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Capacitor

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Capacitor

Exemplos de capacitores. A escala principal é dada em centímetros.


Nome do componente Capacitor
Informações históricas
Inventado por Pieter van Musschenbroek
Uso
Símbolo Kondensatoren-Schaltzeichen-Wiki-07-02-25.jpg
Portal da Eletrônica
Capacitor (português brasileiro) ou condensador (português europeu) é um componente
que armazena cargas elétricas num campo elétrico, acumulando um desequilíbrio
interno de carga elétrica.

Historicamente, a ideia de seu uso baseia-se na Garrafa de Leiden em 1746 por


Pieter van Musschenbroek na cidade de Leiden, na Holanda.[1]

História
Em outubro de 1745, Ewald Georg von Kleist, descobriu que uma carga poderia ser
armazenada, conectando um gerador de alta tensão eletrostática por um fio a uma
jarra de vidro com água, que estava em sua mão.[1] A mão de Von Kleist e a água
agiram como condutores, e a jarra como um dielétrico (mas os detalhes do mecanismo
não foram identificados corretamente no momento). Von Kleist descobriu, após a
remoção do gerador, que ao tocar o fio, o resultado era um doloroso choque. Em uma
carta descrevendo o experimento, ele disse: "Eu não levaria um segundo choque pelo
reino de França".[2] No ano seguinte, na Universidade de Leiden, o físico holandês
Pieter van Musschenbroek inventou um capacitor similar, que foi nomeado de Jarra de
Leiden.[3]

Daniel Gralath foi o primeiro a combinar várias jarras em paralelo para aumentar a
capacidade de armazenamento de carga. Benjamin Franklin investigou a Jarra de
Leiden e "provou" que a carga estava armazenada no vidro, e não na água como os
outros tinham suposto. Ele também adotou o termo "bateria",[4][5] posteriormente
aplicada a um aglomerados de células eletroquímicas.[6]

Jarras de Leiden foram utilizados exclusivamente até cerca de 1900, quando a


invenção das transmissões de rádio em 1899 criou uma demanda por capacitores
padrão, e o movimento constante para frequências mais altas necessitavam de
capacitores com baixa capacitância.[carece de fontes]

No início capacitores também eram conhecidos como condensadores, um termo que ainda
é utilizado atualmente. O termo foi usado pela primeira vez por Alessandro Volta em
1782, com referência à capacidade do dispositivo de armazenar uma maior densidade
de carga elétrica do que um condutor normalmente isolado.[7]

Corrente de deslocamento
O físico James Clerk Maxwell propôs o conceito de corrente de deslocamento para
tornar a Lei de Ampère consistente com o princípio de conservação da carga em casos
em que a carga elétrica se acumula, como por exemplo num capacitor. Ele interpretou
este fenômeno como um movimento real de cargas, mesmo no vácuo, onde ele supôs que
corresponderia ao movimento de cargas de um dipolo no éter. Embora essa
interpretação tenha sido abandonada, a correção de Maxwell à lei de Ampere
permanece válida (um campo elétrico variável produz um campo magnético).[8]

A corrente de deslocamento deve ser incluída, por exemplo, para aplicação das Leis
de Kirchhoff a um capacitor.
Física do capacitor
Visão geral
Os formatos típicos consistem em dois eletrodos ou placas que armazenam cargas
opostas.[9] Estas duas placas são condutoras e são separadas por um isolante (ou
dielétrico). A carga é armazenada na superfície das placas, no limite com o
dielétrico. Devido ao fato de cada placa armazenar cargas iguais, porém opostas, a
carga total no dispositivo é sempre zero.

Esquema de um capacitor simples de placas paralelas

Quando uma diferença de potencial V = Ed é aplicada às placas deste capacitor


simples, surge um campo elétrico entre elas. Este campo elétrico é produzido pela
acumulação de uma carga nas placas.
Capacitância
A propriedade que estes dispositivos têm de armazenar energia elétrica sob a forma
de um campo eletrostático é chamada de capacitância ou capacidade (C) e é medida
pelo quociente da quantidade de carga (Q) armazenada pela diferença de potencial ou
tensão (V) que existe entre as placas:[9]

{\displaystyle C={\frac {Q}{\Delta V}}}C={\frac {Q}{\Delta V}}


Pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), um capacitor tem a capacitância de um
farad (F) quando um coulomb de carga causa uma diferença de potencial de um volt
(V) entre as placas (ou armaduras). O farad é uma unidade de medida considerada
muito grande para circuitos práticos, por isso, são utilizados valores de
capacitâncias expressos em microfarads (μF), nanofarads (nF) ou picofarads (pF).
[10]

A equação acima é exata somente para valores de Q muito maiores que a carga do
elétron (e = 1,6021 × 10−19 C). Por exemplo, se uma capacitância de 1 pF fosse
carregada a uma tensão de 1 µV, a equação perderia uma carga Q = 10−19 C, mas isto
seria impossível já que seria menor do que a carga em um único elétron. Entretanto,
as experiências e as teorias recentes sugerem a existência de cargas fracionárias.

A capacitância de um capacitor de placas paralelas constituído de dois eletrodos


planos idênticos de área A separados à distância constante d é aproximadamente
igual a:

{\displaystyle C=\epsilon _{0}\epsilon _{r}{\frac {A}{d}}}C=\epsilon _{0}\epsilon


_{r}{\frac {A}{d}}
onde

C é a capacitância em farad;
ε0 é a permissividade eletrostática do meio (vácuo ou espaço livre);
εr é a constante dielétrica ou permissividade relativa do isolante utilizado.
Energia
A capacitor with a dielectric

Os elétrons das moléculas mudam em direção à placa da esquerda positivamente


carregada. As moléculas então criam um campo elétrico do lado esquerdo que anula
parcialmente o campo criado pelas placas. (O espaço do ar é mostrado para maior
clareza; em um capacitor real, o dielétrico fica em contato direto com as placas.)
Para carregar um capacitor, é preciso carregar uma das armaduras com carga
{\displaystyle Q}Q e a outra com carga {\displaystyle -Q}-Q.O processo implica uma
transferência de carga {\displaystyle Q}Q de uma armadura para a outra. Essa
passagem pode ser devida à ligação de dois cabos nas armaduras e nos terminais de
uma bateria.[11]

Para calcular a energia dispensada nesse processo, imaginamos que a carga total
{\displaystyle Q}Q foi transferida em pequenas cargas infinitesimais {\displaystyle
dq}dq desde uma das armaduras até a outra, como se mostra na figura abaixo.[11]
Cada vez que uma carga {\displaystyle dq}dq passa da armadura negativa para a
positiva, ganha uma energia potencial elétrica:

Passagem da carga de uma armadura para a outra num capacitor


{\displaystyle \mathrm {d} U_{e}=\Delta V\,\mathrm {d} q={\frac {q}{C}}\,\mathrm
{d} q}{\mathrm {d}}U_{e}=\Delta V\,{\mathrm {d}}q={\frac {q}{C}}\,{\mathrm
{d}}q
A energia total armazenada no condensador obtem-se por integração, de
{\displaystyle q=0}q=0 até {\displaystyle q=Q}q=Q (área sob a reta no gráfico de
{\displaystyle \Delta V}\Delta V em função de {\displaystyle q}q, na figura
abaixo). O resultado é:

{\displaystyle U_{\mathrm {cond} }={\frac {1}{2}}\,{\frac {Q^{2}}{C}}}U_{{\mathrm


{cond}}}={\frac {1}{2}}\,{\frac {Q^{2}}{C}}

Aumento da diferença de potencial no condensador, em função da carga nas armaduras.


Usando a equação de capacitância, que relaciona a carga e a diferença de potencial
em qualquer condensador, a equação da energia total armazenada no condensador pode
ser escrita em outras duas formas alternativas[11]:

{\displaystyle U_{\mathrm {cond} }={\frac {1}{2}}\,Q\,\Delta V={\frac {1}


{2}}\,C\,\Delta V^{2}}U_{{\mathrm {cond}}}={\frac {1}{2}}\,Q\,\Delta V={\frac
{1}{2}}\,C\,\Delta V^{2}
A carga não será transferida para as armaduras de forma instantânea. Quando
ligarmos um condensador a uma fonte, a carga aumentará gradualmente até uma carga
final. O processo de aumento da carga, em função do tempo, denomina-se resposta
transitória do condensador; se a resistência entre a fonte e as armaduras do
condensador não for muito elevada, a resposta transitória será extremamente rápida
e podemos admitir que a carga no condensador já tem o seu valor final estável.

Em um circuito RC o tempo de carga de um capacitor é dado por {\displaystyle t=RC}


{\displaystyle t=RC}. Nessa expressão {\displaystyle t}t é o tempo de carga,
{\displaystyle R}R a resistência do resistor e {\displaystyle C}C a capacitância do
capacitor.[12]

Circuitos elétricos
Os elétrons não podem passar diretamente através do dielétrico de uma placa do
capacitor para a outra. Quando uma tensão é aplicada a um capacitor, a corrente
flui para uma das placas, carregando-a, enquanto flui da outra placa, carregando-a
inversamente. Quando a carga no capacitor atinge seu valor máximo, a corrente no
circuito é nula.[13]

A fórmula corrente é dada por

{\displaystyle I={\frac {dQ}{dt}}=C{\frac {dV}{dt}}}I={\frac {dQ}{dt}}=C{\frac


{dV}{dt}}
Onde I é a corrente fluindo na direção convencional, e dV/dt é a derivada da
tensão, em relação ao tempo.

No caso de uma tensão contínua (DC ou também designada CC) logo um equilíbrio é
encontrado, onde a carga das placas correspondem à tensão aplicada pela relação
Q=CV, e nenhuma corrente mais poderá fluir pelo circuito. Logo a corrente contínua
(DC) não pode passar. Entretanto, correntes alternadas (AC) podem: cada mudança de
tensão ocasiona carga ou descarga do capacitor, permitindo desta forma que a
corrente flua. A quantidade de "resistência" de um capacitor, sob regime AC, é
conhecida como reatância capacitiva, e a mesma varia conforme varia a frequência do
sinal AC. A reatância capacitiva é dada por:
{\displaystyle X_{C}={\frac {1}{2\pi fC}}}X_{C}={\frac {1}{2\pi fC}}
Onde:

XC = reatância capacitiva, medida em ohms


f = frequência do sinal AC, em hertz (Hz)
C = capacitância medida em Farads F
É denominada reatância pois o capacitor reage a mudanças na tensão, ou diferença de
potencial.

Desta forma a reatância é proporcionalmente inversa à frequência do sinal. Como


sinais DC (ou CC) possuem frequência igual a zero, a fórmula confirma que
capacitores bloqueiam completamente a corrente aplicada diretamente, após um
determinado tempo, em que o capacitor está carregando. Para correntes alternadas
(AC) com frequências muito altas a reatância, por ser muito pequena, pode ser
desprezada em análises aproximadas do circuito.

A impedância de um capacitor é dada por:

{\displaystyle Z=-j|Xc|={\frac {-j}{2\pi fC}}}{\displaystyle Z=-j|Xc|={\frac {-j}


{2\pi fC}}}
cujo j é o número imaginário.

Portanto, a reatância capacitiva é o componente imaginário negativo da impedância.

Em um circuito sintonizado tal como um receptor de rádio, a frequência selecionada


é uma função da indutância (L) e da capacitância (C) em série, como dado em :
{\displaystyle f={\frac {1}{2\pi {\sqrt {LC}}}}}f={\frac {1}{2\pi {\sqrt {LC}}}}

Essa é a frequência na qual a ressonância ocorre, em um circuito RLC em série.

Esfera condutora isolada


Numa esfera condutora isolada, a carga acumula-se toda na superfície, e de forma
uniforme, devido à simetria da esfera. Se a carga total na esfera for
{\displaystyle Q}Q , a força sobre uma carga pontual {\displaystyle q}q a uma
distância {\displaystyle r}r do centro da esfera, será igual à força que produziria
uma carga pontual {\displaystyle Q}Q no centro da esfera. Assim, o campo elétrico
produzido pela esfera é igual ao campo produzido por uma carga pontual
{\displaystyle Q}Q com componente radial dada pela equação:

{\displaystyle E={\frac {k\,Q}{r^{2}}}}E={\frac {k\,Q}{r^{2}}}


onde {\displaystyle k}k é a constante de Coulomb {\displaystyle (9\times
10^{9}\;\mathrm {N} \cdot \mathrm {m} ^{2}/\mathrm {C} ^{2})}(9\times 10^{9}\;
{\mathrm {N}}\cdot {\mathrm {m}}^{2}/{\mathrm {C}}^{2}).

A energia potencial elétrica que terá uma carga pontual q quando for colocada na
superfície da esfera, é dada pela equação {\displaystyle
U=q\,V_{\text{sup}}}U=q\,V_{{\text{sup}}} onde {\displaystyle
V_{\text{sup}}}V_{{\text{sup}}} é a diferença de potencial entre um ponto na
superfície da esfera e um ponto no infinito, onde a esfera já não produz nenhuma
energia potencial na carga {\displaystyle q}q.[11]

Para calcular {\displaystyle V_{\text{sup}}}V_{{\text{sup}}} aplica-se a definição


da diferença de potencial, usando um percurso de integração que segue a direção
radial das linhas de campo:

{\displaystyle V_{\text{sup}}=-\int _{\infty }^{a}E\,dr=-k\,Q\int _{\infty }^{a}


{\frac {1}{r^{2}}}\,dr={\frac {k\,Q}{a}}}V_{{\text{sup}}}=-\int
_{{\infty }}^{{a}}E\,dr=-k\,Q\int _{{\infty }}^{{a}}{\frac {1}{r^{2}}}\,dr={\frac
{k\,Q}{a}}
o valor desse integral é também igual à área sombreada na figura abaixo:

Esfera condutora de raio a, isolada, com carga Q, e gráfico do módulo do campo


elétrico produzido por essa esfera.
Portanto, a capacidade da esfera de raio a é:

{\displaystyle {\frac {Q}{V_{\text{sup}}}}={\frac {a}{k}}}{\frac {Q}


{V_{{\text{sup}}}}}={\frac {a}{k}}
Quanto maior for a esfera, maior será a sua capacidade. A capacidade não depende
nem da carga armazenada na esfera, nem do potencial produzido por essa carga. A
capacidade depende apenas do tamanho e da forma geométrica do condutor; neste caso
apenas podia depender do raio da esfera.[11]

Associação de capacitores
Um sistema de capacitores pode ser substituído por um único capacitor equivalente.
Nos casos em que os capacitores estejam ligados em série ou em paralelo, é fácil
calcular a capacidade que deverá ter o capacitor equivalente.

A figura abaixo mostra dois capacitores ligados em série, entre os pontos A e B. Se


os capacitores estiverem inicialmente descarregados, no momento em que for
introduzida uma diferença de potencial entre os pontos A e B, circulará uma carga
{\displaystyle Q}Q que entra pelo ponto a maior potencial (A na figura) e sai pelo
ponto a menor potencial.

Na região central, que liga as duas armaduras comuns dos dois capacitores , são
induzidas cargas {\displaystyle Q}Q e {\displaystyle -Q}-Q (a carga total nessa
região é nula). Assim, a carga armazenada em cada um dos capacitores é a mesma.[11]

Capacitores Ligados em Série


A diferença de potencial entre os pontos A e B será a soma das diferenças de
potencial em cada um dos capacitores :

{\displaystyle \Delta V=\Delta V_{1}+\Delta V_{2}=\left({\frac {1}{C_{1}}}+{\frac


{1}{C_{2}}}\right)Q}\Delta V=\Delta V_{1}+\Delta V_{2}=\left({\frac {1}{C_{1}}}+
{\frac {1}{C_{2}}}\right)Q
Assim, o sistema é equivalente a um único capacitor com capacidade que verifica a
equação:

{\displaystyle {\frac {1}{C_{\mathrm {s} }}}={\frac {1}{C_{1}}}+{\frac {1}


{C_{2}}}\qquad {\mbox{ou:}}\qquad {C_{\mathrm {s} }={\frac {C_{1}\,C_{2}}
{C_{1}+C_{2}}}}}{\frac {1}{C_{{\mathrm {s}}}}}={\frac {1}{C_{1}}}+{\frac {1}
{C_{2}}}\qquad {\mbox{ou:}}\qquad {C_{{\mathrm {s}}}={\frac {C_{1}\,C_{2}}
{C_{1}+C_{2}}}}
A carga armazenada no capacitor equivalente é a mesma que em cada um dos
capacitores em série.

A figura abaixo mostra um sistema de dois capacitores ligados em paralelo entre


dois pontos A e B. A diferença de potencial será sempre igual nos dois capacitores,
e igual à diferença de potencial entre os pontos A e B.

Capacitores Ligados em Paralelo


Se os capacitores estiverem inicialmente descarregados, no momento em que for
introduzida uma diferença de potencial entre os pontos A e B, entrará carga
positiva nas armaduras que estiverem ligadas ao ponto com maior potencial, e sairá
a mesma quantidade de carga das armaduras ligadas ao ponto com menor potencial.[11]
Mas a quantidade de carga que entra em cada capacitor não tem que ser a mesma; a
carga total que entra e sai entre os pontos Ae B é:

{\displaystyle Q=Q_{1}+Q_{2}=\left(C_{1}+C_{2}\right)\,\Delta
V}Q=Q_{1}+Q_{2}=\left(C_{1}+C_{2}\right)\,\Delta V
Assim, o sistema é equivalente a um único capacitor com capacidade igual à soma das
duas capacidades dos capacitores[11]:

{\displaystyle C_{\mathrm {p} }=C_{1}+C_{2}}C_{{\mathrm {p}}}=C_{1}+C_{2}


Capacitores na prática
Capacitores comuns
Apresenta-se com tolerâncias de 5 % ou 10 %.

Capacitores são frequentemente classificados de acordo com o material usado como


dielétrico. Os seguintes tipos de dielétricos são usados:

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