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Coungko EDvEAGKO PoscxiTICA WER, Coondenador; Pablo Geil = Giner,sesualidade e educago ome acon ar Apaaa ‘emstrutvista e utras formas de govera do eu “Toma Tadeu d Silva (oc) =A aici do consens~Sinalaroe mposio ns ‘forma educacional do neoliberaizmo Pablo eat dentate eiferenca—A perspective dos Estudos Ctra “Tomaz Tadou daSilva (one) Pada eritease subjevagio— Una porspctva faction ‘Marin Manus Alves Garcia ‘ennui hat al ayn Woe etn | Dene nn oe Hal Sa Won at pr ag sti 1 sonnei: Sas 302 2 Nene «Stereo 32 Tomaz Tadeu da Silva (org.) Stuart Hall Kathryn Woodward Identidade e diferenca A perspectiva dos Estudos Culturais ‘rates: Torna Tad da Silva Gono oe Cp eth Ser ata comin “eat cp etn atone aang cure ti oar apr age ei pe {© nein 197 aba com manage, cpio,“ pri ear gil de eT Nato capncnnperseaee Pal sca ‘ua 9% eink ap ren rat pag mt “on tte eae ‘bj ri ACSA Dom Oe [iain cotame ore ct yin | eo fo compo ine pl Er es i Sumario 1. Idontdade o dlerenga: uma itr teéiea e eoncotul, 7 Kateyn Weooonar 2. produgio social da identidade & a dioronga, 73 Tomaz Tadou da Siva 8. Quom precisa da identidade?, 103 ‘Stuart Hall, MOORE, (1994), “Divided we stands, gender and sexs Ailes”, Feminist Reviow, 9.47, 7898. (NIKON, S.(1997).Extubiing masculinity. fn: HALL, S. (et) Represcnaon: cultura! representations ad signifying proces. Landes Sage’The Open Univesity ROBINS, K. (1997), Global ies: what inthe wort going on? n DUGAY, (ong) -Pradueton of CulturesCaltures of Produc ion. Lone: Sage/Tne Open University (1991. Trion and ansation: nations eure ia ts “loa context n: CORNER, I. HARVEY, 8. (os). Berrie ‘and ergy crmsorentsofstonal ele. Lopdrcs: Routed. RUTHERFORD, 3. (oe)(190} Idea: community, cate dit ference Londres: Lawrence and Wishart. ROWUOTHAM, 8. (1973), Hiden from History: 300 years of ‘women's oppression aad he ight apna i. Loodes: Pao, SAID, F.(6). Orientation, Londres: Random Hous SSAUSSURE, F. de (1978), Cours in General Linguistics Low tes: Callin WEEKS, (199). The Lester Ei andthe Greater Good hoy and politics of socal diversity, Londres: Rivers Oram Press 2. A producao social da identidade e da diferenca Teonaz Tadou da Sikes ‘As questdes do muticultualismo e da diferenga toma ‘am-se, nos ttimos anos, centras na teria educacionaleii- «aaté mosmo nas pedazogas ofiisis, Mesino quctratadas 4 forma marginal, como “temas transverstis”, ess ques ‘es so reconhecidas, inclusive pel oficialismo, como lei ‘mas questOes de conheciment 0 queeausacstranheza nes ss discusses 6 entrtanto, a ausocia de umateoriacaen fidade eda diferenga Em geral, © chamado “multiculturalismo” apoia-se em tum vago benevolente apelo a olerinca e ao respeito para ‘coma dversidade ea diferenga.E partcularmente problems ‘ica, nessas perspectivas, aida de diversidade.Parece dif «ilqueumaperspectiva quese limita proelamara exstanca da diversidade possa serve de base para una pedagosia que rivado da identidade. Nesta perspectiva, a identidade€aree- 1% B ‘cin, 0 pontoorigina elativamente ao qual se define adi fereoga. Is reflote a tendcia a tomar aquilo que somos ‘como senda 4 norma pola qual descrevemos ou avalamos ‘il que nfo somos. Por sa vez, na perspectiva que veaho tentando desenvolve,identidade e diferenga so vistas como ‘mutuamentedeterminadas. Numa visso mais radial, entre ‘tanto, ert posivel dizer que, contraramente primeira pees- pectva, Gadiferenga que vem em primeire lugar. Para isso se- fia preciso considera a diferenga no simplesmente como re- sallado de umn process, mas como o processo mesmo pelo ‘qual dando 2 identdade quanto a dferenga (compreenide, ‘aqui, como resultado) so prouzidas. Na origem estaraadi- ferenga-compreendia, agora, como ato ou proceso de dife- reacingio. Ff ptecsamente esa noqlo que esti no centro da ‘concituaolinguitiea de diferenga, como veremos aint, |dentidade e diferena: criaturas da linguagem Alem de serem iterdopendentes,identidade e diferenea pritham uma important caracteristca:elas so o resultado de sos decragio linguistia. Dizer que so 0 resultado de ts de erago signibica dizer que no so “elementos” da ‘aurea, que flo so esnéncias, que oso coisas que este- jam simplesmente a, espera de werem reveladas ou deseo bert, respeitadas ou toleradas A identidade e a diferenea im que er ativamenteproduzidas. Blas no so erianurs do ‘mundo natural ou dew mundo transcendental, eas do un ddocultual social. Somos nbs que as fbricamos, no contex- to de relates culturaisesociais. A identidadee a diferenga so eriagbes sola e cultural. Dizer, por sua ver, que identidadee diferenga si0 0 sultado datos deceriagdo linguisticasigntica dizer queelas so criadas por meio de aos de linguagem. Isto parece uma, obviedade, Mas como tendemos a tomé-tas como dadas, como “fats da vida", com frequéncia esquecemes que a ‘entidade ea diferenga tém que sor nomeadas.£ apenaspor ‘meio de atos de fala que insttuimos a identidade ea dite renga como tas. A dfinigio da idetidade brasileira, por ‘exemplo, €0 resultado da criagio de variads © complexos alos linguisticos que adefinem como senda diferente de ou ‘ras identidades nacionais Como ato linguistico, a identidade ea diferenga estosu- jeitasa certs propriedades que caracterizam alinguagemem eral. Por exemplo, sopundoo linguistasugo Ferdinand de Saussure, a linguagem é, fundamentalmente, umn sistema de Aiferengas. Ns i haviamos encontrado esta dein quando f- amos da identidade e da diferengs come elementos que 6 {tm sentido no interior de uma eadeia de diferenciagio uistica "ser iso” significa “ni ser isto” endo ser aquiloe “nfo ser mais aquil” e assim por diane) De cord com Saussure, os clementos ~ os signos — que consttuem uma lingua no tém qualquer valor absolute, no {azem sentido se considerados isoladament, Se considera ‘mos apenas oaspecto material dour signo, seu aspecto pri £0 ou fenétic (0 sinal grifico “vaca”, por exemplo, ow seu ‘quivalentefonstico),ndohinele nad intrinsocoqueremeta ‘Aquela coisa que reconhecemos como tendo uma vaca ~ ele podera, de forma iguamentearbiteri,remeter a um outro ‘objeto como, por exemplo, uma fea, Ele sé adauire valor — ‘oa sentido ~ numa eadeiainfnita de cutras areas grificas ‘01 fondticas queso diferentes dele, © mesmo ocorre se con- ignificado que constitu um determinadosigno, consieramos.seu aspect conceit, 0 conceito de “vaca” sé faz sentido mama cadeininfinita de conecitos que til so “vaca”. Tal como ocorre como conecito “sou basi Jeiro”, palavra “vaca” é apenas uma mancra conveniente ‘eabreviada de dizer"isto nfo porco”, “io drvore™ “no casa" eassim por diane. Bm outra palavas, a lingua no 7 rss de um sistema de difereneas. eencontamos, au em ‘contraste coma idea de diferenca como produto, a nos de diferenga como a operagio ou processo bisica de funcion mento da lingua, porextenso, de insides culturaises0- ais como a identdade, por exemplo, Mas a linguagem vacila. Aidentidad ea diferenga no podem ser compreendidas, pris, fora dos sistemas de significaro nos quais adquirem Setido. No so seres da natureza, mas da cultura e dos sste- ‘mas simhdlicas que aeompem. Dizer isso ni significa en tretanto, diner que elas lo determinadss, deuma Vez porto das, pelos sistemas discursivos esimbdlicos que hes dio de- Finigo. cor’ que a linguagem,enteadida aqui de forma ts geral como sistema de signifcagSo ela pia, aa ‘erutrainstvel. E precisamente isso que teicos pis-ce- traturalistas como Jacques Derrida vém tentando dizer nos ‘ikimos anos. A inguagem vacila. Ou, mas palaveas do fin- sista Baward Sapir (1921), “todas as gramiticas vazam”. ‘Essa indeterminago fatal da inguigem decorre de uma caracteritica fundamental do signo. Osigno 6 um sna ua ‘area um trapo que est. no lugar de ums tea coisa, a gual pode ser umn cbjeto concreto (0 objeto “gato, um eonesito ligado a um objeto eoncreto (0 concite de “gito") ou um conceit abstato(“amor”)O signo no coincide com acoisa ‘ov oconceito. Na linguagem Glovfca de Derrida, podera ‘os dizer que osgno nfo uma presen, ou se, acoso © conceto ni esto presentes no sign. ‘Mas natureza da lingeager éta que nfo podemos dei- ‘ar de ter a ilusio de vero signo como uma presenga, isto &, de ver no sino a presenga do referente(a“eoisa") ot do con. «ito. £4 isso que Derrida chama de “metafsica da presen- 2", Essa “uso” € nevestira para que 0 signo funcione ‘om tl: fia, 0 signo est no garde atgumsoutra ess. ‘Embora nunca plenamente realizado, apromessada presenga part inteprante da ideia de signo. Hm outras pales, po- ‘demos dizer, com Deri, que a plewa presenga (a “cosa”, do conceit) no sigo ¢indefinidaene adiada. também & impossibiidade dessa presenga que obrpa o signoa depen ‘der de um process de diferenciago, de dferenga, como vi ‘mos anteriomments. Derrida arescenta a isso, entetanto, 8 de ago: 0 signocarrega sempre no apensso taco da- ‘quilo que ele substitu, mas também o trago daguil que ele ‘lo é ou soja, precxamente da diferenga. Iso significa que rnenhum signo pode ser simplesmente rita a si meso, ou sea, identidade, Se quisermos retomar o exemplo da ‘dentidade da diferena cultural a declaragio de identidade “sou brasileiro", om seja, a identidade brasileira, eatega, ‘cont em si mesma, o rago do outro, da diferenga “no sou italiano”, “nao sou chins” ee, A mlesmidad (ou iden- tidade) port sempre o wago da outidade (x da dfereng). exemplo da consulta 20 dcionérotalvez aude a com- preender melhor as questdes da presenga eda diferenca em Derrida. Quando consultamos uma pala no diciondro, 0 icionirio nos forece wna definigao ou um sinGnims daque- Tapalavra. Em nenhum ds casos, conceito “mesma” & indefnidamenteadiada: cla 6 existe como trago de uma presenga que munca se coneretiza Além seo, na imposible da presenga um determinadosigno 6 Go que é porque ele nlo €um outro, nem aguele outro et., ‘ou sj, sua exsténcia € marcada unicamente pela diferent ‘que sobrevive em cada signo como tro, como fantasma © sssombragio, se podemos asim dizer. Em sum, © signo & »

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