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He Uma esgic americana? 0 cate de Whiner Chambers de que ara para si, para a fami e para os antigos amigos. Tanenhaus mostra o quanto Chambers sofreu com a divida a respeito de contar 9 {que sabia, e€ dif restr ideia de que ele €um elemento de tragéia shakesperiana neste homem, um sujeito comum em outos aspectos, viima de uma era implacivel. Ele ambém deve ter, mais de ura ver, deplorado a condigio em que se colocara:“O tempo esti fora do ci, (0 maldigio odioss / de eu ter nascido para colocélo no lugar.” Esta rexenba da admirdvel biografia de Whittaker Chambers fo publicada incialmente na New Republic de 1997, E mesmo nesta date tardia provocou correrpondéncias angustiadas de litres ecoegas con vencidos de que 0 caso contra Alger His continuava carente de pro- as, e que a reputacdo de Chambers nao podia — e nao devia — ser redimida. CAPITULO XIX A crise: Kennedy, Kruschev e Cuba «aso dos mises em Cua comea em abil de 1962, quando Jo lider svivco Nikita Krscher deci ampli subseancial- mente 0 apoio militar até eno limitado que a URS dava 0 governo de Fidel Casto, A eu pedo o Presidium soviedco apis ‘mente sprovou a icalada mila ma ilha, que em savers fina inci fa cerca de 50 mil militate sovicos,organizads em cinco regimen- tos de mises micleares, quatro regiments motorzados, dois batalhdes de tangue, uma eaquadrita de cagas MIG-21, 42 bombardiosleves 11-28, dis regimentor de missis ruse, 12 unidades antagreas SA-2 com 144 langadores e uma esquada com 11 submarnos, set deles quips com mises micleares. (© presidente John F. Kennedy eo servigo de imelignca dos EUA sabiam da eescenteprescaga mila sovidica em Cuba. Mas oi 6 de- pois de 29 de agosto de 1962, quando um avigo de rconhecimento U2 identfcowinstalagbes de miss SA-2, que Kennedy fez um aie 40 pblico, em 4 de setembro,dizendo que miss defensvostra-ar cram acetives, mas ainstalgio de miss ofosvs no seria toleraa cm Cubs. Em 13 de srembeo, durante uma entrevista colt, ee = Petia aera: "Seem algum moment [.] Cabs pasa [.] ser uma 30 A crt: Kennedy Kratche ¢ Gabe base militar ofensiva de apacidade sgniicativa para a Unido Sovidtica, cntio este pas ard o que for precio para proteger sua seguranga ea de seu alias.” ‘© que Kennedy no sabia era que em setembro a operacio soviet. «aj incluia também 36 misses balisticos de meio alcance $S-4 (MR. Ms) e 24 miss balsticos de alcance intermedisrio SS-5 (IRBM&), dotados de ogivas nucleares. (A primeira ogiva nuclear chegou em Ma riel a bordo de um cargucira sovieico em 4 de oucubro: no dia 28, ‘quando a cise acabou, todas as ogivas para os dois tipos de mises © (0 misses SS j estavam em Cuba — s6 fltava a chepada dos SS-5,) Na verdade, o governo Kennedy recebera garantias de Kruschey © de ‘Anatoly Dabrynin, embaixador sovitico nos EUA, de que miseis do ginero nio extavam nem seriam enviados a Cuba. Quando Dobrynin, ro inicio de setembro, perguntou como deveria responder @ uma con- suka particular de Robert Kennedy a respeito da situagio cuban, ele recebeu instrugbes de Moscou: "ao conversar com os norte-americanos ocd deve confirma que hi apenas armamentos deensvos soviticos em Cubs ‘Dobrynin cransmitia as garantas a Robert Kennedy, conforme e- sas instrugbes,e com a seguranga de quem também nao sabiaarespeito da instalago dos misscis balisticos. As autoridades dos BUA aceltaram ‘esas garantas, particularmente porque a Unido Sovidtica, como Geor- ge Bal cegistra em suas memeras, nunca posicionara misses ofensvos fora de seu rerritiio, nem mesmo n0s pases vizinhos membros do Pac- to de Varsivia, ‘A importineia dos MRBMs ¢ IRBMs residia em seu alcance. Els foram projetados para atingie alvos terrestres dento dos Estados Uni ‘dos, eno para abate aides atacantes 0 aleance do SS-4 era de apro- imadamente 1.100 milhas nduica,e 0 do 5-5, quase 0 dobro dss, ‘Um MRBM sovigtico daquela época,langado de Cuba, podera atingie Washington, D.C; um IRBM poderiachegar praticamente a qualquer alvo na dtea continental dos Estados Unidos, poupando apenas 0 ex ‘temo noroeste banhado pelo Pacifico. Eram inteis como armamento defensivo; seu snico valor possvel era ofensivo — ou como arma de dissuasio no caso de uma ofensva alheia, Poranto, quando um U-2 IEFLEXOES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO. ea {que sobrevoava San Cristobal, no aeste de Cuba, em 14 de outubro, identifcou trés locas de construgio de bases de mises, e quando esas plataformas foram identificadas em Washington e consideradas iden, ticas a plataformas de langamento conhecidas na Unio Sovidtics, 0 presidente Kennedy ¢ seus conseheiros chegaram & conclusio ébvia, Haviam ouvido meatias, seus alertas haviam sido ignorados.A Uni Sovirica posicionava misses ofensivos em Cuba, miseis que s pode. iam ser empregados conta alvos nos Estados Unidos. A crise cubana dos miscistinha comegado, ‘A primeira fase da crise, confidencal, comegando de manha cede no dia 16 de outubro, quando McGeorge Bundy, conselheito de segu. rangi nacional, acordow Kennedy com as més noticias, es estendendo até s 19 horas de 22 de outubro, quando o presidente Kennedy anun- «jou o bloqueio naval em como de Cuba, ficou limitada 2 um punhado de pessoas de Washington, D.C., 0 "Comité Executive" (ExComm) que Kennedy reunin para decidir o que fazer. As dliberagies deste grupo, secretamente gravadas pelo proprio Kennedy, forim cuidadostmente transcrtas e impecavelmente editadas por Ernest R. May e Philip D, Zelikow." CCariosamente € assim como Kruschev, que nio prepara planos de contingéncia para a eventualidade dea insalacSo dos mises ser des- coberta antes de terminada, Kennedy e seus assessores no haviam pen- sado no que fazer caso uma crise do género ocortese:“Ninguém, pelo {que posso me lembrar, escreveu Bunty depois, “pensou em serembro ‘que seria necessirio consieraras apes posieis caso nosso alert fosse desconsiderado [..] isso foi uma fala na previo, e um dos motivos para resperar aesséncia da decisio bisia tomada pelo presidente Ken- rnedy em 20 de outubro € que cle reve de comecar no di 16 patiamen- te do nada.” A decisio, claro, foi anunciar o bloqueio parcial a Cuba pelo qual os navos suspeito de transportar material mila seria im- pedidos de entrar em dguas cubanas. Mas entre as outras esatéas consideradas — e segundo Kennedy ele sé romou a decisiofinal em 21 Ene Maye Philip Zea, one, The Kemal Tape uth Whi Hae rig oe Gah Mite Cer Cambrige, MA: Haran Unery Pres, 1997 a2 Aerts Keone, Komche ¢ Cab de outubro — esavam wm blogueio mais abrangente do que. seletvo cscolhido, um ataque aéreo conta as instalagbes dos mises em Cuba, tum aaqueaéreo macigo contra as bases miliares a ilha e uma invasio anlar em larga excl. ‘Os comandantes do estado-maior peferiam areagio mais radical, ‘mas contavam com pouco apoio civil no ExComm. A opgio de ignorae a escalada e deixar tado como antes nfo tinhs defensores. Por cin- co dias o ExComm debateu trés incdgnitas: quantos misseisesavam, instalados © cram operacionais? Como os sliados da Otan reagitiam ‘uma reagio norte-americana insufciente ou a uma excesiva, 0 di- lema da ‘credibilidade” que obcecava Kennedy e seus assessores mais préximos? E 0 que Kruscher fara em resposta i diferentes inicatvas [Um ataque acre corsa orsco de no atingiealgumas das plata- formas de miseis — seu mimero exato era desconhecido — ¢ asim pprovacar uma reasSo que empregase os restates, ott um atague em Algum ponto do mundo onde o equilibria de orga fvorecese Unio Soviétca, prinipalmente Berlim, Inversament, se as ogivas nucleaes inda nio estivessem em Cuba — « ninguém naquela altura sabia a resposta pars isso —, um ataqueaéreo sera excesivo: um bloqueio de todos os armamentos ofensivos destinados 1 Cuba bastaria. E como uma invasio exgia planejamento antecipado, devera ser mantida de reserva, como opgio para o caso de todo o restante falar. Enguanto isso, um bloqueio ou quarentena naval daria aos dis lados tempo para reconsiderae. Seguinda of conselhos do secretirio de Defesa, Robert McNamara, do secreirio de Estado Dean Rusk e do subsecreirio de Estado George Ball, bem como dos espcialists nos assuntos sovigticos (ecembaixadores Charles Boblen e Llewellyn Thompson), Kennedy fez essa opsio. No dia 22 de outubro, portant, depos de avsarancecipadamente 0s congresstas seniors, principas alados da Oran ea lideranga sovi- sca de suas intengBes, Kennedy anunciou a0 mundo a presenga de mis seis nucleate ofensivos em Cubs, e a teagio norte-americana — uma ‘quarentena naval imitada (tens cvis podiam passa) até que os arma- -mentosofensivos fossem removides Para jusificr suas ages, Kennedy IREFLEXOES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO 3s enfaizou a ameaga 3 paz no hemisfio ocidental eo compromisso nos TEUA com a defesa do Ocidente, bem como o perigo que agora ameaga 20s norte-americanos, que viviam sob a mira de misses niceares Como Kruschey reagiria a0 bloqucio e exigincias decorrentes dele? Gragas a suas memérias © a0 material de arquivo apresentado por Fursenko e Nafili em One Hell f @ Gamble (Uma jogsda infer- ral), stbemos que Kruschey ficou profundamente assustado © confi so pelos desdobramentos dos eventos.” Os homens que ocupavam a Casa Branca no sabiam disso, contudo, e mesmo os qe desconfavam ‘io podiam ter certeza. Quando o bloqueio comegas, 3s 10 horas de 24 de outubro, a crise parecia estar chegando a seu climax. Naquele dia Kruschev enviow um eelegrama a Kennedy, isistindo que o arma- mento sovitico em Cuba ers puramente defensivo, ¢ ameagou igno- rar o bloqueio — "Confirmamos que os armaments hoje em Cuba, independentemente da cassificagio a que pertensam, sio destinados de maneta exclusiva a propésitos defensivos, de modo a salvar a Repi- blica de Cuba de atague de agresior". O que, entio, teria acontecido se um destoiernorteamericano detivesse um navi sovigtico,e este se ecusise a para? O préprio Kennedy nio se mortrava otimista, Longe de esperar que Kruschev aceitase suns exigdncias, ele tema a acleragio da consteucio das plataformas de langamento de mises, uma ameass formal de realiagio nuclear sovidtica se os EUA atacassem Cuba — e provavelmente uma jogada para tirar proveto da crise, expulsando 0 (Ocidente de Berl, 'Na prtica, 0 cso todo foi resolvdo pacficamente, Kennedy € seus colegas agiram com extrema cautela, escolhendo um cargueito ino fensivo (com bandeira panamenha) parainerceptar e depois deaar que seguise em frente, mostranda assim sua dsposigio sem corer riscos indevidos. Por conselho de seu amigo David Ormsby-Gore, embaixa- dor britnico nos EUA, Kennedy também redusiu a 2ona de blogueio de 800 milhas, como inicialmente anunciado, para 500 milha, dando ‘mais tempo aos soviticos para refletirem e chamar de vola os navios. * Asan Fanenko eTothy Naf, Hal of Gamble Krohn, Cate and enn 19581964, as A vive KomedyKruche ¢ Cab Kruschey, por sua ve, ndo queria que os BUA descobrisem e inspecio- ‘assem seus armamentos mais avangados, assim, como Kennedy espe ‘ava eantecpara ele ondenou 20s navios que teansportavam missis que parassem e retomassem, 0 que fi feito na quintafira, 25 de outube, ‘A quarentena nio levara 3 guera aberta. Mas 0 governo nort-america ‘no ainds nio tinha encontrado solugio para sua preocupacao maior, os _misscis nucleaes sovitios js instalados em Cuba. Os planos para um axaque agro ¢ até ui invasio continuavam a ser fits. Entio, na sexta-feira, dia 26, Kruschey enviow uma comunicao privada longa e sinuosi a Kennedy na qual deplorava o desvio para a guerra: "Se realmente a guerra tver de comesar, entio nfo esard em rosso alcance deca, pois esta € a légica da guera, Eu paricipe’ de dduas guerrase sei que a guerra acaba depois de devastarcidadese vila. ‘jos, semeando mort edestruico por toda parte.” Em vez disso, ele propunha uma solugio: “Se orem dadas garsntas pelo presidente € pelo governo dos Estados Unidos de que os EU nio participario de tum ataque contra Cuba coibirio outros de realizar ages dese tipo, ‘chamarem de wolta.afota, isso mudaria udo imediatamente [.] Entio 4 necessidade da presenga de nossos especialistas militares em Cuba de- saparecria [..] Senhor presidente, ns evocés no devemos puxat agora as extremidades da cords na qual vooés deram os nds da guetta pois ‘quanco mais nds dois puxarmos, mais este néseréapertado.E chegard tum momento em que o né estat to apertado que até mesmo a quem © atou falta forga para desati-lo, e entio seri necesirio corar este 1, Bo que iso significa cu nio preciso explica, pois osenhor entende perfeitamente as teriveis forsasdisponives em nosos pases.” ‘A carta de Kruschev, resultado do cresente receio no Kremlin de tum ataque de Kennedy a Cubs, forgando uma canfromagio, podetia ter liquidado a crise ali, naquela hora.* Mas no dia seguinee, sibado, 27 de ourubro, cla foi sepuida de uma carta pablica mais formal, que tomava qualquer acondo dependente de wma compensasso: a retira- dda dos mises ofensivos em Cuba em toca da remogio dos miscis rnucleares da Oran na Turquia. A propostasovidtica colocava Kennedy ‘numa posgio difieil — como ele comentou com George Ball naquels, ‘manha de sibado, “Bem, iso ago percurbador, George, pois ele nos [REFLEXOES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO a5 pegou bem de jeto, nest eas, Muita gente consideraia isso uma pro- posta raze ‘As complicages de uma toca desse ginero (que sero discuidas adiant),juntamente com a derrubada de um avdo de reconhecimes to U2 que sobrevoava Cuba naquele di, pareciam impedira solugio da crise, enquanto o tempo se esgotava. Os conseheiros militares de Kennedy insistiam que adiar o ataque aéreo para depois de segunda- feira, 29 de outubro, seria imprudente; mas o préprio presidente estava ‘mais preocupado que nunca com a conhecida impossibilidade de des- ‘tuir todos os misses em apenas um ataque. Como ee disse na sexta- feira: "A questio central ainda € se els disparardo os miss.” No final fai decidido responder primeira carta de Kruschev¢,naesséncia acei- tar os temas. Enguanto iso Robert Kennedy era despachado para um cenconttoprivado com o embaixador Dobrynin naquelesibado & noite, pra convenct-o da urgéncia de um acordo, eda possibilidade de che- {ater a um entendimento confidencial sobre a “troca de misses. relat6rio de Dobrynin deste encontro — que os norte-ame ‘anos falavarn a sério € que o presidente Kennedy enfrentava presio nila iresiscvel para se comprometer com 0 irreversivel — pode tet cexagerado a mensagem de Robert Kennedy, mas deu o resultado deseja- do, No domingo, 28 de outubro a rio Moscou eransmitn a aceitagso formal de Kruschev dos termos oficiais dos EUA para 0 encerramento da crise: "O governo sovitico [..] enviow novas ordens para 0 des- monte das armas que voots descreveram como ofensivas, bem como seu acondcionamento ¢embarque para seu reteno A Unit Soviica.” 0 trabalho de desmontagem dos misses comesou imediatamente.> Restava muita cosa a resolver —allista exata do material a ser removido dde Cubs, as condigSes de observagio e supervisio dos silos, ue Castro (fatioso com o desfecho) verou veemente, ¢o acorda secreto de remo- 0 de missis da Tarquin (Os EUA aproveitaram-se imprudentemence de sua vantagem pu blica para insite que os bombarderos leves IL-28 também fossem re- tirados, embora o préprio Kennedy reconhecesse em particular que a ameaga dele era minima. Mas Kruschev aceitou os termos, eem 20 de rnovembro 0 bloqueo foi suspenso, ¢ no dia 6 de dexembro o ilkimo bbombardcro foi embarcado.° Os miscis da Oran sara da Turquia em abyil de 1963, conforme a promesa ni oficial Por que Kruschev fe isso? Nao fia sentido instalar alguns dos rmamentos mais avancados (evulneriveis) da Unio Sovitica 10 mi ‘quilémetros de diseincia, numa itha indefensvel, na esperanca de que (05 EUA nao percebessem o que esava acontecenda até que fosse tarde sdemais. Durante 2 crise, Kennedy e seus assessores produitam quatro cexplicagdes posiveis para este comporeamento aberrant: (i) Cuba seria uma “alavanca’ para as ambigSes soviicas em Betlim: “Saiam de Ber- lim, ou entio..": (i) a iniciatvafavia parte de uma luta interna pelo poder, no Kremlin; (ii) Kruschev centava compensar infeiordade cstratégicasovidica; (iv) Kruscher temia seriamente uma invasfo de (Cuba pelos EUA, ¢ procurava um meio de evita, Destes, apenas (ii) ¢ (iv) eram verdadeios, até certo ponta — sendo sintomético da quase tragédia de eros de outubro de 1962 que maria do pessoal da Casa Branca estivesse mais disposta a acreditar ‘cag a partir do pressuposto em () ou (i). Kruschev ficou certamente frustrado por nfo conseguir expulsar os alias ocidentais de Berlin, apesar das ameagase dos befes dos kimos cinco anos 0 que el cha sma de desecho “anémalo” dos tratados de Potsdam de 1945 foi uma fonte de isitagio para a Uniso Sovigtiea durante as primeira décadas dda Guerea Fria” Mas uma mudanga na situagio de Berl retia sido no ‘maximo um beneficio adicional da presenga nuclear sovitica em Cubs; lo eta se principal objetivo, (© principal objetivo de Kruschev era compensat, de modo de sesperado, os reveses militares soviticos. Até 1961 a Uniso Sovetica preca ocupar uma boa posigio. O desenlace da crise de Sucz em 1956 levara Kruschev a pensar equivocadamente, na época, que sua ames- «2 de lancar misses, caso a expedicéo anglofrancesa no se retirase, cdesempenhara papel importante para seu mina (a foi o caso), O langamenco bem-sucedido do Sputnik em 1957 e os exagerosrevsricos de Kruschev despertaram 0 temor norte-americana de um “desequll- brio nos mises’, temor este explorado com suceso por Kennedy na campanha eleioral de 1960. Mas os voos de reconhecimento em ali- tude sobre a Unio Soviticaconvenceram os norte-americanos de que REFLEXOES SOBRE UM SECULO FSQUECIDO a a capacidade balisica intercontinental soviérica fora imensamente exa- setada, ccm outubro de 1961 Roswell Gilparc, secretitio-assstente de Defesa norte-americano, revelou publicamente 0 conhecimento nos BUA da inferioridade estatégica da Unio Sovitica. Um ano depois, ina época da crise cubana, a Unio Soviticatinha uma desvancagem de misses interconcinentais da ordem de 17 para um-* Keuschev sabia disso, e sabia também que os norte-americanos sa bam, Nas palaveas de John Gaddis, le compreendia com mais clareza do que Kennedy que o Ocident etava ganhando a Guerca Fri"? Are- somada svidica dos testes naatmosfera em agosto de 1961 — seguida de decisio similar dos EUA, em abril de 1962 — nfo ajudou em nada a diminuir a sensacio de inftiridade militar de Kruschev (20 que se de- ‘vem acrescentar os fracassos na agriculura sovitica eo coro de ataques chineses 20 “revisionismo” soviétco). A tentagio de instal misses de médio aleane (dos quis 8 Uni Sovdtica possla um bom suprimen- to) perto da cota da Florida pateci irresisvel.Afinal, os EUA tinham bases em torno da URSS inteiza. Como Kruschev queixou-se ao embai- xador Thompson em abil de 1961, "Os EUA |..] acreditam que tém 0 direio de instalar bases militares 20 longo das fronteras da URSS” —e alguns mises soviricos nas fronteiras nore-americanasseriam uma boa resporta, “Os norte-americanoe cercaram nos pale de bases mili- ‘ares e noe ameacam com armas nucleares, e agora aprenderio qual 3 sensagio de ter mists inimigas apontados ara su ps." ALEM DA RECOMPENSA PsiCoLOcICa de asustar os norte-ameticanos — “jogar um porco-espinho nas calgas do Tio Sam”, como Kruschev disse seus companheizos em abril de 1962 —, Kruschev tinka outro motivo, Os especialsts nort-americanos ainda nio haviam compreen- dido plenamente a profundidade do medo de Keuschev pela seguranca ccubana. Eram emotes reas, em nada de iracional. Com alguma ajuda ddo proprio Casto, of EU haviam tornado Cubs um pals pra; apois ram ativamente uma invaso facassada esabia-se que wsavam diversos ‘xquemas pars minar e derrubar © governo local, incluindo a elimina: ‘G0 do proprio Castro, Os eubanos guardavam a firme lembranga do a A cise: Kenney Krsches¢ Cab sgolpe na Guatemala em 1954, ¢ no paravam de alertar Moscou sobre ataques iminentes e possiveisinvasdes, nem sempre producos da fri imaginacio de Casto, ‘Sea Unio Sovidtica nio conseguia proteger seu novo (¢ nico) amigo no hemisfétio ocdental contra um ataque dos EUA, qual seria su crediblidade como impulsionadora do progress e da revolusio? ‘Um ano apéso fiasco na bala dos Porcos, Kruschey viva obcecado pelo smedo de os EUA invadirem Cuba: “Durante uma visita oficial & Bul- ria [em abril de 1962] [..] um pensamento nio parava de marae ‘minha cabesa: © que acontcceria se perdésemos Cuba?" Mas a nica proceso realsta que Moscou podia oferecer a Castro era uma amea- ‘8 sficentementeterivel, imediatae local, capaz de evitr qualquer agresso norte-americana futura. Data decisio de instalar os misses Kruschey no estava apenas exerctando seu otimismo 20 dize, em Krubehev Remembers The Glasnost Taps (Keuschev recorda a tas da glasnost), que Iucraa algo com sua manoba: "Nossa meta era reservar Cuba. Hoje, Cuba existe” Em retrospect, até mesmo alguns ‘noree-americanos partcipantes da crise dos misc concordaram que hava uma base razoével para o medo dos sovigsicos — ‘Binal, havia a ‘aia dos Porcs, e depois uma série de initeisteuquessujotrealizados ‘contra Castro pea Agéncia Central de Intcligénca eexiladoscubanos”.!? Masa lideranca norte-americana da épocaalimentava suas pripria ob- ‘sesiBes, 0 que obscurecia a compreensio de alguns abjeivossovieticos. Para comesar, os membros do ExComm tinharyidade sufcience pata lembar einvocar os eventos dos anos 1930 e 1940. Os exzos de apazi- ‘guamento, 0 sucesso da ponte aérea de Beslim em 1948-49, asligbes da (Guerra da Coreiaseguiam vivos em sua lembranga. Apés suas crticas a Ekenhower,ofracaso na bala das Porcos co desempenho mediocre ma ‘conferéncia de cpula de 1961 em Viena, Kennedy desenvolveu ima hipersenibilidade a qualquer indicio de indeciso ou fraqueza. No dia 19 de outubro, rerceto dia da crise, 0 general Curtis LeMay, chefe da forca area, o presionow a empreender ages militares decsivas: "Nao vejo outeasolugio. O bloqueio e a agio politica conduziio & guerra [.-] Levario ditetamente a confionto. Isso € quase tio im quanto © apaziguamento em Munique.”" [REFLEXOES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO 2 NNio faltavam analogias mais recentes, eambém. A_pressio nore-americana sobre inless¢ franceses para se retrarem de Suez em novembro de 1956 havia provocado temores nos palses da Oran de que ‘0s EUA, em caso de guera, se retrariam para seu hemisfério, abando- nando os allados europeus vulneréveis ¢ exposts. Dai a necessidade percebida em Washington de “posta firme”. Similarmente, 0 fiasco ra bala dos Porcos ensinara Kennedy seus assessores que era mals sdbio obedecer pelo menos aos aspectos formais da legaldade. Dat a decisio — que Dean Rusk em especial defendeu junto a Kennedy —de ‘io haver ages sem ansincio prévio,e que a iniciatvas deveriam ser sempre prudentese legais, para ndo abalar mais ainda a confianga dos paises aliados “Tas preocupagses com a politica externa tomaram Kennedy si- smultaneamente sesolur e cauteloso, Na politica intern, porém, eudo apontava na diregio de se mostrar inflexvel, pelo menos em publico. (Os congresistasrepublicanos, com destaque para o senador Kenneth Keating, vinham por algum tempo alertando a respeito da crescente ameasa dos miscis sovigtcos em Cuba: a demora em reconhecer pu- bblicamente a extensio do perigo dava a seus oponentes uma vantagem para lidar com a crise que, para Kennedy, precsava ser compensada por uma impressio de determinagio inabalvel. A maioria de seus 28- sesores no militares, com MeNamara 3 Fente, esava convencida de que instalagio dos misses no causara impacto sobre a superioridade estratégica geral dos Estados Unidos, e portato nio ampliava a vulne- rabilidade dos EUA. Como McGeorge Bundy observou mais tarde, 50 ta superioridade em miscis dos EUA, mas o mero rsco de guerra ‘nuclear que impedia Kruschev de forgae 3 stuagio até o limite." Mas 0 presidente Kennedy nio era muito querido por seus graduados oficias militares, © enfrenatia uma eleigio de congresssase governadores no _més seguinte. Nao poderia dizer isso em public. Robere Kennedy rex ‘ou ter dito ao irmo mais vlho, no auge da crise: "Se voo® no tivesse agido, sofrria impeachment” — um comentirio ao qual 0 presidente teria reagido com um movimento de cabesa postvo. Tratase de uma hipérbole caracteristica do explosivo Kennedy mais jover, mas cera- ‘mente foi um far nas decisis do presidente no momento.” ra A eres Kennedy, Karcher ¢ Cube Essas CONSIDERAGOES DE FUNDO desempenharam um pape impor ‘ante para determinar a resposea dos EU para a crise cubana dos mis scis — na verdade, judaram a defini, para alideranga norte-americe ra, exatamente que tipo de crise era aquela.Portanto Kennedy e seus asesores relutavam em desprezar a ameaga sovitica, ou trat 0s mis seis da Turquia, ou fuze qualquer coisa que pudesse parecer “sbandono dds amigos’, levando-os a perder af na determinagio nort-americana de defender © mundo live. Na verdade o perigo do desencanto dos aliados estava Sendo vastamente exagerado — o embaixador britinico ‘em Washington relatou depois ter dito a Kennedy, no auge da crise: "Pouca gente fora dos Estados Unidos consderaria a provocago feta pelos cubanos algo sério o sufiiente para justifiar um ataque aérco De todo modo, quando o ExComm discuiu a possibilidade de ‘uma eroca de misses nos termos proports pela segunda carta sovie- tic, de 27 de ourubro, 0 que sigifiaria prvar os turcos de seus mis seis da Otan recém-insalados, McGeorge Bundy rsumit 0 consenso: “Em nossos préprios termos ficaria claro que estivames tentando trocar nossos aliados pelos nosss intereses. Seria esta 8 opinio em roda a Oran. Sei que € iracional e incoerente, mas & umn fao terrvelmente poderoso.” (Os misseis em questio eram do tipo “Jipite”, 0 que consta no nov liv de Philp Nas.” Eles io os Rosencrantee Guildenstern do ‘enredo da crise, e sua histéra &contad no liv pela primeiea vez. Em cdezembro de 1957 a Oran decidiu insalar esses miscis nuceares de ‘édioalcance na Turquiae na Ilia. Sua presenga cumpria as promes ss dos EUA de fornecer aos aliados defesas confidveis contra a ameaga nuclear soviétca, superava 0 suposto “desequilbrio nos misses" apds 0 langameno do Spucnik, edava destino a uma gerasioincial de mises norte-americanos de combustivel liquide, vulnerives,insalados em Philip Nah, The Ove Misi of ober Eten Kewad and th iter, 1957 1963 (ChsplHill Unive of Nor Carn Pre, 1997). IREFLEXOES SORRE UM SECLLO ESQUECIDO. 361 ce quesetomanim srt muito aed ot hinot eat ope ‘Scion pin nimeros son, em mare de 1062. Oren es tam, mas por mots plies incor do que por qualquer ote Pratcament orice vor miltar do Jpitre seta mer aos que URSS cide scar em cn de poe Pcs sgn ge a rove 2m sovcces sem uiidade pare 9 Ocileme, Nemo Ecnower presidente que apo s intl, o comer Pulmcnt iia, segundo Nash, Ox conselcior de Ken ted compeiam mais ade pate afirmar un nignBedni: “menos {eit (Bundy), brinciamor de prea para que do ees ‘Acs am, es diario (Rash) -um monte do” (MN that ea princi naive de dfn fo coment em soo CGncmento do wo dos Jupere).” Quando arte come alguns ‘Stowe pindpalmente Rusk © MeNamats, montane il tent annoy pr colcar supers como med ec ram Condon pons pa rene cla de qu or ro, como ous Stor da Oa era elas coma cia alta deste par tomcasenimentes newest" Ns areas membros EscComm cram qu, no caso de um stage ae conta Cubs prov rela conta ov Jp, ino sea um fic ave tere rch, neste meo-empo, ears gualent consented asia porn militar ds Jupiter, ed pea steno ees ‘Mas quando, em 27 de quo, ce es compari pense Nes cance de nec um acolo er rerpreando como mg cia alguns commento eras eum argo deal We Lippmann“ deca rae pce oma umn todo eter alge numa sag conssangdor com agi em ese ‘Or noncameranos, como vines, xara deconcerados com um go que em outa ccunenci lo era mio mais ‘Sim concord coma emogi dor upterer num acon mente ‘Src pivand com i os sition da vragen em prpazanda {ue desbusciam com ed dos miss Come Kray coeia Facuramente, “este acordo teve principalmenteimportincia mora, sem consequéncins pritieas, Todas os misc eram obsolerose o¢ Estados Unidos io precsavam deles, Os norte-americanos os teriam tetrad mesmo que ni houvesseconflte entre ns.” Para que tanto segredo,entio? Por que McNamara, Rusk, Bundy ¢ ‘outros mentiram para © Congreso e part outtos nos anos seguints,in- sistindo que nao hava tal acordo (Fazendo com que Kennedy parccese pouco razovel¢ flexivel, como resultado)? Em pare, novamente, para proceger a sensibilidade dos aliados, em parte para protege aimagem de JK e registrar uma vitéria sem concessées. E, parcialmente se aredi- ‘armos em Anatoly Dobrynin, para protger as ambigdes presencia faturas do irmio. “Muito em particular, Robert Kennedy acrescentou que um dia — quem sabe! — ele poderia se candidatar a presidente, e suas chances seriam redusidas se este acordo sccreto sobre ox misc na Turquia tanspirase.”® O segredo foi guardado até o inicio dor anos 1980, pelo menos, quando George Ball e outros insinuaram 0 acordo em suas memérias. Vale notar que a liderang sovidtica, que poderia ter interesse em tornar o fato amplamente conhecido, preferiu no faze ‘Duasconsideragdes nas demarcaram einibiram o comportamen to-dos EUA na crise, Uma, claro, era a obsessio docntia por Cuba. Os ‘Kennedys muito contribuiram para acirar esta quasehisteria — John Kennedy certa vez descreveu a abordagem rclativamente contida de Ei- senhower em relagéo a Cuba como “o mais evidente malogro da politica ‘externa nort-american’. Tendo exagerado a ameagacubana em pil «0. (no aso de Robert Kennedy) estimulado assduament participa do de “Mongoose” e outros esquemas da CIA para destruie Castro em 1961-62, cls estavam em posigio desfvorivel para minimizaro petigo fem outubro. Pela mesma razio, eles nio compreendiam bem 0 quan- to suas préprias preocupasSes sjudaram a fizer de Cuba uma questio pririiria para o Kremlin Tendo Kruschey decid instalar miscis ofensivos i, contudo, a visceral versio dos norteamericanos a miscis soviticos ado perto de casa (algo com que os europeus conviviam havia ‘itis anos) era em si um elemento politico na stuagio que Kennedy Aificilmente poderia ignort. [REFLENOES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO a Finsimene, hava Bein, Em recap, pase abeundo que Kennedy ess aeons evesem to oecadas pola pose Sc ua ncaa svc li le se convene de gue Krshey se teapr cu plano comple, nau pan amar em ob jets na Alaa long po Mal asc ia hor, dare Ur de picts dis de ec sem que 9 ExCom revere pars 4 Suesdo de Belin Ocdena para necesidade de comers pera tecio de Kruschev ma idade dividida, Como Kennedy de en 22 de carbo wo pmeic- mine Harold Macillan (ico goverante estrangeiro consultado por ele durante a crise), “nio preciso ressaltar a poste apo ete eta iniatva seca pergos de Krche com Bern Algo de 1948 pare tr sido muito tem arena — “Para « gorerma Kenney, Bet Ocdenlapresenta um interes vial fatto Ocdemc, Bundy eceeu oct, cm o mais nerd, im como Truman e Acheson havin conse incr na Corea tm pote preldioprs um ao explora svc a front ae dvds Alemanha, Kennedy seus cols vim atl doe tsi em Cabs como uma jogada vidi pata cane os sadn Unies, vlnestcs pare que enter Bein. * 1 inonia€ que «ere de Berm do inka dos anor 1960 je ences de fa Desde 1957, Kruschepresionsra por una “reo- Taglar as quests pendenes em Berlin Ocidenal. Em mat de twa eco ec amengou sina um taeda dep em para com 2 reine da Aleman Oren ¢ dr a0 gero aceo tol 4 met dk cide de Bei. Na pula de Viena om Renney le eno tar 2 superiondade vorddca cn fogs eonvenconis pats smear ‘pula note smeszans de Brim Ocidentl. No vero de 1961, dcvidamenc impresionado, Kenedy chegou suena oramento. social de def part aumenar a prenamlia nortameiana em Bei Kuch bea — de ealmene spun de vasa speindade cov rrmos de forges convencionas na Earopa, «pei tr eco Bek Ocidenta ea maior pure da Europa Ocenea) and bem tmendee, Mas 05 EUA hava jurado defender aliberdae de Bein a4 A rive: Kemndy Kracher ¢Cabe ‘Ocidental por todos os meios — 0 que na pritica significa armas nu cleates —e Kruschev alo pretend corer orsco de entrar numa gucr- ‘nuclear por causa da Alemanha, Em ver diso, ele resolveu o diem, local das autoridades da Alemanha Oriental — os milhares de cidadaoy {que votavam com os pés, mudando para o lado ocidental —erguendo ‘© Muro, em agosto de 1961. Dois meses mais tarde ele recuou da "data limite para um tratado de paz e nada mais se flou sobre o assunto.® Mas os norte-americanos, nest cso come noutros,levaram a fan- farronice ¢ propaganda sovdtica a sério ¢ — acreditando equivoca- ddamente que Berlim era tio importante para os rusts como era para © Ocidente — montaram seu entendimenco ds relagdes entre EUA e 'URSS em tomo da questo de Berl. Isso aumentou dramaticamen- te o significado aparence da crise de Cuba. Portanto, Kennedy disse em 19 de outubro: "Nzo creio que tenhamosalrernatvassatisfatrias |. ‘nosso problema nio € apenas Cuba, hi ainda Beslim, E quando reco- shecemos a imporcineia de Beslim para a Europa, ¢ reconhecemos 3 importincia de nososaiados para nés, temas o que tornou este caso 0 dilema do momento, Caso contri, nossa resposta seta bem fii.” Se «dermos cles a mio em Cuba, vio peo brago em Berlim,era.acrenga sera. Tiés dias antes, quando a crise comegou,o secreviio de Estado Dean Rusk sitetizou a sua interpretagdo das ages sovigricas: “Creio também que Berlim eseéprofundamente envolvida nss. Pla primes vez estou comesando a me rguntar seo st. Kruschey éinteiramente ‘acional em relagio a Beslim,” Os letores de hoje de The Kennedy Tapes talvezfasam a mesma pergunta em relago aos adversiros norte-amer- ‘anos de Kruschev (Os los resenhados, em particular The Kennedy Tapes, nos dio ‘uma oporunidade para pensar de moda novo a respeto de homens que julgivamos conhecer; mas ainda por ces flarem excraficialmen- fe — $6 0s irmios Kennedy sabiam da gravagio, Dean Acheson, um diplomata de consiersvelesatura durante os anos em que atuou como secretirio de Estado no governo Truman, neste caso revelou-se um por Iisico antigo, ressentido, que nio aprendew nada nem esqueceu nada Quando seu conselho ¢ ignorado e a abordagem moderada apresenta resultados, ele os atrbui, mesquinho, & “pura sore estipida’. Douglas [REFLEXES SOBRE UM SECULO ESQUECIDO as Dillon, 0 equintado seretirio do Tesouro, surge nas fitas como um insensato belicoso, ansiando pela intervengao militar. (Os senadores Richard Rusell e Wiliam Fullbright, que participa vam do grupe de ders do congresso com quem os segredos foram com- parilhados ances da entevsa coletva de Kennedy em 22 de outubro, fexpressaram opinides assuseadoras, Ao dscutir as escolhas de Kennedy, Russel declara: “Uma guerra, nos destino vai depender disso, Mas ela

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