se e usar os braços para impulsionar o movimento
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sempre que for brincar com o João ou movê-lo para outro local da casa, pratique
a rotina de sentá-lo em primeiro lugar em vez de, simplesmente, levantá-lo.
Enquanto ele estiver deitado coloque o braço direito do João ao seu lado. Então,
segure o seu braço esquerdo e empurre-o ligeiramente de forma a que o seu peso
fique sobre o braço direito. Enquanto continua a puxar para a frente, ajude o João
a levantar o cotovelo direito de forma a que a sua mão fique espalmada no chão
(servindo assim de suporte para que se levante). À medida que se vai habituando
à rotina, ajude-o cada vez menos de forma a que, quando a segurar no braço
esquerdo, ele se comece a impulsionar sem ajuda. Se seguir esta rotina cada vez
que o levantar, ele começará a antecipar os movimentos.
53 – PROCURAR UM OBJECTO
Motricidade global, braços
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a capacidade da criança de atender às suas necessidades sem ajuda
Objectivo: Procurar objectos e colocá-los ao nível dos Olhas
Materiais: Animal de peluche ou outro brinquedo
Procedimento:
Pendure por um fio um animal de peluche, por exemplo: numa porta e assegure-
se que o objecto fica à altura dos olhos do João, de forma a que ele possa chegar-
lhe facilmente. Diga-lhe “Mexe no boneco.” e recompense-o cada vez que ele se
esticar para o tocar. Quando ele tiver aprendido a esticar-se para apanhar o
brinquedo, coloque um brinquedo pequeno na ponta da mesa. Assegure-se que o
João vê o brinquedo e diga “Vai buscar o brinquedo.”. Quando ele retirar o
objecto, elogie-o e deixe-o brincar por alguns minutos. Repita o procedimento
várias vezes mas lembre-se que após esta actividade os objectos que estejam em
cima ou nas pontas das mesas não estarão a salvo. Assegure-se que objectos
que se possam partir ou sejam perigosos não sejam colocados nesses locais.

54 – APANHAR
Motricidade global, braços
Socialização, interacção individual
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)
Meta: Desenvolver competências motoras dos braços e interacção social apropriada
Objectivo: Jogar à apanhada com outra pessoa
Materiais: Bola tamanho médio
Procedimento:
Faça com que o João fique de frente para si, distanciada cerca de 30 cm. Faça
com que ele vire as palmas das mãos para cima e dê-lhe a bola. Então, coloque
as suas mãos da mesma maneira, e diga “Dá-me a bola.”, ou faça um gesto que
signifique dar a bola. Se ele não responder, repita as palavras ou gestos e tire-lhe
a bola. Elogie-o imediatamente, mesmo que tenha tido de lha tirar das mãos.
Repita o procedimento até que o João aprenda a lidar com a bola.
Distancie-se mais 30 cm dele e atire a bola devagar para que ele a apanhe. Não
se preocupe se, de início, ele não a conseguir apanhar. Simplesmente volte à
posição inicial, mas agora é o João que segura a bola. Diga-lhe “Dá a bola.” ou
faça um gesto apropriado para esse efeito. Se ele ficar confuso com a distância
adicional, mime a acção de atirar a bola. Continue a atirar a bola mesmo que ele
não a consiga apanhar, até que aprenda a fazê-lo. Elogie-o por atirar a bola de
forma apropriada mas, se a apanhar seja mais generosa com o elogio no sentido
de o deixar saber que conseguiu realizar algo de excepcional.
55 – PASSAR POR CIMA E FICAR EM CIMA DE OBSTÁCULOS
Motricidade global, braços
imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação e a confiança nas capacidades relacionadas com a
motricidade global
Objectivo: Passar por cima ou ficar em cima de diversos obstáculos
Materiais: Caixas de sapatos, banco, livro grande, pacotes do leite
Procedimento:
Disponha uma série de caixas de sapatos e pacotes de leite no chão. Mostre à
criança como passar por cima de cada obstáculo usando movimentos
exagerados. Em seguida, ajude-o a passar por cima mesmo que o tenha de
levantar ligeiramente, dizendo ao mesmo tempo “Por cima.”, todas as vezes que
passar por cima de um obstáculo. Quando ele conseguir passar por cima dos
pacotes de leite e das caixas de sapatos, ajude-o a ficar em cima dum banco
baixo ou dum livro largo. Demonstre como fica em cima do livro (1º um pé e
depois o outro), dizendo “Em cima.”. Ajude-o a imitar as suas acções. Repita a
actividade tantas vezes quantas forem necessárias até conseguir realizar a
actividade sem assistência. Não espere que ele responda correctamente apenas
aos comandos verbais “Em cima.” e “Por cima.”. Aponte sempre para o topo do
objecto quando quiser que ele fique em cima de algo.

56 – CORRIDA DE OBSTÁCULOS
Motricidade global, corpo
Percepção, visual
Meta: Melhorar a coordenação e o equilíbrio e desenvolver a capacidade de seguir
um percurso visual
Objectivo: Seguir um percurso envolvendo movimentos “debaixo de, em cima de ou à
volta de” séries de obstáculos simples
Materiais: Mobília, corda
Procedimento:
Coloque uma corda colorida, se possível, numa dependência da casa de forma a
contornar vários móveis, debaixo das cadeiras, em cima das mesas, etc. Chame a
atenção do João e coloque uma recompensa no final da corda. Então guie-o pelo
percurso que a corda exige. No final da corda, ele recebe a recompensa. Depois
de ter realizado, com o João o percurso algumas vezes, verifique se ele o
consegue realizar sozinho. Mantenha-se perto dele e, se parecer confuso, dirija a
atenção para a corda. Lembre-se de criar obstáculos simples, de início.
57 – APANHAR BRINQUEDOS DO CHÃO
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Apanhar um objecto do chão sem perder o equilíbrio
Materiais: Animal de peluche, bloco, bola, caixa pequena
Procedimento:
Colocar um animal de peluche no meio do chão afastado da mobília e de
perigos potenciais. Ande com o João até ao brinquedo e mostre-lhe que se
dobra para o apanhar. Então coloque o brinquedo novamente no chão e
indique-lhe para o fazer também. Segure-o, se for necessário, enquanto ele
o faz. Recompense-o, deixando-o brincar com o animal alguns minutos.
Repita o procedimento tantas vezes quanto as necessárias, até que o João
seja capaz de se baixar para apanhar o objecto sem perder o equilíbrio.
Quando o João estiver seguro do seu equilíbrio, espalhe um número de
brinquedos um pouco mais pequenos na sala. Comece com 2 ou 3 blocos
ou bolas e coloque-os no chão, num sítio visível enquanto ele estiver a ver.
Leve consigo uma caixa e caminhe com o João até ao sítio onde estão
esses brinquedos. Faça com que ele apanhe os objectos e os coloque na
caixa. Reforce-o quando todos os objectos estiverem na caixa.

58 – BLOCOS GRANDES
Motricidade global, corpo
Meta: Melhorar a capacidade da criança de caminhar enquanto transporta objectos
Objectivo: Apanhar, carregar e empilhar 4 blocos largos
Materiais: 4 caixas de sapatos, papel colorido
Procedimento:
Transforme as caixas de papel em blocos, enchendo-as com papel de jornal.
Coloque as respectivas tampas e forre-as com papel colorido. Espalhe os blocos
no chão, assegurando-se que estão visíveis. Dirija a atenção do João para um dos
blocos e diga: “Vai buscar o bloco.”. Faça com que ele apanhe a caixa e a traga
de volta. Ajude-o apenas se ele precisar. Repita o procedimento até o João
conseguir recolher todos os blocos. Mostre-lhe como se empilham os dois
primeiros blocos e faça com que ele empilhe os seguintes. Ajude-o se necessário.
Quando estiverem todos empilhados, deixe-o dar um pontapé e recomeçar.
59 – SUBIR DEGRAUS
Motricidade global, corpo
Meta: Melhorar o equilíbrio, coordenação e a capacidade da criança em mover-se de
forma independente
Objectivo: Subir degraus sem alternar os pés
Materiais: Degraus, fio, lápis
Procedimento:

Quando o João conseguir pisar em objectos de forma consistente (ver actividade


55), comece a trabalhar com os degraus. Faça com que ele fique de pé em frente
delas. Fique ao seu lado e segure-lhe na mão. Diga “Para cima.” ou “Upa.” ou outra
expressão semelhante e coloque o seu pé esquerdo em cima do degrau. Repita
“Para cima.” e dê-lhe um pequeno empurrão até que ele levante o seu pé esquerdo.
Ajude-o se necessário. Elogie-o e repita o procedimento. Quando ele conseguir
subir 3 degraus segurando a sua mão mas sem que tenha de lhe mover os pés,
repita a actividade, mas deixe-o segurar apenas um dos seus dedos. À medida que
as suas capacidades e confiança aumentam faça com que ele suba os degraus,
mas em vez de a deixar segurar um dos seus dedos, faça com que ele segure a
ponta de lápis enquanto o adulto segura a outra ponta. Depois, substitua o lápis por
um fio. Finalmente, apenas suba ao seu lado para fazer com ele se sinta segura.

60 – ROLAR UMA BOLA – 1


Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção visual
Meta: Seguir um objecto visualmente, controlá-lo manualmente e dirigi-lo para um
alvo.
Objectivo: Apanhar uma bola e fazê-la rolar sem ajuda.
Materiais: Bola grande
Procedimento:

Sente-se no chão distanciada da criança sensivelmente 1,5 metros. Diga “Olha,


João” e role a bola devagar na sua direcção. Se ele se mover para a apanhar,
gesticule para que a devolva. De início, é provável que necessite de uma terceira
pessoa que se sente por detrás dele e lhe guie as mãos. Quando ele se aperceber
que o que se pretende dele é que apanhe a bola, comece a rolá-la em diferentes
direcções. Por exemplo pode começar por fazer rolar a bola para o seu lado
esquerdo e direito de forma a que ele tenha de seguir a bola visualmente e
posicionar-se para a alcançar.
61 – ROLAR A BOLA – II
Motricidade global, braço
Percepção, visual
Meta: Desenvolvimento do braço e aprender a rolar uma bola
Objectivo: Rolar uma bola contra a parede, apanhá-la consistentemente sem ajuda
Materiais: Bola grande
Procedimento:
Sente-se no chão à distância de um metro da parede. Faça com o João se sente
ao seu lado. Pode ser que, de início, tenha de usar as suas pernas para impedir
que ele se vá embora. Coloque a bola no seu campo de visão e role-a, devagar,
contra a parede. Apanhe-a quando ele voltar para si. Então coloque a bola nas
mãos do João e ajude-o a rolar a bola contra a parede. Ajude-o também a
apanhar a bola quando esta voltar. Reduza gradualmente a sua ajuda até que ele
consiga rolar a bola sem ajuda, ver para onde vai a apanhá-la.

62 – CAMINHAR SEM AJUDA


Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver a confiança nas capacidades motoras
Objectivo: Andar 6 metros sem ajuda
Materiais: Metro articulado, corda
Procedimento:
Delimite uma área para andar, livre de obstáculos. Coloque duas peças de fio no
chão para significar as linhas de chegada e de partida. Distancie as linhas 1 metro
entre si e, gradualmente, aumente a distância entre elas à medida que as aptidões
do João aumentam. Coloque uma recompensa, talvez um pedaço de bolo ou um
boneco, no final do percurso para lhe mostrar exactamente até onde ele vai.
Coloque-se na linha de partida e ajude o João a chegar à outra linha seguinte,
segurando-a pelas mãos. Se ele não tentar mexer os pés levante-a ligeiramente
de forma a que dê alguns passos. Deixe-o parar e descansar se necessário mas
mantenha-o numa posição erecta para fortalecer as pernas. À medida que o João
se tornar mais autónomo, deixe que faça o percurso segurando apenas uma das
suas mãos. Quando ele conseguir andar uma distância de 3 metros, segurando
apenas uma das suas mãos, faça com que ele segure a ponta de um metro
articulado, enquanto o adulto segura a uma pequena distância a mão da criança.
Continue a percorrer o caminho e vá movendo a sua mão para o outro extremo do
metro articulado. Quando ele conseguir andar uma distância de 6 metros
segurando o metro articulado, substitua-o por um pedaço de corda com cerca de
0,5 metro e repita o procedimento. Quando o João conseguir andar uma distância
de 6 metros segurando a extremidade do fio, enquanto o adulto segura a outra,
encoraje-o a fazê-lo sem segurar nada. De início o adulto terá de se manter perto
dele, mas tente, gradualmente, separar-se dele enquanto está a andar.
63 – CAMINHAR PARA OS LADOS E PARA TRÁS
Motricidade global, corpo
Percepção, visual
Meta: Melhorar o equilíbrio e desenvolver várias formas de andar
Objectivo: Andar para os lados e para trás enquanto mantém o equilíbrio
Materiais: Puxar fio com brinquedo
Procedimento:
Coloque o fio na mão do João e reforce-o quando ele o agarra com a sua própria
mão. Comece a andar de forma que, ao puxar o brinquedo, este fique atrás de si.
Dirija a sua atenção para o brinquedo de modo a que o João tenha de voltar a
cabeça para o ver enquanto ainda anda para trás. Quando ele se sentir bem
andando de lado, faça com que se volte e fique de frente para o brinquedo. Então,
vocês os dois andam para trás enquanto olham para o brinquedo. Se ele mostrar
pouco interesse em andar para trás olhando o boneco, tente com outro, ou então
faça um ruído que combine com o brinquedo (por exemplo: choo - choo, enquanto
puxa um comboio), para o encorajar a prestar atenção. Quando o João se puder
movimentar facilmente, enquanto olha o boneco, faça com que ele puxe o
brinquedo à volta de móveis para que se acostume a prestar atenção ao que está
à sua frente e atrás de si.

64 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: TOQUES NOS DEDOS DOS PÉS


Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a flexibilidade e a condição física geral
Objectivo: Tocar os dedos 10 vezes
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente-se perto do João com os seus braços direitos e as palmas das mãos
pousadas no chão. Ajude-o a assumir posição similar. Faça com que ele perceba
que se pretende que ele a imite e, devagar, dobre-se pela cintura até tocar os
joelhos. Em seguida, toque os joelhos. Se o João demonstrar dificuldade na
imitação, pode ser útil ter uma terceira pessoa para ficar atrás dele para o ajudar a
assumir as posições que se pretendem. Gradualmente tente chegar com as mãos
ao chão até que consiga tocar nos pés sem dobrar excessivamente os joelhos.
65 – ABRIR GAVETAS E ARMÁRIOS
Motricidade global, braço
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a capacidade da criança em satisfazer as suas próprias
necessidades e desenvolver a força das mãos e braços.
Objectivo: Abrir gavetas e armários sem ajuda.
Materiais: Pequenos brinquedos, armários com gavetas e portas.
Procedimento:
Assegure-se que o João está a vê-la esconder o brinquedo favorito ou uma
recompensa num armário. Lentamente abra a porta do armário e mostre-lhe o
brinquedo. Feche novamente a porta. Coloque a mão do João na porta e ajude-o
a abri-la. Mostre-lhe o brinquedo e deixe-o brincar com ele por uns instantes.
Repita o procedimento muitas vezes, reduzindo de forma gradual a sua ajuda até
ele conseguir abrir a porta de forma autónoma. Repita o procedimento para
ensinar o João a abrir gavetas. Assegure-se que os armários onde ele pratica têm
gavetas e portas que abrem facilmente, para que não fique frustrado. Após ter
trabalhado nesta actividade, lembre-se de retirar objectos perigosos do interior de
gavetas que estejam ao seu alcance.

66 – PERMANECER NUM SÓ PÉ
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Ficar num só pé 5 segundos sem ajuda e sem perder o equilíbrio
Materiais: 2 cadeiras, metro articulado
Procedimento:
Coloque as duas cadeiras juntas numa área livre de outros objectos. Coloque o
João à sua frente e cada um de vós segura-se a uma cadeira. Assegure-se que
ele está a olhar para si e, lentamente, levante um pé do chão. Faça-lhe sinal para
que a imite. Se ele não a imitar, levante-lhe o pé e certifique-se que ele está a
segurar-se à cadeira. Se possível peça a uma terceira pessoa que lhe levante o
pé enquanto você está a modelar. Repita o procedimento até que ele consiga ficar
num só pé, durante 5 segundos, enquanto está seguro à cadeira. Retire a cadeira
e segure-lhe a mão enquanto o João mantém a posição. Quando ele se sentir
seguro a agarrar a sua mão, faça com que ele segure a extremidade de um metro
articulado, pondo a sua mão perto da dele. Lentamente afaste a sua mão para a
outra ponta do metro articulado, sem o largar Finalmente, quando ele conseguir
ficar num só pé durante 5 segundos enquanto você segura na ponta do metro
articulado, retire-o e faça com que o João se mantenha num pé sem suporte.
67 – DAR PONTAPÉS NUMA BOLA
Motricidade global, pernas
Socialização, interacção individual
Meta: Melhorar a coordenação olho-pé e aprender a dar um pontapé numa bola
grande
Objectivo: Dar um pontapé numa bola grande na direcção de uma pessoa
Materiais: Duas cadeiras, bola grande
Procedimento:
Alinhe duas cadeiras, de frente uma para a outra, junto a uma parede. Delimite o
outro espaço lateral com caixas ou outros materiais, para criar uma espécie de
corredor em que o João e o adulto possam dar um pontapé à bola, sem que esta
role para os lados. Faça com que ele se sente numa cadeira enquanto você se
senta noutra. Devagar empurre na sua direcção a bola e encoraje-o a fazer o
mesmo. Repita a acção se necessário. Se o João tiver dificuldade em entender o
que se pretende, coloque a bola aos seus pés e manipule as suas pernas afim de
dar um pontapé na bola. Recompense-o imediatamente e encoraje-o a pontapear
novamente a bola.

68 – PERMANECER NAS PONTAS DOS PÉS


Motricidade global, pernas
Meta: Melhorar a força das pernas e o equilíbrio
Objectivo: Balançar-se nas pontas dos pés por 10 períodos de 3 segundos cada
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Fique de frente para o João e chame-lhe a atenção. Lentamente, eleve-se em
meias pontas de pés e volte à posição inicial. Repita o movimento mas, desta vez,
chame-lhe a atenção para os pés (aponte) “Olha, João.”. Segure-lhe os braços e,
lentamente eleve-o um pouco para que ele fique apoiado nos dedos. Repita várias
vezes até que ele se habitue a permanecer em meias pontas, reduzindo
gradualmente a actividade. O objectivo é que ele consiga fazer este exercício 10
vezes seguidas.
69 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: PULAR
Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar a força das pernas, coordenação e a condição física geral.
Objectivo: Saltar e tocar um objecto suspenso 10 vezes.
Materiais: Fio, esponja
Procedimento:
Coloque o João à sua frente e mostre-lhe como pular. Peça-lhe para a imitar,
enquanto você continua a pular várias vezes. Se ele não a tentar imitar, segure-o
pelos braços e levante-a ligeiramente enquanto o adulto salta. Quando ele
começar a compreender que se pretende que salte, reduza gradualmente a sua
ajuda até que ele o consiga fazer sozinho. Pendure uma esponja a uma distância
o João consiga chegar, quando salta. Mostre-lhe como saltar e chegar a tocar na
esponja. Recompense-o sempre que ele conseguir tocar o objecto suspenso.
Quando o João conseguir tocar a esponja 10 vezes seguidas, aumente a altura
mas certifique-se que continua dentro do seu alcance.

70 – JOGO DE BOLICHE
Motricidade global, braços.
Socialização, interacção individual
Imitação, motor
Meta: Aumentar a força dos braços e melhorar a precisão dos braços para atingir um
alvo
Objectivo: Rolar uma bola larga com precisão a uma distância de 3 metros
Materiais: Bola grande, pacotes do leite vazios
Procedimento:
Coloque 6 pacotes do leite num padrão 3-2-1. Desenhe um linha a
aproximadamente 2 metros dos pacotes. Mostre ao João como se posicionar atrás
da linha e rolar a bola para derrubar os pacotes de leite. Coloque novamente os
pacotes na sua posição original e ajude o João a rolar a bola. Elogie-o por
derrubar qualquer pacote. Anote quantos pacotes é que ele derruba de cada vez
que lança a bola. À medida que o jogo se torna fácil para ele, aumente
gradualmente a distância entre a linha e os pacotes. Além disso, assim que ele
começar a habituar-se ao jogo, pode começar a trabalhar a noção de jogar por
turnos. Faça marcas simples num cartão para que ele veja quantos pacotes
derrubou e quantos é que o adulto derrubou. Encoraje-o a divertir-se com o jogo
sem que este se torne competitivo.
71 – ATIRAR UM PROJÉCTIL
Motricidade grossa, braços
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Desenvolver movimentos de atirar e aprender a dirigir um projéctil a um alvo
Objectivo: Atirar um projéctil para dentro de uma caixa colocada a 1 metro de distância 5
vezes seguida
Materiais: 2 projecteis, caixa
Procedimento:
Sente-se ao lado do João numa área aberta e demonstre-lhe como atirar o
projéctil. Assegure-se que ele está a olhar quando o demonstrar. Segure o
projéctil numa mão, lentamente puxe o braço atrás e, ao puxá-lo para a frente,
descreva um movimento em forma de arco. Lembre-se de manter os movimentos
lentos. Dê ao João outro projéctil e guie a sua mão para o ajudar a lançá-lo.
Repita a actividade muitas vezes, retirando gradualmente o controle da mão da
criança para o punho e, depois, para o seu braço, para o cotovelo e, finalmente
para o antebraço até retirar por completo a ajuda. Quando ele conseguir atirar o
projéctil sem ajuda, comece a desenvolver o acto de atirar a um alvo específico.
Coloque a caixa no chão à frente do João. Faça com que ele fique em frente à
caixa e ajude-o a deixar cair o projéctil dentro desta. Diga “Caixa.” sempre que
deixar cair o projéctil. Além disso, também deve tocar na caixa para o lembrar do
sítio-alvo. Quando ele conseguir deixar cair de forma consistente o projéctil dentro
da caixa, estando posicionada perto desta, remova gradualmente a caixa até que
esta esteja fique a cerca de um metro de distância. Mantenha um quadro com
registos relativamente ao número de vezes que o João consegue atirar com
sucesso o projéctil dentro da caixa. Esse registo deve incluir todas as distâncias a
que distanciar a caixa. Esse registo das distâncias vai ajudá-lo a saber quando
deve aumentar essa distância.
72 – SUBIR ESCADAS, ALTERNANDO OS PÉS
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio e a capacidade de se mover de forma independente
Objectivo: Subir uma escada alternando os pés
Materiais: Escada
Procedimento:
Quando o João se sentir confortável a subir escadas sem alternar os pés
(actividade 59), comece a ensiná-lo a colocar um pé em cada degrau. Se
possível, coloque uma terceira pessoa atrás dele para o segurar e fazê-lo sentir-
se confiante, enquanto você demonstra como é que ele deve fazer. Faça com que
o João fique de frente para as escadas. Aponte para o seu pé direito e, de
seguida, aponte para o 1º degrau. Se ele parecer confuso coloque o seu pé direito
em cima do degrau e mantenha o esquerdo no chão. Elogie-o imediatamente
mesmo que o tenha ajudado. Aponte para o seu pé esquerdo e depois para o
primeiro degrau. Se ele tentar colocar o seu pé esquerdo ao lado do direito,
aponte novamente para o 1º degrau e mova-o para o segundo. Elogie-o
imediatamente. Repita o procedimento dando-lhe apenas a ajuda necessária, até
ele conseguir subir degraus, alternando os pés.

73 – PERCURSO COM OBSTÁCULOS


Motricidade global, corpo
Percepção, visual
Meta: Aumentar o controle do corpo e o equilíbrio
Objectivo: Completar um percurso com cinco obstáculos
Materiais: Cadeiras, vassouras, caixas, mobília, corda
Procedimento:
Quando o João conseguir completar um percurso simples de obstáculos sem
assistência (actividade 56), construa um percurso mais difícil com 5 obstáculos,
dando ênfase particular ao equilíbrio e ao controle corporal. Coloque uma peça de
corda ao longo do percurso para que o João o possa seguir. Acompanhe-o
durante o percurso várias vezes, demonstrando o que tem que fazer. Permaneça
próximo dele durante as primeiras vezes para o lembrar de seguir a corda. Por
exemplo:
a) gatinhar debaixo do uma vassoura suspensa entre duas cadeiras.
b) saltar por cima de outra vassoura suspensa em dois bancos pequenos.
c) atravessar, gatinhando um caixote de cartão cortado dos dois lados.
d) andar por entre duas peças de mobília dispostas de tal forma que a
criança tem de se virar de lado para conseguir passar.
e) saltar de um tapete para o outro.
74 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTO DE SAPO
Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação, a força das pernas e a condição física geral.
Objectivo: Fazer 10 saltos de sapo sem parar ou cair
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma área segura num tapete ou na relva. Mostre ao João como ficar
numa posição de agachada e salte algumas vezes. Assegure-se que ele está a
ver enquanto salta. Ajude-o a assumir a posição de agachado. Deixe-o
permanecer nessa posição durante alguns minutos para que se habitue. Então
salte algumas vezes e indique-lhe para o fazer também. Se possível, coloque uma
terceira pessoa atrás do João para a segurar enquanto ele salta. De início, é
provável que ele salte apenas uma ou duas vezes. Elogie-o pelo esforço e anote
num mapa quantas vezes é que ele consegue saltar antes de perder o equilíbrio.

75 – SALTAR
Motricidade global, pernas
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio e a coordenação
Objectivo: Saltar com os pés juntos, ao longo de 5 metros
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Chame a atenção do João e faça com que ele salte com dois pés. Então, fique ao
seu lado e faça com que ele salte consigo. Se ele não o fizer, levante-a
ligeiramente enquanto salta. Repita a actividade até que ele salte sem assistência.
Quando o João conseguir saltar de forma independente, desenhe linhas com 5
metros entre elas. Coloque-se de frente para a linha de partida e salte até à linha
seguinte. Faça com que ele salte as 5 metros sozinho. Quando ele conseguir
saltar facilmente com os dois pés, repita o mesmo procedimento mas com outras
formas de saltar:
a) saltar em dois pés com os braços de lado e levantados.
b) saltar só com um pé.
c) saltar com os pés alternados.
d) saltar com os dois pés mas com os braços no ar.
76 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio, a agilidade e a condição física geral
Objectivo: Manter um bom equilíbrio enquanto desempenha uma série de acções
envolvendo simultaneamente movimentos de braços e pernas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Ponha-se de joelhos e mãos no chão e coloque o João ao seu lado. É importante
que os dois estejam na mesma direcção para que não confundam a esquerda
com a direita. Desempenhe as seguintes acções e faça com que ele a imite (se
possível, coloque uma terceira pessoa para o ajudar a assumir as posições
enquanto você as mantêm).
a) levante cada braço
b) levante cada perna
c) levante a perna e o braço direito; repita com a perna e o braço esquerdo
d) levante o braço esquerdo e a perna direita; repita com o braço direito e a
perna esquerda

77 – ROLAR
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade, 1-2anos
Meta: Melhorar as capacidades físicas em geral
Objectivo: Rolar, de lado, uma distância de dois metros e, em seguida, rolar no sentido
inverso
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Coloque-se numa área aberta e numa superfície macia como um tapete ou relva.
Assegure-se que o João a está a observar e deite-se com os braços colocados ao
lado do corpo. Mostre-lhe como se rola para a frente e para trás nessa posição.
Ajude-o a assumir uma posição semelhante e faça com que ele role numa
direcção. Não permita que ele role de forma anárquica, mas sim como se
pretende. Quando ele conseguir rolar sozinho, pare-o e mostre-lhe como rolar na
direcção oposta. Marque linhas de partida e chegada com 3 metros de distância.
Faça com que ele role de uma linha para a outra.
78 – ANDAR NUMA FITA
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o equilíbrio e aprender diferentes estilos de caminhar
Objectivo: Andar, sobre ou ao lado de um percurso de 3 metros, delimitado por uma fita
adesiva, usando diferentes estilos de caminhar sem perder o equilíbrio
Materiais: Fita adesiva com cerca de 3 metros de comprimento
Procedimento:
Coloque a fita no chão de maneira a formar uma linha recta. Assegure-se que o
João está a olhá-la e mostre-lhe como percorrer a fita, andando normalmente.
Quando percorrer a fita pela segunda vez, faça com que ele a siga. Finalmente,
faça com que ele percorra a fita sozinho. recompense-o cada vez que completar
um percurso. Assim que ele dominar o estilo simples de andar sobre a fita,
demonstre um segundo método e leve-o a imitá-la. Outros métodos de andar na
fita incluem:
a) andar para trás com um pé atrás do outro
b) andar de lado, sem cruzar as pernas
c) andar para a frente com um pé no lado direito da fita e outro do lado esquerdo
d) saltar de lado mantendo os dois pés juntos
e) andar de lado, cruzando os pés

79 – ATIRAR UMA BOLA ATRAVÉS DE UM PNEU


Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Atirar a um alvo
Objectivo: Atirar uma bola média através de um pneu
Materiais: Pneu, corda forte, bola média
Procedimento:
Pendure um pneu de forma a que fique a cerca de um metro do chão. Faça com
que o João permaneça em frente do pneu e ajude-o a atirar a bola pelo buraco.
Elogie-o imediatamente. Gradualmente, reduza a ajuda à medida que ele vai
começando a perceber o que se espera dele. Quando conseguir atirar a bola pelo
buraco, com facilidade, distancie-o um pouco mais, até que ele consiga atirar a
bola de uma distância de 3 metros. Anote, numa tabela as vezes em que ele
obtém sucesso e a que distância. Assegure-se que ele consegue atirar a bola pelo
menos 7 vezes em 10 antes de aumentar a distância entre o João e o pneu. Além
disso assegure-se que este não balanceie quando ele o atira.
80 – DRIBLAR UMA BOLA
Motricidade global, braço
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o controle braço-mão e desenvolver a coordenação óculo-manual
Objectivo: Driblar 5 vezes uma bola, sem perder o controle
Materiais: Bola grande de praia ou outra qualquer que não seja pesada
Procedimento:
Assegure-se que o João olha para si e drible a bola algumas vezes. Então segure-
lhe na mão e drible a bola. Recompense-o imediatamente. Reduza, gradualmente,
o controle da sua mão à medida que o João dribla a bola sozinho. De início, é
provável ele não consiga driblar a bola mais que uma ou duas vezes. Continue a
encorajá-lo no sentido de driblar a bola o máximo de vezes que ele conseguir.

81 – CAMBALHOTAS
Motricidade global, braço
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação, o equilíbrio e a consciência corporal
Objectivo: Fazer 5 cambalhotas
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha uma área aberta, num tapete ou na relva. Assegure-se de que o João
está a observá-la. Actue com entusiasmo, dizendo “Ééééia.” (ou qualquer outro
som) enquanto dá uma cambalhota para demonstrar que pode ser divertido. Se
possível faça com que uma terceira pessoa o ajude a executar os movimentos,
enquanto você continua a demonstrar o modelo de actividade proposta. Coloque-
se de cócoras com as duas mãos no chão e ajude o João a assumir a mesma
posição. Coloque o queixo o João no peito. Ajude-o a inclinar-se para a frente,
lentamente e empurre-lhe as pernas para que complete a cambalhota. Reforce-o
imediatamente. Repita o procedimento, reduzindo de forma gradual a sua ajuda
até que ele consiga completar a volta sozinho.
82 – PASSOS DE ELEFANTE
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o equilíbrio e o movimento
Objectivo: Andar 10 passos como um elefante com o corpo dobrado pela cintura e os
braços a balançarem em frente
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Demonstre, ao João, como é a forma de andar do elefante; dobre-se pela cintura
e deixe-se cair os braços, balouçando-os. Assegure-se que o João está a prestar
atenção ao que faz. Diga “ Olha, João sou um elefante.”. Então, ajude-o a assumir
a mesma posição mas mantenha-se ao seu lado, demonstrando continuamente o
que ele tem de fazer. Se possível, tenha uma terceira pessoa para o ajudar a
assumir a posição enquanto você executa o movimento proposto. De início, não
espere que ele assuma a posição por muito tempo mas, à medida que o João
executa com mais confiança a actividade delimite uma distância de 3 metros para
que ele ande como um elefante.

83 – CORRIDA DE BATATAS
Motricidade global, corpo
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o equilíbrio e o controle da mão
Objectivo: Carregar uma batata pequena numa colher por uma distância de 15 metros
sem que esta caia
Materiais: Colher larga, batata pequena
Procedimento:
Assegure-se que o João está a prestar atenção enquanto você equilibra uma
batata numa colher durante alguns segundos. De seguida, comece a andar
devagar equilibrando a batata. Após ter demonstrado o que pretende, coloque a
colher na mão do João e verifique se ele a consegue segurar durante alguns
segundos. Quando ele começar a sentir-se mais confiante em equilibrar a batata,
reduza a ajuda prestada e encoraje-o a dar alguns passos. Quando ele começar a
demonstrar um maior à vontade em dominar a tarefa, faça com que ele percorra
cerca de 15 metros com a batata dentro da colher. Quando ele conseguir terminar
o percurso, faça uma corrida com ele e outra pessoa. No entanto, não permita que
as corridas se tornem competitivas.
84 – TRAVE
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio
Objectivo: Andar numa trave
Materiais: Uma trave de 2 metros de comprimento e 20 cm de largura, 2 tijolos, 2 blocos
de cimento
Procedimento:
Encontre um espaço aberto onde não existam desníveis no terreno ou possíveis
perigos. Comece por colocar a tábua no chão e fazer com que o João caminhe em
cima dela por algumas vezes para ele se sentir mais confiante. Assim que ele se
sentir confiante, coloque 2 tijolos no chão e a tábua em cima para construir uma
trave. De início, é provável que tenha de segurar-lhe a mão e andar ao seu lado
enquanto ele caminha em cima da trave. Gradualmente, reduza a ajuda, fazendo
com que o João apenas segure a ponta do seu dedo e, mais tarde, a ponta de um
lápis enquanto você segura a outra, posteriormente, substitua o lápis por um fio.
Finalmente tente fazer com que ele ande sem ajuda. Quando ele o conseguir
fazer com confiança, aumente o grau de dificuldade da tarefa, substituindo os
tijolos por blocos de cimento de forma a que fique distanciado do chão cerca de
1/2 metro. Repita a actividade várias vezes, ajudando-o sempre que ele precisar.

85 – PERCURSO AVANÇADO DE OBSTÁCULOS


Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar o equilíbrio, a coordenação, a força e a condição física geral
Objectivo: Completar um percurso de 7 obstáculos, de dificuldade moderada, sem
assistência
Materiais: Vários
Procedimento:
Quando o João conseguir completar um percurso de obstáculos sem problemas
(ver actividade 73), construa um ligeiramente maior e com um grau de dificuldade
também maior. Use os objectos do percurso descrito na actividade 73 (pois já lhe
são familiares) e acrescente outros materiais já descritos na actividade 84 (a
trave). Siga o mesmo procedimento daquela descrito nos percursos de obstáculos
simples ou de dificuldade moderada. Coloque uma corda à volta dos obstáculos
para que o João saiba onde se deve dirigir em primeiro lugar, em segundo, em
terceiro, etc.. e acompanhe-o no percurso para se assegurar que ele sabe o que
fazer em cada obstáculo. Quando o João tiver aprendido o caminho, anote num
quadro, o tempo que demora a percorrê-lo. Recompense-o cada vez que terminar
o percurso e dê-lhe algo especial cada vez que bater o seu próprio recorde de
tempo.
86 – ACERTAR NUMA BOLA
Motricidade global, braços
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar a força dos braços e desenvolver a coordenação óculo-manual
Objectivo: Balançar um bastão e bater num objecto que se encontra parado e suspenso à
altura do ombro
Materiais: Bola grande de esponja, fita adesiva, corda bastão leve de plástico ou madeira
Procedimento:

Ate a ponta de uma corda a uma bola grande de esponja. Em seguida, cubra a
esponja e a bola com fita adesiva para impedir que a bola se solte. Suspenda a
bola de forma a que fique ao nível dos ombros do João. Assegure-se que a área
que escolheu está desimpedida o suficiente de forma a poder balançar o bastão
sem partir nada. Ajude-o a movimentar o bastão algumas vezes sem tentar
acertar na bola. Em seguida, ajude-o a movimentar o bastão devagar e a fazer
contacto com a bola. Elogie-o imediatamente. Gradualmente, reduza o controle
das suas mãos à medida que ele aprende o movimento. Assegure-se que a bola
retorna a uma posição estática cada vez que o João lhe tenta bater. Não permita
que ele bata na bola de forma desordenada.

87 – CARRINHO DE MÃO
Motricidade global, braços
Meta: Desenvolver a força dos braços e a coordenação
Objectivo: Andar para a frente apoiada nas duas mãos enquanto alguém lhe segura as
pernas
Materiais: Nenhum
Procedimento:

Diga o João que vão brincar de carrinho de mão e faça com que ele se ajoelhe e
coloque as mãos no chão. Coloque-se por detrás dele e levante-lhe as pernas de
forma a que o seu peso fique colocado nas mãos. Inicialmente, não o segure
nesta posição por mais que uns segundos. Assim que lhe colocar as pernas no
chão, elogie-o imediatamente. À medida que os seus braços se fortalecem e a sua
confiança aumenta, aumente o tempo da actividade. Comece, também a levantar
os pés um pouco mais, mas tenha cuidado para não colocar demasiada pressão
nos braços antes da criança estar pronta para isso. Quando ele se sentir
confortável nesta posição fixa, faça com que ele comece a andar para a frente.
Coloque, no chão duas linhas, distanciadas entre si de 5 metros, que representam
a linha de chegada e de partida e faça com que ele percorra essa distância.
Assegure-se que ele sabe exactamente que distância tem de percorrer.
88 – PUXAR UM OBJECTO PESADO
Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral
Objectivo: Puxar um peso a uma distância determinada pela condição física geral da
criança
Materiais: Corda de aproximadamente 1 metro de comprimento, caixa larga, materiais
diversos (livros, pedras, etc.) para adicionar peso à caixa
Procedimento:
Desenhe uma linha, no chão com fita adesiva. Coloque a corda pelo meio interno
da fita de forma a que a corda ocupe uma posição equidistante em relação à fita.
Ate uma ponta da corda à caixa. Agarre o outro extremo da corda e mostre ao
João como a puxar. Coloque a caixa na sua posição original e ajude o João a
puxar a caixa. Repita a actividade até ele demonstrar alguma autonomia na
execução desta tarefa reduza então, gradualmente, a sua ajuda. Em seguida,
adicione mais peso à caixa. No entanto, tome cuidado para que a caixa não fique
demasiado pesada de forma a que a tarefa não se torne frustrante.

89 – CABO DE GUERRA
Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a força das mãos e o desenvolvimento muscular geral
Objectivo: Puxar uma corda que está segura por outra pessoa que exerce uma pressão
ligeira
Materiais: Corda com 1 metro de comprimento
Procedimento:
Desenhe uma linha no chão com fita adesiva. Coloque a corda no chão de forma
a que esta passa pelo centro da corda, mas colocada em cima. Segure uma ponta
e o João segura a outra. Faça com que ele a puxe enquanto você também a puxa
com suavidade. Elogie-o imediatamente. Gradualmente, comece a puxar a corda
cada vez com mais força. para que ele também aumente a força com que o faz.
Lembre-se de não tornar a actividade frustrante para ele.
90 – EXERCÍCIOS DE EQUILÍBRIO: SALTOS
Motricidade global, corpo
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar a coordenação dos braços e pernas
Objectivo: Saltar 10 vezes, abrindo e fechando a pernas e batendo os braços em cima da
cabeça.
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Escolha um espaço aberto onde se possam mover sem esbarrar nos objectos.
Fique de pé e coloque o João de frente para si e faça com que ele imite tudo o
que fizer. Eleve os seus braços acima da cabeça até que as palmas das mãos se
encontrem e volte a colocá-los caídos ao lado do corpo. Ajude o João a assumir a
posição se ele não a imitar imediatamente. Repita esta parte do exercício até ele
consiga levantar os braços sem ajuda. Coloque-se frente ao João e tente que ele
imite somente os movimentos das pernas. Salte, afastando as pernas e depois
volte a saltar juntando-as. Ajude o João apenas se ele necessitar. Quando ele
conseguir imitar os movimentos dos braços e das pernas separadamente, peça-
lhe para que a imite enquanto você os combina. Salte afastando as pernas e
batendo as palmas acima da cabeça. Hesite com os braços em cima e as pernas
afastadas, para que ele a possa imitar facilmente. Registe quantas vezes o João
consegue fazer sem se cansar.

91 – SALTAR À CORDA
Motricidade global, corpo
Meta: Aumentar a coordenação
Objectivo: Saltar 5 vezes sobre uma corda que se balança
Materiais: Corda de 1,20 metros aproximadamente
Procedimento:
Ate a ponta de uma corda a um objecto fixo. Coloque-se, com o João ao meio da
corda e peça a outra pessoa para segurar a outra ponta. Quando a corda se
aproximar, diga “Salta.” e levante o João do chão enquanto você também salta.
De início, tente apenas um salto de cada vez para aumentar a sua confiança.
Gradualmente, reduza a sua ajuda à medida que ele vai saltando sobre a corda,
mesmo que não seja capaz de saltar devidamente. Quando o João começar a
saltar sozinho, afaste-se da corda mas continue a ajudá-lo, dizendo “Salta.”, no
tempo apropriado. Registe quantas vezes ele consegue saltar sobre a corda,
sucessivamente.
92 – MACACA
Motricidade global, corpo
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opcional)
Meta: Aumentar a coordenação muscular, o equilíbrio e as competências de
contagem
Objectivo: Jogar correctamente à macaca
Materiais: Fita adesiva forte, pedra
Procedimento:
Desenhe os quadrados no chão ou delimite-os com fita adesiva forte, tal com está
apresentado na figura .Assegure-se que os quadrados são grandes e as linhas
visíveis. De início, será mais fácil para o João se não existirem números nos
quadrados para não o confundirem. Mostre-lhe como se salta com um pé nos
quadrados únicos e com dois pés nos quadrados duplos. Assim que ele conseguir
percorrer o caminho de ida e volta, ensine-lhe como se joga à macaca, usando
uma marca ou uma pedra. Quando ele conseguir reconhecer os números e
aprender a contar, numere os quadrados. De seguida, faça com que ele siga os
números, sequencialmente, ou salte para os que indicar.

93 – TRAVE AVANÇADA
Motricidade global, corpo
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar o equilíbrio
Objectivo: Andar numa trave com 1,5 metros de comprimento e 20 cm de largura
enquanto carrega uma variedade de objectos
Materiais: Trave (ver actividade 84), duas caixas, 5 objectos pequenos (bola, boneco de
peluche, boneca, copo, esponja, etc.)
Procedimento:
Quando o João conseguir andar pela trave sem problemas, ensine-o a carregar
pequenos objectos enquanto realiza o percurso da trave. Coloque uma caixa com
5 objectos num extremo da trave e uma caixa vazia na outra. Faça com que o
João retire um objecto da caixa cheia, percorra a trave e o deposite na caixa
vazia. Repita o procedimento até que os objectos tenham sido transferidos para a
caixa vazia.
MOTRICIDADE FINA

As capacidades motoras finas referem-se, particularmente, às actividades que


envolvem o uso das mãos e dedos. Tal como é referido na definição das actividades
que compõem este capítulo, as actividades de motricidade fina, aparecem mescladas
com outras competências, nomeadamente, competências de imitação, percepção,
motricidade global e, em especial, coordenação óculo-manual. As competências
básicas envolvidas na motricidade fina, são:
1. mover as mãos e dedos de uma forma controlada.
2. agarrar um objecto numa mão sem assistência.
3. manipular um objecto no desempenho de uma tarefa.
4. usar as duas mãos coordenadamente.
As competências de motricidade fina são essenciais para a implementação de
um programa de ensino individualizado. Os sucesso de aptidões de autonomia, tais
como desenhar, escrever e o sucesso de competências pré- vocacionais estão todas
dependentes das capacidades de motricidade fina da criança. O controle da mãos e
dos dedos é necessário quando se utiliza a linguagem gestual como uma parte de um
programa de comunicação. À medida que a criança desenvolve um controle maior
das suas mãos e dedos, as sessões de ensino, tornam-se menos frustrantes e mais
agradáveis tanto para a(o) professor(a) como para a criança.
As actividades que se seguem são apenas uma pequena selecção das
diferentes tarefas de diferentes níveis de desenvolvimento que podem ser usadas em
casa ou na sala de aula com o intuito de desenvolver o controle da motricidade fina.
94 – AGARRAR UMA COLHER
Motricidade fina, agarrar
Autonomia, alimentação
Meta: Melhorar as aptidões de agarrar e de alimentação independente.
Objectivo: Agarrar uma colher com uma mão e segurá-la sem ajuda.
Materiais: Colher.
Procedimento:
Segura a colher e coloque-o no campo de visão do João. Quando ele olhar, diga
“Colher.”. Segure-lhe na mão e envolva-lhe os dedos no cabo da colher para que
o João agarre na colher com a sua ajuda física. Use a sua mão para reforçar o
agarrar e para evitar que ele deita fora a colher. Ajude-o a segurar a colher por
alguns segundos, enquanto lhe fala de forma agradável e a encoraja.
Gradualmente, aumente o período de tempo em que ele deve segurar a colher
antes de terminar a actividade. À medida que for verificando que ele exerce um
maior controle sobre a colher, diminua a pressão exercida pela sua mão na da
criança. Finalmente, retire a mão por completo e verifique se ele consegue
segurar a mão sozinho por alguns segundos.

95 – CAIXA ESCURA
Motricidade fina, agarrar
Percepção, táctil
Meta: Melhorar as aptidões de agarrar objectos sem os ver
Objectivo: Tirar 3 objectos de uma caixa fechada
Materiais: Caixa de cartão, 3 objectos médios comuns (por exemplo: cubo, copo de papel,
colher)
Procedimento:
Faça um buraco numa caixa de cartão suficientemente grande para que, nela,
caiba a mão do João. Coloque 3 objectos pequenos, de dimensões adequadas
para que consigam passar pelo corte efectuado e feche a caixa. Assegure-se que
o João está a olhar para si, coloque a mão no buraco da caixa e puxe um dos
objectos. Finja-se surpresa ao retirar o item. De seguida, guie a mão de João
através do buraco e ajude-o a localizar um dos objectos e a retirá-lo. Repita o
procedimento e recompense-o cada vez que retirar um objecto. Após ter repetido
a actividade várias vezes, guie a sua mão para o buraco mas deixe que o João
chegue ao objecto sozinho. À medida que ele for aprendendo a tarefa, o número
de objectos pode aumentar ou diminuir e a caixa pode ser maior, de forma a que o
espaço a explorar seja maior.
96 – AGARRAR OBJECTOS
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Melhorar a pinça e o controle motor fino
Objectivo: Apanhar 10 objectos de tamanhos variados e colocá-los numa taça
Materiais: Taça pequena, 10 objectos pequenos (por exemplo: uva, amendoim, botão,
cubo, conta, caneta, chave, bola e moeda)
Procedimento:
Faça com que o João se sente à mesa e diga-lhe que é tempo de trabalhar.
Espalhe os objectos na mesa, assegurando-se que estão todos ao seu alcance.
Apanhe os objectos, fazendo pinça com os dois dedos e o polegar. Diga “Põe!” e
coloque o objecto na taça. Segure a mão da criança e guie-lhe os dedos para a
posição pretendida (pinça maior), faça com que ele segure o objecto, dirija-lhe a
mão para a taça e diga “Põe!”. Use a sua outra mão para o ajudar a libertar o
objecto na taça. Elogie-o e recompense-o imediatamente. Repita a actividade as
vezes necessárias até você achar que ele consegue iniciar os movimentos
necessários. Note quais os objectos que ele tem mais dificuldade em segurar e
esteja preparada para o ajudar com esses brinquedos. Lembre-se que ele deve
dizer “Põe!”, cada vez que colocar o objecto na taça.

97 – DESENVOLVER A “PINÇA”
Motricidade fina, agarrar
Meta: Desenvolver uma boa pinça e melhorar o controle motor fino
Objectivo: Separar pequenos pedaços de plasticina e colocá-los numa lata
Materiais: Plasticina, lata
Procedimento:
Sente-se, com o João à mesa, e coloque-se à sua frente. Tire a plasticina da lata
mas deixe-o ao seu alcance. Agarre na sua mão e ajude-o formar uma salsicha.
Assegure-se que a criança está a observar e, com um movimento exagerado,
demonstre como tirar um pequeno pedaço de plasticina, fazendo pinça com o
polegar e o indicador. Segure esse pequeno pedaço de plasticina em frente do
seu rosto, diga “Põe!” e coloque-o dentro da lata. Em seguida, ajude-o a executar
o mesmo procedimento. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo o controle da
mão à medida que sentir ele que está a usar correctamente os dedos. Faça com
que ele saiba exactamente quantas vezes espera que desempenhe a actividade,
colocando um número determinado de recompensas em sítio visível. Cada vez
que põe um pedaço de plasticina na lata, recebe uma recompensa.
98 – TIRAR AÇÚCAR COM UMA COLHER
Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Autonomia, alimentação
Meta: Aumentar a capacidade de agarrar, a manipulação de objectos e desenvolver
aptidões de alimentação independente
Objectivo: Usar uma colher para transferir açúcar de um recipiente para o outro
Materiais: Colher, açúcar (ou outro material granuloso sólido), duas taças ou outro
recipiente
Procedimento:
Quando o João se sentir confortável a segurar a colher por curtos períodos (ver
actividade 94), comece a ensiná-lo a usar a colher. Coloque um açucareiro e uma
taça vazia, na mesa, em frente da criança. Coloque a colher na sua mão e reforce
o acto de agarrar colocando a sua mão sobre a mão da criança. Guie-lhe o
movimento de forma a que introduza a colher no açúcar, fazendo um movimento
exagerado. Repita este movimento muitas vezes antes de transferir o açúcar para
o recipiente vazio. Quando achar que ele já adquiriu a noção do movimento,
ajude-o a tirar uma pequena porção de açúcar e transferi-la para o outro
recipiente. De início as taças devem estar próximas, mas à medida que o João
adquirir maior domínio da actividade, coloque-os afastadas entre si. Comece por
fazer com que ele, inicialmente, transfira apenas duas colheres. No entanto, o
objectivo é treinar o João para que ele transfira todo o açúcar. Reduza,
progressivamente, o controle da sua mão, direccionando-lhe o pulso, depois o
braço e, finalmente, solte-lhe o braço.
99 – APANHAR MOEDAS
Motricidade fina, agarrar
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as capacidades de agarrar
Objectivo: Apanhar 10 moedas e colocá-las numas lata
Materiais: Moedas, lata de café com tampa de plástico com ranhura
Procedimento:
Corte a tampa da lata de forma a que caiba uma moeda. Comece a actividade,
deixando duas moedas em cima da mesa em frente à criança. Diga “Olha, João”
e, devagar, apanhe uma das moedas fazendo uma pinça exagerada com o
indicador e o polegar. Acene com a moeda à frente do seu rosto no sentido de
chamar a sua atenção e coloque-o na ranhura. Segure na mão do João e guie os
seus dedos afim de repetir o mesmo procedimento com a segunda moeda.
Recompense-o imediatamente e deixe-o sair da mesa por alguns momentos.
Repita o procedimento, adicionando gradualmente mais algumas moedas à
medida que o João se torna mais apta a desempenhar a tarefa. Deixe sempre em
cima da mesa todas as moedas que pretende que ele coloque na lata para que
ele saiba exactamente quando a tarefa termina. Lembre-lhe de colocar as moedas
na lata apontando para a moeda, dizendo “Põe aqui.” e apontando para a ranhura
da lata.
100 – ABRIR RECIPIENTES
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina, a força das mãos e a cooperação das
duas mãos.
Objectivo: Abrir 4 recipientes diferentes para obter uma recompensa.
Materiais: Caixa de sapatos, lata do café com tampa de plástico, caixa de jóias,
recompensas alimentares.
Procedimento:
Sente-se com o João à mesa, no chão ou em qualquer lugar onde estejam
confortáveis. Segure numa das caixas e chame a tenção da criança: “Olha!”, e
passe a recompensa alimentar no seu campo de visão. Lentamente, mova a
recompensa para a caixa e feche-a. Assegure-se que ele está a observar as suas
mãos e abra a caixa lentamente. Finja-se surpresa e mostre-lhe a recompensa
que foi colocada dentro da lata. Feche novamente a caixa e dê-lha. Gesticule de
forma a que perceba que é para abrir o contentor. Se o João não conseguir abrir a
caixa, ajude-o. Se ele não entender o que se pretende, segure-lhe nas mãos e
guie-lhe a acção. Assim que abrir a caixa, recebe a recompensa e esta é colocada
de lado. Repita o procedimento com os outros recipientes. Note quais os
recipientes que abre com maior facilidade e os que tem mais dificuldade. Se um
deles lhe gerar um maior grau de dificuldade, substitua-o por outro mais simples.
A ideia desta actividade é fazer com que o João pratique a abertura de recipientes
vários.
101 – JOGO DE DAR E RECEBER
Motricidade fina, agarrar
Coordenação óculo-manual, controle
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Melhorar o agarrar e largar objectos e desenvolver competências interactivas
Objectivo: Tirar 4 objectos de uma caixa e dá-los a outra pessoa, tirar 4 objectos de uma
pessoa e colocá-los numa caixa
Materiais: 2 caixas de tamanho médio, 4 objectos de diferentes tamanhos e formas ( por
exemplo: bloco, conta, chave, pente)
Procedimento:
Sente-se à mesa, em frente do João e coloque uma caixa do seu lado esquerdo e
outra do seu lado direito. Coloque 4 objectos dentro de uma das caixas. De
seguida, tire um deles diga-lhe “Toma.” e verifique se ele o agarra. Se necessário,
coloque-lhe o objecto na mão e feche-a em torno deste. A seguir, aponte para a
caixa vazia e diga “Põe.”. Guie-lhe a mão na direcção da caixa, ajude-o a largar o
objecto e recompense-o imediatamente. Repita o procedimento até todos os
objectos terem sido transferidos de uma caixa para outra.
Assim que ele tiver aprendido a actividade, encoraje-o a agarrar um objecto dentro
da caixa e a dar-lho. Aponte para a caixa e diga “Dá.”. Gesticule com a mão
enquanto diz “Dá.”. Se ele não corresponde, continue a manter esse gesto da mão
e, com a outra dirija a mão da criança afim de desempenhar a actividade que se
pretende. Quando ele lhe der um objecto, coloque-o na caixa e recompense-o.
Repita a actividade até ele lhe ter entregue todos os objectos. Assim que o João
tiver aprendido as duas rotinas, varie as actividade de forma a trabalhar “Dar.”
num dia e “Tirar.” no outro. Desta forma o João vai ter de se habituar a ouvir
instruções para entender o que é suposto fazer.
102 – PRESSIONAR BOTÕES
Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, controle
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e desenvolver a capacidade de dirigir o
dedo a um alvo.
Objectivo: Pressionar um botão sem ajuda de forma a obter um resultado desejado.
Materiais: Qualquer objecto ou brinquedo em que o facto de pressionar um botão provoca
um resultado interessante (por exemplo: uma caixa de música, uma
campainha)
Procedimento:
Sente-se à mesa com o João e coloque o brinquedo à sua frente. Capte a sua
atenção e mostre-lhe como se pressiona o botão de forma a que o brinquedo
funcione. Segure o seu dedo indicador, coloque-o no campo de visão do João e,
lentamente, dirija-o em direcção ao botão (esta lentidão do gesto torna-se
necessária para que ele faça uma associação entre o dedo e o resultado).
Quando pressionar o botão, sorria, bata palmas ou finja-se excitada no sentido de
demonstrar que a actividade é divertida. Prepare-lhe o brinquedo, segure-lhe na
mão e dirija-lhe o dedo para o botão. Ajude-o a pressioná-lo. Repita a actividade
várias vezes mas retire a sua assistência removendo a sua mão para o pulso da
criança, em seguida para o cotovelo e, finalmente, afaste-se do braço dele.
Quando ele conseguir pressionar o botão sem ajuda, mude para um segundo
brinquedo similar ao primeiro (isto é, com um botão visível).

103 – TIRAR MEIAS


Motricidade fina, manipulação
Autonomia, vestir
Meta: Descobrir objectos, tirando o invólucro e desenvolver as competências
necessárias para se vestir e despir de forma independente
Objectivo: Descobrir uma recompensa puxando uma meia que foi colocada de forma
frouxa em cima de um recipiente
Materiais: Meia larga, garrafa de plástico, recompensas alimentares
Procedimento:
Chame a atenção do João acenando com uma recompensa alimentar, à frente do
seu campo de visão. A seguir, coloque a recompensa alimentar dentro da garrafa
(não a tape) e ponha a meia na abertura do recipiente de forma a que fique um
pouco solta. Segure na mão da criança e ajude-o a puxar a meia. Depois, ajude-o a
obter a recompensa alimentar. Repita a actividade muitas vezes mas assegure-se
que a criança vê sempre a recompensa a ser colocada dentro do recipiente.
Diminua a sua assistência assim que ele conseguir puxar a meia sem a sua ajuda.
Em seguida repita a actividade, enfiando a meia na garrafa de forma mais profunda.
104 – DOBRAR PAPEL
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar as capacidades da motricidade fina, aprendendo a dobrar papel
Objectivo: Dobrar uma folha de papel 2 vezes sem ajuda
Materiais: Folha de papel.
Procedimento:

Coloque-se por detrás do João enquanto ele está sentada à mesa e demonstre-lhe
como dobrar uma folha de papel. Faça movimentos lentos e deliberados. Após a
sua demonstração, tire outra folha de papel e guie as mãos da criança afim de a
dobrar ao meio. Repita a actividade até que ele aprenda a dobrar o papel ao meio.
Não se preocupe se o papel não está bem dobrado ou se a tarefa não está
terminada. Coloque cada folha de papel dobrada numa pilha. Reduza,
gradualmente, o controle das mãos até que ele consiga desempenhar a tarefa
sozinho. Quando a criança conseguir dobrar o papel sem ajuda, faça com que ele
desempenhe uma segunda dobra. Sente-se ao lado dele. Cada um de vós fica com
uma folha. Dobre a sua folha e faça com que ele desempenhe a mesma acção
mas, em vez de a colocar no pilha das folhas dobradas, diga-lhe “Olha, João.” e
dobra uma segunda vez. Ajude-o apenas se ele estiver confuso.

105 – COMEÇAR A COLORIR


Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, desenhar
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências elementares para colorir.
Objectivo: Agarrar um lápis e fazer dois ou três riscos ao acaso numa folha.
Materiais: Dois lápis grossos, papel, caixa pequena.
Procedimento:

Sente-se ao lado do João na sua mesa de trabalho com os lápis, com o papel e
com a caixa à sua frente. Tire uma folha de papel e um lápis e faça dois ou três
rabiscos ao acaso. Use o mesmo lápis e a mesma folha de papel e tente levá-lo a
fazer dois ou três rabiscos. Coloque o lápis na mão, coloque a sua mão em cima da
mão da criança e ajude-o a rabiscar por alguns segundos. A seguir, elogie-o, ponha
o papel na pilha das tarefas acabadas e coloque o lápis na caixa. Repita o
procedimento com o segundo lápis. Reduza, gradualmente a sua ajuda até que ele
consiga segurar o lápis e rabiscar sozinho. Encoraje-o a rabiscar por períodos
longos mas dê-lhe somente alguns lápis para que veja em quantas partes se pode
dividir uma tarefa.
106 – BOLAS DE SABÃO
Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e as competências de agarrar
Objectivo: Tirar a tampa de um frasco de bolas de sabão e usar o dispositivo de forma a
conseguir fazer bolas
Materiais: Frasco com dispositivo para bolas de sabão
Procedimento:
Assegure-se que a tampa do dispositivo está colocada de forma solta e coloque o
dispositivo na mesa em frente do João Chame-lhe a atenção e demonstre-lhe
como tirar a tampa. Então retire o dispositivo que serve para fazer as bolas e
sopre. Coloque-o novamente no frasco de forma solta. Segure a mão da criança e
dirija-lhe os movimentos até ele fazer algumas bolas de sabão. Em seguida volta
a colocar o dispositivo e a tampa no frasco. Coloque-o em frente da criança e
incite-o a abrir o frasco. Finja que o está a fazer, se necessário, e posicione as
mãos de forma apropriada no frasco. Repita a actividade até ele conseguir tirar a
tampa sem ajuda.

107 – DESAPERTAR TAMPAS DE FRASCOS


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Imitação, motricidade
Meta: Melhorar o controle da motricidade fina, cooperação das duas mãos, força das
mãos e rotação do pulso
Objectivo: Desapertar a tampa de um frasco sem ajuda
Materiais: 3 frascos pequenos com tampas de desapertar, recompensas alimentares
Procedimento:
Coloque os três frascos na mesa em frente ao João. Acene com uma recompensa
de um alimento que ele goste e, quando tiver chamado a sua atenção, tire a
tampa de um dos frascos, coloque a recompensa lá dentro e ponha a tampa no
frasco de forma a ficar solta. Dê-lhe o frasco e gesticule no sentido de ele imitar o
que fez. Coloque as mãos do João no frasco e ajude-o a desempenhar a tarefa
para que obtenha a recompensa que está no interior do frasco. Repita o
procedimento com os três frascos. Reduza progressiva a sua ajuda até o João
conseguir abrir os três frascos sozinho. Lembre-se de verificar sempre se as
tampas não estão demasiado apertadas.
108 – EXERCÍCIOS DE DEDOS
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Aumentar o controle dos dedos
Objectivo: Desempenhar movimentos simples dos dedos sem assistência
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Demonstrar ao João movimentos simples dos dedos e fazer com que ele os imite
(por exemplo: tocar em sucessão cada um dos dedos da sua mão direita com o
seu polegar esquerdo). Gesticule para que o João imite o que acabou de fazer. Se
ele fizer algum movimento no sentido de a imitar, use as suas mãos para mover
os dedos dele de forma correcta. Elogie-o imediatamente.
Outros movimentos possíveis dos dedos incluem:
Agitar o polegar com o punho fechado
b) Agitar todos os dedos com a palma da mão para cima
c) Agitar cada um dos dedos individualmente com a palma da mão para baixo.
Repita a actividade usando outros movimentos simples dos dedos de forma a que
o João aprenda como mover os dedos conjuntamente e individualmente.

109 – PUXAR CORDÕES


Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Percepção, audição
Imitação, motricidade
Meta: Aumentar as competências de agarrar e o controle motor fino
Objectivo: Puxar um fio de um boneco para que este fale
Materiais: Boneca ou peluche que fale ou emita sons quando um fio é puxado
Procedimento:
Mostre à criança um brinquedo e diga “Olha, João.”. Assegure-se que ele está a
olhar e mostre-lhe como puxar o fio do brinquedo para que este fale. Quando o
boneco parar de emitir sons, guie a mão do João para que puxe o fio.
Recompense-o imediatamente por puxar o fio apropriadamente. Mostre-lhe onde
está o fio e finja que o vai puxar. Ajude-o apenas se ele parecer confuso.
Finalmente, ensine-o a puxar o fio sem ajuda, usando as duas mãos num esforço
cooperativo.
110 – EXERCÍCIOS DE MÃOS
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a força das mãos
Objectivo: Apertar uma esponja ou uma bola macia 5 vezes em cada mão
Materiais: Esponja, bola macia de borracha
Procedimento:
Sente-se ao lado direito do João e coloque a sua palma da mão direita voltada
para cima. Com a sua mão esquerda coloque-lhe a mão direita na mesma
posição. Feche a mão lentamente e diga “Fecha.”. Em seguida diga “Abre.” e
coloque a mão na posição original. Repita o procedimento usando a sua mão
esquerda para o ajudar a abrir ou fechar a mão. Lembre-se de usar os comandos
“Abre.” e “Fecha.”. Repita o procedimento até ele conseguir abrir e fechar o punho
5 vezes seguidas baseado em ordens verbais. Quando ele conseguir
desempenhar a tarefa correctamente coloque-se do outro lado do João e trabalhe
esse lado. Assim que os dois lados estiverem trabalhados, coloque uma esponja
numa das mão e faça com que a aperte 5 vezes seguidas. O mesmo acontece
para a outra mão. Finalmente substitua a esponja por uma bola de borracha e
continue o treino. Lembre-se de dizer “Abre.” E “Fecha.” de cada vez e de colocar
a sua mão a desempenhar a mesma tarefa para que elo tenha um modelo a
imitar.

111 – MOLAS DE ROUPA


Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar o controle motor fino e a força das mãos
Objectivo: Prender 6 molas de roupa nos bordos de uma caixa de sapatos
Materiais: 6 molas da roupa de plástico, caixa de sapatos
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, verifique se as molas não são demasiado rígidas
para que o João as abra facilmente. Segure a mola em frente ao rosto da criança
e demonstre como se abre e fecha. Em seguida diga “Olha.” E prenda a mola no
bordo da caixa. Coloque a mola na mão do João e use a sua mão para o ajudar a
abrir a mola. Guie-lhe as mãos para prender a mola ao bordo da caixa. Elogie-o
sempre que se prenda a mola. Reduza gradualmente a sua assistência até que
ele consiga desempenhar as suas actividades sozinho. Quando ele conseguir
realizar essa actividade sem ajuda, coloque 6 molas à sua frente para que termine
a tarefa. Em seguida faça com que remova as molas e as coloque dentro da
caixa. Recompense-o de cada vez que realizar essa actividade.
112 – SEGUIR COM O DEDO
Motricidade fina, manipulação
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, táctil
Meta: Melhorar o controle das mãos e dos dedos
Objectivo: Traçar com o dedo os contornos de formas
Materiais: Itens comuns de casa (bola, mesa e um livro)
Procedimento:
Segure o dedo indicador do João e, lentamente, trace o contorno exterior de uma
série de objectos tais como: um livro, uma mesa, uma bola. Fale com ele de forma
reconfortante enquanto o faz. Reduza, gradualmente, o controle da mão e
verifique se ele vai fazendo o contorno dos objectos sozinho. Elogie-o enquanto
traçar, lentamente, os contornos com os dedos. Se ele começar o traçado de
forma impaciente ou impulsiva, acalme-o verbal ou, se necessário, fisicamente. Á
medida que ele se habituar à sensação táctil desses objectos, introduza outros.

113 –DOBRAR PAPEL


Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Realização cognitiva, linguagem receptiva (opção)
Meta: Aumentar o controle motor fino, a coordenação das mãos e a discriminação da
cor
Objectivo: Fazer um brinquedo, dobrando papel
Materiais: 2 tiras de papel colorido
Procedimento:
Cole as duas extremidades das fitas tal como é demonstrado na figura. Mostre, ao
João como dobrar a tira horizontal sobre a vertical. Se ele for receptivo e nomear
as cores faça com que ele saiba o que vai dobrar, dizendo “Azul.” e faça as
dobras seguintes (figuras C, D e E). Se ele não souber as cores, aponte para as
fitas que ele deve dobrar, dizendo “Dobrar.”. Se ele hesitar, guie-lhe as mãos até
que o trabalho esteja completo.
114 – CORTAR
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e aprender a usar tesouras
Objectivo: Cortar ao acaso tiras de papel
Materiais: Tesouras, papel
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, faça 3 cortes numa folha de papel com 5 cm de
distância entre elas para que o João seja capaz de completar os cortes. Coloque o
material (folha de papel e tesoura) em frente dele. Chame-lhe a atenção e segure
nas tesouras. Segure-os de forma apropriada e coloque-os no seu campo de
visão. Faça um corte. Segure nas mãos do João e posicione as tesouras
apropriadamente. Use as suas mãos para reforçar o acto de agarrar a tesoura por
parte da criança e para controlar os seus movimentos. Manipule as suas mãos de
forma a que abra e feche a tesoura várias vezes. Diga “Cortar.” de cada vez que
as tesouras fecham. Ajude-o a prolongar os cortes. À medida que achar que as
suas mãos evidenciam mais destreza, reduza a ajuda prestada. Não se preocupe
se os cortes não saírem direitos. Encoraje o João a terminar apenas os cortes já
efectuados pois, dessa forma, a tarefa terá um fim delimitado e ele não se sentirá
frustrado.

115 – PARAFUSOS E PORCAS


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Aprender a discriminar tamanhos e melhorar as capacidades motoras finas.
Objectivo: Emparelhar 3 parafusos e 3 porcas de 3 tamanhos diferentes sem ajuda
Materiais: 3 parafusos e porcas de tamanho igual, 3 parafusos e porcas de tamanhos
diferentes, 2 tabuleiros.
Procedimento:
Quando o João conseguir completar dois tabuleiros diferentes (actividades 143 e
144), comece a ensiná-lo a emparelhar as peças soltas (sem encaixe de madeira
como suporte), usando as duas mãos de forma cooperativa. Comece com as
peças de tamanho igual. Misture-as em frente do João. Coloque, em seguida, dois
tabuleiros na mesa com um parafuso num deles e uma porca no outro.
Demonstre, em seguida como enroscá-los. Guie as suas mãos para que o João
enrosque o segundo par. Repita o procedimento até que ele consiga completar os
3 pares de peças sem ajuda. Quando ele não demonstrar dificuldade em associar
as 3 peças semelhantes, repita o procedimento com as 3 peças de tamanhos
diferentes até ele não demonstrar dificuldade na execução desta nova tarefa.
116 – FLOCOS DE NEVE
Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a precisão das competências de dobrar papel e aumentar a força
muscular para usar tesouras
Objectivo: Dobrar e cortar 4 folhas de papel ao mesmo tempo
Materiais: Folhas, tesouras
Procedimento:
Coloque um quadrado de papel à sua frente e outro em frente do João. Chame-
lhe a atenção “Olha, João.” e dobre o papel ao meio. Em seguida, segure nas
suas mãos e ajude-o a fazer o mesmo. Diga “Outra vez.” e dobre novamente a
folha ao meio. Leve-o a fazer o mesmo, preferencialmente sem a sua ajuda. Com
um lápis, desenhe os sítios que ele deve cortar (ver figura). Corte. Em seguida
abra o papel e mostre-se entusiasmada com o desenho obtido. Ajude-o a colar o
desenho na janela para mostrar como gostou do trabalho que fez. De início terá
de lhe guiar as mãos para que o João consiga cortar o papel no sítio exacto.

117 – PENDURAR ROUPA


Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar a força muscular e o período de atenção
Objectivo: Pendurar roupas numa corda e apertar com uma mola da roupa
Materiais: Molas da roupa, toalhas, lenços, meias, corda, cesto
Procedimento:
Estenda a corda de forma a que fique ao nível dos ombros do João. Coloque a
roupa num cesto, aos seus pés, e as molas numa caixa. Dirija-o, guiando as mãos
em primeiro lugar, e depois por gestos e palavras, da seguinte forma: “Tira a
meia.” (use a mão esquerda da criança), “Tira a mola.” (use a mão direita da
criança), “Põe a meia.” (coloque-o na corda), “Põe a mola.” (ajude-o a apertar a
mola, a colocá-la na corda e a libertá-la). Se verificar que o João tem alguma
dificuldade particular, como por exemplo: em abrir a mola; pratique esta actividade
antes de continuar a implementar toda a sequência (por exemplo: pratique o
apertar das molas numa toalha de mesa).
118 – TACHAS – I
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motor
Motricidade fina, agarrar
Meta: Aumentar o controle da motricidade fina e da força dos dedos
Objectivo: Empurrar 12 tachas num quadro de cortiça
Materiais: Tachas, quadro de cortiça
Procedimento:
Sente-se à mesa, com o João e coloque o quadro à sua frente. Coloque as tachas
ao lado. Assegure-se que ele está a olhar para si quando apanhar a primeira
tacha. Usando um movimento deliberado de pinça, apanhe a tacha e segure-o em
frente dos Olhas do João para que ele veja o que está a fazer. Diga “Olha, João.”
e empurre a tacha de forma a que fique presa na cortiça. Segure nos dedos do
João e repita o procedimento. Aponte para a segunda tacha e diga “Põe no
quadro.” e aponte para o quadro. Se ele não fizer nenhum movimento, guie-lhe a
mão. Repita o procedimento até ele conseguir colocar as 12 tachas no quadro. De
início, escolha apenas 3 ou 4 tachas da mesa; mas, à medida que aprende a
tarefa, aumente o número.
119 – TECER COM TIRAS
Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aprender a tecer, usando padrões regulares
Objectivo: Entender as noções “em cima”, “em baixo” e mover o papel de acordo com
essas noções. Trabalhar até a tarefa estar completa
Materiais: Tiras de papel de duas cores
Procedimento:
Cortar o papel em tiras de 3cm iguais (azul - 20 cm; vermelho - 30 cm). Coloque
uma folha lisa na mesa para formar a base do. Cole as tiras azuis no cimo da
folha trabalho (ver figura). Segure uma tira vermelha e teça-a nas azuis, da direita
para a esquerda (ver figura). Enquanto faz a demonstração vá dizendo: “Em cima,
em baixo.”, conforme vai movendo a fita. Em seguida, dê ao João outra fita
vermelha e ajude-o a passar por baixo e por cima das fitas azuis. Utilize palavras
simples “Olha João, agora vai para cima e agora, para baixo”. Assim que ele
perceber o que se espera dele, afaste-se e veja se ele parece confuso. Após a fita
estar colocada correctamente, segure-o com um pedaço de fita cola. Quando o
padrão ficar completo, elogie-o e dê-lhe a tesoura para aparar as pontas. Use-o
na cozinha ou noutro ponto da casa, como enfeite para que ele se sinta motivada
a fazer outro.
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL

A coordenação de capacidades é uma das competências que mais falha nas


crianças com autismo. Assim, é especialmente importante considerar os níveis de
desenvolvimento nas tarefas que envolvem coordenação óculo-manual. Mesmo que a
criança seja boa, em termos de competência de motricidade fina, a sua coordenação
óculo-manual pode ter um nível baixo devido a problemas de percepção. A maioria
das capacidades de motricidade fina descritas pretendem ensinar à criança como
agarrar e manipular objectos. A coordenação óculo-manual envolve a coordenação
dessas competências com as capacidades de percepção. Por exemplo: agarrar um
lápis e usá-lo para riscar espontaneamente, numa tarefa de motricidade fina. Usar o
mesmo lápis para passar por cima (ou desenhar) de um padrão simples. Esta tarefa
tanto envolve a coordenação da motricidade fina como as capacidades de percepção.
É isto que é considerado a coordenação óculo-manual.
As actividades de percepção, motricidade fina e coordenação óculo-manual,
aqui sugeridas, estão intimamente relacionadas, mas o professor não deve entender
que os níveis de desenvolvimento da criança nestas funções vão ser os mesmos. Não
é raro que uma criança com autismo tenha capacidades de motricidade fina num nível
de , mas tenha capacidades de percepção e de coordenação óculo-manual, apenas
num nível de 2 anos. Uma avaliação cuidada do nível funcional desta criança, em
cada uma das áreas, é extremamente importante para se delinear um programa de
educação individualizado efectivo. As actividades que se seguem são uma amostra
de tarefas que podem ser usadas para melhorar a coordenação óculo-manual e estão
agrupadas em duas categorias: desenho e manipulação de materiais. As actividades
que envolvem o desenvolvimento do controle óculo-manual são especialmente
importantes na programação pré-profissional. As actividades de desenho, a este nível,
constituem a base para uma eventual aprendizagem da escrita. O desenvolvimento e
consolidação das competências de coordenação óculo-manual são um dos aspectos
mais importantes do crescimento e adaptação da criança.
120 – PRÉ- EMPILHAR
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Imitação, motor
Meta: Aumentar o controle em colocar objectos
Objectivo: Empilhar 3 ou 4 caixas
Materiais: Pequenas caixas de cereais (vazias ou cheias), cesto
Procedimento:
Coloque as caixas de cereais dentro do cesto e sente-se o João, no chão. Retire
uma caixa do cesto e coloque-o no chão. Então tire outra caixa e coloque-o em
cima da primeira. Repita o procedimento até todas as caixas estarem empilhadas.
Em seguida empurre-as e faça um barulho qualquer divertido. Coloque novamente
todas as caixas no cesto. Em seguida, recomece a actividade mas, ao colocar a
primeira caixa no chão, dê ao João a outra caixa para que seja ele a colocá-la.
Repita o procedimento, retirando progressivamente a sua ajuda até que ele seja
capaz de retirar as caixas do cesto, empilhá-las e deitá-las ao chão sem ajuda.

121 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – I


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências de agarrar um objecto e de o atirar a um alvo
Objectivo: Colocar um objecto numa lata vazia
Materiais: 4 latas vazias, 4 pares de meias
Procedimento:
Coloque 4 latas, em fila na mesa, em frente ao João. Coloque os 4 pares de
meias enroladas numa caixa de sapatos ao seu lado. Agarre num dos pares de
meias e mostre à criança como a deixar cair dentro da lata. Guie-lhe a mão de
forma a que ele apanhe um par de meias, dirija a mão à lata e deixe cair a meia
dentro da lata. Repita a actividade até cada lata ter uma meia dentro.
Gradualmente, reduza a sua assistência à medida que o João for desempenhando
a tarefa de forma mais independente. Observe-o cuidadosamente no sentido de
verificar se existe alguma parte da tarefa que lhe seja particularmente difícil. Se
ele mostrar dificuldade com alguma parte específica, gesticule no sentido da
acção desejada. Quando todas as meias estiverem nas latas, remova os materiais
e recompense-o.
122 – TRABALHO PRÉ-PUZZLE – II
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Aumentar a capacidade de agarrar um objecto e lançá-lo num alvo
Objectivo: Colocar uma conta numa caixa dos ovos
Materiais: Caixa dos ovos, 12 contas grandes (ou nozes)
Procedimento:
Divida uma embalagem de cartão dos ovos e coloque uma das partes em frente
ao João. Ponha uma das contas à sua frente e aponte para um dos espaços
vazios da caixa de cartão e diga: “Põe.”. Elogie-o e recompense-o imediatamente
se ele fizer alguma tentativa para segurar na conta e depositá-la num dos espaços
vazios que pertencem à caixa de ovos. Se ele parecer que não entende dirija-lhe
a mão nessa actividade. Repita o procedimento até colocar todas as contas na
embalagem. Reduza gradualmente a assistência até que a criança consiga libertar
a conta na embalagem. De início, terá de apontar para a caixa vazia no sentido de
lhe dirigir a sua actividade. Quando estiver familiarizado com a actividade, diga:
“Põe.”, mas não aponte. Verifique se ele consegue localizar visualmente o
recipiente vazio e colocar a conta, lá dentro.

123 – ANÉIS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina
Objectivo: Enfiar 4 anéis numa estaca sem ajuda
Materiais: Anéis, estaca
Procedimento:
Coloque a estaca à frente do João e mostre-lhe os anéis. Diga “Olha, João”, e
mostre-lhe como atirar o anel na estaca. Tire o anel e repita o procedimento. Dê o
segundo anel ao João e diga-lhe “Põe.”. Guie a sua mão pela actividade
pretendida. Repita o procedimento até que todos os anéis estejam introduzidos na
estaca. Elogie-o sempre que colocar um anel e recompense-o quando todos os 4
anéis estiverem introduzidos. Assegure-se que ele vê que todos os anéis que lhe
serão dados para que tenha a noção do término da tarefa.
124 – EMPILHAR BLOCOS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, agarrar
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e o controle da motricidade fina
Objectivo: Empilhar 4 blocos sem ajuda
Materiais: 4 blocos médios
Procedimento:
Coloque 4 blocos na mesa, à frente do João. Assegure-se que lhe despertou a
atenção e demonstre como se empilham os blocos no sentido de formar uma
torre. Desfaça a torre e coloque os blocos na posição original. Coloque um dos
blocos directamente em frente do João. Tire um segundo bloco e diga “Põe em
cima.” e coloque-o em cima do primeiro. Assegure-se que ele está a olhar
enquanto empilha o segundo bloco. Segure a sua mão, ajude-o a apanhar o 3º
bloco, diga “Põe em cima.” e dirija a mão do João. Repita o procedimento com o
quarto bloco, mas, desta vez, aponte e diga “Põe em cima.”. Dê-lhe uma
oportunidade de empilhar o bloco sozinho mas ajude-o se parecer confuso.
Quando todos os blocos estiverem empilhados, a actividade termina. Repita o
procedimento até o João conseguir empilhar os blocos sem ajuda.

125 – CUBOS EM LATA


Coordenação óculo-manual, controle
Percepção, visual
Meta: Aumentar as motricidade fina e atenção
Objectivo: Colocar 4 blocos numa lata
Materiais: Lata de café com um corte na tampa, 4 blocos, 2 tabuleiros
Procedimento:
Coloque a lata de café na mesa entre si e o João. Coloque 2 cubos em cada
tabuleiro e coloque um de cada lado da lata (ver figura). Aponte para um cubo e
diga “Põe dentro.”. Se necessário, segure-lhe na mão e guie-o para a actividade
pretendida (segurar um cubo e colocá-lo dentro da lata através do corte da
tampa). Aponte para um bloco no outro tabuleiro e repita o procedimento.
Assegure-se que o João está a olhar para a sua mão enquanto você aponta para
os blocos. Alterne os cubos dos tabuleiros diferentes para que ele seja forçado a
mover os seus Olhas à medida que vai apontando.

126 – ENCAIXES
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Aumentar a capacidade em direccionar um objecto para um alvo específico.
Objectivo: Inserir 5 cavilhas num quadro sem ajuda.
Materiais: Caixa de sapatos, cavilhas (podem ser feitas do pau da vassoura).
Procedimento:
Coloque o encaixe na mesa em frente ao João.
Manipule a mão dele para que tire todas as
cavilhas e as coloque na mesa. Segure o dedo
indicador e ajude-o a localizar o orifício na caixa.
Aponte para uma das cavilhas e aponte para um
dos buracos e diga “Põe dentro.”. Guie-o na
introdução da primeira cavilha mas, gradualmente, reduza a ajuda prestada. Após o ter
ajudado a introduzir a primeira cavilha, ajude-o a retirá-la e a introduzi-la novamente.
Repita o procedimento com todas as cavilhas. Após o João se habituar a esta rotina,
diga-lhe “Põe.”, mas não aponte para uma peça específica ou para um buraco.
Recompense-o quando todas as cavilhas estiverem na caixa.

127 – ESTOJO DE LÁPIS


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Melhorar a manipulação de objectos e controlar a direcção para um alvo
Objectivo: Colocar 4 lápis nos furos de um estojo de lápis sem ajuda
Materiais: Lata (sumo, vegetais, etc.), cartão, 4 lápis
procedimento:
Construa um estojo de lápis simples, fazendo furos numa
peça de cartão e colando-a no cimo da lata (ver figura).
Assegure-se que os furos têm a dimensão suficiente para
que os lápis caibam. Coloque os estojo e 4 lápis à frente
do João. Assegure-se que ele está a olhar e ponha um
lápis num dos furos. Dê-lhe um lápis e guie-lhe a mão
para um dos furos, enquanto diz “Põe dentro.”. Elogie-o imediatamente. Dê-lhe um
terceiro lápis, aponte para outro furo e diga: “Põe dentro.”. Ajude-o só se for
necessário. Quando ele estiver habituado a pôr os lápis, pare de apontar para os
furos e veja se ele é capaz de localizar os furos vazios e tenta lá pôr os lápis.
128– COLORIR
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar o controle da mão e desenvolver competências de colorir
Objectivo: Fazer 4 ou 5 marcas com um lápis dentro de um espaço delimitado por uma
linha grossa
Materiais: Lápis, papel, marcadores
Procedimento:
Usando um marcador faça dois círculos ou quadrados numa folha de papel (ver
figura). Faça os contornos grossos, escuros e claramente visíveis. Coloque uma
folha de papel e dois lápis na mesa em frente do João. Tire um lápis e faça alguns
rabiscos dentro do espaço delimitado pelo círculo. Dê-lhe um segundo lápis e diga
“Faz tu.”. Ajude-o a agarrar o lápis e a rabiscar por alguns segundos dentro do
círculo. Elogie-o, remova a folha e repita o procedimento com uma segunda folha.
De início o João não entenderá a ideia de colorir dentro de um espaço delimitado.
Continue a fazer as marcas apenas dentro das linhas e use a sua mão para que
ele faça o mesmo. Retire, gradualmente o controle da mão à medida que ele
conseguir colorir de uma forma controlada. Recompense-o sempre que completar
um folha de trabalho.

129- ENFIAR CONTAS – I


Coordenação óculo manual, controle
Motricidade fina e coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos
Objectivo: Enfiar duas contas num pino enquanto o segura com uma mão
Material: Pino de enfiar e contas
Procedimento:
Coloque o pino em cima da mesa e dê ao João uma conta (certifique-se de que
cabe no pino) e guie a sua mão para que a enfie. Pegue numa segunda conta,
mostre-a e diga: “Põe aqui.”, apontando para o pino. Ajude-o apenas se for
necessário. Quando estiverem duas pintas no pino, coloque-o de lado e ponha
outro na mesa. Desta vez tente que ele ponha o pino sem a sua ajuda. Quando
ele conseguir fazê-lo com a base assente na mesa, ajude-o a segurar o pino com
uma mão e a enfiar as contas com a outra. De inicio terá que o ajudar com as
suas mãos, mas vá retirando a assistência à medida que o João vai progredindo.
130 – ENFIAR CONTAS – II
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos
Objectivo: Colocar duas contas num suporte sem ajuda
Material: Pino de enfiar e contas
Procedimento:
Quando o João conseguir colocar as contas num pino (actividade 129) tente que
o faça num objecto mais flexível, mas ainda rígido, como por exemplo um tubo de
plástico. Demonstre como fazê-lo segurando o tubo com uma mão e usando a
outra para apanhar as contas, depois dê-lhe o tubo e ajude-o a segurá-lo com
uma mão. Ajude o João a colocar as contas no tubo e quando ele conseguir
recompense-o. Reduza o seu apoio à medida que ele vai progredindo.

131 – ENFIAR CONTAS – III


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e o uso cooperativo das duas mãos
Objectivo: Enfiar 5 contas num atacador de sapato, sem ajuda.
Material: Atacador de sapato e contas.
Procedimento:
Depois do João conseguir enfiar as contas no tudo sem ajuda (actividade130),
mude parta um cordão ou atacador de sapato. Dê um nó numa das extremidades
para que as contas não saiam. Demonstre primeiro como enfiar a conta no fio.
Certifique-se de que o João está a olhar para a sua demonstração. Depois guie-o
para que segure no atacador com uma mão e numa conta com a outra. Ajude-o a
enfiar a primeira conta e a fazê-la deslizar até ao nó do fio. Repita a actividade até
enfiar as 5 contas. No principio terá que lhe ensinar o que cada mão terá que
fazer, parar que ele consiga usá-las cooperativamente. Repita a actividade até
que ele consiga colocar as 5 contas sem ajuda.
132 – MOLAS DE ROUPA
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação, emparelhar
Meta: Incrementar competências para emparelhar e força manual
Objectivo: Colocar 6 molas de roupa no lugar assinalado num tubo
Material: 6 molas de roupa de cores diferentes, um tudo
Procedimento:
Quando o João conseguir colocar molas de roupa numa caixa sem ajuda
(actividade 111) comece a ensinar-lhe a colocar molas em sítios marcados de um
tubo. Desenhe 6 estrelas no lado exterior do tubo e vire-as para cima, para que
ele coloque as molas directamente nas estrelas. Se quiser usar esta tarefa para o
emparelhar das cores, desenhe as estrelas com as cores das molas. Depois dê-
lhe uma mola aponte para a estrela e diga: “Põe aqui.”. Se ele a tentar colocar em
qualquer lado do tubo aponte para a estrela e repita: “Põe aqui.”. Se ele lhe
parecer confuso, guie-lhe a mão para a estrela. Quando ele conseguir colocar as
6 molas sem a sua ajuda, diga ocasionalmente: “Põe aqui.”, sem apontar. Veja se
ele procura as estrelas ainda vazias para colocar a mola.
133 – TRABALHAR O PRÉ-DESENHO
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Imitação, Motricidade
Meta: Aumentar o controle manual e desenvolver as primeiras competências de
desenho
Objectivo: Traçar três linhas num prato de açúcar ou farinha com um dedo
Materiais: Um prato, açúcar ou farinha
Procedimento:
Espalhe o açúcar num prato. Pegue no dedo indicador do João e mostre-lhe como
fazer linhas rectas. Reduza o seu apoio à medida que ele começar a fazer marcas
sozinho. quando ele perceber toda a actividade, faça marcas e tente que ele a
imite. Faça padrões na vertical e horizontal.

134. BRINQUEDOS DE ENCAIXE


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual e aprender a usar adequadamente os
brinquedos
Objectivo: Fazer uma construção simples de 3 encaixes
Materiais: Brinquedos de encaixe
Procedimento:
Certifique-se de que o João está a olhar para si e faça as três construções. Ponha
o seu modelo na mesa e dê-lhe peças para ele fazer construções semelhantes.
Ajude-o a copiar o primeiro modelo, controlando as suas mãos. Reforce-o e
coloque a construção ao lado da sua. Dê-lhe as peças para fazer o segundo
modelo. Ajude-o se ele parecer confuso. À medida que ele for controlando melhor
a actividade, retire a sua ajuda e aumente o número de peças da construção.
Recorde que demasiadas peças em frente dele podem desorganizá-lo.

135 – MOLDAR PLASTICINA – I


Coordenação óculo-manual
Motricidade fina, coordenação óculo-manual
Percepção visual
Imitação e motricidade
Meta: Incrementar a coordenação óculo-manual e desenvolver a capacidade de
copiar objectos
Objectivo: Copiar três objectos comuns com a plasticina
Material: Plasticina, 3 objectos comuns com formas simples (por ex.: bola, bolacha, cubo
Procedimento:
Sente o João à mesa. Coloque um dos objectos a serem copiados em frente dele,
assim como dois pedaços de plasticina. Nomeie o objecto a copiar e certifique-se
de que ele está a olhar. Se estiver a fazer uma bola diga “Olha, João, uma bola.”.
Quando ele olhar mostre-lha e coloque-o ao lado do objecto original. Depois
aponte para o segundo objecto e faça o mesmo. Se ele não fizer nenhum
movimento com a plasticina ajude-o a começar, com a sua mão. Se ele não
compreender ajude-o, com as suas mãos, a moldar a bola. Reforce-o
imediatamente e repita o procedimento com os outros objectos. À medida que ele
for sendo mais capaz e independente, retire o seu apoio.

136 – MOLDAR PLASTICINA – II


Coordenação óculo-manual
Motricidade fina, coordenação óculo-manual
Percepção visual
Imitação e motricidade
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, aprender a usar adequadamente os
jogos e desenvolver a capacidade de reproduzir cópias de representações
bidimensionais
Objectivo: Moldar com plasticina figuras representadas por desenhos
Material: Plasticina, desenho de três objectos comuns e familiares ao João. Devem ser
muito claros para ele, podem ser desenhados ou recortados de uma revista, se
possível devem representar os mesmos objectos trabalhados na actividade 135
Procedimento:
Quando o João conseguir moldar a plasticina para copiar os objectos com estes
presentes, ensine-o a moldar objectos a partir de figuras. Coloque dois bocados
de plasticina em cima da mesa e uma figura a reproduzir. Certifique-se de que ele
esta a olhar para a figura. Diga: ”Olha João, a bola.“ e aponte para a figura.
Depois pegue num bocado de plasticina e faça uma bola. Aponte para o segundo
bocado de plasticina e diga: “ Olha, faz a bola.”. Se ele lhe parecer confuso, ajude-
o a começar. Coloque a segunda bola perto da figura e aponte para o conjunto
dizendo: “ Bola”. Reforce-o imediatamente e repita o procedimento com as outras
duas figuras.
137. PARTES DE UM TODO
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção visual
Meta: Reconhecer a relação entre as partes e o todo e juntar as partes correctamente
para formar um objecto
Objectivo: Juntar, sem ajuda as partes de uma figura dividida em duas
Material: Papel de cor, papel branco, lápis, tesoura e cola
Procedimento:
Corte partes de objectos que, quando juntas, formem um objecto que o João
reconheça facilmente. Desenhe uma linha no meio de uma folha branca e num
dos lados da linha coloque o modelo do objecto. Mostre ao João as duas partes
do objecto e como deve colocá-las no outro lado da folha que contém o modelo.
Certifique-se de que ele está a olhar para si enquanto as coloca directamente no
outro lado da folha. Nomeie o objecto e retire as duas partes novamente. Diga-lhe
que junte as duas partes, se ele parecer confuso ajude-o a rodar as partes até que
encaixem adequadamente e depois cole o desenho no papel. Pendure o desenho
na sala de aula para mostrar que tem orgulho no seu trabalho. À medida que ele
for dominando a tarefa divida as figuras em 3 ou 4 partes e repita o procedimento.

138. PINÇAS
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Percepção visual
Meta: Aumentar a coordenação óculo-manual, o controle da motricidade fina e a
capacidade de movimentar objectos
Objectivo: Pegar em 6 objectos pequenos com pinças e colocá-los em copos ou cartões
dos ovos.
Material: Pinças pequenas e flexíveis, cartão de ovos, pequenos objectos (blocos,
contas etc.)
Procedimento:
Coloque 2 ou 3 objectos pequenos em cima da mesa em frente do João e diga
“Olha, João.” e mostre-lhe como se usa a pinça. Certifique-se de que ele está a
olhar para si e use a pinça para pegar num dos objectos e colocá-los num buraco
do cartão de ovos. Liberte o objecto no cartão abrindo a pinça. Tente que o João o
imite no uso da pinça. Ajude-o a pegar-lhe de forma adequada. Com a outra mão
aponte para o objecto que ele deve pegar e diga “Põe este.”. Ajude-o a controlar a
pinça e a pegar no objecto. Depois encaminhe-o para o cartão e ajude-o a libertar
o objecto. Inicialmente terá que apontar para um buraco vazio para que ele saiba
onde deixar o objecto. Treine com vários objectos para que ele adquira o controle
da pinça. Diminua o controle das mãos à medida que sentir que ele vá
percebendo e controlando melhor a tarefa.
139- DESENHO: LINHAS HORIZONTAIS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Objectivo: Aumentar o controle manual e desenvolver competências de desenho
Objectivo: Desenhar linhas horizontais unindo pontos
Material: Papel, lápis e marcadores
Procedimento:
Usando os marcadores, prepare várias folhar de trabalho desenhando 5 ou 6
conjuntos de pontos bem visíveis com cerca de 1 cm de intervalo. Dê um lápis ao
João e ajude-o a colocar o lápis no ponto da esquerda. Diga: “Por cima.” e guie-
lhe a mão para que vá passando por cima dos outros pontos até ao último da
direita. Repita esta actividade várias vezes. Reduza a ajuda manual à medida que
sentir que ele começa a mexer o lápis sozinho. Reforce-o por cada folha
completa. Pode ir gradualmente aumentando o grau de dificuldade, aumentando a
distância entre os dois pontos.
140- DESENHAR CÍRCULOS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências básicas de desenho
Objectivo: Unir uma série de pontos para formar e completar círculos de um desenho
simples
Material: Papel, lápis e marcadores
Procedimento:
Desenhe vários desenhos simples, um em cada página, nos quais o circulo forme
uma parte importante do desenho. Use os marcadores para fazer a figura, mas
desenhe o circulo apenas com uma série de pontos bem visíveis. Dê ao João um
lápis e uma das folhas. Nomeie o objecto e aponte para o que falta. Guie a mão
dele para desenhar o circulo que falta, unindo os pontos. Reduza a ajuda à
medida que ele aprende o que se espera dele. Veja se ele consegue descobrir no
desenho onde está o circulo para completar.

141- CORTAR COM TESOURA


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Desenvolver o controle da tesoura e a coordenação óculo-manual
Objectivo: Cortar tiras de papel através de uma linha bem demarcada
Material: Papel, tesoura. marcador
Procedimento:
Corte uma folha de papel em tiras de cerca de 1 cm cada. Com um marcador
desenhe linhas grossas ao, longo da tira com cerca de 2 cm de intervalo. Dê ao
João as tiras e a tesoura, ajudando-o a segurá-las com as mãos. Aponte para
uma das linhas e diga: “Corta.”. Se ele parecer confuso ou se tentar cortar em
qualquer parte guie as suas mãos para a linha mais próxima. Reforce-o
imediatamente. repita a actividade tantas vezes quanto as necessárias para ele
conseguir cortar as linhas sem ajuda. Quando ele já tiver percebido que deve
cortar quando aponta para a linha, experimente dizer apenas, “Corta.”, sem
apontar. Veja se ele encontra a linha sozinho e se corta adequadamente.

142 – RECORTAR FIGURAS


Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Cortar adequadamente usando a tesoura para crianças
Objectivo: Cortar figuras simples sem ajuda
Material: Livro de pintar, tesoura, lápis
Procedimento:
Quando o João tiver aprendido como cortar uma linha (actividade 141) ensine-lhe
a recortar figuras. Os livros de pintar são excelentes para estes trabalhos.
Primeiro tente que ele recorte figuras apenas com linhas rectas, mas à medida
que aumenta a coordenação das mãos, pode começar a trabalhar figuras com
curvas simples. Se os desenhos estiverem pintados torna-se mais fácil para ele
recortar. Quando ele chegar ao fim de uma linho ajude-o a mudar de direcção.
Quando ele acabar reforce-o imediatamente e cole a pintura no caderno dele.

143 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS


Coordenação óculo-manual, controlo
Motricidade fina, manipulação
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual
Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos iguais num quadro de encaixe
Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual
Procedimento:
Antes de iniciar a actividade, construa um quadro simples, de madeira, tal como
visualiza na figura. Coloque 3 parafusos de tamanho idêntico tal como está na
figura. Diga “Olha, João.”. Quando estiver segura de que ele está a olhar, tire uma
porca e aperte-a de forma a ficar solta, num dos parafusos. Então, segure a mão
do João e ajude-o a agarrar a porca, fazendo pinça. Em seguida, guie a sua mão
para que aperte a porca no parafuso. Finalmente, aponte para a porca restante e
diga “Põe tu.”. Se ele tentar colocar a porca, elogie-o imediatamente e ajude-o a
terminar a tarefa. Repita a actividade muitas vezes, reduzindo a sua ajuda até que
ele seja capaz de completar todas as 3 porcas sem ajuda. Não espere que ele
consiga apertar a porca totalmente. De início, é provável que o João consiga
apenas realizar duas ou 3 voltas.
144 – QUADRO COM PORCAS E PARAFUSOS- II
Coordenação óculo-manual, controlo
Motricidade fina, manipulação.
Percepção, visual.
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual e a discriminação de tamanhos
Objectivo: Juntar 3 porcas e 3 parafuso de tamanhos diferentes num quadro de encaixe
Materiais: Quadro de madeira, 3 porcas e 3 parafusos de tamanho igual (actividade 143)
Procedimento:
Quando o João conseguir executar um quadro simples tal como está descrito na
actividade 143, construa um mais avançado usando 3 peças de tamanhos
diferentes. Coloque o quadro na mesa, em frente do João e espalhe as peças de
diferentes tamanhos. Segure na sua mão e ajude-o a apanhar uma das porcas.
Assegure-se que ele está a olhar e tente colocar a peça em todos os parafusos
até encontrar uma que sirva. Quando encontrar uma que não sirva, sorria, abane
a cabaça e diga “Não.”. Quando encontrar a peça apropriada, acena e diga “Sim.”
e ajude o João a enroscar a peça. Repita o procedimento com as restantes peças.
Após a ter ajudado com a segunda peça, verifique se ele consegue agarrar,
sozinho, a terceira porca e colocar no parafuso vazio. Repita a actividade, dando-
lhe a ajuda que necessita até que ele seja capaz de completar o quadro sozinho.
145 – COSER CARTÃO
Coordenação óculo-manual, controlo
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Motricidade fina, agarrar
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Desenvolver competências organizadas de coser
Objectivo: Passar um fio pelos furos de um cartão de forma sequencial
Materiais: Cartão grosso com furos, laço de sapato
Procedimento:
Mostre o cartão com furos, ao João e faça com que ele toque em cada furo com o
indicador. De início terá de guiar a sua mão para que toque nos furos no sentido
dos ponteiros do relógio. Lembre-o de tocar em todos os furos. Ajude-o a agarrar
a fio com a mão direita e a passá-lo pelo primeiro furo. Enfatize a direcção com a
ordem: “Para cima.”. Ajude-o a agarrar a ponta do fio com a mão esquerda e diga
“Para baixo.”. Ajude-o a deixar cair o fio. Em seguida, repita o procedimento,
alternando a mão direita para o movimento ascendente e a mão esquerda para o
movimento descendente. A repetição constante das directrizes vai fazer com que
o João organize a tarefa. Á medida que ele começar a iniciar a tarefa sem as
directrizes verbais, retire a sua ajuda por completo. Continue, no entanto a
verificar se ele não se esquece da direcção “Para cima.” e se não salta buracos.
146 – IMPRIMIR LETRAS DE IMPRENSA.
Coordenação óculo-manual, desenhar
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências de imprimir e melhorar a coordenação óculo-
manual
Objectivo: Ligar pontos para formar letras maiúsculas
Materiais: Papel, lápis, marcador
Procedimento:
Prepare folhas de trabalho, desenhando letras maiúsculas, formadas por pontos.
Coloque uma pinta de uma cor para indicar o ponto de partida e use setas para
indicar a direcção dos movimentos. As folhas devem conter letras constituídas por
linhas rectas (ver figura). Dê o lápis, ao João e guie-lhe a mão para desenhar as
letras. Dê-lhe directrizes verbais simples à medida que traça as letras. Por
exemplo: com a letra “A” pode dizer “Para baixo, para baixo, para o lado.”, para
indicar as direcções que as linhas deverão tomar. Quando ele estiver familiarizado
com as folhas de trabalho, aumente o espaço entre os pontos e faça-os menos
grossos. Finalmente veja se ele consegue desenhar as letras somente através
das suas directrizes verbais.
147 – DESENHAR (CÍRCULOS E QUADRADOS)
Coordenação óculo-manual, desenhar
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motor
Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual
Objectivo: Ligar pontos para desenhar círculos e quadrados
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Prepare várias folhas de trabalho contendo um círculo ou um quadrado cujas
linhas exteriores são constituídas por pontos. Os pontos devem ser claramente
visíveis e, no início, próximos um dos outros. Coloque uma dessas folhas e um
lápis em frente do João. Segure-lhe no indicador e, lentamente, trace a forma das
figuras que a folha de trabalho contém. Á medida que move o seu dedo diga:
“Ponto.” todas as vezes que o dedo do João passar por cima de um destes. Após
repetir esta actividade muitas vezes, dê-lhe o lápis e ajude-o a ligar os pontos.
Continue a repetir “Ponto.” todas as vezes que os ligar. Repita a actividade várias
vezes, usando novas folhas de trabalho. Quando ele começar a ligar os pontos
sozinho, reduza o número de pontos de cada figura e trace pontos cada vez com
menos pressão de forma a que fiquem desenhados com menos tinta logo, mais
claros. Quando o número de pontos tiver sido reduzido a 4 por figura, tire uma
folha de papel em branco e desenhe apenas metade do círculo ou do quadrado.
Verifique se o João completa a outra metade.
148 – DESENHAR CRUZES E DIAGONAIS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de desenho e a coordenação óculo-manual
Objectivo: Ligar pontos para formar cruzes e linhas diagonais
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho, desenhando conjuntos de pontos que formam
cruzes ou diagonais. Use uma cor diferente para indicar o ponto de partida (ver
figura). Comece com as folhas de trabalho que contenham apenas as linhas
diagonais. Dê o lápis ao João e guie-lhe as mão para que ligue os pontos. Diga
“Ponto, ponto, ponto.”, enquanto desenhas as linhas. À mediada que ele começa
a mover o lápis sozinho, retire progressivamente o controlo das mãos, mas
continue a repetir “Ponto, ponto, ponto.”. Repita o procedimento usando folhas de
trabalho que contenham cruzes formadas por pontos. Á medida que as suas
aptidões aumentam, use menos pontos por padrão e faça-os mais leves. Quando
o João conseguir conectar somente dois pontos pequenos, desenhe uma linha
diagonal ou uma cruz e veja se ele as consegue copiar sem quaisquer que lhe
sirvam de referência.
149 – DESENHAR: DECALQUES
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motor
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, controlo de um lápis e a capacidade em
desenhar formas
Objectivo: Desenhar figuras geométricas simples, usando inicialmente um decalque e, em
seguida, sem qualquer referência
Materiais: Cartão grosso, lápis, papel
Procedimento:
Prepare decalques simples cortando quadrados, círculos e triângulos de peças de
cartão forte. Coloque as 3 peças de um lado da mesa de forma a que o João veja
quantas vezes ele terá de desempenhar a tarefa. Coloque o 1º decalque numa
folha, à frente do João e ajude-o a mover o dedo no interior do decalque. Repita o
procedimento com o lápis na mão do João. Remova o decalque e mostre-lhe o
desenho que acabou de executar. Repita o procedimento com o 2º o e 3º
decalque. Recompense-o após cada decalque. Reduza o controlo da sua mão até
que consiga traçar o decalque sozinho. Á medida que adquire experiência com o
decalque, faça com que trace apenas metade da figura e, na outra metade,
execute o desenho sem modelo. Continue a desenhar a forma com e sem o
decalque. Reduza o controlo da mão até que ele consiga desenhar a forma com e
sem o decalque.
150 – DESENHAR: CONVERTER FORMAS EM DESENHOS
Coordenação óculo-manual, desenho
Percepção visual
Meta: Melhorar as competências de desenho e desenvolver a imaginação
Objectivo: Converter figuras simples em desenhos vulgares
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho, cada uma delas contendo um círculo ou um
quadrado. Tire uma dessas folhas e um lápis e mostre ao João como decorá-la de
forma a convertê-la um objecto que lhe é familiar (ver figura). Por exemplo:
mostre-lhe um quadrado e diga “Olha João: quadrado. Desenha casa.”. Dê-lhe um
lápis e guie-lhe a mão para decorar um quadrado, fazendo-o parecido com uma
casa. Segure o seu dedo e contorne o traçado original, dizendo “Quadrado.”. Em
seguida segure a imagem à sua frente e diga “Casa.”. Após o ter ajudado a
converter o quadrado em casa muitas vezes, aligeire o controlo da mão e, quando
estiver quase a terminar o desenho, verifique se ele o consegue terminar sozinho.
Gradualmente, tente fazer com que ele desenhe porções maiores da figura
sozinho.
151 – IMPRIMIR O NOME PRÓPRIO
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, emparelhar
Meta: Melhorar a coordenação óculo-manual, imprimir, aptidões em emparelhar
Objectivo: Imprimir as letras do 1º nome da criança com cópia de um modelo
Materiais: Papel colorido, papel branco, lápis
Procedimento:
Corte as letras referentes ao nome do João (no caso do exemplo: S-C-O-T-T) em
papel colorido. As letras devem ter cerca de 8 cm tamanho. Trace os contornos
exteriores das mesmas debaixo do modelo. Desenhe as mesmas letras, uma
terceira vez, constituídas por pontos (ver figura). Faça várias folhas de trabalho
iguais. Coloque uma destas folhas em frente ao João. Dê-lhe um conjunto de
letras e faça com que ele as emparelhe com as do modelo. Se ele necessitar de
ajuda, mostre-lhe como emparelhar letra a letra até que ele o consiga fazer.
Em seguida, faça com que pinte as letras da segunda fila. Ajude-o a colorir dentro
das linhas, guiando-lhe a mão. Finalmente, faça com que ligue os pontos da
terceira fila. Ajude-o se necessitar. Diga “Ponto, ponto, ponto.”, enquanto ele vai
ligando os pontos. Repita as letras, nesta sequência. Cada vez que o João
combinar, pintar as letras ou juntar os pontos que as formam, diga o nome da
letra. Tente fazer com que ele repita o nome da letra. Além disso, cada vez que
ele completar uma sequência, repita o nome total e peça-lhe parar fazer o mesmo.
Use apenas uma folha por sessão.
152 – DESENHAR: COMPLETAR FIGURAS SIMPLES
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências de desenho e a percepção
Objectivo: Observar uma figura, notar o que falta e completar o desenho
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Desenhe vários objectos simples com os quais o João é familiar mas deixe por
desenhar uma parte óbvia da figura (ver figura). Dê-lhe uma folha e um lápis.
Segure no seu indicador e ajude-o a percorrer o traçado do desenho. Assegure-se
que ele está a olhar para o desenho à medida que move os seus dedos. Quando
chegar à parte do desenho que foi omitida, diga “Oh oh, não está.”. Ajude-o a
completar o desenho. Recompense-o imediatamente e tire uma segunda folha.
Repita o procedimento muitas vezes. Á medida que ele se habituar à tarefa,
verifique se ele consegue localizar a parte que falta sem que tenha de mover o
seu dedo pelo desenho inteiro.

153 – DESENHAR FORMAS E DESENHOS


Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de desenho
Objectivo: Ligar pontos para realizar formas simples e desenhos
Materiais: Papel, lápis, marcadores
Procedimento:
Faça várias folhas de trabalho com pontos de lápis que formam desenhos simples
e formas. Use um ponto colorido afim de indicar o início do desenho e setas para
indicar a direcção pela qual deverá mover o lápis (ver figura). Ajude o João a unir
os pontos para completar os desenhos. Retire a sua ajuda assim que ele começar
a unir os pontos sozinho. Á medida que ele se tornar mais apto a ligar os pontos,
separe mais os pontos e trace-os de forma mais leve.
154 – Tachas – II
Coordenação óculo-manual, controle
Motricidade fina, manipulação
Motricidade fina, agarrar
Percepção, visual
Meta: Aumentar a capacidade de agarrar e direccionar um objecto a um alvo
Objectivo: Colocar 12 tachas num quadro de cortiça num padrão delimitado através de
bocados de papel colorido.
Materiais: Tachas, quadro de cortiça, papel colorido
Procedimento:
Coloque uma tacha em frente à criança e guie a sua mão no sentido de o apanhar
com cuidado pela ponta. Em seguida, guie-lhe a mão para espetar a tacha no
quadro de cortiça. Repita o procedimento até que ela consiga colocar as tachas
ao acaso sem ajuda. Coloque 12 pontos de papel colorido autocolante,
delimitando alguns objectos facilmente reconhecíveis tais como uma casa ou uma
cara. Espalhe as tachas, na mesa, em frente ao João. Aponte para uma delas e,
em seguida, aponte para um dos papeis e diga: “Põe.”. Se ela tentar colocar a
tacha em qualquer sítio que não o papel, guie-lhe a mão gentilmente para o local
apropriado. Repita o procedimento com as restantes tachas. Á medida que ele se
habituar à tarefa, diga ocasionalmente “Põe.”, mas não aponte para o papel. Veja
se ele pode localizar visualmente um ponto vazio e colocar a tacha. Se ele lhe
parecer confuso, aponte rapidamente para um dos pontos para que a criança não
se sinta frustrada.
155 – ESCREVER NÚMEROS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Meta: Desenvolver competências de escrita
Objectivo: Seguir pontos para desenhar algarismos
Materiais: Papel, lápis, marcador
procedimento:
Faça números constituídos por pontos de, aproximadamente 10 cm de tamanho.
Assegure-se que os pontos são claramente visíveis e, no início, deverão estar
muito perto uns dos outros. Use um ponto vermelho ou verde para indicar o ponto
de partida e setas para indicar a direcção (ver figura). Coloque uma folha de
trabalho em frente do João e dê-lhe um lápis. Guie-lhe a mão no sentido de ligar
todos os pontos. Diga “Ponto.” todas as vezes que o lápis atingir um deles.
Quando terminar de ligar os pontos, diga o nome do número. Não espere que o
João aprenda mas números. O objectivo da actividade é fazer tão somente que
ele se habitue a ouvir o nome. Quando ele conseguir ligar os ponto sem ajuda,
use menos pontos por número e faça os pontos com menos pressão. Quando
atingir o estádio de ter apenas 3 ou 4 pontos por número, tente fazer com que ele
copie o número sem a sua ajuda manual usando esse mesmo padrão. De início,
limite cada sessão a uma ou duas folhas de trabalho mas, gradualmente, aumente
a duração da tarefa à medida que esta se tornar mais fácil para ele.
156 – LABIRINTOS
Coordenação óculo-manual, desenho
Motricidade fina, manipulação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Melhorar o controlo do lápis e desenvolver competências de desenho
Objectivo: Completar labirintos simples desenhando uma linha entre duas linhas paralelas
afastadas entre si , 1 cm
Materiais: Papel , lápis, folhas plastificadas (para serem reutilizadas)
Procedimento:
Prepare um número de labirintos simples, desenhando duas linhas paralelas
afastadas entre si 3 cm. Faça apenas um labirinto por página e, se possível,
plastifique-as. Comece por trabalhar labirintos simples com cerca de 10 cm de
comprimento (ver figura). Mostre, ao João, como começar do lado esquerdo e
desenhar uma linha intermédia direccionada para o lado direito. Dê-lhe o lápis e
guie-lhe a mão de modo a que não desenhe fora das linhas. Reduza a ajuda à
medida que ele for conseguindo desenhar uma linha entre as do labirinto. Assim
que as suas aptidões aumentarem, faça labirintos mais divertidos, colocando
figuras no início e no final destes.
157 – DESENHAR UMA PESSOA
Coordenação óculo-manual, desenho
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motor
Meta: Desenvolver competências de desenho e entender conceitos corporais
Objectivo: Desenhar uma figura humana simples, sem ajuda
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Sente-se, à mesa, ao lado do João. Cada um de vós deverá ter um papel e um
lápis à vossa frente. Chame a atenção do João e diga “Olha João, desenha a
cabeça.”. Desenhe um círculo na sua folha de papel e diga “Cabeça.”. Em
seguida, aponte para a folha de papel do João e diga “ faz tu”. Desenha cabeça”.
Ajude-o a começar se necessitar. Após ter desenhado a cabeça, dirija a sua
atenção para os Olhas, “Desenha Olhas.” e adicione Olhas simples ao seu
desenho. Aponte para o papel do João e diga “Faz tu. Desenha Olhas.”. Ajude-o
apenas se parecer extremamente confuso. Repita o procedimento com as
restantes partes corporais. Mantenha o seu desenho simples de forma de forma a
que ele o consiga imitar facilmente. Lembre-se de nomear cada parte do corpo à
medida que for desenhando. De início, use apenas 3 partes corporais de cada
vez. Adicione gradualmente outras partes assim que ele estiver familiarizado com
a tarefa, por exemplo, boca, cabelo, nariz, dentes, etc.
158 – DESENHAR CATEGORIAS
Coordenação óculo-manual, desenho
Realização cognitiva, categorização
Meta: Aumentar competências de desenho, imaginação e a capacidade de
categorizar objectos e decidir o que desenhar de forma independente
Objectivo: Pensar acerca de e executar um desenho de um objecto da mesma categoria
de um objecto desenhado pelo professor
Materiais: Papel, lápis
Procedimento:
Seleccione uma categoria com a qual o João está familiarizado e que contenha
um número de objectos diferentes que ele consiga desenhar. Podem ser frutos,
brinquedos ou coisas móveis (carros, aviões, barcos). Tire uma folha de papel e
diga “Vamos desenhar frutos.”. Numa folha de papel desenhe uma maçã e diga-
lhe o nome. Diga “Uma maçã é um fruto. Desenha um fruto diferente”. Se o João
se mostrar confuso, diga “Uma banana é um fruto. Desenha uma banana”. Assim
que ele estiver mais apto na tarefa de desenhar diferentes membros das
diferentes categorias, dê-lhe mais escolhas e tente fazer com que o João escolha
o que quer desenhar. Por exemplo, após desenhar uma maçã, diga-lhe “Bananas,
pêras e uvas são frutos.”. Tente evitar que ele desenhe um determinado item sem
escolher. Repita a actividade usando tantas categorias quantas o João conhecer.
De início, terá de o ajudar a desenhar os outros membros da categoria até que
aprenda a associar os desenhos e os objectos.
REALIZAÇÃO COGNITIVA

Nesta secção incluímos 2 áreas:


1) A compreensão receptiva da linguagem, símbolos e unidades
simbólicas da comunicação;
2) As aptidões de realização, tais como emparelhar, categorizar e
sequencializar, são necessárias para organizar e compreender a
informação do ambiente. Estas capacidades de realização são
facilitadas pela linguagem receptiva, mas a linguagem não é um pré-
requisito para levar a cabo todas as tarefas de realização cognitiva.
Colocámos as actividades de linguagem receptiva e realização na mesma
categoria, porque muitas crianças com autismo têm muitas dificuldades para adquirir
essas funções.
Algumas crianças podem aprender capacidades cognitivas não verbais muito
mais rapidamente do que a linguagem receptiva, enquanto que outras aprendem mais
facilmente de forma inversa .Porque ambos os tipos de capacidades são essenciais
para a adaptação, nós achamos que é útil descobrir quais os tipos de resposta que a
criança prefere dar e não fazer uma distinção formal entre a linguagem receptiva e a
realização cognitiva
Os exemplos apresentados nesta secção foram seleccionados tendo em conta
uma aplicação geral, mas não estão todos os exemplos incluídos. Entre as ilustrações
da linguagem receptiva estão os procedimentos de ensino das ordens “senta”, “vem”,
“pára” e “vai”. Num nível mais elevado estão os nomes de objectos e os nomes da
família, frases com sujeito e predicado e preposições.
As realizações cognitivas não verbais contêm exercícios de correspondência
de pares de objectos ou de imagens, agrupamento de objectos ou figuras pelas suas
funções, distinguindo substâncias comestíveis de não comestíveis, categorização e
sequencialização de imagens.
Todas as funções cognitivas desta natureza são certamente aprendidas mais
facilmente quando a criança conhece as palavras mais relevantes, mas também as
poderá aprender sem conhecer essas palavras, no entanto, terá mais dificuldade.
Muitas destas capacidades de realização são especialmente importantes para
um futuro percurso de aprendizagem na área da pré-profissionalização.
159 – RECONHECIMENTO DO NOME
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, auditiva
Meta: Desenvolver o reconhecimento do nome
Objectivo: Olhar para a pessoa que fala quando o seu nome é pronunciado
Materiais: Nenhum
Procedimento:
De forma periódica, ao longo do dia, diga o nome do João em voz alta e clara. Se
ele olhar para si recompense-o imediatamente com um abraço ou outra pequena
recompensa que ele aprecie. Se ele não responder, coloque-se no seu campo de
visão e chame-a de novo “João.”. Comece por estar muito perto dele e repita o
seu nome uma vez durante alguns minutos. Recompense-o de cada vez que ele
mover a cabeça para si, mesmo que não faça o contacto visual. Quando ele
começar a responder aumente gradualmente a distância da criança noutras
actividades ou quando está só a brincar com ele.

160 – INDICAR OBJECTOS DESEJADOS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a aptidão de indicar necessidades ou desejos de forma não verbal
Objectivo: Apontar para um objecto desejado
Materiais: Recompensas comestíveis ou brinquedos favoritos
Procedimento:
Mostre ao João um brinquedo favorito (ou uma recompensa comestível) e
coloque-o na mesa em frente a ele: Não o deixe alcançar a recompensa até que o
tenha ajudado a apontar para o objecto. Deixe o João olhar para a recompensa e
aponte para ele. Depois guie-o para que a aponte antes de lha dar. Repita a
actividade muitas vezes durante o dia. À medida que João adquire a ideia de
apontar, mesmo que o tenha de ajudar, não perca qualquer oportunidade durante
o dia de o encorajar a apontar. Retire a sua ajuda gradualmente, à medida que
João compreende que pode apontar correctamente quando deseja algo. Quando
ele começar a apontar sozinho, dê-lhe 2 objectos e leve-o a apontar
espontaneamente indicando que quer algo. No princípio o João provavelmente irá
indicar os seus desejos apontando à volta. Gradualmente encoraje-o a apontar
correctamente com o dedo, ajudando-o a mantê-lo na posição correcta.
161 – RESPONDER A ORDENS VERBAIS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Vir em resposta a uma ordem verbal
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Esta actividade requer 2 pessoas. Cada uma deve ter um pequeno grupo de
recompensas. Os 2 adultos (A e B) devem sentar-se frente a frente, a alguns
centímetros de distância, com o João ao lado de B. A pessoa A diz “João, vem
cá.”, empunhando uma recompensa. No princípio, a pessoa B poderá ter de dar
ao João um pequeno toque de encorajamento para que ele caminhe para a
recompensa. Quando o João vai para o pé de A, ele dar-lhe-á uma recompensa.
Este processo deve repetir-se várias vezes e os adultos devem alternar os seus
papéis. Repetir 4 ou 5 vezes em cada sessão. À medida que ele vai
correspondendo ao pedido vá retirando progressivamente as recompensas. Se ele
tentar movimentar-se antes da ordem ser dada, segure-o até que a ordem seja
dada. Quando o João for capaz de corresponder a essa ordem, numa actividade
controlada, comece a generalizar a sua compreensão da palavra das seguintes
maneiras:
Diga-lhe para vir algumas vezes durante o dia: Assegure-se de que ele está
atento e dê-lhe a instrução verbal.
b) Diga-lhe para vir quando ele está perto mas não está a olhar.
c) Diga-lhe para vir quando você está atrás dele de forma que ele tenha de
se virar para chegar até si.
Faça estes passos um de cada vez. Assegure-se de que ele aprendeu um antes
de passar ao seguinte.
162 – SENTAR-SE QUANDO SE LHE É PEDIDO
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Sentar-se em resposta a uma ordem verbal
Materiais: 3 cadeiras, incluindo uma mais pequena
Procedimento:
Coloque as 3 cadeiras de maneira a que 2 fiquem de frente a
uma cadeira, com uma distância de alguns pés. Esta
actividade requer 2 pessoas Uma pessoa deve sentar-se na
cadeira em frente das outras. O João e um adulto devem
estar, de pé, em frente às suas cadeiras de forma a que os
Olhas da criança estejam ao nível da pessoa que está
sentada. Esta pessoa diz: “João, senta-te.”, de forma clara e
firme. O adulto que está ao pé da criança senta-se e pode ajudar o João a sentar-
se. Quem dá a ordem deve imediatamente recompensá-lo. Repetir a actividade
tantas vezes quantas as necessárias até que a criança comece a antecipar a
ordem verbal e já não necessite da ajuda do adulto.

163 – JOGAR AO “PÁRA E ANDA”


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão de ordens verbais
Objectivo: Parar e andar em resposta a uma ordem verbal, enquanto caminha
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Agarre na mão do João e caminhe com ele à volta da sala algumas vezes.
Ocasionalmente diga “Pára.” E mantenha-o numa posição de paragem. Elogie-o
por parar e insista nessa posição estacionária durante alguns segundos. Depois
diga “Anda.” E comece a andar de novo. Repita o processo muitas vezes. Repare
se ele começa a parar quando ouve a palavra ou se pára porque a mantém nessa
posição. Quando ele começa a antecipar a paragem depois de ouvir a ordem,
solte-lhe a mão enquanto caminham lado a lado.

164 – RECONHECER A SUA PRÓPRIA IMAGEM AO ESPELHO


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, visual
Meta: Desenvolver a compreensão da auto-imagem e reconhecimento do nome
Objectivo: Apontar para a própria imagem no espelho em resposta à pergunta “Onde está
o João?”
Materiais: Espelho de corpo inteiro
Procedimento:
Quando o João consegue responder ao seu próprio nome (actividade 159), leve-
o para um espelho de corpo inteiro e mostre-lhe a sua imagem. Guie-o para tocar
o espelho para que perceba que não é outra criança que está do outro lado.
Ajude-o a movimentar os braços para cima e para baixo para que ele veja que a
imagem faz o mesmo. Então diga: “Onde está o João?”, ajude-o a apontar para si
própria e depois para a sua imagem no espelho. Aponte para o espelho e diga
“Olha está ali o João!”. Repita a actividade algumas vezes durante o dia até que o
João comece a generalizar a sua imagem. Se ficar assustada com o espelho ou
se ficar fixado nele ajude-o a ultrapassar isto de maneira gradual várias vezes por
dia. Chame a atenção para a imagem no espelho enquanto está a passar por lá,
mas não o deixe parar até que ele se sinta confortável com a sua imagem
reflectida.

165 – EMPARELHAR OBJECTOS COMUNS


Realização cognitiva, emparelhar
Percepção, visual
Meta: Aumentar as capacidades de emparelhar e atenção visual
Objectivo: Olhar a mão da professora e encontrar um objecto igual, de entre um conjunto
de 4 objectos
Materiais: 4 pares de objectos idênticos (meias, tachas, blocos, colheres, lápis, etc.),
caixa pequena
Procedimento:
Coloque um exemplar dos 4 objectos na mesa em frente ao João. Guarde os
objectos iguais a esses 4 no colo para que ele não os veja. Coloque a caixa perto
de si num dos lados da mesa. Segure um dos objectos, que estão no colo, e faça
com que ele encontre o correspondente de entre os objectos que estão dispostos
na mesa. Por exemplo: segure uma meia e diga “João, dá a meia”. Aponte para o
grupo de objectos que está colocado na mesa. Quando ele apanhar, ou indicar o
item correcto, elogie-o e coloque os dois itens na caixa. Repita a actividade até
que todos os objectos estejam dentro da caixa.
166 – EMPARELHAR OBJECTOS CONHECIDOS – II
Realização cognitiva , emparelhar
Percepção visual
Meta: Aumentar as competências de emparelhar e atenção visual
Objectivo: Encontrar o par para cada item a partir de um conjunto de outros itens, sem se
distrair
Material: 4 pares de objectos idênticos e uma caixa grande
Procedimento:
Coloque todos os objectos dentro de uma caixa e sente-se no chão com a caixa
entre si e o João. Pegue num dos objectos, mostre-o e diga “Olha João, procura o
outro.”. Depois aponte para a caixa e ajude-o a procurar o entre os restantes
objectos da caixa até ele encontrar o par. Coloque o par de lado e recompense-o.
Repita a actividade até emparelhar todos os objectos que se encontram na caixa.
Não comece a actividade se o João não conseguir emparelhar um objecto
mostrado quando existe um número limitado de distractores (actividade 165)

167 – EMPARELHAR FIGURAS E OBJECTOS


Realização cognitiva , emparelhar
Meta: Desenvolver as competências cognitivas de emparelhar
Objectivo: Emparelhar 5 figuras de objectos simples com os objectos reais
Material: Objectos comuns com figuras correspondentes (as figuras podem ser
desenhadas ou recortadas de um livro de figuras ou de colorir)
Procedimento:
Coloque as figuras em cima da mesa em frente do João e mantenha os objectos
no seu colo para que ele não se distraia. Dê-lhe os objectos, um de cada vez, e
peça-lhe que coloque na figura idêntica. De inicio é provável que tenha que
começar com apenas uma figura e um objecto. Por exemplo: sente o João em
frente de uma figura com uma colher. Dê-lhe a colher e diga-lhe o nome do
objecto. Incentive-o a colocar a colher na figura correspondente e reforce-o
imediatamente pelo sucesso. Quando sentir que ele já compreendeu a tarefa,
coloque duas figuras em cima da mesa por forma a que ele tenha que escolher a
que corresponde ao seu objecto. Por exemplo coloque na mesa as figuras da
colher e do sapato e dê-lha a colher para ele emparelhar. Se ele colocar a colher
na figura correcta diga: “Sim, é uma colher.” E recompense-o imediatamente. Se
ele tentar colocar a colher na figura errada, repita: “Colher.” e guie a sua mão para
a figura correcta. Repita o procedimento adicionando mais figuras até que ele
consiga fazer as 5 numa sessão.
168 – CLASSIFICAÇÃO SIMPLES
Realização cognitiva , categorização
Percepção, visual
Meta: Aumentar as competências cognitivas de classificar e atenção visual
Objectivo: Classificar dois grupos de objectos, sem ajuda
Material: 2 tabuleiros, 4 lápis, 4 contas
Procedimento:
Ponha os tabuleiros em frente ao João e coloque uma conta num delas e um lápis
noutro. Dê-lhe um lápis de cada vez, dizendo: “Põe aqui.” E apontando para o
tabuleiro correcto (ver figura). Guie-lhe a mão se ele tentar pôr o objecto no
tabuleiro errado. Quando ele tiver colocado correctamente todos os lápis, repita o
procedimento com as contas. Tente apontar apenas na primeira conta e depois
dar-lhe o comando verbal. Se ele não conseguir, continue a apontar. Tente retirar,
gradualmente, todas as pistas visuais. Repita a actividade muitas vezes, até que o
João pegue num objecto e o ponha no lugar correcto, sem qualquer tipo de ajuda.
Depois de repetir a actividade muitas vezes, comece a alternar lápis e contas,
mas primeiro certifique-se de que o padrão é claramente reconhecível.
169 – LOCALIZAÇÃO RECEPTIVA DOS OBJECTOS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção visual
Motricidade fina e controle
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de nomes de objectos comuns e
incrementação das competências de procura visual
Objectivo: Sentar a criança numa cadeira, procurar visualmente objectos na sala e
apontar, sem ajuda, para um objecto especifico em resposta à questão “Onde
está o ________ ?”
Material: Uma mesa , duas cadeiras e 4 objectos comuns que sejam familiares à criança.
Procedimento:
Escolha 4 objectos comuns que o João conheça e compreenda os nomes.
Durante os minutos iniciais da actividade sente o João em frente à mesa e
coloque em cima desta os quatro objectos. Mostre-lhe os objectos, um de cada
vez, e diga o nome correspondente. Depois coloque os objectos em locais bem
visíveis dentro da sala. Estenda os braços por cima da mesa segure as mãos do
João e pergunte-lhe: “Onde está a ______ ?”. Não o deixe levantar-se e ir buscar
o objecto e tente que ele se mantenha sentado, procurando os objectos com o
olhar e depois apontar o objecto. É importante que a criança aprenda a usar
gestos, como o apontar. Repita a actividade com os 4 objectos. Se o João não
olhar em busca do objecto pedido, repita a questão e dirija os Olhas dele para o
objecto, depois pergunte: “A bola está ali?”. Quando, finalmente, ele olhar para o
objecto, pegue numa das suas mãos e ajude-o a apontar. Encoraje-o a repetir o
nome do objecto, se ele tiver alguma linguagem expressiva. Depois do João
apontar os 4 objectos com sucesso diga “ João, vai buscar a _____.” E deixe que
ele se levante e vá buscar a bola.
Certifique-se de que enfatiza a diferença entre “Onde está a bola?” e “Vai buscar a
bola.”. Quando ele conseguir localizar e apontar com sucesso continue a
actividade, mas distribua os objectos antes da criança entrar na sala. Certifique-se
que todos são visíveis da perspectiva do João.
170 – APRENDER OS NOMES DOS MEMBROS DA FAMÍLIA
Realização cognitiva , linguagem receptiva
Meta: Aprender a identificar os membros da família
Objectivo: Dar um objecto ao membro da família escolhido após ordem verbal.
Material: Qualquer tipo de objecto ou brinquedo familiar à criança.
Procedimento:
Quando ensinar os nomes ao João, certifique-se de que lhe ensina apenas um de
cada vez. Sente-o na sua frente, numa cadeira ou no chão. Dê-lhe um objecto
familiar, como por exemplo uma bola e diga: “Dá a bola à mamã.”, estenda a mão
para que ele saiba que lhe deve dar a bola. Repita este procedimento várias
vezes. Quando ele lhe der a bola sem problemas junte outra pessoa. Sente a
outra pessoa ao seu lado, e em frente ao João, e diga: “Dá a bola à mamã.”.
Depois devolva a bola e diga “Dá a bola ao papá.”. A outra pessoa deve estender
as mão para segurar a bola. Se ele lhe tentar dar a bola novamente a si,
direccione a sua atenção para a outra pessoa e repita a ordem, enfatizando o
nome . Repita as actividades tantas vezes quantas as necessárias até o João
fazer a distinção dos nomes. Quando a tarefa já for clara para ele, deixe de
estender as mãos e observe se ele consegue decidir a quem dar a bola, sem
qualquer pista visual. Quando ele conseguir discriminar entre os 2 nomes,
adicione um terceiro e repita todo o procedimento.

171 – FRASES VERBAIS E NOMINAIS


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver a compreensão de verbos
Objectivo: Ensinar o significado dos verbos em associação com os adjectivos comuns
Material : Uma bola
Procedimento:
Quando o João lhe der a bola face a um pedido (ver actividade 166), comece a
ensinar-lhe nomes para outras actividades a fazer com a bola. Comece por
reforçar a ordem “Dá-me a bola.”, enfatizando o verbo de forma clara, e estenda
as suas mãos para que o João lhe dê a bola. Depois diga “Olha João, atira a
bola.”. Certifique-se de que de que ele a observa quando atira a bola contra a
parede. Dê-lhe a bola e guie as suas mãos para atirar a bola enquanto diz: “Atira a
bola.”. Repita “Atira a bola.”, várias vezes até juntar com a ordem anterior “Dá-me
a bola.”. Quando começar a usar as duas ordens “Dá-me a bola.“ e “Atira a bola.”
Faça-o com uma sequência, até que ele consiga cumprir a ordem dada. Repita o
procedimento, adicionando outras ordens verbais. Acrescente apenas um verbo
de cada vez. Uma vez aprendida uma nova ordem, certifique-se de que está clara
a distinção com as anteriormente aprendidas. Enfatize sempre muito bem os
verbos de cada vez que inicia a ordem, por forma a facilitar a distinção.
172 – EMPARELHAR DE FIGURAS
Realização cognitiva , emparelhar
Realização cognitiva , linguagem receptiva
Meta: Desenvolvimento de competências de emparelhar e compreensão de que um
nome pode representar vários objectos diferentes
Objectivo: Emparelhar figuras de objectos semelhantes, com aspecto diferente
Material: Figuras de vários objectos semelhantes, mas diferentes (por exemplo: vários
sapatos diferentes)
Procedimento:
Coloque um grupo de figuras de um tipo de objectos (por exemplo sapatos)
misturadas com outro tipo de figuras. Mostre ao João uma das figuras do sapato e
diga: “Olha, é um sapato.”. Depois diga: “Procura sapatos.” E aponte para as
outras figuras. Peça todas as figuras com sapatos. Se ele lhe der apenas uma
figura e deixar de procurar, foque de novo a sua atenção para as figuras e diga:
“Procura os outros sapatos.”. Tente trabalhar com a maior variedade de figuras de
sapatos possível. É importante que o João se aperceba que a palavra “sapato”
pode referir-se a diferentes objectos com um aspecto totalmente diferente.

173 – DISCRIMINAÇÃO DE COMER E BEBER


Realização cognitiva , categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Auto-ajuda, alimentação
Meta: Desenvolver o reconhecimento dos alimentos e aumentar a capacidade de
categorizar
Objectivo: Escolher figuras de diferentes alimentos na categoria de comer e beber
Materiais: Desenhos de diferentes tipos de alimentos e bebidas recortados de revistas
Procedimento:
Sente-se em frente do João e diga: “Hora das figuras.”. Mantenha as figuras no
seu colo para que ele não se distraia. Mostre-lhe uma figura com um alimento
comestível e diga: “Olha, é para comer.”. Certifique-se de que ele olha para a
figura e coloque-o em frente dele. Depois pegue noutra figura de algo para beber
e diga: “Olha, é para beber.”. Enfatize as palavras “comer” e “beber”. Coloque a
figura de beber ao lado da anterior. Por agora, não diga o nome dos alimentos.
Repita o procedimento com todos os cartões utilizando as palavras “beber” e
“comer” e coloque-os no grupo adequado. Quando terminar diga: “Acabou a hora
das figuras.” E deixe-o brincar. Repita o procedimento, durante 2 ou 3 dias,
colocando as figuras nos grupos correctos. Quando sentir que ele percebeu a
tarefa, peça-lhe para indicar em que grupo deve colocar a figura que lhe mostra.
Comece por lhe pedir que indique onde colocar apenas um ou dois cartões por
sessão. E aumente gradualmente o número, até que ele coloque todas as figuras
sozinho nos grupos correctos, sem ajuda.
174 – COMPREENSÃO DE FRASES DUPLAS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva de frases complexas
Objectivo: Executar adequadamente ordens duplas
Material: 4 objectos comuns ( colher, carro, copo, brinquedo favorito)
Procedimento:
Estabeleça um lugar especifico ao qual o João deve regressar depois de cada
ordem ou sequência. Tenha sempre disponível uma recompensa para lhe dar no
fim da tarefa. Dê ao João uma ordem, como por exemplo: “Dá-me a bola.” e
depois dê-lhe uma segunda ordem: “Depois senta-te.”. Se ele se distrair e não
conseguir completar a tarefa, traga-a de novo para a cadeira e repita as ordens.
De início deixe-o cumprir as ordens separadamente, mas à medida que ele
começa a compreender a tarefa dê-lhe as duas ordens seguidas. Se lhe parecer
que ele se perde, diga: “O que é a seguir?” de forma a lhe reforçar a atenção.
Após o João conseguir executar a frase de duas ordens, onde a segunda ordem
é sempre “Depois senta-te.”, comece a formar frases um pouco mais difíceis. Por
exemplo: pode começar por sentá-lo na cadeira e dizer-lhe: “Vai buscar o copo e
coloca-o na mesa.”. Certifique-se de que ele conhece todos os nomes dos
objectos envolvidos nas tarefas.
175 – COMPREENSÃO RECEPTIVA DAS FUNÇÕES
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, categorização
Percepção visual
Desempenho verbal, vocabulário (opcional)
Meta: Aumentar a compreensão receptiva do nome e utilidade de objectos comuns
Objectivo: Apontar, sem ajuda, para um objecto adequado, quando lhe é pedido
Material: Algo de comestível e algum brinquedo
Procedimento:
Coloque os materiais em locais visíveis dentro da sala e sente o João à mesa.
Segure os braços dele sobre a mesa e diga: “Onde está qualquer coisa para
comer?” Aguarde que ele observe toda a sala em busca da maçã, leve-o a
apontar e a repetir o nome do objecto, se possível. Não o deixe levantar-se e ir
buscar os objectos. Ele deve aprender a manter-se sentado e a usar os gestos ou
linguagem. Repita o procedimento com os outros objectos, enfatizando sempre a
sua função. Mude de objectos e localização periodicamente para que ele tenha de
procurar activamente na sala. Certifique-se de que os objectos lhe são familiares e
que são claramente visíveis na sua perspectiva. À medida que as competências
aumentam peça-lhe para encontrar um segundo objecto com a mesma função. Se
ele se confundir aponte para alguns dos objectos expostos na sala e pergunte:
“Isto é de comer?” Encoraje-o a abanar a cabeça, ou a responder negativamente
de alguma forma, se o objecto mostrado não estiver associado à categoria que
referiu.
176 – EMPARELHAR FIGURAS
Realização cognitiva, encaixe
Percepção visual
Meta: Aprender a reconhecer figuras e incrementar as capacidades de encaixe
Objectivo: Completar um jogo de encaixes, com 4 formas simples
Material: Cartão espesso e marcador preto
Procedimento:
Faça um loto em cartão espesso, dividido em quatro partes por um traço grosso e
desenhe quatro formas (quadrado, rectângulo, círculo e triângulo). Copie as
formas e recorte-as. Coloque o cartão em frente ao João e guarde as formas
recortadas (ver figura). Dê-lhe uma forma de cada vez dizendo: “Põe no sítio
João.” e, ao mesmo tempo, nomeie a forma para que ele vá ouvindo os nomes.
Se ele lhe parecer confuso, ajude-o, guiando-lhe a mão de modo a que faça a
correspondência correcta. Repita o procedimento com as outras formas. Continue
a actividade até que ele consiga completar o loto sem ajuda. Como variante desta
actividade, depois do João conseguir completar o loto, dê-lhe o lote das quatro
figuras e guarde outro igual para si. Mostre-lhe uma das formas e diga: “João, dá-
me o triângulo.”, ajude-o a encontrar a figura correspondente e a entregá-la a si.
177 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE ANIMAIS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a compreensão receptiva dos nomes dos animais
Objectivo: Dar o animal de peluche correcto, quando pedido
Material: 3 animais de peluche , de borracha ou desenhos (por exemplo: um cão, um
gato e um leão)
Procedimento:
Mostre cada um dos animais ao João durante um intervalo de tempo: diga o nome
de cada um delas algumas vezes, enquanto lhe dá o animal. Deixe-o brincar com
o animal durante alguns minutos, enquanto repete o seu nome e depois diga:
“João, dá-me o cão.”. Quando ele lhe der o animal, repita o procedimento com os
outros animais. Quando ele tiver ouvido os nomes dos 3 animais várias vezes
deixe-os todos sobre a mesa e diga: “João, dá-me o cão.” Se ele der o animal
errado, direccione a sua mão para o cão e repita o nome do animal. Repita a
tarefa até que ele lhe dê correctamente os animais, sem ajuda. Gradualmente vá
juntando novos animais, sempre com o mesmo tipo de procedimento. Adicione
apenas um animal de cada vez, e mantenha apenas três animais em cima da
mesa de cada vez.

178 – EMPARELHAR BLOCOS


Realização cognitiva, emparelhar
Percepção, visual
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Coordenação óculo-manual, controle
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver capacidades para emparelhar, atenção visual e capacidades de
interacção
Objectivo: Construir uma torre colocando um bloco igual ao da professora
Materiais: Blocos coloridos
Procedimento:
Divida os blocos em 2 grupos idênticos, cada um com o mesmo número e a
mesma cor. Diga: “Vamos construir uma torre.”. Ponha um bloco e a seguir ajude
o João a pôr outro igual por cima. Por exemplo: ponha o bloco vermelho e diga:
“Põe um bloco vermelho.”. Enfatize a cor do bloco. Repita o procedimento com a
outra cor, até os blocos estarem todos numa torre (ver figura). Lembre o nome da
cor do bloco cada vez que o João o sobrepõe. Inicialmente ele não responderá ao
nome das cores, mas poderá começar a usar pelo facto de ter ouvido tão
consistentemente.
179 – EMPARELHAR OBJECTOS
Realização cognitiva, categorização
Meta: Categorizar os objectos no contexto em que são usados
Objectivo: Associar pares de objectos que normalmente se encontram associados.
Material. Uma caixa média. Pares de objectos que normalmente se encontram
associados (por ex.: meia e sapato, escova de dentes e pasta de dentes, etc.)
Procedimento:
Sente-se na mesa com o João Coloque 3 objectos na mesa em frente dele: dois
dos objectos devem formar um par. Tente certificar-se de que a criança conhece
estes três objectos, por exemplo: pode colocar um sapato, uma meia e um animal
de peluche em cima da mesa. Aponte para os objectos e diga “João quais é que
ficam juntos?”. Aguarde que ele indique o par correcto e que lho dê. Quando ele
encontrar o par os três objectos devem ir para a caixa. Se ele teve dificuldades em
encontrar o par ajude-o com uma questão simples acerca da função dos dois
objectos a emparelhar. Pode perguntar por exemplo: “Qual é que vai para o pé?”.
Registe quantos objectos ele consegue associar e em que categorias revela mais
dificuldades. À medida que a tarefa progride vá intercalando pares que o João
discrimina facilmente com outros que lhe causam alguma dificuldade.

180 – CATEGORIZAR FIGURAS


Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver a capacidade de escolher uma categoria
Objectivo: Escolher figuras de objectos familiares pelas suas funções comuns
Material: Figuras de objectos familiares, agrupados de forma clara pelas suas funções
Procedimento::
Coloque um conjunto das figuras espalhadas na mesa em frente do João e diga-
lhe que tipo de figuras quer que ele lhe dê. Por exemplo: coloque a figura de uma
maçã, uma bola, um carro, um prato de sopa, uma toalha, uma colher e um
sabonete. Peça ao João para lhe dar um objecto para ir ao banho, se ele lhe der o
sabonete, mas se esquecer de outros objectos relevantes direccione a sua
atenção para as figuras e pergunte “O que é que é usamos mais para o banho?”.
Se ele não conseguir encontrar, dê-lhe uma pista verbal do tipo “A toalha também
é precisa para o banho?”. Se o João continuar a não lhe dar a figura, direccione a
sua atenção para ele e diga “Toalha, tu precisas dele quando tomas banho?”.
Mantenha sempre as categorias variadas, mas bem definidas. Pode usar
brinquedos, alimentos, animais, ou rapazes e raparigas. Certifique-se de que a
ideia básica é familiar ao João. Quando ele entender a tarefa, introduza novas
figuras de itens diferentes com os quais ele se encontra menos familiarizado.
Desta forma ele aumentará o vocabulário.
181 – ORDENAMENTO POR FUNÇÃO
Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Compreender a relação entre objectos com funções semelhantes e separá-los
de acordo com essa função
Objectivo: Ordenar objectos familiares em grupos, de acordo com a sua função
Material: 2 ou 3 caixas médias, 2 ou 3 grupos de objectos com funções relacionadas
(ex.: grupo 1- colher, copo e prato; grupo 2 meia, calças e camisola)
Procedimento:
Certifique-se de que o João está a olhar para si e a vê-la colocar um objecto de
cada grupo em caixas separadas. Diga o nome de cada objecto à medida que o
coloca na caixa Depois dê ao João os outros itens, um de cada vez, e peça-lhe
para os colocar na caixa certa. Por exemplo: segure a meia e diga “ Olha João,
uma meia - para usar.” e coloque-o numa das caixas. Depois segure uma colher e
diga “ Olha, João uma colher - para nos ajudar a comer.” e repita o procedimento.
Depois dê-lhe um prato e diga “ Olha, um prato. Onde o vais colocar?” Se ele
tentar colocar o prato na caixa errada guie a sua mão para a caixa correcta: Se
ele o colocar na caixa certa, sem ajuda, reforce-o rapidamente. Gradualmente
aumente o número de itens. Quando estiver familiarizado com a tarefa, adicione
uma terceira caixa com outra categoria diferente.

182 – IDENTIFICAÇÃO RECEPTIVA DE CORES


Realização cognitiva, linguagem receptiva.
Percepção visual
Meta: Incrementar o reconhecimento das cores e desenvolver o conhecimento
receptivo dos nomes das cores primárias
Objectivo: Dar a cor correcta quando pedida
Material: Blocos coloridos, papel, botões
Procedimento:
Quando o João conseguir fazer corresponder os blocos de acordo com a sua cor
(actividade 178), inicie o treino de resposta às cores pelo nome. Na actividade
referida ele já esteve exposto aos nomes. Agora terá que se certificar de que ele
associa o nome com a cor do bloco. Seleccione os blocos vermelho, amarelo e o
azul. Dê o ao João e diga várias vezes: “Bloco azul.”, enfatizando bem o nome da
cor. Depois diga: “Dá-me o bloco azul.”. Repita o mesmo procedimento com os
cubos vermelho e amarelo. Se o João pegar no cubo errado, guie a sua mão para
o correcto e diga “ Este é que é o bloco vermelho.”. Continue a actividade até que
ele consiga dar as três cores a pedido. De forma a generalizar esta
aprendizagem, repita o mesmo procedimento usando botões coloridos ou pedaços
de papel. Gradualmente vá introduzindo novas cores, uma de cada vez.
183 – ENCONTRAR OBJECTOS ESCONDIDOS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar a compreensão de substantivos e proposições e desenvolver a
capacidade de seguir ordens verbais.
Objectivo: Seguir instruções verbais envolvendo o uso de substantivos e proposições para
encontrar objectos comuns, por exemplo: em cima, por baixo.
Material: Objectos comuns da sala de aula.
Procedimento:
Inicie a tarefa, escondendo 2 ou 3 objectos que sabe que são familiares ao João
No principio todos os objectos devem estar escondidos na mesma sala. Dê ao
João orientações simples envolvendo o objecto que ele deve procurar e a área
onde deve fazê-lo: “João, dá-me o copo que está debaixo da mesa”. Enfatize as
três palavras chave que lhe dizem o que deve e onde deve procurar. Reforce-o
sempre que ele lhe trás os objectos. Lembre-se que deve usar sempre
substantivos e proposições que ele já conhece.. À medida que a actividade
progride, esconda mais objectos pela sala, em locais cada vez mais complicados.
A dificuldade da localização também deve ir aumentando, por exemplo: “ Dá-me a
bola que está atrás da porta e dentro da caixa.”.
184 – O QUE É QUE NÃO PERTENCE?
Realização cognitiva, categorização
Meta: Incrementar o reconhecimento das categorias
Objectivo: Retirar o objecto que não pertence à categoria dos 3 outros objectos, que
formam claramente uma categoria distinta e reconhecível.
Material: 2 caixas médias, grupos de 4 objectos, 3 com funções ou características
semelhantes (ex. banana, maça, laranja, e um carro de brincar)
Procedimento:
Sente-se à mesa com o João. Coloque os 4 objectos em frente dele. Demonstre
como encontrar um item que não pertence aquela categoria. Por exemplo:
coloque todos os objectos na sua frente e diga: “Qual é que não pertence?”
Certifique-se de que ele está a olhar para si, aponte cada o objecto
individualmente. Diga; “A maça é para comer.” “ A banana é para comer.” “A
laranja é para comer.”, “O carro não é para comer.”. Se necessário pantomine o
acto de comer com um dos frutos, para lhe mostrar que o carrinho é diferente.
Coloque os frutos numa caixa e o carrinho noutra. Após ter demonstrado a tarefa,
repita o procedimento com outros 4 objectos. Por exemplo: um bolo, uma bolacha,
um rebuçado e um livro . Peça-lhe que coloque numa caixa os que pertencem e
não outra o que não pertence. Tente sempre trabalhar uma categoria de cada vez,
indo sempre incluindo categorias novas com objectos que já lhe são familiares.
185 – ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS
Realização cognitiva, sequencialização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aprender as sequências temporais e incrementar a compreensão das rotinas
diárias
Objectivo: Ordenar 3 figuras que traduzem actividades diárias da forma de como elas se
decorrem ao longo do dia
Material: Figuras (recortadas ou desenhadas) de uma criança executando actividades
quotidianas, como acordar e levantar-se, ir para a escola, comer, e ir para a
cama
Procedimento:
Mostre as figuras ao João pela ordem na qual as actividades se devem
desenvolver durante o dia. Diga: “Olha, João, primeiro levantas-te da cama.” e
mostre-lhe a figura correspondente. Depois diga: “De seguida tomas, o pequeno
almoço.” e mostre a figura. Depois diga: “Finalmente vais para a escola.” e
mostre-lhe a figura. Quando tiver a certeza de que ele Olhau para as 3 figuras
retire as figuras e desordene-as na mesa. Diga “João, qual é a primeira?” se ele
apontar ou lhe der a figura correcta diga “Sim, primeiro levantas-te da cama.”
Repita o procedimento com as restantes figuras na ordem correcta. Se ele lhe der
uma figura errada, dê-lhe pistas verbais. Inicie apenas com 3 cartões e aumente o
número à medida que ele for progredindo. Tenha em conta que os desenhos
devem ser claros e devem traduzir rotinas familiares ao João.

186 – MONTAR PARTES DO CORPO


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Controle e Coordenação óculo-manual
Realização verbal, vocabulário (opcional)
Meta: Incrementar a compreensão dos conceitos corporais
Objectivo: Ordenar as partes corporais correctamente
Materiais: Papel colorido, tesouras, cartolina.
Procedimento:
Recorte as várias partes do corpo. De inicio use apenas 3 peças para representar
a cabeça, o tronco e as pernas. Posteriormente à medida que as competências do
João progredirem, adicione os pormenores faciais, as mãos os pés etc.. Chame a
atenção do João e mostre-lhe como se colocam as peças adequadamente, vá
sempre nomeando cada peça que coloca adequadamente. Desmanche a figura e
peça ao João que a coloque correctamente, guie a sua mão para o local correcto,
caso ele tenha dúvidas ou erre. Repita a tarefa até ele conseguir colocar as três
peças no local correcto. Quando ele conseguir completar o puzzle das 3 peças
sem ajuda, vá acrescentando gradualmente mais peças. Lembre-se de nomear
cada peça que ele coloca. Vai demorar algum tempo para que ele os repita, mas
assim vai-se habituando a ouvi-los.
187 – ADJECTIVOS OPOSTOS
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção, sabor
Realização cognitiva, categorização
Realização cognitiva, leitura (opcional)
Meta: Incrementar a compreensão de adjectivos e reconhecer opostos
Objectivo: Agrupar vários alimentos de acordo com “doce” e “amargo”
Material: Vários alimentos doces (rebuçados, bolos, bolachas, sumos) e amargos (limão,
lima), papel, e marcador
Procedimento:
Faça um rótulo a dizer “Doce” e outro “Amargo” e coloque-os na mesa. Mostre-os
ao João e repita algumas vezes “Doce.” e “Amargo.”. Mantenha os alimentos no
seu colo para que ele não se distraia. Dê-lhe um alimento de cada vez, depois de
ele provar, pergunte: “É doce ou amargo?”. Diga “É Doce.” e retire um bocado do
alimento e coloque perto do rótulo correspondente. Capte a atenção do João e
repita “Este é Doce”. Repita o procedimento com os restantes itens e coloque-os
nos locais correctos. Depois de todos ordenados pergunte ao João se quer algo
doce ou amargo, não o deixe dirigir-se aos alimentos antes de fazer a escolha,
tanto por gestos como por palavras aproximadas. Gradualmente vá extinguindo a
sua ajuda. Dê-lhe um alimento para comer e peça-lhe que lhe indique onde deve
colocá-lo, repita o procedimento com todos os itens.
188 – ORDENAR SEQUÊNCIAS DE FIGURAS II
Realização cognitiva, sequencialização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização verbal, conversação (opcional)
Meta: Incrementar a compreensão de sequências e o desenvolvimento dos conceitos
de primeiro, seguinte e último
Objectivo: Ordenar 3 figuras após ouvir uma história
Material: Livro de desenhos ou uma sequência de cartões dos quais é possível contar
uma história.
Procedimento:
Escolha três figuras de um livro de histórias que representem claramente as cenas
de uma história . Conte a história ao João e coloque as figuras nas posições
correctas. Certifique-se de que ele olha para a figura antes de continuar com o
resto da história. Enfatize algum detalhe da figura, por forma a melhor lhe captar a
atenção. Quando acabar a história recolha as figuras e desordene-as. Pergunte-
lhe: “Qual é a primeira?”, “Qual é a seguir?” e “Qual é a última?”. Após cada
questão , ajude-o a colocar a figura correcta. Quando ele for capaz de fazer a
sequência correctamente, tente que ele lhe reconte partes da história. Não se
preocupe se o João demorar muito tempo para começar ou se ele se perder em
detalhes das figuras.

189 – COMPREENSÃO DE QUESTÕES


Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, categorização
Meta: Responder a uma variedade de questões
Objectivo: Apontar para a figura correcta quando se faz uma questão envolvendo, quem,
o quê ou onde
Material: Figuras de objectos ( bola, carro, cadeira, cama) animais ( cão, cavalo, vaca,
gato) e pessoas ( mãe, pai, bebé, bombeiro)
Procedimento:
Escolha uma figura de cada grupo em frente do João. Capte a sua atenção e
certifique-se de que ele está a ouvi-la. Coloque por exemplo uma vaca, um adulto
e uma bola e pergunte-lhe: “Quem guia o carro?” Ajude-o a escolher a figura
correcta. Quando ele já for capaz de proceder correctamente à escolha, face à
pergunta: “Quem?”, passe para a pergunta “O quê?”. Coloque a figura de um
carro, um bebé e um cão e pergunte: “O que é que a mãe guia?”. Quando ele
souber escolher a figura certa para a questão ”O quê?” comece a alternar as
questões. Por exemplo, mostre-lhe figuras de uma bola, um bombeiro, um cão, e
uma cama e pergunte-lhe: “O que é que morde?”, “Quem guia o carro dos
bombeiros?” e “Onde é que tu dormes?” Se ele escolher a figura errada, repita a
questão enfatizando as palavras chave. Apenas o ajude com pistas verbais se for
absolutamente necessário.
190 – PROPOSIÇÕES
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Coordenação óculo-manual, desenho.
Meta: Incrementar a compreensão de conceitos de posição representadas em duas
dimensões.
Objectivo: Desenhar numa área especificada por ordem verbal, envolvendo o uso de
proposições.
Material: Lápis e papel
Procedimento:
Ao iniciar a actividade prepare várias folhas de papel com desenhos simples.
Numa das filhas pode desenhar uma árvore, uma menina e uma casa. Noutra
pode ser um quadrado, um circulo e um triângulo. Sente-se ao lado do João e dê-
lhe as folhas. Dê-lhe ordens simples envolvendo “dentro”, “debaixo”, à volta”, “ao
lado”. Por exemplo: Dê-lhe a folha com a casa, a menina e a árvore e diga: “Faz
um circulo à volta da menina.”. Pode também pedir-lhe que faça uma linha
debaixo da casa ou fazer um triângulo ao lado da árvore. Certifique-se de que ele
sabe os nomes de todos os objectos que estão na folha e de que ele sabe
desenhar tudo aquilo que lhe pede. À medida que as competências progridem, vá
gradualmente aumentando o grau de dificuldade. Por exemplo pode dar-lhe dois
lápis e pedir-lhe que faça um quadrado azul dentro do circulo.
DESEMPENHO VERBAL

Esta secção contém actividades que foram utilizadas com sucesso de modo a
aumentar a linguagem expressiva da criança com autismo. Seleccionámos um grupo
de actividades para cada nível de desenvolvimento da linguagem de modo a ilustrar
uma variedade de estruturas de ensino tendo em conta os respectivos objectivos na
aprendizagem da linguagem. Porque qualquer programa de linguagem deve ser
individualizado para a criança com défices e capacidades especiais e atendendo aos
seus interesses de comunicação, as actividades propostas nesta área não
representam em exclusivo o seu programa, nem sugerem o seu currículo.
Estas actividades devem ser utilizadas pelos pais e professores em sessões
estruturadas de ensino, à medida que a criança adquire novas capacidades. Nós
sugerimos formas pela quais essas capacidades possam ser generalizadas ao longo
do dia.
Os objectivos das actividades incluem o seguinte: começar a vocalizar, uso de
uma palavra simples, pequenas frases, respostas sociais, descrição de acções e
acontecimentos, fazer perguntas e conversação social.
Cada objectivo da linguagem deve ter em conta o significado para a criança, de
modo a ser útil e adequado ao seu nível de desenvolvimento. Por exemplo: a primeira
palavra simples que deve ser escolhida deve corresponder ao que ele quer. Para uma
criança pode ser “carro”, para outra pode ser “bolo” e para outra “bebé”. O vocabulário
é escolhido porque tem significado e porque é útil para a criança e está de acordo
com o seu nível de desenvolvimento.
Cada técnica deve ir ao encontro do interesse da criança, de forma a tornar as
actividades o mais interessantes possível. Por exemplo: algumas crianças gostam de
cantar, outras de movimentos corporais, outras de figuras e outras de construir
puzzles. A atenção da criança e a sua cooperação na actividade é produtivo quando
as actividades contêm materiais ou acções que ele considera intrinsecamente
interessantes. Nós ilustramos todas estas variações de modo a providenciar o leitor
com uma vasta selecção de actividades de ensino estruturado a escolher.
Estas actividades são relatadas nas secções de Imitação e na de Realização
Cognitiva. A linguagem, normalmente, desenvolve-se através da imitação; a criança
ouve uma palavra e copia-a. A sua linguagem começa a ser uma real comunicação
somente quando ele as ouve e entende o seu significado. A criança pode dizer muitas
palavras, mas não ser capaz de as usar espontaneamente, ainda que as perceba a
nível da linguagem receptiva, o que será uma parte do programa individual de
linguagem.
Para as crianças que não falam os sinais manuais são combinados com o
discurso no início das actividades de linguagem. Contudo, as actividades que
ensinam códigos não verbais não faz parte deste conjunto de propostas de
actividades, devendo assim ter um espaço para isso.
191 – COMEÇAR A VOCALIZAR
Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Encorajar o desenvolvimento de vocalização com significado
Objectivo: Fazer um som perceptível de rebentamento, quando rebenta bolas de sabão
Materiais: Frasco de bolas de sabão
Procedimento:
Sente-se à mesa com o João à sua frente. Ponha o frasco de bolas de sabão
entre os dois. Sopre algumas bolas ou deixe o João soprar. Rebente algumas
bolas com o seu dedo e diga ao mesmo tempo “PO”, bem audível, de cada vez
que rebenta uma bola. Repare se o João presta atenção às bolas e ao som.
Depois dele estar bem disposto com as bolas, sopre mais algumas e tome o dedo
dele, guiando-a para rebentar mais bolas. Continue a fazer o mesmo som. Imite
os sons que João faz e regresse ao som “Po”. Se ele não tentar imitar o som,
cative a sua atenção para a sua boca, enquanto lhe mostra como se faz o som e
então ajude-o a colocar a boca de maneira a produzir o som. Sopre mais bolas e
repita a actividade até que ele comece a fazer o som sozinho. Reforce sempre
que ele o comece a fazer espontaneamente.

192 – SONS DE CONSOANTES


Desempenho verbal, vocalizaçãos
Imitação vocal
Meta: Desenvolver a capacidade de repetir os sons de consoantes iniciais simples
Objectivo: Familiarizar-se com consoantes específicas e repeti-las como parte de uma
canção
Materiais: Livro de histórias ou figuras de um cão, vaca e pato
Procedimento:
Sente o João na sua frente, num sítio confortável no chão. Cante uma cantiga que
tenha animais. Quando nomear cada um dos animais mostre a respectiva figura e
emita o som que ele faz. Quando está a mostrar a figura verifique se o João está a
olhar para ele e depois direccione a sua atenção para a observação da sua boca a
articular os sons dos animais. Enfatize as consoantes, repetindo-as, use os seus
dedos para posicionar os lábios do João encorajando-o a repetir a consoante.
Repita este procedimento, mas não espere de início que ele faça mais do que
sons iniciais aproximados. Assegure-se de que oreforça de cada vez que ele se
aproxima do som. À medida que o vê mais capaz, encoraje-o a fazer os sons de
forma mais clara e a terminar a palavra. Encoraje-o também a fazer o refrão
“EEEE-I,EEEE-I.OH”
193 – COMBINAÇÃO DE SONS
Desempenho verbal, vocalizaçãos
Imitação vocal
Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a capacidade de vocalização necessárias para a linguagem
Objectivo: Combinar 2 sons de forma expressiva
Materiais: Nenhum
Procedimento:
Sente o João no seu colo e pratique sons das consoantes já conhecidas. Uma vez
que a criança já está familiarizado e a consegue imitar (actividade 192), comece
a combinar as mesmas consoantes com vogais simples. Por exemplo: depois do
João copiar o som “B” várias vezes, hesite alguns segundos e então diga “B-OO”.
Se ele só repetir o som “B”, não o reforce imediatamente, mas repita a
combinação, enfatizando o som da vogal. Reforce-o rapidamente se ele tentar
combinar os sons. Lembre-se que só deve usar sons iniciais que ele já repete com
sucesso.

194 – EXCLAMAÇÕES SIMPLES


Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Desenvolver as aptidões preliminares de vocalização
Objectivo: Repetir e usar exclamações simples de forma apropriada e desenvolver o
conceito de relação entre sons e acções
Materiais: Bola
Procedimento:
Quando estiver a jogar com o João, baixe a bola e diga “OH-OH!”. Repita a acção
e faça o som muitas vezes e tente que ele faça o mesmo som espontaneamente.
Ajude-o a emitir o som pondo os lábios em “O” se ele necessitar de ajuda. Logo
que ele comece a fazer o som consigo, baixe a bola e hesita antes de emitir o som
para ver se ele vocaliza bem sozinho. Reforce sempre que ele emita o som
apropriado. Quando o João já consegue emitir o “OH-OH!” sozinho ao ver o a bola
a baixar reforce essa emissão de som e comece a propor-lhe outro som com
“OOOOOOH”, mostrando excitação. Mostre ao João o seu brinquedo favorito ou
uma recompensa comestível e faça o som: Leve-o a fazer o mesmo som antes de
lhe dar a recompensa. Quando o João consegue fazer ambos os sons, comece a
criar situações para ele emita os sons, mas deverá distinguir entre os 2 sons. Se
por exemplo: alguma coisa cair em frente ao João observe se ele emite
espontaneamente os sons treinados. Veja se faz “OH-OH” ou “OOOH” ou se faz
outro som e imite-a.
195 – PRIMEIRAS PALAVRAS
Desempenho verbal, vocalização
Interacção Individual e social
Imitação Vocal
Meta: Desenvolver vocalizações em imitação de palavras significativas
Objectivo: Uso de palavras simples de forma expressiva e apropriada
Materiais: Bola, biscoito e boneca
Procedimento:
As melhores palavras para começar o discurso são normalmente “MAMÔ e
“PAPÁ”. Comece por colocar o João sentado no seu colo e voltada para si .
Consiga a sua atenção, aponte para si e diga “MAMÔ. Agarre-lhe nas mãos e
passe-as pela sua face à medida que vai dizendo “MAMÔ. Recompense-o
sempre que ele tente emitir algum som, demonstrando vontade de dizer a mesma
palavra. À medida que o João vai ficando mais confortável com a actividade,
reduza a recompensa dando-lhe só quando ele diz claramente. Repita o mesmo
processo com a palavra “PAPÁ”. Outras palavras boas para lhe ensinar poderão
ser “PÁPA, BOLA, BÈBÈ,…. Contudo, quando ensinar essas palavras é
importante que tenha os objectos nomeados à sua frente para que ele possa
concretizar o que está a nomear. Quando ensinar as primeiras palavras é
importante recordar que deve escolher palavras com um ou duas sílabas.

196 – CUMPRIMENTAR E DESPEDIR-SE


Desempenho verbal, vocalização
Socialização, interacção individual
Imitação, vocalização e motora
Meta: Desenvolver vocabulário social apropriado
Objectivo: Fazer o gesto, ou dizer, “Olá.” e “Adeus.” de forma independente e em
situações apropriadas
Material: Nenhum
Procedimento:
Sempre que entrar ou sair de uma sala na qual esteja também o João, aproveite a
oportunidade para trabalhar com ele os cumprimentos e as despedidas. Sempre
que entrar nessa sala, levante a mão sorria e diga: “Olá, João.”. Sempre que
estiver com ele numa sala e entrar outra pessoa, ajude-o a utilizar o gesto para
cumprimentar e reforce-o imediatamente por qualquer tentativa para vocalizar
“olá”. Repita o procedimento com o “adeus”. Sempre que sair da sala diga “Adeus,
João.” e faça o gesto. Assegure-se que ele está a olhar para si antes de sair da
sala. Se não fizer qualquer tentativa para vocalizar ou acenar, hesite alguns
momentos à porta e continue a acenar e a dizer adeus. Se ele continuar a não
imitar qualquer das suas acções, faça com que uma terceira pessoa se sente
perto dele para o ajudar a imitar o acto de acenar, sempre que alguém entra ou
sai da sala.
197 – DIZER O PRÓPRIO NOME
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção social e individual
Meta: Desenvolver a linguagem expressiva e o auto-conceito
Objectivo: Referir-se a si próprio pelo nome
Material: Espelho
Procedimento:
Após o João compreender o seu nome de forma receptiva, comece a encorajá-lo
a referir-se a si próprio pelo seu nome (actividade 159). Coloque-o em frente ao
espelho e mostre-lhe o reflexo, repita isto várias vezes, e leve-o a apontar para a
imagem, depois diga: “Quem é? É o João.”. Comece por dizer o nome dele, mas
não termine a tarefa enquanto ele não fizer uma tentativa de o dizer. Reforce-o
imediatamente por qualquer tentativa de pronuncia do nome. Gradualmente
elimine a ajuda inicial até a extinguir totalmente. Quando tentar generalizar o uso
do nome, mesmo fora do espelho, é importante dar-lhe diferentes oportunidades
durante o dia para que diga o seu nome. Por exemplo: à mesa de almoço podem
todos dizer o nome apontando para si próprios , quando chegar a vez do João
ajude-o se ele necessitar.

198 – SONS AMBIENTAIS


Desempenho verbal, vocalização
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação vocal
Interacção individual e Socialização
Meta: Incrementar a vocalização independente e desenvolver capacidades de jogo
mais adequadas
Objectivo: Fazer vários barulhos ambientais e sons de animais, espontaneamente
Materiais: Um carro de brincar, um avião, um cão de peluche e um gato
Procedimento:
Quando o João conseguir imitar os sons de objectos sem auxilio (actividade 13)
ensine-o a identificar esses sons receptivamente e a usá-los expressivamente.
Coloque o cão e o carrinho em cima da mesa em frente dela e diga: “João, dá-me
aquele que faz zoom.”. Enfatize o som de forma clara. Quando ele lhe der o
carrinho agradeça e diga: “Boa, João.”. Depois pergunte: “O que é que este faz?”
ajude-o a começar a dizer o som, se ele precisar. Repita a actividade com um
segundo par de objectos com sons sempre bem perceptíveis. Certifique-se se o
João já aprendeu claramente a imitar os objectos que lhe vai solicitar.
199 – VERBOS
Desempenho verbal, linguagem receptiva
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o conhecimento e o uso de verbos e aumentar as competências
de linguagem expressiva
Objectivo: Usar os verbos simples correcta e independentemente
Materiais: Figuras de pessoas a fazer actividades comuns
Procedimento:
Sente o João na mesa na sua frente. Mostre-lhe a figura de um homem a fazer
uma acção simples e clara, que ele seja capaz de reconhecer, por exemplo um
homem a correr e diga: “Olha, o homem está a correr”. Enfatize claramente o
verbo, para que ele perceba o foco da lição. Repita a frase “O homem está a
correr.” várias vezes, enfatizando sempre o verbo. Depois peça ao João que lhe
diga o que é que o homem está a fazer e recompense-o por qualquer tentativa de
verbalizar o verbo correr. Os verbos mais indicados para começar são: sentar,
comer, dormir, saltar… Aproveite todas as oportunidades do dia para que ele
possa usar os verbos aprendidos. De inicio trabalhe apenas com 2 ou 3 verbos e
gradualmente vá aumentando até 5. Lembre-se de reforçar todos os verbos que
ele foi aprendendo nas sessões anteriores.

200- NOMEAR ELEMENTOS DA FAMÍLIA


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e as capacidades de comunicação
Objectivo: Nomear cada membro da família sem ajuda
Material: Fotografias de todos os membros da família, incluindo animais de estimação
(devem ser fotografias facilmente reconhecidas)
Procedimento:
Comece por mostrar ao João apenas uma fotografia de cada vez. Aponte para a
foto e diga: “Mãe, esta é a mãe”. Depois diga: “João quem é esta? Esta é a
________ .”Tente que seja ele a preencher o que falta. Se ele hesitar capte-lhe a
atenção para a sua boca e repita lentamente a palavra. Depois ajude-o a formar
as palavras . Repita o procedimento até que ele consiga identificar a primeira
figura pelo menos 5 vezes, sem ajuda. Adicione uma segunda foto e repita o
mesmo procedimento. Depois alterne as duas fotos com uma sequência fixa.
Quando ele conseguir identificar as duas fotos pelo menos 5 vezes sem ajuda,
aponte para a pessoa real e repita a questão. Quando tiver aprendido 2 nomes
adicione mais membros da família sempre da mesma forma.
201 – CANTAR
Desempenho verbal, vocalização
Percepção, audição
Imitação vocal
Meta: Incrementar as capacidades de vocalização e desenvolver a capacidade de
compreensão do tom vocal
Objectivo: Mudar de tom e de inflexões quando canta com outra pessoa
Material: Nenhum
Procedimento
Sente-se no chão com o João e comece a cantar uma canção simples para ele
ouvir. Use gestos e mude o seu tom frequentemente durante a canção para que
ele diferencie o cantar do falar normal. Use as suas mãos e expressão facial para
lhe mostrar como é divertido cantar. Quando vir que ele está a prestar atenção à
sua canção, tente envolvê-lo na canção. Por exemplo: tente que ele bata palmas
ao ritmo. Quando ele começar a participar a nível motor, hesite ocasionalmente
durante a canção e toque-lhe na boca para indicar que ele deve cantar também.
Certifique-se de que ele olha para a sua boca e cante mais lentamente para que
ele perceba. Deve reforçar todas as tentativas que ele faça para vocalizar a
canção. Gradualmente comece a exigir-lhe respostas mais especificas e uma
participação mais actividade. Mais tarde encoraje-o a imitar as suas modificações
no tom de voz.
202 – CONCEITO DE MAIS
Desempenho verbal, vocabulário
Interacção individual e social
Meta: Desenvolver o conceito de mais e aumentar as competências sociais
Objectivo: Pedir mais, sempre que deseje sem precisar de ajuda
Material: Reforços alimentares para dar sempre que a criança peça mais de qualquer
coisa que pretende
Procedimento
Pegue numa grande quantidade de algo que sabe que o João gosta e coloque-o
em cima da mesa em frente dela. Não deixe que ele tire imediatamente, mas tente
mantê-lo sentado e atento. Quando ele lhe prestar atenção, recompense-o com
um pouco da recompensa e diga: “João, queres mais?” enfatizando a palavra
“mais” claramente e repita-a várias vezes. Depois mostre-lhe outro pedaço da
recompensa e repita a questão novamente. Mostre-lhe o sinal de “mais” e repita a
palavra várias vezes. Se ele tentar obter a recompensa sem dar a resposta
adequada, retire o reforço da sua frente e repita a questão. Não o reforce até ele
fazer uma tentativa de verbalizar a palavra, quando o fizer, reforce-o
imediatamente e diga: “ Sim João, mais.” Repita o procedimento até que as
recompensas terminem. Esta actividade deve ser repetida todos os dias até que
ele aprenda a pedir mais sempre que o pretender. È natural que depois de
aprender o conceito, passe a pedir mais de tudo aquilo que lhe derem, tente agir
de forma compreensiva e consistente.
203 – PALAVRA FRASE
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Imitação vocal
Meta: Aperfeiçoar as competências comunicativas e aumentar o vocabulário
Objectivo: Expressar a necessidade e o desejo usando as palavras
Material: Escadas triciclo e bola
Procedimento:
Quando ensinar a linguagem expressiva é importante que tenha em conta todas
as pequenas oportunidades que surgem ao longo do dia. Por exemplo: quando o
João quer descer as escadas para ir brincar, hesite por instantes no cimo da
escada e diga: “O que é que queres fazer?” e depois sussurre-lhe “Descer as
escadas.”, enfatizando bem a palavra “descer”. Repita a palavra chave as vezes
que achar necessárias. Outras actividades possíveis incluem solicitar-lhe que diga
“Empurra.”, quando brinca com um triciclo, ou pedir-lhe que “atire” ou “agarre”
quando se brinca com a bola. Outras palavras importantes para trabalhar são, por
exemplo “abraça”, “beija” “abre” “fecha”. Nesta altura o João já terá capacidades
de executar sons e é importante que aprenda quando usar as palavras e como
fazê-lo.. Limitando os pedidos a frases de uma palavra, vai permitir-lhe aprender o
que é que cada palavra traduz realmente e como pode usá-la para obter o que
precisa.
204 – O QUE É QUE QUERES?
Desempenho verbal e vocabulário
Meta: Incrementar as capacidades de linguagem expressiva e vocabulário
Objectivo: Indicar aquilo que pretende pelo nome, tendo que escolher perante 2 objectos
Material: 3 pares de objectos comuns que lhe são familiares (um dos pares deve ser
algo que ele aprecie verdadeiramente)
Procedimento:
O João tem que aprender que ele pode usar a linguagem para pedir coisas que
pretende. Uma boa forma de começar a ensinar-lhe essa capacidade é levá-lo a
escolher entre dois objectos, quando um é realmente algo que ele pretende e o
outro é algo que não lhe desperta muita atenção. Sente-o em frente à mesa e
coloque um par de objectos em cima da mesa entre os dois. Por exemplo: pode
usar um carrinho que ele goste e um copo (cuidado para não usar objectos nos
quais ele se possa fixar). Prenda as duas mãos do João nas suas e aponte com
elas cada um dos objectos nomeando-os. Repita os nomes várias vezes,
mantendo sempre o contacto das mãos do João com os objectos. Continue a
segurar as mãos dele e pergunte-lhe: “Qual é que queres?” Se ele disser “carro”
ou fizer qualquer tentativa de dizer a palavra recompense-o por isso e deixe-o
brincar com o objecto escolhido por alguns minutos. Repita o procedimento até
que todos os pares de objectos se esgotem. Os sons mais fáceis de serem
trabalhados inicialmente são os P, B, M, N, D, C e T”.

205- CONCEITO DE POSSE


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção individual e social
Meta: Incrementar a expressão verbal e ensinar os pronomes possessivos
Objectivo: Identificar os objectos pela pessoa a quem pertencem
Material: Objectos pertencentes a membros da família que são claramente identificáveis
com elas (ex. sapato da mãe, óculos do pai, boneca da irmã)
Procedimento:
Sente-se numa mesa com o João e coloque os objectos sobre a mesa. Pegue em
cada um dos objectos individualmente e identifique-os. Diga “Sapato da mãe.” ou
“Óculos do pai.”, enfatizando o nome e a posse. Após a identificação de cada
objecto, peça-lhe que os identifique receptivamente. Diga “João, dá-me o sapato
da mãe.”. Repita o procedimento com todos os objectos . Quando ele conseguir
identificar receptivamente todos os objectos, repita a actividade e pergunte-lhe:
“De quem é o sapato?”, se ele hesitar ajude-o com o som inicial. Reforce-o
imediatamente sempre que o João tentar identificar o pedido, por exemplo
“Sapato da mãe.” é uma resposta aceitável.
206- JOGO SIM –NÃO
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar o conhecimento do nome dos objectos e desenvolver a
capacidade de ouvir pequenas questões e responder adequadamente sim ou
não
Objectivo: Usar adequadamente o sim ou não quando lhe mostramos um objecto e
perguntamos “ Isto é um ____?”
Material: 2 caixas pequenas, 5 a 8 objectos comuns que a criança reconheça facilmente
(ex. sapato, bola, colher, sabonete, copo, pente, carrinho)
Procedimento:
Sente-se à mesa em frente do João com as duas caixas entre os dois. Mostre-lhe
cada um dos objectos. Tire um objecto da caixa e segure-o em frente do João.
Certifique-se de que ele está a olhar e pergunte-lhe “Isto é um sapato?” De inicio
vai ter que provavelmente responder à questão e só depois ele estará apto a
imitá-la. Diga: “Não, isto não é um sapato.”. Depois coloque o objecto dentro da
outra caixa para que ele saiba que a tarefa terminou. Faça o mesmo com todos os
objectos. Há medida que a tarefa progride, ele responderá “Sim.” ou “Não.”, ou
então fará sinais com a cabeça. Gradualmente, encoraje o João a dizer a frase
mais completa “Sim, é um copo.”. Inicie com um pequeno número de objectos e
gradualmente aumente o número, à medida que a concentração melhora. Tente
generalizar este tipo de respostas em questões simples durante o desempenho de
outras actividades durante o dia.

207- Nomear animais


Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar o vocabulário
Objectivo: Nomear 4 animais sem ajuda
Material: Animais de peluche, borracha ou desenhos.
Procedimento:
Enquanto trabalha com o João na identificação receptiva dos animais (actividade
177) verifique se ele parece conseguir expressar o nome do animal. Coloque os 4
animais em cima da mesa em do João. Peça-lhe que lhe dê cada um dos animais
“ Dá-me o cão.” repita o nome do animal várias vezes, mesmo após ele lho dar.
Depois de ele lhe dar todos os animais, pergunte “João, o que é isto?”. Se ele
precisar de ajuda, dê-lhe o som inicial e depois hesite, permitindo que ele acabe a
palavra. Reforce-o imediatamente por qualquer tentativa de verbalizar o nome do
animal. Há medida que ele for progredindo na tarefa vá retirando a sua ajuda até
que ele diga sozinho o nome de todos os animais propostos.
208- NOMEAR OBJECTOS
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptivas
Percepção visual
Realização cognitiva, leitura (opcional)
Meta: Aumentar as competências expontâneas para responder a questões e nomes
dos objectos
Objectivo: Nomear um número de itens de uma categoria apenas com pistas visuais
Material: Objectos de uso comum agrupados em categorias (ex. alimentos- maçã,
banana, bolacha, bolo)
Procedimento:
Quando o João puder identificar receptivamente os itens de uma categoria
apontando ou seleccionando os objectos correctos (actividade165), comece a
ensiná-lo a identificar os mesmos objectos expressivamente. Distribua os objectos
pela sala de forma clara e visível para ele e pergunte “O que é que é de comer?”.
Enfatize a categoria de forma clara: De inicio o João vai concerteza querer
apontar ou agarrar o objecto correcto, pois foi o que lhe solicitou na actividade
anteriormente referida, mas desta vez impeça-o de se levantar e quando ele
apontar diga “Boa, o que é isso?” Nomeie o objecto várias vezes e tente que o
João repita as suas palavras. Dado que algumas palavras exigem uma articulação
cuidada, podem ocorrer meias palavras ou respostas parciais, mas reforce
qualquer esforço ou tentativa. Se ele não conseguir identificar um objecto ou uma
categoria, mude para outra e continue o procedimento.
209 – COMPREENSÃO DE FRASES
Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, leitura (opcional)
Realização cognitiva, sequencialização
Meta: Usar frases de construção simples
Objectivo: Olhar para uma figura e descrevê-la usando frases simples, de 3 ou 4 palavras,
envolvendo o sujeito e o verbo
Material: Uma folha de cartolina, figuras de pessoas envolvidas em acções comuns (por
exemplo correr, andar, dormir)
Procedimento:
Divida a cartolina em duas partes, uma com a palavra QUEM e outra com a frase
O QUE FAZ?. Coloque a cartolina em cima da mesa, em frente do João. Comece
com 3 cartões com pessoas envolvidas em tarefas simples de identificar, por
exemplo 3 figuras de um homem a andar. Se estiver também a trabalhar a leitura,
rotule cada uma das figuras adequadamente. Mostre ao João duas cartas e
descreva a acção, diga “Olha, o homem está a andar.”. Coloque a figura em cima
da cartolina depois de ter a certeza de que ele está a olhar. Depois pegue noutra
figura com a mesma acção (com a personagem sempre do mesmo sexo) e
coloque-o debaixo da palavra QUEM. Capte a atenção do João para a segunda
figura e diga “Olha, quem é?” tente que ele diga ”O homem.” ou algo adequado,
do tipo o menino ou o rapaz. Se ele não responder, direccione a atenção para a
segunda figura e repita o mesmo procedimento. Repita também com a terceira
figura. Finalmente tente que ele coloque as duas ideias numa frase. Repita o
procedimento usando outras acções simples como nadar, andar, saltar etc.
Certifique-se de que as acções são claras e de que o sexo da personagem é
claramente distinguível em todas as figuras
210 – TAMANHO
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o uso adequado de adjectivos para melhorar a familiaridade com
conceitos de tamanho
Objectivo: Dizer ou assinalar “grande”/”pequeno” em resposta à questão “De que tamanho
é?”
Material: 2 objectos idênticos de diferentes tamanhos (ex. cubos ou botões)
Procedimento:
Quando o João puder identificar receptivamente objectos de acordo com o
tamanho, comece a pedir-lhe que tente identificar o tamanho expressivamente.
Coloque dois cubos na mesa em frente do João e diga “Dá-me o grande.”, quando
ele lhe der o cubo maior reforce-o,. Depois pegue no cubo e diga “De que
tamanho é este cubo?. Se ele não responder diga “Olha, é grande, agora diz tu.”
.Reforce-o imediatamente se ele tentar dizer. Por forma a evitar confusão,
trabalhe estes dois tamanhos intensamente, mas trabalhe expressivamente
apenas um dos conceitos até ele o assimilar. Só depois deve começar a pedir-lhe
que identifique ambos.

211. ELE E ELA


Desempenho verbal , vocabulário
Realização cognitiva, categorização
Meta: Desenvolver o uso de pronomes pessoais e incrementar a discriminação
ele/ela
Objectivo: Usar ele e ele adequadamente quando identifica o masculino e o feminino nas
figuras.
Material: Desenhos de revistas com homens e mulheres ou rapazes e raparigas em
actividades que são familiares ao João (certifique-se que o sexo de cada
personagem está facilmente identificável.
Procedimento:
Sente-se próximo do João com um conjunto de figuras na sua frente. Mostre-lhe a
figura com um homem numa actividade que ele conheça e diga “Olha ele está
sentado.”. Enfatize bem o pronome de forma clara e mais alto. Repita o
procedimento com a figura de uma mulher. Coloque as figuras ao lado uma da
outra sobre a mesa, certifique-se de que ele está atento, enquanto repete os
pronomes apontando para as respectivas figuras. Repita o procedimento com todas
as figuras. Enfatize sempre o pronome e coloque as figuras nos respectivos grupos
(homens/mulheres). Tente que o João lhe indique em que grupo deve colocar uma
das figuras, se ele não conseguir, ajude-o com o som inicial. Mantenha sempre
frases curtas e simples. Use apenas actividades que ele conheça.
212.-EM CIMA/EM BAIXO
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Incrementar a capacidade de expressão através do uso de adjectivos e
compreensão de relações temporais.
Objectivo: Usar ou sinalizar “em cima “ e “em baixo” para indicar a localização de uma
recompensa desejada.
Material: 3 copos, e reforços alimentares

Procedimento:
Sente-se à mesa com o João e mostre-lhe os reforços. Esconda uma delas
debaixo de um copo e peça-lhe para o tirar. Repita esta actividades alguns
minutos para o familiarizar. Coloque uma vez o reforço em cima do copo e peça-
lhe que o retire. Quando ele estiver familiarizado em procurar o rebuçado dentro e
em cima do copo, continue a actividade, mas usando as expressões. Por
exemplo: “Olha João, debaixo.” e coloque o reforço debaixo do copo. Depois de
repetir várias vezes, coloque o reforço debaixo e pergunte “Onde está?” e
responda lentamente “Debaixo.”. Motive-o a começar a responder. Reforce-o por
qualquer tentativa.
213 – RESPONDER A QUESTÕES COM “OU”
Desempenho verbal , expressão
Desempenho verbal, linguagem receptiva
Meta: Incrementar a linguagem expressiva e desenvolver a capacidade de fazer
escolhas de forma independente
Objectivo: Fazer escolhas de forma independente quando lhe dão 2 alternativas concretas
e, expressar essa escolha verbalmente.
Materiais: Objectos da sala que lhe são familiares e que lhe agradam
Procedimento:
Dado que o João apresenta dificuldades em se expressar quando se lhe é
oferecido algo a escolher, aproveite todas as oportunidades do dia para usar a
palavra “ou”. Por exemplo, antes da “hora do conto”, seleccione 2 livros e coloque
os em frente dele. Aponte para cada um dos livros, separadamente, e pergunte:
“Queres este ou aquele?”. Quando ele se dirigir para um deles repita a questão e
diga “João, diz, este.”. Encoraje-o a verbalizar o que quer sempre que lhe oferece
a escolha. Este programa pode ser implementado com comer, brinquedos ou
qualquer outra coisa que lhe interesse especialmente. Quando o João já estiver
habituado a questões com “ou” e conseguir responder-lhes verbalmente, comece
a introduzir questões para respostas mais especificas envolvendo nomes de
objectos, categorias ou cores. Por exemplo, agarre num cubo vermelho e
pergunte-lhe “João, este cubo é vermelho ou azul?”. Se ele hesitar, mostre-lhe
outro cubo vermelho e nomeie a cor, depois mostre-lhe outro azul e nomeie-o
também. Por fim repita a questão com os cubos originais.
214.CONVERSA ESTRUTURADA
Desempenho verbal e cognitivo, conversação
Interacção individual e social
Meta: Desenvolver competências de conversação
Objectivo: Responder adequadamente a conversas simples e a questões simples e
incrementar as competências sociais básicas
Material: Figuras de revistas, botões, copo
Procedimento:
Nesta altura, o vocabulário do João já melhorou consideravelmente, mas precisa
de aprender a usar as suas palavras numa conversa adequada. Para esse efeito
ele vai precisar de praticar muito em situações estruturadas. Sente-se na mesa
em frente do João. Planeie um tópico para a conversa na qual lhe deverá fazer 3
questões simples, por exemplo:
“João, o que é que podemos comprar no supermercado?”
“ Como é que vamos para o supermercado?”
“O que é que fazemos com o comer que compramos no supermercado?”
Depois de ele lhe dar uma resposta satisfatória, coloque um botão no copo, o que
lhe permitirá ver quantas questões respondeu adequadamente. Se ele não
conseguir responder adequadamente, use figuras auxiliares e dê-lhe pistas. Por
exemplo se ele não responder “carro” para a 2ª questão, mostre-lhe a figura de
um carro e repita a questão. Use sempre temas que lhe despertem interesse. À
medida que ele for aderindo melhor à conversa, comece a extinguir o sistema
token e elogie a sua resposta imediatamente.
215 – TRANSMITIR UMA MENSAGEM SIMPLES
Desempenho verbal, conversação
Interacção social e individual
Meta: Desenvolver competências de comunicação e incrementar competências de
memória e competências sociais
Objectivo: Recordar uma mensagem pequena ( 4 ou 5 palavras) e transmiti-la
verbalmente a outra pessoa
Material: Nenhum
Procedimento:
Sente o João numa sala e tenha outra pessoa numa sala próxima. Leve-o à outra
sala para poder ver que está lá outra pessoa. Cada um dos elementos deve ter
uma dose de reforços a dar ao João. Antes de iniciar a actividade ambos devem
combinar a mensagem a transmitir, de forma a poderem saber se ele a transmitiu
bem. Dê ao João uma mensagem pequena e peça-lhe para ir dizê-la à outra
pessoa, coloque-o na direcção correcta e repita a mensagem. Quando ele chegar
à outra pessoa e não disser a mensagem, esta pode começar por ajudar “O que é
que a _____disse?”. Quando ele transmitir a mensagem, reforce-o e dê-lhe uma
mensagem semelhante para ele levar de volta à outra pessoa. Comece apenas
com 2 mensagens e 2 viagens e gradualmente vá aumentando o número de
viagens e a complexidade das mensagens. Lembre-se de que o João tem de
compreender bem a mensagem, senão ficará confuso e será incapaz de a
recordar correctamente.

216 – PLURAIS
Desempenho verbal , expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o uso adequado do plural
Objectivo: Usar os plurais adequadamente quando identifica grupos de objectos familiares
Material: Objectos de uso comum que ele reconheça (ex. bolos, bolas, cubos)
Procedimento:
Sente o João na mesa e coloque os objectos na sua frente. Nomeie os objectos à
medida que pega neles. Por exemplo, pegue num bolo e diga: “Olha João, um
bolo.”, quando ele lhe quiser pegar pergunte “O que é isto?”, quando ele
responder “Bolo.”, coloque vários bolos em cima da mesa e diga: “Olha João,
bolos.”. Enfatize bem o plural. Repita a palavra “bolos” várias vezes. Depois
aponte para o bolo e diga “Bolo.” aponte para o conjunto de vários bolos e diga
“Bolos.”. Não se esqueça de enfatizar bem a diferença entre as duas palavras. A
seguir aponte para o bolo e pergunte “O que é, João?”. Quando ele responder
“Bolo.”, repita a questão para o conjunto de bolos. Se ele não captar o plural,
repita o som “S” mais alto após a palavra “bolo” e peça-lhe que repita.
217.NOMEAR FIGURAS GEOMÈTRICAS
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Percepção visual
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a nomeação
Objectivo: Identificar verbalmente 3 figuras simples (circulo, quadrado e triângulo)
Material: Figuras geométricas recortadas em formas de circulo, triângulo e quadrado
Procedimento:
Quando o João for capaz de lhe dar a figura geométrica apropriada à ordem:
“João, dá-me o (circulo).” (actividade 176) comece a trabalhar para que ele diga o
nome das figuras. Depois de ele lhe dar a figura correcta, sustenha-a à frente dele
e diga pausadamente o nome da figura várias vezes. Depois pergunte “João que
figura é?”. Repita o nome da forma várias vezes, para que ele associe a palavra
“figura” com as palavras “circulo”, “triângulo”, “quadrado”. Depois de fazer este
procedimento várias vezes, encoraje-o a responder sozinho.

218. VERBALIZAR O USO DOS OBJECTO


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar as competências de conversação e compreensão do uso dos
objectos
Objectivo: Explicar verbalmente o uso de objectos comuns
Material: 4 objectos de uso comum que lhe sejam familiares (livro, colher, brinquedo,
copo)
Procedimento:
Quando o João estiver familiarizado com os objectos e conseguir mimar o seu uso
(actividade 11 e 12) tente que ele verbalize o seu uso. Por exemplo, dê-lhe um
livro e diga: “ Olha João, um livro. O que é que fazes com um livro?”. Como ele
sabe fazer o uso adequado do livro, provavelmente ele começará a lê-lo. Não lho
dê até que ele tente verbalizar o uso do livro. Repita o procedimento com outros
objectos. Lembre-se que deve pronunciar claramente o uso dos objectos para que
ele tenha um modelo correcto para imitar.
219. QUESTÕES TEMPORAIS
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a compreensão e os conceitos temporais, expandir o vocabulário
Objectivo: Responder com uma palavra a questões simples acerca do tempo em que um
determinado evento ocorre
Material: Desenhos de pessoas a fazer acções que lhe são familiares
Procedimento:
Mostre ao João uma figura e explique-lhe o que se passa. Por exemplo, mostre-
lhe uma figura com um menino a dormir e pergunte “O que está o menino a
fazer?”. Quando ele responder “A dormir.” diga “Certo. O menino está a dormir. O
menino dorme à noite”. Repita a palavra “noite” várias vezes em conjugação com
a palavra “dormir”. Repita este procedimento com as outras figuras mostrando as
actividades e conjugando-as com a localização temporal em que ocorrem. Repita
várias vezes as palavras “manhã”, “tarde”, “noite” para que se tornem bem claras.
Depois pergunte “Quando é que o menino dorme?” se ele hesitar, ajude-o com o
som “N”. À medida que ele evolui tente inverter a questão, “O que é que o menino
faz à noite?” para que ele responda “Dorme.”, sem ver a figura. Encoraje-o a
pensar em coisas que pode fazer durante o dia e a relacioná-las.

220- CONTAGEM
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, associação
Imitação verbal
Meta: Aumentar o vocabulário e o conceito de número
Objectivo: Contar sem ajuda
Material: Blocos de madeira
Procedimento:
Certifique se o João é capaz de imitar os sons dos números. Trabalhe com 5
blocos. Conte os blocos em voz alta e lentamente, movendo os blocos para um
grupo separado após dizer o número. Faça isto várias vezes e hesite antes de
dizer o último número para ver a reacção dele. Depois peça-lhe 3 blocos., quando
ele lhe der o número certo de blocos, conte-os em voz alta, não dizendo o último
número de cada grupo. Repita o procedimento várias vezes, mas de inicio peça-
lhe que identifique apenas o primeiro número. Gradualmente, peça-lhe que
identifique os 2 últimos e vá aumentando a quantidade de números exigidos à
medida que ele melhora.
221 – NOMEAR CORES
Desempenho verbal, vocabulário
Realização cognitiva, linguagem expressiva
Meta: Desenvolver o uso de adjectivos descritivos e aumentar a compreensão das
cores
Objectivo: Nomear expressivamente as 4 cores primárias
Material Blocos coloridos (vermelho, amarelo, verde e azul)
Procedimento:
Sente-se na mesa em frente do João. Coloque os 4 blocos coloridos na mesa em
frente dele. Quando ele lhe responder correctamente 90% das vezes ao seu pedido
“Dá-me o bloco azul.” (actividade 182), comece a trabalhar o conhecimento
expressivo das cores. Enquanto faz a actividade vá repetindo os nomes das cores
frequentemente, falando de forma clara e audível. No decorrer da actividade aponte
para um dos blocos e pergunte “Que cor é esta?”. Ajude-o sussurrando o nome da
cor. Recompense-o imediatamente se ele fizer algum esforço para verbalizar a
palavra. Continue a actividade aumentando as oportunidades dele se exprimir
quanto às cores. Gradualmente vá envolvendo outras cores.

222 – RECONTAR O CONTO – I


Desempenho verbal, conversação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Interacção social e individual
Meta: Incrementar as competências de expressão linguistica e memória
Objectivo: Relatar um conto recente, com ajuda mínima
Material: Televisão
Procedimento:
Utilize a televisão para verem um conto ou uma série do agrado do João, de
preferência qualquer coisa breve e simples. Depois de ele observar a série, faça-lhe
algumas questões simples acerca do que acabou de ver . Tente que ele lhe conte
toda a história. Por exemplo, se estiver a ver a Rua Sésamo pergunte: “O que é que
aconteceu ao Oscar?”. Depois de ele lhe responder pergunte novamente “E o que é
que aconteceu a seguir?”. Tente que ele fale o máximo acerca daquilo que viu e
aconteceu, isto vai permitir-lhe aprender a falar sobre coisas concretas e que lhe
interessam. Esta é uma actividade que pode ser repetida mesmo durante os
tempos de lazer, sem que ele sinta que está a ser forçado a “ trabalhar”.
223 – RECONTAR O CONTO – II
Desempenho verbal, conversação
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar as competências de conversação e competências sociais
Objectivo: Descrever 4 ou 5 características de uma figura, sem ajuda
Material: Um livro de contos infantis, simples
Procedimento:
Sente-se confortavelmente com o João de forma a que ele veja o livro claramente.
Mostre-lhe uma figura e tente que ele lhe explique o que aconteceu, com todos os
detalhes que ele conseguir. De inicio, provavelmente, terá que lhe direccionar a
atenção para as várias partes componentes da figura e relembrá-lo para continuar
a descrever a figura, mas, gradualmente, ele poderá começar a fazê-lo sozinho.
As questões que poderá fazer devem ser do tipo:
“O que é que o menino tem vestido?”
“ Como é que ele se sente? Está triste ou contente?”
“Há animais no desenho?”
224- CONCEITO DE TEMPO
Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva. Linguagem receptiva
Meta: Aumentar o vocabulário e a compreensão dos conceitos de tempo
Objectivo: Usar adequadamente palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
Material: Uma folha de cartolina, marcadores, fotos representando acontecimentos da
rotina do João
Procedimento:
Faça uma grelha representando os dias da semana. Use figuras para representar
as actividades que o João faz durante o dia, e explique-lhe o significado da grelha.
Comece por explicar aquilo que ele vai fazer hoje: “Olha, João, hoje vais para a
escola, vais comer esparguete ao jantar e ver televisão.”. Enfatize a palavra “hoje”
e peça-lhe para repetir o que vai fazer hoje. Pode deixar de fora uma outra
actividade e depois perguntar-lhe: “Que mais vais fazer hoje?. Depois de ele já ter
assimilado a noção de “hoje”, pode começar a trabalhar o “ontem“. Ande, na
grelha, para trás um dia e diga “Olha, João, ontem foste para a escola, comeste
hambúrgueres ao jantar e foste brincar para a rua.”. Enfatize bem o “ontem” e
repita várias vezes. Depois pergunte-lhe “Olha, João, o que é que fizeste ontem?”.
Se ele se confundir, remeta-o para a grelha. Quando ele tiver aprendido a usar as
duas expressões, repita o mesmo procedimento para “amanhã”.

225- DIAS DA SEMANA


Desempenho verbal, expressão
Realização cognitiva, linguagem receptiva
Meta: Aumentar a linguagem expressiva e a compreensão dos conceitos de tempo
Objectivo: Nomear os dias da semana
Material: Grelha com os dias da semana
Procedimento:
Quando o João já dominar o uso das expressões de “ontem”, “hoje” e amanhã”
adequadamente (actividade 224) comece a ensinar-lhe os nomes dos dias da
semana. Proceda do mesmo modo que fez para lhe ensinar as referidas
expressões, mas comece a incorporar os dias da semana. Por exemplo: “Olha,
João, hoje é segunda-feira e tu vais para a escola.”. Tente que ele repita o que
acabou de dizer. Depois repita o procedimento com a frase “Ontem foi domingo,
fomos ao jardim e jantámos pizza.”. Depois de ter isto bem treinado, faça
questões do tipo. “Ontem foi domingo. O que é que fizemos no domingo?”. Depois
desta actividade nomeie os 7 dias de semana por ordem e tente que ele os repita
consigo.
AUTONOMIA

Esta secção contém actividades que podem dinamizar a independência da criança


com autismo em relação ao ambiente. As áreas mais importantes mais importantes a
desenvolver nesta secção são a alimentação ,a utilização da casa de banho, a higiene e o
vestuário. muito do stress sentido pelos Pais e professores anda à volta dos objectivos a
longo termo que têm em conta estas sub-áreas, tão importantes para a independência da
criança, que normalmente tornam-se extremamente dependentes. Estas actividades devem
ser incorporadas diariamente numa rotina em casa e na escola. O número de actividades
descritas nesta secção é simbólico pelo facto de ser uma área que abarca um grande número
de actividades, por isso terão de ser alargadas para outras actividades de acordo com as
necessidades de cada um, (ver bibliografia. Muitas destas actividades foram desenvolvidas
através da experiência com crianças com atraso de desenvolvimento severo, elas podem ser
adaptadas a crianças com autismo uma vez que as suas dificuldades de aprendizagem sejam
tomadas em conta.
As características específicas das crianças com autismo são:
1 – Uma forte preferência por certo tipo de comida, o que significa que se deve
aproveitar para ensinar os aspectos de autonomia na alimentação quando está a
ingerir os seus alimentos preferidos
2 – Aptidões pobres da linguagem impedem a professora de usar linguagem para
conduzir a criança. Os gestos claros e as demonstrações devem ser usadas para
que a criança entenda o que se pretende
3 – Uma forte necessidade de igualdade ou gosto por rotinas. Logo que uma rotina
foi ensinada, a criança pode ter dificuldades em generalizar para outras situações ou
contextos diferentes
4 – Utilização inadequada dos sentidos (Hipersensibilidade ou hiposensibilidade aos
estímulo). As respostas da criança a vários sabores ou cheiros, ao estar molhada,
com frio ou zangada ou com medo podem ser extraordinariamente fortes ou
inexistentes
5 – Capacidade de atenção pobre (grande distractibilidade), que necessita de
estrutura e sinais visuais ou auditivos para a manterem atento.

As actividades apresentadas nesta secção foram escolhidas de modo a ilustrar


técnicas de ensino que têm em conta as características apontadas atrás. Também ilustra
tarefas concretas que são necessárias para capacitar a criança a aprender como generalizar
de uma situação para a outra. O nível de desenvolvimento das capacidades de autonomia
pode não estar adequadamente avaliado através do PEP; sendo assim importante verificar
melhor quais as capacidades de resposta da criança nesta área de funcionamento.
226 – COMER COMIDA COM OS DEDOS
Independência, alimentação
Motricidade fina, agarrar
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação
Objectivo: Agarrar e comer alimentos que se comem com os dedos
Materiais: Alimentos de comer com os dedos tais como pão, cenouras cozidas, salsichas,
banana
Procedimento:
Sente o João numa cadeira alta e coloque alguma comida que sabe que ele gosta
à sua frente. Assegure-se de que ele está a olhar para si e lentamente pegue
numa peça de comida e oriente-a para a sua boca. Faça gestos exagerados de
modo a demonstrar que a comida é muito boa, indicando ao João que ele deve
fazer o mesmo. Se ele não imita ou brinca com a comida, oriente-lhe a mão ao
mesmo tempo que usa a outra para que elo tenha um modelo para imitar. Lembre-
se de fazer movimentos deliberados e tente manter a atenção dela focada nas
suas mãos. Elogie-o de cada vez que ele come, mesmo com a sua ajuda. Tente
descobrir qual a comida que ele gosta mais e qual a que ele recusa sempre. A
tarefa torna-se mais simples se houver comida que ele aprecia bastante. à medida
que aumentam as suas capacidades de motricidade fina, vá reduzindo
progressivamente o tamanho das peças da comida.

227 – BEBER POR UM COPO DE ÁGUA


Independência, alimentação
Meta: Beber por um copo
Objectivo: Manter o copo com as duas mãos e levá-lo à boca.
Materiais: Copo de plástico, sumo favorito
Procedimento
João bebe quando você lhe pega no copo, mas não segurará o copo sozinho. ele
detesta qualquer mudança. Por isso temos que fazer essa mudança
progressivamente e só assim ele aceitará a mudança sem ficar perturbado. Use
os seguintes passos, mudando para uma nova etapa sempre que veja que ele
aceita a mudança seguinte.
1 –Sente-se perto do João, segure o copo nas suas mãos e leve-o à sua
boca
2 – Perto do João, coloque as mãos dele no copo com as suas por cima e
leve-o a levar o copo à boca
3 – Faça o mesmo que em 2, mas agora segure-lhe nos pulsos firmemente
4 – Agarre-lhe nos pulsos ao de leve, o suficiente para lhe dar confiança,
mas deixando que os músculos do João trabalhem para segurar o copo
5 – Reduza a ajuda a um toque no braço para que o João recorde o que
fazer.
228 – COMER COM A COLHER
Independência, alimentação
Motricidade fina, agarrar
Meta: Desenvolver aptidões autónomas na alimentação
Objectivo: Comer usando a colher sem derramar excessivamente
Materiais: Colher
Procedimento:
Depois do João ter aprendido como apanhar substâncias e mantê-las na colher
(actividade 98) pode começar a usar a colher para comer de forma independente.
Enquanto ele está a aprender a comer com a colher, use a comida que ele mais
aprecia e que seja fácil de apanhar com a colher e mantê-la fixa na mesma, como
por exemplo: papa de aveia espessa, puré de batata, pudim, geleia, etc. Coloque-
lhe a colher na mão mantendo suavemente a sua mão na do João e oriente-o ate
à comida e devagar direccione-a para a boca dela. Elogie-o logo que ele apanhe
uma colherada com comida e progressivamente reduza o seu controle,
começando por aliviar a sua pressão nas mãos dela e depois passe para os
pulsos, mais tarde para os braços e finalmente retire-lhe a ajuda. Repita o
procedimento com diferentes comidas até que ele consiga manobrar a colher e
comer sem ajuda.
229 – USO ADEQUADO DA COLHER
Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Independência social
Meta: Incrementar as competências de autonomia e maneiras à mesa
Objectivo: Comer com uma colher de forma adequada e independente
Material: Uma colher
Procedimento:
Tente que a todas as refeições não haja alimentos fáceis de comer com os dedos.
Sente O João em frente da mesa e chame a sua atenção para a colher “Olha,
João, vamos comer com a colher.”. Depois coloque o prato em frente dele,
coloque-lhe a colher na mão e guie com a sua mão as primeiras tentativas e diga “
Estamos a comer com a colher”. Gradualmente reduza a ajuda até que ele
consiga controlar a colher. Se ele tentar usar os dedos, retire o prato para o centro
da mesa e diga “Não, estamos a comer com a colher.”. Demonstre outra vez e,
lentamente, levando à boca a sua colher. Coloque novamente o prato em frente
do João e coloque-lhe a colher na mão. Se ele voltar a colocar os dedos, retire-lhe
o prato . Sempre que ele tentar colocar os dedos retire o prato da frente por um
minuto, e demonstre novamente o uso da colher, depois coloque-lhe o prato à
frente e a colher na mão. Este procedimento vai ensinar-lhe que se quiser comer,
terá que fazê-lo com a colher. É importante usar comida que ele goste. Para
melhores resultados não se deve permitir que ele petisque entre as refeições.
Este programa deve ser aplicado de forma consistente. Se ele for autorizado a
comer uma vez com os dedos e outra com a colher, poderá ficar frustrado e
confus0. Toda a refeição deve assim ser composta por alimentos que tenham de
ser comidos com colher, para que a aprendizagem seja mais consistente.
230 – BEBER POR UM COPO
Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Imitação, motricidade
Meta: Desenvolver competências de autonomia e independência
Objectivo: Beber por um copo usando as duas mãos, sem entornar.
Material: Um copo inquebrável
Procedimento:
Sente o João numa mesa e sente-se em frente dele. Dê-lhe um copo e deixe-o
brincar com ele alguns segundos, para se habituar a ele. Depois pegue no copo e
mostre-lhe como agarrar com as duas mãos. Coloque-lhe as duas mãos no copo,
adequadamente e elogie-o por agarrar bem. Lentamente leve-lhe o copo à boca e
volte a colocá-lo na mesa. Repita o gesto. Quando o João se sentir confortável a
pegar no copo, coloque-lhe uma pequena porção de liquido. Guie as mãos do
João até ao copo, para o agarrar e guie lentamente o copo à boca. Diga “Bebe.” e
incline lentamente o copo para que beba uma pequena porção de liquido, se for
um liquido que ele goste ele vai abrir os lábios. Depois coloque novamente o copo
na mesa. Leve lentamente o copo aos lábios do João e diga: “Bebe.”. Coloque
novamente o copo na mesa. Gradualmente diminua a ajuda e incite-o a pegar
sozinho no copo para beber. No inicio, provavelmente, ela vai entornar alguns
pingos de bebida, não pare a meio da actividade para limpar, isso poderá
perturbar a aprendizagem. O João necessita de uma ordem contínua por forma a
aprender a rotina adequadamente.
231 – DESCALÇAR MEIAS
Autonomia, vestir
Motricidade fina, manipulação
Meta: Despir-se de forma independente
Objectivo: Descalçar as meias sozinho
Material: Uma meia larga, uma garrafa.
Procedimento:
Comece por usar uma meia de homem, grande e uma garrafa de plástico.
certifique-se de que o João está a olhar para si e coloque dentro da garrafa alguns
reforços (amendoim ou um doce) e coloque a tampa pouco apertada. Coloque a
meia lentamente no topo da garrafa (ver actividade 103) . Pegue na mão do João
e ajude-o a tirar a meia na garrafa. Depois ajude-o a ver a surpresa. Repita o
procedimento até que ele consiga fazê-lo sozinho e sem ajuda. Quando o
conseguir coloque a mesma meia no pé. Certifique-se de que ele está bem
sentado e equilibrado. Ajude-o a retirar a meia. Repita a actividade algumas vezes
com a meia grande, quando ele estiver habituado à actividade tente que o faça
com uma meia da sua medida. Comece por pedir-lhe para colocar a meia na
garrafa. Gradualmente coloque a meia no pé e tente que ele a retire. Ajude-o se
precisar e não deixe que ele se sinta frustrado.

232 – COMER COM UM GARFO


Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Meta: Incrementar as capacidades de autonomia
Objectivo: Comer com um garfo
Material: Um garfo de plástico
Procedimento:
Depois do João ter aprendido a comer com a colher, introduza gradualmente o
garfo. Tente usar um garfo de plástico resistente. Use comida que seja facilmente
comestível com o garfo e que o João goste. Mostre-lhe como deve pegar no garfo
e demonstre como deve levá-lo à boca. Depois coloque-lhe o garfo na mão e
cubra-a com a sua, guie lentamente o garfo à boca e novamente para a mesa.
Repita o procedimento várias vezes, alternando entre a sua boca e a dele.
Quando ele estiver habituado à tarefa coloque pequenos pedaços de comer num
prato. Reforce o facto de ele agarrar no garfo e guie-o até aos pedaços de comer,
para picar um. Vá demonstrando com o seu garfo. Certifique-se de que ele está a
olhar para si quando leva o seu garfo à boca. Reforce o facto dele ter pegado com
comer e depois encaminhe-o para a boca e diga “Come, João.” e deixe
lentamente o comer na boca dele. Reforce-o. Continue o procedimento por mais
algum tempo, reduzindo a ajuda. Use sempre comeres que ele goste.
233 – DISTINGUIR COMESTÍVEL DE NÃO COMESTÍVEL
Autonomia, alimentação
Desempenho cognitivo, categorização
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver as capacidades de autonomia
Objectivo: Distinguir substâncias comestíveis de não comestíveis sem ajuda
Materiais: Comida, substâncias não comestíveis (não tóxicas) por exemplo, objectos,
cubos, pedras, contas.
Procedimento:
Sente-se com o João à mesa. Coloque um pedaço de comida em cima da mesa e
um objecto não comestível, em frente dele, por exemplo: uma pedra e um bocado
de chocolate. Diga: “Come.” e faça o gesto para que coma um dos objectos que
estão na mesa. Se ele escolher a pedra, segure-lhe na mão e dirija-lhe a atenção
para a pedra, diga “Não é para comer.”. Depois dirija-lhe a mão para o chocolate e
diga Para comer.”. Reforce-o por comer o correcto. Remova rapidamente a pedra
e substitua por outro par de itens. Repita o procedimento variando os itens,
tentando incorporar os mais variados objectos. Lembre-se de reforçar sempre que
ele escolher os itens correctamente.

234 – VESTIR: CAMISOLA


Autonomia, vestir
Meta: Vestir-se sozinho
Objectivo: Vestir uma camisola ou T-shirt sem ajuda
Material: Camisola ou T- shirt
Procedimento:
Repita o seguinte procedimento de cada vez que ajudar o João a vestir uma
camisola. Coloque o braço esquerdo na manga esquerda e coloque a manga
direita sobre o ombro direito. Diga “João, veste camisola.”. Guie-lhe o braço direito
pela manga. Elogie-o imediatamente. Repita este passo simples, muitas vezes,
reduzindo gradualmente a sua ajuda até que ele consiga colocar o braço na
manga correcta estando o outro braço previamente colocado. Somente quando
ele conseguir completar com sucesso este passo sem a sua ajuda, deve tentar o
próximo passo. Mostre-lhe como colocar a camisola aberta e como meter o braço
através da 1ª manga. Assegure-se que lhe mostra como segurar a camisola
aberta da mesma forma de todas as vezes que inicia esta actividade. A seguir,
coloque a manga sobre o ombro e proceda como anteriormente. Quando ele
estiver habituado a desempenhar os dois passos com as duas mangas, hesite
antes de colocar a 2ª manga sobre o ombro, com o intuito de verificar se ele
localiza por si a 2ª manga. Lembre-se de dizer “João, veste camisola.” de todas as
vezes que inicia esta actividade. Reduza gradualmente a sua ajuda até que lhe
consiga dizer simplesmente “João, veste camisola.” e induzi-lo a começar, se
necessário. É provável que demore bastante tempo antes dele conseguir aprender
a posicionar a camisola de forma apropriada antes de começar a vesti-la.
235 – VESTIR: CALÇAS
Autonomia, vestir
Meta: Vestir-se sozinho
Objectivo: Vestir calças sem ajuda
Material: Calças
Procedimento:
Quando estiver a vestir o João enfie-lhe as calças até ás ancas e tente que ele as
puxe para cima. Coloque-lhe as mãos no cós das calças, com a sua ajuda e diga:
“Puxa as calças.”. Reforce o esforço que ele fizer. Repita o procedimento até
sentir que ele está a puxar sozinho. Gradualmente vá retirando a sua ajuda até
que ele as puxe sozinho. Quando ele conseguir puxar as calças acima dos
joelhos, tente que as puxe desde os tornozelos. Para executar este passo o João
terá que se dobrar mais. Faça-o lentamente parar que ele perceba como fazer.
Certifique-se de que só avança para outro passo depois de consolidar o anterior .
diga de cada vez “João, puxa as calças.”. Quando ele já conseguir puxar as
calças sozinho., comece a tentar que ele as coloque nós pés correctamente.
Comece por lhe ensinar como deve fazer. Sente-o numa cadeira e coloque-lhe as
calças na frente na posição correcta. Diga “João, veste as calças.”. Guie-lhe as
mãos para que enfie os pés nas calças. Repita o procedimento várias vezes. No
inicio vai ter que o ajudar a encontrar a parte da frente das calças e certifique-se
sempre que ele tem um pé em cada perna antes de as puxar para cima. Reforce-o
sempre que execute um passo e gradualmente vá retirando a sua ajuda. Mostre-
lhe sempre as calças da mesma forma para que ele aprenda a ver qual o lado da
frente.
236 – CONTROLO DE ESFÍNCTERES
Autonomia, higiene
Meta: Incrementar a higiene pessoal
Objectivo:. Usar a casa de banho de um modo adequado e independente.
Material: Casa de banho
Procedimento:
Linhas gerais:
Neste treino o factor mais importante é a manutenção de uma atitude positiva.
Qualquer mostra de desagrado, negativismo ou desaprovação pode ser sentida
pelo João. Ensine esta actividade da mesma forma que tem ensinado outras. Dê-
lhe regularmente reforços e use uma linguagem simples, como “xixi”, “molhado”,
“seco”. Reforce-o de uma forma agradável sempre que ele tiver sucesso.
Normalmente é mais eficaz dar um reforço positivo após o sucesso de uma tarefa
do que mostrar reprovação após um incidente. Dispa-lhe a roupa apenas na casa
de banho e sempre que ocorrer um incidente só lhe mude a roupa na casa de
banho. Isto permite-lhe associar os acidentes à casa de banho.
Procedimentos específicos:
Leve o João à casa de banho de hora a hora cerca de 5 minutos de cada vez.
Certifique-se de que ele está calmo e descontraído sem se mostrar descontente.
De início fique com ele. Tenha qualquer coisa à mão na casa de banho, para
reforçar sempre que fizer na sanita (ou bacio). Após passarem os 5 minutos retire-
o da sanita, mas se não fez a necessidade não lhe dê o reforço. Escreva a hora
de cada ida à casa de banho e dos acidentes para descobrir o horário natural das
necessidades. Tenha o cuidado especial de o colocar na sanita assim que ele
acorda de manhã, depois das refeições, antes de sair para a rua e antes de ir para
a cama. Registe os resultados sempre que o colocar na sanita. Mostre-lhe os
resultados colocando uma estrela dourada nas situações em que ele teve
sucesso, para que ele compreenda que está satisfeita.
237 – ´PASSAR-SE POR ÁGUA, NO BANHO
Autonomia, lavar-se
Motricidade fina, manipulação
Meta: Lavar-se sozinho
Objectivo: enxaguar-se da espuma de sabonete com uma esponja molhada.
Material: Sabonete e esponja
Procedimento:
Quando estiver a dar banho ao João ensaboe bem os braços até fazer muita
espuma. Dirija-lhe a atenção para as bolinhas de espuma, dê-lhe a esponja para a
mão e guie-o para a água. Depois diga, “Enxagua o braço.” (tira a espuma) e
ajude-o a espremer a esponja para o braço. Repita o procedimento para outras
partes do corpo sempre que lhe der banho. Quando sentir que ele já consegue
fazer a tarefa sozinho, vá reduzindo a ajuda. Quando ele terminar de se enxaguar,
diga: “Já está.”. Depois ensine-lhe a espremer a esponja e a deixá-la na
saboneteira. Isto é importante porque não só fortalece as mãos como também
permite que ele compreenda o estabelecimento da rotina e o fim da tarefa.

238 – ABOTOAR – I
Autonomia, vestir
Motricidade fina, coordenação das duas mãos
Meta: Vestir-se sozinho e aumentar a coordenação motora.
Objectivo: Enfiar um botão grande na casa (num quadro de treino de abotoar)
Material: Cartão um botão e tecido
Procedimento:
Construa um quadro de abotoar colando um cartão a meio do tecido, pregando o
botão num extremo e fazendo uma casa no outro (ver figura). Coloque-se por
detrás do João com o quadro em cima da mesa diante dele. Pegue-lhe nas mãos
e guie-o para o botão. Direccione a sua atenção para o botão e para a casa.
Ajude-o para que agarre o botão e o coloque na casa. Ajude-o a puxá-lo com o
polegar e o dedo indicador. Diga “Puxa.”. Reforce-o por qualquer esforço que
faça. Repita o procedimento tantas vezes quantas as necessárias para que
aprenda e refira sempre “Puxa”. De inicio ele vai precisar de muita ajuda para
compreender como puxar o botão, guie-lhe as mãos até que compreenda.
Quando sentir que ele já é capaz de o fazer sem ajuda, use um bocado de tecido
com mais do que um botão.
239 – ABOTOAR – II
Autonomia, vestir
Motricidade fina, coordenação das duas mão
Motricidade fina, agarrar
Meta: Vestir-se sozinho e incrementar a coordenação motora.
Objectivo: Apertar e desapertar botões de uma camisa ou camisola
Material: Camisa ou camisola de botões grandes
Procedimento:
Tente trabalhar com uma camisa de botões grandes, que se apertem e
desapertem facilmente. Quando o João já apertar os botões do quadro de abotoar
(actividade 238), mostre-lhe como abotoar numa camisola. Quando ele estiver a
usar a camisola, guie-lhe as mãos para os botões. Tente que ele segure uma
parte da camisola enquanto empurra o botão para a casa. diga “Puxa.” para que
ele puxe o botão com o dedo indicador e o polegar. Reforce-o imediatamente e
repita o procedimento com os outros botões. Depois de repetir várias vezes, tente
gradualmente retirar a ajuda. Será mais fácil de aprender se começar por apertar
e desapertar a partir de baixo.

240 – ENTORNAR
Autonomia, alimentação
Motricidade fina, manipulação
Meta: Aumentar as competências de alimentação e controlo da motricidade fina.
Objectivo: Deitar líquidos de um jarro para depósitos mais pequenos sem ajuda e sem
entornar.
Material: Jarro de plástico pequeno, copos de plástico transparentes, corantes
alimentares.
Procedimento:
Coloque alguma água no jarro e junte-lhe algumas gotas de corante alimentar.
tenha o cuidado de ver se o jarro não está demasiado cheio e se torna difícil de
controlar. Coloque 2 copos de plástico transparente em cima da mesa e faça-lhes
uma marca com marcador para que ele veja até onde deve colocar o liquido.
Ajude-o a pegar no jarro e a direccioná-lo para os copos, depois diga “Deita.” e
ajude-o a deitar o liquido no copo. Quando se aproximar da linha desenhada diga
“Pára.” e puxe-lhe a mão para trás gentilmente. Reforce-o imediatamente. Repita
a actividade as vezes que achar necessárias para que ele consiga colocar liquido
nos copos sem salpicar excessivamente, vá diminuindo a sua ajuda física e verbal
para que aprenda quando deve parar. A partir do momento em que ele conseguir
fazer a tarefa sozinho, permita-lhe que deite os líquidos nos copos em todas as
oportunidades que surgirem , quer para si próprio, quer para o resto da família.

241 – LAVAR OS DENTES


Autonomia, higiene
Motricidade fina,manipulação
Meta: Desenvolver hábitos de higiene pessoal.
Objectivo: Lavar os dentes sozinho
Material: Escova de dentes, paste de dentes.
Procedimento:
Coloque o João em frente do espelho e faça-o olhar para o seu reflexo enquanto
lava os dentes. Depois tente que ele agarre na escova de dentes enquanto lhe
põe a pasta de dentes. Fique atrás dele, olhe para o espelho e guie-lhe a mão
com a escova para a boca, muito devagar. Tente que ele vá movendo a escova
muito lentamente para cima e para baixo contra os dentes. Gradualmente vá
retirando a sua ajuda quando lhe parecer que ele está a fazer os movimentos de
cima e baixo sozinho. De inicio poderá ser boa ideia colocar um pouco de pasta
de dentes noa ponta do dedo e massajar lentamente as gengivas para o
sensibilizar do uso da pasta. Certifique-se de que a escova tem sedas suaves e
de que ele não esfrega os dentes com muita força. De inicio provavelmente ele só
vai permitir uma ou duas escovadelas, mas gradualmente vá tentando aumentar o
numero de escovadelas e a área lavada.

242- VESTIR-SE SOZINHO


Autonomia; vestir-se
Socialização, independência
Meta: Vestir-se rapidamente e sozinho
Objectivo: Acordar com o despertador e vestir-se totalmente e sozinho num determinado
período de tempo.
Material: Despertador

Procedimento:
Comece por ajudar o João a escolher aquilo que ele quer vestir no dia seguinte,
antes dele ir para a cama. Deixe todas as peças de roupa necessárias num
determinado local para que seja fácil de encontrar. Mostre-lhe o relógio
despertador. Ensine-lhe como desligar o despertador. Nas primeiras manhãs
ajude-o a levantar-se da cama e a desligar o despertador, antes de continuar com
o resto do programa. Quando tiver a certeza de que ele já é capaz de desligá-lo
sozinho, mostre-lhe o relógio e diga-lhe que terá que estar completamente vestido
quando o ponteiro chegar ao sinal desenhado para receber uma surpresa(mostre-
lhe onde assinalou). Mantenha-se no quarto mas apenas ajude se sentir que ele
está confuso ou frustrado. Elogie sempre o esforço que ele faz e reforce-o com
qualquer coisa que ele goste especialmente sempre que ele terminar de se vestir
a tempo.

243 – PREPARAR UM LANCHE


Motricidade fina, manipulação
Socialização, independência
Meta: Incrementar capacidades de se alimentar sozinho
Objectivo: Preparar um pequeno lanche sozinho
Material: Comida para um pequeno lanche e os utensílios de cozinha necessários
Procedimento:
Planeie um lanche simples para que o João o prepare para si próprio a meio da
tarde, quando chega da escola. Por exemplo: pão com manteiga, ou bolachas
com doce, cereais com leite, pudim instantâneo, etc. Use a sua imaginação e os
gostos do João para escolher os lanches. Assegure-se de que ele é capaz de
fazer todas as tarefas que envolvem cada lanche. Se implicarem ingredientes com
medidas diferentes, deixe-os já preparados em caixinhas separadas. Primeiro guie
os passos do João em cada lanche, quando sentir que já o poderá fazer sozinho,
dê-lhe liberdade de escolha para comer o que lhe apetecer e como fazê-lo. Tente
variar os lanches, para que ele aprenda uma série de acções ao mesmo tempo,
Por exemplo: cortar, barrar, tirar açúcar ou farinha com a colher, mexer o leite,
deitar leite num copo ou taça, etc.

244 – TOMAR BANHO SOZINHO


Autonomia, higiene
Desempenho verbal, vocabulário
Meta: Tomar banho ou duche sozinho sem precisar de ajuda
Objectivo: Regular a temperatura da água
Material: Fita vermelha e azul
Procedimento:
Antes de deixar o João brincar com as torneiras do duche ensine-lhe como
controlar a temperatura da água usando as torneiras misturadoras. Coloque uma
marca vermelha bem visível na torneira de água quente. Diga-lhe que isso
significa quente. Depois deixe a água correr na mão dele até ficar quente, mas
não demasiado. Diga “Está morna, está boa.” Depois deixe correr até estar
demasiado quente para ele poder usar, passe a mão muito rapidamente pela água
(cuidado para não estar demasiado quente) e diga “Oh! Está tão quente.”. Mostre
uma expressão de desagrado para que ele perceba. Agora ponha a marca azul na
torneira da água fria e ensine-lhe como usar esta torneira. Ensine-lhe a rodar as
duas torneiras lentamente e a experimentar a temperatura da água. Quando ele
conseguir regular a temperatura correctamente peça-lhe apenas que a chame ,
antes dele tomar banho, para verificar se está realmente correcta e depois poderá
deixá-lo tomar banho sozinho.
SOCIALIZAÇÃO

O comportamento social pertence à categoria de ensino mais generalizada


neste manual, já que qualquer aumento da linguagem, capacidades e diminuição de
problemas de comportamento têm um efeito positivo no comportamento social da
criança. Em geral, o comportamento social inclui o estabelecimento de
comportamentos sociais positivos e a diminuição das peculiaridades do autismo e dos
problemas de comportamento. Embora as capacidades sociais coincidam com todas
as outras áreas funcionais, elas são tratadas separadamente. Esta secção foca-se no
aumento de capacidades sociais, enquanto que a secção seguinte se focaliza em
reduzir os comportamentos negativos ou disruptivos. Apesar das crianças com
autismo conseguirem memorizar e mecanizar alguns comportamentos sociais de
cortesia, a ênfase desta secção está no iniciar o contacto social e no prazer dos jogos
de interacção social. Porque a consciência social não é compreendida
instintivamente, e no autismo é até uma área deficitária, a interacção social e as
capacidades do jogo social têm de ser ensinadas. Nos níveis mais altos das
capacidades sociais incluem-se actividades de autocontrole necessárias para seguir
regras sociais comuns, tal como o respeitar a sua vez e a propriedade dos outros.
Estas actividades ensinam novas capacidades e conceitos que promovem o
comportamento social adequado.
245 – JOGO DIVERTIDO
Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, vocalização
Imitação, vocal
Meta: Melhorar a interacção social e a tolerância ao contacto físico
Objectivo: Aumentar o divertimento com interacção física limitada
Material: Nenhum
Procedimento:
Tente envolver o João em pequenos períodos de contacto físico, com frequência.
Use muita vocalização para tentar que ele imite os sons que vai fazendo. Utilize
sons simples como “Eia.” ou “Uau.”. Se ele mantém um contacto limitado, continue
a actividade falando lenta e calmamente para ele. À medida que ele estiver mais
relaxado tente levantá-lo muito lentamente, mas com cuidado para ele não se
assustar. Por exemplo pode começar por tentar levantá-lo ou balançá-lo apenas
uma vez em cada sessão, contudo, a sessão pode ser repetida várias vezes no
mesmo dia. Gradualmente aumente o tempo que ele tolera a presença e o
contacto físico. Há medida que o sentir relaxado pode aumentar para duas vezes
em cada sessão. Desta forma irá aumentar a aceitação da interacção física.

246 – CÓCEGAS
Socialização, interacção individual
Meta: Incrementar a interacção social e o divertimento, com contacto físico
Objectivo: Reagir adequada e amigavelmente ao contacto físico
Material: Boneco
Procedimento:
Sente-se com o João na cama ou numa manta. Pegue no boneco e diga: “Olha,
João.” Tente chamar-lhe a atenção para o animal, se necessário passando com
ele no seu campo de visão. Use o boneco para tocar no João, muito
carinhosamente, fazendo-lhe cócegas. Certifique-se de que não está a ser
demasiado intrusiva. Quando lhe tocar sorria e sussurre algumas palavras
agradáveis. De início faça-o por pequenos períodos. Há medida que a tolerância
do João aumentar, aumente a quantidade de cócegas. Páre de lhe fazer cócegas
para ver se ele faz algum tipo de movimento que indique que quer continuar.
Continue a actividade enquanto ele mostrar prazer nela.

247 – ESCONDE - ESCONDE


Socialização, interacção individual
Meta: Incrementar a interacção e o contacto visual
Objectivo: Manter o contacto visual pelo menos durante 3 segundos e ter prazer em jogos
de interacção social.
Material: Uma toalha
Procedimento:
Sente-se em frente do João com os joelhos dele junto aos seus. Segure a toalha
entre vocês para que ele não a possa ver. Pergunte “Onde está o João?” e
levante lentamente a toalha para que ele veja os seus olhos. Diga ”Cu-cu.” e faça-
lhe cócegas rapidamente, cuidado para não o assustar. Repita a actividade várias
vezes. Veja se ele olha para ver se os seus olhos aparecem por trás da toalha.
Veja também se ele começa a antecipar a rotina. Ponha a toalha em cima da sua
cabeça e retire-a lentamente. Depois coloque-a na cabeça dele e repita a
actividade. Lembre-se de lhe fazer cócegas quando ele olhar para si. Veja se ele
começa a pedir cócegas, olhando para si. Gradualmente vá aumentando o tempo
entre ele olhar para si e fazer-lhe cócegas, para aumentar o contacto visual, pelo
menos para 3 segundos.

248 – CAVALO DE BALOIÇO


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Incrementar a interacção social e aprender a brincar calmamente
Objectivo: Andar no cavalo de baloiço pelo menos 2 a 3 minutos
Material: Um cavalo de baloiço
Procedimento:
Coloque o João no cavalo de baloiço por alguns minutos. Sorria e sussurre-lhe
suavemente, por exemplo, “Tlin-tlão, tlim-tlão.”. Gradualmente reduza a ajuda à
medida que ele baloiçar o cavalo sozinho. Se ele ficar excitado e começar a andar
muito depressa, segure-o e sussurre-lhe novamente. Tente que ele ande no
cavalo com a sua cadência/ritmo. Se ele continuar excitado retire-o do cavalo e
continue a sorrir e a sussurrar para que ele acalme. Depois coloque-o novamente
no baloiço e controle a velocidade.

249 – DAR UM BEIJO


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Dar um beijo quando solicitado
Objectivo: Tocar com a boca na face do adulto
Material: Nenhum
Procedimento:
Mesmo que o João não goste muito de ser tocado ou de receber carinho, abraços
ou beijos, ele pode aprender a dar um beijo se for ensinado e recompensado por
isso. Depois de ele ter aprendido a dar-lhe um beijo e apresentar menos medo da
proximidade física, pode pedir-lhe que dê “um beijo” ao pai, à avó, ao irmão, etc.
No fim da tarefa, diga-lhe que terminou (use um sinal). Depois vire-o para si e diga
“ Dá-me um beijinho.” e toque-lhe na face com o sua mão. Chegue-lhe a sua cara
para que os lábios dele lhe toquem na face. Depois reforce-o imediatamente e
leve-o para brincar. Faça esta actividade diariamente para que não tenha que o
trazer até si, mas que ele venha ter consigo quando lhe pede o beijo. Uma vez
que a rotina esteja adquirida, tente afastar um pouco a sua face por forma a que
ele tenha que fazer algum esforço para lhe dar o beijo. Depois explique a rotina
aos pais e tente que eles lhe peçam o mesmo. Ajude-o a responder-lhes se
necessário. Certifique-se de que agradece e reforça o esforço realizado por ele.
Deixe-o ir embora se começar a manifestar desagrado.

250 – BRINCAR COM O CAMIÃO


Socialização, interacção individual
Motricidade global, braço
Meta: Estimular a interacção e desenvolver actividades de jogo
Objectivo: Empurrar para a frente e para trás um camião, com ajuda
Material: Camião de brincar e reforços comestíveis
Procedimento:
Sente-se com o João no chão, com alguma distância de intervalo entre os dois.
Diga “Olha, João, um camião.” e empurre o camião para ele com um alimento que
ele goste em cima. Certifique-se de que ele está a olhar para si para a ver colocar
a recompensa. Encoraje-o a empurrar o camião outra vez para si, depois de tirar a
recompensa. De inicio poderá ser necessário estar outra pessoa ao lado do João
para o ajudar a retirar a recompensa e a empurrar o camião de volta. Use a
palavra “camião” várias vezes para que ele se vá habituando a ele. Continue a
actividade enquanto ele se mostrar interessado.

251 – AJUDAR OS OUTROS


Socialização, interacção individual
Motricidade global
Meta: Compreender o que a outra pessoa quer
Objectivo: Colocar os restos de comer no lixo, quando lhe é pedido
Material: Guardanapos e pratos com restos de comida
Procedimento:
Peça à família do João para a ajudar nesta actividade após as refeições. No fim
da refeição, ajude-o a retirar os restos do prato (certifique-se de é capaz de o
fazer sem causar problemas). Leve-o até aos guardanapos das outras pessoas,
um de cada vez, e peça que cada membro da família pegue nele e diga “João, por
favor, deita fora.” e depois agradeça. Peça à família para demonstrar que gosta da
ajuda que o João está a dar e demonstre que ele está a fazer qualquer coisa para
eles. Encoraje também o João a olhar para as pessoas à medida que pega no
guardanapo. Isto pode ser feito se segurarem o guardanapo até que ele olhe para
eles. Depois diga “Obrigado.”. Quando o João for capaz de realizar esta rotina a
todas as refeições, generalize pedindo-lhe que deite fora coisas, periodicamente
durante o dia. Certifique-se de que as suas orientações são claras e concisas e de
que ele sabe onde está o balde do lixo.

252 – ESCONDIDAS
Socialização, interacção individual
Socialização, independência
Motricidade fina, corpo
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Ter consciência de que está escondido dos outros, incrementar o desejo de
procura e de interacção com os outros
Objectivo: Esconder-se de uma pessoa e depois procurar por outra que está escondida
Material: Nenhum
Procedimento:
Comece a actividade ensinando o João a esconder-se. Terá que ter outra pessoa
na sala, o pai ou um colega. Pegue na mão do João e diga “Esconde-te do pai.”
Leve-o para trás da porta , de uma cadeira ou para debaixo da mesa. Ensine-lhe
apenas 3 locais diferentes onde se possa esconder Durante a actividade, repita a
ordem: “Esconde-te.”. Depois ajude-o a esconder-se num dos locais anteriormente
ensinados. Peça à outra pessoa para perguntar, “Onde está o João?”. Depois
ajude o João a aparecer e a levantar o braço para dizer onde está . A outra
pessoa deve correr para ele e dar-lhe um grande abraço. Depois dele aprender
como se esconder e mostrar quando é chamado, faça com que a outra pessoa se
esconda num dos 3 locais anteriores e ajude o João a procurá-la quando
perguntar “Onde está a …?”. À medida que ele for entendendo a actividade ,
encoraje-o a esconder-se onde quiser e sem ajuda.

253 – BRINCAR COM UMA BONECA


Socialização, interacção individual
Imitação, Motricidade
Meta: Aumentar as capacidades de interacção e desenvolver capacidades de brincar.
Objectivo: Desenvolver uma rotina de 3 ou 4 passos na interacção com uma boneca.
Material: Boneca, escova de cabelo, luva para higiene.
Procedimento:
Tente que o João interaja com a boneca tal como você interage com ele.
Estabeleça rotinas para ele realizar com a boneca, semelhantes às suas próprias
rotinas. Por exemplo, quando vai deitar o João, faça com que ele vá deitar
também a boneca. Após lavar a cara ao João, faça com que ele lave a cara da
boneca com a luva. Depois penteie o cabelo dele e faça com que penteie o da
boneca também . Depois leve-o a colocar a boneca na cama ou numa caixa e a
tapá-la com uma toalha. Use a sua imaginação para enriquecer as rotinas que vão
permitir ao João aprender a interagir com a boneca tal como você interage com
ele. Tente que ele se sinta responsável pelos cuidados a dispensar à boneca, tal
como você se sente por ele.

254 – JOGOS COOPERATIVOS COM CUBOS


Socialização, interacção individual
Integração óculo-manual, controlo
Desempenho cognitivo, sequencialização
Meta: Incrementar as sequências interactivas e desenvolver o conceito de torre com a
professora
Objectivo: Alternar a colocação de cubos numa torre, com a professora
Material: Cubos
Procedimento:
Sente-se em frente do João numa mesa ou no chão. Coloque 3 cubos em frente
de cada um. Aponte para os cubos e diga “ Põe aqui um.” e aponte para o topo do
cubo que já colocou. Guie a mão do João para colocar o segundo cubo, se
necessário. Após ele colocar o cubo, volte a colocar um dos seus em cima do que
ele colocou. Depois aponte para os que ainda restam ao João e diga “Põe aqui
um.”. Repita o procedimento até colocarem todos os cubos na sequência correcta.
Depois de ele perceber a sequência, abandone as pistas verbais e a ajuda física e
aguarde para ver se ele antecipa a sua vez.

255 – INTERAGIR COM FANTOCHES


Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, conversação (opcional)
Meta: Aumentar a interacção social, as capacidades de jogo imaginativo e
habilidades de conversação (opcional)
Objectivo: Usar apropriadamente o seu fantoche para interagir com o fantoche de outra
pessoa
Material: 2 fantoches
Procedimento:
Coloque um dos fantoches na sua mão e use-o para brincar com o João. Faça-lhe
cócegas com o fantoche e represente uma conversação social simples utilizando
uma voz falsa (característica dos fantoches). Encoraje-o a responder ao boneco
de forma apropriada. Tente que ele olhe para o fantoche e não para a sua cara.
Quando o João apreender a ideia da brincadeira dê-lhe o outro fantoche e mostre-
lhe como usá-lo. Tente que ele use o fantoche dele para interagir com o seu.
Experimente fazer cócegas com o seu fantoche no dele para ver se ele reage ao
boneco e não a si. A princípio faça sessões curtas, mas tente aumentar o número
de interacções, à medida que o João se sente mais à vontade com a brincadeira.

256 – BRINCAR AO “FAZ DE CONTA”


Socialização, interacção individual
Imitação, motor
Meta: Desenvolver capacidades de jogo interactivo
Objectivo: “Fazer de conta” num episódio simples, pelo menos 2 minutos
Material: Nenhum
Procedimento:
Tente envolver o João numa pequena sequência de “faz de conta”. Inicialmente
estas sequências devem ser curtas e extremamente simples, provavelmente
apenas com uma ou duas frases acompanhadas de acções fáceis e
compreensíveis. No começo terá de fazer a maior parte da representação, mas
tente que o João se interesse pelo que estão a fazer. ele precisará de uma grande
dose de ajuda para que consiga perceber o que se espera dele, por isso seja
especialmente paciente. Envolva-o na actividade da forma que puder. No
princípio, provavelmente, ele só imitará as suas acções sem perceber o conceito
de “faz de conta”. Repita a actividade tantas vezes até que ele participe
activamente.
Episódios simples de “faz de conta” podem ser:
a) Faz de conta que ambos são árvores:
Diga: “João, vamos ser árvores.”. Levante os braços como se fossem ramos
e peça-lhe para a imitar. Depois diga: “Aí vem o vento.” E sopre com os
lábios ao mesmo tempo que abana os braços, como se fossem ramos ao
vento. Fim do episódio.
b) Faz de conta que vão dar um passeio de carro:
Sente-se num banco perto de João e finja que está a sentar-se num carro.
Diga: ”Brrumm brrumm.”. Tente que ele imite as suas acções. Levante-se do
banco e finja que está a fechar a porta de um carro. Fim do episódio.
Lembre-se de utilizar uma linguagem simples, mas mostre o mais clara e
exactamente possível aquilo que pretende.

257 – LIMPAR O TAMPO DA MESA


Socialização, interacção individual
Meta: Ensinar organização, atenção e aderência às rotinas
Objectivo: Limpar o tampo da mesa depois de cada sessão de ensino
Material: tabuleiro, esponja, toalha de papel
Procedimento:
Mantenha os materiais desta actividade sempre no mesmo lugar. Antes de cada
sessão, certifique-se de que tudo está no lugar e pronto a ser usado. No fim de
cada sessão na mesa, deverá ir com o João até ao tabuleiro e fazer com que ele o
leve até à mesa e o poise numa cadeira. Possivelmente, no início, terá de o ajudar
a transportar o tabuleiro. Se o João conseguir levar uma taça com água sem
derramar, encha-a até meio e coloque-o no tabuleiro. Se ele não conseguir, leve
você a taça com água. Pegue na mão do João e mostre-lhe como limpar a mesa
com a esponja húmida. Faça-o através de passos simples para que ele não fique
confuso. Ensine-lhe a limpar a mesa sempre da mesma maneira, começando de
dentro para fora. Depois coloque a esponja no tabuleiro e repita o procedimento
com a toalha de papel. Finalmente, faça com que ele leve o tabuleiro de volta ao
seu lugar. Quando o tabuleiro estiver no lugar, a sessão acabou e então o João
terá um pouco de tempo para fazer o que lhe apetecer.
258 – JOGO DO “TIRA E DÁ”
Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, expressão
Meta: Aumentar a consciência e o prazer de dar e receber
Objectivo: Dar um objecto a uma pessoa, receber um objecto em troca e dizer “Obrigado.”
Materiais: Caixa grande, pequenos brinquedos, recompensas comestíveis
Procedimento:
Neste jogo necessitará do auxílio de um amigo de João. Ponha a caixa com os
brinquedos no chão. Sente-se com o João e o amigo à volta da caixa. Peça ao
amigo para tirar um brinquedo da caixa e lho dar. Diga: “Obrigado.”. A seguir
peça-lhe para tirar outro brinquedo da caixa (por exemplo, o brinquedo favorito do
João) e o dar ao João. Ajude o João a receber o brinquedo e a dizer “Obrigado.”.
Quando ele disser: “Obrigado.”, ou qualquer coisa parecida, o amigo deve sorrir e
dizer: “De nada.” e dar-lhe uma pequena recompensa. Depois peça ao João para
tirar um brinquedo e dá-lo ao amigo e este deve responder apropriadamente.
Continue esta actividade de dar e receber entre os três jogadores até a caixa ficar
sem brinquedos. Quando o jogo acabar deixe o João brincar com os brinquedos
que tirou da caixa ou comer as recompensas. A princípio o João poderá
necessitar de muita ajuda nesta actividade e, provavelmente, terá dificuldade em
dizer “Obrigado.”. Comece por aceitar qualquer resposta, mas, gradualmente,
exija uma maior aproximação ao modelo correcto.

259 – PÔR A MESA: TALHERES


Socialização, autonomia
Meta: Aumentar a capacidade de compreender rotinas e desenvolver a capacidade
de ajudar em casa de uma forma útil
Objectivo: Colocar os talheres nos locais correctos da mesa
Material: Pratos e talheres
Procedimento:
Comece por mostrar ao João apenas um tipo de talher. Ponha a mesa e coloque
uma colher no local certo. Depois segure uma colher e diga “Olha , João, uma
colher.” Depois dê-lhe o número de colheres correspondente aos pratos da mesa
e diga “Põe as colheres.”. Se ele parecer confuso, ajude-o a colocar as colheres
no local correcto. Repita o procedimento para todas as colheres. Recompense-o
por cada colher colocada no lugar. Quando ele conseguir colocar correctamente
as colheres no local correcto, repita o procedimento usando as facas e os garfos.
Quando o João conseguir colocar todos os talheres no local correcto, tente que
ele coloque por exemplo o garfo e a colher ao mesmo tempo.

260 – PEQUENAS TAREFAS DOMÉSTICAS


Socialização, independência
Desempenho cognitivo, emparelhar
Meta: Aumentar as competências para trabalhar
Objectivo: Executar pequenas tarefas domésticas sem ajuda e sem supervisão
Material: Toalha, talheres, tabuleiro de arrumar talheres
Procedimento:
Planeie algumas actividades domésticas nas quais o João possa participar, para
desenvolver o trabalho independente e para que ele seja útil em casa.
Se necessário crie tarefas desdobrando toalhas ou misturando talheres, mas não
deixe que ele a veja, para que sinta que está mesmo ajudá-la. Use a imaginação
para criar tarefas que sejam agradáveis e simples de fazer. No início pode manter-
se ocupada por perto para se ele precisar de ajuda. Gradualmente vá-se
afastando para que ele se habitue a trabalhar sozinho. Faça um cartão/plano de
trabalho com as actividades que ele terá que executar e com a recompensa que
receberá quando completar a tarefa (ver figura). Quando começa “a hora de
trabalho” leve-o ao plano de trabalho e aponte para a actividade que ele terá que
realizar, tente colocar a segunda tarefa no plano e veja se ele prossegue com a
segunda da mesma forma, quando acabar a primeira. Recompense-o quando
completar cada tarefa com o item indicado no plano. Lembre-se de usar apenas
actividades que ele já aprendeu a fazer sozinho.

261 – JOGO DE FAZ DE CONTA INTERMÉDIO


Socialização, Interacção individual
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva
Meta: Desenvolver o jogo imaginativo e aumentar a interacção social
Objectivo: Participar activamente cerca de 5 minutos num episódio de faz de conta
Material: Animal de peluche
Procedimento:
Depois do João se ter começado a interessar pelo jogo de faz de conta
(actividade 256) use a sua imaginação e conhecimento dos interesses dele para
elaborar sequências de brincadeira com cerca de 5 minutos. Por exemplo, um de
vocês pode fazer de conta que é “um caçador de ursos”. Esconda o boneco de
peluche em qualquer local da casa e depois vão procurá-lo. Ande pela casa em
bicos de pés sorrateiramente, como se estivesse a tentar apanhar o urso de
surpresa. Leve-o a espreitar debaixo dos objectos para ver se encontra o urso.
Quando finalmente o encontrarem , fujam depressa para se esconderem, como se
o urso vos estivesse a perseguir. Use a sua imaginação para recriar outras
histórias a partir daqui. Certifique-se de que o João participa activamente.

262 – JOGO “O QUE É QUE EU PRECISO?”


Socialização, interacção individual
Meta: Desenvolver a interacção e compreender a função dos objectos.
Objectivo: Compreender as necessidades dos outros e responder com os Objectos
adequados.
Material: Lenços de papel., camisola, pente
Procedimento:
Coloque os três objectos em cima da mesa em frente do João. Pantomine uma
acção mostrando que necessita de um dos objectos. Por exemplo, pode abraçar-
se a si próprio e estremecer para indicar que está com frio e precisa de uma
camisola. Diga “ Olha, João.”, pantomine a acção e diga “O que é que eu
preciso?”. Repita a acção outra vez e depois aponte para os três objectos. Se ele
não responder, repita a acção outra vez, aponte para a camisola e diga: “João, dá-
me a camisola.”. Quando ele lhe der o objecto correcto, use-o adequadamente e
diga “Obrigado.” Por exemplo, você treme, o João dá-lhe a camisola e você veste-
a. Se estiver constipada o João dá-lhe um lenço. Se estiver despenteada ele dá-
lhe um pente e você penteia o cabelo. Repita o procedimento até o João
compreender o que está a representar e a precisar e lhe dê o objecto correcto.

263 – DESENHAR SOZINHO


Socialização, independência
Integração óculo-manual, desenho
Desempenho cognitivo, linguagem receptiva.
Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar as
competências de desenho.
Objectivo: Copiar um desenho simples sozinho
Material: Papel, lápis.
Procedimento:
Antes de iniciar a sessão de trabalho, desenhe alguns desenhos de objectos que
o João conheça - um objecto por cada folha de papel. Por exemplo, pode
desenhar uma casa, uma árvore, ou uma pessoa. Dê ao João uma folha de papel,
um lápis e o seu desenho. Aponte para o desenho e diga “casa”. Depois aponte
para a folha dele e diga “Desenha a casa.”. Diga-lhe que quando terminar terá
uma recompensa . Mantenha-se por perto a supervisionar, para manter a sua
atenção. Se ele começar a fazer rascunhos ou parar de desenhar, oriente-lhe
novamente a atenção para o desenho e diga “Desenha a casa.” E lembre-o da
recompensa. Dê-lha sempre que ele tentar copiar o modelo, mas à medida que as
competências aumentarem, dirija-lhe a atenção para partes do desenho que ele
não desenhou e deixe que ele desenhe todo o modelo para lhe dar a recompensa.

264 – DESENHAR SOZINHO A PARTIR DE ORIENTAÇÕES ESCRITAS


Socialização, independência
Integração óculo-manual, desenho
Desempenho cognitivo, leitura
Meta: Desenvolver capacidades de trabalho independente e aumentar a capacidade
para seguir orientações por escrito
Objectivo: Ler ordens escritas simples, e desenhar sozinho de acordo com essas
orientações
Material: Papel e lápis
Procedimento:
Escreva orientações simples para algo que quer que o João desenhe. Certifique-
se de que as orientações são compreensíveis para ele. Ele deve conhecer todas
as palavras escritas e ser capaz de desenhar o que se lhe pede. Lembre-se de
que o facto de ele não conseguir ler uma das palavras pode comprometer todo o
trabalho. Depois de lhe escrever a orientações, dê-lhe uma folha de papel, um
lápis e um conjunto de orientações. Ajude-o a ler as instruções e a começar a
desenhar. Mantenha-se atenta ao que ele fizer e oriente-lhe a atenção, se
necessário. Quando ele já estiver mais habituado a este tipo de actividade
coloque em frente dele 3 folhas com orientações, 3 lápis e 3 folhas de papel. Diga-
lhe que quando terminar terá um prémio especial. Repita este procedimento até
que ele consiga seguiras instruções e desenhar de forma independente por 20 a
30 minutos.
265 – “ESTOU A BRINCAR COM OS MEUS BRINQUEDOS”
Socialização, linguagem receptiva
Desempenho verbal, expressão
Meta: Discriminar os pertences pessoais dos pertences dos outros
Objectivo: Saber o que pertence a cada membro da família e inibir o uso de objectos
pertencentes a outros
Material: Um objecto de cada membro da família de fácil identificação, caixas de sapatos
e fotografias de membros da família
Procedimento:
Cole uma fotografia de cada membro da família em cada caixa de sapatos. Mostre
cada caixa ao João e diga, “Esta caixa é para as coisas da mamã…, esta é para
as coisas do papá..., esta é para as coisas do Miguel (irmão)”. Pegue numa coisa
de cada vez e diga a quem pertence, por exemplo: “ Isto é da mamã.”. Ajude-o a
colocar na caixa certa, repetindo o nome e indicando a caixa. Se ele tentar brincar
com um dos objectos, chame-o à atenção “É da mamã.” e guie-o para a caixa
correcta. Se ele tentar brincar com um objecto dele diga “Sim, isto é do João.” e
deixe-o brincar por alguns minutos. Quando ele estiver habituado à tarefa, comece
a ensiná-lo a pedir autorização para poder brincar com um objecto de outra
pessoa. Dê-lhe um objecto do Miguel e diga “Isto é do Miguel.”, pegue-o pela mão
e dirija-o ao Miguel. Ajude-o a dizer “João, posso brincar?”. Se o Miguel disser
“Sim.” ele pode brincar com o objecto, se disser “Não.” guie-o para colocar o
objecto na caixa do Miguel, sem brincar com ele. Sempre que ele pegar nalguma
coisa que não lhe pertença, detenha-o e oriente-o para pedir permissão ao dono.
Recompense-o imediatamente sempre que ele pedir permissão correctamente.

266 – ATENDER O TELEFONE


Socialização, interacção individual
Desempenho verbal, conversação
Meta: Aumentar a capacidade de interacção
Objectivo: Atender o telefone de forma independente e adequada.
Material: Telefone de brincar, se possível.
Procedimento:
Pratique a actividade antes de usar um telefone real. Primeiro, ensine o João a
pegar no auscultador e dizer “Está?”. Pode ser útil colar desenhos de uma boca e
de um ouvido em cada parte do auscultador, para o orientar. Depois de ele
conseguir dizer isso, ensine-o a dizer ”Só um minuto, por favor.” e chamar o
membro da família a que a chamada se destina. Treine isso realizando chamadas
telefónicas para cada membro da família. Quando ele tiver aprendido a rotina,
tente com um telefone verdadeiro. Tente que outro familiar ou amigo telefone a
uma hora que lhe permita atender, combine com essa pessoa para que diga
apenas aquilo que o João está ensinado a ouvir e responder. Repita o
procedimento várias vezes e, à medida que ele se vai familiarizando com a
situação, peça ao seu amigo ou familiar que vá fazendo diferentes pedidos, para
que ele aprenda a reagir a situações diferentes. Quando ele se sentir à vontade ,
deixe-o atender o telefone sempre que ele quiser, mas mantenha-se perto para o
caso de ele se confundir.

267 – SEGUIR ORIENTAÇÕES ESCRITAS SOZINHO


Socialização, independência
Desempenho cognitivo, leitura
Meta: Aumentar as capacidades de leitura e de trabalho independente
Objectivo: Ler e seguir orientações escritas simples para uma tarefa e completar a tarefa
de uma forma independente
Material: Caixas de sapatos, papel e lápis
Procedimento:
Construa uma série de actividades para o João, separando o material que ele vai
precisar e colocando-o numa caixa de sapatos. Coloque uma actividade por caixa.
Escreva orientações simples e curtas para cada uma das actividades e coloque
dentro da caixa, por cima do material. Coloque todas as caixas num local de fácil
acesso para o João. Diga-lhe ”João, vai buscar a tua caixa de trabalho.”. Ajude-o
da primeira vez a colocar a caixa na mesa, a ler as instruções e a começar a
trabalhar. Depois ajude-o a arrumar os materiais na caixa e a colocá-la no
armário. Recompense-o pelo trabalho realizado. Certifique-se de que as
actividades são fáceis para ele executar sozinho. É muito importante que as
orientações sejam claras e compreensíveis. Por exemplo:
1 - Não fales.
2 - Empilhar quatro cubos.
3 - Põe os cubos na caixa.
4 - Arruma a caixa.
5 - Vem à mãe buscar a bolacha.
COMPORTAMENTO

As 5 áreas de comportamento problema das crianças com autismo são:


1. Auto-agressão, como bater-se com as mãos ou bater com a cabeça;
2. Agressão, como uma bofetada rápida ou uma cuspidela;
3. Disrupção, por exemplo, atirar objectos, gritar ou deixar a mesa;
4. Repetição insistente, incluindo a persistente declamação de objectos
ou questões intermináveis; e
5. Impulsividade, não saber onde começar, evitando o contacto físico,
pouco tempo de atenção, e incapacidade para aceitar a mudança nas
suas rotinas diárias.
Esta secção ilustra como manusear técnicas úteis para ultrapassar estes
problemas de comportamento.
Dois tipos de administração destas técnicas ocorrem num contexto de
ensino/aprendizagem:
1. Aqueles em que o comportamento problema aparece no contexto de
ensino do currículo;
2. E aqueles que perturbam todas as actividades de ensino e são
incompatíveis com a aprendizagem de novas capacidades.
Numa primeira instância, as melhores técnicas serão aquelas que estão
integradas numa estrutura de ensino. O primeiro objectivo, do programa educativo
pode ser mantido com a gestão do comportamento subordinado a aspectos do
currículo. Para os comportamentos mais disruptivos que influenciam a continuação do
ensino, esses comportamentos devem ser evitados antes da criança continuar a
participar em actividades de aprendizagem. Ensinando, nestas situações, deve ser
subordinado à gestão do comportamento particular. Só quando o ensino se torna
impossível deve aparecer a modificação como primeiro objectivo de todo o Programa
Educativo.
A nossa experiência tem mostrado que os professores e os pais tornam-se
mais capazes em ensinar as crianças com autismo, manejando melhor os problemas
de comportamento no contexto ensino/aprendizagem. Por esta razão, a distinção
entre os dois tipos de comportamento-problema não é claro. É, contudo, mais útil
guardar-se esta distinção em mente quando planificamos o programa de ensino
contendo aspectos de modificação de comportamento.
No desenvolvimento dum programa é importante não esquecermos:
1. A prioridade do problema assinalada pelos pais e professor;
2. A natureza do contexto educacional em que o comportamento ocorre;
3. As técnicas que foram tentadas para alterar esse comportamento e
tiveram insucesso.
Esta base de estudo faz parte do cabeçalho da Análise.
Essas ilustrações apoiam-se numa série de exemplos de intervenção, incluídas
para dar ao leitor uma variedade de exemplos de técnicas de modificação de
comportamento. Estas ilustrações e exemplos serão mais efectivas se forem
devidamente individualizadas para uma criança específica.
Esta secção não tem como objectivo ser um catálogo completo de todos os
problemas das crianças com autismo e não tem a intenção de dar uma lista completa
de intervenção a nível do comportamento.
C1 – AUTO-AGRESSÃO
Problema: Ferir ou roer as costas da mão

Antecedentes: João, de 8 anos de idade, com um nível de 4 -5 anos, com comunicação


expressiva ao nível dos 2 anos. A sua mão estava marcada já que ele tinha
o hábito de morder sempre que lhe propunham uma actividade nova ou o
mudavam para outra. Foram utilizadas punições, chamadas de atenção,
censura, ou dando uma palmada e nenhuma destas estratégias teve
sucesso.

Análise: O comportamento de morder é uma forma do João comunicar o seu stress.


Com este comportamento consegue com bastante sucesso obter o que quer
ou interromper as tarefas que se lhe foram pedidas. A sua dor física não é
suficientemente forte prevenir as feridas na sua mão. Ele precisa de uma
forma alternativa para comunicar o seu stress, e nós devemos aperceber-
nos disso e tomar uma atitude, fazendo compromissos (por exemplo, dar-lhe
mais ajuda, dividindo-lhe as tarefas em pequenos passos e dar-lhe um
substituto para o que ele quer e não pode ter.

Objectivo: Ensinar ao João alguns comportamentos alternativos de modo a ele poder


comunicar o seu desconforto, mas prevenindo a sua auto-agressão.

Intervenção: Durante as actividades, observe o João cuidadosamente de maneira a que


possa intervir antes ou no momento em que ele começa a morder-se.
Rapidamente estenda a mão, bloqueie o movimento na sua boca, e guie a
sua mão para a mesa, dizendo “Mãos em cima da mesa”. A seguir dirija-o
para que a imite: abane a cabeça e diga “Não - trabalhar não.”, ou “Não -
quero rebuçados.”, dependendo do que o faz estar em stress. Quando ele
tiver imitado essa comunicação, faça um compromisso e diga “Muito bem,
João, eu ajudo-te a acabar.” ou “Muito bem ,João. Mais uma vez e eu dou-te
um rebuçado”.
C2 – AUTO-AGRESSÃO
Problema: Dar pancadas com a cabeça

Antecedentes: O João tem uma boa coordenação e é um menino com 4 anos de idade
muito activo. Funciona normalmente com um desenvolvimento médio de,
mas na expressão oral emite cerca de 5 palavras. O João tem
conhecimento de outras e é capaz de predizer as suas respostas no seu
comportamento. O seu estado de espírito é flutuante. Durante um ano
tem batido frequentemente com a cabeça enquanto fica perturbado
pela sua má disposição ou porque é interrompido na actividade que ele
escolheu. Este comportamento é stressante para os sues pais, mas não
causa danos físicos nele próprio. Nenhuma punição nem nenhum afecto
especial pareceu mudar esta situação de modo a ele abandonar esse
comportamento.

Análise: Sempre que ele batia com a cabeça tinha atenção dos outros. Ele não
parecia entender essa atenção como zangado e punitivo ou relacionada e
afectuosa. Ele não parecia distinguir, quando essa atenção era punitiva ou
afectuosa. Ele parecia entender que quando se batia, conseguia o que
desejava.

Objectivo: Diminuir este comportamento de bater com a cabeça, não lhe dando
atenção ou mudando as suas ordens.

Intervenção: Ao longo das actividades na mesa (ex. Puzzles, pintar com lápis...) coloque
a mesa e a cadeira de modo a estarem afastadas da parede, de modo a ele
não poder chegar com a cabeça à parede. Quando o João começar a bater
com a cabeça na mesa, resguarde o material que ele está a utilizar e volte-
lhe o corpo de costas para a mesa, contando até 10 e seguidamente ponha-
o na posição inicial e dê-lhe os materiais para ele começar de novo a
actividade. Dê-lhe uma pequena ajuda para ele recomeçar. Dê-lhe um
elogio logo que ele comece. Repita esta estratégia sempre que ele começar
de novo, mas não o deixe abandonar a sua tarefa sem ele colocar a última
peça. Continue isto durante cerca de 2 semanas, tomando nota num quadro
cada vez que ele tem este comportamento. É importante dispor de muita
atenção e reforçar sempre que ele não se auto-agride, elogiando-o.

Data Actividade N.º episódios – bater na cabeça


C3 – AGRESSÃO
Problema: Cuspir nas pessoas

Antecedentes: O João tem 13 anos com uma idade mental de 3 anos. Cospe muitas
vezes para a face do seu irmão mais novo, por vezes para outras crianças e
ocasionalmente para os adultos, mas nunca para os pais. Por mais que se
tenha antecipado este comportamento e se lhe tenha chamado dizendo-lhe
“Não.”, mandando-o para o seu quarto ou deixando o seu irmão atenção,
não tem havido sucesso bater-lhe. O João não é capaz de perceber
explicações verbais e os limites das suas consequências. O cuspir, não é
geralmente provocado

Análise: Não sabemos porque é que o João actua assim com o irmão e os outros,
mas o que sabemos é que ele não faz isso aos adultos da sua família o que
demonstra que ele tem a capacidade de controlar este comportamento
sempre que é necessário. A punição que escolhemos não está directamente
ligada ao acto de cuspir, pois o João não é capaz de associar o cuspir com o
responder

Objectivo: Parar o comportamento de cuspir

Intervenção: Peça ao irmão que chame o João para uma actividade que seja fácil para
ele participar: como colorir um círculo, ou colocar peças dum puzzle. Faça
estas actividades em que as 3 pessoas tenham de tomar a vez. Sente o
João junto do irmão, para que ele tenha a possibilidade de cuspir. Cada vez
que ele cuspir ao irmão ponha-lhe piri-piri na língua. Depois faça-o voltar à
actividade que estavam a desenvolver. Anote na sua tabela (ver figura) cada
vez que este comportamento ocorre e continue pelo menos uma semana.
Quando “o cuspir” estiver controlado durante estas actividades, faça o
mesmo procedimento sempre que o João cuspir nas pessoas.
(Normalmente usa-se vinagre, mas como o João gosta de vinagre,
sugerimos piri-piri. Deve assegurar-se que não usa nada de que o João
gosta.)

2ª 3ª 4ª 5ª 6ª
FEIRA FEIRA FEIRA FEIRA FEIRA SÁBADO DOMINGO
C4 – AGRESSÃO
Problema: Bater na cara do adulto

Contexto: O João tem 4 anos de idade e uma idade funcional de 18 meses. Não
possui qualquer sistema de comunicação verbal ou gestual. Começou a
bater no rosto das pessoas. O comportamento ocorre quando se lhe exige
atenção, quando desempenha actividades da rotina diária e durante as
sessões de ensino.

Análise: O comportamento de esbofetear do João é uma forma de comunicar que


não gosta de uma situação, a sua resposta à frustração ou confusão. Uma
vez que a comunicação é o nosso principal objectivo para o João, não
queremos eliminar a expressão dos seus sentimentos mas antes ensinar-lhe
uma melhor forma e transmitir a sua mensagem. Se ele for capaz de
transmitir os seus desejos, a necessidade de esbofetear será eliminada.

Objectivo: Ensinar o João a usar um gesto para indicar que está cansado de trabalhar
ou está confuso e que não quer ser interrompido.

Intervenção: Sempre que a criança tentar bater-lhe durante uma sessão de ensino,
restrinja a sua mão, calmamente, diga-lhe “não bate” e ensine-lhe o gesto
alternativo para dizer “acabou” (coloca-se os dedos debaixo do queixo).
Reforce o sinal com elogio e deixe-o brincar uns momentos com o que ele
quiser na mesa. Em seguida, retome a sessão de trabalho com uma
actividade que ele consiga realizar. Ajude-o com frequência e elogie-o.
Ensine-o a fazer o sinal “acabou” quando ele estiver pronto para esbofeteá-
la. Concorde sempre em deixar que ele páre de trabalhar uns instantes após
ter feito o sinal para ele ver que o entendeu. Quando ele aprender este sinal
durante as sessões de trabalho, então pode usar a mesma técnica durante
as rotinas diárias.

C5 – DISRUPÇÃO
Problema: Atirar objectos

Contexto: O João é um rapaz de 4 anos de idade, sem linguagem, cujo funcionamento


evidencia um atraso moderado. As sessões de trabalho na escola e em casa
tornaram-se difíceis devido ao seu comportamento que consiste em atirar
para o chão os materiais de trabalho. Este comportamento também se torna
disruptivo para a vida familiar, uma vez que atira objectos de casa. Este
comportamento é mais frequente quando se exige que faça tarefas das
quais não gosta ou quando não consegue obter o que quer. Existiram várias
intervenções no passado mas sem qualquer sucesso: reprimendas verbais,
ignorar o comportamento, obrigá-lo a apanhar tudo, mudar a estrutura das
sessões de trabalho e bater-lhe firmemente na mão cada vez que atira
objectos. Durante as actividades escolares relacionadas com o trabalho a
nível da motricidade global, os professores concluiram que a criança não
gosta de ser restringida fisicamente.

Análise: Ao atirar objectos, o João controla com sucesso o ambiente. Não se


consegue ensinar aptidões novas e ele consegue interromper a actividade
sempre que o desejar. Este comportamento é potencialmente perigoso para
si e para os outros uma vez que ele não possui a cpacidade de julgar o que
se parte, o que é de valor ou o que pode fazer mal. Ele não consegue inibir
o seu comportamento a não ser que entenda que esse comportamento
acarreta consequências desagradáveis. Para esta criança seria a restrição
física.

Objectivo: Eliminar o comportamento de atirar materiais durante as sessões de


trabalho.

Intervenção: Durante as próximas semanas, concentre-se em reduzir o comportamento


de atirar objectos durante a sessão de trabalho. Durante o resto do dia use
as seguintes técnicas: 1) remova objectos de valor de forma a ficarem fora
do seu alcance; 2) vigie-o e dê-lhe atenção antes de ele chegar perto de um
objecto para o atirar; 3) não lhe dê atenção se ele atirar algo. Durante as
sessões de ensino, apresente-lhe tarefas fáceis. Sempre que atire um dos
objectos (bloco, encaixe, etc.), responda imediatamente, dizendo com voz
firme “não atira”. Em seguida, segure-lhe nas mãos de forma a ficarem em
cima da mesa e de forma a que ele não as consiga mexer. Afaste a sua
cabeça e conte silenciosamente até trinta. Em seguida, liberte-lhe as mãos,
volte-se para ele e dê-lhe o objecto seguinte pertencente à sessão de
trabalho que já estava a decorrer. Anote na grelha este acontecimento (ver
figura 10.3). Não se levante para apanhar o objecto que ele atirou fora.
Reserve material extra para que possa completar a tarefa sem se levantar.
Repita este procedimento cada vez que ele se levanta. Se ele não atirar o
objecto, elogie-o e recompense-o com um pedaço de alimento que ele
goste, dizendo “bom trabalho”, sorria e aplauda.

Data Actividade nº de vezes em que Recompensas, por


atirou fora objectos não ter atirado
20 /01/98 encaixes III I I I I I (uvas)

Grelha para registo do comportamento de atirar fora objectos.

C6 – DISRUPÇÃO
Problema: Gritar, chorar, recusas verbais quando se exige que obedeça a
exigências simples.

Contexto: A Cindy é uma rapariga de 6 anos de idade cujo funcionamento é


borderline. Reage a quase todas as interacções com uma resposta
negativa, gritando “não...pára...não quero fazer” ou, então, chora. Este
comportamento continua até que os pais acabam por ceder. Ela recusa sair
de casa para fazer compras com a sua mãe, em seguida chora para que a
deixem ir, em seguida recusa-se entrar no carro, etc. Um pedido simples
relativamente às áreas de autonomia causa o mesmo tipo de resposta. Os
pais tentaram usar uma variedade de recompensas para cada acção
cooperativa: elogio, comida, actividades favoritas ou tempo extra para
brincar. Nenhuma destas abordagens resultou. Sentem-se tristes e
frustrados devidos às suas reacções negativas e aos seus esforços para a
ajudar. Além disso, pretendem fazer com que ela os obedeça sem terem de
ser punitivos.

Análise: As recusas não parecem estar ligadas a dificuldades inerentes às


actividades mas sim ao facto de ter de mudar para actividades ou rotinas
novas. A Cindy não tem uma ideia definida do que quer, exceptuando o
facto de manter o controlo da situação. A promessa de ameaças futuras não
é suficiente para vencer a sua forte aversão à mudança da rotina. Os pais
não pretendem ser punitivos.

Objectivo: Diminuir a ocorrência da resposta de gritar ou chorar.

Intervenção: Durante as 2 semanas próximas, mantenha uma grelha (ver figura 10.4) na
qual se regista o comportamento da Cindy de chorar ou gritar para verificar
se as seguintes técnicas podem ser eficazes: 1) Ignorar; 2) Fornecer ajuda
frequente através de indução ou manipulação; 3) coloque uma recompensa
alimentar em sítio visível para lhe ser dada imediatamente a seguir ao
término da tarefa. Duas vezes ao dia sente-se com a criança e dê-lhe uma
tarefa simples e não verbal (emparelhar, colorir, etc.). Coloque a
recompensa alimentar perto dela e diga-lhe que a pode obter assim que
terminar a tarefa. Ignore os protestos e comece a actividade, colocando
você a 1ª peça. Em seguida ajude-a, fisicamente, a colocar a peça seguinte.
Não use indutores verbais mas sorria à medida que ela vai fazendo o que se
pretende. Não dê atenção aos sons ou palavras mas ajude-a com
frequência, movendo as suas mãos se ela parar de trabalhar. Assim que a
tarefa tiver terminado, faça-lhe uma festa, sorria e dê-lhe a recompensa
alimentar. Em seguida regista na grelha a resposta que a criança
demonstrou para com esta abordagem.

Data Actividade nº de induções Comportamento de gritar ou chorar


(nenhum, ligeiro, moderado, severo)
20 /01/98 emparelhar IIII I moderado

Figura 10.4. Grelha para registo do comportamento de gritar.


C7 – DISRUPÇÃO
Problema: Saltar da mesa à hora das refeições

Contexto: Jimmy é um rapaz de 41/2 anos de idade, com boa coordenação e


extremamente activo. Consegue entender linguagem simples em frases
curtas mas é demasiado distraído e demasiado activo para ouvir explicações
verbais. As refeições familiares eram constantemente interrompidas pelo
comportamento do Jimmy: tirava comida dos outros pratos, saltava e corria.
Em seguida voltava para tirar mais comida dos pratos. Os pais bateram-lhe,
ralharam-lhe e ataram-o à cadeira. Esta última técnica provocou-lhe birras.

Análise: O comportamento do Jimmy produz tensão contínua à hora das refeições,


quer devido à expectativa da possibilidade de ele se comportar mal, quer
devido ao facto de ter de gerir o seu comportamento disruptivo. Nestes
casos ele é igualmente o foco de atenção e parece igualmente satisfeito
com a atenção positiva ou com a atenção negativa. Para modificar este
ciclo, é necessário dar-lhe atenção apenas quando ele se comporta de
forma apropriada e retirar a comida quando ele não conseguir sentar-se à
mesa e comer do seu prato.

Objectivo: Ensinar o Jimmy a manter-se sentado durante as refeições.

Intervenção: O ponto importante a lembrar é que pretendemos recompensar o bom


comportamento com atenção e elogio e não queremos recompensar o mau
comportamento com qualquer tipo de atenção. Sente-o, à mesa num sítio
onde não consiga chegar a outros pratos além do seu próprio. Quando ele
se levantar ignore-o completamente. Não o chame nem sequer olhe para
ele. Quando ele voltar e se sentar, olhe para ele, sorria e diga “Muito bem.
Sentar para comer”. Se ele tentar tirar comida sem estar sentado, não
discuta com ele, mas coloque o prato no centro da mesa e não lho dê a não
ser que ele se sente na sua cadeira. Quando a família tiver terminado a
refeição, remova toda a comida da mesa. Não lhe permita que tome lanches
a seguir à refeição excepto sumos. A criança tem de esperar até á próxima
refeição para que este procedimento seja eficaz. Faça registos do número
de vezes em que ele se levanta da mesa (ver figura 10.5).
Data refeição nº de vezes em que Lanches que se deram, em seguida
se levanta da mesa
20 /01/98 almoço IIII II maçã

Grelha para registo do comportamento de levantar-se da mesa .

C8 – REPETIÇÃO
Problema: Colocar na boca objectos não comestíveis.

Contexto: Jenny uma criança letárgica de 8 anos de idade, possui um funcionamento


moderadamente atrasado mas tem uma boa memória para rotinas e uma
capacidade para de self-taugh reading acima da sua idade. Apesar da sua
capacidade para ler, a capacidade em entender a mensagem estava
severamente atrasada. Enquanto via T.V., a sua actividade favorita, cortava
e mastigava pequenos pedaços de papel, plástico, fios do sofá, etc. Quando
estava no jardim ou no recreio, colocava paus, pedras, flores ou folhas na
boca. As refeições em família eram pertubadas pelo seu hábito de tirar gelo
do copo para o mastigar. A criança ficava muito perturbada quando as suas
rotinas eram interrompidas. Além disso, os seus hábitos perseverantes eram
difíceis de mudar. O facto de os pais lhe baterem, ralharem, de a isolarem
no quarto e a elogiarem por não colocar objectos na boca, não surtiram
efeito. A Jenny entendia a regra e parava sempre que lhe chamavam a
atenção mas esquecia-se depressa assim que via T.V. ou brincava no pátio.

Análise: A criança tem a capacidade de inibir o acto de levar à boca objectos quando
induzida. Mas sem essa indução, alheia-se do que está a fazer. Este
comportamento é potencialmente perigoso devido ao facto de existirem
bagas venenosas e quimicos no jardim. É necessário que a Jenny tenha um
meio alternativo de ser lembrada da regra “na boca não”, quando a mãe não
está presente. As suas competências de leitura podem ser usadas como um
indutor visual.
Objectivo: Ensinar a criança a inibir o acto de levar objectos à boca sem a indução da
mãe.

Intervenção: Vamos começar por ensinar a criança a ler um cartão com a regra e usá-la
para inibir os seus impulsos. Assim que ela aprender que é necessário que
leia a regra em vez de esperar que o adulto a leia, então podemos usar esta
técnica num número de diferentes situações.

1º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque um copo e uma colher


perto dela. Em frente ao copo coloque um cartão dizendo “usar a colher para
tirar gelo”. Assim que ela esquecer e agarrar o gelo com os dedos, não diga
nada mas remova rapidamente o copo e atire o gelo fora. Aponte para o
cartão e peça-lhe para ler. Explique: “esqueceste a regra,vamos tentar mais
tarde”. Tente novamente após uns 5-10 minutos.
2º passo: Durante as sessões de trabalho, coloque algum do material que
ela gosta de colocar na boca, perto dela. Coloque um cartão perto disso com
a inscrição “na boca, não”. Explique que se ela se lembrar da regra durante
10 minutos, pode ser recompensada com pastilha elástica. Mais uma vez
não a lembre verbalmente, mas esteja pronta para remover a pastilha
elástica se ela se esquecer.
3º passo: Debaixo do ecrã da TV, coloque um cartão dizendo “na boca não”.
Não lhe forneça induções verbais. Vigie-a e, sempre que se esquecer e
colocar algo na boca, aproxime-se da TV, silenciosamente, e apague-a
durante alguns minutos. Aponte para o cartão e abane a cabeça. Não lhe
ralhe nem a tente confortar se ela parecer zangada ou aborrecida

C-9 REPETIÇÃO
Problema: Perguntas perseverantes “Que horas são?” independentemente
da resposta ou da situação.

Contexto: Tommy é um rapaz com excesso de peso e letárgico com 10 anos de idade
cujo funcionamento se situa no atraso moderado. Tem um forte interesse e
uma memória excelente para os aniversários das pessoas, números de
telefone, números de matrícula e horas. As questões acerca do tempo são
as mais frequentes e mais perseverantes. Pergunta as horas mesmo
quando está em frente a um relógio que possa ver facilmente. Esforços
anteriores para diminuir este comportamento incluiram responder à questão,
ignorar, irem embora e dizer-lhe para estar quieto.
Análise: As técnicas passadas foram ineficazes porque possivel

C10 – DÉFICE
Problema: Curtos periodos de atenção, fraco controlo dos impulsos.

Contexto: O Dave é um rapaz de 4 anos de idade, extremamente energético cujo


funcionamento se situa nos 2 anos de idade relativamente às competências
não verbais. É impulsivo e distraido, não se senta para as refeições, não fica
quieto para tomar banho, quando está na casa-de-banho ou para o vestirem.
Consegue compreender algumas ordens simples se combinadas com
gestos quando está a prestar atenção. No entanto, tais momentos são raros.
Esforços prévios para o controlar incluiram reprimendas verbais e castigos
físicos. Os pais constataram que ele não entendia que tinha feito mal e
tornava-se mais activo e aborrecido. Os pais gostavam da natureza alegre
da criança e não queriam usar medicação para controlar o seu nível da
actividade.

Análise: Aumentar o período de atenção do Dave, o tempo em que ele permanece


em tarefa, são competências básicas para o progresso na linguagem, na
área de autonomia e para a frequência de um programa pré-escolar. Ele
pode iniciar por melhorar a sua atenção e controlar a sua impulsividade
durante sessões de ensino curtas e estruturadas nas quais ele saiba o que
está a fazer, onde tem de fazer e o que vai acontecer a seguir. Uma
organização visível de trabalho e a seguir brincar vai ensinar-lhe a diferença
entre o tempo de fazer o que ele quer e o tempo de controlar o seu
movimento.

Objectivo: Melhorar o comportamento de sentar e a capacidade de atenção de 2-15


segundos.

Intervenção: Delimite a sua área de trabalho de forma a que a criança possa ver onde vai
trabalhar e onde vai brincar (ver figura 10.6). Comece com uma actividade
simples, uma que saiba que o Dave consegue fazer (por exomplo, um
puzzle simples de 4 peças). Coloque o puzzle na mesa e remova uma peça
para que a criança a coloque no local adequado. Chame-o para a mesa,
diga-lhe para se sentar e diga-lhe para completar o puzzle. Elogie-o e dê-lhe
uma uva. Em seguida, dirija-o para a àrea de brincar. Após cerca de 30
segundos, chame-o para repetir a tarefa. Da segunda vez, remova 2 peças
do puzzle. Novamente, recompense-o com uma uva e um elogio e diga-lhe
para ir brincar. Quando a criança ficar habituada a esta rotina (cerca de 60
ensaios), aumente a tarefa removendo duas peça. Siga o mesmo
procedimento. Desta forma podemos aumentar a quantidade de trabalho
que ele faz antes de se levantar. Não alongue para uma tarefa maior (3 ou 4
peças) até que o João consiga terminar a tarefa mais curta sem necessitar
de indução da sua parte.

Figura 10.6. Estrutura para aumentar o período de atenção

C11 – DÉFICE
Problema: Falta de iniciativa em mudar actividades durante períodos de
trabalho na escola.

Contexto: O Brian é um rapaz de 14 anos com um nível intelectual cuja capacidade é


treinável. Na sala de aula ele aprendeu a trabalhar de forma independente
numa tarefa estruturada, mas era incapaz de passar à tarefa seguinte sem
que a professora acenasse, apontasse ou sem indução verbal da
professora. O Brian entendeu a estrutura diária e todos os outros alunos da
sala trabalhavam de forma consistente, não necessitando de induções
verbais quando terminavam a tarefa. Sem as induções da professora, o
Brian senta-se, olha para a professora e não inicia movimentos ou contactos
com a professora.

Análise: O Brian tornou-se dependente da indução da professora e é reforçado pela


sua própria falta de iniciativa de cada vez que lhe é fornecida a indução. A
sua capacidade em iniciar uma mudança de uma actividade para outra é
essencial para a sua adaptação para uma situação futura de trabalho
protegido. Os professores podem desenvolver um sistema de recompensaa
com prémios (sistema token) para que o Brian se motive para iniciar o seu
trabalho sem necessitar de atenção individual.

Objectivo: Guardar trabalho terminado e tirar trabalho novo sem directivas individuais
ou atenção da professora.
Intervenção: Coloque em uso um sistema token para o Brian no qual ele receba
inicialmente um prémio por cada ocasião em que, voluntáriamente, guarde o
trabalho terminado e tire trabalho novo sem que seja necessário dirigi-lo
pessoalmente através de um acenar de cabeça, de apontar ou verbalizar.
Inicialmente, pode induzir o Brian dando uma direcriz ao grupo todo sem
olhar para a criança “Lembrem-se têm de guardar o trabalho, sozinhos”.
Coloque uma caixa de prémios na sua secretária e, de cada vez que inicie
uma acção sem indução, dê-lhe atenção positiva, colocando um prémio na
caixa e elogiando-o. De início pode dar-lhe 10 minutos de tempo livre por
cada 3 prémios na caixa. Assim que ele iniciar as tarefas por si com maior
frequência pode aumentar o número de prémios que ele necessita de juntar
para ganhar tempo livre.

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