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A sabedoria de descansar

António Valério, s.j.

Chega o tão esperado momento de férias, de paragem, de um ritmo mais lento e saboreado da
vida. Ter tempo para o que se deseja, finalmente!

E é bom ter tempo para fazer o que se quer... e ter a possibilidade de o fazer: ler um bom livro,
um passeio, momentos tranquilos com amigos ou em família. Na verdade, quando estamos em
tempo de descanso, a fazer o que se gosta, sente-se que não se está a perder tempo.

É certo que ficam algumas coisas e preocupações "urgentes" para trás. E é aí que se poderá
encontrar um bom equilíbrio e um bom segredo para as férias. É uma altura em que há tempo
para tudo, mas haverá tempo para nós próprios? É tão importante cuidarmos de nós. Podemos
ficar na indecisão de ter alguns minutos, mesmo poucos, de paragem interior, a respirar por
dentro, a alargar a alma, ou passarmos as férias a fazer coisas engraçadas e apetecíveis, mas o
coração acaba por se ir gastando fora de si.

Por outro lado, fazer o que se quer não é igual a fazer o que convém e o que nos faz melhor. No
fim, pode ficar o vazio de pensar que se poderia ter aproveitado melhor aquilo que
verdadeiramente queremos para a vida. Talvez porque Deus não foi nosso companheiro
constante da arte de descansar, e Ele percebe muito de tudo o que é relacionado com a paz.

Assim, temos duas coisas importantes: a qualidade e a quantidade do descanso e do tempo de


cuidarmos de nós. Este tempo é uma prioridade. Nas várias possibilidades, escolhemos a que
tem a maior qualidade? E as coisas "urgentes" que retomaremos depois, terão outro sabor.
Façamos a experiência...

Boas férias e regressamos em Setembro!

“mundo consciente”

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