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PEDRO TOSCANO

Permaneço refletindo acerca do desejo. Como sua força tem potência


suficiente para levar alguém a algo, e, como tal percepção, mesmo que
inconsciente, deságua numa mudança que percorre nossa vida, nosso tempo e
nosso prazer. A abordagem predominante nas pesquisas desenvolvidas pela turma
é oriunda deste mesmo ventre prazeroso. Ficou a cabo da intensa experiência
prévia, que foi parrhesia e o contato com a mestra Naná Sodré, uma forte
reverberação, altos níveis de identificação e também sede pelo descobrimento
antropológico. Suas formas de execução, seus métodos, sua ancestralidade, sua
matéria, seu percurso metafísico, e várias outras áreas de atuação da mesma, foi
um gancho para muitos desenvolverem seu trabalho de forma viva e feliz.

O estudo do corpo e da corporeidade, os princípios fisicos do treinamento


para o ator, o que há de autêntico, o que deve ser repetido, onde devemos chegar e
o que a você vou mostrar. é outro forte pilar de sustentação do tempo recente de
alguns colegas. Nossa grande fábrica do fazer, 100% livre, determinadamente
indeterminada, onde quero? como eu quero? de onde eu quero? é também uma
porta aberta pra quem quiser ver. Seguindo a risca, mesmo desviando o foco, o
contato com a Bufonaria, para turma, atiçou certos corpos a falarem de si, a
exposição também tomou conta do negócio. O estudo da auto percepção, auto
descrição… auto de autoria.

Alguns acompanharam, outros contemplaram, muitos analisaram mas o força


unânime foi que sim, estamos dizendo algo. estamos fazendo algo, autenticamente
ou não, procuramos por respostas. Temos fome dos frutos e vontade de semear.
onde quer que seja: fazedores de teatro ATIVAR!

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