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1. Introdução
O crescimento da economia global juntamente com o avanço do mercado competitivo
gerou uma demanda expressiva pela necessidade de desenvolver novas tecnologias. Essa
combinação se tornou fundamental para garantir às empresas uma parcela significativa entre
os melhores (Lastres et al, 1999).
Os processos produtivos em geral proporcionam a oportunidade de colocar em prática
essas melhorias através de sistemas cada vez mais automatizados. A implantação de novas
tecnologias é fundamental para o desenvolvimento industrial e o consequente crescimento
econômico, e torna-se inevitável para o sucesso de qualquer empresa ou indústria. Diante
disso, as indústrias terão que se enquadrar à ideia de que a automatização de processos em
diferentes setores industriais é fundamental para o sucesso (Mendes, 2006).
Segundo Nantes e Machado (2005) o setor alimentício vem apresentando um
crescimento constante nos últimos anos. Porém em pequenas e médias empresas alguns
processos ainda são conduzidos pela mão de obra humana. O sistema artesanal muitas vezes
acaba parando no tempo.
Porém, a competição neste setor se dá nas práticas gerenciais. Existe uma grande
relação entre esforços de gestão e valor da produção. É necessária uma capacidade
empreendedora direcionada, principalmente, para a atualização de técnicas de gestão de
matéria-prima e equipamentos (Ferraz et al, 1995).
Silva & Plonski (1999) apontam a gestão da tecnologia como importante diferencial de
competitividade entre as empresas. Diante disso, podemos perceber a importância da
automação na indústria alimentícia.
A mudança no setor de embalagens, além de gerar um ganho considerável para a
produção, pode agregar certo valor devido à qualidade externado produto final. Young (2002)
apud Pelegrini (2005) relata que o consumidor percebe de uma maneira especial o valor
proporcionado pela embalagem de um produto.
O presente trabalho teve por objetivo automatizar o setor de embalagens de uma
indústria de alimentos, visando o aumento da produção e a qualidade nas características
físicas do produto final. Também se teve a preocupação em manter os colaboradores que
sobraram no setor e reaproveitá-los em outras tarefas dentro da empresa.
Primeiramente o artigo apresenta as mudanças no setor alimentício agregadas à
tendência na automação de processos. No final são apresentados os resultados obtidos com a
implantação do projeto e suas consequentes melhorias.
2. Estudo do caso
O método do processo de embalagem anterior à implantação do modelo era realizado
de forma 100% manual. O produto era cortado por uma máquina e distribuído nas mesas
através de bandejas plásticas. Cada funcionário disponibilizava de uma quantia de embalagem
plástica tipo celofane (folha plástica transparente extremamente fina, feita de hidrato de
celulose). O produto (mandolate) era embalado manualmente, de maneira que o funcionário
enrolava o doce na embalagem, dobrando as pontas que sobravam. No final, os doces eram
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Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
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colocados num pacote plástico formando uma embalagem com 10 unidades conforme mostra
a figura 1.
Fonte: www.dacolonia.com.br
Figura 1 – embalagem com 10 unidades
2.1. A empresa
O estudo realizado foi implantado numa indústria do ramo alimentício, localizada na
cidade de Santo Antônio da Patrulha/RS. A empresa considerada de pequeno porte possui
aproximadamente 23 funcionários. Dentre a linha de produtos, produz a rapadura tipo
mandolate.
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Dos 23 funcionários, 13 fazem parte da fabricação do doce tipo mandolate sendo que
08 são responsáveis somente pelo setor de embalagens. Os demais são distribuídos na
fabricação de outros produtos da linha. Nos últimos 04 anos a empresa teve um aumento de
64,2% nas vendas anuais, números estes que poderiam ser maiores se a capacidade produtiva
fosse superior.
2.2. O processo
A fabricação da rapadura tipo mandolate possui os seguintes processos: tacho,
batedeira, mesa de forma, mesa de corte, embalagem e encaixotamento. O fluxograma é
mostrado na figura 3.
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O setor de embalagem era o posto de trabalho que possuía mais funcionários e mesmo
assim ocupava aproximadamente 1/3 do ciclo do processo.
2.3. A tecnologia
A automação se deu através da aquisição de uma máquina embaladora, composta por
uma esteira onde os produtos são depositados e carregados até o eixo giratório que faz o corte
da embalagem conforme o tamanho pré-determinado. A máquina possui um eixo que serve de
suporte para a bobina da embalagem. O eixo giratório que faz o corte possui duas navalhas em
posição de 180° (relação da posição entre as navalha no mesmo eixo). O corte é feito através
do aquecimento das navalhas e o fechamento da embalagem através da fusão do plástico. A
velocidade da esteira e a temperatura das navalhas são controladas pelo operador através de
um painel digital que fica localizado na parte superior direita da máquina.
Fonte: http://www.embalabrasilrs.com.br
Figura 5 – Máquina embaladora (painel/eixos)
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Fonte: http://www.embalabrasilrs.com.br
Figura 6 – Máquina embaladora (esteira)
3. Resultados obtidos
Os resultados obtidos após o primeiro mês de funcionamento da máquina foram
considerados satisfatórios pela gerência da empresa. O número de funcionários do setor de
embalagens foi reduzido para 04 e a produção diária passou para 28.800 unidades, tendo um
aumento significativo de 42,9%. Através disso, constatou-se que o valor investido na
aquisição da máquina teria um retorno em 4,5 meses.
Os funcionários que sobraram do posto de trabalho foram divididos e aproveitados nos
demais postos, priorizando o balanceamento da linha para que fossem evitados estoques
intermediários.
4. Conclusão
Com a automação do setor de embalagens, obteve-se um resultado positivo relativo a
ganhos de produtividade, destacando-se um aumento diário de aproximadamente 43%. Dentre
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Bibliografia
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NANTES, J. F. D.; MACHADO, J. G. C. F. Aspectos Competitivos da Indústria de Alimentos no Brasil -
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Orientadora: Profª. Drª. Virginia Borges Kistmann. Curitiba/PR – Brasil, 2005.
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