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CIDADE
Dois estabelecimentos comerciais desabaram ontem, no Centro, evidenciando o risco da falta de manutenção
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00:00 · 12.05.2015

O desabamento em dois imóveis comerciais no Centro da Capital

ontem, além de evidenciar novamente o risco que construções sem
manutenção representam, mostrou o quanto a população precisa
colaborar para evitar tragédias como a do Edifício Versailles, onde duas
pessoas morreram na queda de uma laje há 71 dias. Neste ano, até abril,
a Defesa Civil já fez o registro de 144 chamados de desabamentos. No
mesmo período, foram 404 denúncias de risco de desmoronamentos.

No caso mais recente, os vizinhos alertaram o proprietário dos riscos

(/polopoly_fs/1.1290119!/image/image.jpg)
Rachaduras e infiltrações foram observadas nos imóveis, o que
pode ter causado o incidente. Um homem ficou ferido e foi
levado ao IJF ( Foto: José Leomar )
mas, por falta de conhecimento, não chamaram o órgão responsável por
ações de prevenção a desastres, o que poderia ter evitado a queda.
Segundo o coordenador especial de Proteção da Defesa Civil, Cristiano
Ferrer, os chamados feitos pela população são essenciais para evitar
tragédias em potencial. "Se houver riscos para as pessoas, é dado um
prazo para resolver o problema", completou.

O desabamento de ontem ocorreu por volta das 7h15, quanto a fachada de um dos comércios ruiu e levou a laje da loja
vizinha, atingindo um homem enquanto ele estacionava uma moto. A vítima fraturou o pé e foi encaminhada ao Instituto
doutor José Frota (IJF) por uma ambulância do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). Uma outra pessoa
sofreu arranhões. Mais dois estabelecimentos foram interditados pela Defesa Civil. Os imóveis ficam na Av. Tristão
Gonçalves, próximo ao Fórum Autran Nunes.

Rachaduras

Após a queda, foi possível ver várias rachaduras e infiltrações nas paredes, o que pode ter causado o incidente. Segundo
testemunhas, os problemas estruturais não são novos, e o proprietário já havia sido informado do risco. "Faz um mês que
eu avisei aos funcionários do dono daqui", afirmou o empresário Francisco Rodrigues, proprietário da loja onde a laje caiu.
Segundo ele, o imóvel cuja fachada ruiu estava fechado há cinco anos, mas alguns homens foram levar materiais para uma
reforma que nunca começou.

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Rodrigues disse que já estava à procura de um novo ponto. "Ia sair em julho, mas agora vou ter que mudar logo e ficar no
prejuízo", reclamou. Do outro lado do comércio, na verdade um galpão vazio, o comerciante Marcos Teles também lamenta
a situação. "Há três anos, a coluna estava rachada e não fizeram nada. Quando ouvi o barulho, já sabia o que tinha
acontecido", disse. O proprietário não foi identificado e nem compareceu ao local.

Para Cristiano Ferrer, os desabamentos são geralmente causados pela falta de manutenção. A mesma observação fez o
presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Victor César da Frota Pinto. O presidente
do Crea-CE lembrou a necessidade de regulamentação da Lei de Inspeção e Vistoria Predial. Frota Pinto alertou sobre a
condição de prédios antigos do Centro. "Qualquer dia vai cair um desses que estão abandonados", diz.

O Edifício Versailles continua bloqueado até que os problemas sejam resolvidos. "O condomínio está contratando uma
empresa para fazer a obra. Cabe a eles consertar e nos acionar após o reparo", explicou Ferrer.

Saiba mais

Chamados para a Defesa Civil em 2015

Risco de desabamento

Janeiro: 68
Fevereiro: 45
Março: 178
Abril: 113
Total: 404

Desabamento

Janeiro: 43
Fevereiro: 16
Março: 52
Abril: 33
Total: 144

Mais informações:

A população pode denunciar riscos de desabamentos de estruturas por meio do telefone do Ciops: 190

Germano Ribeiro
Repórter

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