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Linux for children ;-)

Um guia rápido para os calouros do DCC/UFMG


Frederico Paiva Quintão
Laboratório de Pesquisa Operacional
LaPO/DCC/UFMG
fred@dcc.ufmg.br

1 Introducão
Neste rápido texto pretende-se dar uma visão geral do SO Linux, suas funcionalidades, uso
de shell, modos gráficos, editores, compiladores, etc. Além disso deseja-se mostrar aos alunos
como usar os recursos computacionais do DCC. Este texto foi escrito especialmente para os
calouros burros do curso de Ciência da Computação da UFMG 2004/2 (turma do Valentim).

2 Sessões
O Linux possui diversas sessões. Geralmente tratam-se de 6 interfaces modo texto e uma
interface gráfica. Para acessar uma interface texto, use as teclas CT RL + ALT + F δ, onde
δ ∈ {1, ..., 6} (ou seja, aquelas teclas lá em cima, perto do ESC. Para acessar o modo gráfico,
use CT RL + ALT + F 7 Assim que aparecer a tela de logon, digite seu login e sua senha (não
deixe ninguém ver sua senha senão eles vão invadir sua conta e apagar seus arquivos!).

3 Modo gráfico
O ambiente mais comum de modo gráfico é o KDE. O ambiente KDE se parece bastante com
o RWindows. Existe um botão no canto inferior esquerdo da tela que corresponde ao Iniciar.
Você só vai aprender a utilizar tudo fuçando no sistema, mas alguns itens merecem destaque:

• Home: são seus arquivos pessoais, que graças ao NFS (Network File System) são visı́veis
de qualquer máquina Linux/Unix do DCC;

• Editors: contém os editores, que você vai usar para fazer os seus TPs;

• Run Commands: executa comandos;

• Internet: pra você abrir o Mozilla e navegar;

• Terminal Sessions: contém programas de terminal (consoles e shell ) – você vai até
achar que eles se parecem com o DOS, mas aos poucos vai descobrindo que são muito
mais poderosos, e serão, sem sombra de dúvida, as ferramentas mais usadas por vocês
durante a graduação :)) ;

1
• Logout: pra você sair do sistema (recomendável quando não for usar mais). Mas se
preferir pode deixar logado pra um veterano te canelar.1

Ao lado do Iniciar encontram-se também alguns atalhos para programas.

4 Comandos básicos
O Linux possui diversos (sim, são muitos mesmo!) comandos de shell. Você pode usá-los tanto
em alguma interface modo texto (descritos acima) como acessando um shell ou xterm no modo
gráfico. Aqui serão descritos alguns comandos muito básicos. Para ver mais comandos, go to
google.com.

man: trata-se do manual do Linux. Sempre que você não souber o que faz algum comando,
quais são os parâmetros de alguma funcão em C, ou como usar um determinado programa,
digite man <nome do comando>. Experimente:

suzuki:~/DCC/CEC/Calouros->man man

e veja o resultado.

cd: acessa um diretório.

$->cd CalourosBurros

acessa o diretório CalourosBurros.


Dentre as principais opcões estão:

• cd .. desce um nı́vel na hierarquia de diterórios. Por exemplo, se o diretório


Calouros042 está dentro do diretório CalourosBurros, e atualmente se está nave-
gando pelo diretório Calouros042, então o comando cd .. retorna para o diretório
CalourosBurros;
• cd - retorna para o último diretório visitado;
• cd o uso do comando cd sem atributos retorna para o diretório home, que é o diretório
do usuário.

ls: é o comando usado para listar o conteúdo de um diretório. Algumas opcões:

• -la: lista todos os detalhes de todos os arquivos, como permissões, tamanho, etc.
Exemplo:
suzuki:~/DCC/CEC/Calouros->ls -la
total 44
drwx------ 2 fred lapo 4096 Sep 1 15:32 .
drwx------ 3 fred lapo 4096 Sep 1 14:51 ..
-rw------- 1 fred lapo 12288 Sep 1 15:33 .linux.tex.swp
-rw------- 1 fred lapo 481 Sep 1 15:30 linux.aux
-rw------- 1 fred lapo 4536 Sep 1 15:30 linux.dvi
-rw------- 1 fred lapo 4911 Sep 1 15:30 linux.log
-rwx------ 1 fred lapo 2861 Sep 1 15:32 linux.tex
suzuki:~/DCC/CEC/Calouros->
1
se não sabe o que significa canelar aguarde algumas semanas.

2
Vamos aproveitar pra descrever cada campo destas informacões: o primeiro campo
mostra as permissões (que discutiremos mais adiante). Em seguinda vem o nome do
proprietário do arquivo, o nome do grupo ao qual ele pertence, o tamanho em bytes,
a data de criacão, hora de criacão e também o nome do arquivo.
• -oha Além de mostrar os dados de antes, mostra o tamanho do arquivo em Kbytes,
o que é muito mais interessante.
• Existem diversas outras opcões, mas estas são as mais usadas e já são suficientes.
Caso esteja mais interessando, man ls.

mkdir: cria um diretório (pasta).

$->mkdir CalouroBurro

cria a pasta chamada CalouroBurro.

rm: apaga um arquivo. Por exemplo:

$->rm calouro

apaga o arquivo calouro da sua conta. Para evitar a confirmação (ou seja, o Linux não
vai perguntar se você realmente deseja apagar o arquivo), use uma contra-barra antes do
comando: $->\rm calouro apaga sem confirmação.
Para pagar um diretório inteiro, você deve usar rm -rf. Por exemplo rm -rf CalourosBurros
apagaria a pasta e todo o seu conteúdo. Também pode-se usar a contra-barra para evitar
confirmação.

top: é um comando que mostra os status dos processos da máquina, como: estado atual dos
processos (running, sleeping, etc), há quanto tempo um processo está rodando, memória
e CPU consumida por cada processo, proprietário do processo, prioridade, etc.

who: mostra o login de todos os usuários que estão logados na máquina, bem como o que cada
um está executando, a máquina onde está, tempo logado, etc.

5 Sistema de Permissão no Linux


O sistema de permissão indica quem pode acessar um determinado arquivo, e como este pode
ser acessado. O sistema de permissão constitui-se de um bytão de 9 bits, que determina quem
poder ler, quem pode executar e quem poder alterar determinado arquivo. Existe ainda um
primeiro bit que indica se o arquivo é na verdade um diretório. Os 3 primeiros bits indicam
as permissões do dono do arquivo, os próximos 3 bits indicam a permissão do grupo ao qual o
dono pertence, e os últimos 3 bits indicam a permissão dos demais usuários sobre o arquivo.
Por exemplo, a seguinte linha:

-rwx------ 1 fred grad 6922 2003-05-20 15:00 principal.c

Indica que principal.c é um arquivo (pois o primeiro bit da esquerda pra direita é um traço,
se fosse um diretório terı́a-se a letra ”d”). Além disso, o dono (no caso o fred) possui permissão
de leitura (r), escrita (w) e execucão (x). Já os demais usuários (tanto do grupo quanto os
outros da rede) não possuem nenhum privilégio sobre o arquivo.
Já a seguinte linha:

3
-rw-r-xr-x 1 fred grad 1729 2004-03-19 16:49 saida
Indica que o proprietário do arquivo saida possui prioridade de leitura (r) e escrita (w) sobre
este arquivo. Os usuários do mesmo gurpo tem permissão pra leitura (r) e execucão (x), bem
como os demais usuarios da rede.

5.1 Como mudar a permissão de um arquivo


Para isso, basta combinar os bits para formar os valores desejados (se você ainda não sabe
transformar números da base dez pra binário, então f*d** – faça o favor de assistir as aulas de
Matemática discreta e AEDSI com atenção :)) ). Mas vamos lá:
Como dito, temos um bytão de nove bits que define o sistema de permissão. O que basta
fazer é determinar o que cada um dos usuários (você, seu grupo e os demais) vão poder fazer
com o arquivo. Pense em você: imagine que você está com seu TP, e você deseja executá-
lo, lê-lo e também alterá-lo. Cada uma destas acões é definida por um bit; se todos os bits
estão ativos, então temos o seguinte número: 111 (o primeiro corresponde à leitura, o segundo
à escrita e o terceiro à execucão). Mas 111 em binário é 7 em decimal, então a permissão
pra você é 7!. Agora pense no pessoal da sua grad ... você vai deixá-los copiar o trabalho?
Talvez você é bonzinho e deixa a galera executar pra testar, mas não deixa o povo ler :)) e
muito menos alterar!!! Então, o povo não pode ler (portanto o primeiro bit – bit de leitura
está desabilitado), nem alterar (este bit também está desabilitado); entretanto, o pessoal pode
executar, e o terceiro bit deverá estar ativado. Logo, temos 001, que é 1 em decimal! Logo, a
permissão pra galera da grad é 1! Vamos supor que você é mal, e que o pessoal de outras grads
não pode fazer nada com seu arquivo querido. Então, todos os bits estão desabilitados, logo a
permissão pra galera de fora é 000! Concatenando todos os valores encontrados temos a tabela
abaixo:
111 101 101
que, como dito, equivale a 710. Logo, a permissão que você deve dar ao arquivo é 710! Então,
pra dar permissão 710 ao seu arquivo querido, use a seguinte linha de comando:
suzuki:~/EUME/doc->chmod 710 CalouroBurro
o comando chmod é responsável por mudar a permissão. Dando um ls -la pra ver o conteúdo
da pasta, nota-se a seguinte configuracão de status do arquivo CalouroBurro:
-rwx--x--- 1 fred lapo 6 Sep 1 16:40 CalouroBurro
Ou seja, o resultado foi como gostarı́amos.

6 Login remoto
6.1 De dentro do DCC
Para logar remotamente em qualquer máquina do DCC basta usar o comando ssh <nome|ip
da maquina>. Por exemplo, se você estiver na máquina lambari.dcc.ufmg.br e deseja logar
na máquina vampira.dcc.ufmg.br, basta usar o comando:

[17:12] lambari:~->ssh vampira


The authenticity of host ’vampira (150.164.6.181)’ can’t be established.
RSA key fingerprint is 6c:70:5c:27:46:26:1a:e1:95:5e:31:38:fc:6b:bd:15.
Are you sure you want to continue connecting (yes/no)? yes

4
Warning: Permanently added ’vampira,150.164.6.181’ (RSA) to the list
of known hosts.
fred@vampira’s password:
Last login: Mon Apr 12 08:59:08 2004 from volga.dcc.ufmg.
Sun Microsystems Inc. SunOS 5.9 Generic May 2002
tset: No match.
tcsh: using dumb terminal settings.
[16:55] vampira:~->

A mensagem que segue o comando ssh aparece por que essa foi a primeira vez que logou-se
nesta máquina remotamente; seu nome não estava no arquivo .ssh/known hosts

6.2 De fora do DCC


Por virtude de seguranca, o login remoto de fora do DCC deve ser feito diretamente para
a máquina mica.dcc.ufmg.br, ou login.dcc.ufmg.br. Se você é usuário de Linux em casa,
basta usar ssh login@mica.dcc.ufmg.br. Se você usa o Rwindows, vá ao site www.dcc.ufmg.br/grc
e baixe o PuTTy ou o SSH Secure Shell Client.
Depois de logado na mica, o usuário pode logar em qualquer outra máquina.
Máquinas que você pode usar:

• Qualquer uma com nome de peixe ou rio, como: lambari, truta, piau, carpa, traira, volga,
mississipi, colorado, etc.

• Máquinas com nome de X-Men: gambit, vampira, jean, etc.

• Outras máquinas como: mandos, leao, tigre, yavanna, etc.

7 Transferência de arquivos – FTP


Estando dentro do DCC, você pode fazer transferência de arquivo de qualquer máquina para
qualquer outra (embora esta situação não seja muito comum, uma vez que todos os seus arquivos
estarão em qualquer máquina que você logar, graças ao NFS). O programa a ser usado é o sftp.
A sintaxe é idêntica à do ssh.
Estando fora do DCC você só pode fazer FTP pra mica. No Linux usa-se:

$->sftp login@mica.dcc.ufmg.br

Os usuário Rwindows devem baixar os programas de FTP seguro no site do GRC.

8 Leitura de e-mail
8.1 Para criancas
Crianças costumam usar o site webmail.dcc.ufmg.br para acessar seus e-mails. Não tem a
menor graça.

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8.2 Para os demais
As demais pessoas usam o programa pine para leitura de e-mails. O pine já está configurado
para todos os usuários em todas as máquinas do DCC. Para ter acesso ao pine basta digitar
o nome do programa em linha de comando em qualquer máquina Linux ou Unix do DCC.
Quando se entra no programa ele solicita login e senha.
Fornecidos login e senha, pode-se abrir a Inbox, a pasta Spam ou mesmo navegar pelos
newsgroups. Entre em Folder List em seguida em Main e posteriormente em Inbox para abrir a
pasta que contém os e-mails que chegaram pra você. Uma vez ou outra é bom dar uma visitada
na pasta Spam para apagar os indesejáveis mails :(
Para acessar os newsgroups, você deve ir em Folder List e em seguida entrar na pasta de
News. Alguns News que você tem que assinar:

• ufmg.dcc.rec.abobrinhas: muito bom, ainda mais depois que cortaram a conta do


edujr! É pra onde devem ser direcionadas as canelas.

• ufmg.dcc.rec.futsal: info sobre a Laudelino Pereira, amistosos, etc.

• ufmg.dcc.negocios: venda de livros, carro, computador, mulher, etc.

• ufmg.dcc.alunosgd: informacões importantes pra todos os alunos da graduação;

• ufmg.dcc.empregos: postagem de info sobre estágios, bolsas, etc.

• ufmg.dcc.rec.diplomacia: entre e verás!

Sem contar a infinidade de news que você vai encontrar na usenet!

8.3 Acontece no DCC


O Acontece é o mais importante periódico publicado no DCC/UFMG, com periodicidade sem-
anal. Trata-se do lugar onde são postadas todas as bobagens, palas gays e outras coisas que
acontecem nos corredores DCCanos :) Para que uma contribuição sua saia no Acontece, basta
mandar um mail para fred@dcc.ufmg.br com a contribuição, que pode ser anônima ou não!

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