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06/02/2020 53º CBQ - CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA E CASCA DO OVO: LIMITES E POSSIBILIDADES.

53º Congresso Brasileiro de Quimica


Realizado no Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013.
ISBN: 978-85-85905-06-4

ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA E CASCA DO OVO: LIMITES E POSSIBILIDADES.

AUTORES: Souza, A.M.A. (UFPE-COLÉGIO DE APLICAÇÃO) ; Almeida, A.A. (UFPE-COLÉGIO DE APLICAÇÃO) ; Chagas, J.A.S.
(UFPE-COLÉGIO DE APLICAÇÃO)

RESUMO: A cromatografia é um processo utilizado na química, sendo um método de separação de misturas que tem como base a
polaridade dos compostos. No Ensino Médio (EM) a cromatografia pode ser utilizada, em sala de aula, na abordagem de conteúdos
relativos a separação de misturas, de forma mais dinâmica, a partir da realização de experimentos químicos. Segundo Paloschi,
Riveros & Zeni (1998), tais experimentos estimulam o interesse do aluno, reforçam conceitos importantes facilitando a aprendizagem.
Diante dessa problemática, em 2012 foi elaborado um projeto que consistiu em encontrar e testar métodos alternativos para a
realização de cromatografia em camada delgada (CCD), utilizando materiais alternativos, visando uma abordagem contextualizada
que possibilitasse um aprendizado mais significativo.

PALAVRAS CHAVES: Cromatografia; Ensino de Química; Métodos alternativos

INTRODUÇÃO: A cromatografia é muito utilizada na separação, identificação e quantificação de componentes químicos por ser uma
técnica bastante eficaz. Além de ser um processo de separação de misturas e identificação de substâncias, ela também possui um
grande valor didático, pois pode ser usada para ilustrar o ensino de vários conteúdos, tais como: polaridade, afinidade química e
interações intermoleculares. Segundo Chaves (1997), a interação entre os componentes da mistura com a fase móvel e a fase
estacionária na cromatografia é devida a influência das forças intermoleculares e efeitos de afinidade e solubilidade. Daí a importância
da cromatografia como um instrumento de ensino para diversos conteúdos químicos. Além disso, a utilização de aulas experimentais,
como estratégia de ensino, facilita a compreensão dos alunos, pois, de acordo com Laburú e Salvadego (2009), elas contextualizam
os assuntos abordados nas aulas, criando uma ligação entre a teoria e a prática, dando sentido ao conteúdo quando associado com o
cotidiano, auxiliando no entendimento do mundo ao nosso redor. A aplicação desses experimentos, além de ajudar na compreensão
do assunto, pode também dinamizar a aula, deixando-a mais agradável e atrativa aos olhos do aluno. Nesse contexto, desenvolveu-se
um projeto objetivando a realização da cromatografia em camada delgada (CCD) com materiais alternativos, viabilizando a execução
em sala de aula. O projeto buscou encontrar técnicas inovadoras de realizar essa análise de forma satisfatória e eficaz de modo a
contribuir para uma melhoria na qualidade do ensino de química, possibilitando às escolas a realização de aulas experimentais sem a
necessidade de altos investimentos em equipamentos de laboratório.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram testados diversos materiais alternativos para compor a fase estacionária das placas que seriam
utilizadas na cromatografia. Dentre os materiais selecionados para serem usados como adsorventes, utilizou-se: o amido, o gesso e o
o pó da casca do ovo de galinha (PCOG). As cascas dos ovos foram lavadas, retirou-se o cório e deixou secar. Em seguida, elas
foram maceradas, resultando o PCOG que foi peneirado em uma peneira caseira (malha 0,297 mm), obtendo-se o PCOG com
granulometria semelhante à sílica gel (~0,25 mm) utilizada normalmente para a aplicação em CCD. Testaram-se quatro tipos de placas
com os seguintes adsorventes: PCOG, amido com gesso (proporção de 3:1), amido com PCOG (proporção de 1:3) e gesso. Aplicou-
se nas placas de vidro (dimensão 8 x 5 x 0,3 cm) a mistura de 8 g do adsorvente em 9 mL de água. As placas ficaram em repouso
para secar a temperatura ambiente por 24h. Antes de serem usadas, elas foram ativadas na estufa (temperatura 90°C-100°C) por 30
min. Utilizaram-se tubos capilares para aplicação das amostras. Como cuba de eluição, utilizou-se potes de alimentos tipo café
solúvel. As amostras analisadas foram: corantes comestíveis (azul, vermelho, amarelo) e extratos do pimentão verde e do vermelho
que foram obtidos segundo a metodologia adotada por Nunes e Ribeiro (2008). Como eluentes, utilizou-se álcool comercial,
removedor de esmalte, desengordurante, acetona e hexano. Após a eluição, as placas foram secas com secador de cabelo, e
observou- se a separação dos constituintes das amostras.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na CCD dos corantes comestíveis, as placas de amido com gesso (proporção de 3:1) e a de gesso,
tendo o álcool comercial como eluente, apresentaram resultados satisfatórios em relação à separação dos constituintes, além de terem
os menores tempos de eluição (13 min. e 11 min. respectivamente). Na placa de PCOG e na de amido com PCOG (proporção de 1:3),
as amostras ficaram retidas nos pontos de aplicação. Em relação às CCD realizadas com os extratos do pimentão verde e do
vermelho, as fases móveis utilizadas foram: mistura de hexano e acetona (95:5) e desengordurante e removedor de esmalte (95:5).
Verificou-se que a placa de amido com PCOG (proporção de 1:3) e a placa de PCOG foram as que apresentaram melhor separação
dos componentes dos extratos, com tempos de eluição satisfatórios (10 e 15 min.). Em relação ao tempo de eluição, a de menor
tempo foi a de gesso, porém não apresentou boa separação dos constituintes dos extratos. Através da comparação dos resultados
referentes à separação dos constituintes e aos tempos de eluição, a placa que apresentou o melhor resultado de separação/tempo foi
a de amido com PCOG (proporção de 1:3). Além disso, verificou-se que os resultados obtidos na CCD com as placas contendo PCOG
foram semelhantes aos publicados por Nunes e Ribeiro (2008).

CONCLUSÕES: As CCD realizadas com os materiais utilizados apresentaram bons resultados. O experimento pode ser executado
em sala de aula como instrumento de ensino, permitindo maior envolvimento dos alunos na aquisição e tratamento dado ao material. A
separação dos componentes das misturas testadas e o tempo de eluição foram satisfatórios. Os resultados do trabalho possibilitam

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sua aplicação em escolas com baixo investimento em equipamentos e reagentes. A prática pode proporcionar aos alunos uma
experiência válida de vivência com um dos processos de análise laboratorial muito importante: a cromatografia.

AGRADECIMENTOS: CNPq, Universidade Federal de Pernambuco, Colégio de Aplicação e aos alunos monitores que auxiliaram no
desenvolvimento do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHAVES, M. H.; Análise de extratos de plantas por CCD: uma metodologia aplicada à disciplina
“Química Orgânica”. Química Nova, São Paulo, v. 20, n 5, p. 560-562, Janeiro de 1997.
LABURÚ, C. E. & SALVADEGO, W. N. C. Uma Análise das Relações do Saber Profissional do Professor do Ensino Médio com a
Atividade Experimental no Ensino de Química. Química Nova na Escola, São Paulo, Nº 03, p. 216, agosto de 2009.
NUNES, C. R. & RIBEIRO, N. M. Análise de Pigmentos de Pimentões por Cromatografia em Papel. Química Nova na Escola, São
Paulo, N° 29, p. 34-37, agosto de 2008.
PALOSCHI, R.; RIVEROS, R. e ZENI M. Cromatografia em Giz no Ensino de Química: Didática e Economia. Química Nova na Escola,
São Paulo, N°7, maio de 1998.

ABQ - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICA


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