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PC Paula Carolina
postado em 09/03/2015 09:41 / atualizado em 09/03/2015 10:34
Nascentes das Gerais implantou 48 mil metros de guardrails no sistema MG 050/BR 262/BR 491,
como neste trecho em Juatuba(foto: Fred Wanderley/Nascentes das Gerais/Divulgação)
Quase metade dos trechos que deveriam ser dotados de dispositivos de proteção
contínua nas rodovias brasileiras não tem nenhuma proteção. O dado é resultado
de pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT) em 2014,
quando foram percorridos 98.475 quilômetros de rodovias pavimentadas no país.
Segundo a pesquisa, ainda que necessária a presença dos dispositivos de proteção,
em 45.224 quilômetros (ou 45,9% do total pesquisado) eles não foram
encontrados.
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Aliás, conforme bem atesta o relatório da pesquisa CNT, “as barreiras e as defensas
devem ser adequadamente projetadas, de forma que o veículo impactante seja
desacelerado gradualmente até sua parada total ou que ele seja redirecionado à via
com segurança. Ressalta-se que a maioria dos dispositivos de contenção foi
projetada para conter veículos leves e não se deve esperar que se tenha o mesmo
desempenho para veículos pesados”.
Questão a ser resolvida pelos projetistas de estradas brasileiros, tendo em vista a
variedade da frota.
Já a Nascentes das Gerais, que tem concessão do sistema MG 050/BR 262/BR 491,
informou que já efetuou a implantação de 48 mil metros de defensas metálicas e
barreiras rígidas de concreto, levando em conta normas do Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). A assessoria da concessionária acrescenta que anualmente é
realizado um estudo amplo sobre os acidentes ocorridos a cada 12 meses – ação
que integra o Plano de Segurança Rodoviária (PSR) –, levando-se em conta os
boletins de ocorrência da Polícia Militar Rodoviária Estadual, o que permite um
diagnóstico dos pontos críticos e a promoção de ações para diminuir as
ocorrências, o que inclui a instalação de defensas metálicas. Segundo a
concessionária, tais ações contribuíram para que em 2014 fosse registrada a
redução de 48% nos acidentes com vítimas de morte em todo o trecho.
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Defensa metálica não segurou carreta, que provocou tragédia na BR-381 na semana passada em
MG(foto: Marcelo Praxedes/Divulgação)
Palavra de especialista
Falta vontade política
SANTELMO XAVIER
professor, especialista em estradas
“Tudo começa no projeto. O projeto da estrada deve ter o melhor traçado para evitar,
por exemplo, uma curva perigosa. Se isso não for possível, aí, sim, devem ser
instaladas as defensas para evitar que o veículo saia da pista de rolamento. Concordo
que há poucas defensas em nossas rodovias, mas vou além. Como já disse, o ideal é
que o projeto fosse feito de maneira tal que nem houvesse necessidade delas. As pistas
deveriam ter canteiros bem largos e com área de escape suficiente para impedir que
o veículo invada a pista contrária. O problema é que, por questão de economia,
começam a aproximar as pistas. E nem sempre pegam o melhor local para fazer o
traçado e enchem a rodovia de curvas. Elas têm que existir até para não deixar o
trecho monótono. Mas falo de curvas suaves e benfeitas. As perigosas devem ser
evitadas. E, ainda assim, se o projeto não foi bom, é possível retificar o trecho depois
de uma revisão desse projeto. O problema no Brasil é que falta vontade política. É
preciso uma vontade política muito forte para estudar o trânsito e o transporte. Além
disso, ao pegar uma rodovia, as pessoas têm que se conscientizar do perigo que estão
correndo e respeitar os limites de velocidade e as demais normas
do trânsito.”