Hist6rias 4s margens
‘A obra de Adriana Varejio resgata e cruza diferen-
fes histrias, tendo mltplas narrativa e rfertn-
cee ae isda da arte ate relgise, da gzuljaia
| ceramics, de China 20 Brasil, da conogeafia colonial
[imagens produzidas pelos viajntes europeus ¢ &
aie academica da geometrizacio dos espagos arqul-
{edonicos rade modernist, dos temas aquiticos 205
napus, A propria artist, em entrevista publicads em
hos, meniona seu tecdo de histérias “(Minha nar-
fata] éum tecido de bistras.Histérias do corpo, da
nguitetura, do Bras da tatuagem, da cerimica, dos
Snulejos antigos, prtugueses, ou dos modernos vul
fates, dos mapas dos livros, da pintura.”
‘Neste repertoro hibrido ¢ polifénico, um elemento
‘surge como motivo condutor atravessando toda a. obra
de Vaejio: 0 corpo, seja ele rasgado,cortado,dilace
rad, esquartejado, em fragmentos ou em pedagos. O
corpo érevelado enquanto pele e carne da pintura ha
bitando os interiores da arquitetura e descoberto em
‘suas runas, representando nas saunas por metonimia.
Se. corpo ¢o tema recorrente da obra seu espirito &
barroco, cheio de excessos e exuberincia, Ouro € oF
rnamentagdes, curvas e dobras, drama e teatralidade.
[Acima de tudo, o barroco tem a capactade de absor-
ver outras culturas, de se flexbilizar para incorporar
‘outrashistéras. Bnesse sentido que ee se conecta com,
1 miscigenagio e a mestiagem, chaves fundamentais
para ler a obra de Varejio, No pensamento latino-a
‘mericano,« mestigagem consolida-se como nosso sig-
no cultural mais forte a partir de meados do século
XX, coma aponta Irlemar Chiampi.' Mas pode-se de-
tectar ai também uma resistincia 20 eurocentrismo. A
riscigenagio do barroco latino-americano, segundo
Aro Peden
Ls Bustiquio Soares & um “indice g
dulsta colonial, uma ver que combiga a
te elementos de culturas diversas” 0 opt
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